8 de jul. de 2017

08/07 – Beato Eugênio III

O Papa Eugênio III nasceu em Montemagno, numa família cristã, rica e da nobreza italiana. Foi batizado com o nome de Píer Bernardo Paganelli, estudou e recebeu a ordenação sacerdotal na diocese de Pisa, centro cultural próximo da sua cidade natal. Possuía um temperamento reservado, era inteligente, muito ponderado e calmo. Segundo os registros da época, em 1130 ele teve um encontro com o religioso Bernardo de Claraval, fundador da Ordem dos Monges Cistercienses e hoje um santo da Igreja. A afinidade entre ambos foi tão grande que, cinco anos depois, Píer Bernardo ingressou no mosteiro dirigido pelo amigo e vestiu o hábito cisterciense. Através da convivência com Bernardo de Claraval, ele se tornou conhecido, pois foi escolhido para abrir um outro mosteiro da Ordem em Farfa, diocese de Viterbo, sendo consagrado o abade pelo Papa Inocêncio II. Quando esse papa morreu, o abade Píer Bernardo foi eleito sucessor. Isto ocorreu não por acaso, ele era o homem adequado para enfrentar a difícil e delicada situação que persistia na época. Roma estava agitada e às voltas com graves transtornos provocados, especialmente, pelo líder político Arnaldo de Bréscia e outros republicanos que exigiam que fosse eleito um papa que forçasse a entrega do poder político ao seu partido. Muitas casas de bispos e cardeais já tinham sido saqueadas. Por isso os cardeais resolveram escolher o abade Píer Bernardo, justamente porque ele estava fora do colégio cardinalício, portanto isento das pressões dos republicanos. Ele assumiu o pontificado com o nome de papa Eugênio III. Mas teve de fugir de Roma à noite, horas após sua eleição, para ser coroado no mosteiro de Farfa, em Viterbo. Era o dia 18 de fevereiro de 1145. Como a situação da cidade não era segura, o novo papa e seus cardeais decidiram mudar para Viterbo. Quando a população romana foi informada, correu para pedir sua volta. Foi assim, apoiado pelo povo, que o papa Eugênio III retornou para Roma e assumiu o controle da cidade, impondo a paz. Infelizmente, durou pouco. Em 1146, Arnaldo passou a exigir a destruição total de Trívoli. Novamente o papa Eugênio III teve de fugir. Como se recusou a comandar o massacre, ele corria risco de morte. Teve de atravessar os Alpes para ingressar na França, onde permaneceu exilado por três anos. Os conflitos não paravam, o povo estava sempre nas ruas, liderado por Arnaldo, e o papa teve de ser duro com os insubordinados da Igreja que se aproveitavam da situação. Nesse período, convocou quatro concílios para impor disciplina. Também depôs os arcebispos de York e Mainz; promoveu uma séria reforma na Igreja e na Cúria Romana em defesa da ortodoxia nos estudos eclesiásticos. Enviou o cardeal Breakspear, o futuro papa Adriano IV, para divulgá-la na Escandinávia, enquanto ele próprio ainda o fazia percorrendo o norte da Itália. Só retornou a Roma depois de receber ajuda do imperador alemão Frederico Barba-Roxa, contra os republicanos de Arnaldo. Ainda pôde defender a Igreja contra os invasores turcos e iniciar a construção do palácio pontifício. Morreu no dia 8 de julho de 1153, depois de governar a Igreja por oito anos e cinco meses, num período tão complicado e violento da história. O Papa Eugênio III foi beatificado em 1872.


Cléofas 

Papa: "Todos temos diploma de pecador"

