28 de jan. de 2017

28/1 – São Tomás de Aquino

Tomás nasceu em 1225, filho do conde de Aquino, no castelo de Roccasecca. Aos 18 anos, contrariando a vontade dos familiares, ingressou na Ordem dos Pregadores de São Domingos. Estudou em Colônia na escola de Santo Alberto Magno e depois em Paris. Em Paris, de aluno passou a mestre de filosofia e teologia. Ensinou depois em Orvieto, Roma e Nápoles. Manso e silencioso, em Paris foi apelidado de boi mudo. Era gordo, contemplativo e devoto. Respeitava a todos e por todos era amado. Era antes de tudo um intelectual. Imerso nos estudos seguidamente perdia a noção de tempo e de lugar. Seus estudos foram proveitosos a todos. Sua norma era: oferecer aos outros os frutos da contemplação. Seus escritos constituem um dos maiores monumentos de filosofia e teologia católicas. Tinha só 48 anos quando morreu.
Morreu no dia 7 de março de 1274, no mosteiro cisterciense de Fossanova. Estava de viagem para o concílio de Lião, convocado por Gregório X. Sua obra principal é a Suma teológica. É uma síntese da teologia. Quando queriam os milagres para canonizá-lo, o papa João XXII disse: “Ele fez tantos milagres, quantas proposições teológicas escreveu.” A primazia da inteligência é a mola mestra de toda a obra filosófica e teológica do Doutor angélico. Não se tratava, porém, de um intelectualismo abstrato, pois a inteligência é condicionada e o amor é condicionante: “Luz intelectual de amor cheia…”, diz Dante que foi um dos primeiros tomistas. O pensamento de são Tomás de Aquino foi e continua sendo a base dos estudos filosóficos e teológicos dos seminaristas desde os seus tempos a até nós. O papa Leão XIII e o filósofo Jacques Maritain fizeram reflorescer os estudos tomistas. Suas obras, não tanto as grandes Sumas, como especialmente os opúsculos pastorais e espirituais, foram reimpressos.

Cléofas 

27 de jan. de 2017

Papa: medo de tudo, o pecado que paralisa o cristão

27/01/2017


Deus nos livre do pecado que nos paralisa como cristãos: a cobardia, o medo de tudo, que nos faz não ter memória, esperança, coragem e paciência – foi o que disse, em síntese, o Papa durante a Missa na manhã desta sexta-feira (27/01), na Casa Santa Marta.
A Carta aos Hebreus proposta pela liturgia do dia – afirmou o Papa – exorta a viver a vida cristã com três pontos de referência: o passado, o presente e o futuro. Antes de tudo, nos convida a fazer memória, porque “a vida cristã não começa hoje: continua hoje”. Fazer memória é “recordar tudo”: as coisas boas e menos boas, é colocar a minha história “diante de Deus”, sem cobri-la ou escondê-la:
“Irmãos, evoquem na memória aqueles primeiros dias’: os dias do entusiasmo, de ir avante na fé, quando se começou a viver a fé, as tribulações sofridas … Não se entende a vida cristã, inclusive a vida espiritual de todos os dias, sem memória. Não somente não se entende: não se pode viver de modo cristão sem memória. A memória da salvação de Deus na minha vida, a memória dos problemas na minha vida; mas como o Senhor me salvou desses problemas? A memoria é uma graça: uma graça a ser pedida. ‘Senhor, que não esqueça o teu passo na minha vida, que não esqueça os bons momentos, inclusive os maus; as alegrias e as cruzes’. Mas o cristão é um homem de memória”.
Depois, o autor da Carta nos faz entender que “estamos em caminho a espera de algo”, a espera de “chegar a um ponto: um encontro; encontro o Senhor”. “E nos exorta a viver por fé”:
“A esperança: olhar para o futuro. Assim como não se pode viver uma vida cristã sem a memória dos passos feitos, não se pode viver uma vida cristã sem olhar para o futuro com esperança... para o encontro com o Senhor. E ele diz uma bela frase: ‘Ainda bem pouco …’. Eh, a vida é um sopro, eh? Passa. Quando se é jovem, se pensa que temos tanto tempo pela frente, mas depois a vida nos ensina que aquela frase que todos dizemos: ‘Mas como passa o tempo! Eu o conheci quando era criança, e agora está casando! Como passa o tempo!’. Logo chega. Mas a esperança de encontrá-lo é uma vida em tensão, entre a memória e a esperança, o passado e o futuro”.
Por fim, a Carta convida a viver o presente, “muitas vezes doloroso e triste”, com “coragem e paciência”: isto é, com franqueza, sem vergonha, e suportando as vicissitudes da vida. Somos pecadores – explicou o Papa – “todos somos. Quem antes e quem depois… se quiserem, podemos fazer a lista depois, mas todos somos pecadores. Todos. Mas prossigamos com coragem e com paciência. Não fiquemos ali, parados, porque isso não nos fará crescer”. Por fim, o autor da Carta aos Hebreus exorta a não cometer o pecado que não nos deixa ter memória, esperança, coragem e paciência: a cobardia. “É um pecado que não deixa ir para frente por medo”, enquanto Jesus diz: “Não tenham medo”. Cobardes são “os que vão sempre para trás, que protegem demasiado a si mesmos, que têm medo de tudo”:
“‘Não arrisque, por favor, não…prudência…’ Os mandamentos todos, todos… Sim, é verdade, mas isso também paralisa, faz esquecer as muitas graças recebidas, tira a memória, tira a esperança porque não deixa ir. E o presente de um cristão, de uma cristã assim é como quando alguém está na rua e começa a chover de repente e o vestido não é bom e o tecido encurta... Almas pequenas … esta é a cobardia: este é o pecado contra a memória, a coragem, a paciência e a esperança. Que o Senhor nos faça crescer na memória, nos faça crescer na esperança, nos dê todos os dias coragem e paciência e nos liberte daquilo que é a cobardia, ter medo de tudo... Almas pequenas para preservar-se. E Jesus diz: ‘Quem quer preservar a própria vida, a perde’”.

