19 de ago. de 2017

19/08 – São João Eudes

O século XVII é marcado pelo jansenismo, quietismo, filosofismo; é o século da desconfiança, do esquecimento e do desprezo no que se refere à espiritualidade cristã, mas também é o século de grande renovação da piedade e da devoção realizada por homens como Bérulle, Condren, Olier, Vicente de Paulo, Grignon de Montfort e João Eudes. São João Eudes, nascido em Ri, perto de Argentan, na França, em 1601, é um dos mais zelosos reformadores da vida religiosa de seu tempo. Ingressando na Congregação do Oratório, fundada por Bérulle, e ordenado sacerdote, dedicou-se à pregação entre o povo. Dois anos após estourou a epidemia da peste na Normandia e João foi para lá prestar assistência aos doentes. Não temia o contágio: “Da minha pela até a peste tem medo”, dizia sorrindo. Quando o mal parecia debelado, João contraiu-o, mas superou a crise. Restabelecendo-se, retomou suas missões entre o povo. Era um pregador eficaz e seguido. Alguém contou as missões feitas por ele em todos os recantos da França: foram cento e dez. João Eudes, em 1643, fundou a Congregação de Jesus e Maria (padres eudianos), formada por padres vinculados somente com o voto de obediência. O fim principal da nova congregação era a preparação espiritual dos candidatos ao sacerdócio e a pregação das missões ao povo. Ao lado desta, surgiu a congregação feminina chamada de Refúgio de Nossa Senhora da Caridade, da qual no século XIX derivou a Congregação do Bom Pastor. Nutrido pela espiritualidade de Bérulle, o douto e santo missionário da Normandia colocou em especial relevo o amor afetivo na devoção cristã. São Pio X definiu João Eudes pai, doutor e apóstolo da dulcíssima devoção aos sacratíssimos corações de Jesus e de Maria, fontes daquele amor quente que devia derreter o gélido involucro do temor reverencial propugnado pelo jansenismo. Morto em Caen a 19 de agosto de 1680, com a idade de setenta e nove anos, João Eudes foi canonizado em 1925. A influência deste santo foi grande não só em seu país (renovou a velha Normandia, pobre de vida cristã) mas em todo o mundo cristão.


Cléofas 

18 de ago. de 2017

18/08 – Santa Helena

Nascida em Bitínia, de família plebéia, Helena, que recebeu do filho Constantino o título de Augusta, foi repudiada pelo marido, o tribuno militar Constâncio Cloro, por ordem do imperador Diocleciano. A lei romana de fato não reconhecia o matrimônio celebrado entre um patrício e uma plebéia; por isso Helena era considerada simplesmente uma concubina, e quando Constâncio Cloro teve o título de Augusto, com o colega Galério, teve de abandonar Helena, embora conservando consigo o filho Constantino nascido da união deles em 285. Quando, por ocasião da morte do pai, Constantino foi aclamado Augusto em 306 em York, pelas legiões da Bretanha, Helena pôde voltar ao lado do filho, com o merecido título de Mulher Nobilíssima. Logo depois obteve a mais alta honra que a mulher podia desejar, o título de Augusta, quando o filho derrotando Maxêncio às portas de Roma, tornou-se Imperador. Era o início de uma pacífica obra de reconstrução, que incluía a paz com o cristianismo. Através das suas relações com o cristianismo ele deu de fato a sua monarquia um conteúdo espiritual, tendo atribuído a sua vitória à proteção de Cristo. Que parte tenha tido a mãe Helena nesta conversão de consequências tão grandes não nos é dado saber. Embora o historiador Eusébio, autor de uma vida de Constantino, diga que foi o imperador que conduziu a mãe à fé, muitos acham que tenha sido Helena que converteu o filho; conversão, porém, um tanto tépida, uma vez que aguardou até a hora da morte para receber o batismo, em 337. Ao contrário, Santa Helena mostrou um favor religioso que se traduziu em grandes obras de beneficência e na construção de célebres basílicas nos lugares santos, dos quais foi intrépida exploradora. Não obstante a idade avançada, foi à Palestina para seguir as escavações iniciadas em Jerusalém pelo bispo são Macário, que reencontrou o túmulo de Cristo escavado na rocha e pouco distante a cruz do Senhor e as duas cruzes dos ladrões. A invenção, isto é, o reencontro da cruz, que sucedeu em 326, sob os olhos da piedosíssima mãe do imperador, produziu uma grande emoção em toda a cristandade. Entusiasmada com este primeiro sucesso, procurou e encontrou a gruta do nascimento de Jesus Cristo em Belém e o lugar sobre o monte das Oliveiras, onde Jesus esteve com os discípulos antes de subir ao céu. A estas descobertas seguiu-se a construção de outras tantas basílicas. Uma delas, no monte das Oliveiras, teve o nome de Helena.

Cléofas 

17 de ago. de 2017

Papa tuíta sobre a misericórdia: nela há sempre uma plenitude, diz Dom Zuppi

17/08/2017

Cidade do Vaticano (RV) –  “Que nada vos impeça de viver e crescer na amizade do Pai Celeste e de testemunhar a todos a sua infinita bondade e misericórdia”.
Este é o tweet do Papa Francisco publicado esta quinta-feira em sua conta @Pontifex_, seguida por mais de 35 milhões de followers.
Assim, durante o período de verão europeu, o Pontífice volta a recordar a centralidade da misericórdia na vida do cristão. Sobre esta exortação de Francisco, a Rádio Vaticano conversou com o Arcebispo de Bolonha, Dom Matteo Zuppi:
“A misericórdia chama outra misericórdia, multiplica a misericórdia. Às vezes pensamos na misericórdia como em um preço a ser pago, nos equivocamos! A misericórdia é um amor a ser dado, o amor chama amor, multiplica amor, abre sucessivamente outros interesses, dá maior profundidade àqueles que a viveram. Me parece também muito importante a primeira parte: a amizade com Deus. De fato, nada nos impede isto; não há nada, a desilusão, o ceticismo, que nos impeça de viver a amizade com Deus. Se vivemos a amizade com Deus, entendemos a misericórdia e esta não se torna um sacrifício, mas exatamente o seu contrário: uma alegria”.
RV: Esta insistência do Papa em relação à misericórdia sublinha aquilo que é o coração do Evangelho, a mensagem trazida por Jesus: o perdão, o amor e a misericórdia de Deus...
“Exatamente, mas sempre num sentido positivo, não negativo. Olhar com misericórdia nos faz descobrir os outros, não é preço que se paga pelo qual depois se diz: “Agora está tudo certo”. Algumas vezes se costuma dizer: “Mas eu já fiz o bastante!”. Na realidade, quando se quer, nos damos conta do quanto temos o desejo de fazer ainda mais e se fica contente por aquilo que foi feito, obviamente, porque na misericórdia há sempre uma plenitude, uma saciedade, mas ao mesmo tempo existem também o desejo de que isto cresça, aumente e permaneça”.
(JE/AG)
Rádio Vaticano 