07/07/2017

Cidade do Vaticano (RV) – Nesta primeira sexta-feira do mês, o Papa celebrou uma missa para os operários do centro industrial do Vaticano, atendendo a um pedido dos próprios trabalhadores. Antes de iniciar, Francisco fez uma oração pelo pai do funcionário Sandro, falecido alguns dias atrás.
O centro da homilia foi o episódio narrado no Evangelho de Mateus em que se fala dos cobradores de impostos e pecadores:
“Eles eram considerados os piores, porque cobravam, colocavam no bolso uma parte e mandavam o resto do dinheiro aos romanos: vendiam a liberdade da pátria e por isso, eram malvistos, odiados. Eram traidores da pátria. Jesus os viu e os chamou. Escolheu um apóstolo, o pior, Mateus, e o convidou para o almoço. Ele ficou feliz”.
 Depois de citar este trecho, o Papa propôs uma recordação do passado:
“Antes, quando me hospedava na Via della Scrofa, (casa para o clero no centro de Roma, ndr), eu gostava de ir – e agora não posso mais – à Igreja de São Luís dos Franceses para admirar um quadro do Caravaggio, ‘A conversão de Mateus’: ele grudado no dinheiro e Jesus indicando-o com o dedo. Jesus aponta para ele e convida todos os traidores, publicanos, para o almoço. Ao ver isso, os fariseus, que se consideravam ‘justos’, julgavam todos e diziam: “Por que seu mestre come com eles?”. Jesus diz: “Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.
Diploma de pecador
O Papa comentou: “Isto me consola muito, porque penso que Jesus veio para mim porque somos todos pecadores; todos temos este diploma. Cada um de nós sabe bem onde peca mais, onde está a sua fraqueza. Antes de tudo temos que reconhecer isso: nenhum de nós que estamos aqui pode dizer “Não sou pecador”. Os fariseus diziam assim e Jesus os condena. Eram soberbos, vaidosos, se achavam superiores aos outros. Mas somos todos pecadores: é a nossa láurea e também a possibilidade de atrair Jesus a nós. Jesus vem até nós, vem a mim porque sou pecador”.
Para isso Ele veio, para os pecadores, não para os justos. Estes não precisam. Jesus disse: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Aprendei, pois, o que significa: `Quero misericórdia e não sacrifício'. Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores'”.
“Quando leio isso – prosseguiu o Papa – me sinto chamado por Jesus e todos podemos dizer o mesmo: ‘Jesus veio para mim, para cada um de nós’”.
Ele perdoa sempre
Esta é a nossa consolação e nossa confiança: que Ele perdoa sempre, cura nossa alma sempre, sempre. “Sou fraco, tenho recaídas...”: será Jesus a reerguer-te e a curar-te, sempre. Jesus veio para me dar força, para me fazer feliz, para deixar minha consciência tranquila. Não tenhamos medo. Nos momentos piores, quando sentimos o peso por alguma coisa que fizemos, escorregões... Jesus me ama porque sou assim”.
São Jerônimo
Na conclusão, Francisco reevocou uma fase da vida do grande São Jerônimo, que tinha um temperamento difícil e tentava ser mais delicado, porque era um dálmata (nascido na atual Croácia, ndr) e os dálmatas têm índole forte... Conseguiu dominar o seu caráter e oferecia ao Senhor muitas coisas, muito trabalho, e perguntava: “Senhor, o que queres de mim?”. O Senhor respondia: “Ainda não me destes tudo”. E ele: “Mas Senhor, eu dei isso, isso e aquilo...”. “O que falta?”. “Uma coisa: os teus pecados”.
A beleza do coração misericordioso de Jesus
E bonito ouvir isso – concluiu Francisco. “Dá-me teus pecados e tuas fraquezas; eu os curo e tu prossegues”. “Pensemos hoje no coração de Jesus, para que nos faça entender esta beleza do coração misericordioso, que me diz apenas: “Dá-me tuas fraquezas, teus pecados e eu perdoo tudo”. “E que esta alegria seja nossa”.
(CM)
Rádio Vaticano 

Que é transubstanciação?

Seu significado difere dos conceitos que as palavras substância, matéria e acidente têm na Física moderna



A fé católica nos ensina que pelas palavras da Consagração, na Santa Missa, o pão se torna corpo e o vinho se torna sangue de Cristo, Nosso Senhor. Diante dessa ação da Onipotência Divina, mistério de fé, convém propor, brevemente, uma reflexão.
Partimos do ponto básico que é a Palavra de Deus escrita (cf. Mt 26,26-27; Mc 14,22-24; Lc 22,19-20 e 1Cor 11,24-25). Nela, o Senhor nos garante o seguinte: aquilo que fora oferecido sob a espécie de pão é (não representa apenas) seu corpo e sob a espécie de vinho é (não representa apenas) seu sangue.
Ora, a Igreja sempre professou essa verdade de fé, de modo que Santo Agostinho de Hipona († 430) ensinava: “O que vedes, caríssimos, na mesa do Senhor, é pão e vinho; mas esse pão e esse vinho, acrescentando-se-lhes a palavra, tornam-se corpo e sangue de Cristo… Tira a palavra, e tens pão e vinho; acrescenta a palavra, e já tens outra coisa. E essa outra coisa que é? Corpo e Sangue de Cristo. Tira a palavra, e tens pão e vinho; acrescenta a palavra, e tens um sacramento. A isso tudo vós dizeis: ‘Amem’. Dizer ‘Amem’ é subscrever. ‘Amem’ em latim significa: ‘É verdade’” (Sermão 6,3).
Note-se, portanto, que a conversão ou mudança da substância do pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo sempre existiu, a partir da instituição da Eucaristia pelo próprio Senhor Jesus ao cear com seus Apóstolos, conforme as passagens bíblicas citadas. Faltava, porém, uma palavra capaz de expressar, à luz da Filosofia e da Teologia, essa realidade. Esse termo apareceu entre os séculos XI e XII e se tornou comum a partir de então: é o vocábulo transubstanciação.
Com efeito, em 1079, um Concílio Regional em Roma, recolhendo os dados da Tradição, elaborou a seguinte profissão de fé: “Intimamente creio e abertamente confesso que o pão e o vinho colocados sobre o altar, mediante o mistério da oração sagrada e as palavras do nosso Redentor, se convertem substancialmente (substantialiter converti) na verdadeira, própria e vivífica carne e no sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo; e… que depois da consagração, há o verdadeiro corpo de Cristo, o qual nasceu da Virgem, foi oferecido para a salvação do mundo, pendurado a cruz e ora está assentado à direita do Pai;  há também o verdadeiro sangue de Cristo, que jorrou do seu lado… na propriedade da sua natureza e na realidade da sua substância” (DS 700).
Pois bem, no século XIII, o Concílio de Latrão IV (1215) consagrou, em seus documentos, a palavra transubstanciação que foi usada pelos Concílios de Latrão IV (1415-1417), de Florença (1438-1444) e de Trento. Este, em 1551, afirmou que a conversão do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo “foi com muito acerto e propriedade chamada pela Igreja Católica transubstanciação” (DS 1642; cf. DS 1652).
Proposta, portanto, a doutrina da Igreja, resta-nos entender o que, realmente, deseja expressar o termo transubstanciação em linguagem filosófico-teológica (também entendida pelo bem-senso), pois seu significado difere dos conceitos que as palavras substânciamatéria e acidente, alicerces da transubstanciação, têm na Física moderna. É o seguinte: em todo ser há um conjunto de notas acidentais (tamanho, peso, cor, sabor etc.), mas também existe, necessariamente, um substrato permanente e inalterável que dá unidade e coesão a esse ser. Mais: sempre vemos os acidentes, mas não a substância (o que sub está ou o que suporta) de um ser.
Na Consagração, ocorre, pois, a transubstanciação: o pão e o vinho conservam todos os seus acidentes (cor, quantidade, sabor…), mas se transformam, em suas substâncias de pão e de vinho, na substância do corpo humano e no sangue de Jesus Cristo, Nosso Senhor. Como explicar isso? – É um mistério de fé que, embora não seja absurdo, conforme ficou demonstrado, exige uma intervenção de Deus que tudo pode a fim de ser realizado esse grande ato de amor. Antes de sua morte e ressurreição, o Senhor Jesus quis dar-se em comida e bebida para nos salvar.
Sejamos, pois, gratos a Ele, hoje e sempre!

