25 de fev. de 2017

Papa: risco de guerra mundial pela água. Escutar grito dos pobres

25/02/2017



O Papa Francisco participou na tarde desta sexta-feira (24/02), na Casina Pio IV, no Vaticano, do encontro sobre o direito à agua, promovido pela Pontifícia Academia das Ciências. Especialistas na área vieram do mundo inteiro para debater o tema inspirado, inclusive, em passagens da Encíclica Laudato si.
No seu discurso, o Papa Francisco começou saudando os participantes que se propuseram a enfrentar “a problemática do direito humano à água e a exigência de políticas públicas” no sector, para dar uma resposta à essa necessidade que vive o homem de hoje.
Em seguida, Francisco usou uma passagem do Livro do Génesis para tratar a questão de maneira fundamental e urgente: “a água está no princípio de todas as coisas”, fonte de vida e de fecundidade.
“Fundamental porque onde tem água, tem vida, e assim a sociedade pode nascer e progredir. E é urgente porque a nossa casa comum tem necessidade de protecção e, também, que se compreenda que nem toda a água é vida: somente a água segura e de qualidade. Toda pessoa tem o direito ao acesso à água potável e segura; é um direito humano essencial e uma das questões cruciais no mundo actual. É triste ver quando, numa legislação de um país ou de um grupo de países, não se considera a água como um direito humano. É ainda mais triste quando se apaga aquilo que era escrito ali e se nega esse direito humano.”
O Papa Francisco novamente enfatizou que é um problema que diz respeito a todos nós, pois faz parte da nossa casa comum, aquela que “suporta tanta miséria e exige soluções efectivas, realmente capazes de superar os egoísmos que impedem a actuação desse direito vital para todos os seres humanos”. É necessário atribuir à água, acrescentou o Pontífice, “a centralidade que merece no âmbito das políticas públicas”.
“O nosso direito à água é também um dever com a água. Do direito que temos à ela vem a obrigação que é ligada à ela, e não se pode separar. É imprescindível anunciar esse direito humano essencial e defendê-lo, como se está fazendo, mas também agir de maneira concreta, assegurando um empenho político e jurídico com a água. Nesse sentido, cada Estado é chamado a concretizar, também com instrumentos jurídicos, o que vem indicado nas resoluções aprovadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2010, sobre o direito humano à água potável e à higiene.”
O Papa continuou o seu discurso, sublinhando como “o direito à água é determinante para a sobrevivência das pessoas”, e como decide o futuro da humanidade. Por isso, continuou, é uma prioridade também “educar as próximas gerações sobre a gravidade dessa realidade”.
“A formação da consciência é uma tarefa difícil, requer convicção e dedicação. E eu me pergunto se, em meio a esta terceira guerra mundial em pedaços que estamos vivendo, não estamos caminhando em direcção à grande guerra mundial pela água.”
Francisco citou dados “graves” das Nações Unidas que não podem nos deixar indiferentes e devem ser parados: “mil crianças morrem todos os dias por causa de doenças ligadas à água e milhões de pessoas consomem água contaminada”. “Ainda não é tarde”, disse o Papa, “mas é urgente estarmos cientes da necessidade da água e do seu valor essencial para o bem da humanidade”. O Pontífice também abordou o tema, do respeito à água, como “condição para o exercício dos outros direitos humanos”.
“Se respeitarmos esse direito como fundamental, estaremos a colocar as bases para proteger os outros direitos. Mas se violarmos esse direito essencial, como poderemos vigiar os outros e lutar por eles! Nesse empenho de dar à água o lugar justo é necessária uma cultura do cuidado, parece uma coisa poética. A criação é uma poiesis, essa cultura do cuidado que é criativa. E também favorecer a cultura do encontro, em que se unem numa causa comum todas as forças necessárias de cientistas e empreendedores, governantes e políticos. Isso é poesia, como a criação. Precisamos unir todas as nossas vozes numa mesma causa. Não serão tantas vozes individuais e isoladas, mas o grito do irmão que protesta por nós, é o grito da terra que pede o respeito e o compartilhamento responsável de um bem, que é de todos. Nessa cultura do encontro, é imprescindível a acção de cada Estado para garantir o acesso universal à água segura e de qualidade.”
O Papa Francisco finalizou exortando o olhar de Deus Criador nesse trabalho, mas sublinhou que “o trabalho é nosso, a responsabilidade é nossa”. Uma acção prioritária para que “as pessoas possam viver”, um ideal pelo qual “vale a pena lutar e trabalhar. Com o nosso ‘pouco’”, disse Francisco, “contribuiremos para que a nossa casa comum seja mais habitável e mais solidária”. (BS/AC)

Rádio Vaticano 

Brincar carnaval é pecado?