Rádio Vaticano 

Dia da Memória: não só para o povo judeu, mas toda humanidade

27/01/2017

Há 72 anos, exactamente em 27 de janeiro de 1945, as tropas do Exército Vermelho entraram no campo de concentração e extermínio de Auschwitz no sul da Polónia, libertando os poucos prisioneiros sobreviventes ao nazismo e mostrando ao mundo o horror mais atroz da humanidade. É por isso que, desde o ano 2000, na Itália com exposições, filmes, cerimónias e histórias se quer recordar o Dia da Memória, com a esperança de que o que aconteceu não se repita mais.
“Vocês que vivem em segurança em suas casas,
Vocês que encontram, voltando a casa à noite, comida quente e rostos amigáveis, considerem se este é um homem ... “ Palavras de Primo Levi um italiano sobrevivente dos campos de concentração.
Havia muito pouco que fizesse pensar a seres humanos, para além dos portões de Auschwitz. Esqueletos marcados por números, mulheres, crianças, homens quase completamente nus, com fome, petrificados pelo medo. No final dos anos 30 e 45, na Europa foram deportados e mortos cerca de 6 milhões de judeus e com eles também ciganos, deficientes, homossexuais, opositores políticos, testemunhas de Jeová: todas as categorias indesejadas. Um projecto de eliminação em massa criado pela confluência de vários factores, explica Claudio Procaccia, director do Departamento de Cultura Judaica de Roma:
“Digamos, o anti judaísmo histórico, as novas teorias racistas, mas também fenômenos de carácter social e cultural mais amplos, antropológico, ou seja, o aparecimento das massas na cena política internacional, então o medo do outro no plano psicológico, teoria científicas erradas, a crise econômica e a ideia - portanto - do judeu que é visto como aquele que é contra, por definição, porque não reconhece a autoridade”. (BS/SP).
Rádio Vaticano 


O uso dos sacramentais na luta contra o mal

O Catecismo da Igreja diz que “Chamamos de sacramentais os sinais sagrados instituídos pela Igreja, cujo objetivo é preparar os homens para receber o fruto dos sacramentos e santificar as diferentes circunstâncias da vida” (n.1677). Entre os sacramentais, figuram em primeiro lugar as bênçãos (de pessoas, da mesa, de objetos e lugares). Toda bênção é louvor Deus e pedido para obter seus dons. (n.1672)
Os sacramentos produzem seu efeito “ex opere operato”, quer dizer, “pela obra realizada”, é ação direta de Deus; sua validade e eficácia não dependem da santidade do ministro ou do fiel; já  a eficácia dos sacramentais (“ex opere operantes”), “pela ação daquele que opera”, depende da disposição dos que os recebem. Assim, para que haja frutos das graças dos sacramentais, é necessário boa disposição ao recebê-los. É necessário estar na graça de Deus para receber as graças atuais dos sacramentais com maior eficácia.
Entre os sacramentais, estão as bênçãos de modo geral. Vale destacar as bênçãos que dão o Papa, os Bispos e os sacerdotes; os exorcismos; a bênção de reis, abades ou virgens e, em geral, todas as bênçãos sobre coisas santas.
Além das bênçãos temos algumas orações, como as Ladainhas de modo geral (Nossa Senhora, Sangue de Cristo, Espírito Santo, São José, São Miguel, etc.). A água benta; usada em certas unções que se usam em  alguns sacramentos. O pão bento ou outros alimentos santificados pela bênção de um sacerdote ou diácono. As imagens e medalhas sagradas abençoadas, etc.

Os efeitos que produzem os sacramentais recebidos com as disposições necessárias são muitos. Obtêm graças atuais, pela intervenção da Igreja. Perdoam os pecados veniais. Podem perdoar toda pena temporal, devida, pelas indulgências ligadas ao uso dos sacramentais. Obtêm-nos graças para a nossa vida terrena, como a saúde corporal, defesa contra as tempestades, uma viagem bem-sucedida, etc. Além disso nos livram das tentações do demônio ou nos dão forças para vencê-las.
O Concílio Vaticano II disse que “não há uso honesto das coisas materiais que não possa ser dirigido à santificação dos homens e o louvor a Deus.”( Const. Sacrosanctum Concilium, 61).
Tendo em vista os seus efeitos, os sacramentais nos protegem contra a ação do demônio. Especialmente o crucifixo, a água benta, as medalhas, imagens e quadros de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Santos, o escapulário de Nossa Senhora do Carmo, o Agnus Dei, etc., nos protegem contra a ação  do Mal quando os usamos e veneramos com fé e devoção. É claro que não podemos fazer um uso supersticioso desses objetos; como se agissem por si mesmos sem a nossa disposição de fé.
De modo especial a Igreja emprega o uso do Rito do exorcismo para expulsar o demônio de alguém que tenha sido possuído por ele.
“Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto seja protegido contra a influência do maligno e subtraído a seu domínio, fala-se de exorcismo” (Cat. n. 1674).
No Batismo é realizado o exorcismo na forma simples. “O exorcismo solene, chamado “grande exorcismo”, só pode ser praticado por um sacerdote, com a permissão do bispo. Nele é necessário proceder com prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja. O exorcismo visa expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isto pela autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja”. (n. 1674)
Prof. Felipe Aquino