Bem-aventurados os mansos

Entre todas as virtudes, parece que Jesus quis destacar duas: mansidão e humildade.
Ele fez questão de dizer que devemos tomar o seu jugo e receber a sua doutrina “porque eu sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). Na verdade são duas virtudes inseparáveis. Já falamos da humildade, meditemos um pouco sobre a mansidão. Ela está entre as bem-aventuranças: “Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra” (Mt 5,4). O Salmista diz que: “os pobres vão possuir a terra e deitar-se com paz abundante” (Sl 36,11).
O manso possui a paz porque, firme em Deus, nunca se perturba. São Francisco de Sales, que é mestre e modelo da mansidão, diz: “a humilde mansidão é a virtude das virtudes que Deus tanto nos recomendou”. E ensinava uma regra de ouro: “Quando vedes alguma coisa que se pode fazer com amor, fazei-o; o que não se pode fazer sem discussões, deixai-o”.
Ser manso é ser delicado com todos, é ser atencioso, compreensivo, não levantar a voz. Especialmente é preciso ser manso com os pobres, os fracos, os doentes, aqueles que por causa de sua posição de inferioridade na sociedade, são tratados com desprezo e sem atenção.
Muitas vezes somos indelicados, grossos, estúpidos, com os outros, porque não nos colocamos no seu lugar. Somos apressados em julgá-los.
Mansidão não é sinônimo de fraqueza ou de covardia. Ao contrário, é uma virtude divina. Deus, sendo Todo-poderoso é manso.
“Meu espírito é mais doce do que mel” (Eclo. 24,27).

