4 de ago. de 2017

10 Ensinamentos de S. João Vianney para a luta contra o mal

O Santo Padre de Ars nasceu na França no ano 1786. Foi um grande pregador, fazia muitas mortificações, foi um homem de oração e caridade. Tinha um dom especial para a confissão. Por isso, vinham pessoas de diferentes lugares para confessar-se com ele e escutar seus santos conselhos. Devido a seu frutífero trabalho pastoral foi nomeado padroeiro dos sacerdotes. Também combateu contra o maligno em várias ocasiões, inclusive em algumas não só espiritualmente.
Em uma delas, enquanto se preparava para celebrar a missa, um homem lhe disse que seu dormitório estava pegando fogo. Qual foi sua resposta? “O Resmungão está furioso. Quando não consegue pegar o pássaro, ele queima a sua gaiola”. Entregou a chave para aqueles que iam ajudar a apagar o fogo. Sabia que Satanás queria impedir a missa e não o permitiu.
Deus premiou sua perseverança diante das provações com um poder extraordinário que lhe permitia expulsar demônios das pessoas possuídas.
Sua confiança em Deus e fé inabalável nos dão várias lições que podem também nos ajudar em nossas lutas do dia-a-dia em nossa caminhada nesta terra. Sim, o mal existe; mas, Deus pode mais… “Quem como Deus?”.

1. Não imagine que exista um lugar na terra onde possamos escapar da luta contra o demônio, se tivermos a graça de Deus, que nunca nos é negada, podemos sempre triunfar.
2. Como o bom soldado não tem medo do combate, assim o bom cristão não deve ter medo da tentação. Todos os soldados são bons no acampamento, mas é no campo de batalha que se vê a diferença entre corajosos e covardes.
3. O demônio tenta somente as almas que querem sair do pecado e aquelas que estão em estado de graça. As outras já lhe pertencem, não precisa tentá-las.
4. Uma santa se queixou a Jesus depois da tentação, perguntando a Ele: “onde você estava, meu Jesus adorável, durante esta horrível tempestade?” Ao que Ele lhe respondeu: “Eu estava bem no meio do seu coração, encantado em vê-la lutar”.
5. Um cristão deve sempre estar pronto para o combate. Como em tempo de guerra, tem sempre sentinelas aqui e ali para ver se o inimigo se aproxima. Da mesma maneira, devemos estar atentos para ver se o inimigo não está nos preparando armadilhas e, se ele está vindo para nos pegar de surpresa…
6. Três coisas são absolutamente necessárias contra a tentação: a oração, para nos esclarecer; os sacramentos, para nos fortalecer; e a vigilância para nos preservar…
7. Com nossos instintos a luta é raramente de igual: ou nossos instintos nos governam ou nós governamos nossos instintos. Como é triste se deixar levar pelos instintos! Um cristão é um nobre; ele deve, como um grande senhor, mandar em seus vassalos.
8. Nosso anjo da guarda está sempre ao nosso lado, com a pena na mão, para escrever nossas vitórias. Precisamos dizer todas as manhãs: “Vamos, minh’alma, trabalhemos para ganhar o céu”.
9. O demônio deixa bem tranquilo os maus cristãos; ninguém se preocupa com eles, mas contra aqueles que fazem o bem ele suscita mil calúnias, mil ofensas.
10. O sinal da cruz é temido pelo demônio porque é pela cruz que escapamos dele. É preciso fazer o sinal da cruz com muito respeito. Começamos pela cabeça: é o principal, a criação, o Pai; depois o coração: o amor, a vida, a redenção, o Filho; por fim, os ombros: a força, o Espírito Santo. Tudo nos lembra a cruz. Nós mesmos somos feitos em forma de cruz.

Cléofas 

04/08 – São João Maria Vianney

Conhecido e amado como o cura D’Ars, um povoado francês, ao norte de Lião onde exerceu o seu ministério sacerdotal, João Maria Vianney (1786-1859) é um daqueles homens aos quais se aplicam as palavras de São Paulo: “Deus escolheu os mais insignificantes para confundir os grandes.” Este camponês de mente rude, nascido em Dardilly, tinha passado pela tempestade revolucionária e pela exaltada epopéia napoleônica sem sequer perceber. Ou melhor, teve de se esconder por um certo período, por haver desertado do exército napoleônico em marcha para a Espanha sem entender a gravidade de seu comportamento, somente porque não conseguia acertar o passo com o seu batalhão. No seminário ainda lhe foi mais difícil acompanhar os seus colegas de estudos pela confusão mental que fazia diante de uma simples página de filosofia ou de teologia, pelo que os seus mestres, desanimados, deixaram até de interrogá-lo. É uma lástima, disse um deles ao Vigário geral, porque é um modelo de piedade. “Um modelo de piedade? – exclamou este. – Então eu o promovo e a graça de Deus fará o resto.” Em 1815 deram-lhe as ordens sagradas, mas sem a autorização para confessar, pois julgavam-no incapaz de guiar as consciências. Quem poderia imaginar que João Vianney se tornaria um dos mais famosos confessores que a história da Igreja conhece? Após um ano de aprendizado em Ecully, sob a direção do abade Balley, a quem atribui-se o mérito de haver percebido naquele bobo “iluminado” os ocultos carismas da santidade, João Maria Vianney foi para Ars como vigário capelão, e depois a ser vigário ou cura. Ars, sobre o planalto de Dombes, tinha apenas duzentos e trinta habitantes, que viviam em casas com tetos de palha. Os únicos centros de divertimentos eram quatro hospedarias com bastante movimentação, contra as quais o jovem cura começou a trovejar do seu púlpito. Tanta severidade poderia afastar aquela gente. Ao contrário, dez anos depois, Ars estava completamente transformada. Tavernas desertas e a igreja povoada. Pois a severidade do vigário jamais estava separada de uma incomensurável bondade e generosidade. Possuía somente a desbotada batina que tinha no corpo. Mas era capaz de privar-se de sapatos e meias na estrada se encontrasse um pobre infeliz, com quem trocava até as calças se as do mendigo estivessem piores que as suas. Morreu aos setenta e três anos, a 4 de agosto de 1859. Antes mesmo que Pio XI o inscrevesse no álbum dos santos em 1925, Ars, já havia se transformada em meta de peregrinações.