Cléofas 

27/1 – Santa Ângela de Mérici

Nasceu em Desenzano, Garda, em 1470. Sobre a vida religiosa teve uma ideia completamente revolucionária para a sua época. Viveu num período de grande prosperidade econômica e efervescência artística. Era o Renascimento. Uma voz severa e ameaçadora açoitava os ouvidos materialistas: frei Jerônimo Savonarola. Foi enforcado e queimado na Praça da Senhoria em Florença. Vinte anos depois um frei agostiniano, Martinho Lutero, quis reformar a Igreja e conseguiu romper a unidade do cristianismo. No meio dessas justas aspirações de reforma da vida cristã surge uma voz submissa de mulher, oferecendo o contributo mais prático para a verdadeira reforma: a observância dos conselhos evangélicos. Pertence à Ordem Terceira de são Francisco, quando criança, pelo menos até 15 anos. Crescida numa família de camponeses, após a morte dos pais empreendeu longas peregrinações. Chegou à Terra Santa, onde foi privada da vista. Era um sinal de Deus para fazê-la entender a que estava destinada: assistência espiritual e material aos jovens. No caminho de integração da mulher na ação apostólica e no serviço da sociedade, Ângela de Mérici (1474-1540) deve ser considerada uma verdadeira inovadora.
Em 1535 fundou em Brescia a congregação das Ursulinas, uma instituição completamente nova, dedicada ao ensino das moças. Pelas finalidades que a inspiravam, essa instituição vinha alargar radicalmente as concepções em vigor sobre a vida religiosa. A congregação das Ursulinas tinha como objetivo a “formação cristã das futuras mães de família, abrindo-as para as necessidades de sua geração, concepção muito original em sua época, que apenas concebia a educação cristã da moça atrás das grades de um claustro”. Igualmente criativa se manisfestava a instituição em sua organização interna. A vida religiosa para as mulheres era concebida até então como uma separação total do mundo, protegida pela clausura, sendo a oração e a penitência os meios específicos com que a religiosa deveria contribuir ao crescimento da Igreja (é bem verdade que desde o século anterior havia tentativas de harmonizar a vida religiosa feminina com o serviço aos doentes). As Ursulinas, pelo contrário, segundo a concepção de sua fundadora, deviam ser uma associação de virgens que permaneciam em parte no seio de suas famílias e não pronunciavam votos especiais, embora se obrigassem a seguir uma regra de vida e obedecer a uma superiora.
Era, na realidade, uma sociedade de vida de perfeição, mas não uma congregação religiosa. Sob a direção de Ângela  eleita superiora geral no capítulo de 1537, a associação desenvolveu uma notável atividade na instrução, visita aos enfermos e outras formas de caridade. Mas a sucessora de Ângela introduziu uma modificação restritiva: adotou um hábito especial. Pouco depois, Carlos Borromeu e o papa Gregório XIII acrescentavam a vida comum e os votos simples; e Paulo V, finalmente, concedeu os votos solenes e a clausura. Assim as Ursulinas, em sua tentativa de atualização da vida religiosa, tropeçaram nas mesmas dificuldades e resistências que encontraria pouco de pois S. Francisco de Sales na fundação das Salesas. Pouco a pouco, contudo, ia-se abrindo um novo caminho, como o demonstrar, no mesmo século XVII a fundação das Filhas da Caridade, que adotaram definitiva ou transitoriamente várias das inovações queridas por Ângela para sua congregação. Santa Ângela Mérici morreu em Bréscia no dia 27 de janeiro de 1540. Foi canonizada em 1807. Foi, primeiro, festejada em 31 de maio, depois de 1955, no dia 1º de junho para deixar lugar à festividade de Maria Rainha, e agora é recordada no dia de sua morte. A morte dos santos é a sua glorificação.

Cléofas 

26 de jan. de 2017

Papa: verdadeira unidade é sermos capazes de aprender uns dos outros

26/01/2017



No final da tarde desta quarta-feira (25/01), na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, o Papa Francisco presidiu à cerimônia
das II Vésperas que recorda a conversão de S. Paulo.
A celebração marcou o encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que teve tema inspirado no quinto capítulo da segunda Carta de São Paulo aos Coríntios: “Reconciliação – É o amor de Cristo que nos impele”. A mensagem do Papa na homilia foi motivada pelo mesmo caminho e empenho ecumênico do diálogo através dos “embaixadores da reconciliação”, “unidos no sofrimento pelo nome de Jesus”.
Francisco começou a sua exortação lembrando o encontro de Paulo com Jesus, na estrada para Damasco, que transformou radicalmente a vida do apóstolo ao aderir ao “amor gratuito e imerecido de Deus, a Jesus Cristo crucificado e ressuscitado”. Uma feliz notícia, a da “reconciliação do homem com Deus”, que Paulo não poderia guardar para si mesmo e foi impelido a proclamar.
"O amor de Cristo": não se trata do nosso amor por Cristo, mas do amor que Cristo tem por nós. Da mesma forma, a reconciliação para a qual somos impelidos não é simplesmente uma iniciativa nossa: é primariamente a reconciliação que Deus nos oferece em Cristo. Antes de ser esforço humano de crentes que procuram superar as suas divisões, é um dom gratuito de Deus. Como resultado desse dom, a pessoa perdoada e amada é chamada, por sua vez, a proclamar o evangelho da reconciliação em palavras e obras, a viver e dar testemunho de uma existência reconciliada.
Nessa perspectiva, “podemos hoje nos perguntar”, disse Francisco, “como é possível proclamar esse evangelho de reconciliação depois de séculos de divisões?”. O caminho vem do próprio Paulo que enfatiza que “a reconciliação em Cristo não se pode realizar sem sacrifício”.
Jesus deu a sua vida morrendo por todos. De modo semelhante os embaixadores de reconciliação, em seu nome, são chamados a dar a vida, a não viver mais para si mesmos, mas para Aquele que morreu e ressuscitou por eles (cf. 2 Cor 5, 14-15). É a revolução que Paulo viveu, mas é também a revolução cristã de sempre: deixar de viver para nós mesmos, buscando os nossos interesses e a promoção da nossa imagem, mas reproduzir a imagem de Cristo, vivendo para Ele e de acordo com Ele, com o seu amor e no seu amor.
Para a Igreja e para cada confissão cristã, disse o Papa, “é um convite a não se basear em programas, cálculos e benefícios, a não se abandonar a oportunidades e modas passageiras, mas a procurar o caminho com o olhar sempre fixo na cruz do Senhor: lá está o nosso programa de vida”.
É um convite também a sair de todo o isolamento, a superar a tentação da auto-referencialidade, que impede de identificar aquilo que o Espírito Santo realiza fora do nosso próprio espaço. Poderá se realizar uma autêntica reconciliação entre os cristãos quando soubermos reconhecer os dons uns dos outros e formos capazes, com humildade e docilidade, de aprender uns dos outros, sem esperar que primeiro sejam os outros a aprender de nós.
“Se vivermos esse morrer para nós mesmos por amor de Jesus”, disse o Papa, o nosso velho estilo de vida é relegado ao passado. Um passado que é útil e necessário para purificar a memória, mas que “pode paralisar e impedir de viver o presente”.
A Palavra de Deus nos encoraja a tirar força da memória, a recordar o bem recebido do Senhor; mas também nos pede que deixemos o passado para trás a fim de seguir Jesus no presente e, n’Ele, viver uma vida nova. Àquele que renova todas as coisas (cf. Ap 21, 5), consintamos que nos oriente para um futuro novo, aberto à esperança que não decepciona, um futuro onde será possível superar as divisões e os crentes, renovados no amor, que irão se encontrar plena e visivelmente unidos.
O Papa Francisco finalizou a homilia saudando os representantes de outras confissões cristãs e comunidades eclesiais presentes na cerimônia e recordando o caminho da unidade, em modo particular o quinto centenário da Reforma Protestante.
O facto de, hoje, católicos e luteranos poderem recordar, juntos, um evento que dividiu os cristãos e de o fazerem com a esperança posta sobretudo em Jesus e na sua obra de reconciliação, constitui um marco significativo, alcançado – graças a Deus e à oração – através de cinquenta anos de mútuo conhecimento e de diálogo ecumênico. (BS/AC)