Uma das maiores festas populares do país está se aproximando: o carnaval. Algumas postagens nas redes sociais parecem indicar que um cristão fiel não brinca carnaval. Durante o período carnavalesco quem é de Jesus faz retiro ou fica em casa.
Quem faz opção de ir para a folia não tem outra opção senão pecar. Não seria esta forma de ver um pouco exagerada? Necessariamente quem brinca carnaval tem que pecar? O pecado está na brincadeira em si ou no modo como se brinca? Por que então se faz necessário criar um “carnaval de Jesus”? Qual a infidelidade a Deus que alguém comete ao se divertir sem excessos dançando marchinhas de carnaval, por exemplo?
Jesus já alertou para o risco que correm aquelas pessoas que se julgam melhores do que as outras porque cumprem rituais religiosos (Lc 18,9-14).  E aos fariseus autossuficientes Jesus lembrou que as prostitutas e os cobradores de impostos iriam precedê-los no Reino dos Céus (Mt 21, 28-32).
Por isso mesmo muito cuidado ao julgar quem vai brincar, pois Jesus já falou: “Não julguem para que vocês não sejam julgados.
Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.” (Mt 7, 1-2). Não creio que alguém que brinca carnaval saudavelmente, e isso é plenamente possível, cometa pecado. 

Moesio Pereira
Missionário Redentorista
Fonte:

http://www.a12.com/

25/2 – Santa Valburga

Valburga, de origem inglesa, era filha de são Ricardo, rei dos saxões do Oeste. Nasceu por volta de 710 e tinha apenas onze anos quando seu pai e seus dois irmãos Vinibaldo e Vilibaldo partiram em peregrinação para os Lugares Santos. Foi confiado, juntamente com sua mãe, à abadessa de Wimburn. Em 722 faleceu seu pai, no caminho de volta.
Recebeu uma educação austera em Wimburn. Escreveu a vida de seu irmão são Vinibaldo e compôs em latim uma narrativa das viagens de são Vilibaldo pela Palestina. Em 748, a pedido de são Bonifácio, sua abadessa.
Tetta, enviou-a à Alemanha com mais algumas religiosas para fundar mosteiros e escolas em meio a populações recém-convertidas. Na viagem, uma grande tempestade foi aplacada pelas preces de Valburga. Foi, com santa alegria, que Bonifácio acolheu as religiosas.
Vinibaldo havia construído uma abadia de monges em Heidenheim, na diocese de Eichstadt. Valburga, depois de passar algum tempo em Bischofsheim, sob a abadessa Lioba, foi ao encontro de seu irmão, que profetava uma abadia feminina em Heidenheim. Valburga tornou-se abadessa dessa nova fundação; parece que, após a morte de Vinibaldo, ela governou monjas e monges.
Transpareceu a santidade de sua vida nos exemplos de mortificação que deu, bem como no seu amor ao silêncio e na sua devoção. Era animada por um verdadeiro zelo pelo serviço de Deus. Teve muita prudência e doçura no governo de sua comunidade, e, por ela Deus operou muitos milagres.
Dois milagres ficaram famosos em sua vida: um, o da luz sobrenatural que envolveu a sua cela e iluminou o dormitório das Irmãs, luz que ela atribuiu aos méritos de são Vinivaldo, seu irmão; o outro, o da cura da filha de um barão, junto à qual ela permaneceu em oração, obtendo no final da noite a perfeita cura da jovem.
Em 776, Santa Valburga assistiu à trasladação do corpo de seu irmão Vinibaldo, presidida por seu outro irmão, Vilibaldo, então bispo de Eichstadt. Pouco tempo depois, caiu doente e veio a falecer, assistida em seus últimos momentos por seu irmão Vilibaldo.
O corpo de Valburga, sepultado em seu mosteiro de Heidenheim, permaneceu aí perto de oitenta anos, até a trasladação para Eichstadt. Esta se realizou sob a determinação do bispo Otgar, sendo qualificada de  canonização, e provocou a multiplicação de festas em honra da Santa.
O corpo da Santa foi encontrado incorrupto e coberto por maravilhoso fluido qual puríssimo óleo. O mesmo se notou quando, em 893, o sucessor de Otkar colocou as relíquias sob o altar-mor da igreja que dedicou à Santa. O óleo tem continuado, em certos tempos, a correr do seu túmulo gota por gota em uma concha de prata preparada para recebê-lo. O óleo posto em garrafinhas é mandado para o mundo inteiro e tem operado inumeráveis milagres, mesmo em nossos dias.

Cléofas 

24 de fev. de 2017

Papa: Em Deus, justiça é misericórdia

24/02/2017




Cidade do Vaticano (RV) – O Papa celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta na sexta-feira (24/02). Na homilia, Francisco advertiu para a hipocrisia e para o engano provocado por uma fé reduzida a uma “lógica casuística”.