Fonte: Cleofas 

3 de ago. de 2017

O que é o Viático?

É a Eucaristia recebida por aqueles que estão para deixar esta vida terrena e se preparam para a passagem à vida eterna. Recebida no momento da passagem deste mundo ao Pai, a Comunhão do Corpo e Sangue de Cristo morto e ressuscitado é semente de vida eterna e potência de ressurreição.


Fonte: cleofas  

03/08 – Santa Lídia

Lídia, primícia do cristianismo da Europa, natural de Tiatira, cidade da Ásia, era pagã mas “temente a Deus”, isto é, uma prosélita da religião hebraica em Filipos na Macedônia, onde o apóstolo Paulo, em companhia de Silas, Timóteo e Lucas, chegou na segunda viagem missionária, entre os anos 50 e 53. Os missionários de Cristo, após terem pisado o solo europeu, aguardaram o sábado para encontrar os correligionários hebreus em um lugar, na margem do rio, onde presumiam que eles pudessem se reunir (na falta de uma sinagoga) para a oração em comum e a leitura de alguma página da Escritura. “No sábado – narra São Lucas nos Atos dos Apóstolos – saímos porta afora, às margens do rio, onde supúnhamos que se fizesse oração. Sentados, dirigimos a palavra às mulheres que se haviam reunido. Uma delas, chamada Lídia, negociante de púrpura, da cidade de Tiatira, adoradora de Deus nos escutava. O Senhor lhe abriu o coração, de sorte que ela aderiu às palavras de Paulo.”  Supõe-se que Lídia fosse abastada e tivesse muito autoridade na família, uma vez que o tecido com que trabalhava era precioso e seu testemunho foi suficiente para que seus familiares pedissem o batismo, aceitando os missionários em casa com hóspedes bem-vindos. Os missionários de Cristo conseguiram assim sua primeira conquista em terra européia: uma mulher, Lídia, protótipo e símbolo de todas as mulheres que trariam entre as paredes de seu lar a chama da fé em Jesus Cristo. A rica comerciante, dócil à graça, havia anteposto os interesses do espírito aos econômicos, abandonando o comércio para recolher-se com outras mulheres na proseuca (lugar de oração), junto às margens do rio Gangas. Lídia, pela alegria trazida à sua alma pela palavras do Apóstolo e pela graça batismal, pediu com doce insistência, ou melhor, obrigou os missionários a aceitarem a sua hospitalidade. Dessa maneira a casa de Lídia tornou-se o primeiro centro comunitário, a primeira igreja na Europa. Para a Igreja de Filipos, talvez também por mérito de Lídia, são Paulo teve palavras de comovente ternura, chamando estes irmãos em Cristo de “caríssimos e desejadíssimos, alegria e coroa”. Embora nos falte informação a respeito do culto de santa Lídia, os sinais da sua santidade são evidentes na sua pronta resposta à graça.

Cléofas 

Família: escola de santidade



Quer ir direto para o céu, sem escalas? Seja família! Jesus é o Filho, Deus é nosso Pai, Maria é nossa Mãe e nós... somos irmãos. Não é por acaso que a linguagem "familiar" está inserida no coração do cristianismo. E também não é por acaso que o Diabo declarou guerra à família desde o princípio. A essência da família está na estrutura fundamental de nossa vida espiritual.
Descubra como sendo mais família aqui na terra você pode garantir que, um dia, será família no céu.

