25 de ago. de 2017

Primeiro Mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas”

primeiro-mandamento1Jesus tornou perene os Dez Mandamentos como lei moral. Quando o jovem lhe perguntou o que era necessário fazer para ganhar o céu, Ele disse: “Se queres entrar para a Vida, guarda os mandamentos. Não matarás, não adulterarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra pai e mãe” (Mt 19,16-19).
O Primeiro dos Mandamentos se refere a Deus. “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento” (Mt 22,37). Estas palavras seguem as do Antigo Testamento: “Escuta; Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único” (Dt 6,4-5).
O primeiro preceito abrange a fé, a esperança e a caridade, pois, quando se fala de Deus, fala-se de um Ser constante, imutável, fiel, perfeitamente justo. Então, devemos necessariamente aceitar Suas palavras e ter Nele uma fé e uma confiança plenas. Nossa vida moral encontra sua fonte na fé em Deus. S. Paulo fala da “obediência da fé” ( “ O justo viverá pela fé” – Rm 1, 17), como da nossa primeira obrigação. Ele vê no “desconhecimento de Deus” o princípio e a explicação de todos os desvios morais. De fato, os males deste mundo têm a sua causa mais profunda numa vida sem Deus, como hoje acontece. O Papa João Paulo II disse que o homem hoje “vive como se Deus não existisse”; e Bento XVI disse há pouco que “Deus foi expulso do mundo”.
Como poderemos ser felizes sem o auxílio e proteção de Deus? Expulsamos Deus das famílias, das escolas, dos clubes, das ruas, das fábricas, das universidades, das praças, do comércio… e queremos ser abençoados por Ele? É uma grande incoerência. Ninguém é feliz de verdade se não vive segundo as santas leis de Deus. “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor”, grita o salmista.
Deus deve ser amado e adorado sobre todas as coisas porque é o fundamento de todo o universo; tudo o que existe fora do nada foi criado por Ele; com amor, sabedoria e poder Ele criou todas as coisas a partir do nada. Deus é Eterno, Incriado, não teve princípio e não terá fim; é Onisciente, sabe tudo, nada lhe é oculto; é Onipotente, pode tudo, nada lhe é impossível; é Onipresente, está presente em todo lugar; é amor; é Pai; é Perfeitíssimo, Nele não há sombra de erro, Ele não pode se enganar e não pode enganar a ninguém. Deus tem uma Glória infinita, uma Majestade suprema, a quem todas as criaturas devem reconhecer e se curvar.
Hoje fala-se bastante dos “direitos do homem”, mas muito se esquece dos “direitos de Deus”. Esse direito é que prescreve o Primeiro Mandamento. Ele condena o politeísmo e as formas de idolatria. Amar a Deus é crer e esperar somente Nele, e amá-lo acima de tudo. Adorar a Deus, orar a Ele, oferecer-lhe o culto que lhe é devido, cumprir as promessas, obedecer a seus Mandamentos. Crer em Deus é obedecer as leis que Ele nos ensina através a Igreja Católica que Cristo deixou na terra para salvar o mundo. Ele disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou”. (Lc 10,16).
São faltas graves contra o amor a Deus, contra o Primeiro Mandamento: a superstição, o ateísmo, a magia, o espiritismo, a idolatria, a simonia (comércio de funções sagradas), a blasfêmia contra Deus e os santos, tentar a Deus, recurso a Satanás ou aos demônios para descobrir o futuro, consulta a horóscopos, necromantes (consulta aos mortos), cartomantes (consulta a cartas), a quiromancia (leitura da mão), a interpretação de presságios e da sorte, os fenômenos de visão, o recurso a médiuns; porque tudo isto esconde uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e, finalmente, sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. É o chamado ocultismo (cf. Lv 19,31; 20,6.9.27; Dt 3,19; 18,9-14; 1Cr 10,12-13). Tais práticas deixa a pessoa predisposta, aberta para a ação do demônio nela.
Também a feitiçaria, com as quais a pessoa pretende domesticar os poderes ocultos, para colocá-los a seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – mesmo que seja para proporcionar a este a saúde – são contra a religião, diz o Catecismo da Igreja (§ 2110 a 2117).
A superstição é o desvio do sentimento religioso. É acreditar por exemplo em sorte dada por uma ferradura colocada na porta, sal grosso para espantar maus espíritos, bater na madeira para isolar o mal; etc. A ação de tentar a Deus consiste em pôr a prova, em palavras ou em atos, sua bondade e sua onipotência. A Igreja ensina que Deus pode revelar o futuro a seus profetas ou a outros santos. Todavia, aatitude cristã correta consiste em entregar-se com confiança nas mãos da Providência em relação ao futuro, e em abandonar toda curiosidade doentia a este respeito. A imprevidência pode ser uma falta de responsabilidade. A Providência divina não exclui a necessidade dos cuidados humanos contra os perigos, roubos, acidentes, saúde, segurança, etc.
O Primeiro Mandamento manda-nos alimentar e guardar com prudência e vigilância nossa fé e rejeitar tudo o que é contrária a ela. Há diversas maneiras de pecar contra a fé: a dúvida voluntária sobre a fé recusando ter como verdadeiro o que Deus revelou e que a Igreja propõe para crer. A incredulidade, não dar crédito para a verdade. A heresia, é o grave pecado do batizado de negar qualquer verdade que a Igreja ensina, ou a dúvida pertinaz a respeito dessa verdade. A apostasia, é o repúdio total da fé cristã. O cisma, é a recusa de sujeição ao Sumo Pontífice. A tibieza, é a negligência em responder ao amor de Deus vivendo uma vida santa. A preguiça espiritual impede uma vida de oração, trabalho para Deus e para os irmãos.
É justo oferecer a Deus sacrifícios em sinal de adoração e de reconhecimento, de súplica e de comunhão. Por devoção pessoal, o cristão pode também prometer a Deus este ou aquele ato, promessa, oração, esmola, jejum, peregrinação etc. E deve cumprir sua promessa em respeito á Majestade de Deus.
O Primeiro Mandamento visa também os pecados contra a esperança, que são o desespero e a presunção. Pelo desespero, o homem deixa de esperar de Deus sua salvação pessoal, os auxílios para alcançá-la ou o perdão de seus pecados. A presunção é a pessoa achar que já está salva sem o auxílio da graça de Deus e da luta contra o pecado.
Também são pecados contra o Primeiro Mandamento: a ação de tentar a Deus em palavras ou em atos, o sacrilégio e a simonia. A ação de tentar a Deus consiste em pôr Deus à prova, em palavras ou em atos, sua bondade e sua onipotência. Foi assim que Satanás quis conseguir que Jesus se atirasse do alto do templo e obrigasse Deus, desse modo, a agir. Jesus opõe-lhe a Palavra de Deus: “Não tentarás o Senhor teu Deus” (Dt 6,16). O sacrilégio, consiste em profanar ou tratar indignamente os sacramentos e as outras ações litúrgicas, bem como as pessoas, as coisas e os lugares consagrados a Deus. O sacrilégio é um pecado grave, sobretudo quando cometido contra a Eucaristia. A simonia, é a compra ou a venda de realidades espirituais. “De graça recebestes, dai de graça” (Mt 10,8). O ateísmo abrange fenômenos muito diversos: o materialismo prático, de quem limita suas necessidades e suas ambições ao espaço e ao tempo; o humanismo ateu que considera que o homem é “seu próprio fim e o único artífice e dono de sua própria história”. Diz o nosso Catecismo que: Outra forma de ateísmo contemporâneo espera a libertação do homem pela via econômica e social, rejeitando a religião como algo alienante.. (cf. §2123 a 2126)
Desde o Antigo Testamento, Deus ordenou ou permitiu a instituição de imagens como a serpente de bronze, a Arca da Aliança e os querubins (Ex 25,18-22). O Concilio de Nicéia (em 787), justificou, contra os iconoclastas, o culto dos ícones: os de Cristo, mas também os da Mãe de Deus, dos anjos e de todos os santos. Deus não proíbe as imagens, mas sim as imagens de ídolos, mas isto a Igreja católica nunca fez.
Prof. Felipe Aquino