A mansidão está estreitamente ligada com a fortaleza. Só os fortes em Deus podem exercê-la; o seu princípio consiste em “vencer o mal pelo bem”, como disse São Paulo aos romanos:
“Não pagueis a ninguém o mal com o mal. Aplicai-vos a fazer o bem diante de todos os homens” ( Rom 12,17).
E o Apóstolo ensina a deixar a justiça por conta de Deus, e jamais fazê-la com as próprias mãos. “Não vos vingueis uns dos outros caríssimos, mas deixai agir a ira de Deus, porque está escrito: “A mim a vingança; a mim exercer a justiça, diz o Senhor” (Deut 32,35; Rom 12,19)”. “Procedendo assim, diz São Paulo, amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça” (Prov 25,21); o que significa que o coração duro daquele que é mau, se converte para o bem quando lhe pagamos o bem em troca do mal recebido. O próprio São Paulo experimentou isso na sua vida. Ele segurava os mantos daqueles que apedrejavam Santo Estevão, que, recebendo o martírio, como Jesus, orava pelos seus executores. “Senhor, não lhes leves em conta este pecado…” (At 7,60). E Saulo “que havia aprovado a morte de Estêvão”, converteu-se maravilhosamente em seguida, por esses “carvões em brasa” que foram amontoados sobre a sua cabeça pela atitude de Estêvão.
O maior exemplo de mansidão nos foi dado por Jesus. Ele a ensinou e a viveu radicalmente. No Sermão da Montanha ele ensinou:
“Tendes ouvido o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu porém, vos digo: não resistais ao homem mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra” (Mt 6,38s). Essa é a verdadeira mansidão cristã, que não aceita o revide, não aceita pagar o mal com o mal. Não se apaga fogo com gasolina; não se aplaca a violência com mais violência. Só com a resposta não violenta pode-se quebrar a cadeia perniciosa da violência. Jesus levou esse ensinamento a fundo, até ao ponto de ensinar:
“Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem” (Mt 6,43-44). E Jesus acrescenta que essa atitude nos torna “filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e injustos” (45). E afirma que assim seremos perfeitos como o Pai celeste (46). Jesus ensina que na mansidão reside a perfeição cristã. Isto é muito importante para quem deseja trilhar o caminho da santidade.
O mais bonito de tudo é que Jesus viveu essa mansidão perfeitamente. O profeta Isaías, cinco séculos antes, já havia anunciado a mansidão do Cordeiro de Deus:
“Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. Ele não abriu a boca” (Is 53,7). E o profeta acrescenta que assim: “O justo, meu Servo, justificará muitos homens e tomará sobre si suas iniquidade”(11).
Foi pela humildade e mansidão que Jesus nos salvou. Ao sofrer toda a sua paixão silenciosamente, ao ser preso como um marginal, flagelado até ao sangue como um malfeitor, zombado como um farsante, coroado de espinhos como um falso rei, condenado à morte como um criminoso, esbofeteado como um blasfemador, escarrado, pregado na cruz, e tudo mais, com a mansidão de um cordeiro, Ele conquistou os méritos infinitos que nos redimiu de todos os nossos pecados. Quando agimos com a mesma humildade e mansidão do Senhor, conformamos a nossa vida com a dele e completamos na nossa carne o que falta à sua paixão (Col 1,24). Aí, então, somos, de fato, seus discípulos.
Do alto da cruz Jesus pagava o mal com o bem: “Pai, perdoai-lhes, porque eles não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Em consequência dessa atitude do Senhor, já ali, aos pés da cruz, o centurião romano que chefiava a sua crucificação se converte: “Vendo o centurião o que aconteceu, deu glória a Deus e disse: “Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus! ” (Mt 27,54; Lc 23,47)
Muitos se converteram porque foram perdoados e receberam o bem em troca do mal que praticaram. Um exemplo disso foi dado por uma senhora de Lorena-SP. Dª Ana Maria, mostrado no programa de TV, “Fantástico”, no dia 13.04.85. Essa Senhora teve a sua casa invadida por um rapaz, durante a madrugada, e este assassinou dentro de sua casa um dos seus filhos, jovem de 18 anos. Ela não quis vingança contra o assassino e, na própria missa de corpo presente do seu filho assassinado ela declarou o seu perdão ao criminoso. Foi um momento de emoção e lágrimas! O rapaz assassino foi preso, julgado e condenado à prisão na Casa de Detenção em São Paulo. Tão logo Dª Ana Maria soube da prisão do assassino, passou a visitá-lo em São Paulo semanalmente. Pegava o ônibus em Lorena, viajava 200 Km para falar de Deus ao assassino do seu próprio filho. Pouco tempo depois esse jovem revelava, sob lágrimas, ante as câmaras da TV Globo, o arrependimento do seu gesto. E lamentava não ter conhecido Jesus Cristo antes de parar na cadeia.
Esse caso mostra o que São Paulo chama de “amontoar carvões em brasa” sobre a cabeça daquele que vive mal, e mostra a forma cristã de vencer o mal; pelo bem. Assim, e só assim, quebra-se a corrente da violência e a atira-se ao chão.
Foi com a filosofia cristã da “não-violência”, que o Mahatma Ghandi, libertou a Índia do colonialismo inglês. Ghandi era hindu, não cristão, mas conheceu o Evangelho e admirava Jesus Cristo, tendo aprendido a “não-violência” no Sermão da Montanha. Entre outras coisas dizia que: “Existem muitas causas pela qual estou disposto a morrer, mas nenhuma causa pela qual eu esteja disposto a matar”. E mais: “A não-violência é a mais alta qualidade da oração”. E dizia que “o teu inimigo se renderá não quando sua força se esgotar, mas quando o teu coração se negar ao combate”.
Na vida de São Clemente Hofbauer, há um fato que mostra a força do perdão e da mansidão. Certa vez ele entrou numa taverna para pedir uma esmola para as obras que realizava. Um homem, Kalinski, o odiava, e estava presente. São Clemente entra, se dirige à mesa de Kalinski e pede uma esmola. “Como é Kalinski, você não vai fazer nada?” falou alguém. Kalinski pegou o copo de cerveja que bebia, encheu a boca e despejou no rosto de São Clemente. Embora de índole colérica, o santo não se perburba. Puxou o lenço, limpou o rosto e disse ao agressor: “Você já deu o que eu mereço. Agora, dê uma esmola para meus pobres”. A atitude do santo desconcertou Kalinski e os demais do grupo. Na mesma noite Kalinski mandou a São Clemente um saquinho de moedas de ouro e, arrependido e penitente, tornou-se grande amigo e colaborador do santo. É a força da mansidão e do perdão. Isto é amontoar brasas ardentes sobre a cabeça do pecador.
Para praticarmos essa bela virtude é preciso estarmos convencidos de sua beleza, eficácia e poder, pois o mundo nos ensina o contrário: “bateu, levou!” Jesus ensina o oposto: “bateu, dê-lhe a outra face!” É certo, como dois mais dois são quatro, que o agressor ficará desconcertado e envergonhado do seu gesto. Senão na hora, depois, quando esfriar o seu sangue. As brasas do amor foram acumuladas sobre a sua cabeça…
Estou convencido de que esta é a maior prova para o cristão: “pagar o mal com o bem, amar o inimigo, orar pelo que te persegue…”. Não é fácil perdoar e orar pela mulher que levou o seu marido; pelo rapaz que assassinou o filho; pelo ladrão que roubou o seu carro; pelo sujeito que te humilhou em público, etc,etc,etc… Não é fácil ! A natureza reage, esperneia, quer vingar-se, quer o revide, quer beber o sangue do outro… Só pela graça de Deus é possível, pois, como disse Santo Agostinho: “o que é impossível à natureza, é possível à graça”.
Quando olho para Jesus crucificado, a lição mais forte que aprendo é essa: “Eu que sou Deus, morri crucificado, perdoando os meus algozes. Faças o mesmo se queres ser cristão”. Não há mérito maior diante de Deus.
Que o Teu preciosíssimo Sangue caia sobre nós Senhor, e nos conceda essa graça.
A mansidão deve ser vivida em pensamentos, palavras e atos. No trato com as pessoas é preciso ser cordial, bem-humorado, ter o sorriso nos lábios e ser paciente com os defeitos dos outros, principalmente quando esses nos irritam. Se Jesus sofreu tanto, sem perder a calma e a paz, porque não podemos aceitar os pequenos defeitos dos outros?
São Francisco de Sales diz que: “Não há nada que tanto edifique o próximo como a caridosa benignidade nos tratos”. Nunca ele repreendia alguém com agressividade; apenas os advertia dos seus erros com bondade. O seu grande amigo, São Vicente de Paulo, admirava a sua mansidão e aprendeu com ele a ser manso. Dizia também: “Para os superiores, não há melhor meio de se fazer obedecer do que a mansidão”.
É preciso evitarmos o mal hábito que às vezes temos de repreender os outros com aspereza, com raiva e nervosismo, pois isto faz mais mal do que bem a quem queremos corrigir. Muitos pais enganam-se muito neste ponto e corrigem os filhos com agressividade, por palavras e atos. É um mal. São Paulo diz aos pais: “Não exaspereis os vossos filhos. Pelo contrário, criai-vos na educação e na doutrina do Senhor” (Ef 6,4). Não exasperar o filho, é não deixá-lo com raiva de nós, pais. É preciso saber corrigir os filhos, com paciência, bondade e mansidão, na hora oportuna e sem humilhar o filho na frente dos outros, principalmente dos seus amigos. Não devemos também corrigir uma pessoa quando ela estiver irritada, pois ela ficaria ainda mais exasperada, ao invés de fazê-la mudar o seu comportamento. Espere a pessoa se acalmar.
Jesus foi manso e bondoso com os pecadores: Com a samaritana no poço de Jacó, com Zaqueu, com Madalena, com Pedro após negá-lo três vezes, e até com Judas no horto das Oliveiras. “Judas, é com um beijo que me trais? Com um beijo trais o Filho do Homem?” (Lc 22,48). Para Pedro foi um olhar de bondade: “O Senhor voltou-se e olhou para Pedro” (Lc 22,48-61). Esse olhar de bondade de Jesus fez correr as lágrimas de arrependimento dos seus olhos. São Vicente de Paulo ensinava que: “A afabilidade, o amor e a humildade tem uma força maravilhosa para ganhar os corações dos homens e levá-los a abraçar as coisas mais desagradáveis à natureza humana”. E dizia ainda que: “O espírito infernal se serve do rigor de alguns para causar maior dano às almas”.
Diz o livro dos Provérbios que:
“Uma resposta branda aplaca o furor, uma palavra dura excita a cólera” (Pr 15,1). É preciso saber calar quando estamos com o sangue fervendo nas veias. Uma coisa é certa: só dizemos coisas erradas quando estamos inflamados pela paixão. Depois ficamos com vergonha de nossas palavras e atitudes destemperadas. Saber calar na hora do aborrecimento e da irritação é grande sabedoria e mansidão. São Francisco de Sales disse: “Eu nunca me deixei conduzir pela ira sem que logo me tenha arrependido”. Penso que cada um de nós pode fazer suas essas palavras do santo.
É preciso também ser manso consigo mesmo. Não se irritar com as próprias faltas. Santo Afonso de Ligório ensina-nos que: “Irritar-se contra nós mesmos, após uma falta, não é humildade, mas refinada soberba, como se nós não fôssemos fracos e miseráveis criaturas”.
Santa Teresa dizia: “A humildade que irrita não vem de Deus, mas do demônio”.
O grande perigo, de zangar-se contra si mesmo após uma falta, está no fato de deixar a alma perturbada e, nesse estado deixa-se a oração, a comunhão e as demais práticas da piedade, ou então as fazemos mal. Santo Afonso afirma que: “Uma alma perturbada pouco conhece a Deus e aquilo que deve fazer”.
Após uma falta é preciso voltar-se com humildade e confiança para Deus, e dizer como Santa Catarina de Gênova: “Senhor, estas são as ervas daninhas do meu jardim”.