Não é por acaso que a linguagem "familiar" está inserida no coração do cristianismo. E também não é por acaso que o Diabo declarou guerra à família desde o princípio. A essência da família está na estrutura fundamental de nossa vida espiritual.
Antes de qualquer coisa, importa definir o que é a família. Ao observar o mundo animal, percebe-se que a família é um fenômeno tipicamente humano. Só em uma analogia muito remota esse termo poderia ser usado para se referir aos animais. Quando o homem e a mulher se entregam mutuamente, eles firmam uma aliança, estabelecem um vínculo, que tem como finalidade a criação e educação dos filhos e a construção de um bem comum entre eles. Entre os animais, isso não existe. Quando um macho e uma fêmea se cruzam, a sua prole sequer é considerada "família" para eles. Os chamados "papéis familiares" só existem na humanidade: a fidelidade entre os cônjuges, o relacionamento entre pais e filhos e a fraternidade dos irmãos não são compartilhadas pelas outras espécies animais.
Dessa constatação óbvia, os militantes revolucionários deduzem que a família é uma invenção. Sendo um constructo humano, ela poderia muito bem, pois, ser "desconstruída", "desinventada". Acontece que o ser humano, definitivamente, não é como os animais. Ele possui alma. Isso fica evidente quando se olha o seu comportamento em relação à sexualidade. Quando os animais acasalam, eles estão plenamente satisfeitos e não querem repetir outro ato sexual. O homem, ao contrário, é capaz de fazer sexo compulsivamente, até se destruir. A sua insatisfação aponta para algo muito próprio de sua natureza: o mundo espiritual.
Foi olhando para a santificação do homem inteiro – corpo e alma – que Cristo elevou a família à dignidade de sacramento. Após a queda, com o pecado original e a tendência do homem para o pecado e a própria dissolução, o relacionamento familiar começou a correr um risco: o de se tornar um verdadeiro inferno, cercado por ciúmes, violência, estupros, injustiças, ódio, rancor, ressentimentos etc. Por isso, Cristo veio redimir o casamento, transformando-o em um sacramento, isto é, em um sinal visível de um relacionamento invisível com Deus.
Em sua Carta aos Efésios (5, 32), São Paulo refere-se a essa realidade como a um "μυστήριον" (mystérion): "Este mistério é grande – eu digo isto com referência a Cristo e à Igreja". A Vulgata de São Jerônimo, porém, traz a palavra sacramentum. Com esse ensinamento, o Apóstolo queria indicar que marido e mulher são um sinal de algo espiritual. Agora, na família, há um caminho, uma graça que leva os seus membros à santidade.
Mas, o que é a santidade? Não se trata de um moralismo, mas da "perfectae caritatis prosecutionem – consecução da caridade perfeita", como diz o decreto do Concílio Vaticano II sobre a vida consagrada. A caridade descreve uma forma especial de amor: ama-se a Deus, a si mesmo e ao próximo, mas com um único objeto formal, que é Deus. Assim, na família, o caminho de santidade está justamente em amar o outro por causa de Deus. Como diz o Autor Sagrado, "se alguém disser: 'Amo a Deus', mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê" (1 Jo 4, 20). Santo Agostinho também ensina que o amor a Deus é o maior na ordem das coisas, mas na ordem de execução, o primeiro é o amor ao próximo. Quem quer amar a Deus deve, pois, aproximar-se do outro – de sua esposa, de seu marido, de seus filhos, de seus irmãos – como se aproxima do Cristo. Deve abrir a porta de sua casa como se estivesse abrindo a porta do sacrário. Só agindo assim é possível viver o relacionamento conjugal como verdadeiro sacramento.
Trata-se, sim, de algo difícil, mas todos os casais receberam a graça para tanto, quando ministraram entre si o sacramento do Matrimônio. Uma criança que recebeu o Batismo está com o "sacramento amarrado": ela recebeu o presente – foi perdoada de seus pecados, tornou-se filha de Deus –, mas só chega a abri-lo quando realmente se converte, no futuro – e, então, produzem-se os efeitos do sacramento. O mesmo acontece com o esposo e a esposa que se casaram na igreja, mas não estão vivendo o Matrimônio como santificação. Eles já receberam o presente – a graça –, mas ainda não abriram o embrulho.
Como agir, então? De forma bem concreta, é preciso exercitar as virtudes, tanto as teologais – fé, esperança e caridade – quanto as cardeais – prudência, fortaleza, justiça e temperança. Em uma união profunda com Cristo e em um amor intenso pelos seus, então, é possível viver a santidade no Matrimônio.
Esse projeto é também uma proposta extraordinária para a vida da sociedade e também da Igreja. De fato, a família, sendo uma aliança de amor sobrenatural, é a unidade básica que Deus criou para que houvesse a Igreja. Isso permite entender a crise de falta de sacerdotes por que passa a Esposa de Cristo. É próprio de toda família ser fecunda. Se as comunidades diocesanas hoje não conseguem gerar vocações para a vida sacerdotal, é porque as paróquias estão se tornando como que empresas, ao invés de serem famílias.
No Céu, finalmente, todos serão família, junto com Deus, que é "família trinitária". Por isso o demônio odeia tanto a realidade familiar. A dialética hegeliana usada pelos socialistas – a ideia mirabolante de que do choque entre tese e antítese nascerá uma síntese superior – não passa de um eufemismo para propor a guerra, a destruição e a luta de classes. Veja-se, por exemplo, em que estado se encontra a educação no Brasil: os revolucionários agem com a delicadeza de um touro em uma sala de cristais, pisoteando e acabando com tudo. Do divórcio, passa-se à união estável, ao divórcio eletrônico e a muitas outras aberrações. Se a santidade é o progresso no amor, isso nada mais é que o progresso na destruição.
Por isso, ou nós salvamos a família, ou não seremos salvos.

Fonte: https://padrepauloricardo.org

Papa Francisco: religiões devem rezar e trabalhar juntas pela paz

03/08/2017


Cidade do Vaticano (RV) - Todas as religiões devem “rezar e trabalhar juntas pela paz”, buscando reconstruir “a harmonia nas muitas partes do mundo dilaceradas pela guerra” e pelo “terrorismo”. A carta do Papa Francisco ao sumo sacerdote da denominação budista tendai, venerável Koei Morikawa, por ocasião do trigésimo encontro de oração pela paz aberto esta quinta-feira (03/08) no monte Hiei, em Kyoto, no Japão, constitui um verdadeiro apelo a promover “relações justas” e “solidariedade fraterna”.
Como enviado pessoal do Papa, coube ao bispo emérito de Hong Kong, Cardeal John Tong Hon, ler e entregar a missiva. O purpurado é também chefe da delegação da Santa Sé da qual fazem parte o núncio apostólico no Japão, Dom Joseph Chennot, e o secretário e o subsecretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, respectivamente, Dom Miguel Ángel Ayuso Guixot, e Mons. Indunil Janakaratne Kankanamalage.
“Tenho a alegria de enviar cordiais saudações ao senhor e aos distintos representantes das várias tradições religiosas que participam”, escreveu o Pontífice na carta ao líder budista, assegurando, em primeiro lugar, sua “proximidade espiritual” e unindo-se “a todos na oração por um renovado florescimento da concórdia e da harmonia nas muitas partes do globo dilaceradas pela guerra”.
“Este encontro religioso anual contribui de modo significativo para a construção deste espírito de diálogo e de amizade que permite aos seguidores das religiões do mundo trabalhar juntos no abrir novos caminhos para a paz em nossa família humana”, reconhece Francisco.
E justamente a oração “inspira e auxilia nosso compromisso em favor da paz, porque ajuda a tornar mais profundo o nosso respeito recíproco como pessoas, reforça os vínculos de amor entre nós e impulsiona a realizar deliberados esforços para promover relações justas e solidariedade fraterna”, afirma o Pontífice.
Ademais, o Santo Padre observa que “no mundo atual, marcado pela violência, pelo terrorismo e por crescentes ameaças à terra, nossa casa comum, este testemunho de oração e de solicitude partilhada transmite uma mensagem fundamental aos homens e às mulheres de boa vontade”.
Efetivamente, como homens de fé “cremos que a paz duradoura é realmente possível, porque sabemos que nada é impossível se nos dirigimos a Deus na oração”, acrescenta. Trata-se de um conceito que Francisco já havia expresso em 20 de setembro de 2016 em Assis por ocasião do encontro inter-religioso pela paz.
O histórico Dia mundial de oração pela paz, realizado na cidadezinha de Assis – na região italiana da Úmbria – em 27 de outubro de 1986, foi a fonte de inspiração para um grupo de budistas japoneses relançar a ideia de um encontro de oração inter-religioso em sua terra.
O octogenário líder do budismo tendai, o venerável Etai Yamada, ficou particularmente impressionado com o conteúdo do evento de Assis de modo a organizar um ano depois, em agosto de 1987, com aquele mesmo espírito, um encontro de oração no monte Hiei, lugar sagrado para os budistas, convidando os líderes das religiões professadas no país do Sol nascente. A data foi escolhida para recordar a tragédia da bomba atômica lançada em 6 de agosto sobre Hiroshima.
O Papa Francisco conclui a carta renovando a promessa de suas orações e invocando também “a abundância das bênçãos divinas sobre todas as pessoas reunidas no monte Hiei”. (RL/L’Osservatore Romano)
Rádio Vaticano 

