25 de nov. de 2016

26/11 – São Leonardo de Porto Maurício

O santo da via-sacra e da Imaculada Conceição, o frade que salvou o Coliseu de uma ruína total, o pregador inflamado da Paixão de Cristo. São esses os títulos de São Leonardo de Porto Maurício. Lígure nasceu em 1676, filho de um capitão da marinha, Domingos Casanova, que o deixou órfão em tenra idade. Levado a Roma, fez os seus estudos no Colégio Romano e depois entrou no reino de são Boaventura, sobre o Palatino, vestindo aí hábito franciscano. Desenvolveu sua atividade sacerdotal prevalecendo em Florença. As cruzes plantadas por seus confrades fora da Porta de são Miniato tornaram-se para ele outros tantos púlpitos ao aberto. Sobre a eficácia de sua palavra fundam-se alguns episódios da vida do santo. No fim de uma prédica sobre a Paixão, na Córsega, os homens, endurecidos pelo ódio secular, descarregaram seus fuzis para cima e se abraçaram em sinal de paz.
Em Florença suas pregações constituíam uma advertência para todos os cidadãos. No jubileu de 1750, proclamado por Bento XIV, o Papa Lambertini de Bolonha, fez muito sucesso a via-sacra pregada por frei Leonardo aos 27 de dezembro no Coliseu. Era a primeira vez que se celebrava um rito religioso no anfiteatro Flávio. Desde aquele ano a piedosa tradição se mantém até aos nossos dias e toda a Sexta-feira Santa o papa faz pessoalmente o rito penitencial.
Aquela primeira via-sacra teve também um grande merecimento para a arte: o Coliseu até aquele ano tinha servido como pedreira, mas depois daquela memorável via-sacra foi considerado lugar sagrado, meta de devotas peregrinações, e a sua demolição parou. Frei Leonardo era um grande devoto de Nossa Senhora e um apaixonado defensor da Imaculada Conceição. Convenceu o próprio pontífice a convocar um Concílio, isto é, um referendum entre os bispos, para proceder depois a proclamação do dogma.
O papa Lambertini preparou para este fim uma Bula que por várias causas. Nunca foi publicada. Em 1751 frei Leonardo morria no predileto retiro de São Boaventura sobre o Palatino, e o próprio para foi ajoelhar-se ao lado de seu corpo. Sobre o túmulo do santo foi exposta a carta profética escrita por São Leonardo pouco antes da morte. Nela preconizava-se a proclamação do dogma da Imaculada Conceição.

Cléofas 

25/11 – Santa Catarina de Alexandria

No início do século IV houve uma troca brusca da parte do poder romano em relação ao cristianismo. Diocleciano, já velho e doentio, deu início a mais cruel das perseguições. No Egito, chamado de China do mundo antigo, a perseguição chegou a mais terrível crueldade: homens, mulheres e crianças eram condenados a suplícios que a fértil e macabra fantasia dos algozes inventava para tornar mais atrozes os sofrimentos dos condenados, a tal ponto que muitos pagãos ficavam com dó e procuravam ajudar os cristãos. Nós agora lemos com certa curiosidade e incredulidade as Paixões, isto é, o balanço das últimas horas dos mártires, os processos e as condenações, suas respostas aos juizes. São frutos quase sempre de piedosas fantasias, contos lendários, conservados com o fim de edificação.
Assim é também o que se refere a santa que hoje comemoramos a nobre Catarina de Alexandria, cujo martírio atingiu mais a fantasia popular enquanto parecia tratar-se de uma menina de alta sociedade, inteligente, bonita de rosto e de alma. Maximino Daia teria se apaixonado tanto por Catarina a ponto de querer divorciar-se de sua mulher para se casar com ela. Com a firme rejeição por parte de Catarina, pôs cinquenta filósofos para convencê-la de que Jesus Cristo, que tinha morrido na cruz, não podia ser Deus. Mas Catarina fazendo uso da arte retórica, e sobretudo dos bons conhecimentos filosóficos e teológicos, acabou por ganhar para a sua parte aqueles sábios, que iluminados pela graça, aderiram ao cristianismo: duplamente vencido aos olhos dos pagãos, eles receberam a coroa dos mártires, porque Maximino os fez trucidar.
Quanto a Catarina, não conseguindo dobrá-la aos seus desejos, Maximino procurou fazê-la triturar pelas rodas de um carro com pontas de ferro, que ao contato com o corpo da menina, dobraram-se como se fossem de vime. Por causa desse episódio os que lidam com rodas elegeram-na como padroeira.
Levada para fora da cidade, Catarina foi decapitada, mas do pescoço cortado, em vez de sangue, saiu, como de certas ervas, leite, merecendo com isso um segundo título de protetora daquelas que, tendo pouco leite, devem amamentar seus pequenos. Os prodígios não acabaram aqui: do céu desceram os Anjos, que transportaram o corpo da mártir para o monte Sinai, onde mais tarde teria nascido um convento a ela consagrado.

Cléofas 

Papa na Missa em Santa Marta: nunca dialogar com o diabo

25/11/2016


Sexta-feira, 25 de novembro: na Missa em Santa Marta o Papa afirmou que nunca devemos dialogar com o diabo, para não cair na perdição eterna, mas encontrarmo-nos com o Senhor com coração humilde.
Nos últimos dias do Ano Litúrgico, a Igreja propõe uma reflexão sobre o fim do mundo através do Livro do Apocalipse de S. João. Aí se pode ler que um “dragão, a serpente antiga”, que é o diabo, foi lançado para o Abismo por um anjo, sendo lá acorrentado para que “não mais enganasse as nações”.
“Ele é um mentiroso” – disse Francisco referindo-se ao diabo – ele é o “pai da mentira” e Jesus ensina-nos a “nunca dialogar com o diabo. Com o diabo não se dialoga” – afirmou.
Dialogar com o diabo pode levar-nos ao distanciamento de Deus e à perdição eterna – assinalou o Santo Padre:
“A perdição eterna não é uma sala de tortura, é uma descrição desta segunda morte: é uma morte. E aqueles que não serão recebidos no reino de Deus é porque não se aproximaram do Senhor. São aqueles que sempre seguiram pelo seu caminho, afastando-se do Senhor e passando diante do Senhor se distanciaram sozinhos. É a perdição eterna, é o distanciar-se constantemente de Deus” – disse o Papa.
O caminho para a perdição eterna é estar distante de Deus. Mas a última imagem do Apocalipse abre à esperança e Francisco, no final da sua homilia, afirmou que a esperança “abre os corações ao encontro com Jesus” para nos deixarmos “acariciar” e “perdoar” por Jesus com humildade e sem orgulho.
(RS)