Fonte Cleofas 

25/08 – São José Calasanz

Nasceu em Peralta de la Sal, diocese de Urgel, em Aragão, no ano de 1557. Ordenado sacerdote aos 28 anos, manifestou logo uma grande inclinação para a vida eremítica. Os seus superiores, para curá-lo, lançaram-no no meio do povo, nomeando-o vigário geral da diocese. E como a cura não parecesse eficaz, mandaram-no a Roma na qualidade de teólogo em companhia do cardeal Marco Antônio Colonna. Porém, mais que aos cuidados do cardeal, que saiba cuidar por si mesmo da sua própria cultura, dedicou-se com espírito de apóstolo à instrução dos meninos do Trastevere, na paróquia de Santa Dorotéia, onde era vigário cooperador. Naquele tempo não existiam problemas escolares sobre a mesa do prefeito de Roma, pela simples razão de que as escolas eram um negócio privado. Quem tinha dinheiro suficiente pagava o professor para dar aulas em casa, ou mandava os filhos aos célebres Studi (Universidades), ou às escolas comunais, instituídas pelos municípios livres, em muitas cidades do norte. Estas últimas faltavam em Roma e nisso pensou José Calasanz. Feita com as poucas economias de que dispunha a primeira escola gratuita aberta aos filhos dos pobres, viu-se encorajado a fazer mais pela afluência de tantos voluntários, que se ofereceram para lecionar gratuitamente aos meninos. Fundou assim a Congregação dos Clérigos Regulares das Pias Escolas, vinculados não só pelos votos de pobreza, castidade e obediência, mas também por um quarto voto, que os compromete com a instrução dos jovens. Esta esperada e benéfica instituição teve imediatamente a notoriedade que bem merecia: a Congregação se espalhou em todos os países europeus, trazendo no entanto mais dores que alegrias ao santo fundador. As provas, às quais Deus submete os seus santos, para separar a boa semente da do joio, não demoraram a afligir José: acusado de incapacidade pelos seus próprios filhos, após a imposição de um visitador desonesto o santo foi destituído do seu cargo e a Congregação desceu ao nível de uma simples confraria, quer dizer, praticamente ficou suprimida. Com admirável paciência e serenidade, José Calasanz arregaçou as mangas e com a obstinação dos pioneiros reergueu o edifício que havia desabado. A Congregação ressurgiu das cinzas, mas com os mesmos programas sociais: de cultivar as jovens inteligências dos meninos de periferia. José morreu na bonita idade de noventa anos, a 25 de agosto de 1648 e foi canonizado em 1757.
São José Calasanz, Rogai por nós!


Cléofas 

24 de ago. de 2017

Papa: superar leituras infundadas e superficiais da reforma litúrgica, que é irreversível

24/08/2017



Cidade do Vaticano (RV) -  “Não basta reformar os livros litúrgicos para renovar a mentalidade (...), a educação litúrgica de Pastores e fiéis é um desafio a ser enfrentado sempre de novo”." Depois deste magistério e  depois deste longo caminho, podemos afirmar com segurança e com autoridade magisterial que a reforma litúrgica é irreversível”.