“É lícito para um marido repudiar a própria mulher?”. Esta é a pergunta contida no Evangelho de Marcos que os doutores da Lei fazem a Jesus durante sua pregação na Judeia. “E o fazem para colocar Cristo à prova mais uma vez”, observou o Papa, que se inspirou na resposta de Jesus para explicar o que mais conta na fé:
“Jesus não responde se é lícito ou não; não entra na lógica casuística deles. Porque eles pensavam na fé somente em termos de ‘pode’ ou ‘não pode’, até onde se pode, até onde não se pode. É a lógica da casuística: Jesus não entra nisso. E faz uma pergunta: ‘Mas o que Moisés vos ordenou? O que está na vossa lei?’. E eles explicam a permissão que Moisés deu de repudiar a mulher, e são eles a cair na própria  armadilha. Porque Jesus os qualifica como ‘duros de coração’: ‘Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento’, e diz a verdade. Sem casuística. Sem permissões. A verdade.”
“Jesus sempre diz a verdade”, “explica as coisas como foram criadas”, destaca ainda o Papa, a verdade das Escrituras, da Lei de Moisés. E o faz também quando a interrogá-lo sobre o adultério são os seus discípulos, aos quais repete: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério”.
Mas se a verdade é esta e o adultério é “grave”, como explicar então que Jesus falou “tantas vezes com uma adúltera, com uma pagã”?, pergunta o Papa. “Bebeu de seu copo, que não era puro?”. E no final lhe disse: “Eu não te condeno. Não peques mais”? Como explicar isso?
“O caminho de Jesus – vê-se claramente - é o caminho da casuística à verdade e à misericórdia. Jesus deixa a casuística de fora. Aos que queriam colocá-lo à prova, aos que pensavam com esta lógica do ‘pode’, os qualifica – não aqui, mas em outro trecho do Evangelho – como hipócritas. Também com o quarto mandamento eles negavam de assistir os pais com a desculpa de que tinham dado uma bela oferta à Igreja. Hipócritas. A casuística é hipócrita. É um pensamento hipócrita. ‘Pode – não pode… que depois se torna mais sútil, mais diabólico: mas até que ponto posso? Mas daqui até aqui não posso. É a enganação da casuística.”
O caminho do cristão, portanto, não cede à lógica da casuística, mas responde com a verdade que o acompanha, a exemplo de Jesus, “porque Ele é a encarnação da Misericórdia do Pai, e não pode negar a si mesmo. Não pode negar a si mesmo porque é a Verdade do Pai, e não pode negar a si mesmo porque é a Misericórdia do Pai”. “Este é o caminho que Jesus nos ensina”, notou o Papa, difícil de ser aplicado diante das tentações da vida:
“Quando a tentação toca o coração, este caminho de sair da casuística à verdade e à misericórdia não é fácil: é necessária a graça de Deus para que nos ajude a ir assim avante. E devemos pedi-la sempre. ‘Senhor, que eu seja justo, mas justo com misericórdia’. Não justo, coberto com a casuística. Justo na misericórdia. Como és Tu. Justo na misericórdia. Depois, uma pessoa de mentalidade casuística pode se perguntar: ‘Mas o que é mais importante em Deus? Justiça ou misericórdia?’. Este também é um pensamento doente… o que é mais importante? Não são duas: é somente uma, uma só coisa. Em Deus, justiça é misericórdia e misericórdia é justiça. Que o Senhor nos ajude a entender esta estrada, que não é fácil, mas nos fará felizes, a nós, e fará feliz muitas pessoas.”

Fonte: Rádio Vaticano 

24/2 – São Sérgio

Vários Martirológios falam de muitos santos com esse nome. O mais popular deles é o reformador da vida monástica na Rússia. Nasceu em 1314 de uma nobre família da região de Rostov e emigrada para Redonez na região de Moscou, após a perda dos bens. A difusão do nome Sérgio na Rússia e nos países eslavos (também no Ocidente) provém da devoção ao pai do monaquismo da Rússia setentrional, morto em 25 de setembro de 1392.
Outro grande santo com esse nome é o papa Sérgio I. Ele veio da Síria com a família para fugir da fúria dos maometanos. Estabeleceu-se primeiro em Roma e depois em Palermo. Foi ordenado padre em 683, quatro anos depois foi eleito papa e teve que combater logo a presença de dois antipapas em Roma, Teodoro e Pascoal. Ameaçado pelo imperador Justiniano II, por questões políticas, respondeu: “Prefiro morrer a consentir no erro.”
Mas o Sérgio de hoje é o mártir de Cesaréia de Capadócia. Durante as celebrações anuais em honra de Júpiter, no tempo do imperador Diocleciano, o governador da Armênia e da Capadócia, Sapricio ordenou que fossem convocados todos os cristãos diante do templo pagão e obrigou-os a prestarem culto a Júpiter. Sérgio era um venerando eremita.
Sua presença fez apagar o fogo dos sacrifícios. Os pagãos disseram que o deus estava irritado pela presença dos cristãos. Então Sérgio enfrentou os pagãos explicando-lhes que o deus pagão era impotente e que eles deviam adorar o Deus onipotente dos cristãos. Sérgio foi preso e levado à presença do governador que com um juízo sumário condenou-o à decapitação. Foi imediatamente executado. Era o dia 24 de fevereiro. O corpo do mártir foi recolhido pelos cristãos e sepultado na casa de uma senhora piedosa. De lá foi transportado para a Espanha.

Cléofas 

Carnaval cristão?

Em contrapartida às várias festas cheias de confusão e bandalheira.


Apesar de o Brasil ser um dos grandes “focos” das festividades de carnaval, a origem da festividade é grega. A festa, que surgiu em meados dos anos 600 a 520 a.C., foi adotada pela Igreja Católica no ano de 590 d.C., orientada pelo ano lunar e marcada pelo “adeus à carne”, em latim “carne vale”, que gerou o termo “carnaval”.

