24 de dez. de 2016

Qual é o melhor presente que podemos ofertar a Jesus?

Na Santa Ceia, narrado nos quatro capítulos, de 14 a 17, pelo evangelista São João, despedindo-se dos Apóstolos na véspera de sofrer a Sua dolorosa Paixão, Jesus fez várias recomendações. Começou dizendo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14,6). Ai está uma indicação segura de como presentear Jesus no Seu Natal. Tomá-lo como único Caminho da nossa vida; a Verdade a nos guiar em tudo o que fizermos, a Vida a viver em comunhão com Ele.
Depois Jesus disse algo marcante: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (João 14,15). “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele” (João 14,21). “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada. Aquele que não me ama não guarda as minhas palavras. A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou” (João 14,23).
Ele ainda repetiu: “Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor” (João 15,10).Ele já tinha dito no Sermão da Montanha que “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21).
Na mesma noite Ele insistiu para que permaneçamos Nele para podermos ter condições de guardar os Seus mandamentos e fazer Sua vontade: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim” (João 15,5).

Então, não podemos dar um presente melhor para Jesus do que permanecer com Ele em nossa alma, em estado de graça. Deus habita em nosso coração quanto vivemos neste estado. Ai o Céu está presente em nós, e Deus é glorificado.
E Jesus resumiu para os discípulos a essência dos Seus mandamentos: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando (João 15,12-14). “O que vos mando é que vos ameis uns aos outros” (João 15, 17). A caridade, o amor a Deus e ao próximo, que é o “vínculo da perfeição”, “a plenitude da Lei”, resume todos os Seus mandamentos.

Jesus é a referência do amor. Amar não é ter paixão por alguém, é dar a vida pela pessoa amada. São Paulo recomendou aos maridos que “amassem as suas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,25). Foi até a Cruz por ela. Ele mostrou que amar não é um gesto sentimental e nem romântico, mas é uma decisão de renunciar a si mesmo pelo bem do próximo.
Jesus disse que se faz presente em cada um dos pequeninos. “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25,40). Ele se identifica com os doentes e presos que esperam uma visita, com os famintos que esperam o alimento, com os aflitos que esperam uma boa palavra, com os que choram e esperam a consolação. Quando São Paulo perseguia os cristãos, Ele se identificou com eles e disse a Paulo: “Saulo, por que tu Me persegues?”. Ele não perguntou a Paulo por que ele perseguia os cristãos.

Por fim, Jesus encerrou a Santa Ceia com a Sua “Oração sacerdotal” (João 17) em que recomendou ao Pai todos os seus seguidores, e pede ao Pai: “Para que todos sejam um, assim como Tu, Pai, estás em Mim e eu em Ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que Tu me enviaste.” (João 17, 21).
Este é certamente um pedido especial de Jesus a todos nós, que sejamos unidos para podermos dar testemunho ao mundo de que Ele é Deus e Senhor. Esta união de nossa parte pressupõe a unidade com os pastores, sobretudo com o Papa, e a “obediência da fé” à doutrina aprovada pelo Magistério da Igreja. Nada enfraquece mais a Igreja e retarda a implantação do Reino de Deus na terra do que a desunião dos cristãos, os cismas e as heresias.
Nada agrada mais a Jesus do que “guardar estes Seus mandamentos”. No Sermão da Montanha Ele os desdobrou; não apenas os Dez Mandamentos da Lei de Deus, mas tudo o que o seu discípulo deve viver. São três longos capítulos do Evangelho de São Mateus (5,6 e 7), que os teólogos chamam de “Constituição do Reino de Deus”, Carta Magna dos seus seguidores. Ali Ele explicou a Sua doutrina nova. E terminou dizendo: “Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha” (Mateus 7,24-25). Quando Ele terminou o Sermão, a multidão estava feliz; diz o evangelista São Mateus que: “Quando Jesus terminou o discurso, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina. Com efeito, ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas (Mt 7,28-29).
O melhor presente a ser dado a Jesus é ouvir a Sua voz de bom Pastor e o seguir como uma ovelha dócil.
Prof. Felipe Aquino

Cléofas 

24/12 – São Charbel

O santo de hoje nasceu no norte do Líbano, num povoado chamado Bulga-Kafra, no ano de 1828. Proveniente de uma família cristã e centrada nos valores do Evangelho, muito cedo precisou conviver com a perda de seu pai.
Após discernir o seu chamado à vida religiosa, com 20 anos ingressou num seminário libanês maronita. Durante o Noviciado, trocou seu nome de batismo (José) por Charbel. Mostrou-se um homem fiel às regras, obediente à ação do Espírito Santo e penitente.
Após sua ordenação em 1859, enfrentou muitas dificuldades, dentre elas a perseguição ferrenha aos cristãos com o martírio de muitos jovens religiosos e a destruição de inúmeros mosteiros em sua época. Em meio a tudo isso, perseverou na fé, trazendo consigo as marcas de uma vocação ao silêncio, à penitência e à uma vida como eremita.
Aos 70 anos, vivendo num ermo dedicado a São Pedro e São Paulo, com saúde bastante fragilizada, discerniu que era chegada a hora de sua partida para a Glória Celeste. Era Véspera de Natal. E no dia 24 de Dezembro, deitado sobre uma tábua, agonizante, entregou sua vida Àquele que concede o prêmio reservado aos que perseveram no caminho de santidade: a vida eterna.
São Charbel, rogai por nós!