Rádio Vaticano 

24 de nov. de 2016

24/11 – Santa Ana Maria Sala

Nasceu em Brívio, Itália, em 21/4/1829, o quarto entre 8 filhos, de pais profundamente cristãos e de elevadas condições econômicas. Pela sua brilhante inteligência boa disposição para os estudos, com 11 anos foi internada num colégio das irmãs Marcelinas, em Milão, de recente fundação. Em 1846 obteve o diploma de 1º grau e voltou para a família, onde foi o anjo consolador dos seus caros, sobretudo por ocasião de uma doença da mãe e um colapso financeiro do pai. Nesse ínterim se prodigalizava no apostolado entre as crianças da paróquia, os doentes e os carentes. Depois para entrar no nascente Instituto das irmãs Marcelinas, fundado pelo sacedote Luís Biraghi (1801-1879) em 1848 na casa de Vimercate.
Sua índole equilibrada se adaptava muito bem á vida mista querida pela regra do instituto: intensa vida interior e férvida ação apostólica entre as alunas. Em 1852 pronunciou os votos perpétuos na primeira profissão pública das Marcelinas. Foi a segunda enviada como professora de 1º grau e de música a vários lugares. Em 1859 foi escolhida pra a assistência aos feridos na guerra de independência da Itália no hospital militar de São Lucas. Em 1865 superou os difíceis exames exigidos pelo novo governo italiano. Brilharam então sua inteligência e cultura. Em 1878, deixando Genova, onde tinha passado 9 anos num apostolado eficaz, voltou para Milão como assistente e professora nos cursos superiores, aí permanecendo até a data de sua morte. Um doloroso carcinoma na garganta não a fez diminuir a intensa atividade nos múltiplos encargos. Morreu em 24 de novembro de 1891, circundada pela fama de santidade e deixando copiosos frutos no seu apostolado. Foi professora da mãe de Paulo VI.

Cléofas 

O flagelo dos narcóticos na globalização da indiferença

24/11/2016


Cidade do Vaticano – O Papa Francisco recebeu hoje, quinta-feira, dia 24 de Novembro, às 12 horas de Roma, em audiência no Vaticano, na Casina Pio IV, os cerca de 60 participantes ao simpósio sobre “ os desafios e soluções para o problema dos narcóticos a nível global”, promovido pela Pontifícia Academia das Ciências.
No seu breve discurso pronunciado em língua espanhola, o Papa Francisco iniciou por sublinhar aos presentes que “ a droga é uma chaga da nossa sociedade” e que os drogados são “pessoas que perderam a sua liberdade em troca da escravidão de uma dependência química”. Esta dependência, é certamente, disse o Santo Padre, “uma nova forma de escravidão” entre tantas outras que afligem as sociedades modernas e contemporâneas.
<<É evidente que não há uma única causa que leva a dependência da droga, mas sim são muitos os factores que intervêm, entre eles: a ausência de família, a pressão social, a propaganda dos traficantes, o desejo de viver novas experiências etc. Cada pessoa dependente da droga traz porém consigo uma história pessoal, distinta, que deve ser escutada, compreendida, amada e quanto possível curada e purificada. Não podemos cair na injustiça de classificar-lhes como se fossem objectos inúteis, mas sim cada um deve ser valorizado e apreciado na sua dignidade para poder ser curado. É a dignidade humana que vamos encontrar neles. Eles continuam preservando, mais do que nunca, uma dignidade enquanto pessoas e filhos de Deus>>.
As circunstâncias do nosso mundo actual fazem com que, sublinha Francisco, não seja de estranhar que haja tanta gente a cair na desgraça da dependência da droga, já que a mundanidade hodierna oferece amplas possibilidades de alcançar e gozar de uma felicidade efímera que no fim se torna num veneno que corrompe e mata. A pessoa vai deste modo, destruindo-se e com ela também todos aqueles que estão ao redor. O desejo inicial da fuga, procurando uma felicidade momentânea se transforma posteriormente numa devastação da pessoa na sua integridade e repercute em todas as camadas sociais.
Neste sentido, observa o Pontífice, é importante conhecer a amplidão do problema da droga e sobretudo a vastidão dos seus centros de produção e sistema de distribuição. Bem sabemos, prosseguiu o Papa, que ela representa uma parte importante do crime organizado, mas seria porém necessário identificar a maneira de controlar os circuitos da corrupção e as formas de bloquear a circulação do dinheiro. E para isso, vincou Francisco, não há outro caminho a seguir senão o da cadeia que vai desde o comércio da droga em pequena escala até às formas mais sofisticadas de trabalho, assim como no capital financeiro e nos bancos que se dedicam ao branqueamento do dinheiro sujo.
<<É certo que para bloquear o pedido de consumo de droga é necessário realizar grandes esforços e implementar amplos programas sociais, orientados a saúde, ao apoio familiar e sobretudo à educação, que considero fundamental; a formação humana integral é a prioridade; ela dá a pessoa a possibilidade de ter instrumentos de discernimento, com os quais pode avaliar as diferentes ofertas que lhe são feitas e ser capaz de ajudar também os outros>>.
Finalmente, sublinhou Francisco, se bem que a prevenção seja o caminho prioritário, é fundamental também trabalhar para se chegar a plena e segura reabilitação das vítimas da droga na sociedade, por forma a devolver-lhes a alegria e para que possam voltar a recuperar a dignidade que perderam. Neste sentido para o Pontífice é importante ter sempre presente que “ o mais necessitado dos nossos irmãos, que aparentemente não tem nada para dar, leva sempre consigo um tesouro para todos nós: o rosto de Deus que nos fala e nos interpela”. E Francisco fez então os votos à todos os presentes, para que consigam, com o seu trabalho, concretizar, dentro dos limites das suas possibilidades, as felizes iniciativas que propuseram realizar em prol daqueles que sofrem mais.  