Ao encontrar na manhã desta quinta-feira na Sala Paulo VI os participantes da Semana Litúrgica Nacional italiana, o Papa Francisco falou sobre a irreversibilidade da reforma litúrgica, recordando - ao começar seu pronunciamento - os acontecimentos “substanciais e não superficiais” ocorridos no arco dos últimos 70 anos na história Igreja e em particular, “na história da liturgia”.
O Concílio Vaticano II e a reforma litúrgica – disse o Papa – são dois eventos diretamente ligados, “que não floresceram repentinamente, mas foram longamente preparados”, como testemunha o movimento litúrgico “e as respostas dadas pelos Sumos Pontífices às dificuldades percebidas na oração eclesial”. “Quando se percebe uma necessidade – observou – mesmo se não imediata a solução, existe a necessidade” de começar a fazer algo.
Francisco começa por citar, neste sentido, São Pio X, que dispôs uma reordenação da música sacra e a restauração celebrativa do domingo, além de instituir “uma comissão para a reforma geral da liturgia, consciente de que isto comportaria” um grande e longo trabalho, mas que daria “um novo esplendor” à dignidade e harmonia do “edifício litúrgico”.
Um projeto reformador que foi retomado mais tarde por Pio XII com a Enciclica Mediator Dei e a instituição de uma comissão de estudo, sem falar em decisões como “a atenuação do jejum eucarístico, o uso da língua viva no Ritual, a importante reforma da Vigília Pascal e da Semana Santa”.
O Concílio Vaticano II fez amadurecer mais tarde – recordou o Papa -  “como bom fruto da árvore da Igreja, a Constituição sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium”, cujas linhas da reforma geral respondiam às necessidades reais e à concreta esperança de uma renovação, “para que os fiéis não assistam como estranhos e mudos espectadores a este mistério de fé, mas compreendendo-o por meio dos  ritos e das orações, participem da ação sagrada conscientemente, piamente e ativamente (SC, 48)”.
O Papa recorda que “a direção traçada pelo Concílio encontrou forma, segundo o princípio do respeito da sã tradição e do legítimo progresso nos livros litúrgicos promulgados pelo Beato Paulo VI”, já há quase 50 anos “universalmente em uso no Ritual Romano.
E a aplicação prática, guiada pelas Conferências Episcopais para os respectivos países, está ainda em andamento, pois não basta reformar os livros litúrgicos para renovar a mentalidade”:
“Os livros reformados por norma dos decretos do Vaticano II, introduziram um processo que requer tempo, recepção dos fiéis, obediência prática, sábia atuação celebrativa por parte, antes, dos ministros ordenados, mas também dos outros ministros, dos cantores e de todos aqueles que participam da liturgia. Na verdade, o sabemos, a educação litúrgica de Pastores e fiéis é um desafio a ser enfrentado sempre de novo”.
“O próprio Paulo VI, um ano antes de sua morte – recordou o Papa – dizia aos Cardeais reunidos em Consistório: “Chegou o momento, agora, de deixar cair definitivamente os fermentos desagregadores, igualmente perniciosos em um sentido e em outro, e de aplicar integralmente nos seus justos critérios inspiradores, a reforma por nós aprovada em aplicação aos votos do Concílio”. E completou:
“E hoje ainda há trabalho a ser feito nesta direção, em particular redescobrindo os motivos das discussões realizadas com a reforma litúrgica, superando leituras infundadas e superficiais, recepções parciais e práticas que a desfiguram. Não se trata de repensar a reforma revendo as suas escolhas, mas de conhecer melhor as razões subjacentes, também por meio da documentação histórica, como de interiorizar os princípios inspiradores e de observar a disciplina que a regula. Depois deste magistério e  depois deste longo caminho, podemos afirmar com segurança e com autoridade magisterial que a reforma litúrgica é irreversível”.
Após “repassar com a memória este caminho”, o Papa falou sobre alguns aspectos do tema que guiou a reflexão nestes dias do encontro do Centro de Ação Litúrgica: “Uma liturgia viva para uma Igreja viva”:
“A liturgia é “viva”, afirmou Francisco, e “sem a presença real do mistério de Cristo, não existe nenhuma vitalidade litúrgica. Como sem o batimento cardíaco não existe vida humana, da mesma forma, sem o coração pulsante de Cristo não existe ação litúrgica”. “E entre os sinais visíveis do invisível Mistério está o altar, sinal de Cristo pedra viva, descartada pelos homens mas que se tornou a pedra angular do edifício espiritual em que é oferecido a Deus vivo o culto em espírito e verdade”.

A liturgia – disse depois o Papa – “é vida para todo o povo da igreja. Por sua natureza, a liturgia é de fato “popular” e não clerical, sendo – como ensina a etimologia – uma ação para o povo, mas também do povo”:
"A Igreja em oração acolhe todos aqueles que têm o coração na escuta do Evangelho, sem descartar ninguém: são convocados pequenos e grandes, ricos e pobres, crianças e idosos, saudáveis e doentes, justos e pecadores. À imagem da "multidão imensa" que celebra a liturgia no santário do céu, a assembleia litúrgica supera, em Cristo, todo limite de idade, raça, língua e nação".
 “A dimensão “popular” da liturgia nos recorda que ela é inclusiva e não exclusiva, criadora de comunhão com todos, sem todavia homologar, porque chama cada um com a sua vocação e originalidade, a contribuir no edificar o corpo de Cristo”.
Não devemos esquecer – alertou o Papa – que a liturgia expressa a piedade de todo o povo de Deus e nela cada um contribui a edificar o corpo de Cristo.
A liturgia – disse o Papa analisando um terceiro ponto – é vida e não uma ideia a ser entendida. “Leva de fato a viver uma experiência iniciática. Ou seja, transformadora do modo de pensar e de comportar-se e não para enriquecer a própria bagagem de ideias sobre Deus”:
 “A Igreja é realmente viva se, formando um só ser vivo com Cristo, é portadora de vida, é materna, é missionária, sai ao encontro do próximo, solícita de servir sem buscar poderes mundanos que a tornam estéril. Por isto, celebrando os santos mistérios, recorda Maria, a Virgem do Magnificat”.
Por fim, o Papa recorda que “não podemos esquecer que a riqueza da Igreja em oração enquanto “católica” vai além do Rito Romano que, mesmo sendo o mais difundido, não é o único’:
“A harmonia das tradições rituais, do Oriente e do Ocidente, pelo sopro do mesmo Espírito dá voz à única Igreja orante por Cristo, com Cristo e em Cristo, a glória do Pai e para a salvação do mundo”.
Ao agradecer a visita o Papa encoraja os responsáveis do Centro de Ação Litúrgica a prosseguir e a ajudar “os ministros ordenados, assim como os outros ministros, os cantores, os artistas, os músicos, a cooperarem para que a liturgia seja “fonte e ápice da vitalidade da Igreja””.
O pronciamento do Papa Francisco pode ser conferido na íntegra - no momento apenas em italiano - no link: https://goo.gl/BqSQb9
Via: Rádio Vaticano 


"Discurso do Papa a liturgistas vale em todos os contextos"

24/08/2017



Cidade do Vaticano (RV) - “A educação litúrgica de Pastores e fiéis é um desafio a ser enfrentado sempre de novo”, disse o Papa Francisco quinta-feira (24/08), recebendo no Vaticano os participantes da Semana Litúrgica Italiana. A RV pediu ao liturgista Padre Damasio Medeiros, SDB, decano da faculdade de Teologia na Pontifícia Universidade Salesiana, em Roma, um comentário sobre as palavras do Pontífice.
“Sem dúvida, a afirmação do Papa na saudação a este grupo é muito importante porque está em prefeita sintonia com aquilo que foi o grande desejo do Concílio Vaticano II e o seu objetivo, que era justamente fazer crescer em cada cristão, em cada comunidade, no povo de Deus este grande amor ao Senhor, que passa através destes sinais sagrados da Santa Liturgia. O mesmo Concílio Vaticano II já tinha sublinhado muito bem a importância desta dimensão da vida: a atenção às culturas, às pessoas. Obviamente, o Concílio e o pós-Concílio, sobretudo, na reforma, teve que ‘codificar’ a oração da Igreja através dos assim chamados ‘Livros litúrgicos’, mas eles não são somente o fruto mais visível do Concílio Vaticano II. O fruto mais visível do CVII deve ser uma comunidade renovada, que canta seu louvor ao Senhor, que tem esta consciência da participação nos mistérios de Deus que passam por esta realidade profundamente humana dos sinais da liturgia”.
 Rádio Vaticano 