Vanderlei de Lima é eremita na Diocese de Amparo.
VIA: ALETEIA 

7 de jul. de 2017

07/07 – Beata Maria Romeiro Menezes

Beata_Maria_Romero_Meneses_CSanta Maria Romero Meneses nasceu a 13 de janeiro de 1902 em Granada, na Nicarágua e pertencia a uma família católica, cujas raízes eram espanholas. Os pais, Félix e Ana, eram de classe média e tiveram treze filhos. Ela recebeu uma sólida formação religiosa e excelente instrução tradicional. Gostava de estudar música, desenho e pintura, possuindo um raro talento para as artes. Foi transferida para a missão na Costa Rica, em 1931, onde ensinava música, desenho e datilografia. Além disto, incluiu nas suas atividades educativas a catequese ministrada aos jovens da periferia da capital de São José. Passados três anos, Maria Romero deu vida à outra maneira de evangelização, socorria as famílias pobres e marginalizadas, contando para isto com a caridade vinda das famílias mais ricas. Em 1961, ela, sempre sensível ao “grito dos pobres”, iniciou uma série de cursos de qualificação profissional para os jovens carentes e também para os adultos. Esta iniciativa foi apenas a abertura para muitas outras obras, todas direcionadas à população mais sofrida, até finalizar com a fundação das Obras Sociais de Maria Auxiliadora. Com a autorização do Bispo, quatro anos depois, começou uma série de exercícios espirituais destinados às várias categorias: jovens, benfeitores das Obras e mães de família que, com os seus filhos, não raro doentes, alí recebiam a assistência médica gratuita. Contando com a colaboração e a disponibilidade de alguns médicos e enfermeiros de boa vontade, em 1966, fundaram um Hospital de Clínicas Gerais, destinado ao atendimento de toda a comunidade, mas beneficiando especialmente os pobres. Autorizada pelo arcebispo de São José e com a aprovação da sua Superiora, em 1973, mobilizou-se e conseguiu um grande terreno e a construção de um número ainda maior de casas destinadas aos desabrigados das periferias. Atualmente, o local se tornou a cidade de Santa Maria, em homenagem a sua fundadora. Outro dom que Maria Romero possuía era o do conselho, que ela não negava à ninguém. Houve uma comoção muito forte em todo o país, ao ser noticiada sua morte no dia 07 de julho de 1977, ocorrida subitamente quando regressava de um descanso na Nicarágua. O governo da Costa Rica a declarou “cidadã honorária da nação”. O Papa João Paulo II, beatificou Irmã Maria Romero Meneses em 2000. Ela é venerada no dia de seu trânsito e suas relíquias estão sepultadas na Igreja de São José da Costa Rica.

Cléofas 

6 de jul. de 2017

Papa à Scholas: um sonho, quando é partilhado, torna-se utopia de um povo

06/07/2017


Cidade do Vaticano (RV) – Quanta necessidade da “cultura do encontro” tem o mundo de hoje, que às vezes constrói muros, transformando a realidade em um pesadelo ainda pior: “viver como inimigos”.


Assim se expressa o Papa Francisco na vídeo-mensagem em espanhol, apresentada na tarde de quarta-feira na conclusão do encontro “Entre a Universidade e a escola, construindo a paz com a cultura do encontro”, realizado na Universidade Hebraica de Jerusalém, numa promoção da Fundação pontifícia ‘Scholas Ocurrentes’.
“Quero celebrar estes dias vividos aí em Jerusalém, porque vocês mesmos, a partir das vossas diferenças, viveram a unidade”, disse o Papa na mensagem. Ninguém ensinou isto a vocês. Vocês viveram isto. Vocês se esforçaram para se olharem nos olhos, vocês se esforçaram para ter um olhar transparente e isto é imprescindível para que ocorra um encontro.

