12 de nov. de 2016

Francisco encontra os excluídos do nosso sistema-mundo

12/11/2016


O Papa Francisco recebeu em audiência, na manhã desta sexta-feira 11/11, na Aula Paulo VI do Vaticano, os cerca de 4000 participantes ao Jubileu das pessoas socialmente excluídas. Após ter escutado as palavras proferidas pelos testemunhos, o Papa, falando a braços, recordou aos presentes que a “pobreza está no coração do Evangelho; só quem sente que lhe falta algo olha para cima e sonha alto; quem tudo tem não pode sonhar; as pessoas seguiam Jesus porque sonhavam que ele ia curá-los e libertar-lhes dos males de que sofriam: eram homens e mulheres com paixão e sonhos; esses eram as pessoas que seguiam Jesus. Por isso, acrescentou o Papa, eu vos peço hoje : ensinem a todos nós que temos um teto por onde dormir, que não nos falta comida ou medicamentos, ensinem-nos a nunca nos sentirmos satisfeitos, a perder a capacidade de sonhar; mediante os vossos sonhos ensinem-nos a sonhar a partir do Evangelho, vós que estais no coração do Evangelho”
 Chamando atenção para a dignidade dos pobre, Francisco recordou aos presentes que “pobres sim mas não servis” e isso é dignidade, a mesma dignidade que tinha Jesus que nasceu e viveu na pobreza; pobres sim, dominados não; pobres sim, explorados não; pobres sim, escravos não; a pobreza está no coração do Evangelho para ser vivida, a escravidão não está no Evangelho para ser vivida mas sim, para ser libertada, salientou o Santo Padre.
Outro ensinamento que segundo o Papa Francisco nos vem dos pobre, é a noção da solidariedade: ser solidário com o mundo, saber ajudar, dar uma mão a quem está sofrendo mais do nós. A capacidade de ser solidário, acrescentou, é um dos maiores frutos que nos dá a pobreza: quando alguém tem muita riqueza, esquece quase sempre de ser solidário, porque está habituado ao facto que nunca lhe faltou nada. Quando pelo contrário, se experimenta a dor da pobreza, se aprende mais facilmente a ser solidário com quem necessita, com quem sofre muito mais do que nós. Obrigado, disse Francisco dirigindo-se os excluídos do nosso sistema-mundo presentes na Aula Paulo VI, “por esse vosso exemplo que nos dais e que nos ensina tanto: vós ensinais o sentido da solidariedade ao mundo”.
Outro aspecto invocado pelos testemunhos, foi a questão da paz. A este propósito, o Santo Padre fazendo própria as inquietações expressas sublinhou o seguinte: “ a guerra, disse, se faz entre os ricos, para obter maior espaço, mais poder, mais dinheiro etc. É muito triste quando a guerra chega a ser feita entre os pobres. É uma coisa rara porém, pois os pobres, em virtude da sua situação de pobreza, são geralmente mais inclines a serem artesãos de paz; os pobres fazem a paz, criam a paz e sobretudo, dão exemplo de paz”.
Hoje, destacou Francisco, “temos necessidade de paz no mundo, na Igreja; todas as Igrejas, todas as religiões do mundo necessitam de criar a paz, pois todas as religiões são mensageiras da paz, mas devem sempre crescer na paz: aquela paz que brota do sofrimento do nosso coração e procura uma harmonia que nos dá dignidade”.
Finalmente, o Papa agradeceu a todos por terem vindo a visitá-lo, pelos testemunhos de vida que foram comunicados e disse, “peço-vos perdão, por todas as vezes que vos ofendi com as minhas palavras ou por não ter dito aquilo que deveria ter dito; peço-vos perdão em nome dos cristãos que não lêem o Evangelho na devida forma para encontrarem a pobreza no seu centro; peço-vos perdão por todas as vezes que os cristãos perante uma pessoa pobre, ou perante uma situação de pobreza viraram o rosto para o outro lado; perdão! O vosso perdão aos homens e mulheres da Igreja que nunca vos quiseram encontrar é uma água benta para nós, é limpeza para nós, é ajudar-nos a voltar a acreditar que no coração do Evangelho está a pobreza como a grande mensagem e que todos nós, cristãos, católicos, temos construir uma Igreja pobre para os pobres; e que cada homem e mulher tem que ver em cada pobre, a mensagem de Deus que se fez pobre para nos acompanhar na vida. Que Deus vos abençoe.   