Papa: confiemo-nos cada dia a Maria e rezemos o Terço

23/08/2017



Cidade do Vaticano (RV) – Ao final de sua catequese, o Papa saudou os peregrinos presentes na Sala Paulo VI para a Audiência Geral.
Ao dirigir-se aos peregrinos de língua alemã, Francisco recordou que nestes dias “contemplamos Maria Rainha do Céu”:
“Cristo tornou sua mãe partícipe de sua vitória sobre a morte. Confiemo-nos a Mãe Celeste para que, como ela, ao final de nosso caminho terreno, possamos alcançar a meta da nossa vida, segundo o projeto de Deus”.
Uma saudação mariana também foi dirigida aos poloneses:
“Dentro de poucos dias, sábado e domingo próximo, muitos de vós, pessoal ou espiritualmente, se reunirão na assim chamada “Caná Polonesa”, o vosso Santuário nacional em Jasna Góra, para celebrar a Solenidade da bem-aventurada Maria Virgem de Częstochowa e o terceiro centenário da coroação de sua efígie milagrosa. Apresentando-vos diante do rosto da vossa Mãe e Rainha, colocai-vos em escuta atenta da sua palavra: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Que ela seja para cada um de vós uma indicação na formação da consciência, no colocar ordem na vida pessoal e familiar, na construção do futuro da sociedade e da nação”.
Por fim, uma recomendação mariana aos peregrinos italianos
“E não esqueçam de rezar cada dia o terço (...). Caríssimos, elevemos o olhar ao Céu para contemplar o esplendor da Santa Mãe de Deus, que na última semana recordamos na sua Assunção, e ontem a invocamos como nossa Rainha. Cultivem em relação a ela uma devoção sincera, para que esteja ao vosso lado na cotidiana existência”. (JE)
Rádio Vaticano 

24/08 – São Bartolomeu

Nas quatro enumerações dos apóstolos, é apresentado com o nome de Bartolomeu. Bar Tholmai, filho de Tholmai (em hebraico Tholmai quer dizer arado ou agricultor). São João não traz o nome de Bartolomeu, mas o de Natanael, por isso os estudiosos concordam em identificar Bartolomeu com Natanael. Foi o apóstolo Filipe quem lhe apresentou Cristo: “Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os profetas: Jesus de Nazaré.” “De Nazaré? – replica Natanael – pode vir algo de bom de Nazaré?” Natanael era de Caná, que dista 14 quilômetros de Nazaré e é proverbial o menosprezo que existe entre povoados vizinhos. O Mestre, porém, ofereceu logo uma ponte entre ele e o jovem de Caná: “Eis um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento.” Ao ouvir esse elogio, Natanael manifestou a sua surpresa: “De onde me conheces? Jesus lhe respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, eu te vi, quando estavas sob a figueira.” O que se passou debaixo da figueira ficará um segredo entre o límpido apóstolo e o Messias. Após aquele breve colóquio, Bartolomeu (Natanael) manifestou sua incondicionada adesão a Cristo: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel!” E Jesus: “Crês só porque te disse: eu te vi debaixo da figueira? Verás coisas maiores que estas.” Natanael-Bartolomeu viu de fato os prodígios e glorificação pelo Mestre, ouviu a sua mensagem, assistiu a sua paixão e glorificação, depois se tornou arauto da Boa Nova, aceitando com o mesmo entusiasmo as consequências de um testemunho comprometido. De suas atividades apostólicas não temos notícias certas. As lições do breviário romano apresentam informações de uma antiga tradição armênia: “O apóstolo Bartolomeu, que era da Galiléia, foi para a Índia. Pregou àquele povo a verdade do Senhor Jesus seguindo o evangelho de São Mateus. Depois que naquela região converteu muitos a Jesus Cristo, sustentando não poucas fadigas e superando muitas dificuldades, passou para a Armênia maior… onde levou à fé cristã o rei Polímio e sua esposa e a mais de doze cidades. Essas conversões, no entanto, provocaram uma enorme inveja dos sacerdotes locais, que por meio do irmão do rei Polímio, conseguiram a ordem de tirar a pele de Bartolomeu e depois decapitá-lo.”