O acréscimo das fantasias e desfiles, parte do carnaval moderno, surgiu no século XIX. A principal cidade que festejava o carnaval com fantasias, o que levou a ser uma “tendência” para as outras, foi Paris. Mas o Rio de Janeiro criou os famosos desfiles de escolas de samba como um estilo próprio de festejar o carnaval, inspirando assim outras cidades como São Paulo, Tóqui e Helsínquia (capital da Finlândia). Segundo o Guinness World Record, o Rio de Janeiro possui o “Maior Carnaval do Mundo”.

Antecedendo os quarenta dias de jejum propostos pela Igreja Católicacomo período de penitência pessoal em preparação para a Semana Santa, a festa em geral tem duração de três dias e é finalizada com a Quarta-Feira de Cinzas. O carnaval contrasta com a Quaresma; é chamado o período “gordo” que precede o tempo de penitência.

Exatamente nesse tempo de festa aumentam as notícias sobre acidentes nas estradas brasileiras, confusões e mortes, em sua maioria causados pelo excesso de álcool e falta de responsabilidade.

Até que ponto é possível festejar sem exceder? O carnaval é uma festa de alegria ou sua profanação o torna perigoso? É possível festejar de maneira saudável e mesmo assim se preparar para a Quaresma?

Em contrapartida às várias festas de carnaval cheias de confusão e bandalheira que encontramos por aí, no Brasil, várias dioceses, movimentos religiosos, comunidades católicas, organizam encontros para se festejar 
o período do carnaval de maneira sadia, com música, festa e diversão.  