Rádio Vaticano 

26/1 – Santos Timóteo e Tito

Ambos colaboradores do apóstolo dos gentios. Por isso o novo calendário colocou-os logo após a festa da conversão de são Paulo. Timóteo foi o discípulo exemplar: obediente, discreto, corajoso, trabalhador. Por essa razão são Paulo preferiu-o a João Marcos como companheiro no apostolado, na segunda viagem missionária no outono de 50. Nasceu em Listra, onde são Paulo o encontrou na primeira viagem. Foi um dos primeiros a se converter ao Evangelho. Timóteo foi educado na religião hebraica pela mãe, Eunice, e pela avó, Lóide. Desde pequeno tinha um grande amor às Escrituras. Acompanhou são Paulo em várias cidades: Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso e até Roma. Por meio dele Paulo tinha, com maior facilidade, contato com as comunidades cristãs. Entre 63 e 66, quando recebeu a primeira carta (1Tm), era bispo da Igreja de Éfeso, na segunda Paulo convida-o a passar o inverno com ele em Roma.
É comovente a súplica do velho apóstolo ao filho Timóteo de trazer-lhe a capa que havia deixado em Trôade. Com certeza estava muito frio o cárcere romano. Timóteo presenciou o martírio de Paulo. Segundo uma tradição Timóteo foi martirizado em Éfeso no ano de 97. Tito foi o segundo grande colaborador de Paulo. Provinha do paganismo. Foi convertido e batizado por Paulo. Em 49 já estava com Paulo em Jerusalém. S. Paulo o chama de “meu filho”. Foi seu companheiro na terceira viagem e ajudou-o a escrever uma carta aos coríntios. Libertado da prisão romana, o apóstolo passou por Creta, onde fundou uma comunidade cristã e confiou-a a Tito. Foi aqui que recebeu a carta de Paulo. É um testemunho da Igreja apostólica. Tito foi depois a Roma avistar-se com o Mestre que o mandou provavelmente evangelizar a Dalmácia, onde seu culto ainda hoje é intenso. Segundo uma tradição Tito morreu em Creta, após uma longa vida.

Cléofas 

25 de jan. de 2017

Doze ensinamentos de São Paulo aos Romanos

1. “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar”. (Rom 1,19)
2. “Se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. (Rom 8,13)
3. “Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não tem proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada”. (Rom 8,18)
4. “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem dos que amam a Deus”. (Rom 8,28)
5. “Deus nos predestinou para sermos conforme a Imagem do Seu Filho”. (Rom 8,29)
6. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”. (Rom 8,31)
7. “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito”. (Rom 12,1)
8. “Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem. Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros”. (Rom 12,9-10)
9. “Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. Servi ao Senhor”. (Rom 12,11)
10. “Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. Socorrei às necessidades dos fiéis”. (Rom 8, 12-13)
11. “Abençoai os que vos perseguem; abençoai-os, e não os praguejeis. Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram”. (Rom 8, 14)
12. “Vivei em boa harmonia uns com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos”. (Rom 8,16)
Prof. Felipe Aquino