Na Oração de Judite ela diz:
“Os soberbos nunca vos agradaram, mas sempre vos foram aceitas as preces dos mansos e humildes” (Jd 9,16).
Ninguém e nada rouba a paz de quem tem o coração manso e humilde, e é neste sentido que eles “possuirão a terra” (Mt 5,4).
Os santos ao invés de odiarem aqueles que os maltratavam, os amavam ainda mais, e oravam por eles, porque sentiam pena deles. Santa Teresa dizia que: “As pessoas que falam mal de mim, parece que eu as amo com mais amor”.
Uma coisa é certa – afirmam os santos – só possui a mansidão quem cultiva a humildade, e tem pouco conceito de si mesmo. É preciso, por exemplo, saber receber as correções que os outros nos fazem, com mansidão e sem revolta. São Francisco de Sales dizia que isto “é um grande sinal de progresso na perfeição”. É muito difícil encontrar alguém que, ao ser corrigido, não fique se desculpando e se defendendo. É um ótimo exercício de humildade e mansidão calar-se ao ser corrigido por alguém, mesmo tendo-se certa razão. O fato de ficarmos ofendidos quando somos criticados é sinal forte de que precisamos dessa crítica. “Aquele que odeia a correção segue os passos do pecador” (Eclo 21,7).
Retirado do livro: “Sede Santos!…”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

Via: Cléofas 

17/08 – São Jacinto

Batizado com o nome de Jacko, ele nasceu em 1183, na antiga Kramien, hoje Cracóvia, na Polônia. Alguns biógrafos dizem que pertencia à piedosa família Odrovaz, da pequena nobreza local. Desde cedo, aprendeu a bondade e a caridade, despertando, assim, sua vocação religiosa. Antes de ingressar na Ordem dos Predicadores de São Domingos, ele era cônego na sua cidade natal. Foi em Roma que conheceu Domingos de Gusmão, fundador de uma nova Ordem, a dos padres predicadores. Pediu seu ingresso e foi aceito na nova congregação. Depois de um breve noviciado, concluído em Bolonha, provavelmente em 1221, vestiu o hábito dominicano e tomou o nome de frei Jacinto. Na ocasião, foi o próprio São Domingos que o enviou de volta à sua pátria com um companheiro, frei Henrique da Morávia. Assim iniciou sua missão de grande pregador. O trabalho que ele teria de desenvolver na Polônia fora claramente fixado pelo fundador. Jacinto fundou, em Cracóvia, um mosteiro da Ordem de São Domingos. Depois de pregar por toda a diocese, mandou alguns dominicanos missionários para a Prússia, Suécia e Dinamarca, pois esses países pagãos careciam de evangelização. O grande afluxo de religiosos à nova Ordem permitiu, em 1225, por ocasião do capítulo provincial, que se decidisse a fundação de cinco novos mosteiros na Polônia e na Boêmia. Passados três anos, após ter participado do capítulo geral da Ordem em Paris, foi para Kiev, na Rússia, onde desenvolveu mais uma eficiente missão evangelizadora, levando a Ordem dos dominicanos para aquela região. Jacinto foi um incansável pregador da Palavra de Cristo e um dos mais pródigos colaboradores do estabelecimento da nova Ordem naquelas regiões tão distantes de Roma. Foram quarenta anos de intensa vida missionária. No ano dia 15 de agosto 1257, morreu no Mosteiro de Cracóvia, Polônia, consumido pelas fadigas, aos setenta e dois anos de idade. Considerado pelos biógrafos uma das glórias da Ordem Dominicana, foi canonizado em 1524 pelo papa Clemente VII. A festa de São Jacinto, o “apóstolo da Polônia”, era tradicionalmente celebrada um dia depois da sua morte, mas, em razão da veneração da Assunção de Maria, foi transferida para o dia 17 de agosto.

Cléofas

16 de ago. de 2017

Qual a diferença entre anjos e arcanjos?

Veja o que explica um grande santo e doutor da Igreja
A palavra anjo indica o ofício, não a natureza.
É preciso saber que a palavra anjo indica o ofício, não a natureza. Pois estes santos espíritos da pátria celeste são sempre espíritos, mas nem sempre podem ser chamados anjos, porque somente são anjos quando por eles é feito algum anúncio. Aqueles que anunciam fatos menores são ditos anjos; os que levam as maiores notícias, arcanjos. Foi por isto que à Virgem Maria não foi enviado um anjo qualquer, mas o arcanjo Gabriel; para esta missão, era justo que viesse o máximo anjo para anunciar a máxima notícia. Por este motivo também a eles são dados nomes especiais para designar, pelo vocábulo, seu poder na ação. Naquela santa cidade, onde há plenitude da ciência pela visão do Deus onipotente, não precisam de nomes próprios para se distinguirem uns dos outros. Mas quando vêm até nós para cumprir uma missão, trazem também entre nós um nome derivado desta missão. Assim Miguel significa: “Quem como Deus?”; Gabriel, “Força de Deus”; e Rafael, “Deus cura”.