Rádio Vaticano 

23 de dez. de 2016

Celebrando o Natal nas Arábias

22/12/2016




Dubai (RV*) - A festa cristã do Natal, de uma forma ou de outra, influenciou todos os recantos do planeta. Nos países de lastro cristão, celebra-se o nascimento de Cristo mesmo sendo descaracterizado pelo consumismo. Existem também países nos quais o Natal é apenas sinônimo de tempos bons para negócios, sem que sejam vistos símbolos natalinos propriamente ditos nas decorações. Nos Emirados Árabes Unidos, luzes em profusão com animação podem ser vistas em lojas, hotéis e logradouros públicos sem fazer alusão ao nascimento de Cristo.

Certamente, as celebrações natalinas num país islâmico despertam a curiosidade em muita gente. De fato, devido à violência praticada por grupos radicais, principalmente, contra os cristãos, a tendência é presumir que todos os islâmicos são radicais e intolerantes. Contudo, essa concepção não condiz com os Emirados Árabes Unidos. Aqui, todas as religiões têm seus lugares de culto, em áreas cedidas pelas famílias reinantes, onde é permitido realizar atividades relacionadas com a religião.
Considerando que, neste país, todos são expatriados, sem direito à residência definitiva e à possibilidade de conquistar a cidadania local, as denominações cristãs e religiões servem seus fiéis visando a manutenção da espiritualidade e dos ritos como são no país de origem, facilitando sua reintegração quando retornarem às suas comunidades.  Portanto, não existe a preocupação de incentivar nos expatriados a inserção na sociedade local. Dessa forma, as funções religiosas são conduzidas de acordo com os ritos e as cores culturais de cada país ou região.
Na Igreja de Santa Maria de Dubai, a maior paróquia com expatriados do mundo, e nas outras sete espalhadas pelo país, os grupos nacionais, além de vivenciarem suas devoções características e liturgias, organizam eventos sociais e culturais típicos. Evidentemente, comidas com a imensa variedade de sabores também estão disponíveis para satisfazer os paladares.
Nos tempos litúrgicos de Quaresma e Advento, além dos sacerdotes servindo aos grupos linguísticos, outros chegam da África e países asiáticos; são bem-vindos para apoiar seus fiéis longe de casa, pregando retiros e celebrando a eucaristia na língua dos países ou regiões de origem.  Línguas asiáticas, latinas, saxônicas, eslavas, africanas e o árabe compõem uma sinfonia global. A internacionalidade a plurirreligiosidade podem ser respiradas em todas as dependências do complexo da igreja.  À frente do pórtico da igreja, às noites de sexta-feira e domingo, os grupos de cada país são previamente escalados para oferecer um concerto natalino com as canções típicas de seu país ou grupo étnico.
A preparação para o Natal é muito rica e frequentada. Além da novena conduzida em inglês para todos, cada nacionalidade faz sua preparação de acordo com as características de suas comunidades, mas nem todas seguem novenários, concentrando a atenção em Cristo no dia de Natal.
Dentre todas as nacionalidades representadas no país, o grupo que causa mais impacto é o filipino. Reúnem-se de 25 a 30 mil pessoas em cada missa dos nove dias que antecedem a Festa de Natal, trazendo para as celebrações sua religiosidade simples, dramatizada e embalada por hinos natalinos em homenagem a Jesus Menino e a “Mama Mary.”.
Merecem destaque, igualmente, os ritos litúrgicos. Além do mais popular rito latino, a Igreja de Santa Maria é o espaço para a celebração da Eucaristia, usando os ritos de tradição bizantina, Siro-Malabar e Siro-Malancar. Logicamente, os cristãos de ritos orientais, prolongam as festividades para nós, pois eles celebram o nascimento de Cristo no dia 7 de janeiro.
 Línguas, ritos, cores, música e vestuário dão a ideia de um novo Pentecostes nas Arábias com a participação de mais de 40 nacionalidades e muitos grupos étnicos. Sem dúvida, a Igreja de Santa Maria em Dubai pode ser considerada como uma das vitrines da Igreja Católica para o mundo.
*Missionário Pe. Olmes Milani CS