Cléofas 

25/1 – Conversão de São Paulo, Apóstolo

A festa litúrgica da conversão de são Paulo apareceu no século VI e é própria da Igreja latina. O martírio do apóstolo dos gentios é comemorado no dia 29 de junho. A celebração do dia 25 de janeiro tem por finalidade considerar as várias facetas do Apóstolo por excelência. Ele diz de si mesmo: “Eu trabalhei mais que todos os apóstolos…”, mas também: “Eu sou o menor dos apóstolos… não sou digno de ser chamado apóstolo”. Apresenta, ele mesmo, as credenciais: viu o Senhor, Cristo ressuscitado lhe apareceu, ele é testemunho da Ressurreição de Cristo, foi enviado diretamente por Cristo. É como um dos Doze. Pertence a Jesus desde aquela hora em que, no caminho de Damasco, vencido por Cristo e prostrado em terra perguntou-lhe: “Senhor, que queres que eu faça?” Paulo então passou a pregar e propagar a fé que desejava exterminar. Em poucos segundos de contato direto Jesus o transformou de um ferrenho perseguidor no maior Apóstolo do seu Evangelho em todos os tempos.
Essa experiência de Cristo às portas de Damasco, que ele compara com a experiência dos Doze na Páscoa e com o fulgor da primeira luz da criação, será o estribilho da sua pregação oral e escrita. Nas suas 14 epístolas que escreveu percebemos o efeito da graça do caminho de Damasco, impossível de se entender como alucinação ou simples fato psicológico. Aí está o dedo de Deus, o milagre. São Paulo tirou da sua experiência esta consoladora conclusão: “Jesus veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Precisamente por isso encontrei misericórdia. Em mim especialmente Jesus Cristo quis mostrar toda a sua longanimidade, para que eu sirva de exemplo a todos aqueles que pela fé nele alcançarão a vida eterna.” “Conheço um homem em Cristo que foi arrebatado até ao terceiro céu. Se no corpo ou fora do corpo, não sei. Deus o sabe. Só sei que esse homem ouviu palavras inefáveis…” (2 Cor 12,2).

Cléofas 

Papa Francisco: as mulheres são mais corajosas que os homens

25/01/2017


Não podemos ensinar a Deus o que deve fazer mas, sem resignação, devemos confiar nele que sabe tirar mesmo da morte a vida – disse o Papa na sua catequese durante a audiência geral. No centro da sua reflexão a figura bíblica de Judite.
Cerca de 7 mil pessoas participaram do encontro semanal com o Papa nesta quarta-feira (25/01) na Sala Paulo VI.
Após saudar os participantes, Francisco deu início à audiência com uma catequese sobre Judite, a grande heroína de Israel que encorajou os chefes e o povo de Betúlia a esperarem incondicionalmente no Senhor e assim fazendo, libertou a cidade da morte.
A narração conta que o exército de Nabucodonosor, comandado pelo general Holofernes, assediou Betúlia cortando o fornecimento de água e enfraquecendo assim a resistência da população. A situação ficou dramática ao ponto que os moradores pedem aos anciãos que se rendam aos inimigos. O fim é inevitável, a capacidade de confiar em Deus exaurida, e para fugir da morte, não resta que se entregar.
O Pontífice continuou o relato:
“Diante de tanto desespero, os chefes do povo propõem-lhe esperar ainda cinco dias, para ver se Deus os socorreria. É aqui que entra Judite: ‘Agora, colocais o Senhor todo-poderoso à prova! Mesmo que Ele não queira enviar-nos auxílio durante estes cinco dias, tem poder para nos proteger dos nossos inimigos, em qualquer outro momento que seja do seu agrado. Esperemos pela sua libertação!’”
Francisco ressaltou a figura de Judite naquela situação e revelou aos presentes:
“Esta mulher, viúva, arrisca até fazer um papelão diante dos outros... mas é corajosa, vai adiante. Esta é uma minha opinião pessoal: as mulheres são mais corajosas que os homens”.
Com a força de um profeta, aquela mulher convida a sua gente a manter viva a esperança no Senhor. E aquela esperança foi premiada: Deus salvou Betúlia pela mão de Judite. A este ponto, o Papa reflectiu e pediu aos fiéis:
“Com ela, aprendamos a não impor condições a Deus. Confiar Nele significa entrar nos seus desígnios sem nada pretender, aceitando inclusivamente que a sua salvação e o seu auxílio nos cheguem de modo diferente de nossas expectativas. Nós pedimos ao Senhor vida, saúde, amizade, felicidade… E é justo que o façamos; mas na certeza que Deus sabe tirar vida até da morte, que se pode sentir paz mesmo na doença, serenidade mesmo na solidão e felicidade mesmo no pranto. Não podemos ensinar a Deus aquilo que Ele deve fazer, nem aquilo de que temos necessidade. Ele sabe isso melhor do que nós; devemos confiar, porque os seus caminhos e os seus pensamentos são diferentes dos nossos.
E outra vez, antes de concluir, o Papa mencionou o papel das mulheres e avós:
“Quantas vezes ouvimos palavras corajosas de mulheres humildes... que pensamos, sem desprezá-las, que são ignorantes... mas são as palavras da sabedoria de Deus, as palavras das avós que tantas vezes sabem dizer a coisa certa... palavras de esperança. Elas têm experiência de vida, sofreram tanto. Confiaram em Deus, que lhes deu este dom”.
“Esta é a oração da sabedoria, da confiança e da esperança”, terminou o Papa, concedendo em seguida a bênção apostólica.
(BS/CM)

Rádio Vaticano 

24 de jan. de 2017

Ato de Adoração e Reparação ao Santíssimo Sacramento

Eu vos adoro com profundo respeito, meu Jesus, verdadeiro Pão da Vida Eterna!