Rádio Vaticano 

23 de nov. de 2016

A Igreja Primitiva era Católica ou Protestante?

É interessante notar como o Protestantismo alega ser o retorno às origens da fé, ao Verdadeiro Cristianismo, enfim o verdadeiro confessor da fé legítima dos Primeiros séculos. Aliás, diga-se de passagem, se existe uma constante entre as religiões não-católicas é a chamada "teoria do resgate". A imensa maioria delas (a quase totalidade) afirma que o cristianismo primitivo foi puro e limpo de todo erro, mas que, com o tempo, os homens acabaram por perverter a verdade cristã, amontoando sobre ela uma enormidade de enganos.


O verdadeiro cristão, sob este prisma, seria aquele que, superando tais enganos, redescobre o "verdadeiro cristianismo', com toda a sua pureza e singeleza.


Para estas religiões, o responsável pelos erros que se acumularam no decorrer dos séculos é, quase sempre, o catolicismo. Já a religião que "resgatou a verdade" varia de acordo com o gosto do freguês: luteranismo, calvinismo, pentecostalismo, espiritismo, etc.


De uma certa forma, mesmo as religiões esotéricas, a Teologia da Libertação, a maçonaria e (pasmen!) o próprio islamismo bebe desta "teoria do resgate".


O motivo do universal acatamento desta "teoria" é o fato de que, para o homem, é muito difícil, diante dos ensinamentos de Jesus Cristo, e da santidade fulgurante dos primeiros cristãos, negar, seja a validade daqueles ensinamentos, seja a beleza desta santidade. Portanto, as pessoas precisam acreditar que, de uma certa forma, se vinculam a Jesus Cristo e às primeiras comunidades cristãs, ainda que não diretamente.


Mas igualmente, é muito difícil para o orgulho humano aceitar que este genuíno cristianismo existe, intocado, dentro do catolicismo. Aceitá-lo, para todos os grupos não católicos, seria aceitar que estão errados e que, muitas vezes, combateram contra o verdadeiro cristianismo. Desta forma, a "teoria do resgate" é a maneira mais fácil para que um não-católico possa considerar-se um "verdadeiro discípulo de Cristo" sem ter que reconhecer os erros e heresias que professa.


O problema básico de todos estes grupos é que existem inúmeros escritos dos cristãos primitivos e, por meio de tais escritos é que alguém, afinal de contas, pode saber em que criam e em que não criam os cristãos primitivos. E estes escritos são uma devastadora bomba a implodir todos os grupos que ousaram a se afastar da barca de Pedro. Eles solenemente atestam que o cristianismo primitivo permanece intacto dentro do catolicismo. Assim (ironia das ironias), os adeptos da "teoria do resgate", freqüentemente, para defender o que julgam ser a fé dos cristãos primitivos, são obrigados a desconsiderar todo o legado destes primitivos cristãos.


O protestantismo é o mais solene exemplo de tudo o quanto acima dissemos.


Em nosso artigo "Como o protestantismo pode ser um retorno às origens da fé?", já expusemos como o protestantismo não confessa a fé que os primeiros cristãos confessaram, fé esta que receberam dos Santos Apóstolos. Quem estuda com seriedade as origens da fé e a história da Igreja, insistimos, sabe que a tão referida Igreja Primitiva, é na verdade a Igreja Católica dos primeiros séculos.


Neste presente artigo, gostaríamos de lançar a seguinte pergunta: teria sido o cristianismo primitivo uma união de confissões protestantes ou uma única confissão católica?


Sabemos que o Protestantismo ensina que todos os crentes em Jesus formam a Igreja de Cristo. Desta forma, não interessa se o crente é da Assembléia de Deus, se é Luterano e etc; são crentes em Jesus e fazem parte da Igreja Invisível de Cristo, mesmo confessando doutrinas diferentes. Curiosamente (e este é um paradoxo insuperável desta "eclesiologia" chã e rastaqüera), apenas os católicos é que não fazem parte deste "corpo invisível", ainda que confessemos que Jesus Cristo é o Senhor do Universo.


O protestantismo, como percebe o leitor, é algo bastante curioso...


Aqui é importante que o leitor não confunda doutrina com disciplina. O fato de na Assembléia de Deus os homens sentarem em lugar distinto das mulheres em suas assembléias, e o fato dos Luteranos não adotarem esta prática, não é divergência de doutrina entre estas confissões, mas de disciplina. A divergência de doutrina nota-se pelo fato dos primeiros não aceitarem o batismo infantil e os segundos aceitarem. Isto é para citar um exemplo.


A doutrina é a Verdade Revelada, é o núcleo da fé, é o que nunca pode mudar. A disciplina é a forma como a doutrina é vivida, e é o que pode mudar, desde que não fira a doutrina.


Uma análise completa de como seria o passado do Cristianismo se ele tivesse sido protestante exigiria a escrita de um livro. Então, neste artigo vamos apenas verificar a questão das resoluções tomadas pela Igreja Primitiva a fim de combater o erro, isto é, as heresias.


Ao longo da história, a Igreja se deparou com sérios problemas doutrinários. Muitos cristãos confessavam algo que não estava de acordo com a fé recebida pelos apóstolos.

A primeira heresia que a Igreja teve que combater a fim de conservar a reta fé foi a heresia judaizante.