Fonte: Rádio Vaticano 

23/12 – São João Câncio

Vladislau III Jagelon, lituano, chefe de uma grande dinastia converteu-se ao cristianismo por amor ao trono da Polônia, antes que por amor a princesa Edniges, herdeira da coroa. Entre as boas coisas realizadas enumera-se a criação em 1400 da célebre Universidade de Cracóvia. Nela, poucos anos depois, ocupou a cátedra de filosofia e teologia João Câncio, como ele próprio se chamava, pelo costume de traduzir para o latim os nomes nórdicos. João nasceu em Kety, pequena localidade da Polônia, em 1390. Em Cracóvia fez os seus estudos, laureou-se e foi ordenado sacerdote. Obteve a cátedra universitária no momento em que a controvérsia hussita se tornava mais acesa. João discutiu com vários opositores, recebendo nesta disputas mais insultos que argumentações objetivas. Quando a sua humildade e a sua paciência eram postas a prova, sem perder a costumeira serenidade de espírito, se limitava a responder: “Graças a Deus!” Na qualidade de preceptor dos príncipes da Casa real polonesa, as vezes não podia se subtrair a participação de alguma festa mundana.
Um dia se apresentou a um banquete com roupas humildes e um doméstico o colocou porta afora. João foi se trocar e voltou ao lugar onde se dava a recepção. Desta vez pode entrar, mas durante o almoço um servente desastrado esvaziou um copo nas suas vestes. João sorriu afirmando: “Está certo que também a minha roupa tenha a sua parte, foi graças a ela que pude entrar aqui.” Tanto nas pequenas como nas grandes adversidades, João teve sempre em mira algo de bem superior ao prestígio, a carreira e ao bem-estar materiais: “Mais para o alto!”, repetia frequentemente querendo exprimir com este lema o seu programa de vida ascética. Ele se distinguiu sobretudo pela caridade evangélica, com uma marca claramente franciscana.
Durante uma de suas peregrinações a Roma, a diligência em que viajava foi assaltada e depredada por um grupo de bandidos, que infestavam os arredores de Roma. Também João foi roubado mas percebendo que no fundo de um bolso tinha ficado uma moeda de prata, correu atrás dos bandidos, dizendo: “Vocês esqueceram esta.” O biógrafo, que conta o episódio, afirma que os bandidos, comovidos, restituíram todo o dinheiro do assalto. Morreu em Cracóvia, com a idade de oitenta e três anos, na noite de Natal de 1473 e foi canonizado em 1767. A memória do santo, celebrada a 20 de outubro, foi agora trazida para mais perto da data de sua morte.


Cléofas 

O que os anjos estão fazendo no presépio?

Testemunhas do diálogo de Deus com a sua criatura



Segundo a tradição, foi São Francisco de Assis quem deu origem aos presépios, em 1223.
 
O ato de montar presépios nas casas, nos lugares de trabalho ou locais públicos é uma tradição hoje em dia. De fato, o presépio é um dos sinais característicos da época natalina.
 
O Papa Bento XVI, na audiência geral de 22 de dezembro de 2010, disse que o presépio é uma expressão da nossa espera em Deus, do Deus que se aproxima. Mas, ao mesmo tempo, é uma ação de graças Àquele que decidiu compartilhar nossa condição humana, na pobreza e na simplicidade.
 
Para o papa emérito, o presépio é um testemunho genuíno da fé cristã, bem como um sugestivo ícone do amor infinito do Pai a todos nós.
 
Tudo isso nos levar a ver, nos elementos que integram o presépio, sinais representativos do mistério que se celebra; em palavras de Bento XVI, devem ser ícones, devem nos transportar a este mistério de fé para o qual nos preparamos no Natal: a encarnação do Filho de Deus.
 
Neste sentido, cabe recordar o que Ratzinger afirmou em seu livro “A infância de Jesus”, com relação ao boi e ao jumento. De fato, o papa alemão afirmou que estas duas figuras “representam a humanidade desprovida de entendimento, mas que, diante do Menino, diante da humilde aparição de Deus no estábulo, chega ao conhecimento”.
 
Assim, os anjos no presépio devem representar algo desse mistério; não são figuras meramente decorativas.
 
Como disse João Paulo II, os anjos são seres inseparáveis da ação salvífica de Deus na história do ser humano.
 
Também no livro sobre a infância de Jesus, Bento XVI, baseando-se no texto do profeta Habacuc (3, 2), afirma que, com a imagem os dois seres viventes, o profeta dá a entender claramente os dois querubins sobre a Arca da Aliança que, segundo o Êxodo (25, 18-20), indicam e ao mesmo tempo escondem a misteriosa presença de Deus. Assim, o presépio seria, de alguma maneira, a Arca da Aliança na qual Deus, misteriosamente protegido, está entre os homens.
 
Que riqueza tão grande e que sinais tão eloquentes o presépio nos traz! Você já pensou nesta riqueza toda, ao montar seu presépio em família?
 
presença dos anjos manifesta também que os anjos protegem o diálogo que se dá entre Deus e os homens. Os santos anjos custodiam o diálogo com Deus. E esse diálogo que se dá entre a criatura e o seu Criador recebe o nome de “adoração”.
 
