3 de fev. de 2017

Papa aos religiosos: tentação da sobrevivência tira força aos carismas

03/02/2017




“A tentação da sobrevivência faz-nos esquecer a graça, transforma-nos em profissionais do sagrado, mas não pais, mães ou irmãos da esperança, que fomos chamados a profetizar”, disse o Papa Francisco na Missa com os religiosos celebrada na Basílica Vaticana na tarde desta quinta-feira (02/02), festa da Apresentação do Senhor, 21º Dia Mundial da Vida Consagrada.
Francisco observou que com aquele rito de apresentação no Templo, o Senhor exteriormente cumpria as prescrições da lei, mas na realidade vinha ao encontro do seu povo fiel. Evocando a figura do Velho Simeão, que toma nos seus braços o Menino Jesus e louva a Deus, o Pontífice ressaltou que “o encontro de Deus com o seu povo desperta a alegria e renova a esperança”.
Francisco frisou ainda que o cântico de Simeão é o cântico do homem crente que, na recta final dos seus dias, pode afirmar: “É Verdade! A esperança em Deus nunca decepciona.” Na sua velhice, acrescentou, “Simeão e Ana são capazes duma nova fecundidade e dão testemunho disso mesmo cantando: a vida merece ser vivida com esperança, porque o Senhor mantém a sua promessa”.
“Somos herdeiros dos sonhos dos nossos pais, herdeiros da esperança que não decepcionou as nossas mães e os nossos pais fundadores, os nossos irmãos mais velhos. Somos herdeiros dos nossos anciãos que tiveram a coragem de sonhar; e, como eles, também nós hoje queremos cantar: Deus não engana, a esperança n'Ele não decepciona. Deus vem ao encontro do seu povo.”
Dirigindo-se aos consagrados, o Papa lembrou que “nos faz bem acolher o sonho dos nossos pais, para podermos profetizar hoje e encontrar novamente aquilo que um dia inflamou o nosso coração. Sonho e profecia juntos”, ressaltou.
A esse ponto da sua reflexão, o Santo Padre chamou a atenção para uma tentação que pode tornar a vida consagrada estéril: a tentação da sobrevivência. “Um mal que pode instalar-se pouco a pouco dentro de nós, no seio das nossas comunidades”, observou, acrescentando:
“A atitude de sobrevivência faz-nos tornar reaccionários, temerosos, faz-nos fechar lenta e silenciosamente nas nossas casas e nos nossos esquemas. Faz-nos olhar para trás, para os feitos gloriosos mas passados, o que, em vez de despertar a criatividade profética nascida dos sonhos dos nossos fundadores, procura atalhos para escapar aos desafios que hoje batem às nossas portas.”
Dito isso, Francisco foi ainda mais enfático: “A psicologia da sobrevivência tira força aos nossos carismas, porque leva-nos a «domesticá-los», a pô-los «ao nosso alcance» mas privando-os da força criativa que eles inauguraram; faz com que queiramos mais proteger espaços, edifícios ou estruturas do que tornar possíveis novos processos.”
Em síntese, o Pontífice afirma que “a tentação da sobrevivência transforma em perigo, em ameaça, em tragédia aquilo que o Senhor nos dá como uma oportunidade para a missão”. Esta atitude não é própria apenas da vida consagrada, “mas nós em particular somos convidados a precaver-nos de cair nela”, advertiu o Papa.
Voltando ao Evangelho do dia, contemplando novamente a cena da Apresentação do Senhor no Templo e o cântico de louvor de Simeão e Ana, Francisco ressaltou: “Quando Maria coloca nos braços de Simeão o Filho da Promessa, o ancião começa a cantar os seus sonhos. Quando coloca Jesus no meio do seu povo, este encontra a alegria.”
“Sim, só isto nos poderá restituir a alegria e a esperança, só isto nos salvará de viver numa atitude de sobrevivência, só isto tornará fecunda a nossa vida, e manterá vivo o nosso coração: colocar Jesus precisamente onde Ele deve estar, ou seja, no meio do seu povo.”
Todos estamos conscientes da transformação multicultural que atravessamos, ninguém o põe em dúvida, observou o Pontífice, daí, “a importância de o consagrado e a consagrada estarem inseridos com Jesus na vida, no coração destas grandes transformações”.
“A missão – em conformidade com cada carisma particular – é aquela que nos lembra que fomos convidados a ser fermento desta massa concreta”, prosseguiu Francisco. Por fim, retomando o conceito pouco antes expresso, o Papa explicitou ulteriormente:
“Colocar Jesus no meio do seu povo significa ter um coração contemplativo, capaz de discernir como é que Deus caminha pelas ruas das nossas cidades, das nossas terras, dos nossos bairros. Colocar Jesus no meio do seu povo significa ocupar-se e querer ajudar a levar a cruz dos nossos irmãos. É querer tocar as chagas de Jesus nas chagas do mundo, que está ferido e anseia e pede para ressuscitar.”
Francisco concluiu com um convite e exortação aos consagrados: “Acompanhemos Jesus que vem encontrar-Se com o seu povo, estar no meio do seu povo, não no lamento ou na ansiedade de quem se esqueceu de profetizar (...), mas na paciência de quem confia no Espírito, Senhor dos sonhos e da profecia. E, assim, compartilhamos o que nos pertence: o cântico que nasce da esperança.” (BS/RL).

Rádio Vaticano 

2 de fev. de 2017

Francisco: acolher refugiados e marginalizados, não abandoná-los

02/02/2017



No mês de fevereiro, o Papa Francisco exorta os cristãos de todo o mundo a privilegiarem a oração pelos mais pobres e marginalizados, os deslocados e refugiados. Todo mês, é escolhido um tema que preocupa o Pontífice, em relação aos desafios da humanidade em geral. O Papa o propõe e convida as pessoas de boa vontade a rezar com ele.