Os primeiros convertidos á fé Cristã eram Judeus, que criam que a observância da Lei era necessária para a Salvação. Quando os gentios (pagãos) se convertiam a Cristo, eram constrangidos por estes cristãos-judeus a observarem a Lei de Moisés. Os apóstolos se reúnem em Concílio para decidir o que deveria ser feito sobre esta questão.


Em At 15, o NT dá testemunho que os apóstolos acordaram que a Lei não deveria ser mais observada. E escreveram um decreto obrigando toda a Igreja a observar as disposições do Concílio.


Veja-se este Concílio de uma maneira mais pormenorizada. Haviam dois lados muito bem definidos em disputa, cada qual contando com um líder de enorme expressão. O primeiro destes lados era o já citado "partido dos judaizantes",  que tinha, como sua cabeça, ninguém menos do que São Tiago, primo de Jesus Cristo e a quem foi dado o privilégio de ser Bispo da Igreja Mãe de Jerusalém. Contrário a este partido, havia o que advogava que, ao cristão, não se poderia impor a Lei de Moisés, visto que o sacrifício de Jesus Cristo era suficiente e bastante para a salvação de quem crê. Como cabeça deste grupo, estava São Paulo, o mais influente apóstolo de então, a quem Deus havia dado o privilégio de "visitar o terceiro céu", e de conhecer coisas que, a nenhum outro ser humano, foi dado conhecer.


Dois grupos muito fortes, com líderes extremamente influentes. Realiza-se o Concílio num clima de muita discussão. Estavam em jogo a ortodoxia e a salvação da alma de todos nós. No concílio, foram estabelecidas duas coisas muito importantes, de naturezas diversas.


Em primeiro lugar, São Pedro afirmou que os cristãos não estavam obrigados à observância da lei, definindo um ponto de doutrina imutável e observado por todos os cristãos até hoje (At 15, 7-8). Aliás, a liberdade cristã, vitoriosa neste Concílio, é o ponto de partida de toda a  teologia protestante. Não deixa de ser curioso o fato de que este núcleo teológico acatado por todos eles foi definido, solenemente, pelo primeiro Papa, muito embora eles afirmem que o Papa não tem poder para definir coisa alguma...


Pouco depois, São Tiago sugeriu, juntamente com a proibição de uniões ilegítimas, a adoção de normas pastorais (a saber: a abstinência de carne imolada aos ídolos, e de tudo o que por eles estivesse contaminado),o que foi aceito por todos e imposto aos cristãos. Tais normas, hoje não são seguidas. Por que? Nós católicos temos o argumento de que tais normas eram disciplinares e não doutrinárias, e que a Igreja Católica que foi a Igreja de ontem com o tempo as revogou; assim como uma mãe que aplica normas disciplinares a um filho quando é criança e não as utiliza mais quando o filho se torna um adulto.


E qual o argumento dos protestantes por não observarem tais normas. Não deixa de ser curioso o fato de que não existe uma revogação bíblica destas normas, e, portanto, os protestantes (adeptos da ?sola scriptura?) deveriam observá-las. No entanto, não as observam. Revogaram-nas por conta própria. E, ainda por cima, nos acusam de "doutrinas antibíblicas"...


Nada mais antibíblico, dentro do tenebroso mundo da ?sola scriptura", do que não seguir as normas de At 15, 19-21...


Bem, prossigamos. Este Concílio, portanto, foi exemplar por três motivos:


a) narra uma intervenção solene de São Pedro, acatada por todos e obedecida até pelos protestantes hodiernos, ilustrando a infalibilidade papal;


b) narra a instituição de uma norma de fé por todo o concílio (qual seja: a abstenção de uniões ilegítimas), igualmente seguida por todos até hoje, o que ilustra a infalibilidade conciliar;


c) narra a instituição de normas pastorais, que se impuseram aos cristãos e que deixaram, com o tempo de serem seguidas, muito embora constem da Bíblia sem jamais terem sido, biblicamente, revogadas (o que, por óbvio, não cabe dentro do "sola scriptura").


Ao fim do Concílio, portanto, e de uma certa forma, os dois lados estavam profundamente desgostosos. Em primeiro lugar, o grupo dos judaizantes teve que aceitar a tese de São Paulo como sendo ortodoxa. Afinal, São Pedro em pessoa o afirmara e, diante das palavras dele, a opinião de São Tiago não tinha lá grande importância. Como católicos que eram, curvaram-se, assim como o próprio São Tiago se curvou.


Imaginemos se fossem protestantes. Afirmariam que não há base escriturística para a afirmação de São Pedro. Que, sem versículos bíblicos (do cânon de Jerusalém, ainda por cima!), não acatariam aquela solene definição dogmática. Que São Pedro, sendo uma mera "pedrinha", não tinha poder de ligar e de desligar coisa nenhuma, muito embora Jesus houvesse dito que ele o tinha. Afirmariam, ainda, que todos os cristãos são iguais, e que, portanto, São Tiago era tão confiável quanto São Pedro, pelo que a palavra deste não poderia prevalecer sobre a daquele, principalmente quando todas as Escrituras diziam o contrário.


Por fim, criariam uma nova Igreja. A Igreja do Apóstolo Tiago, verdadeiramente cristã, alheia aos erros do papado desde o princípio.


Imaginemos, agora, o lado dos discípulos de São Paulo. É verdade que sua tese saiu vitoriosa do Concílio, mas, em compensação, tiveram que acatar as normas pastorais de cunho nitidamente judaizante. Como bons católicos que eram, entenderam que a Igreja foi constituída pastora de nossas almas e que, portanto, tais normas eram de cumprimento obrigatório.


Imaginemos, agora, se fossem protestantes. Afirmariam que São Paulo teve uma "experiência pessoal" com Jesus e que, nesta experiência, o Senhor lhe dissera que ninguém deveria se preocupar com o que come ou com o que bebe.  Além disto, a experiência cristã é, eminentemente, espiritual e não pode sem conspurcada ou auxiliada por coisas tão baixas como a matéria (muitos protestantes, na mais pura linha gnóstica, têm horror a tudo o que é material). Portanto, este Concílio estava negando a verdade cristã, pelo que não se sentiriam obrigados a coisa alguma nele definida.