Experiência concreta
Assim, em suas palavras, Francisco sublinha a importância da experiência concreta: “Na transparência do olhar não existem respostas, há abertura” a “tudo aquilo que eu não sou”, assim, uma vez abertos aos outros, realiza-se o encontro e a este encontro se dá um sentido.
“Todos temos um sentido na vida”, afirma. “Nenhum de nós é um “não”. Todos somos “sim”. Por isto, quando encontramos o sentido, é como se a alma se engrandecesse.
Temos portanto necessidade da festa como expressão humana de uma celebração do sentido, prossegue o Papa na mensagem. “Assim encontramos o sentido mais profundo que se pode ter”: um sentimento que existe entre nós, “para tudo e apesar de tudo”. E “este sentimento é a gratidão”, enfatiza.
Não tirar das crianças e jovens a capacidade de sonhar
As “Scholas, portanto, intuem que se trata de educar e ser livres de preconceitos que levantam barreiras, para poder sonhar e “encontrar novos caminhos”. “Nós adultos” – prossegue – não podemos tirar das crianças e dos jovens “a capacidade de sonhar”, nem de brincar.
Neste contexto, o encontro da Scholas ensinou que é preciso “gerar um contexto de esperança para que aqueles sonhos cresçam e sejam compartilhados”.
“Um sonho, quando é partilhado, torna-se utopia de um povo, a possibilidade de criar um novo modo de viver”, sublinha Francisco.
Educar para a cultura do encontro
“A nossa utopia, aquela de todos nós que, de uma maneira ou outra formamos as Scholas, é criar com esta educação uma cultura do encontro”. Assim, se pode valorizar a diversidade de culturas para alcançar não a uniformidade, mas a harmonia.
“É disto que tem necessidade este mundo tão ‘atomizado’!”, exclama o Papa. “Este mundo que tem medo do diferente, que a partir deste temor às vezes constrói muros que acabam por transformar em realidade o pesadelo pior, ou seja, viver como inimigos”. E como este mundo tem necessidade de sair e encontrar-se!
E o Papa conclui com um agradecimento a todos aqueles que tomaram parte neste encontro em Jerusalém por terem se comprometido em sonhar, em buscar o sentido, em colocar a mente, as mãos e o coração para transformar em realidade a cultura do encontro.
Plantio de oliveira
Este evento, marcado pelo diálogo entre cristianismo, judaísmo e islamismo, foi caracterizado por muitos gestos simbólicos: o último, que concluiu o evento, foi o plantio de uma oliveira como símbolo do encontro entre as religiões.
Este terceiro  congresso “Cattedre Scholas”  reuniu nos dias  2 a 3 de julho 70 jovens israelenses, palestinos e de outros países, ao lado de acadêmicos de 41 universidades.
Presentes, entre outros, o Secretário da Congregação para a Educação católica, Dom Antonio Vincenzo Zai, o Reitor da Universidade Judaica de Jerusalém, Prof. Menahem Bem Sasson e o Presidente Mundial da Scholas Occurrentes, José Maria del Corral.
 (JE/DD)


Fonte: http://br.radiovaticana.va

06/07 – Santa Maria Goretti

santa-maria-goretti (6)Santa Maria Teresa Goretti, ou Marieta, como chamavam familiarmente os seus parentes, não é a única menina que preferiu sucumbir antes que ceder às insídias de um tarado. Quase todos os dias os jornais referem-se a fatos de violências exercidas sobre meninas indefesas. O motivo principal pelo qual a Igreja quis apresentar o exemplo desta menina de doze anos não é só a defesa ao extremo de uma virtude como a pureza, mas toda a sua vida exemplar, a decidida escolha não em razão da honra mas do mandamento divino: “Não, não, Deus não quer; é pecado!”, gritou ao moço de 18 anos, Alexandre Serenelli, que procurava fazer-lhe violência. A família Goreti, originária de Corinaldo, da província de Ancona, obrigada pela necessidade havia emigrado para o inóspio Agro Pontino na localidade Ferrieri di Conca, a dez quilômetros de Netuno, pelos fins do século passado. A família, acostumada aos duros trabalhos dos campos, se arranjou do melhor modo que pôde num casarão abandonado e enquanto o pai e a mãe trabalhavam na lavoura, Maria cuidava dos quatro irmãozinhos mais novos que ela. Perdeu o pai quando tinha apenas dez anos. Morreu por doença. Assim mamãe Assunta, para ganhar o necessário à vida ficava o dia inteiro no trabalho do campo e Maria, que não tinha tido meios de frequentar a escola senão um pouco, logo teve de renunciar totalmente. Cuidava da casa dos irmãos e quando podia corria à longínqua igreja para aprender catecismo. Assim, aos doze anos, num domingo de maio, pôde fazer a primeira comunhão. Era uma menina muito crescida, pela sua idade, e por isso chamou a atenção de Alexandre Serenelli, um irrequieto jovem. Suas provocações foram energicamente desprezadas. Mas Alexandre não desistiu. Uma manhã quando mamãe Assunta partiu para o trabalho, deixando em casa só Marieta com a irmãzinha menor (que mais tarde se fez freira entre as franciscanas missionárias da Imaculada), após mil rejeições da parte da menina, apunhalou-a com vários golpes. Transportada ao hospital de Netuno, morreu no dia seguinte, pronunciando palavras de perdão para o assassino: “Por amor de Jesus perdoo-o e quero que venha comigo para o paraíso.” Era o dia seis de julho de 1902. Condenado aos trabalhos forçados, Alexandre Serenelli obteve perdão por sua boa conduta após 27 anos. Em 1910 ele disse ter tido uma visão da pequena mártir e desde aquele momento sua vida mudou. A mãe e os irmãos puderam assistir em 1950 à solene canonização de Marieta, a jovem que não se deixou contaminar pela doença do pecado.