2 de ago. de 2017

Papa: ser batizado significa ser chamado a difundir a luz da esperança de Deus

02/08/2017 



Cidade do Vaticano (RV) – “Ser batizado significa ser chamado a difundir a luz da esperança de Deus neste mundo sem esperança”. Ao retomar as Audiências Gerais após a pausa no mês de julho, o Papa Francisco dedicou sua catequese ao "Batismo, como porta da esperança".


Dirigindo-se ao sete mil presentes na Sala Paulo VI, Francisco começou sua reflexão recordando que nos tempos modernos praticamente desapareceu o fascínio pelos antigos ritos do Batismo, assim como alegorias que tinham um grande significado para o homem antigo, como a orientação das Igrejas para o Oriente, “local onde as trevas eram vencidas pela primeira luz da aurora, o que nos remete a Cristo”, "que nos vai trazer do alto a visita do Sol nascente."
Permanece intacta em seu significado no entanto – observou o Papa – “a profissão de fé feita segundo a interrogação batismal, que é própria da celebração de alguns sacramentos”.
Mas, o que quer dizer “ser cristãos?”, pergunta. “Quer dizer olhar para a luz, continuar a fazer a profissão de fé na luz, mesmo quando o mundo é envolvido pela noite e pelas trevas”:
“Nós somos aqueles que acreditam que Deus é Pai: esta é a luz! Acreditamos que Jesus desceu entre nós, caminhou em nossas próprias vidas, tornando-se companheiro especialmente dos mais pobres e frágeis: esta é a luz! Nós acreditamos que o Espírito Santo age incansavelmente para o bem da humanidade e do mundo, e até mesmo as maiores dores da história serão superadas: esta é a esperança que nos desperta todas as manhãs! Acreditamos que cada afeto, cada amizade, cada desejo bom, cada amor, até mesmo aqueles mais momentâneos e negligenciados, um dia encontrarão o seu cumprimento em Deus: esta é a força que nos impulsiona a abraçar com entusiasmo a nossa vida todos os dias!”
O Papa recorda então outro sinal “muito bonito da liturgia batismal, que nos recorda a importância da luz”, que é quando ao final do rito é entregue aos pais da criança - ou ao adulto batizado - uma vela, cuja chama é acesa no Círio Pascal.
O Círio Pascal que na noite de Páscoa entra na igreja completamente escura, para manifestar a Ressurreição de Jesus:
“Daquele Círio – explica Francisco – todos acendem a própria vela e transmitem a chama aos vizinhos: neste sinal existe a lenta propagação da ressurreição de Jesus na vida de todos os cristãos. A vida da Igreja é contaminação de luz”.
O Santo Padre reitera então a importância de sempre recordarmos de nosso Batismo, explicando:
“Nós nascemos duas vezes: a primeira à vida natural, a segunda, graças ao encontro com Cristo, na fonte batismal. Ali somos mortos para a morte, para viver como filhos de Deus neste mundo. Ali nos tornamos humanos como nunca poderíamos ter imaginado. Eis porque todos devemos espalhar a fragrância do Crisma com o qual fomos marcados no dia do nosso Batismo. Em nós vive e opera o Espírito de Jesus, o primogênito de muitos irmãos, de todos aqueles que se opõem a inevitabilidade das trevas e da morte”.
“Que graça – exclama Francisco – quando um cristão torna-se realmente um “cristóforo”,  um “portador de Cristo” no mundo!”, sobretudo “para aqueles que estão atravessando situações de luto, de desespero, de trevas e de ódio”, e isto pode ser percebido por tantos pequenos gestos:
“Da luz que um cristão traz nos olhos, da profunda serenidade que não é afetada mesmo nos dias mais complicados, pelo desejo de recomeçar a querer bem mesmo quando se tenha experimentado muitas decepções”.
“No futuro – pergunta o Papa ao concluir sua reflexão -  quando for escrita a história do nosso dia, o que se dirá de nós? Que fomos capazes de esperança, ou que  colocamos a nossa luz debaixo do alqueire? Se formos fiéis ao nosso Batismo, propagaremos a luz da esperança de Deus e poderemos passar para as gerações futuras razões de vida”.
Ao saudar os peregrinos em língua portuguesa, o Papa Francisco citou, em particular, os membros da Fraternidade dos “Irmãozinhos de Assis” presentes.
“Ser batizados - disse o Papa– significa ser chamado à Santidade. Peçamos a graça de poder viver os nossos compromissos batismais como verdadeiros imitadores de cristo, nossa esperança e nossa paz”. (JE)
Fonte: Rádio Vaticano 