“Vivemos em cidades que constroem torres e centros comerciais e que realizam grandes negócios imobiliários, mas que abandonam uma parte de si nas margens, na periferia”, escreve o Pontífice. “Em consequência desta situação, grandes massas de população se vêem excluídas e marginalizadas: sem trabalho, sem horizontes, sem vias de saída”.
Por estas pessoas, o Papa pede:
“Não os abandonem. Rezem comigo por todos os que vivem na provação, sobretudo os pobres, os refugiados e os marginalizados; para que encontrem acolhimento e conforto nas nossas comunidades”.
O vídeo
“O Vídeo do Papa”, lançado em janeiro de 2016, é um projecto pioneiro da Rede Mundial de Oração – Apostolado da Oração -, que tem como protagonista o próprio Santo Padre e marca uma nova era na comunicação das intenções mensais.
Apostolado da Oração
O objectivo da rede é ser apóstolos na vida quotidiana, por meio de um caminho espiritual chamado “caminho do coração”, que transforma o nosso modo de ser ao serviço da missão de Cristo.
A obra foi fundada em 1844, está presente em mais de 100 países e é composta por mais de 35 milhões de pessoas. (Bs/Cm). 

Rádio Vaticano 



02 Fev Nossa Senhora Dos Navegantes

Nossa Senhora dos Navegantes é um dos títulos atribuídos a Maria, mãe de Jesus Cristo. Maria começou a receber essa designação quando os marinheiros e outras pessoas que viajassem pelo mar pediam em suas orações a Maria, proteção na viagem. Eles acreditavam que Maria poderia protegê-los dos perigos que podem acontecer no mar, como tempestades e naufrágios.
Nossa Senhora da Boa Esperança, Nossa Senhora da Boa Viagem, Nossa Senhora da Esperança e Nossa Senhora das Candeias são outros nomes atribuídos a Nossa Senhora dos Navegantes.
Via: Site Aquidiocese de São Paulo 

O que é a festa da Apresentação de Jesus, celebrada em 2 de fevereiro?

Já que os mistérios de Cristo e de Maria são interligados intimamente, esta não deixa de ser uma “dupla celebração”!



Embora esteja fora do tempo litúrgico do Natal, a festa deste dia 2 de fevereiro faz parte de um relato unitário que inclui o Nascimento de Jesus, a Epifania e a Apresentação do Senhor no templo.
Apresentação do Senhor, celebrada em 2 de fevereiro, é uma antiquíssima festa de origem oriental, já celebrada pela Igreja de Jerusalém no século IV, só que quarenta dias após a Epifania: ou seja, em 14 de fevereiro. De Jerusalém, a festa se espalhou para outras igrejas do Oriente e do Ocidente, havendo registros da sua celebração em Roma pelo menos desde o século VII – e com os quarenta dias sendo contados a partir do Natal e não da Epifania.
Nas igrejas orientais, a data era chamada de “Festa do Encontro“, em expressiva referência ao encontro do Ungido de Deus com seu povo. Já no Ocidente, a festa passou a ser conhecida a partir do século X como “Purificação da Bem-Aventurada Virgem Maria”, sendo assim incluída entre as festas de Nossa Senhora.
Entretanto, o que a Igreja essencialmente celebra neste dia é um mistério de Nosso Senhor. É por isso que, no calendário romano revisado em 1969, o nome da festa foi mudado para “Apresentação do Senhor”, indicação mais fiel da sua natureza e objeto. Isto não subestima de forma alguma o papel de Nossa Senhora nos acontecimentos hoje celebrados, já que os mistérios de Cristo e de Maria são interligados intimamente a ponto de se tratar de uma “dupla celebração”, tanto de Cristo quanto de Maria.
A apresentação de Jesus no templo é narrada no capítulo 2 do evangelho de São Lucas: em cumprimento da lei mosaica, os pais do Menino o levam ao templo, quarenta dias depois do seu nascimento, para apresentá-lo e fazer por ele uma oferenda.
Neste dia, ao escutarmos o cântico de Simeão no evangelho (Lc 2,22-40), somos convidados a aclamar a Cristo como “luz para iluminar as nações“.