Rádio Vaticano 

Papa Francisco visita 7 famílias formadas por ex sacerdotes

12/11/2016


Cidade do Vaticano (RV) – Às 15h30min, horas de Roma, desta sexta-feira, o Papa deixou a Casa Santa Marta para ir até ‘Ponte di Nona’, bairro periférico na zona leste de Roma, onde num apartamento encontrou 7 famílias, todas elas formadas por jovens que deixaram o sacerdócio no decorrer dos últimos anos.
Com este gesto o Santo Padre deseja oferecer um sinal de proximidade e de afecto por estes jovens que realizaram uma escolha muitas vezes não compartilhada pelos seus irmãos sacerdotes e familiares.
Depois de diversos anos dedicados ao ministério sacerdotal realizado nas paróquias, factores como a solidão, a incompreensão, o cansaço pelo grande compromisso de responsabilidade pastoral, colocaram em crise a escolha inicial pelo sacerdócio.
Seguiram-se meses e anos de incerteza e dúvidas, que os levaram a considerar como equivocada a escolha pelo sacerdócio. Assim, deixaram o sacerdócio para formar uma família.
O Papa Francisco decidiu assim dar uma atenção a esta realidade, naquela que foi a última  visita “Sexta-feira da Misericórdia”, antes de concluir o Ano Jubilar, encontrando quatro jovens da Diocese de Roma, que foram párocos em diversas paróquias da cidade; um de Madrid e outro da América Latina, todos residentes em Roma, enquanto o último é proveniente da Sicília, sul da Itália.
A entrada do Papa no apartamento foi marcada por grande entusiasmo: as crianças cercaram o Pontífice para abraçá-lo, enquanto os pais não conseguiram conter a emoção.
A presença de Francisco  – muito apreciada por todos – não foi vista como um juízo do Papa pela escolha feita, mas sim uma demonstração de proximidade e afecto.
O tempo passou rapidamente. O Pontífice ouviu as suas histórias e seguiu com atenção as considerações que eram feitas a respeito do desenrolar dos procedimentos jurídicos em cada caso.
A sua palavra paterna demonstrou amizade e interesse por cada caso, tranquilizando a todos. Deste modo, mais uma vez, Francisco quis dar um sinal de misericórdia a quem vive uma situação de desconforto espiritual e material, evidenciando a exigência de que ninguém se sinta privado do amor e da solidariedade dos Pastores.
A visita desta sexta-feira conclui as “Sextas-feiras da Misericórdia” vividas pelo Papa durante o Jubileu.
Em Janeiro, Francisco visitou uma Casa de Repouso para idosos e uma para doentes em estado terminal em Torre Spacata.
Em Fevereiro, uma comunidade para tóxico dependentes em Castel Gandolfo. Em Março, na Quinta-feira Santa, o Centro de Acolhimento para Refugiados (CARA) de Castelnuovo di Porto.
Em Abril, a visita aos refugiados e migrantes na Ilha grega de Lesbos. Em Maio, a comunidade do “Chicco”, para pessoas portadoras de necessidades especiais em Ciampino.
Em Junho, duas comunidades romanas para sacerdotes idosos e sofredores. Em Julho, durante a viagem à Polónia, o Papa realizou a sua “Sexta-feira da Misericórdia” com a oração silenciosa em Auschwitz-Birkenau, a visita às crianças doentes no Hospital Pediátrico de Cracóvia e a Via Sacra com os participantes da JMJ, onde estavam presentes os jovens iraquianos, sírios e provenientes de outras zonas de conflitos.
Em Agosto, o Santo Padre visitou uma estrutura romana da “Comunidade Papa João XXIII” que acolhe mulheres libertadas da escravidão da prostituição, enquanto em Setembro visitou o Sector  Neonatal e um Hospício para doentes terminais em Roma.
Por fim, em Outubro, o Santo Padre visitou o “Villaggio SOS”, uma casa de família de Roma que acolhe crianças com problemas pessoais, familiares e sociais. (JE)

Rádio Vaticano 

Papa: amor cristão é concreto, não é ideologia

12/11/2016



Sexta-feira, 11 de novembro: o Papa Francisco na Missa em Santa Marta afirmou que o amor cristão é concreto, não é ideologia. O Santo Padre sublinhou que o critério do amor cristão é a “Encarnação do Verbo”.
Partindo da leitura da Segunda Carta do Apóstolo S. João, o Papa recordou o mandamento que recebemos do Senhor, que é caminhar no amor. “Mas qual é “o critério do amor cristão?” – perguntou Francisco.
O Santo Padre declarou que “um amor que não reconhece que Jesus veio em Carne” é um “amor mundano, é um amor filosófico, é um amor abstrato, é um amor pequeno, é amor soft”. “O critério do amor cristão é a Encarnação do Verbo” – afirmou o Papa.
Francisco advertiu, contudo, que quem vai para além desta “doutrina da carne”, da Encarnação, “não permanece na doutrina de Cristo”. É o caso de certas ideologias sobre o amor, sobre a Igreja, certas propostas de religiosidade que “arruínam a Igreja” e as comunidades e que são “ideologias que tiram da Igreja a Carne de Cristo” – observou o Papa.
No final da sua homilia o Santo Padre pediu a oração de todos “para que a nossa caminhada no amor nunca faça de nós um amor abstrato” e sublinhou uma intenção: “… não chegar ao triste espetáculo de um Deus sem Cristo, de um Cristo sem Igreja e de uma Igreja sem povo”.
(RS)

Rádio Vaticano 

Domingo, 13 de novembro, serão fechadas as Portas Santas no mundo: Ainda pode cruzá-las

Segundo o ACI Digital (11/11/2016), apenas até domingo, 13 de novembro, os peregrinos poderão cruzar as Portas Santas abertas nas igrejas de todo o mundo para obter indulgências pelo Jubileu da Misericórdia.
Em Roma, no domingo, serão fechadas as Portas Santas de três das quatro basílicas papais. Primeiro o Cardeal James Michael Harvey fechará a de São Paulo Extramuros, às 17h; em seguida, o Cardeal Agostino Vallini fechará a de São João de Latrão, que é a Catedral de Roma, às 17h30; e por fim, será fechada a Porta de Santa Maria Maior, às 18h, pelo seu, o Cardeal Santos Abril y Castelló.
A única Porta Santa permanecerá aberta até 20 de novembro será a da Basílica de São Pedro, já que com sua abertura o Papa Francisco deu início ao Jubileu da Misericórdia, em 8 de dezembro de 2015.
Neste ano, no dia da Solenidade de Cristo Rei, esta Porta Santa será fechada pelo Pontífice e, assim, encerrará o Ano Santo.
O primeiro peregrino a atravessar a Porta Santa da Basílica de São Pedro no dia 8 de dezembro do ano passado foi o Papa Emérito Bento XVI.
No dia 30 de outubro, o Prefeito da Secretaria de Comunicação do Vaticano, Mons. Dario Edoardo Viganò, indicou que Bento XVI poderia estar presente na cerimônia de encerramento do Ano da Misericórdia em 20 de novembro.