Fonte: Cléofas 

5 de jul. de 2017

05/07 – Santo Antônio Maria Zacaria

“É próprio dos grandes corações colocar-se ao serviço dos outros sem recompensa, combater não em vista do pagamento.” São as palavras que Antônio Maria, pertencente à rica família dos Zacaria, de origem genovesa, dirigia aos jovens voluntários, que seguindo o seu exemplo, se dedicavam ao apostolado pela promoção da vida cristã nas famílias. Antônio tinha nascido em Cremona em 1502. Sua mãe ficou viúva com 18 anos de idade, rejeitou segundas núpcias só para dedicar-se totalmente à educação do filho. Os bons frutos não tardaram. Um dia, voltando da escola, Antônio estava sem o manto de lã: havia-o colocado nas costas de um pobre que estava tremendo de frio. Nos anos que passou em Pavia como estudante de filosofia e em Pádua, onde se doutorou em medicina, levou uma vida muito austera, longe dos barulhos universitários. Já há muito tempo havia abandonado as roupas de veludo e os ornamentos, próprios da sua turma, para vestir as roupas da gente humilde. Exerceu a profissão de médico para ficar mais perto do povo, curar-lhe as doenças do corpo, gradativamente, para distribuir-lhes os remédios da alma, o conforto, a esperança, a paz com Deus. Em 1528, abandonando os estudos médicos, Antônio foi ordenado sacerdote. Novamente deixou sua mãe sozinha, como nos anos de universidade, e se estabeleceu em Milão, onde, com a colaboração de Tiago Morigia e Bartolomeu Ferrari, fundou a Congregação dos Clérigos regulares de São Paulo, mais conhecidos como Barnabitas, do nome da igreja milanesa de são Barnabé, junto à qual surgiu a primeira casa da congregação. O fim da nova congregação era a promoção da reforma do clero e dos leigos. Ao lado desta, com a colaboração da condessa de Guastalla, Ludovica Torelli, surgiu a congregação feminina das Angélicas, para a reforma dos mosteiros femininos. A palavra reforma era o emblema de 1500. Santo Antônio Maria Zacaria não dava importância às palavras, mas aos fatos. E correu aos remédios, contribuindo com os numerosos santos da época para preparar o Concílio de Trento, que assinalará a consagração da grande reforma católica. Grande promotor da devoção eucarística, instituiu as quarenta horas de adoração ao SS. Sacramento. Morreu com menos de 37 anos, a 5 de julho de 1539, na casa onde tinha nascido e onde tinha voltado quando sentiu que lhe faltavam as forças, durante uma de suas numerosas missões de oração e de pregação que desenvolvia na Itália meridional. Morreu assistido pela corajosa mãe, que havia aceito uma vida de solidão para não pôr obstáculos à vocação do filho.


Cléofas 

4 de jul. de 2017

Papa à FAO: fome não é fatalidade, é consequência humana

03/07/2017



Cidade do Vaticano (RV) – “As guerras, o terrorismo, os deslocamentos forçados não são fruto da fatalidade, mas consequência de decisões concretas”, é o que escreve o Papa Francisco na mensagem enviada aos participantes da 40ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que foi inaugurada esta segunda-feira na sede da instituição, em Roma.



A mensagem foi lida pelo Secretário de Estado, Card. Pietro Parolin. No texto, o Pontífice afirma que a Santa Sé acompanha com muitas atenção a atividade internacional e quer cooperar para uma real erradicação da fome e da desnutrição, e não somente orientar para favorecer um simples progresso ou objetivos teóricos de desenvolvimento.
Pão cotidiano
“Todos estamos conscientes de que não basta a intenção de garantir a todos o pão cotidiano, mas que é necessário reconhecer que todos têm direito a ele e que devem, portanto, beneficiar-se do mesmo. Para Francisco, se os contínuos objetivos propostos permanecem distantes, isso depende da falta de uma cultura da solidariedade e de atividades internacionais que ficam ligadas somente ao pragmatismo das estatísticas.
Quando um país não é capaz de oferecer respostas adequadas à desnutrição devido a seu grau de desenvolvimento, suas condições de pobreza, mudanças climáticas ou insegurança, é necessário que a FAO e as demais instituições intergovernamentais possam ter a capacidade de intervir especificamente para empreender uma adequada ação solidária.
Solidariedade
“A partir da consciência de que os bens que Deus Criador nos entregou são para todos, se requer urgentemente que a solidariedade seja o critério inspirador de qualquer forma de cooperação nas relações internacionais.”
A fome e a desnutrição, reforçou o Papa, não são fenômenos naturais ou estruturais de determinadas áreas geográficas, mas o resultado de uma complexa condição de desenvolvimento, causada pela inércia de muitos ou pelo egoísmo de poucos.
Fatalidade
“As guerras, o terrorismo, os deslocamentos forçados não são fruto da fatalidade, mas consequência de decisões concretas”, escreve ainda Francisco, afirmando se tratar de um mecanismo que castiga principalmente as categorias mais vulneráveis, excluídas não só dos processos produtivos, mas também obrigadas a deixar suas terras em busca de refúgio e esperança de vida. O Papa também lamentou as ajudas cada vez mais reduzidas aos países necessitados. A respeito, o Pontífice anuncia a contribuição da Santa Sé ao Programa da FAO para fornecer sementes às famílias rurais que vivem em áreas onde se somaram os efeitos dos conflitos e das secas. Este gesto se acrescenta ao trabalho que a Igreja leva avante segundo a própria vocação de estar ao lado dos pobres da terra.
Objetivo inadiável
Por fim, Francisco cita a Agenda para o desenvolvimento 2030, em que se reitera o conceito de segurança alimentar como objetivo não adiável. “Mas somente um esforço de autêntica solidariedade será capaz de eliminar o número de pessoas desnutridas e sem o necessário para viver. Trata-se de um desafio ao qual a Igreja se sente engajada na primeira linha”, escreve ainda o Papa, fazendo votos de que as sessões da Conferência possam dar um novo impulso à atividade da Organização.
Papa na FAO em 16 de outubro
Ao concluir a leitura da mensagem de Francisco, o Cardeal Parolin anuncia que o Papa visitará novamente a sede da FAO em 16 de outubro, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, que este ano propõe a refletir sobre o tema “Mudar o futuro da migração”. O Pontífice visitará a sede da FAO a convite do Diretor-Geral, José Graziano da Silva.
Reunião bienal
A 40ª Assembleia Geral da Fao será realizada de 3 a 8 de julho. Trata-se do máximo órgão de governo da instituição e se realiza a cada dois anos.
A finalidade é reunir os Estados-membros para examinar e votar o Programa de trabalho proposto pelo Diretor-Geral (que desde 2011 é o brasileiro Graziano) e debater questões alimentares e agrícolas.
Um dos pontos mais salientes da 40ª Conferência é como passar do compromisso à ação com para alcançar a Fome Zero. Este ano participam do evento mil participantes, incluindo 70 ministros, 15 vice-ministros e um Presidente.