Via: Aleteia 

1 de fev. de 2017

A esperança no Novo Testamento

01/02/2017



Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco teve na manhã desta quarta-feira, dia 1 de Fevereiro, às 10 horas de Roma, a audiência geral na Aula Paulo VI repleta de fiéis e peregrinos provenientes de diversas partes da Itália e do mundo para assistir à audiência e a catequese do Papa. Tema da catequese de hoje é a esperança cristã.
“Caros irmãos e irmãs, disse Francisco, nas catequeses passadas inciamos o nosso percurso sobre o tema da esperaça à luz da perspectiva de algumas páginas do Antigo Testamento. Hoje queremos evidenciar o aspecto extraordinário que esta virtude assume no Novo Testamento, quando encontra a novidade representada por Jesus Cristo e pelo evento Pascal”.
É quanto emerge, sublinha o Pontífice, de maneira tão clara na primeira carta de S. Paulo aos Tessalonicenses(1Ts 5,4-10). Quando o Apóstolo Paulo escreveu esta carta, a comunidade de tessalônica, uma pequena comunidade, bastante jovem, tinha sido apenas fundada e não obstante enfrentar diversas dificuldades, conseguiu permenecer radicada na fé e a celebrar com entusiasmo e alegria, a ressurreição do Senhor jesus.
Poucos anos  separavam esta pequena e jovem comunidade cristã do evento da Pásqua de Cristo e vendo os frutos da fé, o apóstolo Paulo procura forticar esta esperança de “filhos da luz e filhos do dia” que lhes advem em vertude da força da sua plena comunhão estabelecida com Cristo. Paulo observa o Santo Padre, procura fazer compreender todos os efeitos e as consequências que o evento da Pásqua de Cristo comporta para a história da humanidade e para a vida de cada um.
De facto, as dificuldades experimentadas por esta pequena comunidade, não eram tanto ligadas ao facto de reconhecer a ressurreição de Jesus, mas em acreditar na ressurreição dos mortos. Neste sentido, disse Francisco, esta carta do apóstolo Paulo aos Tessalonicenses, revela também uma particular atualidade nos nossos dias.
“Todas as vezes que nos encontramos diante da nossa morte, ou perante a morte de uma pessoa querida, sentimos que a nossa fé é posta à prova. Emergem todas as dúvidas, toda a nossa fragilidade e nos perguntamos: realmente haverá a vida depois da morte? Poderei ainda ver e re-abraçar as pessoas que amei? Também nós, no contexto atual, temos necessidade de regressar à raíz e aos fundamentos da nossa fé, por forma a tomar consciência de quanto Deus realizou para nós em Jesus Cristo e o que signfica a nossa morte. Todos nós, de facto, temos medo da morte por causa desta incerteza. E é precisamente aqui, que nos vem em ajuda, a apalvra do Apóstolo Paulo ”.
O Apostolo Paulo, observou o Papa, perante os temores e as perplexidades da comunidade de Tessalônica, convida a manter-se segura sobre a cabeça como um cimo, sobretudo nas provas e nos meomentos mais difíceis da nossa vida, a esperança da salvação. Eis, sublinha o Pontífice, o que é a esperança. Quanado se fala de esperança podemos ser levados a entendê-la segundo a interpretação comum do termo, isto é, algo de belo que desejamos, mas que pode realizar-se ou não realizar-se. Tudo é reduzido ao âmbito do desejo. Por exemplo, espero que amanhã haja bom tempo; mas também sabemos que poderá haver um mau tempo.
A esperança cristã não é assim. A esperança cristã é a espera de algo que já foi realizado e que certamente se realizará para cada um de nós. Também a nossa ressurreição e a dos nossos defuntos, portanto, não é uma coisa que poderá realizar-se ou não, mas é uma realidade certa, enquanto radicada no evento da ressurreição de Cristo.
Ter esperança para o cristão, significa portanto, para Francisco,  aprender a viver na expectativa, com um coração pobre e humilde, de alguém que não deposita a sua confiança nos seus próprios bens e capacidades, mas em Deus que ressuscitou Jesus dos mortos e há de nos fazer partícipes dessa mesma Ressurreição. 
E assim, concluiu dizendo o Santo Padre, estaremos sempre com o Senhor! Vocês acreditam nisso? Perguntou Francisco aos presentes na Aula Paulo VI. Pergunto-vos: vós acreditais nisso? Então convido-vos todos a repetir juntamente comigo, três vezes, a seguinte expressão: e assim para sempre estaremos com o Senhor! E assim para sempre estaremos com o Senhor! E assim para sempre estaremos com o Senhor! Sim, e lá com o Senhor nos encontraremos! Obrigado!
Como habitualmente, não faltou uma saudação do Santo Padre, aos fiéis e peregrinos de língua oficial portuguesa presentes na audiência, na Aula Paulo VI:
“Dirijo uma saudação especial a todos os peregrinos de língua portuguesa, nominalmente aos estudantes vindos de Portugal. Queridos amigos, que a fé na Ressurreição nos leve a olhar para o futuro, fortalecidos pela esperança na vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Deus vos abençoe”!

Rádio Vaticano 

01 Fev Santa Veridiana - Uma peregrina da Igreja

Santa Veridiana era conhecida pela sua compaixão para com os mais pobres, oferecendo-lhes tudo que podia. Além das práticas de penitência que oferecia através de peregrinações.
Santa VeridianaNasceu em Florença, em 1182, numa família nobre que respeitava as opções de Veridiana com relação a Deus. Ela trabalhou com um tio comerciante e o ajudou a administrar seus negócios, mas percebeu que sua vocação era muito mais do que administrar; era deixar que o próprio Deus cuidasse dela e de sua história.
Jovem de oração, de penitência e contemplação, priorizou a vontade do Senhor, por isso chegou a um ponto em que deixou tudo para seguir a vontade de Deus, trabalhando e servindo-O por meio dos pobres e peregrinos.
Na época em que administrava o comércio do tio, já ajudava os pobres. Mas, agora, ela se doava para os seus irmãos mais necessitados. Ficou gravemente ferida, quando, ao fazer uma peregrinação pelos túmulos de São Pedro e São Paulo, foi a pé e descalça pedindo esmolas. Santa Veridiana ofereceu todos esses seus sacrifícios pela conversão das pessoas.
Uma mulher possuída pelo Espírito Santo, foi dócil à vontade de Deus e viveu o restante de sua vida acamada, enferma, oferecendo-se ao Senhor, aconselhando muitas pessoas e intercedendo por todos. Seus alimentos eram pão e água.
Mulher penitente e feliz, viveu até os 60 anos de idade consumindo-se de amor a Deus para o bem dos irmãos.
Santa Veridiana, neste tempo marcado pelo hedonismo e pela busca desenfreada por prazeres, nos aponta, denuncia que não é este o caminho da felicidade, mas apenas um: Nosso Senhor Jesus Cristo.
Peça a intercessão dessa santa para que todos possam, na oração, na penitência, na doação ao irmão, encontrarmos a verdadeira felicidade.
Santa Veridiana, rogai por nós!