Card. Parolin: exemplo de S. Francisco interpela consciências e comunidades

02/08/2017


Cidade do Vaticano (RV) - “O exemplo do pobrezinho de Assis ainda hoje interpela nossas consciências e nossas comunidades e nos atrai ao Senhor.” Foi o que disse o secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin, presidindo na manhã desta quarta-feira (02/17) na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis – região italiana da Úmbria –, a celebração eucarística por ocasião da Festa do perdão com a qual concluiu o Ano jubilar pelo VIII centenário do Perdão de Assis.


Bem feito pelos santos chega até nós
Levando a cordial saudação e bênção apostólica do Papa Francisco, o purpurado observou que é verdadeiramente motivo de grande alegria “constatar que o bem feito pelos santos se dilata no espaço e no tempo e chega até nós”.
Referindo-se a São Francisco, o secretário de Estado ressaltou que “o ardor com o qual ele amou o Senhor tornou-se compaixão e caridade para com o próximo. Transformou-se em súplica a Deus a fim de que derrame abundantemente a sua misericórdia sobre o seu povo”.
Igreja: favorecer encontro entre Deus e seres humanos
Essa “é a missão fundamental da Igreja”, que é a de “favorecer o encontro entre Deus e os seres humanos, de construir pontos sólidos entre o céu e a terra, de mostrar um caminho de salvação oferecido a todos e não reservado a pequenos grupos de doutos e sapientes”, prosseguiu.
“Um caminho acessível aos pobres e aos últimos. Um caminho amplo e livre de obstáculos que conduz à salvação, embora mediante uma porta estreita como a da Porciúncula”, acrescentou.
Deus se revela fazendo-se “pequeno e frágil”
Segundo o Cardeal Parolin, “na Porciúncula, como na gruta de Belém e na santa casa de Nazaré, a infinita misericórdia divina se manifesta num espaço delimitado. Deus se revela e ao mesmo tempo parece velar-se, coloca-se ao nosso lado, quer-nos levar todos ao Paraíso, mas utiliza canais de humildade escolhendo lugares periféricos e sinais delicados”, fazendo-se “pequeno e frágil”. (RL/Sir)
Rádio Vaticano 

Papa aos jovens brasileiros: não tenham medo de lutar contra a corrupção

01/08/2017


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou, uma carta aos jovens brasileiros no encerramento do projeto Rota 300, que se encerrou dia 29 de julho com uma grande festa no Santuário Nacional de Aparecida (SP). A iniciativa celebrou os 300 anos do encontro da imagem de Aparecida, no Rio Paraíba do Sul (SP).