Acabariam, finalmente, fundando uma nova Igreja. A "Igreja Em Cristo, Somos Mais do que Livres", ou "Igreja Deus é Liberdade."


Este foi o primeiro concílio da Igreja. Realizado por volta do ano 59 d.C., e narrado na Bíblia. Portanto, é "cristianismo primitivo" para protestante nenhum botar defeito!


Neste ponto, perguntamos: os protestantes realizam concílios para resolverem divergências doutrinárias? Sabemos que não. Então, como os protestantes podem avocar um pretenso retorno ao "cristianismo primitivo" se não resolvem suas pendências como os primitivos cristãos? Somente por aí já se percebe que a "teoria do resgate" não passa de uma desculpa de quem, orgulhosamente, não quer aderir à Verdade.


Portanto, se a Igreja Primitiva tivesse sido protestante, como defendem alguns, este concílio não se realizaria. Primeiro que não se incomodariam se alguns cristãos confessam algo diferente, pois para os protestantes, o que importa é a fé em Cristo. A doutrina não importa, o que importa é a fé. Se você tem fé e foi batizado está salvo. Não é assim no protestantismo?


Em segundo lugar, supondo a realização do concílio, como já se viu acima, nem os cristãos judaizantes nem os discípulos de São Paulo não adotariam as disposições do Concílio em sua inteireza. E então não haveria de forma alguma uma só fé na Igreja.


Verificamos que então que a fé primitiva não era protestante, era católica; por isto eles sabiam que deveriam obedecer a Igreja pois criam que Cristo a fundou para os guiar na Verdade (cf. 1Tm 3,15), assim como nós católicos cremos. Tanto é assim que, nos séculos que se seguiram, os "cristãos primitivos" continuaram resolvendo suas pendências doutrinárias segundo o modelo de At 15. Concílios ecumênicos e regionais se sucederam por toda a história da cristandade, sempre acatados e respeitados. Alguns deles (vá entender!) são acatados e respeitados até pelos protestantes.


Depois da heresia judaizante, a ortodoxia (reta doutirna) cristã teve que combater as seguintes heresias: gnosticismo, montanismo, sabelianismo, arianismo, pelagianismo, nestorianismo, monifisismo, iconoclatismo, catarismo, etc. Para saber mais sobre estas heresias ler artigo "Grandes Heresias". Este mesmo artigo nos mostra como muitas destas heresias se revitalizaram nas seitas protestantes, que, assim, embora aleguem um retorno ao "crsitianismo primitivo", acabam por encampar doutrinas anematizadas por estes mesmos cristãos primitivos.


Como costumamos dizer, a coerência não é o forte do protestantismo...


O fato é que graças á realização dos Concílios Ecumênicos ou Regionais, graças aos decretos Papais, e à submissão dos primeiros cristãos aos ensinamentos do Magistério da Igreja, é que foi possível que houvesse uma só fé na Igreja antes do século XVI (antes da Reforma). Foi pelo fato da Igreja antiga ser Católica, que as palavras de São Paulo ("uma só fé" cf. Ef 4,5) puderam se cumprir.


Se a Igreja Antiga fosse protestante, simplesmente, o combate às heresias não teria acontecido, e com toda certeza nem saberíamos no que crer hoje. O mundo protestante só não e mais confuso porque recebeu da Igreja Católica a base de sua teologia.


Como ensinou São Paulo: "A Igreja é a Coluna e o Fundamento da Verdade" (cf. 1Tm 3,15). Foi assim para os primeiros cristãos e assim continua para nós católicos.


Assim como no passado, continuamos obedecendo aos apóstolos (hoje são os bispos da Igreja, legítimos sucessores dos apóstolos) pois continuamos crendo que Jesus fundou sua Igreja nos ensinar a Verdade através dela.


Se isto foi verdade no passado, necessariamente é verdade agora e continuará sendo sempre.

Fonte: http://www.veritatis.com.br/

A Validade do Batismo em Comunidades não-católicas

Há uma nota no roda pé do Código de Direito Canônico, do Pe. José Hortal, no comentário do cânon 8692; com base no n. 21 da Coleção Estudos da CNBB, onde se diz o seguinte:
A) Diversas Igreja batizam, sem dúvida, validamente; por esta razão, um cristão batizado numa delas não pode ser novamente rebatizado, nem sequer sob condição. Essas igreja são:
a) igrejas orientais (“ortodoxas”, que não estão em comunhão plena com a Igreja católica-romana, das quais, pelo menos, seis se encontram presentes no Brasil);
b)igreja vetero-católica;
c)igreja Episcopal do Brasil (“Anglicanos”);
d) igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB);
e)igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB);
f) igreja Metodista;
B) Há diversas igrejas nas quais, embora não se justifique nenhuma reserva quanto ao rito batismal prescrito, contudo, devido à concepção teológica que têm do Batismo -por ex., que o Batismo não justifica e por isso não é necessário -, alguns de seus pastores, parece, não manifestam sempre urgência em batizar os seus fiéis ou em seguir exatamente o rito batismal prescrito; também nesses casos quando há garantias de que a pessoa foi batizada segundo o rito prescrito por essas igrejas, não se pode rebatizar, nem sob condição. Essas igrejas são:
a) igrejas presbiterianas;
b) igrejas batistas;
c) igrejas congregacionalistas;
d) igrejas adventistas;
e)a maioria das igrejas pentecostais (Assembleia de Deus, Congregação Cristã do Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Deus é Amor, Igreja Evangélica Pentecostal “O Brasil para Cristo”);
f) Exército da Salvação;
C) Há igrejas de cujo batismo se pode prudentemente duvidar e, por essa razão, requer-se, como norma geral, a administração de um novo batismo, sob condição. Essas igrejas são:
a) Igreja Pentecostal Unida do Brasil (esta igreja batiza somente “em nome do Senhor Jesus”), e não em nome da SS. Trindade);
b) “igrejas Brasileiras” (embora não se possa levantar nenhuma objeção quanto à matéria ou a forma empregadas pelas “igrejas Brasileiras”, pode-se e deve-se duvidar da intenção dos seus ministros;cf. Comunicado Mensal da CNBB, setembro de 1973,p. 1227,c,n.4; cf. também, no Guia Ecumênico, o verbete “Brasileiras, igrejas”);
c) Mórmons (negam a divindade de Cristo, no sentido autêntico e, consequentemente, seu papel redentor).
D) Com certeza batizam invalidamente:
a) Testemunhas de Jeová (negam a fé na SS. Trindade)
b) Ciência Cristã (o rito que pratica, sob o nome de batismo, tem matéria e forma certamente inválidas). Algo semelhante se pode dizer de certos ritos que, sob o nome de batismo, são praticados por alguns grupos religiosos não cristãos, como a Umbanda).