Canção Nova 

31 de jan. de 2017

Papa: Jesus sempre rodeado de gente, mas não busca popularidade

31/01/2017



Se com perseverança mantivermos o olhar fixo em Jesus, descobriremos com surpresa que é Ele que olha com amor para cada um de nós: disse o Papa durante a Missa na manhã desta terça-feira (31/01), na Casa Santa Marta.
Dirigindo-se aos participantes, o Pontífice iniciou a sua homilia recordando que a Carta aos Hebreus nos exorta a correr na fé com “perseverança, mantendo o olhar fixo em Jesus”. Já no 5º capítulo do Evangelho de Marcos, “é Jesus que nos olha e percebe que estamos ali. Ele nos está próximo, está sempre no meio da multidão”, explicou o Papa.
“Não está com os guardas que fazem escolta, para que ninguém o toque. Não, não! Ele fica ali, comprimido entre as pessoas. E sempre que Jesus saía, tinha mais gente. Especialistas de estatísticas poderiam até ter noticiado: “Cai a popularidade do Rabí Jesus”... Mas ele procurava outra coisa: procurava as pessoas. E as pessoas o procuravam. O povo tinha os olhos presos Nele e Ele tinha os olhos presos nas pessoas. “Sim, sim, no povo, na multidão”, “Não, não, em cada um!” É esta a peculiaridade do olhar de Jesus. Jesus não massifica as pessoas; Ele olha para cada um”.
Pequenas alegrias
O Evangelho de Marcos narra dois milagres: Jesus cura uma mulher que tem hemorragias há 12 anos e que, no meio da multidão, consegue tocar sua roupa. Ele percebe que foi tocado e depois, ressuscita a filha de 12 anos de Jairo, um dos chefes da Sinagoga. Ele observa que a menina está faminta e diz aos pais que lhe dêem de comer:
“O olhar de Jesus passa do grande ao pequeno. Assim olha Jesus: olha para nós, todos, mas vê cada um de nós. Olha os nossos grandes problemas, percebe as nossas grandes alegrias e vê também as nossas pequenas coisas... porque está perto. Jesus não se assusta com as grandes coisas e leva em conta também as pequenas. Assim olha Jesus”.
Se corrermos “com perseverança, mantendo fixo o olhar em Jesus” – afirma o Papa Francisco – acontecerá connosco o que aconteceu com as pessoas depois da ressurreição da filha de Jairo, que ficaram todas admiradas:
“Vou, vejo Jesus, caminho avante, fixo o olhar em Jesus e o que vejo? Que Ele tem o olhar sobre mim! E isto me faz sentir um grande estupor: é a surpresa do encontro com Jesus. Mas não tenhamos medo! Não tenhamos medo, assim como não o teve aquela senhora que foi tocar o manto de Jesus. Não tenhamos medo! Corramos neste caminho, com o olhar sempre fixo em Jesus. E teremos esta bela surpresa, que nos encherá de estupor. O próprio Jesus com os olhos fixos em mim”. (BS/CM)

Rádio Vaticano 

Dom Bosco e as três alvuras da fé católica

No dia 31 de janeiro de 1888, partia ao Céu um grande educador da juventude: João Melchior Bosco. Este homem de santidade indiscutível foi canonizado pelo Papa Pio XI ainda no ano de 1934 e a liturgia católica celebra-o em todo final de janeiro, quando se recorda a data de seu nascimento para Deus.
A vida de São João Bosco foi repleta de experiências sobrenaturais, muito embora vários biógrafos naturalistas tenham tentado calar esta verdade. Infelizmente, percebe-se em várias biografias modernas dos santos uma tendência de olhá-los como pessoas simplesmente virtuosas, mas a um nível baixo o bastante para que possa ser imitável. A “arte de escrever a vida dos santos” está se tornando naturalista: escondem-se os aspectos místicos e sobrenaturais dos santos para torná-los palatáveis ao mundo descrente.
Ao contrário, é preciso lembrar que todo verdadeiro santo é um místico. A mística é a ação de Deus na alma de uma pessoa. Ela entregou-se de tal modo a Deus que, a partir de um determinado momento, não é mais ela quem age, mas Deus mesmo toma a frente de sua vida. Então, é possível que ela diga com o Apóstolo: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim”[1].
O que acontece, então, quando alguém que não crê nem em Deus nem que ele possa agir na história toma a responsabilidade de escrever justamente sobre aqueles em quem Deus trabalhou de modo tão particular? Os aspectos inexplicáveis ou muito impressionantes são simplesmente deixados de lado e os santos deixam de ser instrumentos sobrenaturais para se tornarem personalidades mais ou menos importantes, a depender dos feitos humanos que realizaram.
São famosos, por exemplo, os sonhos que este servo de Deus relatava aos jovens de seu Oratório. Desde a mais tenra infância, o Senhor se comunicava com Dom Bosco por meio dessas experiências. E, no entanto, seus sonhos – com conteúdos verdadeiramente extraordinários – foram reduzidos por muitos biógrafos a meros “contos pedagógicos”, como se João Bosco os tivesse inventado para ensinar lições aos seus jovens. Os testemunhos de quem convivia com São João Bosco, no entanto, atestam que os seus sonhos eram realidades de fato sobrenaturais. Pessoas próximas relatavam ver uma luz sair de Dom Bosco durante seus sonos, enquanto sonhava, e também durante suas pregações, enquanto ensinava. Foi durante um sonho que ele teve, ainda aos nove anos de idade, que lhe foi revelada a sua vocação: neste sonho, ele tentava mudar alguns jovens com violência e Deus lhe dizia que não era assim que ele os iria converter, mas sim falando a eles da feiura do pecado e da beleza das virtudes. Ainda que as coisas não tenham ficado claras para ele naquele instante, mais adiante ele percebeu o que Deus queria dele: que se entregasse totalmente à evangelização da juventude.
De fato, seu trabalho com os jovens foi de tal modo significativo que fez com que o bem-aventurado João Paulo II o aclamasse como “pai e mestre da juventude”[2].
Mas não foi apenas por sua vida ativa que Dom Bosco mereceu ser elevado à honra dos altares. Ao lado de uma intensa atividade pastoral, João Bosco era um homem de profunda oração. Obediente à palavra do Apóstolo: “Orai sem cessar”[3], ele teve avanços prodigiosos na vida espiritual, chegando, sem dúvida, àquela que Santa Teresa de Ávila descreve como a sétima morada[4]. Ao fim de sua vida, tal era sua união com o Altíssimo, que ele, por assim dizer, “não precisava rezar”, pois as faculdades de sua alma estavam todas na presença de Deus e toda a sua vida havia se transformado em uma oração.
Ao lado desta união com Deus, estavam as manifestações extraordinárias que lhe aconteciam. Além de seus sonhos, Dom Bosco também tinha visões. Ambas revestiam-se, muitas vezes, de caráter profético.
No famoso sonho das duas colunas, por exemplo, Dom Bosco viu o barco da Igreja, conduzido pelo Papa, ser ancorado em duas grandes colunas: uma com a Virgem Maria e outra, maior, com a imagem da hóstia consagrada, Jesus Eucarístico.
Neste sonho, pequenos navios tentavam derrubar a barca da Igreja e o Papa se reunia com os capitães dos barcos vizinhos para aconselhar-se. No entanto, por conta dos ataques externos, os bispos tinham que voltar aos seus barcos. Era uma clara alusão ao Concílio Vaticano I, convocado pelo Papa Pio IX, Concílio que não chegou a encerrar-se, por causa da invasão de Roma em 1870 pelos “piemonteses”[5] [6], processo que consolidou a unificação da Itália.
Ainda no sonho, Dom Bosco via que o Papa se reunia novamente com os capitães dos barcos próximos e, depois disso, aparecia um Pontífice que era atingido, mas não morria – referências evidentes ao Concílio Vaticano II e ao atentado ao Papa João Paulo II, em 13 de maio de 1981.
Outro dado interessante era que o barco da Igreja não era apenas mirado por canhões, mas também por “livros incandescentes”. Dom Bosco estava indicando que a guerra à Igreja seria, sobretudo, uma guerra dos maus livros, dos maus ensinamentos.
Em uma visão, às vésperas da solenidade da Epifania do Senhor, em 1870, ano da invasão dos Estados Pontifícios, Dom Bosco viu o acontecimento que se daria naquele ano, a saber: a Guerra Franco-Prussiana, que faria as tropas francesas se retirarem de Roma e a deixarem desprotegida. Na mesma visão, Deus revelou a São João Bosco castigos que cairiam sobre a Cidade Eterna, como a brecha de Porta Pia. O santo escreveu ainda que, “antes que transcorram dois plenilúnios do mês das flores, o arco-íris da paz aparecerá sobre a terra”. O próximo plenilúnio no mês de maio – o “mês das flores” – está previsto para acontecer em 2026. Seria desta data que Dom Bosco estaria falando?
Na verdade, os sonhos e visões proféticos de São João Bosco não devem ser para nós fontes para uma curiosidade malsã, um desejo de saber a data dos acontecimentos futuros ou mesmo do próprio fim dos tempos, dia que “ninguém o sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas somente o Pai”[7]. Devem ser, ao contrário, uma palavra de confiança n’Aquele que conduz a Igreja e prometeu que, apesar das perseguições e dos incessantes combates, as portas do inferno não prevaleceriam contra ela[8].
São João Bosco nutria uma grande devoção pela Santíssima Virgem Maria, invocada de modo especial sob o título de Nossa Senhora Auxiliadora. Fê-lo porque estava convencido de que a mesma Senhora que auxiliou o povo cristão na famosa batalha de Lepanto – o combate dos cristãos contra os infiéis que queriam dominar a Cristandade – viria em socorro da Igreja nestes tempos de grande combate. Nessa época em que há tantas heresias e ensinamentos errados, Dom Bosco confiava na Virgem Auxiliadora, rogando a ela que mantivesse viva, no povo cristão, a pureza da fé.