1. Eu vos adoro com profundo respeito, meu Jesus, no Santíssimo Sacramento; reconheço-vos por verdadeiro Deus e homem; e tenho a intenção de suprir com este ato de adoração, a frieza de tantos cristãos ao passarem diante de vossas igrejas e, às vezes, mesmo diante de vosso sagrado tabernáculo, em que vos dignais estar a toda hora, desejando, com impaciência amorosa comunicar-vos com vossos fiéis – nem ao menos vós saúdam! E com sua indiferença se mostram como os hebreus no deserto, nauseados deste maná celeste! Eu vos ofereço o preciosíssimo Sangue que derramastes da chaga de vosso pé esquerdo, em reparação de tão insuportável tibieza; e, encerrando-me espiritualmente nesta Sagrada Chaga, peito mil e mil vezes:
Graças e louvores sejam dados a todo o momento ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
2. Eu vos adoro com profundo respeito, meu Jesus. Reconheço-vos presente no Santíssimo Sacramento, e tenho a intenção de repara a ingratidão de tantos cristãos que vendo-vos sair a visitar os pobres enfermos, para ser o seu conforto e consolação na grande viagem para a eternidade, vos deixam passar sem acompanhar-vos e apenas se dignam a fazer um ato de externa adoração. Eu vos ofereço, em reparação de tamanha frieza, o preciosíssimo Sangue que derramastes da chaga de vosso pé direito, e, encerrando-me espiritualmente nesta Sagrada Chaga, repito mil e mil vezes:
Graças e louvores sejam dados a todo o momento ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
3. Eu vos adoro com profundo respeito, meu Jesus, verdadeiro Pão da vida eterna; e com este ato de adoração tenho a intenção de compensar as muitas feridas que vosso Coração sofre, todos os dias pela profanação das igrejas, onde vos dignais estar debaixo das espécies sacramentais, para ser adorado e amado por vossos fiéis. Eu vos ofereço, em reparação de tantas irreverências, o preciosíssimo Sangue que derramastes da chaga de vossa mão esquerda, e, encerrando-me espiritualmente nesta Sagrada Chaga, repito mil e mil vezes:
Graças e louvores sejam dados a todo o momento ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
4. Eu vos adoro com profundo respeito, meu Jesus, Pão da vivo descido dos céus; e tenho a intenção de reparar com este ato de adoração, tantas e tão repetidas irreverências que cada dia cometem vossos fiéis ao assistirem a Santa Missa, na qual por excesso de amor, renovais, de modo incruento, o mesmo Sacrifício que consumastes no calvário, para a nossa salvação. Eu vos ofereço, em reparação de tanta ingratidão, o preciosíssimo Sangue que derramastes da chaga de vossa mão direita, e, encerrando-me espiritualmente nesta Sagrada Chaga, reúno minha vós às vozes dos Anjos que, em adoração, vos rodeiam, dizendo, juntamente com eles:
Graças e louvores sejam dados a todo o momento ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
5. Eu vos adoro com profundo respeito, meu Jesus, verdadeira vítima de expiação por nossos pecados; e vos ofereço este ato de adoração em compensação dos sacrilégios e ultrajes que recebeis de tantos cristãos, que se atrevem até ir receber-vos na Santa Comunhão tendo a sua alma em pecado mortal!Eu vos ofereço, em reparação de tão abomináveis sacrilégios, as últimas gotas de vosso preciosíssimo Sangue que derramastes da chaga do lado, e, encerrando-me nesta Sagrada Chaga, eu vos adoro, bendigo e amo, repetindo, em união com todas as almas devotas do santíssimo sacramento:
Graças e louvores sejam dados a todo o momento ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.

Fonte: Aleteia 

24/1 – São Francisco de Sales

”Se erro, prefiro que seja por excesso de bondade que por demasiado rigor.” Nessa afirmação está o segredo da simpatia que são Francisco desfrutava entre os seus contemporâneos. Nasceu em 1567 no castelo de Sales (nobre família em Sabóia). A extraordinária mansidão que possuía era fruto de muitos esforços e trabalhos e não algo de inato como tantos podiam pensar. Certa vez disse: “Vocês querem que eu perca num quarto de hora aquele pouco de mansidão que adquiri em vinte anos de lutas?” Laureou-se em jurisprudência pela universidade de Pádua, decepcionou as pretensões do pai, quando aos 26 anos, abraçou a carreira eclesiástica. Queria pregar o Evangelho entre os calvinistas de Genebra. Os resultados das pregações estavam sendo escassos. Resolveu então imprimir volantes e colocá-los debaixo das portas, nos muros e por toda a parte. Por isso ele tornou-se o patrono dos que se servem da escrita para difundir as verdades reveladas por Deus. Ainda assim não teve muito sucesso.
O duque de Saboia quis ajudá-lo, mas estava por fora dos esquemas do santo, pois era intolerante. Ele preferiu batalhar sozinho com toda a caridade e mansidão. Escreveu dois tratados que lhe deram o título de doutor da Igreja: introdução à vida devota e Tratado do amor de Deus. O Tratado do amor de Deus serviu para muitos hereges voltarem à Igreja. Aos trinta e dois anos era bispo auxiliar e dois anos mais tarde já era bispo titular de Genebra. Introduziu na diocese as reformas do concílio de Trento. Foi diretor espiritual de S. Vicente de Paulo e de S. Francisca de Chantal (com ela fundou a Ordem da Visitação). Morreu em Lião em 28 de dezembro de 1622. Foi canonizado em 1655. Sua festa é celebrada, conforme o novo calendário, no dia 24 de janeiro, dia em que seu corpo foi levado à sepultura definitiva, em Anecy.