12/11 – São Josafá

Hoje celebramos a memória do santo Bispo que derramou o seu sangue por amor do Supremo e Único Pastor das ovelhas, tornando-se precursor do ecumenismo. João Kuncevicz nasceu em Wladimir (Ucrânia), no ano de 1580, numa família de ortodoxos, ou seja, ligados à Igreja Bizantina e não à Igreja Romana.
Com a mudança de vida mudou também o nome para Josafá, pois era comerciante até que, tocado pelo Espírito do Senhor, abraçou a fé católica e entrou para a Ordem de São Basílio, na qual, como monge desde os 24 anos, tornou-se apóstolo da unidade e sacerdote do Senhor. Dotado de muitas virtudes e dons, foi superior de vários conventos, até tornar-se Arcebispo de Polotsk em 1618 e lutar pela formação do Clero, pela catequese do povo e pela evangelização de todos.
São Josafá, além de promover com o seu testemunho a caridade para com os pobres, desgastou-se por inteiro na promoção da unidade da Igreja Bizantina com a Romana; por isso conseguiu levar muitos a viverem unidos na Igreja de Cristo. Os que entravam em comunhão com a Igreja Romana, como Josafá, passaram a ser chamados de “uniatas”, ou seja, excluídos e acusados de maus patriotas e apóstolos, segundo os ortodoxos. Aconteceu que numa viagem pastoral, Josafá, com 43 anos na época, foi atacado, maltratado e martirizado. Após ser assassinado, São Josafá foi preso a um cão morto e lançado num rio. Dessa forma, entrou no Céu, donde continua intercedendo pela unidade dos cristãos, tanto assim que os próprios assassinos mais tarde converteram-se à unidade desejada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
São Josafá, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova


11 de nov. de 2016

Papa encontra os promotores da unidade entre os cristãos

11/11/2016 


Às 11,45 horas de Roma, o Papa Francisco recebeu em audiência na Sala Clementina do Vaticano, os 70 participantes à Plenária do Pontifício Conselho para a promoção da Unidade Cristã, aos quais no seu breve discurso, Francisco salientou que “a unidade dos cristãos è uma exigência essencial da nossa fé, uma exigência que brota do íntimo do nosso ser crente em Jesus Cristo”. E que por isso mesmo, “invocamos unidade, porque invocamos Cristo. Queremos viver a unidade porque queremos seguir a Cristo, viver o seu amor, gozar do mistério do seu ser um só com o Pai” que no fundo è a “essência do amor divino”.
Em virtude desta realidade, salientou ainda o papa, è preciso ter bem presente que “não basta estarmos de acordo na compreensão do Evangelho, mas è necessário que todos nós, crentes, sejamos unidos a Cristo e em Cristo”. E’, por conseguinte, acrescentou o Santo Padre, “ a nossa conversão pessoal e comunitária, a nossa gradual conformação” aos seus desígnios e a “Ele, o nosso viver sempre radicados n’Ele que nos permite de crescer na comunhão entre nós. Esta, vincou, è a alma que sustenta também as secções de estudo e todo qualquer outro tipo de esforço levado a cabo neste sentido para se chegar a ter pontos de vista mais próximos”.
Tendo bem presente tudo isso, disse ainda Francisco, é possível desmascarar alguns falsos modelos de comunhão que na verdade não levam à comunhão ma a contradizem na sua verdadeira essência. Antes de mais è preciso saber que “ a unidade não è fruto dos nossos esforços humanos ou o produto da diplomacia eclesiástica, mas è um dom que vem do alto. Nós homens, não estamos à altura de praticar sozinhos a unidade, nem podemos decidir as formas e os tempos”.
Qual è então a nossa tarefa em tudo isso, questionou Francisco? O que è que devemos fazer nós para promovermos a unidade dos cristãos? Nossa tarefa, responde o Papa, è o de acolher este dom que nos veio do alto e torná-lo visível à todos. Isto significa compreender que a unidade antes de ser uma meta è um percurso, um caminho com as suas tabelas de marcha, os seus ritmos, os seus abrandamentos e as suas acelerações como também as suas pausas, os seus bloqueios. Por isso, a unidade como caminho requer então paciência, tenacidade, fadiga e empenho; saber que ele não anula os conflitos e nem cancela os contrastes, antes, as vezes até pode expor à novos riscos de incompreensões.
Neste sentido sublinhou o Santo Padre, a unidade só pode ser acolhida por quem decide de colocar-se em caminho rumo à uma meta que hoje poderia aparecer longe de qualquer possível realização. Todavia, quem percorre este caminho è confortado pela experiência contínua de uma comunhão alegremente prevista, mesmo se ainda não plenamente conseguida, todas as vezes que se abandona a presunção e se reconhece todas as necessidades do amor de Deus.
Ora, <<que relação nos unem a todos nós cristãos mais do que a experiência de sermos pecadores mas ao mesmo tempo objectos da infinita misericórdia de Deus que nos fora revelado por Jesus Cristo>>?
Em segundo lugar, sublinhou ainda Francisco, a unidade não è uniformidade. Isto significa compreender que as diferentes tradições teológicas, litúrgicas, espirituais e canónicas que se desenvolveram no mundo cristão, no arco dos tempos, são genuinamente radicados na tradição apostólica e são por isso mesmo uma riqueza e não uma ameaça para a unidade da Igreja. Procurar suprimir esta diversidade è portanto agir contra o Espírito Santo que age por sua vez enriquecendo a comunidade dos crentes com uma variedade dos dons. A tarefa do ecumenismo è por isso respeitar as legítimas diversidades e levá-las a superar as divergências inconciliáveis com a unidade que Deus nos pede. A persistência destas divergências não nos deve portanto paralisar, mas pelo contrário, empurrar-nos a procurar juntos a melhor forma de enfrentar com sucesso tais obstáculos. 
Finalmente, disse Francisco, a unidade não è atrair tudo para si, pois o ecumenismo è verdadeiro quando se è capaz de deslocar a própria atenção, das próprias argumentações e formulações, para se encaminhar rumo a palavra de Deus que exige de ser escutada, acolhida e testemunhada no mundo. Enfim a unidade dos cristãos não è um ecumenismo “em retromarcha ”, pelo que alguém deveria renegar a própria história de fé”, concluiu dizendo o Santo Padre, agradecendo vivamente os presentes pelo seu empenho e assegurando-lhes, ao mesmo tempo, a sua oração e bênção apostólica.
 Rádio Vaticano 