Neste sentido, o Catecismo da Igreja Católica, no número 2628, ensina que a adoração é a primeira atitude do homem que se reconhece criatura diante do seu Criador; exalta a grandeza do Senhor. É a ação de humilhar o espírito diante do Rei da Glória.
 
Os anjos nos ajudam, pois eles são os primeiros adoradores. Estas criaturas espirituais nos ajudam a conservar a pequenez, a proteger a pequenez diante do nosso Deus.
 
E o fato de serem os primeiros adoradores se conclui das próprias palavras do Nosso Senhor: “Eles contemplam sempre o rosto do meu Pai que está nos céus” (Mateus 18, 10).


Via: Aleteia 

Ajudas do Papa para crise humanitária na Ucrânia chegam no Natal

23/12/2016


Cidade do Vaticano (RV) – Em nome do Santo Padre será entregue neste Natal a primeira parte das ajudas destinadas à crise humanitária na Ucrânia.
Trata-se de um montante de quase 6 milhões de euros – dos 12 já recolhidos – destinado a mais de 2 milhões de beneficiários, sem distinção de religião, confissão ou pertença étnica, que vivem em particular nas regiões de Donetsk e Lugansk, Zaporizhia e Dnepropetrovsk.
Iniciativa do Papa
Depois da extraordinária coleta em favor das populações atingidas pelo conflito - realizada à pedido do Santo Padre em 24 de abril de 2016 nas igrejas da Europa – o Pontifício Conselho Cor Unum coordenou a instituição de um Comitê técnico in loco, presidido por Dom Jan Sobilo, Bispo Auxiliar de Kharkiv-Zaporizhia, e que trabalha em contato com o Núncio Apostólico na Ucrânia, Dom Claudio Gugegorri.
Seleção de projetos
Desde o início da atividade, no mês de julho, o Comitê – com sede em Zaporizhia – selecionou e avaliou os projetos de ajuda apresentados pelos organismos de caridade cristãos e pelas agências internacionais.
O Comitê, assim, financiará 20 projetos de “larga escala” (para montantes até 250 mil euros) e 39 iniciativas “de solidariedade” (para montantes até 20 mil euros),
O valor será dividido, em colaboração com a Nunciatura Apostólica, em apoio às obras de assistência nos setores alimentar, habitacional, médico e sanitário.
Quase dez mil mortes
Segundo um recente relatório do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR), o conflito, que ainda persiste, de abril de 2014 a 1º de dezembro de 2016, provocou 9.758 mortes e 22.779 feridos.
(je)

Rádio Vaticano 

Papa: O Menino nos ensina o que é essencial para a vida

23/12/2016 


Cidade do Vaticano (RV) – A Igreja prepara-se para viver o Natal do Senhor. O Papa Francisco presidirá no sábado a Santa Missa na Basílica de São Pedro às 21h30min, horário local. No domingo, ao meio-dia, concederá, da Sacada Central da Basílica de São Pedro, a tradicional mensagem e Bênção “Urbi et Orbi”.
A Rádio Vaticano transmitirá os dois eventos, com comentários em português, a partir das 18h20min no sábado e das 8h50min no domingo, horário de Brasília.
Será o quarto Natal do Papa Francisco que em um tweet escreve: “O Senhor se faz homem para caminhar conosco na vida de cada dia”. A Celebração Eucarística da Missa da Noite de Natal será introduzida pelo tradicional canto da Kalenda, que anuncia o nascimento de Jesus, Senhor e centro da história.
Intenções dos fiéis
As orações dos fieis, como tradição, serão em diversas línguas. Em chinês se rezará para que a Igreja seja sempre preservada “na integridade da fé” e seja “casa acolhedora para cada homem que busca a alegria verdadeira”; em francês se rezará pelos governantes para que sejam orientados “à edificação da civilização do amor”; em árabe, se rezará “por quem vive nas trevas do pecado e do erro” para que “a luz de Deus feito carne vença a noite de seus corações e mostre a eles a beleza da comunhão com Deus”; em malayalam, se rezará pelas crianças, para que a vida delas seja preservada “na pureza”.
E por fim, em russo, se rezará pelos pobres e as pessoas sozinhas, para que o “Emanuel, presente na carne de uma criança, as console em suas aflições e as faça sentir preciosos aos olhos do Pai”.
Viver um Natal cristão
O Papa Francisco exorta todos a viver o Natal cristão, à imitação do Natal de Belém, onde Deus quis inverter os valores do mundo, fazendo-se pequeno em uma estrebaria, pequeno com os pequenos e pobre com os pobres.
“Permaneçamos em silêncio – é o convite do Papa – e deixemos que seja o Menino a falar”, pois é este Menino que nos ensina “o que realmente é essencial na vida”.
(je/sc)
Rádio Vaticano 

22 de dez. de 2016

Como você reagiria se neste Natal recebesse esta Carta do Menino Jesus?