Todas as vezes que se trata de grandes feitos, diz-se que Miguel é enviado, porque pelo próprio nome e ação dá-se a entender que ninguém pode por si mesmo fazer o que Deus quer destacar. Por isto, o antigo inimigo, que por soberba cobiçou ser igual a Deus, dizendo: Subirei ao céu, acima dos astros do céu erguerei meu trono, serei semelhante ao Altíssimo ( cf. Is 14,13-14), no fim do mundo, quando será abandonado às próprias forças para ser destruído no extremo suplício, pelejará com o arcanjo Miguel, como diz João: Houve uma luta com Miguel arcanjo (Ap 12,7).
A Maria é enviado Gabriel, que significa “Força de Deus”. Vinha anunciar aquele que se dignou aparecer humilde para combater as potestades do ar. Portanto devia ser anunciado pela força de Deus o Senhor dos exércitos que vinha poderoso no combate. Rafael, como dissemos, significa “Deus cura”, porque ao tocar nos olhos de Tobias como que num ato de cura, lavou as trevas de sua cegueira. Quem foi enviado a curar, com justiça se chamou “Deus cura”.
Das Homilias sobre os Evangelhos, de São Gregório Magno, papa
(Hom. 34,8-9: PL 76,1250-1251)
(Séc. VI)

Via: Cléofas 

Quaresma de São Miguel Arcanjo

*Pode também ser rezada em qualquer época do ano.
Após a análise de sua vida, faça um altar com a imagem ou foto de São Miguel Arcanjo, colocando velas e flores para enfeitar o altar.


Todos os dias:
* Acender uma Vela abençoada (*cuidado com velas com crianças)
* Oferecer penitências e abstinências (o jejum por exemplo)
* Fazer o sinal da cruz
* Rezar a oração inicial (Pequeno Exorcismo do Papa Leão XIII)
* Rezar a Ladainha de São Miguel Arcanjo
* Fazer o pedido de uma graça a ser alcançada
{ Confessar-se, pelo menos uma vez
{ Ir à Santa Missa, pelo menos uma vez
ORAÇÃO INICIAL Pequeno Exorcismo (Papa Leão XIII)
“São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém”.
Sacratíssimo coração de Jesus, tende piedade de nós.
Sacratíssimo coração de Jesus, tende piedade de nós.
Sacratíssimo coração de Jesus, tende piedade de nós.


Ladainha de São Miguel Arcanjo
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do Mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Trindade Santa, que sois um único Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, Rainha dos Anjos, rogai por nós.
São Miguel, rogai por nós.
São Miguel, cheio da graça de Deus, rogai por nós.
São Miguel, perfeito adorador do Verbo Divino, rogai por nós.
São Miguel, coroado de honra e de glória, rogai por nós.
São Miguel, poderosíssimo Príncipe dos exércitos do Senhor, rogai por nós.
São Miguel, porta-estandarte da Santíssima Trindade, rogai por nós.
São Miguel, guardião do Paraíso, rogai por nós.
São Miguel, guia e consolador do povo israelita, rogai por nós.
São Miguel, esplendor e fortaleza da Igreja militante, rogai por nós.
São Miguel, honra e alegria da Igreja triunfante, rogai por nós.
São Miguel, Luz dos Anjos, rogai por nós.
São Miguel, baluarte dos Cristãos, rogai por nós.
São Miguel, força daqueles que combatem pelo estandarte da Cruz, rogai por nós.
São Miguel, luz e confiança das almas no último momento da vida, rogai por nós.
São Miguel, socorro muito certo, rogai por nós.
São Miguel, nosso auxílio em todas as adversidades, rogai por nós.
São Miguel, arauto da sentença eterna, rogai por nós.
São Miguel, consolador das almas que estão no Purgatório,
vós a quem o Senhor incumbiu de receber as almas que estão no Purgatório, rogai por nós.
São Miguel, nosso Príncipe, rogai por nós.
São Miguel, nosso Advogado, rogai por nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, atendei-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
Rogai por nós, ó glorioso São Miguel, Príncipe da Igreja de Cristo,
para que sejamos dignos de Suas promessas. Amém.
Oração
Senhor Jesus, santificai-nos, por uma bênção sempre nova, e concedei-nos, pela intercessão de São Miguel, esta sabedoria que nos ensina a ajuntar riquezas do Céu e a trocar os bens do tempo pelos da eternidade. Vós que viveis e reinais em todos os séculos dos séculos. Amém.
Rosário de São Miguel Arcanjo
V. Deus, vinde em nosso auxílio.
R. Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Assim como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Primeira saudação: Saudamos o primeiro coro dos Anjos, pedindo pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celeste dos Serafins, para que o Senhor nos torne dignos de sermos abrasados de uma perfeita caridade. Amém.
(um Pai Nosso, três Ave-Marias, Glória ao Pai)
Segunda saudação: Saudamos o segundo coro dos Anjos, pedindo pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celeste dos Querubins para que o Senhor nos conceda a graça de fugirmos do pecado e procurarmos a perfeição cristã. Amém.
(um Pai Nosso, três Ave-Marias, Glória ao Pai)
Terceira saudação: Saudamos o terceiro coro dos Anjos, pedindo pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celeste dos Tronos, para que Deus derrame em nosso coração o espírito de verdadeira e sincera humildade. Amém.
(um Pai Nosso, três Ave-Marias, Glória ao Pai)
Quarta saudação: Saudamos o quarto coro dos Anjos, pedindo pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celestes das Dominações, para que o Senhor nos conceda a graça de dominar nossos sentidos e de nos corrigir das nossas más paixões. Amém.
(um Pai Nosso, três Ave Maria, Glória ao Pai)
Quinta saudação: Saudamos o quinto coro dos Anjos pedindo pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celeste das Potestades, para que o Senhor se digne proteger nossa alma contra as ciladas e as tentações do demônio. Amém.
(um Pai Nosso, três Ave Maria, Gloria ao Pai)
Sexta saudação: Saudamos o sexto coro dos Anjos pedindo pela intercessão de São Miguel e do coro admirável das Virtudes, para que o Senhor não nos deixe cair em tentação, mas nos livre de todo mal. Amém.
(um Pai Nosso, 3 Ave Maria, Glória ao Pai)
Sétima saudação: Saudamos o sétimo coro dos Anjos, pedindo pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro dos Principados, para que o Senhor encha nossa alma do espírito de uma verdadeira e sincera obediência. Amém. (um Pai Nosso, três Ave Maria, Gloria ao Pai)
Oitava saudação: Saudamos o oitavo coro dos Anjos, pedindo pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celeste dos Arcanjos, para que o Senhor nos conceda o dom da perseverança na fé e nas boas obras, a fim de que possamos chegar a possuir a glória eterna do paraíso. Amém.
(um Pai Nosso, três Ave Maria, Glória ao Pai)
Nona saudação: Saudamos o nono coro dos Anjos pedindo pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celeste de todos os Anjos, para que sejamos guardados por eles nesta vida mortal, para sermos conduzidos por eles à glória eterna do céu. Amém.
(um Pai Nosso, três Ave Maria, Glória ao Pai)
Reza-se no final:
Um Pai Nosso em honra de São Miguel.
Um Pai Nosso em honra de São Gabriel.
Um Pai Nosso em honra de São Rafael.
Um Pai Nosso em honra ao nosso Anjo da Guarda.
Antífona:
Gloriosíssimo São Miguel, chefe e príncipe dos exércitos celestes, fiel guardião das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da casa de Deus, nosso admirável guia depois de Cristo. Vós cuja excelência e virtude são eminentíssimas, dignai-Vos livrar-nos de todos os males, nós todos que recorremos a vós com confiança, e fazei, pela vossa incomparável proteção, que adiantemos cada dia mais na fidelidade e perseverança em servir a Deus. Amém.
Rogai por nós, ó bem-aventurado São Miguel, príncipe da Igreja de Cristo,
Para que sejamos dignos de Suas promessas.
Oremos: Deus todo poderoso e eterno, que, por um prodígio de bondade e misericórdia para a salvação dos homens escolhestes para príncipe de Vossa Igreja o gloriosíssimo São Miguel Arcanjo, tornai-nos dignos, nós vo-lo pedimos, de sermos preservados de todos os nossos inimigos, a fim de que na hora de nossa morte nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos seja dado sermos introduzidos por ele na presença da Vossa poderosa e augusta Majestade, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém.
Consagração a São Miguel Arcanjo
Ó Príncipe nobilíssimo dos Anjos, valoroso guerreiro do Altíssimo, zeloso defensor da glória do Senhor, terror dos espíritos rebeldes, amor e delícia de todos os Anjos justos, meu diletíssimo Arcanjo São Miguel, desejando eu fazer parte do número dos vossos devotos e servos, a vós hoje me consagro, me dou e me ofereço e ponho-me a mim próprio, a minha família e tudo o que me pertence, debaixo da vossa poderosíssima proteção.
É pequena a oferta do meu serviço, sendo como sou um miserável pecador, mas vós engrandecereis o afeto do meu coração; recordai-vos que de hoje em diante estou debaixo do vosso sustento e deveis assistir-me em toda a minha vida e obter-me o perdão dos meus muitos e graves pecados, a graça de amar a Deus de todo coração, ao meu querido Salvador Jesus Cristo e a minha Mãe Maria Santíssima. Obtende-me aqueles auxílios que me são necessários para obter a coroa da eterna glória. Defendei-me dos inimigos da alma, especialmente na hora da morte. Vinde, ó príncipe gloriosíssimo, assistir-me na última luta e com vossa arma poderosa lançai para longe, precipitando nos abismos do inferno, aquele anjo quebrador de promessas e soberbo que um dia prostrastes no combate no Céu.
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate para que não pereçamos no supremo juízo. Amém.