No texto, Francisco afirma que Maria é um sinal de esperança e que conhece os desafios vividos pelos jovens. Além disso, o papa estimula a juventude a seguir com o espírito missionário.
“Caros amigos, em meio às incertezas e inseguranças de cada dia, em meio à precariedade que as situações de injustiça criam ao redor de vocês, tenham uma certeza, - escreve o Papa -, Maria é um sinal de esperança que lhes animará com um grande impulso missionário. Ela conhece os desafios em que vocês vivem. Com sua atenção e acompanhamento maternos, lhes fará perceber que não estão sozinhos”.
O Santo Padre recordou na sua mensagem a história dos pescadores pobres, que depois de uma pesca sem grandes resultados, no rio Paraíba do Sul, lançaram mais uma vez as suas redes e foram surpreendidos com uma imagem partida de Nossa Senhora, coberta de lama. Primeiro acharam o corpo, logo em seguida a cabeça. “Como comentei aos Bispos brasileiros em 2013, - escreve ainda Francisco -, o fato traz em si um simbolismo muito significativo: aquilo que estava dividido, volta à unidade, como o coração daqueles pescadores, como o próprio Brasil colonial, dividido pela escravidão, que encontra sua unidade na fé que aquela imagem negra de Nossa Senhora inspirava”.
Francisco convida então os jovens a deixarem que seus corações sejam transformados pelo encontro com Nossa Mãe Aparecida. “Que Ela transforme as “redes” da vida de vocês – redes de amigos, redes socias, redes materiais e virtuais -, realidades que tantas vezes se encontram dividas, em algo mais significativo: que se convertam numa comunidade! Comunidades missionárias “em saída”! Comunidades que são luz e fermento de uma sociedade mais justa e fraterna”.
Recordando ainda a sua mensagem à Assembleia do CELAM em 2017, o Pontífice pede aos jovens que “não tenham medo de arriscar-se e comprometer-se na construção de uma nova sociedade, permeando com a força do Evangelho os ambientes sociais, políticos, econômicos e universitários! Não tenham medo de lutar contra a corrupção e não se deixem seduzir por ela! Confiantes no Senhor, cuja presença é fonte de vida em abundância, e sob o manto de Maria, vocês podem redescobrir a criatividade e a força para serem protagonistas de una cultura de aliança e assim gerar novos paradigmas que venham a pautar a vida do Brasil”.
O Santo Padre finaliza a sua mensagem com uma invocação: “Que Nossa Senhora, que em sua juventude soube abraçar com coragem o chamado de Deus em sua vida e sair ao encontro dos mais necessitados, possa ir à frente de vocês, guiando-lhes em todos os seus caminhos!”
Leia a carta na íntegra:
Queridos jovens,
Saúdo afetuosamente a vocês, jovens do Brasil, reunidos em Aparecida para o encerramento do Projeto “Rota 300”, nesse Ano Mariano que comemora os 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora nas águas do Rio Paraíba do Sul.
Para tal ocasião, gostaria de ressaltar um aspecto da Mensagem que lhes escrevi este ano, para a XXXII Jornada Mundial da Juventude a Virgem Maria é um precioso exemplo para a juventude e um auxílio na caminhada pela estrada da vida. Para que vocês possam perceber esta verdade, não são necessárias grandes reflexões; basta contemplar a imagem da Mãe Aparecida, durante a peregrinação que farão ao seu Santuário Nacional. Eu mesmo fiz essa experiência, quando aí estive em 2007, por ocasião da V Conferência do Episcopado Latino-americano e, depois em 2013, durante a JMJ no Rio de Janeiro.
Pude ali descobrir no olhar terno e maternal da Virgem morena e nos olhos da gente simples que a contemplava, o segredo da esperança que move o povo brasileiro a enfrentar com fé e coragem os desafios de cada dia. Pude também contemplar a força revolucionária de uma Mãe carinhosa que move o coração de seus filhos a saírem de si mesmos com grande ímpeto missionário, como aliás vocês fizeram durante a semana missionária, que acabam de concluir no Vale do Paraíba. Parabéns por este testemunho!
Caros amigos, em meio às incertezas e inseguranças de cada dia, em meio à precariedade que as situações de injustiça criam ao redor de vocês, tenham uma certeza: Maria é um sinal de esperança que lhes animará com um grande impulso missionário. Ela conhece os desafios em que vocês vivem. Com sua atenção e acompanhamento maternos, lhes fará perceber que não estão sozinhos. Nesse sentido, vale a pena recordar a história daqueles pescadores pobres, que depois de uma pesca sem grandes resultados, no rio Paraíba do Sul, lançaram mais uma vez as suas redes e foram surpreendidos com uma imagem partida de Nossa Senhora, coberta de lama. Primeiro acharam o corpo, logo em seguida a cabeça. Como comentei aos Bispos brasileiros em 2013, o fato traz em si um simbolismo muito significativo: aquilo que estava dividido, volta à unidade, como o coração daqueles pescadores, como o próprio Brasil colonial, dividido pela escravidão, que encontra sua unidade na fé que aquela imagem negra de Nossa Senhora inspirava (cf. Discurso aos Bispos do Brasil, 27/7/2013). Por isso, convido a que vocês também deixem que seus corações sejam transformados pelo encontro com Nossa Mãe Aparecida. Que Ela transforme as “redes” da vida de vocês – redes de amigos, redes socias, redes materiais e virtuais -, realidades que tantas vezes se encontram dividas, em algo mais significativo: que se convertam numa comunidade! Comunidades missionárias “em saída”! Comunidades que são luz e fermento de uma sociedade mais justa e fraterna.
Assim integrados nas suas comunidades, não tenham medo de arriscar-se e comprometer-se na construção de uma nova sociedade, permeando com a força do Evangelho os ambientes sociais, políticos, econômicos e universitários! Não tenham medo de lutar contra a corrupção e não se deixem seduzir por ela! Confiantes no Senhor, cuja presença é fonte de vida em abundância, e sob o manto de Maria, vocês podem redescobrir a criatividade e a força para serem protagonistas de una cultura de aliança e assim gerar novos paradigmas que venham a pautar a vida do Brasil (cf. Mensagem à Assembleia do CELAM, 8/5/2017).
Possa o Senhor, pela intercessão da Virgem Aparecida, renovar em cada um de vocês a esperança e o espírito missionário. Vocês são a esperança do Brasil e do mundo. E a novidade, da qual vocês são portadores, já começa a construir-se hoje. Que Nossa Senhora, que em sua juventude soube abraçar com coragem o chamado de Deus em sua vida e sair ao encontro dos mais necessitados, possa ir à frente de vocês, guiando-lhes em todos os seus caminhos! E para tal, lhes envio a cada um, extensiva aos seus familiares e amigos, a Bênção Apostólica, pedindo que, por favor, não deixem de rezar também por mim.
[Franciscus PP.]
Rádio Vaticano 

02/08 – Santo Eusébio de Vercelli

Amigo e colaborador de santo Atanásio de Alexandria e de santo Hilário de Poitiers, santo Eusébio foi um dos principais artífices da organização interna e externa da Igreja, então recentemente saída das perseguições. Nascido na Sardenha no começo do século IV, Eusébio, seguindo o exemplo de tantos provincianos abastados e dotados de muita inteligência tinha ido a Roma para completar os estudos e abraçar uma carreira de boa remuneração como a política; ou o direito. Eusébio não era o seu nome de nascimento. Com este nome ele recebeu o batismo em Roma, após sua conversão ao cristianismo. A razão disso é que foi o próprio papa Eusébio quem o batizou e o jovem sardo fez questão de ter esse nome, seguindo o exemplo dos libertos que eles os libertavam da escravidão. De simples leitor da Igreja de Roma, em breve foi ordenado sacerdote e depois em 345, bispo com sede em Vercelli. Nos anos de episcopado ele foi para a cidade piemontesa aquilo que pouco depois haveria de ser para Milão santo Ambrósio: um pastor zeloso, de múltiplas iniciativas, generosamente interessado na vida da Igreja, também além dos limites da sua diocese. Em Vercelli consagrou a primeira catedral, adaptando o antigo templo pagão dedicado à deusa Vesta e introduzindo um novo ritual litúrgico. A intuição mais original, no setor da pastoral, foi a que se refere ao clero diocesano, que reuniu em vida comum nos vários povoados do seu território. Aquela experiência, por ele introduzida pela primeira vez no Ocidente, iria ser retomada doze séculos mais tarde pelos vários reformadores do clero. Nas acirradas batalhas teológicas, ele se alinhou entre os defensores da fé de Nicéia e do seu irredutível paladino, santo Atanásio. Por opor-se ao arianismo, foi exilado pelo imperador Constâncio. O santo bispo foi despachado com algemas até à distante Palestina, onde permaneceu por seis anos fechado numa prisão de Citópolis. Libertado, foi visitar Atanásio, com quem esteve por um breve período. Chegando à sua sede, colaborou com o bispo Hilário de Poitiers para curar as feridas produzidas pela heresia na Igreja do Norte. Eusébio é lembrado na história da literatura cristã antiga pela tradução para o latim dos Comentários aos Salmos, do homônio Eusébio de Cesaréia.