11/11 – São Martinho de Tours

Hoje celebramos a memória do Bispo São Martinho, que tornou-se intercessor e modelo de apostolado para todos nós.
Nasceu em 316 na Panônia (atual Hungria), numa família pagã que da parte do pai (oficial do exército romano) fez de Martinho um militar, enquanto o Pai do Céu o estava fazendo cristão, já que começou a fazer o Catecumenato.
Certa vez quando militar, mas ainda não batizado, Martinho partiu em duas partes seu manto para dá-lo a um pobre, e assim Jesus Cristo aparece-lhe durante a noite e disse-lhe: “Martinho, principiante na fé, cobriu-me com este manto”. Então este homem de Deus foi batizado e abandonou a vida militar para viver intensamente a vida religiosa e as inspirações do Espírito Santo para sua vida.
Com a direção e ajuda do Bispo Hilário, Martinho tornou-se monge, Diácono, fundador do primeiro mosteiro na França e depois sacerdote que formava os seus “filhos” para a contemplação e ao mesmo tempo para a missão de evangelizar os pagãos; diferenciando-se com isso dos mosteiros do Oriente.
Por ser fiel no pouco, São Martinho recebeu o mais, que veio com a sua Ordenação para Bispo em Tours. Isto não o impediu de fundar ainda muitos outros mosteiros a fim de melhor evangelizar sua Diocese. Entrou no Céu em 397.
São Martinho de Tours, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova

10 de nov. de 2016

Papa: cuidar da esperança de cada dia, não à religião espectáculo

10/11/2016


O Papa Francisco presidiu a missa matutina na Casa Santa Marta na manhã desta quinta-feira (10/11) e, como habitualmente, centrou a sua homilia nas leituras do dia.
No Evangelho, Jesus responde aos fariseus que lhe perguntam com curiosidade: “Quando virá o reino de Deus?”. “Já veio – diz o Senhor – está no meio de vós!” é como uma pequena semente que é semeada e cresce sozinha, com o tempo. É Deus que a faz crescer mas sem chamar a atenção– explica o Papa:
“O Reino de Deus não é uma religião do espectáculo, que sempre procura coisas novas, revelações, mensagens... Deus falou em Jesus Cristo: esta é a última Palavra de Deus. As outras são como fogos de artifício que te iluminam por um instante e depois, o que fica? Nada. Não há crescimento, não há luz, não há nada: um instante. Muitas vezes, somos tentados por esta religião do espectáculo, tentados em procurar coisas estranhas à revelação, à mansidão do Reino de Deus que está no meio de nós e cresce. E isto não é esperança: é a vontade de possuir algo em mãos. A nossa salvação se dá na esperança, a esperança que tem o homem que semeia o grão ou a mulher que prepara o pão, misturando fermento e farinha: a esperança que ela cresça. Ao contrário, esta luminosidade artificial se concentra em um momento e depois acaba, como os fogos de artifício. Não são suficientes para iluminar uma casa; é um espectáculo”.
Proteger o Reino
Mas o que devemos fazer – questiona o Papa – enquanto esperamos que chegue a plenitude do reino de Deus? Devemos ‘proteger’:
“Cuidar com paciência. A paciência no nosso trabalho, nos nossos sofrimentos.... Cuidar como cuida o homem que plantou a semente, protege a planta e se preocupa para que não tenha uma erva daninha perto dela, para que a planta cresça. Cuidar da esperança. E aqui está a pergunta que eu faço a vocês hoje: se o Reino de Deus está no meio de nós, se todos nós temos esta semente dentro, temos o Espírito Santo ali, como eu cuido dele? Como discirno, como posso discernir a planta boa do grão da intriga? O Reino de Deus cresce e nós o que devemos fazer? Cuidar. Crescer na esperança, cuidar da esperança. Porque na esperança fomos salvos. E este é o elo: a esperança é o elo da história da salvação. A esperança de encontrar o Senhor definitivamente”.
Esperança
“O Reino de Deus – afirmou o Papa – se fortalece na esperança”:
“Perguntemos a nós mesmos: ‘Eu tenho esperança? Ou vou avante, vou avante como posso e não sei discernir o bem do mal, o grão da intriga, a luz, a mansa luz do Espírito Santo da luminosidade artificial? Interroguemo-nos sobre a nossa esperança nesta semente que está crescendo em nós, e sobre como protegemos a nossa esperança. O Reino de Deus está no meio de nós, mas nós devemos com o repouso, com o trabalho, com o discernimento proteger a esperança deste Reino de Deus que cresce, até o momento em que virá o Senhor e tudo será transformado. Num instante: tudo! O mundo, nós, tudo. E como diz Paulo aos cristãos de Tessalónica, naquele momento permaneceremos todos com Ele”. (bs/cm/bf)