Fonte: http://www.aleteia.org/



Diversão no carnaval

Pe. Françoá Costa
Divertir-se é muito bom. Quem não gosta? A diversão revigora as nossas forças e quando é realizada em companhia dos demais nos torna mais generosos e mais sociáveis. Aproximam-se dias maravilhosos para a diversão, os do carnaval. O ócio também é educativo quando bem vivido. Já Santo Tomás de Aquino, e antes dele Aristóteles, falava da virtude que põe o justo meio entre a relaxação no lúdico e a seriedade excessiva, trata-se da virtude da eutrapelia. A “pessoa eutrapélica” é a pessoa bem orientada nas diversões, com boa agilidade e que conserva a elegância do espírito também nos momentos lúdicos. Os santos são exemplos de pessoas eutrapélicas. S. Felipe Neri e S. João Bosco são conhecidos, entre outras coisas, pelo bom humor; S. Josemaría Escrivá costumava dizer que em 1928, quando fundou o Opus Dei, tinha “somente vinte e seis anos, graça de Deus e bom humor”; de S. Tomás Moro parece que se populariza cada vez mais a sua oração para pedir o bom humor; também São João Paulo II é muito conhecido pela sua alegria, bom humor e jovialidade. A santidade sempre é alegre e divertida, tem rosto amável e por isso atrai.
A eutrapelia é uma virtude que se enquadra dentro da virtude da modéstia, que por sua vez é parte da virtude da temperança. Diz Santo Tomás que a virtude, essa força habitual para realizar um bem determinado, tem a ver com duas realidades: em primeiro lugar diz relação aos vícios contrários que exclui e as concupiscências que refreia; em segundo lugar, diz relação ao fim que pretende alcançar. E, no que diz respeito aos vícios e as concupiscências, a virtude – continua S. Tomás – é mais necessária aos jovens dado que nesse período encontra-se neles a concupiscência deleitável devido ao fervor da idade, ao fogo da paixão (cfr. S. Th. II-II, q. 149, a.4c).
A pessoa humana não aguenta trabalhar o tempo todo e nunca descansar. É necessário que de tempos em tempos descansemos. Se esticarmos uma corda e a deixarmos tensa durante muito tempo, não aguentará, se partirá. Não podemos viver numa tensão permanente; se assim fosse, nos quebraríamos. É muito importante que nos entreguemos às diversões, aos jogos e às festas, nas quais se busca o prazer que nos faz descansar. Logicamente, essas diversões, jogos e festas, deverão ser conforme a reta razão, pois devemos ser virtuosos aos divertir-nos, com autêntica eutrapelia.
Atuar com excesso nas diversões mostra que o apetite do que se diverte é desordenado, fora da ordem da razão. São Paulo adverte: “nada de obscenidades, de conversas tolas ou levianas,porque tais coisas não convêm; em vez disto, ações de graças. Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento – verdadeiros idólatras! – terá herança no reino de Cristo e de Deus” (Ef 5,4-5) . “Scurrilitas”, em latim, e “eutrapelia”, em grego, são as palavras originais que em português são traduzidas por “conversas levianas”. Não obstante, essa eutrapelia da qual fala S. Paulo não é a eutrapelia da qual falávamos acima, mas das “conversas levianas”, isto é, na linha do excesso do espírito lúdico. Se não há excesso, se o jocoso é usado para relaxar um pouco das tensões do cotidiano, se a diversão não é tomada como um fim em si mesmo e se são diversões que não ofendem a Deus, não só é lícito entregar-nos aos prazeres das diversões, mas é também muito aconselhável.
No entanto, brincar o carnaval com sentido cristão e, por tanto, também humano, não é fácil. É possível se há organização: em família e com amigos responsáveis. Nesse sentido, alguns movimentos da Igreja Católica, máxime a Renovação Carismática, tem o costume de organizar eventos de oração e de encontro durante esses dias. Trata-se de uma iniciativa assaz louvável. Cada família, cada grupo ou associação poderia, com criatividade, encontrar maneiras de divertir-se à beça, fraternalmente e aproveitando o tempo para viver essa dimensão tão humana e tão cristã, a alegria. Logicamente, não é necessário que seja um encontro de oração. Poderia ser também. O importante é aproveitar para que tenhamos momentos alegres com os outros através de encontros amigáveis, educados e respeitosos dos bons costumes. Também é importante que haja um bom almoço e – por que não? – um futebolzinho ou algo semelhante.
Há poucos dias, estive conversando com um amigo sobre um tema típico de ciência-ficção: o que aconteceria se, por pouquíssimo tempo, a gravidade dos corpos deixasse de existir em toda a terra? Parece-me que acabamos por concluir, não de uma maneira científica, mas intuitivamente, de que seria o caos.
Se os objetos deixassem de atrair-se teríamos um espetáculo assombroso e não desejável de ver-se: carros, a 120 km/h, que de repente se elevam no ar e, sem direção, vão a qualquer parte; pontes que poderiam soltar algumas junturas e sair do seu lugar habitual; pessoas que, em seu passeio vespertino, se veem sem um ponto de referência; restaurantes com todos os produtos alimentícios nos ares, as cadeiras com os seus clientes suspendidos a 1m e o caldo das panelas saindo das mesmas e caindo na cabeça do primeiro que encontrar, ou melhor, sem gravidade o caldo também poderia “cair para cima”. Seria uma loucura! O que aconteceria com as águas dos oceanos, com os incêndios que estão acontecendo agora mesmo, com os icebergs, com os aviões que estão em plena pista já no ponto de decolagem, com cantores e artistas em geral em suas apresentações, com … ? Agora, imagine só, tudo isso por um minuto. Depois desses 60 segundos… tudo voltaria ao normal? Certamente que não. O carro que estava a 120 km/h, quando a gravidade voltasse, onde estaria? Não na ponte, provavelmente, mas no rio; os que estavam para atravessar uma ponte, onde estariam? E os aviões? E?
Não adianta fazer um montão de barbaridades, pensando que quando chegar a Quaresma tudo vai se arrumar. Isso é ilusão! “No coração dos homens, Deus tem sido colocado aos pés de Satanás”, dizia G. K. Chesterton. “Depois me converterei”, poder-se-ia pensar. No entanto, ninguém poderia garantir a alguém que pensasse assim que na quarta-feira de cinzas tal fulano ainda estaria vivo. Deus sempre nos perdoa, nos restaura, mas, sem dúvida, os vícios contraídos em momentos de farra, deixam a sua gosma nojenta.
“Em toda parte os malvados andam soltos, porque se exalta entre os homens a baixeza” (Sl 11,8). Esse versículo do salmo bem poderia aplicar-se a algumas manifestações carnavalescas. Já que entre os homens se exalta a baixeza, e não preciso pensar muito para concluir que é assim mesmo, os malvados andam soltos e continuam disseminando as suas tresloucadas ideias. Aos retirar os valores tidos como tais e trocá-los pelos falsos valores, vê-se o assombroso resultado: crianças que perdem a inocência, adolescentes e jovens semelhantes a bestas que não conseguem submeter as paixões à razão e à vontade, famílias que se desintegram. A lei da gravidade dos costumes está desaparecendo! E o que acontecerá?
Não percamos a gravidade de filhos de Deus. Vamos divertir-nos, e até dar gargalhadas, mas o faremos sempre dentro da virtude e do sentido que temos da nossa filiação divina. Tenhamos sempre em alta estima, em meio às nossas diversões, virtudes como a sobriedade no uso dos alimentos e das bebidas, amor à santa pureza e ao pudor, a honra à palavra dada, a generosidade na escuta e no serviço aos outros. Tudo isso é eutrapelia. Não se trata de ser chatos nem relaxados, mas de ser santos fazendo com que seja amável e alegre o caminho da santidade. Na presença de Deus, todos nós teremos um bom carnaval, divertido e normal, com eutrapelia e amor de Deus. Bom carnaval, então!

Fonte: http://www.presbiteros.com.br/
Foto: Google imagem  

23 de fev. de 2017

Papa em Santa Marta: abandonar vida dupla, não adiar a conversão

23/02/2017



“Não escandalizar os pequeninos com a vida dupla, porque o escândalo destrói”, disse o Papa Francisco na homilia da missa matutina celebrada, nesta quinta-feira (23/02), na Casa Santa Marta.
“Cortar a mão”, “arrancar o olho”, mas “não escandalizar os pequeninos”, ou seja, os justos, “os que confiam no Senhor, que simplesmente crêem no Senhor”.
“Mas o que é o escândalo? O escândalo é dizer uma coisa e fazer outra; é ter vida dupla. Vida dupla em tudo: sou muito católico, vou sempre à missa, pertenço a esta e aquela associação; mas a minha vida não é cristã. Não pago o que é justo aos meus funcionários, exploro as pessoas, faço jogo sujo nos negócios, reciclo dinheiro, vida dupla. Muitos católicos são assim. Eles escandalizam. Quantas vezes ouvimos dizer, nos bairros e outras partes: ‘Ser católico como aquele, melhor ser ateu’. O escândalo é isso. Destrói. Joga você no chão. Isso acontece todos os dias, basta ver os telejornais e ler os jornais. Os jornais noticiam vários escândalos e fazem publicidade de escândalos. Com os escândalos se destrói.”
O Papa citou o exemplo de uma empresa importante que estava à beira da falência. As autoridades queriam evitar uma greve justa, mas que não faria bem e queriam conversar com os chefes da empresa. As pessoas não tinham dinheiro para arcar com as despesas cotidianas, pois não recebiam o salário. O responsável, um católico, estava de férias numa praia no Oriente Médio e as pessoas souberam disso mesmo que a notícia não tenha saído nos jornais. “Estes são escândalos”, disse Francisco:

“No Evangelho, Jesus fala daqueles que escandalizam, sem dizer a palavra escândalo, mas se entende: ‘Você chegará ao Céu, baterá à porta e: Sou eu, Senhor! Não se lembra? Eu ia à Igreja, estava sempre com você, pertencia a tal associação, fazia muitas coisas. Não se lembra de todas as ofertas que eu fiz? Sim, lembro-me! As ofertas! Lembro-me bem: todas sujas, roubadas aos pobres. Não o conheço. Esta será a resposta de Jesus aos escandalosos que fazem vida dupla.”

“A vida dupla provém do seguir as paixões do coração, os pecados mortais que são as feridas do pecado original”, disse o Papa. A Primeira Leitura exorta a não se deixar levar pelas paixões do coração e a não confiar nas riquezas. A não dizer: “Contento-me de mim mesmo”. Francisco convidou a não adir a conversão:
“A todos nós, a cada um de nós, fará bem, hoje, pensar se há algo de vida dupla em nós, de parecer justos. Parecer bons fiéis, bons católicos, mas por baixo fazer outra coisa; se há algo de vida dupla, se há uma confiança excessiva: O Senhor me perdoará tudo. Então, continuo. Ok! Isso não é bom. Irei me converter, mas hoje não! Amanhã. Pensemos nisso. Aproveitemos da Palavra do Senhor e pensemos que o Senhor nisso é muito duro. O escândalo destrói.” (BS/MJ). 

Rádio Vaticano 

Há 16 anos, São João Paulo II criou Cardeal o agora Papa Francisco




VATICANO, 21 Fev. 17 / 02:00 pm (ACI).- No dia 21 de fevereiro de 2001, há 16 anos, São João Paulo II criou Cardeal o então Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, que fazia parte do primeiro grupo de 43 novos cardeais do terceiro milênio.
Alguns anos depois, em 27 de abril de 2014, o Papa Francisco declarou santos São João Paulo II e São João XXIII, em uma cerimônia histórica e sem precedentes, na qual reuniu os quatro Pontífices, com a participação do Papa Emérito Bento XVI.


João Paulo II, que criou 231 cardeais durante aproximadamente 27 anos de pontificado, assinalou em 2001 que estes eram “os primeiros cardeais criados no novo milênio” e destacou que, “após ter bebido em abundância nas fontes da misericórdia divina durante o Ano Santo”, a barca mística da Igreja se preparava para “’novamente para navegar", para transmitir ao mundo a mensagem da salvação”.
Naquela ocasião, o Papa Wojtyla disse aos novos cardeais que "o mundo está se tornando cada vez mais complexo e mutável, e a consciência viva de discrepâncias existentes gera ou aumenta as contradições e os desequilíbrios".
"O enorme potencial do progresso científico e técnico, assim como o fenômeno da globalização, que ampliam continuamente novas áreas, nos exigem estar abertos ao diálogo com toda pessoa e com toda instância social a fim de dar a todos uma razão da esperança que levamos em nossos corações", expressou.
"A fim de responder adequadamente às novas tarefas, é necessário cultivar uma comunhão cada vez mais íntima com o Senhor. A própria cor púrpura de vossas vestes recorda- vos essa urgência. Essa cor não é o símbolo do amor apaixonado a Cristo? Nesse vermelho rutilante não está o fogo ardente do amor à Igreja que deve igualmente alimentar em vós a disponibilidade, se necessário, até o supremo testemunho do sangue?”.
"Ao contemplá-los, o povo de Deus deve poder encontrar um ponto de referência concreto e luminoso que o estimule a ser verdadeiramente luz do mundo e sal da terra", encorajou São João Paulo II.


Via: ACI DIGITAL 

10 curiosidades sobre a homenagem a Nossa Senhora Aparecida no Carnaval de São Paulo

A abordagem de temas religiosos nas escolas de samba sempre foi um assunto polêmico...



A abordagem de temas religiosos nas escolas de samba sempre foi um assunto polêmico. Foi com essa preocupação que a Arquidiocese de São Paulo, em comum acordo com a Arquidiocese de Aparecida e o Santuário Nacional, aceitou acompanhar a execução do carnaval 2017 da Escola de Samba Unidos de Vila Maria. Desde o início, tanto da parte da Igreja quanto da escola, a intenção é de fazer com que o desfile da agremiação seja uma verdadeira homenagem por ocasião dos 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora Aparecida, sem ofender o sentimento religioso do povo católico. 
Compartilhamos aqui dez  curiosidades dos bastidores desta homenagem que revelam o cuidado de todos os envolvidos com a Padroeira do Brasil. 