Prof Felipe Aquino
Fonte: Cléofas 

É possível ser batizado novamente?

Pergunta:
Tenho um irmão que nunca participou da igreja, porém foi batizado. Agora foi para outra religião e vai ser batizado novamente, qual esclarecimento que devo ter mediante a doutrina Católica?
Resposta:
O batismo posterior que seu irmão vai receber não vale, pois não se pode repetir o Batismo.
Prof. Felipe Aquino

Fonte: Cléofas 

Ser católico implica correr o risco de perder amigos

Uma vida católica radicalmente intensa pode ser chocante para quem prefere o conforto de viver superficialmente.



Não faz muito tempo, eu recebi um e-mail que me pedia o seguinte:
 
“Como
mãe, educadora, católica e mulher no mundo atual, eu gostaria de saber um pouco mais sobre a sua conversão. Você perdeu amigos? Você não se sente esquisita de vez em quando? Eu tenho 43 anos e sou a única pessoa que eu conheço que vai à missa mais que uma vez por semana. O que eu posso fazer para não me desanimar?”.


 
A minha resposta curta para esse tipo de situação é que nós temos que descobrir o que faz o nosso coração arder e, então, correr atrás desse algo com determinação obstinada. Para mim, por exemplo, o que funciona é escrever.
 
Já a minha resposta longa é que o catolicismo é uma busca radical pela verdade. Nós não nos lembramos o suficiente do quanto a graça custa. Não ouvimos falar o suficiente do quanto é medíocre seguir a Cristo mais ou menos. A  não nos chama a viver na miséria, mas nos chama, claramente, a não possuir muito mais do que realmente precisamos. A fé nos convida à pobreza, à castidade e à obediência. E o que eu descobri é que estes três estados de vida são incrivelmente empolgantes e desafiadores! Eles nos dão um tipo de liberdade e de “consciência de ser” que é completamente inexistente no meio da nossa cultura entorpecente.
 
Eu resisto resolutamente a ser uma pessoa "ocupada demais". Acho que o tipo de ocupação que a nossa cultura valoriza e almeja não é obra de Deus. Certos tipos de mídia católica dizem que nós somos quase obrigados a assistir a filmes estúpidos e a programas de TV de má qualidade para podermos enxergar as pessoas "do jeito que elas são", mas eu não penso assim. Só a ideia de perder 10 minutos vendo um programa de TV estúpido para poder jogar conversa fora com algum "não crente" me deixa arrepiada.
 
Se Cristo andava com as prostitutas e com os publicanos, não era porque Ele quisesse nos incentivar a contar piadas infames e a fazer fuxicos grosseiros. Ele não descia de nível, mesmo quando se encontrava com as pessoas nos níveis em que elas viviam. Ele ia até lá para chamá-las a subir de nível. Nós amamos de fato as pessoas quando vemos a sua fome e sede terrível, mas as convidamos a contribuir, mostrando a elas que elas também têm uma missão integral e de importância vital.
 
Eu perdi o meu casamento, em parte, porque me converti. Eu abandonei o meu trabalho como advogada porque me converti. Não sei se perdi amigos, mas posso ter perdido certa proximidade com certos amigos. Que o catolicismo seja constantemente mal interpretado, incompreendido, caluniado, desprezado, eu posso aceitar. O que me incomoda é que as pessoas vejam o catolicismo como uma excentricidade sem sentido.
 
Logo depois que Obama foi eleito, uma amiga minha, que se derretia toda por ele, me perguntou: "Você também adora o Obama, não adora?". Eu respondi: "Bom, ele parece uma pessoa legal, mas eu não morro de amores pelo fato de ele apoiar pesquisas com células estaminais embrionárias. E aposto com você que não vai melhorar nada para os pobres, aposto que ele vai começar uma ou duas guerras e aposto que, daqui a um ano, muita gente vai começar a odiá-lo". Ela retrucou: "Poxa, isso é só coisa do seu catolicismo". Eu quase pulei da cadeira. "Coisa do meu catolicismo?! O meu catolicismo é a minha vida! O meu catolicismo é o ar que eu respiro!".
 
Foi por causa do meu catolicismo que eu não votei em Obama nem em Romney. Domingo passado, no Los Angeles Times, eu li que, desde 1995, o Pentágono distribuiu 5,1 bilhões de dólares em equipamentos militares excedentes para os departamentos de polícia dos Estados Unidos: fuzis, veículos blindados resistentes a minas, helicópteros. Li sobre Mohamedou Ould Slahi, preso em Guantánamo, que, embora nunca tenha sido acusado de crime algum, está sob custódia dos Estados Unidos desde 2001. Ele escreveu um livro de memórias que fala, entre outras coisas, da tortura que sofreu em nossas mãos. Li também, recentemente, a resenha de um livro chamado “The Invisible Soldiers: How America Outsourced Our Security” [“Os soldados invisíveis: como os EUA terceirizaram a sua segurança”], de Ann Hagedorn, e soube que "metade dos 16 mil funcionários que trabalham para a Embaixada dos Estados Unidos em Bagdá desde a retirada das tropas norte-americanas são contratados", que gastamos bilhões de dólares com mercenários e que, de acordo com um executivo da Blackwater, o ex-SEAL Erik Prince, "o exército dos EUA não é grande o suficiente para fazer frente a todas as exigências de uma missão ampla, cara e complexa como a guerra do Iraque".
 