Rádio Vaticano 

Como era a Eucaristia no começo da Igreja?

holy_communion_011Evidentemente os textos mais importante sobre a presença real do corpo e do sangue do Senhor Jesus no pão e no vinho consagrados, são os textos dos Evangelhos (Mt 26,28; Mt 14, 24; Jo 6, 22-71; Mc 14, 22-24; Lc 22,19s; 1 Cor 11,23-26). No ano 56 São Paulo deixava claro aos coríntios que quem participasse indignadamente da Eucaristia, se tornaria réu do corpo e do sangue do Senhor. (1 Cor 11, 23-26) E as graves consequências desse pecado, indicadas pelo Apóstolo, mostram que a Eucaristia não é mero símbolo, mas presença real de Jesus na hóstia consagrada. Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão com o corpo e Cristo? (1Cor 10,16-21)
A Tradição da Igreja confirma esta verdade abundantemente. Da Didaquè (ou Doutrina dos Doze Apóstolos) A Didaquè é como um antigo catecismo, redigido entre os anos 90 e 100, na Síria, na Palestina ou em Antioquia. Traz no título o nome dos doze Apóstolos. Os Padres da Igreja mencionaram-na muitas vezes. Em 1883 foi encontrado um seu manuscrito grego. “Reunidos no dia do Senhor (dominus), parti o pão e daí graças, depois de confessardes vossos pecados, a fim de que vosso sacrifício seja puro. Quem tiver divergência com seu companheiro não deve juntar-se a nós antes de se reconciliar, para que não seja profanado vosso sacrifício, conforme disse o Senhor: “Que em todo lugar e tempo me seja oferecido um sacrifício puro, pois sou um rei poderoso, diz o Senhor, e meu nome é admirável entre as nações.” (Ml 1, 11) (n. XIV)
Quanto à Eucaristia, celebrai-a assim:
Primeiro, sobre o cálice: Damos-te graças, Pai nosso, pela santa videira de Davi, teu servo, que nos deste a conhecer por Jesus, teu Servo. Glória a ti nos séculos! Depois sobre o pão partido: Damos-te graças, Pai nosso, pela vida e pela sabedoria que nos deste a conhecer por Jesus, teu Servo. Glória a ti nos séculos! Assim como esse pão, outrora disseminado sobre as montanhas, uma vez ajuntado, se tornou uma só massa, seja também reunida tua Igreja, desde as extremidades da terra, em teu reino, pois a ti pertence a glória e o poder, por Jesus Cristo, para sempre. Que ninguém coma ou beba da vossa eucaristia se não for batizado em nome do Senhor, pois a este respeito disse ele: “Não deis aos cães o que é santo” (Mt 7,6).
Depois de vos terdes saciado, daí graças assim: Nós e damos graças, Pai Santo, pelo teu santo nome que puseste em nossos corações, e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos deste por meio de Jesus, teu Servo. Glória a ti nos séculos! Tu, Senhor onipotente, tudo criaste para honra e glória do teu nome; e deste alimento e bebida aos homens, para seu desfrute; a nós porém, deste um alimento e uma bebida espirituais e a vida eterna, por meio do teu Servo. Assim, antes de tudo, damos-te graças porque és poderoso. Glória a ti nos séculos! Lembra-te Senhor, de livrar do mal a tua Igreja, e de torná-la perfeita em teu amor. Congrega-a dos quatro ventos, santificada no reino que lhe preparaste, pois a ti pertence o poder e a glória, para sempre! Hosana ao Deus de Davi! Se alguém é santo, aproxime-se; se alguém não é, converta-se! Maranathã. Amém. Quanto aos profetas, deixai-os render graças o quanto quiserem. (n.10)
Santo Inácio de Antioquia (+102), bispo e mártir
“Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais frequentemente, para celebrar a eucaristia de Deus e o seu louvor. Pois quando realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as forças de Satanás e se desfaz seu malefício por vossa união na fé. Nada há melhor do que a paz, pela qual cessa a guerra das potências celestes e terrestres.” (Carta aos Efésios)
São Justino (+165), mártir
Nasceu em Naplusa, antiga Siquém, em Israel; achou nos Evangelhos “a única filosofia proveitosa”, filósofo, fundou uma escola em Roma. Dedicou as sua “Apologias” ao Imperador romano Antonino Pio, no ano 150, defendendo os cristãos; foi martirizado em Roma. Terminadas as orações, damos mutuamente o ósculo da paz. Apresenta-se, então, a quem preside aos irmãos, pão e um vaso de água e vinho, e ele tomando-os dá louvores e glória ao Pai do universo pelo nome de seu Filho e pelo Espírito Santo, e pronuncia uma longa ação de graças em razão dos dons que dele nos vêm. Quando o presidente termina as orações e a ação de graças, o povo presente aclama dizendo: Amém… Uma vez dadas as graças e feita a aclamação pelo povo, os que entre nós se chamam diáconos oferecem a cada um dos assistentes parte do pão, do vinho, da água, sobre os quais se disse a ação de graças, e levam-na aos ausentes. Este alimento se chama entre nós Eucaristia, não sendo lícito participar dele senão ao que crê ser verdadeiro o que foi ensinado por nós e já se tiver lavado no banho (batismo) da remissão dos pecados e da regeneração, professando o que Cristo nos ensinou. Porque não tomamos estas coisas como pão e bebida comuns, mas da mesma forma que Jesus Cristo, nosso Senhor, se fez carne e sangue por nossa salvação, assim também se nos ensinou que por virtude da oração do Verbo, o alimento sobre o qual foi dita a ação de graças – alimento de que, por transformação, se nutrem nosso sangue e nossas carnes – é a carne e o sangue daquele mesmo Jesus encarnado. E foi assim que os Apóstolos, nas Memórias por eles escritas, chamadas Evangelhos, nos transmitiram ter-lhe sido ordenado fazer, quando Jesus, tomando o pão e dando graças, disse: “Fazei isto em memória de mim, isto é o meu corpo.”
E igualmente, tomando o cálice e dando graças, disse: “Este é o meu sangue, o qual somente a eles deu a participar… No dia que se chama do Sol (domingo) celebra-se uma reunião dos que moram nas cidades e nos campos e ali se leem, quanto o tempo permite, as Memórias dos Apóstolos ou os escritos dos profetas. Assim que o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos tais belos exemplos. Erguemo-nos, então, e elevamos em conjunto as nossas preces, após as quais se oferecem pão, vinho e água, como já dissemos. O presidente também, na medida de sua capacidade, faz elevar a Deus suas preces e ações de graças, respondendo todo o povo “Amém”. Segue-se a distribuição a cada um , dos alimentos consagrados pela ação de graças, e seu envio aos doentes, por meio dos diáconos. Os que têm, e querem, dão o que lhes parece, conforme sua livre determinação, sendo a coleta entregue ao presidente, que assim auxilia os órfãos e viúvas, os enfermos, os pobres, os encarcerados, os forasteiros, constituindo-se, numa palavra, o provedor de quantos se acham em necessidade.” (Apologias).