1. A Escola de Samba Unidos de Vila Maria foi a primeira agremiação que procurou a Igreja Católica para pedir licença para abordar um tema religioso num desfile no sambódromo de São Paulo 

Até então, era a própria Arquidiocese de São Paulo que monitorava as escolas de samba e, ao detectar a possibilidade de temas religiosos serem abordados nos desfiles, procurava a diretoria da agremiação para oferecer assessoria. Essa relação nem sempre foi fácil. O gesto da “Vila Maria” de procurar a Igreja foi bem recebido e interpretado como intenção de respeitar a devoção do povo pela Senhora Aparecida. 

2. Presente do Santuário de Aparecida

A agremiação recebeu de presente do Santuário Nacional uma réplica da imagem de Nossa Senhora. A Igreja viu na homenagem que a agremiação fará aos 300 anos de Nossa Senhora de Aparecida uma oportunidade de evangelizar. 

3. A “Vila Maria” contou com assessoria histórica direta do Santuário Nacional de Aparecida 

Desde o primeiro momento em que a Arquidiocese de São Paulo foi procurada pela escola, colocou seu carnavalesco em contato direto com a assessoria do Santuário Nacional. Em Aparecida, a escola teve acesso a todos os materiais históricos e devocionais, para garantir que o enredo não tenha nenhum erro nessas categorias.

4. O enredo da “Vila Maria”, “Aparecida - a rainha do Brasil”, está fundamentado em orientações teológicas e pastorais a respeito das devoções marianas

O enredo é elaborado antes do samba ser escolhido, e na verdade serve como base para os compositores. Na apresentação do enredo, o carnavalesco Sidnei França explicou que sua intenção era que o samba e o próprio desfile da “Vila Maria” fossem uma grande oração e procissão a Nossa Senhora. 

5. No samba-enredo vencedor, a palavra “adorando” foi substituída por “venerando”, após um pedido da Igreja

“É lindo ver o povo venerando, pagando promessas, em oração...”, diz o samba da “Vila Maria”. O samba vencedor, no entanto, era “é lindo ver o povo adorando...”. A Igreja Católica faz uma distinção entre adorar e venerar. E a adoração é restrita e exclusiva a Deus. A Nossa Senhora e aos santos o povo cultiva veneração. O pedido de alteração foi atendido sem problemas. 

6. As fantasias das chamadas musas da escola, incluindo as da madrinha de bateria, não terão apelos eróticos 

Parte que mais preocupava a comissão da Igreja, as fantasias das mulheres que irão desfilar em destaque não terão nudez ou decotes que sejam apelativos. A “Vila Maria” se comprometeu em realizar um desfile sem explorar o corpo da mulher. 

7. É a primeira vez, aliás, que essas musas assinaram um documento em que se comprometem a mostrarem suas fantasias prontas 20 dias antes do desfile 

As fantasias de destaque não são confeccionadas na escola, como as de alas. O carnavalesco desenha essas fantasias e as próprias mulheres as confeccionam em ateliês de sua confiança. O comum é que a escola só veja essas fantasias no dia do desfile, mas, para garantir que seja cumprido o que foi orientado, os destaques da “Vila Maria” estão apresentando suas fantasias já prontas antes do desfile da escola, para que possam adequá-las caso seja necessário. As que não apresentarem, não poderão desfilar.

8. A Unidos de Vila Maria não fará no seu desfile qualquer alusão ao sincretismo religioso

A Igreja Católica Apostólica Romana é certamente a primeira a incentivar o diálogo ecumênico e inter-religioso. E é por isso mesmo que entende que o diálogo exige respeito por cada identidade. O sincretismo mistura as manifestações e confunde o povo. Como a intenção da escola era uma homenagem a Nossa Senhora Aparecida, a Igreja solicitou que outras crenças não fossem apresentadas como se fossem a mesma coisa. 

9. A Igreja tem estado presente no barracão da escola com frequência

No dia 19/1, o Cardeal Odilo  Scherer, arcebispo de São Paulo, visitou a quadra da Escola de Samba Unidos da Vila Maria para visitar os trabalhos sociais da Escola e conhecer de perto a preparação das alegorias do carnaval da agremiação que, neste ano, contará a história de Nossa Senhora Aparecida em seu enredo.  Na ocasião, Dom Odilo reiterou as orientações para que o desfile da Escola não desrespeite a fé e a religiosidade dos católicos e sua devoção a Nossa Senhora Aparecida.

10. Réplica do Santuário Nacional no sambódromo 

A última alegoria do desfile da "Vila Maria" vai trazer uma grande réplica da Basílica do Santuário Nacional de Aparecida. Segundo o diretor do barracão, Carlos Reis, a escola se preocupou com cada detalhe e até o número de janelas do templo - mais de 700 - estará reproduzido com fidelidade no carro.

Via: http://arquisp.org.br


Audiência: romper a comunhão com a natureza é romper com Deus

22/02/2017



Cidade do Vaticano (RV) – “Se prestarmos atenção, tudo a nosso redor geme: geme a própria criação, gememos nós seres humanos e geme o Espírito dentro de nós, no nosso coração”: palavras do Papa na Audiência Geral desta quarta-feira (22/02), que volta a ser realizada na Praça S. Pedro.