Fonte:   https://padrepauloricardo.org

Carta de São João Bosco para os jovens

Caros jovens,
O demônio tem normalmente duas artimanhas principais para afastar da virtude os jovens. A primeira consiste em persuadi-los de que no serviço de Deus existe uma vida triste sem nenhum divertimento nem prazer. Mas isto não é verdade, meus caros jovens. Eu vou lhes indicar um plano de vida cristã que poderá mantê-los alegres e contentes, fazendo-os conhecer ao mesmo tempo quais são os verdadeiros divertimentos e os verdadeiros prazeres, para que vocês possam exclamar com o santo profeta Davi: “Sirvamos ao Senhor na santa alegria”.
A segunda artimanha do demônio consiste em fazê-lo conceber uma falsa esperança duma longa vida que permite converter-se na velhice ou na hora da morte. Prestem atenção, meus caros jovens, muitos se deixaram perder por esta mentira. Quem nos garante que chegaremos à velhice? Se se tratasse de fazer um pacto com a morte e de esperar até então… Mas a vida e a morte estão entras as mãos de Deus que dispõe de tudo a seu bel prazer.
E mesmo se Deus lhe concedesse uma longa vida, escutai, entretanto, sua advertência: “o caminho do homem começa na juventude, ele o segue na velhice até a morte”. Ou seja, se, jovens, começamos uma vida exemplar, seremos exemplares na idade adulta, nossa morte será santa e nos fará entrar na felicidade eterna. Se, pelo contrário, os vícios começam a nos dominar desde a juventude, é muito provável que eles nos manterão em escravidão toda a nossa vida até a morte, triste prelúdio a uma eternidade terrível. Para que esta infelicidade não lhes aconteça, eu lhes apresento um método, vida alegre e fácil, mas que lhes bastará para se tornarem a consolação de seus pais, a honra de pátria de vocês, bons cidadãos da Terra, em seguida felizes habitantes do céu…
Meus caros jovens, eu os amo de todo o meu coração e basta-me que vocês sejam jovens para que eu os ame extraordinariamente. Eu lhes garanto que vocês encontrarão livros que lhes foram dirigidos por pessoas mais virtuosas e mais sábias que eu em muitos pontos, mas dificilmente vocês poderão encontrar algum que os ame mais que eu em Jesus Cristo e deseja mais felicidade para vocês.
Conservem no coração o tesouro da virtude, porque possuindo-o vocês têm tudo, mas se o perderem, vocês se tornarão os homens mais infelizes do mundo. Que o Senhor esteja sempre com vocês e que Ele lhes conceda seguir os simples conselhos presentes, para que vocês possam aumentar a glória de Deus e obter a salvação da alma, fim supremo para o qual fomos criados. Que o Céu lhes dê longos anos de vida feliz e que o santo temor de Deus seja sempre a grande riqueza que os cumule de bens celestes aqui e por toda a eternidade
São João Bosco