Santo Ireneu (140-202)
“Dado que nós seus membros (de Cristo), nos alimentamos de coisas criadas, (as quais, aliás, ele mesmo nos oferece…), também quis fosse seu sangue o cálice de vinho, extraído de Criação, para com ele robustecer nosso sangue; quis fosse seu corpo o pão, também proveniente da Criação, para com ele robustecer nossos corpos. Se, pois, a mistura do cálice e pão recebem a palavra de Deus tornando-se a Eucaristia do sangue e do corpo de Cristo, pelos quais cresce e se fortifica a substância de nossa carne, como se haverá de negar à carne, assim nutrida com o corpo e sangue de Cristo, e feita membro do seu corpo, a aptidão de receber o dom de Deus, a vida eterna? Assim como a muda da videira, depositada na terra, depois frutifica, e o grão de trigo, caído no solo e destruído, resurge multiplicado pela ação do Espírito de Deus que tudo sustém; e em seguida pela arte dos homens se fazem dessas coisas vinho e pão, que pela palavra de Deus se tornam a Eucaristia, corpo e sangue de Cristo; assim também nossos corpos, alimentados com a Eucaristia, ao serem depositados na terra e aí destruídos, vão ressurgir um dia para a glória do Pai, quando a palavra de Deus lhes der a ressurreição. O Pai reveste de imortalidade o que é mortal, dá gratuitamente a incorrupção ao que é corruptível, pois o poder de Deus se manifesta na fragilidade.” (Contra as heresias, lv 5, cap. 2, 18,19,20).
Santo Hipólito de Roma (160-235)
Discípulo de Santo Ireneu (140-202), foi célebre na Igreja de Roma, onde Orígenes o ouviu pregar. Morreu mártir. Escreveu contra os hereges, compôs textos litúrgicos, escreveu a -Tradição Apostólica- onde retrata os costumes da Igreja no século III: ordenações, catecumenato, batismo e confirmação, jejuns, ágapes, eucaristia, ofícios e horas de oração, sepultamento, etc.
Logo que se tenha tornado bispo, ofereçam-lhe todos o ósculo da paz, saudando-o por ter se tornado digno. Apresentem-lhe os diáconos a oblação e ele, impondo as mãos sobre ela, dando graças com todo o presbiterium, diga: O Senhor esteja convosco. Respondam todos: E com o teu espírito. “Corações ao alto!” Já os oferecemos ao Senhor. “Demos graças ao Senhor.” É digno e justo. E prossiga a seguir: Graças te damos, Deus, pelo teu Filho querido, Jesus Cristo, que nos últimos tempos nos enviastes, Salvador e Redentor, mensageiro da tua vontade, que é o teu Verbo inseparável, por meio do qual fizestes todas as coisas e que, porque foi do teu agrado, enviaste do Céu ao seio de uma Virgem; que, aí encerrado, tomou um corpo e revelou-se teu Filho, nascido do Espírito Santo e da Virgem. Que, cumprindo a tua vontade – e obtendo para ti um povo santo – ergueu as mãos enquanto sofria para salvar do sofrimento os que confiaram em ti. Que, enquanto era entregue à voluntária Paixão para destruir a morte, fazer em pedaços as cadeias do demônio, esmagar os poderes do mal, iluminar os justos, estabelecer a Lei e dar a conhecer a Ressurreição, tomou o pão e deu graças a ti, dizendo: Tomai, comei, isto é o meu Corpo que por vós será destruído; tomou, igualmente, o cálice, dizendo: Este é o meu Sangue, que por vós será derramado. Quando fizerdes isto, fá-lo-eis em minha memória. Por isso, nós que nos lembramos de sua morte e Ressurreição, oferecemos-te o pão e o cálice, dando-te graças porque nos considerastes dignos de estar diante de ti e de servir-te. E te pedimos que envies o Espírito Santo à Oblação da santa Igreja: reunindo em um só rebanho todos os fiéis que recebemos a Eucaristia na plenitude do Espírito Santo para o fortalecimento da nossa fé na verdade, concede que te louvemos e glorifiquemos, pelo teu Filho Jesus Cristo, pelo qual a ti a glória e a honra – ao Pai e ao Filho, com o Espírito Santo na tua santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém. (Tradição Apostólica)
Santo Hilário de Poitiers (316-367)
Doutor da Igreja, foi bispo de Poitiers, combateu o arianismo, foi exilado pelo imperador Constâncio, escreveu sobre a Santíssima Trindade: “Ele mesmo diz: – Minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é verdadeiramente bebida. Quem come da minha carne e bebe do meu sangue, fica em mim e eu nele”(Jo 6,56). Quanto à verdade da carne e do sangue, não há lugar para dúvida; é verdadeiramente carne e verdadeiramente sangue, como vemos pela própria declaração do Senhor e por nossa fé em suas palavras. Esta carne, uma vez comida, e este sangue, bebido, fazem que sejamos também nós um em Cristo, e o Cristo em nós. Não é isto verdade? Não o será para os que negam ser Jesus Cristo verdadeiro Deus! Ele está, pois, em nós por sua carne, e nós nele, e ao mesmo tempo o que nós somos está com Ele em Deus. Ele está em nós pelo mistério dos sacramentos, como está no Pai pela natureza da sua divindade, e nós nele pela sua natureza corporal. Ensina-se, portanto, que pelo nosso Mediador se consuma a unidade perfeita, pois enquanto nós permanecemos nele, ele permanece no Pai, e, sem deixar de permanecer no Pai, permanece também em nós, e assim nós subimos até à unidade do Pai. Ele está no Pai, fisicamente, segundo a origem de sua eterna natividade, e nós estamos nele, fisicamente, enquanto também está em nós fisicamente. (Sobre a Santíssima Trindade)