O Papa Francisco visitou a sede da FAO em 2014. Já em 2016, o Pontífice visitou o Programa Alimentar Mundial (PAM), com sede também em Roma.

Rádio Vaticana 

04/07 – Santa Isabel de Portugal

Filha de D. Pedro III de Aragão, Isabel (1270-1336), com a idade de doze anos casou com D. Dines, rei de Portugal. Essa menina loura,de aspecto frágil e “doce fala”, casada em terra estranha com um marido que lhe era continuamente infiel, demonstrou uma profundidade cristã e elevação de alma que a colocam entre as grandes mulheres da Idade Média. Tinha vinte anos quando nasceu Dom Afonso IV, sua cruz e o grande amor da sua vida. Talvez por presenciar os sofrimento da mãe, quase abandonada pelo marido (ela, apesar de ferida no seu íntimo, chegou a criar os filhos ilegítimos do rei), o infante cresceu 
com ódio do pai, a quem tratava como “um estranho”. A inimizade atingiu os limite da guerra. O reino todo estava dividido. Isabel desenvolveu durante longos anos, o papel de mediadora. Viajava de um lado ao outro, intercedia, admoestava. O rei chegou a desterrá-la por sua franqueza em explicar “o direito e a verdade”. Não se conserva senão uma parte muito pequena de sua correspondência. Numa carta ao rei escrevia: “não permitais que se derrame sangue de vossa geração que esteve nas minhas entranhas.


Fazei que vossas armas parem, caso contrário vereis como morro logo. Se não o fazeis, irei prostrar-me diante de vós e do infante, como loba no parto se alguém se aproxima dos filhotes recém-nascidos. E os besteiros hão de ferir o corpo antes que vos toquem a vós e ao infante. Por toda santa Maria e pelo abençoado São Dionísio vos peço que me respondas logo, para que Deus vos guie”. Morto o rei, dedicou-se totalmente a fazer caridade. Tomou o hábito de Santa Clara, mas não emitiu votos para poder fazer de sua riqueza uma fonte de ação social caritativa: “não havia desamparados nem presos que de sua esmola não recebessem parte”; criava órfãos e filhos de pais humildes, casava noivas sem dotes; lavava os pés do mendigos e beijava o dos leprosos, tal como a representou Murilo.

Cléofas 

3 de jul. de 2017

Como fazer do Pai Nosso uma arma espiritual?

Se nem todos podem realizar um ritual de exorcismo como o dos filmes, todos os cristãos podem, sem exceção, rezar a Oração do Senhor. E isso não é pouca coisa.

Por Pe. Dwight Longenecker | Tradução: Equipe CNP — Certa vez, durante uma palestra conduzida por um importante autor e psiquiatra cristão, três mulheres entusiasmadas lhe contaram que havia uma seita de bruxas em sua cidade e elas queriam saber o que fazer para acabar com isso.
O médico era uma pessoa de renome e, ao mesmo tempo, de grande espiritualidade. Ele disse com calma: "Pela minha experiência, na maioria dos casos, tudo o que é necessário para livrar um lugar do mal é reunir um grupo de cristãos fiéis e rezar em silêncio, repetindo todos juntos a oração do Pai Nosso e concentrando-se na frase 'Livrai-nos do mal'." Ele sorriu e deu sequência à sua fala. "Isso geralmente funciona. Alguém tem mais alguma pergunta?"
Acredito que as senhoras ficaram um pouco desapontadas. Talvez elas quisessem fazer um exorcismo dramático cheio de cabeças girando, levitações, água benta e sinais extraordinários. É verdade que, não raramente, muitas situações exigem um exorcismo. Nesses casos, só um exorcista treinado pode realizar o ritual adequado, contando com a autorização do bispo local.
Todos os cristãos batizados e confirmados, porém, são chamados a ser soldados na batalha espiritual, e um uso consciente da Oração do Senhor pode ser um instrumento bem prático e concreto para derrotar o demônio e libertar um lugar ou uma pessoa da influência maligna.
Às vezes nós nos esquecemos que uma dimensão importante do ministério do Senhor era a Sua batalha contra Satanás. Imediatamente depois de ser batizado, Jesus é enviado ao deserto para confrontar o pai da mentira. Logo depois, vemo-Lo expulsando demônios; curando os doentes do corpo, da mente e do espírito; e, finalmente, através de Sua paixão e ressurreição, esmagando de uma vez por todas a antiga serpente.