Via: Cléofas 

31/1 – São João Bosco presbítero (memória)

É conhecido popularmente por Dom Bosco. É um dos santos que mais atraem a simpatia de todas as classes de pessoas, mas especialmente os jovens. Nasceu em Castelnuovo d’Asti – hoje Castelnuovo Dom Bosco – a 16 de agosto de 1815. Sua mãe, Margarida Occhiena, deu-lhe uma sólida educação humana e cristã. Desde pequeno liderava um grupo de colegas, pois era dotado de muita inteligência, memória, vontade e agilidade física nos jogos. Organizava as brincadeiras, mas quando tocava o sina levava a turma à igreja. Foi ordenado sacerdote em 1841 em Turim. Começou a trabalhar junto com são José Cafasso. Desde logo sua paixão foi a educação dos jovens, de modo especial os pobres e abandonados. Recolheu um grupo para brincar, rezar e dar de comer.
No começo não tinham onde ficar. Depois abrigaram-se sob Pinardi, primeira célula do Oratório. Deu-lhe o nome de Oratório de são Francisco de Sales. Teve muitas dificuldades materiais e vários opositores no começo de sua obra. Sua mãe o ajudou muito. Sua pedagogia, baseada na alegria e no amor, conforme as palavras de são Paulo: “A caridade é benigna e paciente, tudo espera, tudo suporta…” tornou-se universal. É a prática do método preventivo. Dom Bosco assegurou a continuidade da sua obra com a fundação de duas Congregações religiosas: os padres salesianos e as irmãs filhas de Maria Auxiliadora. Foi um escritor fecundo. Fundou escolas tipográficas, revistas e editoras para difundir a boa imprensa católica. Exerceu ação de intermediário entre a Santa Sé e o governo italiano. Um santo sorridente e amável, sempre o mesmo entre os pobres ou entre reis e ministros. Era amigo dos protestantes e judeus, e escrevia: “Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas.” Morreu no dia 31 de janeiro de 1888 e foi canonizado por Pio XI em 1934.

Fonte: Cleofas

30 de jan. de 2017

Papa Francisco: homilia em Santa Marta

30/01/2017



Cidade do Vaticano (RV) – Os mártires são aqueles que levam avante a Igreja, são aqueles que sustentam a Igreja, que a sustentaram desde sempre e a sustentam ainda hoje. E hoje são em números maiores em relação aos primeiros séculos da vida da Igreja.  Palavras do Papa Francisco durante a homilia proferida esta manhã, segunda-feira, dia 30 de Janeiro de 2017, na Capela de Santa Marta.
Os mártires observou Francisco são em número maior hoje, não obstante o facto que os meios de comunicação social não o digam claramente, pois eles não constituem objecto de notícia. Entretanto, acrescentou, muitos cristãos no mundo de hoje, são bem-aventurados porque perseguidos, insultados, encarcerados: são de facto tantos os cristãos encarcerados só por levarem consigo uma cruz ou por terem confessado a sua fé em Jesus Cristo.
Esta é a glória da Igreja e o nosso apoio é também a nossa humilhação: nós que temos tudo, tudo parece fácil para nós e se nos falta algo lamentamos. Pensemos nestes irmãos e irmãs que hoje, em números maiores a dos primeiros séculos da Igreja, sofrem o martírio.
E também nós hoje, frisou o Santo Padre, é verdade e também justo, estamos satisfeitos quando vemos um acto eclesial grande, que teve um grande sucesso, os cristãos que manifestam. E isto é belo! Mas esta é a força? questionou Francisco! Sim, certamente é a força. Mas a maior força da Igreja hoje está nas pequenas Igreja, pequeníssimas, com pouca gente, perseguida e as vezes até com os seus bispos nas prisões, disse. Esta, lembrou ainda Francisco, é a nossa glória hoje, esta é a nossa glória e a nossa força hoje.
Eles com o seu martírio, o seu testemunho, com o seu sofrimento, mesmo dando a sua vida, oferecendo a sua vida, semeiam cristãos para o futuro e nas outras Igrejas. Dediquemos esta santa missa aos nossos mártires, para aqueles que sofrem neste momento, para as Igrejas que sofrem, que não têm liberdade. E agradecemos ao Senhor por estar presente com a força do seu Espírito nestes nossos irmãos e irmãs que hoje dão testemunho dele.
Rádio Vaticano 

30 JAN Santa Jacinta Marescotti, mestra das noviças e superiora num convento

Santa Jacinta MarescottiEm Roma, em 1585, nasceu Jacinta, dentro de uma família muito nobre, religiosa, com posses, mas que possuía, principalmente, a devoção, o amor acima de tudo. Seus pais faziam de tudo para que os filhos conhecessem Jesus e recebessem uma ótima educação.
Jacinta Marescotti que, então, tinha como nome de batismo Clarisse, foi colocada num convento para a sua educação, numa escola franciscana, juntamente com as irmãs. Uma das irmãs dela já era religiosa franciscana.
Crescendo na educação religiosa, com valores. No entanto, a boa formação sempre respeita a liberdade. Já moça e distante daqueles valores por opção, ela quis casar-se. Saiu da vida religiosa, começou a percorrer caminhos numa vida de pecados, entregue à vaidade, à formosura e aos prazeres. Enfim, ia se esvaziando. Até que outra irmã sua veio a se casar. Sua reação não foi de alegria ou de festa, pelo contrário, com inveja e revolta ela resolveu entrar novamente na vida religiosa.
A consequência foi muito linda, porque ao entrar nesse segundo tempo, ela voltou como estava: vazia, empurrada por ela própria, pela revolta. Lá dentro, ela foi visitada por sofrimentos. Seu pai, que tanto ela amava e que lhe dava respaldo material, faleceu, foi assassinado. Ela pegou uma enfermidade que a levou à beira da morte. Naquele momento de dor, ela pôde rever a sua vida e perceber o quanto Deus a amava e o quanto ela não correspondia a esse amor.
Arrependeu-se, quis confessar-se e o sacerdote foi muito firme, inspirado naquele momento a dizer: “Eu só entro para o sacramento da reconciliação se sair, do quarto dela, tudo aquilo que está marcado pelo luxo e pela vaidade”. Até as suas vestes eram de seda, diferente das outras irmãs. Ela aceitou, pois já estava num processo de conversão. Arrependeu-se, confessou-se e, dentro do convento, começou a converter-se.
Jacinta Marescotti de tal forma empenhou-se na vida de oração, de pobreza, de castidade e vivência da regra que tornou-se, mais tarde, mestra de noviças e superiora do convento.
Deus faz maravilhas na vida de quem se deixa converter pelo Seu amor.
Santa Jacinta Marescotti, rogai por nós!