Então, por que criticar justamente o catolicismo?
 
O sistema inteiro sob o qual vivemos é muito, muito afastado de Cristo. Pode não haver respostas, mas nós temos que fazer pelo menos as perguntas. A nossa inteligência, como católicos, não pode deixar de notar a violência satânica e cheia de segredos terríveis que é perpetrada pelo nosso governo! Não podemos esperar, por exemplo, que um país que gasta mais dinheiro com exército e armas do que todas as outras nações do mundo juntas vá se preocupar seriamente com as crianças que ainda não nasceram.
 
Eu, particularmente, não quero ficar alienada. Como seguidora de Cristo, eu quero lutar pelo bem das pessoas. O que me preocupa é que o simples fato de expressar opiniões como esta me faça perder amigos católicos.
 
Diante de tudo isso, não podemos esquecer que a ressurreição não é apenas um final feliz. A ressurreição é um final surpreendente. 



Fonte: Aleteia 

23/11 – São Clemente I

Com grande alegria e veneração lembramos a vida do quarto Papa que governou, no primeiro século, a Igreja Romana. São Clemente I assumiu a Cátedra de Pedro, depois de Lino, Anacleto e com muito empenho regeu a Igreja de Roma dos anos 88 até 97.
Sobressai no seu pontificado um documento de primeira grandeza, fundamental a favor do primado universal do Bispo de Roma: a carta aos Coríntios, escrita no ano de 96.
Perturbada por agitadores presumidos e invejosos, a comunidade cristã de Corinto ameaçava desagregação e ruptura.
São Clemente escreve-lhe então uma extensa carta de orientação e pacificação, repassada de energia persuasiva, recomendando humildade, paz e obediência à hierarquia eclesiástica já então definida nos seus diversos graus: Bispos, Presbíteros e Diáconos.
Esta sua intervenção mostra que Clemente, para além de Bispo de Roma, sentia-se responsável e com autoridade sobre as outras Igrejas.
E saliente-se que, nessa altura, vivia ainda o Apóstolo São João, o que nos permite concluir que o Primado não foi de modo algum uma ideia meramente nascida de circunstâncias favoráveis, mas uma convicção clara logo desde o início. Se assim não fosse, nunca São Clemente teria ousado meter-se onde, por hipótese, não era chamado.
João, como Apóstolo de Cristo, era sem dúvida uma figura venerável. Mas era ao Bispo de Roma, como sucessor de São Pedro, que competia o governo da cristandade.
Uma tradição, que remonta ao fim do século IV, afirma que São Clemente terminou sua vida com o martírio. Seu nome ficou incluído no Cânon Romano da Missa.
São Clemente I, rogai por nós!

Cléofas 

Audiência: ensinar os ignorantes e dar bom conselho

23/11/2016 




Quarta-feira, 23 de novembro: audiência geral com o Papa Francisco na Sala Paulo VI, a primeira após o Jubileu da Misericórdia. O Papa Francisco a isto se referiu logo no início dizendo: “Terminado o Jubileu, hoje voltamos à normalidade, mas faremos ainda algumas reflexões sobre as obras de misericórdia”.
Desta forma, o Santo Padre propôs uma catequese sobre duas obras de misericórdia espiritual: ensinar os ignorantes e dar bom conselho. Sobre a primeira, o Papa referiu as crianças que ainda sofrem de analfabetismo e de falta de instrução e recordou que a “Igreja ao longo dos séculos, sentiu a exigência de se empenhar no âmbito da instrução porque a sua missão de evangelização comporta o empenho de restituir a dignidade aos mais pobres”.
Desde a «escola» fundada em Roma por S. Justino, no século II, para que os cristãos conhecessem melhor a Sagrada Escritura até S. José Calasâncio que abriu as primeiras escolas populares gratuitas da Europa, temos uma longa série de pioneiros da instrução que compreenderam bem esta obra de misericórdia e dela fizeram um estilo de vida tal que transformou a própria sociedade – salientou Francisco que pediu um aplauso para todos os cristãos que se empenharam e empenham nesta “peculiar forma de evangelização” que é a instrução.
A propósito da segunda obra de misericórdia espiritual apresentada, dar bom conselho, o Santo Padre disse que esta tem como objetivo ajudar a pessoa confusa, indecisa, duvidosa. É um ato de verdadeiro amor pelo qual se ampara e apoia a pessoa na fragilidade da sua incerteza e hesitação. “Neste sentido positivo, é bom que nos interroguemos sobre a nossa fé, porque assim somos levados a aprofundá-la” – afirmou Francisco que considerou que as dúvidas devem ser, no entanto, superadas.
No final da sua catequese o Papa assinalou o valor da catequese e também o caminho de fazer da fé não uma teoria abstrata onde as dúvidas se multiplicam, mas uma vida, procurando pô-la em prática no serviço aos nossos irmãos, sobretudo aos mais necessitados.
Nas saudações o Santo Padre dirigiu-se aos peregrinos de língua portuguesa, em particular, os fiéis brasileiros de Araguari, Lorena e Manaus confiando-os à Virgem Maria.
No final da audiência geral o Papa Francisco recordou que não obstante tenha terminado o Jubileu da Misericórdia, “não se fechou, contudo, o coração misericordioso de Deus para nós pecadores”. Que este Ano Santo “fique em nós como permanente inspiração à caridade para com os outros” – afirmou. O Santo Padre exortou os fiéis a não pararem de “cumprir sempre as obras de misericórdia corporais e espirituais”.
O Papa Francisco a todos deu a sua benção.
(RS)