Fonte: Cléofas 

1 de ago. de 2017

De 1º a 2 de agosto: saiba como obter a Indulgência da Porciúncula!




Conheça o Perdão de Assis e não perca esta graça que o próprio São Francisco intercedeu para que fosse dada ao mundo

Os fiéis que visitarem qualquer igreja franciscana, em qualquer lugar do mundo, desde o meio-dia de 1º de agosto até a meia-noite de 2 de agosto poderão obter a assim chamada Indulgência Plenária da Porciúncula.
Mas atenção: não basta, obviamente, fazer a vista. É também necessário cumprir as condições habituais para se ganhar qualquer indulgência plenária: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Santo Padre.

A Porciúncula

Trata-se da pequena igreja que São Francisco de Assis dedicou a Santa Maria dos Anjos. Ela hoje fica dentro da grande Basílica de Assis, construída entre os séculos XVI e XVII.
A igrejinha foi a segunda morada de São Francisco e dos seus primeiros frades. No Domingo de Ramos de 1211, foi lá que São Francisco recebeu a profissão de Santa Clara, dando assim origem à família religiosa das clarissas, de inspiração franciscana. A Porciúncula foi ainda o local em que, na tarde de 3 de outubro de 1226, São Francisco partiu deste mundo para a Casa do Pai.

A indulgência

A Indulgência da Porciúncula foi concedida em 1216, quando São Francisco partiu para a cidade de Perúgia a fim de falar com o Papa Honório III após uma aparição de Jesus e Maria, rodeados por anjos, dentro da Porciúncula.
Durante essa aparição, Francisco tinha pedido a Jesus que concedesse uma indulgência a todas as pessoas que visitassem aquela igreja. Nosso Senhor atendeu ao pedido, mas sob a condição de que o santo fosse até Perúgia e solicitasse do Papa esse favor tão desejado. O Santo Padre o concedeu.
Foi um enorme presente obtido por São Francisco para as almas que ele tanto amava. Antigamente, a obtenção de indulgências era muito difícil para os fiéis, que precisavam partir em peregrinação a lugares distantes como a Terra Santa. Com a Indulgência da Porciúncula, porém, o assim chamado “Perdão de Assis” pode agora ser concedido em todas as igrejas franciscanas do mundo, cumpridas as condições habituais de qualquer indulgência.
Em 1966, por ocasião do 750º aniversário da concessão da Indulgência da Porciúncula, o Papa Paulo VI publicou a carta apostólica Sacrosancta Portiunculae Ecclesia, na qual indica, em referência às peregrinações dos fiéis:
“Queira Deus que a peregrinação transmitida durante séculos à igreja da Porciúncula, que Nosso mesmo predecessor João XXIII empreendeu com ânimo piedoso, não termine, mas, antes, cresça continuamente a multidão de fiéis que ali acorrem ao encontro com Cristo rico em misericórdia e com sua Mãe, que sempre intercede perante Ele”.

Fonte: Aleteia  

Afonso de Ligório, um santo “todo de Maria”

Certo dia, entusiasmado com um livro que lhe liam, Santo Afonso perguntou quem tinha escrito tais maravilhas, tão cheias de piedade e amor a Nossa Senhora. Como resposta, quem o acompanhava leu o título: “As Glórias de Maria, por Afonso Maria de Ligório”.