Canção Nova 

29 de jan. de 2017

Papa no Angelus: confiemos em Deus com a humildade dos pobres em espírito

29/01/2017



Antes da oração mariana do Angelus, o Papa Francisco dirigindo-se aos milhares de fiéis presentes na Praça de S. Pedro falou da liturgia deste dia que nos faz meditar sobre as bem-aventuranças, a "Magna Carta" do Novo Testamento.
Jesus manifesta a vontade de Deus de conduzir os homens à felicidade, disse Francisco, uma mensagem que já estava presente na pregação dos profetas: Deus está perto dos pobres e oprimidos, e os livra daqueles que os maltratam.
Mas na sua pregação Jesus começa com a palavra "bem-aventurados", isto é, felizes; continua com a indicação da condição para ser felizes; e conclui fazendo uma promessa.
“O motivo da bem-aventurança, isto é da felicidade, não está na condição necessária - "pobres em espírito", "aflitos", "com fome de justiça", "perseguidos" ... -, mas na sucessiva promessa, que se deve acolher com fé como dom de Deus. Parte-se da condição de desconforto para se abrir ao dom de Deus e ter acesso ao mundo novo, o "reino" anunciado por Jesus”.
Não é um mecanismo automático, reiterou o Papa, mas um caminho de vida seguindo o Senhor, para quem a realidade de desconforto e aflição é vista numa perspectiva nova e experimentada segundo a conversão que se faz. Não se é bem-aventurado se não se é convertido, capaz de apreciar e viver os dons de Deus.
E o Papa deteve-se na primeira bem-aventurança: "Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus", explicando que o pobre em espírito é aquele que assumiu os sentimentos e atitudes daqueles pobres que na sua condição não se rebelam, mas sabem ser humildes, dóceis, disponíveis à graça de Deus. E ainda, que a felicidade dos pobres em espírito tem uma dupla dimensão: em relação com os bens e em relação com Deus:
“Em relação com os bens materiais ela é sobriedade: não necessariamente renúncia, mas capacidade de saborear o essencial, de partilhar; capacidade de renovar todos os dias a admiração pela bondade das coisas, sem se tornar pesado na opacidade do consumo voraz. Em relação com Deus é louvor e reconhecimento que o mundo é  bênção e que na sua origem está o amor criador do Pai. Mas é também abertura a Ele, docilidade à Sua Senhoria, que quis o mundo para todos os homens na sua condição de pequenez e limitação”.
O pobre em espírito é o cristão que não confia em si mesmo, nas suas riquezas materiais, não se obstina nas suas próprias opiniões, mas escuta com respeito e se abandona com boa vontade às decisões dos outros, ressaltou Francisco observando ainda que se nas nossas comunidades houvesse mais pobres em espírito, haveria menos divisões, contrastes e polémicas! Porque a humildade, como a caridade, é uma virtude essencial para a convivência nas comunidades cristãs. Os pobres, neste sentido evangélico, parecem ser aqueles que mantêm viva a meta do Reino do Céu, fazendo vislumbrar que ele, o reino, é antecipado em germe na comunidade fraterna, que privilegia a partilha à posse.
Que a Virgem Maria, modelo e primícia dos pobres em espírito, porque totalmente dócil à vontade do Senhor, nos ajude a abandonar-nos a Deus, rico em misericórdia, para que Ele nos encha dos seus dons, especialmente a abundância do seu perdão.
Depois do Angelus Francisco recordou o Dia Mundial dos doentes da Lepra que hoje se celebra. Esta doença, disse, embora esteja em declínio, ainda está entre as mais temidas e afecta os mais pobres e marginalizados. É importante, portanto, lutar contra esta doença, mas também contra as discriminações que ela provoca. “Encorajo todos os que envolvidos na assistência e reabilitação social das pessoas afectadas pela lepra, para quem asseguramos a nossa oração”, disse, acrescentando:
“Também gostaria de renovar a minha proximidade às populações da região central da Itália que ainda sofrem as consequências do terremoto e das difíceis condições atmosféricas. Não falte a estes nossos irmãos e irmãs o constante apoio das instituições e a solidariedade comum. E que nenhum tipo de burocracia os faça esperar e sofrer ulteriormente”.
Em seguida o Papa dirigiu-se aos cerca de 3 mil meninos e meninas de Acção Católica, das paróquias e escolas católicas de Roma. “Também este ano, disse o Santo Padre, viestes acompanhados pelo Cardeal Vigário, ao fim da "Caravana da Paz", cujo lema é ‘Circundados pela ‘Paz. Obrigado pela vossa presença e pelo vosso generoso empenho na construção de uma sociedade de paz”.
A terminar, dois dos meninos compareceram à janela com o Santo Padre para lerem uma mensagem de paz a todos os meninos do mundo, depois de que foram lançados para o ar balões multicoloridos, símbolo de paz.
 E o Papa a todos desejou bom domingo pedindo, por favor, para que não nos esqueçamos de rezar por ele.
 Buon pranzo e arrivederci!