Cléofas 

23 de ago. de 2017

O Papa: a esperança cristã vence as tragédias do mundo

23/08/2017



Quarta-feira, 23 de agosto. Na audiência geral e partindo da passagem do livro do Apocalipse cap. 21 (“Eis que faço novas todas as coisas”), o Papa Francisco prosseguiu o ciclo das suas catequeses sobre a esperança cristã, sublinhando que a esperança cristã baseia-se na fé em Deus que sempre cria novidade na vida do homem, cria novidade na história, cria novidades no cosmos, porque o nosso Deus é o Deus da novidade e surpresas.
 Não é, portanto, próprio do cristão caminhar olhando para baixo sem elevar os olhos para o horizonte, como se todos o nosso caminho se apagasse aqui, como se na nossa vida não houvesse nenhum destino e nenhum porto de chegada, e fôssemos forçados a vaguear eternamente, sem qualquer motivo para os nossos esforços. Isto não é próprio do cristão, ressaltou o Papa acrescentando:.
 “As páginas finais da Bíblia nos mostram o horizonte último do caminho do crente: a Jerusalém do Céu, a Jerusalém celeste. Esta é imaginada antes de tudo como uma tenda imensa, onde Deus acolherá todos os homens para habitar definitivamente com eles. E esta é a nossa esperança”.
 E quando, finalmente, estivermos com Deus – prosseguiu o Papa - Ele usará uma ternura infinita connosco, como um pai que acolhe os seus filhos que por muito tempo se cansaram e sofreram. Ele apagará toda a lágrima dos seus olhos, e já não haverá morte, nem luto, nem lamentação, nem aflição, porque as coisas anteriores passaram.
E o Papa convidou  a meditar esta passagem da Sagrada Escritura não de maneira abstracta mas concreta, depois de ler uma história dos nossos dias, o telejornal ou a primeira página dos jornais, onde se vêem tantas tragédias e notícias tristes. E Francisco deu o exemplo de Barcelona e do Congo (só para citar apenas dois casos), onde existem tantas notícias tristes. E muitas outras notícias tristes, disse ainda o Papa, como os rostos das crianças aterrorizadas pela guerra, ao choro das mães, os sonhos fracassados de tantos jovens, os refugiados que enfrentam viagens terríveis e muitas vezes são explorados ... A vida infelizmente é também isso. E por vezes nos apeteceria dizer que é sobretudo isso, disse o Pontífice, mas com esta observação:
“Pode ser. Mas há um Pai que chora connosco; há um Pai que chora lágrimas de infinita piedade para com os seus filhos. Nós temos um Pai que sabe chorar, que chora connosco. Um Pai que espera por nós para nos consolar, porque conhece os nossos sofrimentos e nos preparou um futuro diferente. Esta é a grande visão da esperança cristã que se expande por todos os dias da nossa existência, e nos quer reanimar”.
 Deus não quis as nossas vidas por engano, continuou o Papa, e Ele nos criou porque nos quer felizes, e se nós aqui, agora, vivemos uma vida que não é a que Ele queria para nós, Jesus assegura-nos que o próprio Deus está operando o seu resgate. A morte e o ódio, portanto, não são as últimas palavras pronunciadas na parábola da existência humana, e ser cristão implica uma nova perspectiva, um olhar cheio de esperança.
E contrariamente aos que pensam que a vida retém toda a sua felicidade na juventude e no passado, que a vida é uma decadência lenta, ou que as nossas alegrias são apenas episódicas e passageiras e que, perante as tantas calamidades, dizem: "Mas, a vida não faz sentido”, Francisco ressaltou:
“Mas nós, cristãos, não acreditamos nisso. Acreditamos, antes, que no horizonte do homem existe um sol que ilumina para sempre. Acreditamos que os nossos dias mais belos ainda estão por vir. Somos mais pessoas da primavera que do outono”.
E o Papa convidou cada qual a perguntar-se no coração, em silêncio, e responder, se é um homem, uma mulher, um menino, uma menina da primavera ou do outono, acrescentando que nós vemos os rebentos de um mundo novo e não as folhas amareladas nos ramos, não nos fechamos em nostalgias, arrependimentos e lamentações mas sabemos que Deus quer que sejamos herdeiros de uma promessa e incansáveis ​​cultivadores de sonhos, somos da primavera, aguardando a flor, aguardando o fruto, aguardando o sol que é Jesus.
A concluir, o Papa sublinhou que o cristão sabe, portanto, que o Reino de Deus está crescendo como um grande campo de trigo, mesmo que no meio haja ervas daninhas; sempre existem problemas, mexericos, guerras, doenças ... existem problemas, mas o trigo cresce e, ao fim, o mal será eliminado:
“O futuro não nos pertence, mas sabemos que Jesus Cristo é a maior graça da vida: é o abraço de Deus que nos espera no final, mas que já agora nos acompanha e nos consola na caminhada. Ele nos conduz à grande "tenda" de Deus com os homens, com muitos outros irmãos e irmãs, e levaremos a Deus a recordação dos dias vividos aqui”.
E será bonito descobrir naquele instante que nada ficou perdido, nada, nem mesmo uma lágrima: nada ficou perdido; nenhum sorriso e nenhuma lágrima. Naquele dia seremos realmente felizes e vamos chorar, mas vamos chorar de alegria – concluiu Francisco.

O Papa Francisco, como habitualmente, também se dirigiu aos fiéis de língua portuguesa tendo saudado em particular os fiéis da Paróquia de Ribeirão e os grupos de brasileiros, convidando-os a se deixarem guiar pela ternura divina, para poderem transformar o mundo com a sua fé:
"Saúdo os peregrinos de língua portuguesa presentes nesta Audiência e através de cada um de vós, saúdo todas as famílias dos vossos Países. Dirijo uma saudação particular aos fiéis da paróquia de Ribeirão e aos grupos de brasileiros. Deixai-vos guiar pela ternura divina, para que possais transformar o mundo com a vossa fé. Deus vos abençoe".
Nas saudações ao grupo de língua italiana o Papa saudou cordialmente os jovens, os doentes e os recém-casados, convidando-os a elevar o olhar ao Céu para contemplar o esplendor da Santa Mãe de Deus, que recordamos – disse Francisco - na semana passada na sua Assunção, e ontem invocamos como nossa Rainha. Cultivai para ela uma devoção sincera, para que esteja ao vosso lado na vossa existência quotidiana.

E por fim o Papa dirigiu o seu pensamento exprimindo afectuosa proximidade para com os que sofrem por causa do terremoto que na noite de segunda-feira atingiu a ilha de Ischia. Rezemos pelos mortos, pelos feridos, pelas suas famílias e pelas pessoas que perderam suas casas – concluiu o Papa.
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção. (BS)

Rádio Vaticano 

    Podemos venerar as imagens dos santos?

    Desde os primeiros séculos os cristãos pintaram e esculpiram imagens de Jesus, de Nossa Senhora, dos Santos e dos Anjos, não para adorá-las, mas para venerá-las.
    As catacumbas e as igrejas de Roma, dos primeiros séculos, são testemunhas disso. Só para citar um exemplo, podemos mencionar aqui o fragmento de um afresco da catacumba de Priscila, em Roma, do início do século III. É a mais antiga imagem da Santíssima Virgem. O Catecismo da Igreja traz uma cópia dessa imagem (Ed. de bolso, Ed. Loyola, pag.19).
    É o caso de se perguntar, então: Será que foram eles “idólatras” por cultuarem essas imagens? É claro que não. Eles foram santos, mártires, derramaram, muitos deles, o sangue em testemunho da fé. Seria blasfêmia acusar os primeiros mártires da fé de idólatras. O Concílio de Nicéia II, em 787, declarou: “Na trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres, e da Tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda a certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como a representação da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, quanto a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos” (Catecismo da Igreja Católica, nº 1161).

    Deus nunca proibiu fazer imagens, e sim “ídolos”, deuses, para adorar. O povo de Deus vivia na terra de Canaã, cercado de povos pagãos que adoravam ídolos em forma de imagens (Baals, Moloc, etc). Era isso que Deus proibia terminantemente. A prova disso é que Deus ordenou a Moisés que fabricasse imagens de dois Querubins e que também pintasse as suas imagens nas cortinas do Tabernáculo. Os querubins foram colocados sobre a Arca da Aliança. Confiar essas passagens: Ex. 25,18s, Ex 37,7; Ex. 26,1.31; 1 Rs. 6,23; I Rs 7,29; 2 Cr. 3,10.