Santo Afonso de Ligório compreendeu que o caminho que leva à perda da fé começa muitas vezes pela tibieza e frialdade na devoção à Virgem. E, em sentido contrário, o retorno a Jesus começa por um grande amor a Maria. Por isso, difundiu por toda parte a devoção mariana e preparou para os fiéis, e em especial para os sacerdotes, um arsenal de "materiais para a pregação e propagação da devoção a essa Mãe divina". A Igreja sempre entendeu que "um ponto totalmente particular na economia da salvação é a devoção à Virgem, Medianeira das graças e Corredentora, e por isso Mãe, Advogada e Rainha. Na verdade — afirma o Papa João Paulo II —, Afonso sempre foi todo de Maria, desde o começo da sua vida até à morte" [1].
Cada um de nós deve ser também "todo de Maria", tendo-a presente nos seus afazeres ordinários, por pequenos que sejam. E não devemos esquecer-nos nunca, sobretudo se alguma vez tivermos a desgraça de afastar-nos, de que " a Jesus sempre se vai e se 'volta' por Maria" [2]. Ela conduz-nos ao seu Filho rápida e eficazmente.
Santo Afonso morreu muito idoso, e o Senhor permitiu que os últimos anos da sua vida fossem de purificação. Entre as provas pelas quais passou, uma muito dolorosa foi a perda da vista. E o Santo distraía as horas rezando e pedindo que lhe lessem algum livro piedoso. Conta-se que certo dia, entusiasmado com um livro que lhe liam, perguntou quem tinha escrito tais maravilhas, tão cheias de piedade e de amor a Nossa Senhora. Como resposta, quem o acompanhava leu o título: " As Glórias de Maria, por Afonso Maria de Ligório". O venerável ancião cobriu o rosto com as duas mãos, lamentando uma vez mais a perda da memória [3], mas alegrando-se imensamente com aquele testemunho de amor à Santíssima Virgem. Foi um grande consolo que o Senhor lhe concedeu no meio de tantas trevas.
Os conhecimentos teológicos do Santo e a sua experiência pessoal levaram-no à convicção de que a vida espiritual e a sua restauração nas almas devem ser alcançadas — conforme o plano divino que o próprio Deus preestabeleceu e realizou na história da salvação — por meio da mediação de Nossa Senhora, por quem nos veio a Vida e que é o caminho fácil de retorno ao próprio Deus.
Deus quer — afirma o Santo — que todos os bens que procedem dEle nos cheguem por meio da Santíssima Virgem [4]. E cita a conhecida sentença de São Bernardo: "É vontade de Deus que tudo obtenhamos por Maria". Ela é a nossa principal intercessora no Céu, quem consegue tudo aquilo de que necessitamos. Mais ainda: muitas vezes, a Virgem adianta-se às nossas orações, protege-nos, sugere no fundo da alma essas santas inspirações que nos levam a viver mais delicadamente a caridade; anima-nos e dá-nos forças nos momentos de desânimo, vem em nossa defesa quando recorremos a Ela nas tentações... É a nossa grande aliada no apostolado: concretamente, permite que as nossas palavras, tantas vezes ineptas e mal amanhadas, encontrem eco no coração dos nossos amigos. Foi esta a freqüente descoberta de muitos santos: com Maria, chegamos "antes, mais e melhor" às metas sobrenaturais que nos tínhamos proposto.
A função do mediador consiste em unir ou pôr em comunicação os dois extremos entre os quais se encontra. Jesus Cristo é o único e perfeito Mediador entre Deus e os homens (cf. 1Tm 2, 5), porque, sendo verdadeiro Deus e Homem verdadeiro, ofereceu um sacrifício de valor infinito — a sua própria morte — para reconciliar os homens com Deus (cf. S. Th. III, q. 26, a. 2).
Mas isto não impede que os anjos e os santos, e de modo inteiramente singular Nossa Senhora, exerçam essa função. "A missão maternal de Maria a favor dos homens não obscurece nem diminui de maneira nenhuma a mediação única de Cristo, antes mostra a sua eficácia. Porque todo o salutar influxo da Bem-aventurada Virgem a favor dos homens não é exigido por nenhuma necessidade interna, mas resulta do beneplácito divino e flui dos superabundantes méritos de Cristo" [5]. A Virgem, por ser Mãe espiritual dos homens, é chamada especialmente Medianeira, pois apresenta ao Senhor as nossas orações e as nossas obras, e faz-nos alcançar os dons divinos.
Maria corrige muitas das nossas petições que não estão totalmente bem orientadas, a fim de que obtenham o seu fruto. Pela sua condição de Mãe de Deus, faz parte, de um modo peculiar, da Trindade de Deus, e, pela sua condição de Mãe dos homens, tem a missão confiada por Deus de cuidar dos seus filhos que ainda somos peregrinos [6]. Quantas vezes não a teremos encontrado no nosso caminho! Em quantas ocasiões não terá saído ao nosso encontro, oferecendo-nos a sua ajuda e o seu consolo! Onde estaríamos se Ela não nos tivesse tomado pela mão em circunstâncias bem determinadas?
"Por que as súplicas de Maria têm tanta eficácia diante de Deus?", pergunta-se Santo Afonso. E responde: " As orações dos santos são orações de servos, mas as de Maria são orações de Mãe, e daí procedem a sua eficácia e o seu caráter de autoridade; e como Jesus ama imensamente a sua Mãe, Ela não pode pedir sem ser atendida". E, para prová-lo, recorda as bodas de Caná, em que Jesus realizou o seu primeiro milagre por intercessão de Nossa Senhora: "Faltava vinho, com a conseqüente aflição dos esposos. Ninguém pediu à Santíssima Virgem que intercedesse junto do seu Filho pelos consternados esposos. Mas o coração de Maria, que não pode deixar de compadecer-se dos infortunados [...], impeliu-a a encarregar-se pessoalmente do ofício de intercessora e a pedir ao Filho o milagre, apesar de ninguém lho ter pedido". E o Santo conclui: "Se a Senhora agiu assim sem que lho pedissem, o que teria feito se lhe tivessem suplicado?" [7] Como não há de atender às nossas súplicas?
Pedimos hoje a Santo Afonso Maria de Ligório que nos alcance a graça de amarmos Nossa Senhora tanto como Ele a amou enquanto esteve nesta terra, e nos anime a difundir a sua devoção por toda a parte. Aprendamos que, com Ela, alcançamos antes, mais e melhor aquilo que, sozinhos, nunca alcançaríamos: metas apostólicas, defeitos que devemos dominar, intimidade com o seu Filho.

Transcrito e levemente adaptado da obra " Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal,
trecho extraído da página do autor, na Internet.

Referências

  1. Papa São João Paulo II, Carta Apostólica Spiritus Domini, no segundo centenário da morte de Santo Afonso Maria de Ligório, 1.º de agosto de 1987.
  2. São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 495.
  3. P. Ramos, no Prólogo de As Glórias de Maria, Perpétuo Socorro, Madrid, 1941. (Trata-se de uma história bem conhecida, também citada por Fl. Castro, C.Ss.R., na versão brasileira do livro, publicada pela editora Santuário, de Aparecida.)
  4. Cf. Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria, V, 3-4.
  5. Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática Lumen Gentium, n. 60.
  6. Cf. Ibid., n. 62; Papa São João Paulo II, Carta Encíclica Redemptoris Mater, 2 de abril de 1987, n. 40.
  7. Santo Afonso Maria de Ligório, Sermões abreviados, 48.
Fonte: https://padrepauloricardo.org

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