São Cirilo de Jerusalém (+386)
Bispo de Jerusalém, guardião da fé professada pela Igreja no Concilio de Nicéia (325). Autor das Catequeses Mistagógicas, esteve no segundo Concilio Ecumênico, em Constantinopla, em 381. “Quanto a mim, recebi do Senhor o que também vos transmiti” etc. (1Cor 11,23). Esta doutrina de São Paulo é bastante para produzir plena certeza sobre os divinos mistérios pelas quais obtendes a dignidade de vos tornardes concorpóreos e consanguíneos de Cristo. Quando, pois, ele mesmo declarou do pão: “isto é o meu corpo”, quem ousará duvidar? E quando ele asseverou categoricamente: “isto é o meu sangue”, quem ainda terá dúvida, dizendo que não é? Outrora, em Caná da Galileia, por sua vontade, mudara a água em vinho, e não seria também digno de fé, ao mudar o vinho em sangue?… É, portanto, com toda a segurança que participamos de certo modo do corpo e sangue de Cristo: em figura de pão é deveras o corpo que te é dado, e em figura de vinho o sangue, para que, para que, participando do corpo e sangue de Cristo, te tornes concorpóreo e consanguíneo dele. Passamos a ser assim cristóforos, isto é, portadores de Cristo, cujo corpo e sangue se difundem por nossos membros. E então, como diz S.Pedro, participamos da natureza divina (2Pe 1,4). Não trates, por isso, como simples pão e vinho a este pão e vinho, pois, são, respectivamente, corpo e sangue de Cristo, consoante a afirmação do Senhor. E ainda que os sentidos não o possam sugerir, a fé no-lo deve confirmar com segurança. Não julgues a coisa pelo paladar. Antes pela fé, enche-te de confiança, não duvidando de que foste julgado digno do corpo e sangue de Cristo. Ao te aproximares, não o faças com as mãos estendidas nem com os dedos separados. Fazer como a esquerda como um trono na qual se assente a direita, que vai conter o Rei. E, no côncavo da palma, recebe o Corpo de Cristo, respondendo: “Amém”. Com segurança, então, depois de santificados teus olhos pelo contato do santo corpo, recebe-o, cuidando para nada perderes… Depois, aguardando a oração, dá graças a Deus que te fez digno de tão grandes mistérios. Conservai invioláveis estas tradições, guardai-as sem falha. (Catequeses Mistagógicas)
Nota: A Tradição da Igreja nos mostra que os primeiros cristãos que na celebração da Eucaristia, torna-se presente a própria oblação de Cristo ao Pai feita no Calvário. É importantíssimo entender que não se trata de uma repetição ou multiplicação do sacrifício do Calvário, pois Jesus se imolou uma vez por todas (Hb 4, 14; 7, 27; 9, 12.25s. 28; 10, 12.14). A Ceia torna presente através dos tempos o único sacrifício de Cristo, para que possamos participar dele e sermos salvos. O corpo e o sangue de Jesus estão presentes na Eucaristia não de qualquer modo, mas como vítima; pois estão corpo e sangue separados sobre o altar, como no sacrifício da vítimas do Sinai que selou a Antiga Aliança (Ex 24,6-8). Assim diziam os santos Padres: S. João Crisóstomo, bispo de Constantinopla (?403): “Sacrificamos todos os dias fazendo memória da morte de Cristo” (In Hebr 17,3)
Teodoreto de Ciro (?460)cpa_segredo_da_sagrada_eucaristia
“É manifesto que não oferecemos outros sacrifícios senão Cristo, mas fazemos aquela única e salutífera comemoração” (In Hebr. 8,4). S. Leão Magno (400-461), Papa e doutor da Igreja: “Talvez digas: é meu pão de cada dia. Mas este pão é pão antes das palavras sacramentais; desde que sobrevenha a consagração, a partir do pão se faz a carne de Cristo. Passemos então provar esta verdade. Como pode aquilo que é pão ser corpo de Cristo? Com que termos então se faz a consagração e com as palavras de quem? Do Senhor Jesus. Efetivamente tudo o que foi dito antes é dito pelo sacerdote… Quando se chega a produzir o venerável sacramento, o Sacerdote já não usa suas próprias palavras, mas serve-se das palavras de Cristo. É, pois, a palavra de Cristo que produz este sacramento. Qual é esta palavra de Cristo? É aquela pela qual todas as coisas foram feitas. O Senhor deu ordem e se fez o céu. O Senhor deu ordem e se fez a terra. O Senhor deu ordem e se fez os mares. O Senhor deu ordem e todas as criaturas foram geradas. Percebes, pois, quanto é eficaz a palavra de Cristo. Se, pois, existe tamanha força na Palavra do Senhor Jesus, a ponto de começarem as coisas que não existiam, quanto mais eficaz não deve ser para que continuem a existir as que eram, e sejam mudadas em outra coisa? Assim, pois, para dar-te uma resposta, antes da consagração não era o corpo de Cristo, mas após a consagração, posso afirmar-te que já é o corpo de Cristo. Não é, pois, sem motivo que tu dizes: Amém, reconhecendo já, em espírito, que recebes o corpo de Cristo. Quando te apresentas para pedi-lo, o sacerdote te diz: “Corpo de Cristo”. E tu responde: Amém, quer dizer, É verdade. Aquilo que a língua confesse, conserve-o o afeto. No entanto, para saberes: é este o sacramento, precedido pela figura.” (Os Sacramentos e os Mistérios, Lv 4, 4-6, Ed. Vozes, p. 50-55).