Cléofas 

Papa convida a entrar na lógica da boa notícia

24/01/2017



Na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais que se celebra hoje, o Papa Francisco convida a comunicar a esperança e a confiança, no nosso tempo. Não devemos ter medo, pois que Deus está connosco, como anuncia o profeta Isaías.
O progresso tecnológico torna instantânea a possibilidade de captar e difundir notícias de forma capilar, muitas vezes misturando as boas e as más, o trigo e o joio.
Cabe aos comunicadores  decidir o material que querem fornecer à mente e humana. A todos  Francisco exorta a oferecer uma comunicação construtiva que, rejeitando os preconceitos contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa aprender a olhar, com confiança, a realidade.
Francisco considera que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas «notícias más» (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de falimento nas vicissitudes humanas).
Recorda que, se por um lado não podemos ignorar o drama do sofrimento, por outro não podemos cair num optimismo ingénuo, ou na apatia do medo de que não seja possível vencer o mal. Não se pode também espectacular o mal ao ponto de anestesiar as consciências ou levar a cair no desespero.
Francisco diz querer contribuir para a busca dum estilo  de comunicação aberta e criativa, que não faça do mal o grande protagonista, mas proponha soluções, ofereça uma abordagem propositiva e responsável às pessoas a quem se comunica a notícia. Enfim, entrar num lógica da “boa notícia”, muitas vezes deixada para trás, porque se diz que não atrai. Até porque a vida é uma história a ser contada e há que encontrar a lente justa para a interpretar, ponde em realce os elementos mais importantes a ser contados, porque “a realidade não tem um significado unívoco”.
Então, quais são as lentas certas? “Para nós, cristãos, os óculos adequados para decifrar a realidade só podem ser os da boa notícia: partir da Boa Notícia por excelência, ou seja, o «Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus».  A boa notícia é o próprio Jesus. E é boa não porque nela não se encontra  o sofrimento, mas porque o próprio sofrimento é vivido como parte integrante do seu amor ao Pai e à humanidade.
Em Cristo, Deus fez-Se solidário com toda a situação humana, revelando-nos que não estamos sozinhos, porque temos um Pai que nunca pode esquecer os seus filhos. «Não tenhas medo, que Eu estou contigo» é a palavra consoladora de um Deus desde sempre envolvido na história do seu povo e que assume as suas fraquezas, dando lugar à esperança.
Trata-se duma esperança que não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações e faz germinar a vida nova. Visto sob esta luz, qualquer novo drama que aconteça na história do mundo torna-se cenário possível também duma boa notícia – escreve o Papa na sua mensagem.
Jesus morreu e ressuscitou para que tivéssemos as lentes adequadas para nos aproximarmos da lógica do amor da misericordiosa que deixa, ao ouvinte, o «espaço» de liberdade para a acolher e aplicar também a si mesmo.
Através «da força do Espírito Santo», podemos ser «testemunhas» e comunicadores duma humanidade nova, redimida, «até aos confins da terra”. A confiança na semente do Reino de Deus e na lógica da Páscoa não pode deixar de moldar também o nosso modo de comunicar. A esperança é a mais humilde das virtudes, porque permanece escondida nas pregas da vida, mas é semelhante ao fermento que faz levedar toda a massa.
O Papa termina convidando a alimentar a esperança com a leitura da Boa Notícia. 

Rádio Vaticano 

Papa encontra Dirigentes do Anti-máfia e Anti-terrorismo

23/01/2017


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã desta segunda-feira, dia 23 de Janeiro de 2017, às 11,30 horas de Roma, em audiência na Sala do Concistório, do Vaticano, cerca de 40 membros da Direcção Antimáfia e Anti-terrorismo.
“A função que vos foi confiada, disse o Papa, diz respeito ao perseguimento dos reatos das três grandes organizações criminosas de cariz mafiosa: máfia, camorra e n’drangheta. Estes desfrutam as carências económicas, sociais e políticas, encontram terreno fértil para realizar os seus deploráveis projectos. Mas entre as vossas competências destaca-se também o contraste ao terrorismo, que está a assumir cada vez mais uma dimensão  cosmopolita e um aspecto cada vez mais devastador”, disse Francisco.
Perante todos estes desafios, “desejo por isso, acrescentou Francisco, exprimir-vos a minha apreciação e o meu encorajamento para o exercício da vossa actividade, difícil e cheia de riscos, mas quanto mais indispensável para a retorsão e a libertação do poder das associações criminosas que se tornam responsáveis de violências manchadas de sangue humano”.
A sociedade, observou ainda o Santo Padre, precisa de ser libertada da corrupção, das extorsões, do tráfico ilícito de estupefacientes, de armas, do tráfico de seres humanos entre os quais, as crianças, reduzidas à escravidão. São estas, sublinhou Francisco, as chagas sociais e ao mesmo tempo, desafios globais que a colectividade internacional é chamada a enfrentar hoje com determinação.
Recomendando mais uma vez a necessidade de trabalhar em colaboração com os outros países do mundo inteiro nesta luta, Francisco recordou aos presentes que a sociedade deposita muita confiança na sua professionalidade e experiência de magistrados e investigadores empenhados em combater e  desenraizar o crime organizado.
E o Papa exortou–os sobretudo, a dedicar, disse, “todos os esforços, especialmente no contraste do tráfico das pessoas e no contrabando dos migrantes: estes sãos reatos gravíssimos que atingem os mais débeis de entre os fracos. A este respeito, disse, é necessário incrementar as actividades de tutela das vítimas, prevendo assistência legal e social destes nossos irmãos e irmãs em busca de paz e de futuro. Todos aqueles que fogem dos próprios países por causa da guerra, das violências e das perseguições têm o direito de encontrar um acolhimento adequado e uma protecção idónea que se possa definir civil.
“Caros irmãos e irmãs, o Senhor vos dê a força de prosseguir sempre avante, de nunca se desencorajarem, mas de continuarem a lutar contra a corrupção, a violência, a máfia e o terrorismo. Estou consciente do facto que o trabalho que desempenhais, comporta o risco da vida ou outros perigos para vós e para as vossas famílias. Eu sei disso. Por isso requer um suplemento de paixão, de sentido do dever e força de animo. Ao mesmo tempo peço a Deus justo e misericordioso, de tocar o coração dos homens e das mulheres das diversas máfias, para que parem de praticar o mal, convertam-se e mudem de vida. O dinheiro de negócios sujos e dos delitos mafiosos é dinheiro cheio de sangue e produz um poder iníquo. Para vós, as vossas famílias e o vosso trabalho, invoco o apoio do Senhor e enquanto peço-vos também de rezar por mim, de todo o coração abençou-vos”.   
 Rádio Vaticano 

23 de jan. de 2017

8 lições de vida da mãe de Santa Teresa para as mulheres

Se Santa Teresa acabou tão bem, então por que estamos tão preocupados?