    Deus mandou que, no deserto, Moisés fizesse a imagem de uma serpente de bronze (Nm 21, 8-9), que prefigurava Jesus pregado na cruz (Jo 3,14). Que fique claro, Deus nunca proibiu imagens, e sim, “fabricar imagens de deuses falsos”. Mas isso os cristãos nunca fizeram porque a Igreja nunca permitiu. As imagens, sempre foram, em todos os tempos, um testemunho da fé. Para muitos que não sabiam ler, as belas imagens e esculturas foram como que o Evangelho pintado nas paredes ou reproduzido nas esculturas. Vitor Hugo dizia que as igrejas eram “bíblias de pedra”. As imagens nos lembram que aqueles que elas representam, chegaram à santidade por graça e obra do próprio Deus, são exemplos a serem seguidos e diante de Deus intercedem por nós.
    Prof. Felipe Aquino

    Via: Cléofas 

    23/08 – Santa Rosa de Lima


    Santa_Rosa_de_LimaPara todos nós, hoje é dia de grande alegria, pois podemos celebrar a memória da primeira santa da América do Sul, Padroeira do Peru, das Ilhas Filipinas e de toda a América Latina. Santa Rosa nasceu em Lima (Peru) em 1586; filha de pais espanhóis, chamava-se Isabel Flores, até ser apelidada de Rosa por uma empregada índia que a admirava, dizendo-lhe: “Você é bonita como uma rosa!”. Rosa bem sabia dos elogios que a envaideciam, por isso buscava ser cada vez mais penitente e obedecer em tudo aos pais, desta forma, crescia na humildade e na intimidade com o amado Jesus. Quando o pai perdeu toda a fortuna, Rosa não se perturbou ao ter que trabalhar de doméstica, pois tinha esta certeza: “Se os homens soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e padeceriam de bom grado qualquer pena, porque a graça é fruto da paciência”. A mudança oficial do nome de Isabel para Rosa ocorreu quando ela tomou o hábito da Ordem Terceira Dominicana, da mesma família de sua santa e modelo de devoção: Santa Catarina de Sena e, a partir desta consagração, passou a chamar-se Rosa de Santa Maria. Devido à ausência de convento no local em que vivia, Santa Rosa de Lima renunciou às inúmeras propostas de casamento e de vida fácil: “O prazer e a felicidade de que o mundo pode me oferecer são simplesmente uma sombra em comparação ao que sinto”. Começou a viver a vida religiosa no fundo do quintal dos pais e, assim, na oração, penitência, caridade para com todos, principalmente índios e negros, Santa Rosa de Lima cresceu na união com Jesus Cristo, tanto quanto no sofrimento, por isso, tempos antes de morrer, aos 31 anos (1617), exclamou: “Senhor, fazei-me sofrer, contanto que aumenteis meu amor para convosco”. Foi canonizada a 12 de abril de 1671 pelo Papa Clemente X.
    Santa Rosa de Lima, rogai por nós!

    Fonte: Cleofas 

    22 de ago. de 2017

    O que significa a Assunção de Nossa Senhora?

    Ouvi um padre amigo dizer na homilia da Missa da Assunção de Nossa Senhora, que nos lembra que “há um lugar em Deus para nós; e em nós deve, então, haver um lugar para Deus”. Deus nos fez para Ele e Ele nos quer vivendo sempre com Ele na eternidade. E, por isso, disse São Paulo, “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da Terra” (Col 3,1-2).

    A Virgem Imaculada foi elevada ao Céu de corpo e alma após sua morte, que a Igreja desde os primeiros séculos chama de “dormição”; Deus a ressuscitou e levou para o Céu. O Papa Pio XII, em 1 de novembro de 1950, por meio da Constituição Apostólica “Munificientissimus Deus” proclamou como dogma de fé, dizendo:
    “Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo.”
    A Festa de Nossa Senhora Rainha do Céu e da Terra é celebrada no dia 22 de agosto. A Assunção da Virgem Maria é uma participação especial na Ressurreição de Jesus e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos. A Liturgia bizantina reza: “Em vosso parto, guardastes a virgindade; em vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas almas da morte”.
    Na Missa da Assunção a Igreja reza: “Deus eterno e todo poderoso, que elevastes `a glória do Céu, em corpo e alma, a Imaculada Virgem Maria, mãe do Vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos de Sua glória”.
    Muitos santos perguntavam se o melhor dos filhos poderia recusar à melhor das mães a participação em sua ressurreição e o glorioso domínio à direita do Pai? Para eles sua dignidade de Mãe de Deus exige a Assunção. Para Santo Irineu de Lião (†200), como a nova Eva, Maria participou da sorte do novo Adão, Jesus Cristo, ressuscitou depois da morte, seu corpo não experimentou a corrupção.

    A Assunção de Nossa Senhora ao Céu é, para nós que ainda vivemos neste vale de lágrimas, a certeza de que o Céu existe e é nosso destino. A chegada de nossa Mãe ao Céu é a certeza antecipada da vitória final de todos os justos amigos de Deus, que amam o Evangelho e obedecem a Igreja, vivendo como verdadeiros cristãos. Lá do alto a Mãe querida, ao lado do trono do Rei, prepara um lugar no céu para cada um de nós, e ali intercede por nós sem cessar, ela que é a “onipotência suplicante”. A Igreja reza na Assunção: “Hoje a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do Céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho”.(Pref. da Or. Euc.)
    A Assunção de Nossa Mãe ao céu é um sinal da nossa ressurreição. É uma mensagem especial e convite dessa Mãe a cada um de nós para segui-la ao Céu, desprezando toda a sedução dos apegos e prazeres desta vida, que por mais abundantes que sejam não conseguem saciar os anseios de uma alma imortal criada em Deus, para Deus e à semelhança de Deus. O coração do homem que foi feito para o Alto.
    A Assunção de Nossa Mãe é o testemunho certo de que a filosofia consumista, materialista e hedonista de nossos tempos, que tiraniza o ser humano, afastando-o de Deus e dos irmãos, longe de trazer-lhe a verdadeira felicidade, ao contrário, enche sua alma de tristeza, frustração e pessimismo, numa vida sem rumo e sem ideal.
    A Assunção de Maria é a festa da esperança do cristão verdadeiro que espera a felicidade eterna e perfeita. Maria subiu ao Céu deixando na terra um túmulo vazio, sinal de que nossa vida aqui nesta terra é uma caminhada para o Céu. É um alerta para que não nos deixemos enganar pelas delícias ilusórias da viagem, as quais não podem satisfazer os anseios infinitos do homem, cujo destino é viver em Deus para sempre.
    A Assunção de Maria é a vitória da vida sobre a morte, da esperança sobre o pessimismo, do sofrimento sobre o prazer, da humildade sobre a soberba, do amor sobre o egoísmo, da pureza sobre a luxúria, da mansidão sobre o ódio, da bondade sobre a inveja, da solicitude sobre a preguiça… do bem sobre o mal.
    A subida de Maria ao céu é um chamado vibrante a cada um de nós para que vivamos na terra como ela viveu: simples, humilde, pobre, oculta, silenciosa, discreta, generosa, mansa, bondosa e prestativa, para que sejamos um dia exaltados por termos vivido a humildade.
    É lá na casa de Maria, no esplendoroso palácio celeste que deve habitar nosso pobre coração. Conquistar o céu, como Maria, deve ser a meta de cada um de nós, e o objetivo de todos nossos esforços.
    O cristão vive com os pés na terra e o coração no céu.
    São Paulo expressa isso bem quando diz: “Se é só para esta vida que temos colocado nossa esperança em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima” (1Cor 15,19). Em outras palavras, é perder tempo querer seguir Jesus apenas para ser feliz nesta vida, que é rápida e muito precária. No céu é que receberemos a recompensa, “a herança das mãos do Senhor” (Cl 3,24).
    Quem deseja o Reino de Cristo nunca pode esquecer-se de que Ele disse: “Meu reino não é deste mundo” (Jo 18,26). Cristo nos quer a todos no Céu, porque ali está nosso destino. Seu coração fica frustrado quando um lugar no céu não é ocupado por alguém. As alegrias do Céu são tantas e tão insondáveis que fizeram S. Paulo exclamar: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que O amam” (1Cor 2,9).
    “Nós somos cidadãos dos céus. É de lá que também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo glorioso” (Fl. 3,20-21). “Temos no céu uma casa feita por Deus e não por mãos humanas” (2Cor 5,1). Para o Apóstolo, era um exílio viver na terra. “Todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor… suspiramos e anelamos ser sobrevestidos de nossa habitação celeste… Pois, enquanto permanecemos nesta tenda, gememos oprimidos… Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo, para ir habitar junto do Senhor” (2Cor 5,2-8). Desejar o paraíso é desejar a Deus, diz Santo Afonso, nosso fim último, onde O amaremos perfeitamente.