A catequese do Pontífice aos cerca de 10 mil fiéis foi sobre a esperança cristã e a criação. Francisco recordou que Deus confiou a nós a proteção da natureza para que pudéssemos entrar em relação com Ele, reconhecendo nela o seu vestígio. Porém, quando se deixa levar pelo egoísmo, o ser humano acaba por arruinar inclusive as coisas mais belas.  
“E, infelizmente, a consequência de tudo isso está dramaticamente sob os nossos olhos, todos os dias.” Como exemplo, o Papa falou na água, “que nos dá a vida, mas para explorar os minerais, a água é contaminada e se destrói a criação”. Onde tudo remetia ao Pai Criador e ao seu amor infinito, agora traz o sinal triste e desolador do orgulho e da voracidade humanas.
O Senhor, porém, não nos deixa sós e também esta quadro desolador nos oferece uma perspectiva nova de libertação, de salvação universal.
“Se prestarmos atenção, tudo a nosso redor geme: geme a própria criação, gememos nós seres humanos e geme o Espírito dentro de nós, no nosso coração”,  prosseguiu o Papa. Esses gemidos não são uma lamentação estéril, desconsolada, mas – como destaca o Apóstolo – são os gemidos de uma mulher prestes a dar à luz; são gemidos de quem sofre, mas sabe que está para chegar uma nova vida. “E no nosso caso é realmente assim.”
O cristão não vive fora do mundo, sabe reconhecer na própria vida e naquilo que o rodeia os sinais do mal, do egoísmo e do pecado. É solidário com quem sofre, com quem chora, com quem está marginalizado, com quem se sente desesperado. Ao mesmo tempo, porém, o cristão aprendeu a ler tudo isso à luz da Páscoa, com os olhos de Cristo Ressuscitado, e sabe que o presente é tempo de expectativa, tempo animado por um anseio que vai para além do presente.
Na esperança, sabemos que o Senhor quer curar definitivamente, com a sua misericórdia, os corações feridos e humilhados e aquilo que o homem deturpou com a sua impiedade, tudo regenerando num mundo novo e numa humanidade nova reconciliados finalmente no seu amor.
A mensagem final do Papa foi de esperança: “Quando somos tentados pelo desânimo, pelo pessimismo, caindo em inúteis lamentações ou ficando sem saber que pedir ou esperar, vem em nosso auxílio o Espírito Santo, que mantém vivos os gemidos e anseios do nosso coração. O Espírito vê, por nós, para além das aparências negativas do presente e revela-nos já agora os novos céus e a nova terra que o Senhor está preparando para a humanidade”.
Ao final da catequese, o Papa assistiu a uma apresentação circense. Ao saudar os grupos presentes na Praça, Francisco fez um apelo especial em prol do Sudão do Sul:
“Provocam particular apreensão as dolorosas notícias que chegam do martirizado Sudão do Sul, onde a um conflito fratricida se une uma grave crise alimentar, que condena à morte por fome milhões de pessoas, entre as quais muitas crianças. Neste momento, é mais necessário do que nunca o empenho de todos a não ficar somente nas declarações, mas a tornar concretas as ajudas alimentares e a permitir que possam chegar às populações sofredoras. Que o Senhor ampare esses nossos irmãos e os que atuam para ajudá-los."




Via: Rádio Vaticano 

Papa Francisco: sejam promotores da beleza e do bem

22/02/2017 




Cidade do Vaticano (RV) - No final da Audiência Geral desta quarta-feira (22/02), o Papa Francisco saudou os artistas da ‘Rony Rollers Circus’ que se exibiram, na Praça São Pedro, com danças e acrobacias.



Beleza
“Continuem promovendo a beleza! Continuem fazendo o bem a todos. A beleza leva a Deus”, disse o Pontífice.
O Papa saudou também uma delegação da “Tocha Beneditina pro Pace et Europa”, acompanhada pelo Arcebispo de Spoleto-Norcia, Dom Renato Boccardo, junto com os abades de Montecassino, Pe. Donato Ogliari, e Subiaco, Pe. Mauro Meacci. 
Paz
“Sejam promotores da cultura de paz em todos os âmbitos da vida”, frisou. Todos os anos a tocha percorre uma capital europeia para difundir os valores beneditinos nesse continente. 
Estavam presentes na Audiência Geral o prefeito e uma delegação da cidade italiana de Farindola, onde se encontrava o Hotel Rigopiano, atingido por uma avalanche que causou 29 mortos, no final de janeiro.
Nesta quarta-feira, a Igreja celebra a Cátedra de São Pedro e o Papa Francisco disse que este é “um dia especial de comunhão dos fiéis com o Sucessor de Pedro e com a Santa Sé”, e pediu aos jovens para intensificar a oração em prol de seu ministério petrino. 
Fátima
Ao saudar os peregrinos alemães, Francisco recordou o centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima, este ano, e a visita que fará ao santuário mariano nos dias 12 e 13 de maio próximo: 
“Neste ano do centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima, confiemo-nos a Maria, Mãe da Esperança, que nos convida a voltar o olhar para a salvação, para um mundo novo e uma humanidade nova.” 

Via: Rádio Vaticana 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...