O Papa e os índios: a expectativa na Colômbia e no Peru

16/08/2017


Cidade do Vaticano (RV) – Em sua visita ao Peru, em janeiro de 2018, o Papa terá mais uma ocasião de encontro com povos indígenas. Região de biodiversidade, em plena selva amazônica peruana, Puerto Maldonado é a capital de Madre de Dios, departamento que faz fronteira com o Acre.


O encontro na fronteira com o Brasil
Puerto Maldonado é aonde está todo o tema da ecologia e da Amazônia, um símbolo dos povos originais e amazônicos. É aonde o impacto do desmate irrefreável de madeiras nobres, a exploração ilegal de minérios, o contrabando e o tráfico de drogas os ameaça, diariamente.
Villavicencio no programa de setembro
Na Colômbia, onde estará em setembro próximo, Francisco terá já no primeiro dia contato próximo com indígenas: um pequeno grupo de artesãos da comunidade indígena Wayúu está produzindo uma casula especial para ser usada na visita. O povo Wayúu, com cerca de 200 mil índios, é considerado um dos grupos mais numerosos do país.
No Rio, o abraço com o pataxó
A primeira imagem pública do carinho do Papa com os povos indígenas foi logo em sua primeira viagem, quando no Rio de Janeiro, em julho de 2013, o índio pataxó Ubirai subiu no palco do Teatro Municipal e entregou ao Pontífice um cocar feito com penas de garça e arara. O aratacá – como eles o chamam - tem a função de ligar o homem a Deus. Francisco o colocou na cabeça imediatamente.
A partir daí, demonstrações de sua preocupação com a condição das comunidades indígenas em todo o mundo foram tangíveis e consecutivas.
Intenção de oração 
Um ano após a publicação da primeira Encíclica papal sobre a ecologia integral, em julho de 2016, Francisco pediu que nos uníssemos a ele em oração para que os povos indígenas, ameaçados na sua identidade e existência, fossem respeitados.
No México
Ainda em 2016, chegando à região de Chiapas, no México, onde o aguardavam 100 mil índios, fez um duro pronunciamento contra “a dor, o abuso e a desigualdade” sofridos pelos povos indígenas, que somam 11 milhões naquele país. Bergoglio lhes pediu perdão e encorajou os governantes a fazê-lo também por os terem “excluído, menosprezado e expulsado de suas terras”.
Em San Cristóbal de las Casas, celebrou missa em espanhol e nas línguas indígenas. Depois de reconhecer como legítimo o desejo dos povos indígenas de viver em liberdade — “numa terra prometida onde a opressão, o abuso e a degradação não sejam moeda corrente” — afirmou que “muitas vezes, de modo sistemático e estrutural, os povos indígenas foram incompreendidos e excluídos da sociedade. Alguns consideraram inferiores os seus valores, sua cultura e suas tradições. Outros, aturdidos pelo poder, pelo dinheiro e pelas leis de mercado, os despojaram de suas terras ou realizaram ações que as contaminaram. Que tristeza! Que bem faria a todos nós se fizéssemos um exame de consciência e aprendêssemos a dizer: perdão! O mundo de hoje, despojado pela cultura do descarte, precisa disso”.
E acrescentou: “Temos muito a aprender com a relação harmoniosa dos indígenas com a natureza".  
Oxalá ainda haja ainda há tempo para isso...