Como você reagiria se neste Natal recebesse esta Carta do Menino Jesus?


O Natal está próximo e com ele os presentes, a ceia natalina, as atividades na paróquia, as viagens etc. Uma série de atividades que poderiam fazer esquecer o verdadeiro aniversariante. Por isso, compartilhamos esta história sobre o verdadeiro sentido do Natal intitulada “Carta de Jesus”.
Querido Amigo:
Olá, eu te amo muito. Como você sabe, já se aproxima novamente a data na qual celebram o meu nascimento.
No ano passado fizeram uma grande festa para mim e tenho a impressão de que este ano ocorrerá o mesmo. A final de contas, há alguns meses estão fazendo compras para esta ocasião e quase todos os dias anunciam e avisam que faltam poucos dias para esta celebração.
Na verdade, passam dos limites, mas é agradável saber que pelo menos em um dia do ano pensam em mim. Há muito tempo, compreendiam e agradeciam de coração tudo o que eu fiz por toda a humanidade.
Mas hoje em dia, tenho a impressão de que a maioria das pessoas quase não sabe por que celebra o meu aniversário.
Por outra parte, gosto que as pessoas se reúnam e fiquem felizes e me alegra sobretudo que as crianças se divirtam tanto; mas ainda assim, acredito que a maioria das pessoas não sabe bem do que se trata. Você não acha?
Como aconteceu, por exemplo, no ano passado. Ao chegar o dia do meu aniversário, fizeram uma grande festa, mas pode acreditar que nem sequer me convidaram? Imagina! Eu era o convidado de honra! Mas esqueceram-se completamente de mim!
Estavam preparando as festas durante dois meses e, quando chegou o grande dia, me deixaram fora da celebração. Já aconteceu isso comigo tantas vezes que na verdade, não me surpreendi.
Embora não tenham me convidado, tive a ideia de entrar na festa sem fazer barulho. Entrei e fiquei em um cantinho. Imagina que ninguém notou a minha presença? Nem perceberam que eu estava ali.
Todos estavam bebendo, rindo e aproveitando bastante, quando de repente chegou um homem gordo, vestido de vermelho, com uma barba postiça branca, gritando: “Ho, ho, ho!”.
Parecia que tinha bebido muito e, depois de muito esforço, chegou ao lugar onde estavam os presentes, enquanto todos o felicitavam.
Quando se sentou em uma grande poltrona, todas as crianças, emocionadíssimas, se aproximaram dele correndo e dizendo: “Papai Noel!” Como se ele fosse o homenageado e toda a festa fosse em sua honra.
Aguentei aquela “festa” até onde pude, mas ao final fui embora. Caminhando pela rua me senti solitário e triste. O que mais me assombra de como a maioria das pessoas comemora o dia do meu aniversário é que em vez de me dar presentes, presenteiam uns aos outros e isto é um absurdo, pois quase sempre são objetos que nem sequer precisam ganhar.
Vou te fazer uma pergunta: Você não acharia estranho que ao chegar seu aniversário todos os seus amigos decidissem comemorar dando presentes uns aos outros e não dessem nada para você? Pois isto é o que acontece comigo a cada ano!
Uma vez alguém me disse: “É que você não é como outros, nunca te vemos; como é que vamos presenteá-lo?”. Já imaginará o que eu lhe respondi.
Eu sempre digo: “Você pode dar de presente comida e roupa aos pobres, ajudar a quem necessita. Pode visitar os órfãos, doentes e aqueles que estão na prisão. Tudo o que você der aos seus semelhantes para aliviar os seus sofrimentos, considerarei como se tivesse me entregado pessoalmente” (Mateus 25,34-40).
Nesta época, muitas pessoas, em vez de pensar em dar presentes, fazem bazares ou vendas na sua garagem, onde vendem qualquer coisa a fim de arrecadar até o último centavo para suas novas compras de Natal.
E em pensar no bem e felicidade que poderiam levar aos bairros marginalizados, aos orfanatos, aos asilos, às prisões ou aos familiares dos detentos!
Infelizmente, a cada ano que passa é pior. Chega o dia do meu aniversário e só pensam nas compras, nas festas e nas férias e eu de jeito nenhum apareço em tudo isto. Além disso, a cada ano os presentes de Natal, pinheiros e enfeites são mais sofisticados e mais caros, as pessoas gastam verdadeiras fortunas tentando impressionar os seus amigos.
Isto acontece inclusive nos templos. E só de pensar que eu nasci em uma manjedoura, rodeado de animais porque não tinha outro lugar.
Ficaria muito mais feliz de nascer todos os dias no coração dos meus amigos e que me permitissem morar aí para ajudá-los a cada dia em todas assuas dificuldades, para que possam experimentar o grande amor que sinto por todos; porque não sei se você saiba, mas há mais de 2 mil anos entreguei a minha vida para te salvar da morte e mostrar o grande amor que sinto por você.
Por isso, peço que me deixe entrar no seu coração. Durante vários anos estou tentando entrar, mas até hoje não me deixaste. “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos”. Confia em mim, abandone-se em mim. Este será o melhor presente que poderá me dar. Obrigado.
Seu amigo,
Jesus.