Toda minha vida, uma das minhas santas favoritas sempre foi Santa Teresa de Lisieux (também conhecida com Santa Teresinha do Menino Jesus, ou “A Pequena Flor”). Eu a amava desde criança pela mesma razão que muitos outros a amavam – ela parecia tão acessível. Eu não tinha que fazer nenhuma loucura ou me juntar a um convento para fazer a diferença. Tudo o que eu tinha que fazer era segui-la e eu tinha certeza de que Deus saberia que eu estava fazendo o meu melhor. Porque eu amei muito Santa Teresa, eu li muito sobre ela ao longo dos anos, a partir de sua própria autobiografia, de diferentes biografias sobre ela, como St. Therese of the Little Flower: The Making of a Saint e eu sempre fui fascinada por sua vida. Sua família parecia tão normal. A própria Santa Teresa era um pouco selvagem quando criança, amava coisas bonitas e tinha uma mãe que trabalhava. E quanto mais eu lia sobre Santa Teresa, mais eu ficava fascinada com uma das pessoas mais importantes de sua vida:
A sua mãe:
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As mães modernas têm dificuldade, e esperamos muito de nós mesmas: o equilíbrio perfeito entre trabalho e maternidade, exercício, cultivar nosso casamento e praticar nossa fé. Certamente, a mãe de uma grande santa como Santa Teresa tinha de ser completamente santa, fora deste mundo, e não se relacionava com uma mera mãe mortal lutando para manter tudo junto, como eu, certo? Bem, não exatamente. Quanto mais eu leio sobre a mãe de Santa Teresa, Zélie Martin (agora santa também), principalmente por meio do livro The Mother of the Little Flower, mais eu aprendi que, até ela não podia fazer tudo.
Aqui estão algumas lições bastante surpreendentes que podemos aprender com a mãe da santa mais amada do mundo:

  1. Algumas mulheres são chamadas a combinar trabalho e maternidade
Você pode pensar que, para formar um santo, você deve ser uma mãe fisicamente presente em casa, certo? Não. Zélie não era apenas uma mãe trabalhadora, mas também sustentava a família. Ela montou um negócio antes de seu casamento e continuou trabalhando fora de casa depois que se casou e se tornou mãe. O pai de Santa Teresa, Louis, vendeu sua loja de relojoaria enquanto as crianças ainda eram jovens e dedicou sua aposentadoria para ajudar Zélie com seus negócios.


  1. Você precisa de ajuda
Mesmo a mãe de um santo ou dois precisa de uma mão amiga. Ao longo de seu casamento e carreira, Zélie empregou um monte de ajudantes externos, incluindo uma empregada doméstica chamada Louise que ajudou com a limpeza doméstica e as tarefas.
Como proprietária de uma empresa, Zélie também empregou até 15 pessoas para o seu negócio. Seus funcionários olhavam para ela como exemplo, tanto em suas vidas pessoais como profissionais.

  1. As mães podem divertir-se
Eu sei que me sinto culpada de nunca (literalmente) parar para cheirar as rosas, mas a verdade é que Deus fez este mundo para nós – e nos é permitido se divertir. Zélie fez uma regra de se concentrar na diversão de vez em quando – e ela se assegurou que seus filhos também se divertissem. “Nós devemos nos fechar em um convento?” ela disse.
  1. Mesmo as mães dos santos precisam de um minuto para si
Todos nós precisamos de uma pausa de vez em quando. Na carta de Zélie para sua família, ela confessou seu desejo por aquela cochilada à tarde. “Eu anseio por descanso. Nem tenho a coragem de lutar. Sinto a necessidade da reflexão silenciosa para pensar na salvação, que as complicações deste mundo me fizeram negligenciar”.


  1. São as pequenas coisas que quebram você
Não é estranho como podemos lidar com as coisas grandes – como um membro da família doente ou um aborto ou um acidente de carro –, mas as coisas cotidianas do dia-a-dia, como brigas entre irmãos, banheiros sujos e tráfego, fazem você se sentir como se fosse perder a cabeça? Sim, mesmo Zélie sentia isso também.
Ninguém é perfeito e confiar em Deus pode ser difícil. É algo com que todos podemos nos relacionar – somos rápidos em ajoelhar e rezar durante momentos de necessidade, mas quando a máquina de lavar louça quebra ou as crianças estão brigando por causa do mesmo brinquedo, pode ser difícil manter a visão de Deus. A boa notícia é que mesmo Zélie compreendeu essa luta. “É sobre as pequenas coisas que eu mais me preocupo. Sempre que acontece uma verdadeira desgraça, estou resignada, e aguardo com confiança a ajuda de Deus”.


  1. Todos nós temos nossos próprios caminhos como mães
Não há “uma” maneira de fazer a maternidade ou até mesmo para se tornar uma mãe. Desde o nascimento dos nove filhos até ter Santa Teresa aos 41 anos, Zélie certamente não se preocupou com a maternidade convencional. E que bom que ela não fez.
  1. As mães podem ter seus próprios interesses
Se você já se sentiu culpada por fazer o trabalho além da maternidade, esta citação é para você. Foi uma mudança de jogo para mim, porque Zélie amou o trabalho que Deus a chamou para fazer, dizendo, em referência ao seu trabalho com as rendas, “O meu único gosto é estar sentada junto à janela a ajuntar o meu Ponto de Alençon”.
  1. Às vezes, a amamentação não é uma opção
Muito provavelmente devido ao câncer de mama que acabou levando a vida dela, Zélie não conseguiu cuidar de seus filhos mais novos e teve que mandá-los para viver com uma ama de leite para amamentá-los enquanto eram bebês. Nem toda mãe pode amamentar e está tudo bem.
Levando a sério essas lições da mulher que nos deu a Santa Teresa, podemos ter a certeza de que todos estamos fazendo o nosso melhor como mulheres e mães. Afinal, se Santa Teresa acabou tão bem, então por que estamos tão preocupados?


Via: Aleteia 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

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