Rádio Vaticano 

16/08 – Santo Estevão da Hungria

A grande alegria de Deus é ver os Seus projetos realizados na vida de Seus filhos, sendo assim os santos não foram aqueles que não tinham defeitos, mas pessoas pecadoras que se abriram e cooperaram com a obra do Espírito Santo em suas vidas. O santo de hoje, nascido no ano de 979, foi filho do primeiro duque húngaro convertido ao Cristianismo através da pregação de Santo Adalberto, Bispo de Praga. Voik era o seu nome, até ser batizado na adolescência, recebendo o nome de Estevão, o primeiro mártir cristão, tendo sempre como guia e mestre o Bispo de Praga. Santo Estevão casou-se com a piedosa e inteligente Gisela, a qual muito lhe ajudou no governo do povo húngaro, já que precisou unificar muitas tribos dispersas e até mesmo bem usar a ação militar para conter oposições internas e externas. Ele, até entrar no Céu em 1038, não precisou preocupar-se com a evangelização inicial do povo, mas ocupou-se do aprofundamento do seu povo na graça chamada Cristianismo. De todo o coração, alma e espírito, estreitou cada vez mais a comunhão com o Papa e a Igreja de Roma, isto sem esquecer de ajudar na formação de uma hierarquia eclesiástica húngara, assim como na construção de igrejas, mosteiros e na propagação da Sã Doutrina Católica e devoção a Nossa Senhora. Santo Estevão, por ser “o primeiro Rei que consagrou a sua nação a Nossa Senhora”, tem uma estátua na Basílica de Nossa Senhora de Fátima e um vitral na capela do Calvário húngaro.
Santo Estevão da Hungria, rogai por nós!

Cléofas 

15 de ago. de 2017

Papa: Maria nos capacita a atravessar com fé os momentos dolorosos

15/08/2017 



Cidade do Vaticano (RV) -   “Trazendo Jesus, Nossa Senhora traz também a nós uma nova alegria, cheia de significado; nos traz uma nova capacidade de atravessar com fé os momentos mais dolorosos e difíceis”.


Falando aos milhares de fiéis presentes na Praça São Pedro para o Angelus na Solenidade da Assunção, o Papa Francisco recordou que devemos pedir a Maria para nossas famílias e comunidades aquele “dom imenso”, “a graça que é Jesus Cristo”.
A narrativa de Lucas da visita de Maria à sua prima Isabel inspirou a reflexão do Papa, que precede a oração do Angelus.
Francisco recordou que “na casa de Isabel e de seu marido Zacarias, onde antes reinava a tristeza pela falta de filhos, agora existe a alegria de uma criança que chega, uma criança que se tornará o grande João Batista, precursor do Messias”. E completou:
“E quando chega Maria, a alegria transborda e explode nos corações, porque a presença invisível mas real de Jesus preenche tudo com um sentido: a vida, a família, a salvação do povo, tudo!”
“E esta alegria plena – explica o Santo Padre – se expressa com a voz de Maria na oração estupenda” do Magnificat:
“É o canto de louvor a Deus que opera grandes coisas por meio das pessoas humildes, desconhecidas para o mundo, como é a própria Maria, como é o seu esposo José, e como é também o local onde vivem, Nazaré. As grandes coisas que Deus fez com as pessoas humildes! As grandes coisas que o Senhor faz no mundo com os humildes, porque a humildade é como um vazio, que deixa espaço para Deus. O humilde é poderoso, não porque é forte. E esta é a grandeza do humilde, da humildade.”
“Gostaria de perguntar a vocês, e também a mim - completou Francisco. Mas não se responde em voz alta, cada um responde no coração. Como está a minha humildade?”
“O Magnificat – disse o Papa – canta o Deus misericordioso e fiel que cumpre o seu plano de salvação com os pequenos e os pobres, com aqueles que têm fé n’Ele, que confiam na sua palavra como Maria”.
“A vinda de Jesus naquela casa por meio de Maria – sublinhou Francisco – criou não somente um clima de alegria e de comunhão fraterna, mas também um clima de fé que leva à esperança, à oração, ao louvor”:
“Tudo isto nós gostaríamos que acontecesse hoje em nossas casas. Celebrando Maria Santíssima Assunta ao Céu, gostaríamos que ela, mais uma vez, trouxesse a nós, a nossas famílias, às nossas comunidades, o dom imenso, a graça única que devemos sempre pedir por primeiro e acima das outras graças que também estão no coração: a graça que é Jesus Cristo”.
“Trazendo Jesus – acrescentou o Pontífice – Nossa Senhora traz também a nós uma alegria nova, cheia de significado”:
“Nos traz uma nova capacidade de atravessar com fé os momentos mais dolorosos e difíceis; nos traz a capacidade de misericórdia para perdoar-nos, compreender-nos, apoiarmo-nos uns aos outros”.
“Maria – disse o Papa ao concluir sua reflexão – é modelo de virtude e de fé”, “agradeçamos a ela porque sempre nos precede na peregrinação da vida e da fé”, pedindo que “nos proteja e nos sustente”. “Que possamos ter uma fé forte, alegre e misericordiosa, que nos ajude a sermos santos, para nos encontrarmos com ela um dia no Paraíso”. (JE)
Rádio Vaticano 