Via: ACI Digital 

“Boa tarde, sou o Papa Francisco! Você tem sapatos do meu número?”

A surpresa do ano para os vendedores de uma loja de Roma!

É verdade que, nesta época, muitos comerciantes esperam “milagres natalinos” nas vendas, mas que o Papa Francisco em pessoa entre na sua loja para comprar sapatos e resolva ficar um pouco mais para conversar é algo que excede qualquer expectativa!
Na tarde desta terça-feira, 20 de dezembro de 2016, o pontífice saiu da Casa Santa Marta, a residência do Vaticano onde mora, e, de carro, acompanhado por duas pessoas, foi até a Via del Gelsomino, onde entrou na loja. Francisco abençoou um crucifixo, assinou uma mensagem, conversou com os funcionários e, como qualquer cliente, explicou de que precisava.
Esta não é a primeira vez que o Papa faz compras pessoalmente. No ano passado, ele visitou, também de surpresa, uma ótica no centro de Roma para trocar seus óculos (fotos abaixo).



Fonte: Aleteia 

Natal: por que 25 de dezembro?

Se procurarmos no Evangelho indicação sobre o dia do nascimento de Jesus, nada encontraremos. Na visão dos apóstolos e evangelistas, não se tratava de um fato digno de registro; no centro de sua pregação estava a ressurreição do Senhor. A preocupação que tinham, ao falar dele a quem não o conhecia, era clara: apresentar uma pessoa viva, não alguém do passado. É o que notamos, por exemplo, nos dez discursos querigmáticos (querigma: primeiro anúncio; apresentação das verdades centrais do cristianismo) que encontramos nos Atos dos Apóstolos. A ideia fundamental desses discursos é a mesma: “A este Jesus, Deus o ressuscitou; disso todos nós somos testemunhas” (At 2,32).
Voltemos ao Natal. No tempo do Papa Júlio I, que dirigiu a Igreja do ano 337 a 352, é que foi introduzida essa solenidade no calendário da Igreja. Até então celebrava-se apenas a festa da Epifania – isto é, a manifestação do Senhor aos povos pagãos, representados pelos magos do Oriente. Ficava assim claro que Jesus era o Salvador de todos os povos, e não apenas de um só povo. Por que, então, 25 de dezembro como data do Natal?
O Império Romano havia decidido que todos os povos deveriam comemorar a festa do “sol invicto”, o renascimento do sol invencível. Era invencível uma vez que caía (morria) de noite e renascia a cada manhã, eternamente. Esse renascimento diário era celebrado no dia 25 de dezembro. O sol era também símbolo da verdade e da justiça, igualmente consideradas invencíveis uma vez que, por mais que muitos tentassem destruí-las, sempre renasciam vitoriosas. O sol, considerado um deus, era uma luz poderosa, que iluminava o mundo inteiro. Igualmente a verdade e a justiça eram luzes poderosas para todos os povos.

Em vez de simplesmente combater essa festa pagã, os cristãos passaram a apresentar Jesus Cristo, nascido em Belém, como o verdadeiro sol, já que nos veio trazer a verdade e a justiça. Também ele passou pela morte, mas dela ressurgiu, mostrando que era invencível. Seu nascimento – isto é, seu natal -, já que não se sabia em que dia havia ocorrido, passou a ser celebrado no dia do sol invicto.
A tradição – louvável tradição! – dos presépios é posterior: na noite de Natal de 1223, em Greccio – Itália, S. Francisco de Assis fez o primeiro presépio. Ele maravilha-se que Jesus, o Filho de Deus, havia-se encarnado para que pudéssemos conhecer o rosto de Deus. Com Jesus, passamos a ter em nosso meio um Deus que “trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado” (GS, 22). Como não representar, então, seu nascimento, ocorrido numa gruta de Belém? Ao longo dos tempos e dos lugares, cada povo foi deixando suas próprias marcas nos presépios. Os presépios que vemos pela cidade de Salvador (que seja, um dia, a cidade “do” Salvador!), em parte fruto da iniciativa do projeto: “Salvador, cidade natal do Brasil”, é uma prova disso. Por sinal, não deixa de ser significativo que tal iniciativa tenha tido tanta acolhida na cidade que se identifica com o nome de Jesus. Afinal, o anúncio dos anjos em Belém, foi claro: “Eu vos anuncio uma grande alegria…: nasceu para vós o Salvador!” (Lc 2,10).
O nascimento de Jesus é o fato central da história da humanidade; tanto assim que contamos os anos a partir desse acontecimento. Na proximidade do Natal, caminhemos ao encontro do Menino que nos é dado, para contemplá-lo e lhe dizer: “Vimos te adorar, Menino Jesus. Estamos maravilhados diante da grandeza e da simplicidade do teu amor! Tu agora estás conosco para sempre! Tu, pobre, frágil, pequeno… para nós, para mim! Em ti resplende a divindade e a paz. Tu nos ofereces a vida da graça. Teu sorriso volta-se para os pequenos, pobres e simples. Por isso, depositamos a teus pés nossas orações, nossa vida e tudo o que somos e temos. Olha com especial carinho, contudo, para todos aqueles que não te conhecem e, por não te conhecerem, não te amam. Amém!”
***
Dom Murilo S.R. Krieger, scj
Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil

Via: Cléofas 

Papa: "Reforma seja conforme à Boa Nova e aos sinais dos tempos"

22/12/2016



Cidade do Vaticano (RV) – O Papa começou a quinta-feira (22/12) recebendo na Sala Clementina, no Vaticano, seus colaboradores da Cúria Romana: Superiores, Oficiais, Representantes Pontifícios e Colaboradores nas Nunciaturas espalhadas pelo mundo, todas as pessoas que prestam serviço na Cúria Romana seus familiares. A audiência, uma tradição, é uma ocasião para a troca de votos natalinos.


Definindo o Natal como ‘a amorosa humildade de Deus’ e após citar Santo Agostinho e o Beato Paulo VI, Francisco disse que ‘Deus escolheu nascer pequenino  porque quis ser amado. E assim a lógica do Natal é a subversão da lógica do mundo, da lógica do poder, da lógica do controle’. Neste sentido, ‘sob esta luz suave e imponente do rosto divino de Cristo menino’, o Papa adiantou ter escolhido como tema deste encontro anual a reforma da Cúria Romana.
Finalidade não é 'estética' e nem mudar as pessoas
“A reforma não tem uma finalidade estética, como se se quisesse tornar mais bela a Cúria; nem se pode entender como uma espécie de avivamento, maquiagem para embelezar o velho corpo curial, e nem mesmo como uma operação de cirurgia plástica para tirar as rugas.  Amados irmãos, não são as rugas que se devem temer na Igreja, mas as manchas!
Entretanto, o Pontífice deixou claro também que a reforma não se atua de forma alguma com a mudança das pessoas, mas com a conversão nas pessoas: “Na realidade, não basta uma formação permanente, é preciso também e sobretudo uma conversão e uma purificação permanente. Sem uma mudança de mentalidade, o esforço funcional não teria qualquer utilidade”.
As doenças e os tratamentos; as dificuldades e resistências
Francisco explicou a razão de ter abordado nos encontros natalícios anteriores as ‘doenças’ da Cúria, em 2014, e as virtudes necessárias para quem presta serviço na Cúria em 2015. “Era necessário falar de doenças e tratamentos, porque cada operação, para ter sucesso, deve ser antecedida por diagnósticos profundos, por análises cuidadosas e deve ser acompanhada e seguida por prescrições concretas”.
No percurso de qualquer reforma, é normal, até mesmo salutar, encontrar dificuldades, e o Papa quis falar sobre as resistências, que podem ser abertas, ocultas e até malévolas, que germinam em mentes doentes e aparecem quando o diabo inspira más intenções (muitas vezes disfarçadas sob pele de cordeiros). “Este último tipo de resistência esconde-se por trás das palavras justificadoras e, em muitos casos, acusatórias, refugiando-se nas tradições, nas aparências, nas formalidades, no conhecido, ou então em querer reduzir tudo a um caso pessoal, sem distinguir entre o ato, o ator e a ação”.
Mas o Papa fez uma ressalva: “A ausência de reação é sinal de morte! Por isso as resistências boas – e até as menos boas – são necessárias e merecem ser escutadas, acolhidas e encorajadas a expressar-se”.
Passos para frente, mas se for preciso, para trás
Antes de elencar os critérios orientadores da reforma, o Pontífice deu uma ulterior indicação: ela é um processo delicado que deve ser vivido com fidelidade ao essencial, discernimento contínuo, coragem evangélica, sabedoria eclesial, escuta cuidadosa, ação tenaz, silêncio positivo, decisões firmes, muita oração, profunda humildade, clarividência, passos concretos em frente e – se necessário – passos também para trás, vontade decidida, vitalidade vibrante, poder responsável, obediência incondicional; mas, em primeiro lugar, com o abandono à orientação segura do Espírito Santo, confiando no seu apoio necessário.
Os doze critérios orientadores e os passos já dados
Os critérios principais que orientaram o Pontífice são doze: individualidade, pastoralidade, missionariedade, racionalidade, funcionalidade, modernidade, sobriedade, subsidiariedade, sinodalidade, catolicidade; profissionalismo, gradualidade.
Ainda no discurso, o Papa mencionou alguns passos realizados, como a criação do Conselho dos Cardeais para aconselhar o Papa no governo da Igreja universal e de outras Comissões específicas para o Instituto para as Obras de Religião, o Comité de Segurança Financeira da Santa Sé, a Autoridade de Informação Financeira (AIF), a Secretaria para a Economia e o Conselho para a Economia, o Departamento de Auditoria Geral. a Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores e a Secretaria para a Comunicação. Também foi renovado o processo canónico para as causas de declaração de nulidade do matrimónio; foi promulgado o Motu Proprio para obviar à negligência dos Bispos no exercício do seu cargo, particularmente em relação aos casos de abusos sexuais de menores e adultos vulneráveis, foram constituídos os Dicastérios para os Leigos, a Família e a Vida e para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cuja seção para a pastoral dos migrantes será ocupada diretamente pelo Papa.  
Encerrando o encontro, o Papa quis lembrar uma palavra e uma oração. A palavra é que o Natal é a festa da amorosa humildade de Deus, e a oração é uma convocatória natalícia do Padre Matta el Meskin. 
(cm)