Rádio Vaticano 

Papa: Vida Consagrada profética, vencendo mundanidade e relativismo

29/01/2017 




O Santo Padre concluiu as suas actividades na manhã deste sábado (28/01), no Vaticano, recebendo na Sala Clementina, cerca de 100 participantes à Plenária da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
No seu discurso o Papa expressou sua satisfação em receber os membros da Congregação que, nestes dias, em sua plenária, reflectiram sobre o tema da “fidelidade e dos abandonos”:
“O tema que escolheram é importante. Podemos dizer que, neste momento, a fidelidade é colocada à prova: é o que demonstram as estatísticas que examinaram. Encontramo-nos diante de certa "hemorragia" que enfraquece a vida consagrada e a própria vida da Igreja. Os abandonos na vida consagrada nos preocupam muito. É verdade que alguns a deixam por um gesto de coerência, porque reconhecem, depois de um sério discernimento, que nunca teve vocação; outros, com o passar do tempo, faltam de fidelidade, muitas vezes a apenas alguns anos da sua profissão perpétua”.
Aqui, o Papa perguntou: o que aconteceu? Como vocês destacaram no seu encontro, são muitos os factores que condicionam a fidelidade nesse tempo de mudança de época em que se torna difícil assumir compromissos sérios e definitivos. Neste sentido, Francisco destacou alguns desses factores:
“O primeiro factor que não ajuda a manter a fidelidade é o contexto social e cultural em que vivemos. De fato, vivemos imersos na chamada “cultura do fragmento”, do “provisório”, que pode levar a viver "à la carte" e ser escravo da moda. Esta cultura leva à necessidade de se manter sempre abertas as "portas laterais" para outras possibilidades, alimenta o consumismo e esquece a beleza de uma vida simples e austera, provocando muitas vezes um grande vazio existencial”.
Vivemos em uma sociedade onde as regras económicas substituem as leis morais, ditam e impõem seus próprios sistemas de referência em detrimento dos valores da vida; uma sociedade onde a ditadura do dinheiro e do lucro defende sua visão de existência. Em tal situação, disse o Pontífice, é preciso primeiro deixar-se evangelizar e, depois, comprometer-se com a evangelização. Assim, apresentou outros factores ao contexto sócio-cultural:
“Um deles é o mundo da juventude, um mundo complexo, rico e desafiador. Não faltam jovens generosos, solidários e comprometidos em nível religioso e social; jovens que buscam uma vida espiritual, que têm fome de algo diferente do que o mundo oferece. Mas, mesmo entre esses jovens, há muitas vítimas da lógica do mundanismo, como a busca do sucesso a qualquer preço, o dinheiro e o prazer fáceis”.
Essa lógica, advertiu o Papa, atrai muitos jovens, mas nosso compromisso é estar ao lado deles para contagiá-los com a alegria do Evangelho e de pertença a Cristo. Essa cultura deve ser evangelizada. Aqui, indicou um terceiro factor condicionante, que vem da própria vida consagrada, onde, além de uma grande santidade não faltam situações de contra testemunho que tornam difícil a fidelidade:
“Tais situações, entre outras, são: a rotina, o cansaço, o peso de gestão das estruturas, as divisões internas, a sede de poder... Se a vida consagrada quiser manter a sua missão profética e o seu encanto, continuando a ser escola de lealdade para os próximos e os distantes, deverá manter o frescor e a novidade da centralidade de Jesus, a atracção pela espiritualidade e da força da missão, mostrar a beleza do seguimento de Cristo e irradiar esperança e alegria”.
Outro aspecto ao qual a vida consagrada deverá prestar especial atenção é a “vida fraterna comunitária”, que deve ser alimentada pela oração comum, a leitura da palavra, a participação activa nos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação, o diálogo fraterno, a comunicação sincera entre os seus membros, a correcção fraterna, a misericórdia para com o irmão ou a irmã que peca, a partilha das responsabilidades. A seguir, o Santo Padre recordou a importância da vocação:
“A vocação, como a própria fé, é um tesouro que trazemos em vasos de barro, que nunca deve ser roubado ou perder a sua beleza. A vocação é um dom que recebemos do Senhor, que fixou seu olhar sobre nós e nos amou, chamando-nos a segui-lo mediante a vida consagrada, como também uma responsabilidade para quem a recebeu”.
Falando de lealdade e de abandono, disse ainda Francisco, “devemos dar muita importância ao acompanhamento. A vida consagrada deve investir na preparação de assistentes qualificados para este ministério. E concluiu dizendo que “muitas vocações se perdem por falta de bons líderes. Todas as pessoas consagradas precisam ser acompanhados em nível humano, espiritual e profissional. Aqui entra o discernimento que exige muita sensibilidade espiritual. (BS/MT). 

Rádio Vaticano 

29/1 – São Pedro Nolasco

No século XII o Espírito Santo, ocupado em redimir o presente, suscitou um cristão de rica família francesa que, desde criança, cultivava um grande amor aos pobres: São Pedro Nolasco. No seu tempo as lutas políticas e invasões dos povos árabes muito influenciavam na vida dos cristãos, tanto que uns eram obrigados a seguir deuses, outros impedidos de viver o Cristianismo e, a maioria era presa e feita escrava. Com a morte do pai e, já terminado seus estudos humanísticos, Pedro foi para a Espanha, onde encontrou sofrimentos físicos e morais nas regiões invadidas, tanto assim que, compadecido, aplicou toda sua fortuna no resgate de cerca de trezentos cristãos.
Nesta ação, mais do que um ato de caridade estava o desabrochar da nova Ordem, com a missão de conquistar a redenção dos cativos. Esta inspiração Pedro colheu do coração do Cristo crucificado. Emitido os três votos: castidade, obediência e pobreza; em companhia, aprovado pelo rei e abençoado pelo Papa, o nome oficial foi: Ordem da Virgem Santíssima das Mercês para a Redenção dos Escravos. São Pedro Nolasco entrou no Céu em 1256, mas antes teve a alegria, mesmo à base de sofrimento, de juntamente com os mercedários, conseguir a libertação de milhares de cristãos. São Pedro Nolasco, rogai por nós!

Cléofas 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...