Rádio Vaticano 

Papa: Ano Santo, permanente inspiração à caridade

23/11/2016



No final da audiência geral desta quarta-feira dia 23 de novembro o Papa Francisco recordou que não obstante tenha terminado o Jubileu da Misericórdia, “não se fechou, contudo, o coração misericordioso de Deus para nós pecadores”.
Que este Ano Santo “fique em nós como permanente inspiração à caridade para com os outros” – afirmou.
O Santo Padre exortou os fiéis a não pararem de “cumprir sempre as obras de misericórdia corporais e espirituais”.
(RS)

Rádio Vaticano 

22 de nov. de 2016

Dedicados a Maria os temas escolhidos pelo Papa para as próximas JMJ

22/11/2016



Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco escolheu os temas para o percurso trienal das próximas Jornadas Mundiais da Juventude, divulgados nesta terça-feira (22/11) pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. 
São temas dedicados a Maria. Para a 32ª Jornada Mundial da Juventude diocesana de 2017 o tema é “O Todo-poderoso realizou grandes coisas em meu favor”.
Para a 33ª Jornada Mundial da Juventude diocesana de 2018 o tema escolhido pelo pontífice é “Não temas, Maria, porque encontraste graça junto de Deus”.
34ª Jornada Mundial da Juventude que se realizará no Panamá, em 2019, tem como tema é “Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”.
“O caminho espiritual indicado pelo Papa Francisco prossegue com coerência a reflexão iniciada com as últimas três Jornadas Mundiais da Juventude (2014-16), centralizadas nas bem-aventuranças. Como sabemos, Maria é aquela que todas as gerações chamarão de bem-aventurada. No discurso preparado para o encontro com os voluntários da JMJ de Cracóvia, o Papa Francisco ilustrou os comportamentos da Mãe de Jesus indicando-a como modelo a ser imitado. Depois, falando espontaneamente naquela ocasião, o Santo Padre convidou os jovens a lembrar o passado, a ter coragem no presente e a ter e ser esperança para o futuro”, ressalta a nota do dicastério vaticano. 
Segundo a mensagem, “os três temas anunciados tem como objetivo dar uma conotação mariana forte ao itinerário espiritual das próximas JMJ, recordando ao mesmo tempo a imagem de uma juventude a caminho entre passado (2017), presente (2018) e futuro (2019), animada pelas três virtudes teologais: fé, caridade e esperança”. 
O caminho proposto aos jovens mostra também uma sintonia com a reflexão que o Papa Francisco confiou ao próximo Sínodo dos Bispos: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
(MJ)

Rádio Vaticano 

Papa: abandonar a alienação para pensar seriamente na nossa morte

22/11/2016



Cidade do Vaticano (RV) - Evitar a alienação do viver, isto é, como se jamais fôssemos morrer: foi a advertência feita pelo Papa Francisco na missa celebrada na manhã de terça-feira (22/11) na capela da Casa Santa Marta.


O Papa interpretou a reflexão com a qual a Igreja conduz a última semana do Ano  Litúrgico como “um chamado do Senhor para pensar seriamente no fim, no fim de cada um de nós, porque cada um de nós terá o seu fim”
Cada um de nós terá seu fim: pensemos no rastro que deixaremos
“Não gosta de pensar nessas coisas”, observou, “mas ali está a verdade”. “E quando um de nós terá ido embora, passarão anos e quase ninguém se lembrará”. Eu tenho “uma ‘agenda”, revela Francisco, “onde escrevo quando uma pessoa morre” e todos os dias vejo aquela “recorrência” e “como o tempo passou”. “E isso nos obriga”, “a pensar no que deixaremos, qual é o “rastro” da nossa vida.  E depois no final, como se lê no trecho de hoje do Apocalipse de João, haverá o juízo para cada um de nós:
“E nos fará bem pensar: “Mas como será o dia em que eu estarei diante de Jesus? Quando Ele me perguntará sobre os talentos que me deu, que uso fiz deles; quando ele me perguntará como estava o meu coração quando a semente caiu, como foi o caminho, os espinhos: essas Parábolas do Reino de Deus. Como recebi a Palavra? Com coração aberto? Eu a fiz germinar para o bem de todos ou a escondi?”
Todos seremos julgados: não se deixar enganar pelas coisas superficiais
Cada um de nós, portanto, estará diante de Jesus no dia do juízo, então – advertiu o Papa retomando as palavras do Evangelho de Lucas, “não os deixe enganar”. E a enganação de que fala é “alienação”, “o estranhamento”, a enganação das “coisas que são superficiais, que não têm transcendência”, de “viver como se jamais fôssemos morrer”. “Quando virá o Senhor”, como me encontrará? Esperando ou em meio a tantas alienações da vida? 
“Eu me lembro quando era criança e fazia catecismo, nos ensinavam quatro coisas: morte, juízo, inferno ou glória. Depois do juízo havia esta possibilidade. ‘Mas padre, isto é para nos assustar...’ – ‘Não, é a verdade! Porque se não cuidares do coração para que o Senhor esteja contigo e vives afastado sempre do Senhor, talvez haja o perigo, o risco de continuar afastado da eternidade do Senhor’. É horrível isso!”.
“Não teremos medo da morte se formos fiéis ao Senhor no momento de prestar contas. E concluindo, Francisco se inspira na leitura do Apocalipse de João; no conselho do Apóstolo: ‘Seja fiel até a morte – diz o Senhor – e te darei a coroa da vida’”.
“A fidelidade ao Senhor não desilude. Se cada um de nós for fiel ao Senhor, quando a morte chegar, diremos como Francisco: ‘vinde, irmã morte’... Ela não nos assustará. E quando será o dia do juízo, diremos ao Senhor: ‘Senhor, tenho tantos pecados, mas tentei ser fiel’. E o Senhor é bom. Este é o conselho que lhes dou: ‘Sejam fieis até a morte e lhes darei a coroa da vida’. Com esta fidelidade não teremos medo no fim, não teremos medo no dia do juízo”. 
(BF/CM)
Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...