Rádio Vaticano 

22 de Dezembro - Santa Francisca Xavier Cabrini

Santa Francisca Xavier Cabrini
1850-1917

Fundou o Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus
Filha de família pobre, cresceu em meio à miséria que pairava, em meados do século XIX, no norte da Itália. Franzina, de saúde fraca, não conseguiu ser aceita nos conventos. Apesar disso, era dona de uma alma grandiosa, digna de figurar entre os santos. Assim pode ser definida santa Francisca Cabrini, com sua vida voltada somente para a caridade e o bem do próximo.

Francisca Cabrini foi a penúltima de quinze filhos de Antônio e Estela, camponeses muito pobres na pequena Santo Ângelo Lodigiano, região da Lombardia. Nascida em 15 de julho de 1850, desde pequena se entusiasmava ao ler a vida dos santos. A preferida era a de são Francisco Xavier, a quem venerou tanto que assumiu seu sobrenome, se auto-intitulando Xavier. Sua infância e adolescência foram tristes e simples, cheia de sacrifícios e pesares. 

Francisca, porém, gostava tanto de ler e se aplicava de tal forma nos estudos que seus pais fizeram o possível para que ela pudesse tornar-se professora.

Mal se viu formada, porém, encontrou-se órfã. No prazo de um ano perdeu o pai e a mãe. Enquanto lecionava e atuava em obras de caridade em sua cidade, acalentava o sonho de entregar-se de vez à vida religiosa. Aos poucos, foi criando coragem e, por fim, pediu admissão em dois conventos, mas não foi aceita em nenhum. A causa era a sua fragilidade física. Mas também influiu a displicência e o egoísmo do padre da paróquia, que a queria trabalhando junto dele nas obras de caridade da comunidade.

Francisca, embora decepcionada, nunca desistiu do sonho. Passado o tempo, quando já tinha trinta anos de idade, desabafou com um bispo o quanto desejava abraçar uma obra missionária e esse a aconselhou: "Quer ser missionária? Pois se não existe ainda um instituto feminino para esse fim, funde um". Foi, exatamente, o que ela fez.

Com o auxílio do vigário, em 1877 fundou o Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, que colocou sob a proteção de são Francisco Xavier. Ainda: obteve o apoio do papa Leão XIII, que apontou o alvo para as missões de Francisca: "O Ocidente, não o Oriente, como fez são Francisco". Era o período das grandes migrações rumo às Américas por causa das guerras que assolavam a Itália. As pessoas chegavam aos cais do Novo Mundo desorientadas, necessitadas de apoio, solidariedade e, sobretudo, orientação espiritual. Francisca preparou missionárias dispostas e plenas de fé, como ela, para acompanhar os imigrantes em sua nova jornada. 

Tinham o objetivo de fundar, nas terras aonde chegavam, hospitais, asilos e escolas que lhes possibilitassem calor humano, amparo e conforto.

Em trinta anos de intensa atividade, Francisca Cabrini fundou sessenta e sete Casas na Itália, França e nas Américas, no Brasil inclusive. Mais de trinta vezes cruzou os oceanos aquela "pequena e fraca professora lombarda", que enfrentava, destemida, as autoridades políticas em defesa dos direitos de seus imigrantes nos novos lares.

Madre Cabrini, como era popularmente chamada, morreu em Chicago, Estados Unidos, em 22 de dezembro de 1917. Solenemente, seu corpo foi transportado para New York, onde o sepultaram na capela anexa à Escola Madre Cabrini, para ficar mais próxima dos imigrantes. Canonizada em 1946, santa Francisca Xavier Cabrini é festejada no mundo todo, no dia de sua morte, como padroeira dos imigrantes.

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