Filha de D. Pedro III de Aragão, Isabel (1270-1336), com a idade de doze anos casou com D. Dines, rei de Portugal. Essa menina loura,de aspecto frágil e “doce fala”, casada em terra estranha com um marido que lhe era continuamente infiel, demonstrou uma profundidade cristã e elevação de alma que a colocam entre as grandes mulheres da Idade Média. Tinha vinte anos quando nasceu Dom Afonso IV, sua cruz e o grande amor da sua vida. Talvez por presenciar os sofrimento da mãe, quase abandonada pelo marido (ela, apesar de ferida no seu íntimo, chegou a criar os filhos ilegítimos do rei), o infante cresceu
Fazei que vossas armas parem, caso contrário vereis como morro logo. Se não o fazeis, irei prostrar-me diante de vós e do infante, como loba no parto se alguém se aproxima dos filhotes recém-nascidos. E os besteiros hão de ferir o corpo antes que vos toquem a vós e ao infante. Por toda santa Maria e pelo abençoado São Dionísio vos peço que me respondas logo, para que Deus vos guie”. Morto o rei, dedicou-se totalmente a fazer caridade. Tomou o hábito de Santa Clara, mas não emitiu votos para poder fazer de sua riqueza uma fonte de ação social caritativa: “não havia desamparados nem presos que de sua esmola não recebessem parte”; criava órfãos e filhos de pais humildes, casava noivas sem dotes; lavava os pés do mendigos e beijava o dos leprosos, tal como a representou Murilo.
Cléofas
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