    A vida aqui sem a perspectiva do céu é um desastre total, uma frustração inexplicável. Sem a fé no céu a vida na terra é vazia, sem sentido, como um barco que navega à deriva…
    Maria, agora gloriosa no Céu, é a “âncora lançada no infinito de Deus”, é “a Porta do Céu” aberta para seus filhos devotos. Vamos ao Céu por Maria, Ela é a escada que Jesus nos deu para chegar até lá.
    Pela Assunção de Nossa Senhora Deus nos revela o sentido pleno da redenção; isto é, uma completa divinização do corpo humano, a transfiguração da própria dimensão material do homem e a vitória sobre a morte em todas suas formas.
    Outro aspecto muito relevante da Assunção de Nossa Senhora é que, com seu corpo transfigurado e glorificado, ela pode estar sempre presente ao lado de Jesus e, de modo muito especial numa presença misteriosa junto à Eucaristia. Em vista disso, São Pedro Julião Eymard deu a ela o título de: “Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento”.
    Prof. Felipe Aquino
    Via: Cléofas 

    De onde vem a Oração da “Salve Rainha”?

    ImmacheartofMary
    A “Salve Rainha” é uma das orações mais populares entre os católicos. Ela é atribuída ao monge Hermannus Contractus que a teria escrito por volta de 1050, no mosteiro de Reichenan, na Alemanha. Eram tempos terríveis aqueles na Europa central, com muitas calamidades naturais, destruindo as colheitas, epidemias, miséria, fome e a ameaça contínua dos povos bárbaros normandos, magiares e muçulmnaos que invadiam os povoados, saqueando e matando.
    Certamente o monge Hermannus experimentava as piores  misérias da vida humana neste “vale de lágrimas”, como disse. Nesta prece “bradamos” como “degredados”, “suspiramos gemendo e chorando”, vemos o mundo como “um vale de lágrimas”, como um “desterro”. Entretanto, essa visão da vida acaba num sentimento de esperança que a ultrapassa e domina com a confiança em Nossa Senhora.
    Ao considerar a condição humana, o monge Hermannus via  muitos motivos de tristeza, mas, ao fixar sua atenção na Virgem Maria, Rainha do céu de da terra, a quem se dirige, mostra-se animado por um horizonte de expectativas reconfortantes e consoladoras, pois ela, a Virgem Maria, é “Mãe de misericórdia”, “Vida, doçura, esperança nossa salve”, “Advogada nossa”,  de “olhos misericordiosos”.
    Frei Contractus tinha  consciência da triste época em que vivia, mas tinha outras razões, além disso tudo. Conta a sua históira que ele nasceu raquítico e disforme; adulto, mal conseguia andar e escrevia com dificuldade, de mirrados que eram os dedos das suas mãos. Nasceu em 18 de fevereiro de 1013 em Altshausen, na Swabia hoje Alemanha.
    Nasceu com uma fenda no palato, e um problema de espinha bífida (dividida em lóbulos iguais). Seus pais não tinham condição de cuidarem da criança e em 1020 (com sete anos) o entregaram para a Abadia de Reichenau, onde ele ficou o resto de sua vida. Contam que, no dia do seu nascimento, ao constatarem o raquitismo e má formação do bebê, seus pais caíram em prantos. Sua mãe Miltreed, mulher muito piedosa, ergueu-se então do leito e, lá mesmo, consagrou o menino à Mãe de Deus. Consagrado a Ela, foi educado no amor e na confiança em relação a Ela. E, anos mais tarde, foi levado de maca, por ser deficiente físico, até o mosteiro de Reichenan, onde com o tempo chegou a ser mestre dos noviços, pois o que tinha de inapto seu corpo, tinha de perspicaz seu espírito.
    Muito inteligente se tornou monge beneditino com a idade de 20 anos. Era um gênio, estudou e escreveu vários livros sobre astronomia, teologia, matemática, história e poesias em latim, grego e árabe. Professor aos 20 anos ficou conhecido pelos seus colegas na Europa.  Construiu alguns instrumentos musicais e equipamentos de astronomia. Ficou cego e com isso parou de escrever. É o mais notável poeta de seu tempo e ainda ficou  famoso ao escrever a oração da “Salve Rainha”e ainda o “Alma Redemporis Mater”. Faleceu em 21 de setembro de 1054 em Reichenau de causas naturais. Beatificado e culto confirmado em 1863. Sua festa é celebrada no dia 25 de setembro.
    Foi no fundo de todas essas misérias, que a alma de Frei Contractus elevou à “Rainha dos Céus” esta prece, mescla de sofrimento e esperança, que é a “Salve Rainha”.
    Quando veio a ser conhecida pelos fiéis, a “Salve Rainha” teve um sucesso enorme, e logo era rezada e cantada por toda parte. Um século mais tarde, ela foi cantada também na catedral de Espira, por ocasião de um encontro de personalidades importantes, entre elas, a do imperador Conrado e a do famoso São Bernardo, conhecido como o “cantor da Virgem Maria”, pelos incendidos louvores que lhe dedicava nos seus sermões e escritos, ele que foi um dos primeiros a chamá-la de “Nossa Senhora”.
    Dizem que foi nesse dia e lugar que, ao concluir o canto da “Salve Rainha”, cujas últimas palavras eram “mostrai-nos Jesus, o bendito fruto do vosso ventre”, no silêncio que se seguiu, ouviu-se a voz potente de São Bernardo que, num arrebato de entusiasmo pela mãe do Senhor, gritou, sozinho, no meio da catedral: “Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria”… E a partir dessa data estas palavras foram incorporadas à “Salve Rainha” original.
    Nos quase mil anos que se passaram desde que Herman Contractus compôs a “Salve Rainha” uma multidão incontável de fiéis tem se identificado como os sentimentos que ela expressa, vivendo desde sua aflição à doce esperança que inspira sempre a amável Mãe do Nosso Salvador.
    Fonte:     http://www.newadvent.org/cathen/07266a.htm; 
     http://www.newadvent.org/cathen/07266a.htm; 

    Por que uma Maria, modelo de Mãe, tem tantos títulos?