15/08 – Assunção de Nossa Senhora

Hoje, solenemente, celebramos o fato ocorrido na vida de Maria de Nazaré, proclamado como dogma de fé, ou seja, uma verdade doutrinal, pois tem tudo a ver com o mistério da nossa salvação. Assim definiu pelo Papa Pio XII em 1950 através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial.” Antes, esta celebração, tanto para a Igreja do Oriente como para o Ocidente, chamava-se “Dormição”, porque foi sonho de amor.  mAté que se chegou ao de “Assunção de Nossa Senhora ao Céu”, isto significa que o Senhor reconheceu e recompensou com antecipada glorificação todos oséritos da Mãe, principalmente alcançados em meio às aceitações e oferecimentos das dores. Maria contava com 50 anos quando Jesus subiu ao Céu. Tinha sofrido muito: as dúvidas do seu esposo, o abandono e pobreza de Belém, o desterro do Egito, a perda prematura do Filho, a separação no princípio do ministério público de Jesus, o ódio e perseguição das autoridades, a Paixão, o Calvário, a morte do Filho e, embora tanto sofrimento, São Bernardo e São Francisco de Sales é quem nos aponta o amor pelo Filho que havia partido como motivo de sua morte. É probabilíssima, e hoje bastante comum, a crença de a Santíssima Virgem ter morrido antes que se realizasse a dispersão dos Apóstolos e a perseguição de Herodes Agripa, no ano 42 ou 44. Teria então uns 60 anos de idade. A tradição antiga, tanto escrita como arqueológica, localiza a sua morte no Monte Sião, na mesma casa em que seu Filho celebrara os mistérios da Eucaristia e, em seguida, tinha descido o Espírito Santo sobre os Apóstolos. Esta a fé universal na Igreja desde tempos remotíssimos. A Virgem Maria ressuscitou, como Jesus Cristo, pois sua alma imortal uniu-se ao corpo antes da corrupção tocar naquela carne virginal, que nunca tinha experimentado o pecado. Ressuscitou, mas não ficou na terra e sim imediatamente foi levantada ou tomada pelos anjos e colocada no palácio real da glória. Não subiu ao Céu, como fez Jesus, com a sua própria virtude e poder, mas foi erguida por graça e privilégio, que Deus lhe concedeu como a Virgem antes do parto, no parto e depois do parto, como a Mãe de Deus. Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!


Cléofas 

14 de ago. de 2017

Com tweet sobre entrega ao Senhor, Papa recorda São Maximiliano Kolbe

14/08/2017



Cidade do Vaticano (RV) –  Com o tweet  “O caminho para entregar-se ao Senhor começa todos os dias, desde a manhã”, o Papa Francisco recorda São Maximiliano Kolbe, cuja memória litúrgica é celebrada pela Igreja este 14 de agosto, véspera da Festa da Assunção.
Ao final do Angelus em 14 de agosto de 2016, o Papa assim recordou-se do santo franciscano: “Nos sustente no nosso caminho o exemplo de São Maximiliano Kolbe, mártir da caridade, cuja festa recorre hoje: que ele nos ensine a viver o fogo do amor por Deus e pelo próximo”.
São Maximiliano Kolbe foi morto no Campo de Concentração de Auschwitz em 1941, depois de oferecer a sua vida em troca daquela de um pai de família. Ele foi beatificado pelo Papa Paulo VI em 17 de outubro de 1971 e canonização por São João Paulo II em 10 de outubro de 1982.
“Cavaleiro da Imaculada”. Um homem de alma nobre como a sua, não poderia ter concebido outro título para a sua pequena revista dedicada a Mãe Celeste, que desde pequeno havia aprendido a amar. Maximiliano Kolbe foi um cavalheiro no sentido mais elevado da palavra, até o último respiro.
Cavaleiro na vanguarda
Cavaleiro no criar, sob o nome e a proteção da Imaculada, a sua “Milícia”, em um tempo em que – era 1917 – a Europa era atravessada por exércitos durante I Guerra Mundial.
Maximiliano, de caráter sociável e otimista, entende que para combater a propaganda totalitária que logo depois do pós-guerra começava a se propagar, era necessário o empenho pastoral dos franciscanos - para os quais entrou – seja sustentado por uma maior difusão, pelo uso da tecnologia à disposição, que na época queria dizer jornal e rádio.
Milicianos de Maria
Maximiliano é inteligente, bravo no estudo, mas a tuberculose que o debilita desde jovem, o impede de pregar ou ensinar.
Os Superiores permitem então que ele se dedique à sua “Milícia”, que não deixa de recolher adeptos onde quer que seja conhecida, e também conhecido e estimado é o seu propagador, desde pelos professores até os estudantes, dos agricultores semianalfabetos aos profissionais. E é neste ponto que o religioso polonês implanta sua sala de impressão. Em 1921 sai o primeiro número do “Cavaleiro”.
Do Japão à Índia
Rapidamente tudo cresce. Um outro nobre por título, um conde, doa a ele um terreno, usado para fundar a “Niepokalanow”, a “Cidade de Maria”, enquanto as espartanas cabanas tornam-se construções de material e a velha impressora transforma-se em uma moderna tipografia.
Padre Kolbe fica motivado para levar os “Cavaleiros” da sua Milícia até o Japão e Índia, mas a doença o leva à Polônia precisamente quando o Exército de Hitler está para invadir a Polônia. Os nazistas destroem a publicação e sobretudo perseguem os franciscanos que dão acolhida a 2.500 refugiados, 1.500 deles judeus. Em 17 de fevereiro de 1941, Padre Maximiliano Kolbe é preso e em 28 de maio abrem-se para ele os portões de Auschwitz.
Príncipe entre os horrores
Naquela gaiola dos horrores, o Cavaleiro vive a sua última e mais nobre etapa de sua existência. Perde o nome e se torna um número, o 16670, é submetido à violências e lhe é designado o transporte de cadáveres no forno crematório.
Mas no lugar onde a arte da crueldade é voltada a brutalizar, a grande dignidade do sacerdote e ser humano Padre Maximiliano, desponta como um diamante: “Kolbe era um príncipe entre nós”, contará mais tarde uma sobrevivente.
Somente o amor cria
O final é conhecido. Transferido no final de julho ao Bloco 14, onde os prisioneiros eram envolvidos nas colheitas nos campos, quando um deles consegue escapar, por represália 10 acabam em um bunker, condenados a morrer de fome.
Um dos escolhidos é o jovem sargento polonês, Francisco Gajowniezek, que chora e suplica ao lagherfurher para poupá-lo, porque tem mulher e filhos. A este ponto, o Padre Kolbe pede para descer no bunker em seu lugar, para surpresa dos soldados.
O martírio é lento. Consolados pelo encorajamento e pelas orações recitadas pelo Padre Maximiliano, as vozes vão se esfriando uma após outra, até apagar. Depois de duas semanas, resistem ainda quatro, um deles é o Padre Kolbe.
Os SS decidem injetar nele ácido fênico. Estendendo o braço ao médico que está para matá-lo diz: “Você não entendeu nada da vida. O ódio não serve para nada. Somente o amor cria”.
As suas últimas palavras foram: “Ave Maria”. É 14 de agosto de 1941. O corpo do Cavaleiro é cremado no dia seguinte, Festa da Assunção. (JE/AC)

      Fonte: Rádio Vaticano 

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    A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...