Nesse ínterim, Ele também nos dá o Pai Nosso como uma arma na guerra, deixando nessa oração três expressões intimamente relacionadas à batalha que nós devemos travar com a Sua ajuda.
A primeira dessas expressões é o pedido "Perdoai-nos as nossas ofensas". Antes de qualquer coisa, nós pedimos perdão por nossos pecados, e isso está ligado com a ação de perdoarmos os outros. Quando dizemos, "assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido", nós estamos agindo como canais do perdão de Deus, que flui através de nós em direção ao próximo.
O primeiro passo consiste, pois, em rezar o Pai Nosso bem devagar, com uma ênfase nessas duas frases. Quando fazemos isso depois de um bom exame de consciência, a Oração do Senhor se converte em um poderoso ato de contrição. Santo Tomás de Aquino ensina, por exemplo, que os nossos pecados veniais podem realmente ser perdoados no Pai Nosso, se a nossa oração incluir "um movimento de detestação dos pecados". É claro que, se a nossa consciência nos acusa de um pecado mortal, o nosso ato de contrição não basta, e devemos recorrer ao sacramento da Reconciliação.
Ao rezar uma segunda vez a Oração do Senhor, focamo-nos no pedido "Não nos deixeis cair em tentação", pedindo, desta vez, que não sejamos enganados pelas vozes que pretendem nos levar ao pecado. Por "tentação", nós não falamos simplesmente da atração que temos para o pecado, referimo-nos também à tentação ativa que o demônio coloca diante de nós. Em outras palavras, "Senhor, defendei-nos dos ataques do mal" ou "Mantende-nos a salvo das contínuas armadilhas do mal. Dirigi-nos para perto da luz e para longe da escuridão".
Essa segunda vez rezando está claramente ligada à terceira, quando damos ênfase à última petição, "Livrai-nos do mal". Essa é a petição final e mais poderosa de libertação, porque, afinal, é nisso que consiste uma oração "de cura e libertação": livrar uma pessoa da escravidão do mal. É muito simplista imaginar que a escravidão ao demônio só se dê sob a forma da possessão diabólica. Muitas pessoas sofrem como escravas do mal: algumas estão presas a vícios, comportamentos sexuais obsessivos ou outros pecados particulares; outras são escravas das drogas, de maus relacionamentos; e outras ainda são escravas de sua auto-estima negativa, de hábitos destrutivos, de depressão, do medo e da ansiedade. Em todas essas dificuldades pode haver uma dimensão espiritual. Maus espíritos podem agir sobre uma pessoa prejudicando a saúde do seu corpo e do seu espírito.
De maneira bem prática e serena, então, podemos lutar contra o mal por meio de um uso consciente e intencional da Oração do Senhor: (1) para recebermos e darmos perdão, (2) para não cairmos em tentação e (3) para sermos libertos dos poderes malignos que nos acorrentam.
Finalmente, o Pai Nosso pode ser usado ainda não só para nós mesmos, mas como uma intercessão pelos outros. É inclusive um ato de misericórdia rezar pelo próximo que está escravizado pelo pecado, pedindo ao Senhor que o liberte.
Essa oração nos une com a oração de Jesus. Foi assim que Ele rezou e era isso o que Ele pedia. Acredito que esse aspecto do Pater Noster seja o mais importante e, no entanto, é o mais negligenciado de todos. Quando essa oração é rezada com simplicidade, serenidade e reflexão, nós unimos as nossas orações às de Cristo e a nossa vontade à d'Ele pela salvação do mundo e pela libertação das almas.
Fonte: Pantheos | Tradução e adaptação: Equipe Christo Nihil Praeponere