    Nossa Senhora é uma só; a Mãe de Jesus, Mãe de Deus humanado; mas o povo católico, e também a Igreja, lhe deu muitos títulos, em vista de sua devoção a ela. É uma forma natural que seus filhos encontraram para homenagear a única Mãe e Senhora, e mostrar-lhe a confiança em sua intercessão materna.
    Ela é a Mãe da Igreja, é Mãe de cada batizado, pois Jesus nos deu aos pés da Cruz, instantes antes de Sua morte: “Mulher, eis ai o teu filho!” (João 19,25-26).
    O Concílio Vat. II disse que: “Assunta aos céus, ela não abandonou esta salvífica função, mas por sua multíplice intercessão continua a granjear-nos os dons da salvação eterna. Por seu maternal amor cuida dos irmãos do seu Filho que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à feliz pátria. Por isto a Bem-aventurada Virgem Maria é invocada na igreja sob os títulos de Advogada, Auxiliadora, Protetora, Medianeira. Isto, porém, se entende de tal modo que nada diminua, nada acrescente à dignidade e eficácia de Cristo, o único Mediador. Com efeito; nenhuma criatura jamais pode ser colocada no mesmo plano com o Verbo Encarnado e Redentor” (LG, nº 62).
    O Papa Paulo VI em sua Exortação Apostólica “Signum Magnum” (nº 1), escreveu: “A Virgem continua agora no céu a exercer a sua função materna, cooperando para o nascimento e o desenvolvimento da vida divina em cada uma das almas dos homens redimidos.”

    Por ser Imaculada (concebida sem pecado), sempre Virgem, Mãe de Deus e Assunta ao céu, o povo católico no mundo todo a homenageia com uma quantidade inumerável de títulos. Alguns ligados aos lugares em que Ela aparece: Aparecida, Guadalupe, Lourdes, Fátima. Outros títulos ligados às devoções: Nossa Senhora da Agonia, do bom Parto, da boa Morte, do Perpétuo Socorro…. Outros títulos ligados à sua glória: Nossa Senhora da Assunção, Imaculada, Rainha dos Anjos, dos Santos, dos Mártires, dos Confessores, Advogada, Medianeira, etc..

    O Ofício da Imaculada e a Ladainha Lauretana, dão-lhe títulos abundantes, baseados na Bíblia: Trono do Grão Salomão, Arca da Aliança, Porta do Céu, Torre de marfim, Refúgio do pecadores, Consoladora dos Aflitos, Auxilio dos Cristãos…
    Na verdade, são incontáveis tantos títulos que a Igreja e o povo de Deus lhe confere, expressando maravilhosamente sua devoção a Ela. Sem dúvida o Coração de Jesus se alegra com isso. Quem não gosta de ver sua mãe exaltada? A cada invocação que o povo lhe dirige, a cada lágrima que se derrama a seus pés, a cada súplica que lhe chega ao Coração, a boa Mãe nos socorre como no caminho do Calvário consolou Jesus.
    Prof. Felipe Aquino

    Cléofas 

    21 de ago. de 2017

    21/08 – São Pio X

    Gostava de autodefinir-se como “um pobre vigário da roça.” Quando alguém o chamava de padre santo ele corrigia: “Não santo, mas Sarto” (Sarto é seu sobrenome). O papa Sarto nasceu a 2 de junho de 1835 em Riese, no Treviso. Foi batizado no dia seguinte com o nome de José Melquior. O pai, empregado da prefeitura, morreu deixando a mulher Margarida Sanson com dez filhinhos para criar Zezinho, o segundo filho, bem que desejou interromper os estudos do seminário para dar uma mão à família. Mas a corajosa mãe o exortou a prosseguir na estrada empreendida. Ordenado sacerdote aos 23 anos, por nove anos foi capelão em Tombolo; por outros nove, pároco em Salzano; por outros nove cônego e diretor espiritual em Treviso; nove anos bispo de Mântua e outros nove anos cardeal-patriarca de Veneza; e foi papa durante onze anos (de 1903 a 1914). Morreu a 20 de agosto de 1914, desgostoso pela guerra que já sacudia a Europa. Desde os tempos da Idade Média não se sentava sobre a cátedra de Pedro um humilde filho de camponês. Seu pontificado foi excepcionalmente fecundo pela organização interna da Igreja. Pouco inclinado às finezas diplomáticas, não cuidou das relações da Igreja com o poder político. Suas atitudes intransigentes criaram atritos com a Rússia, com os Estados Unidos (recusou até a visita de Theodore Roosevelt), com a Alemanha, Portugal e França, da qual repudiou a lei da separação entre Igreja e Estado. O Papa da amabilidade se mostrou particularmente hostil a toda abertura que pudesse parecer aceitação do difundido modernismo também no meio do clero. Sua divisa “Restaurar tudo em Cristo” traduziu-se em atenção vigilante para com a vida interna da Igreja: promoveu a renovação litúrgica, derrubou as barreiras seculares que separavam a Cúria romana da prática pastoral, codificou o direito canônico, favoreceu a instrução religiosa dos meninos com o catecismo permitindo-lhes fazer a comunhão em tenra idade. Dotado de equilíbrio e discrição, de prudência e força, não obstante tivesse uma concepção centralista da Igreja em seu governo, outra coisa não queria senão ser o servo de todos e a sua disponibilidade foi na verdade um fato novo nos palácios vaticanos. O papa veneziano, sorridente e perspicaz, trocava uma palavra com todos sem observar as regras protocolares. Pobre entre os pobres, para ir ao conclave, que o elegeu Papa, teve de tomar dinheiro emprestado para a passagem de trem, que comprou de ida e volta, convencido de que o Espírito Santo não cometeria o erro de sugerir ao sacro colégio que fosse ele o escolhido.


    Cléofas 

    Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

    A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...