Fonte: https://padrepauloricardo.org/blog

O Papa no Angelus: não a um coração duplo, ser embaixadores de Jesus

02/07/2017


Antes da oração mariana do Angelus, e dirigindo aos milhares de fiéis e peregrinos vindos da Itália e do mundo, Francisco comentou a liturgia deste domingo nos apresenta, disse, as últimas linhas do discurso missionário no capítulo 10 do Evangelho de Mateus. Nele Jesus dá instruções aos Doze Apóstolos, quando pela primeira vez os envia em missão nas aldeias da Galileia e da Judeia, sublinhando em particular dois aspectos essenciais para a vida do discípulo missionário, disse Francisco:
“O primeiro, que a sua ligação com Jesus é mais forte do que qualquer outro vínculo; o segundo, que o missionário não carrega a si mesmo, mas Jesus, e através d’Ele o amor do Pai celeste. Estes dois aspectos estão relacionadas, porque quanto mais Jesus estiver no centro do coração e da vida do discípulo, tanto mais este discípulo será "transparente" à sua presença”.
"Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim ...", diz Jesus no Evangelho. O afecto de um pai, a ternura de uma mãe, a doce amizade entre irmãos e irmãs, explicou o Pontífice, tudo isso, embora seja muito bom e legítimo, não pode ser preferido a Cristo:
“Não porque Ele quer sejamos sem coração e ingratos, muito pelo contrário, mas porque a condição do discipulado exige uma relação prioritária com o Mestre. Poderíamos quase parafrasear o Livro do Génesis: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá a Jesus Cristo e os dois serão uma só coisa”.
Quem se deixa atrair neste vínculo de amor e de vida com o Senhor Jesus, prosseguiu o Papa, se torna um seu representante, um seu "embaixador", sobretudo com a maneira de ser, de viver. A tal ponto que o próprio Jesus, enviando os discípulos em missão, lhes diz: "Quem vos recebe é a mim que recebe, e quem me recebe, recebe aquele que me enviou", disse ainda Francisco sublinhando que é necessário que as pessoas percebam que para aquele discípulo Jesus é verdadeiramente "o Senhor", é verdadeiramente o centro, é toda a sua vida:
“Não importa se depois, como qualquer pessoa humana, ele tem as suas limitações e até mesmo os seus erros - desde que tenha a humildade de reconhecê-los -; o importante é que não tenha o coração duplo, mas simples, unido; que não tenha o pé em dois sapatos, mas seja honesto consigo mesmo e com os outros”.
E o Papa falou da experiência dos sacerdotes quando fazem experiência do acolhimento dos fiéis, daquele "copo de água fresca" dado com fé afectuosa, que os ajuda a serem bons sacerdotes, reconhecendo uma natural reciprocidade também na missão:
“Se tu deixares tudo por Jesus, a gente reconhece em ti o Senhor; mas, ao mesmo tempo, te ajuda a te converteres cada dia a Ele, a te renovares e purificares dos compromissos e a vencer as tentações. Quanto mais um sacerdote é próximo ao povo de Deus tanto mais se sentirá próximo a Jesus; e quanto mais um sacerdote é próximo a Jesus tanto mais ele se sentirá próximo ao povo de Deus”.
A Virgem Maria experimentou em primeira pessoa o que significa amar Jesus destacando-se de si, dando um novo significado aos laços familiares, a partir da fé n’Ele, disse Francisco a concluir. Com a sua materna intercessão, que ela nos ajude a sermos livres e alegres missionários do Evangelho.
Após o Angelus Francisco rezou pelas vítimas de manifestações em Venezuela fazendo apelo pelo fim da violência:
“No dia 5 de julho é a festa da Independência da Venezuela. Asseguro a minha oração por esta querida Nação e exprimo a minha proximidade às famílias que perderam os seus filhos nas manifestações. Faço apelo para o fim da violência e para que se encontre uma solução pacífica e democrática para a crise. Nossa Senhora de Coromoto interceda por Venezuela! E todos nós, rezemos à Virgem de Coromoto pelo Venezuela. Ave Maria …”
Em seguida o Papa dirigiu uma saudação a todos, romanos e peregrinos, e em particular  saudou os fiéis irlandeses de Belfast e os jovens de Schattdorf (Suíça) que receberam recentemente o Sacramento da Confirmação.
E por último o Santo Padre saudou  os vários grupos paroquiais e associações, bem como os participantes na peregrinação de motocicletas de Cardito (Nápoles).
E a  todos o Papa desejou um bom domingo pedindo, por favor, para que não esqueçamos de rezar por ele. (BS)
Rádio Vaticano 

03/07 – Santo Leão II

santo-leao-iiO Papa Leão II era filho de um médico chamado Paulo e nasceu na Sicília. Os outros poucos dados que temos sobre ele foram extraídos do seu curto período frente ao governo da Igreja de Roma, quase onze meses. Em 681, ele já estava em Roma onde exercia a função de esmoler-mor da Igreja. Era um homem extremamente culto, eloquente, professor de ciências, profundo conhecedor de literatura eclesiástica. Além de falar fluentemente o grego e o latim, era especialista em canto e salmodia. Por tudo isto os historiadores entendem que ele deve ter sido um mestre em alguma escola teológica cristã, do seu tempo e região. Foi eleito dias após a morte do Papa Ágato. Mas, o centro do império, em Constantinopla, opunha-se à sua posse, por não ter tido tempo suficiente para influenciar na escolha do sucessor ao pontificado como seria mais conveniente aos interesses dos Bispos do Oriente. Então, num verdadeiro ato de chantagem, o imperador exigiu uma compensação financeira. Um ano demoraram as negociações entre Roma e Constantinopla, até que o imperador desistiu da absurda exigência e o Papa Leão II pode assumir o governo da Santa Sé, sendo consagrado em 17 de agosto de 682. Sua primeira providência foi confirmar o VI Concílio Ecumênico.
Enalteceu de maneira mais didática os argumentos do seu antecessor, aliviando a tensão que se formara com os Bispos do Oriental. Depois, instituiu a aspersão da água benta nos ritos litúrgicos e sobre o povo. Também conseguiu que a escolha do Bispo de Ravena ficasse sujeita à determinação de Roma e não por indicação política, como ocorria na época. E ainda valer sua autoridade diante do abuso do poder dos bispos usurpadores dos bens da Igreja. Zelou pela pureza da fé e dos costumes, dando ele próprio o exemplo, confortando os pobres com vigoroso socorro espiritual e material, através de obras de caridade financiadas pela Igreja. Mandou restaurar a Igreja de Santa Bibiana especialmente para acolher as relíquias dos Santos Mártires: Simplício, Faustino e Beatrix, que ainda estavam sepultados num campo que antes fora um templo pagão. Além disto, por ter muita devoção pelos soldados mártires, São Sebastião e São Jorge, propagou-a entre os fiéis, que passaram a considera-los padroeiros dos militares. O Papa Leão II morreu no dia 03 de julho de 683, sendo festejado como Santo pela Igreja no dia do seu trânsito.
Outros Santos do mesmo dia: São Tomé Apóstolo, São Anatólio de Laodicéia, Santos Ireneu e Mustíola, Santos Júlio e Aarão, São Heliodoro, Santo Anatólio de Constantinopla, São Rumoldo, São Raimundo Gayrard e Beata Maria Ana Mogas Fontcuberta.

Cléofas 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...