Via: Cléofas 


O que temos feito como batizados na fé católica?

“Tudo o que aconteceu com Cristo dá-nos a conhecer que, depois da imersão na água, o Espírito Santo voa sobre nós do alto do Céu e que, adotados pela Voz do Pai, nos tornamos filhos de Deus”. S. Hilário de Poitiers
Antes de tudo, é necessário compreendermos com profundidade qual é o verdadeiro sentido do Batismo…
Bem, primeiro, recordemos o batismo de Jesus. Qual o significado do batismo de Jesus no Rio Jordão com João Batista?
Não foi o Batismo sacramental que Jesus recebeu, pois Ele não tinha o pecado original. João Batista foi o escolhido pelo pai para preparar o caminho do Redentor, anunciar a Israel a chegada do Messias. Ele é a “Voz que clama no deserto. Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para Ele” (Mt 3,3). João deixou claro: “Eu vos batizo com água… Ele vos batizará com o Espírito santo e com fogo” (Mt 3,11)
Por que, então, Jesus entrou na fila dos pecadores?
Ensina a Igreja que foi para “ser solidário com os pecadores”, e aceitar ser o “Servo de Javé”, que Jesus, por Sua Paixão e morte de cruz, salvaria o Mundo, pagaria à Justiça Divina a culpa de toda a humanidade.
Ali começou a vida pública de Jesus; o Espírito Santo desce sobre Sua humanidade e o Pai confirma a predileção por Seu Filho. É a Epifania de Jesus a Israel como o Seu messias.
Diz a Liturgia das Horas que ele entrou nas águas do Jordão para “lavar todas as águas, até às fontes”, para a purificação dos cristãos pelo Batismo.
Foi um gesto de obediência à vontade do Pai e de profunda humildade, pelo qual Jesus dissolveu a desobediência e a soberba de Adão. Ele é o Novo Adão. Ali no Jordão “Ele aceitou, por amor a nós, este batismo de morte para a remissão dos nossos pecados” (CIC, §536). E ali Ele recebeu o Espírito Santo em plenitude para ser a fonte do Espírito para toda a humanidade. No batismo de Jesus, “abriram-se os Céus” (Mt 3,16) que o pecado de Adão havia fechado e as águas são santificadas, que é o prelúdio de uma nova criação.
Nós, que também fomos batizados, voltamos a ser filhos de Deus no Filho de Deus, membros da Igreja, novamente, herdeiros do Céu. Pelo Batismo fomos sacramentalmente assimilados a Jesus, devendo repetir este mistério de rebaixamento humildade e de arrependimento, desceu à água com Jesus para subir novamente com Ele “renasceu da água e do Espírito” (Jo 3)”para tornar-se, no Filho, filho bem amado do Pai” (CIC,§ 537)e viver Nele uma vida nova.

No Batismo, somos sepultados com Cristo para ressuscitar com Ele. São Paulo disse: ” Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto… Pois morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo, em Deus”. (Col 3,1-3).
O Batismo, portanto, nos chama a uma vida nova; é a “entrada sacramental na vida da fé” (CIC, §1236). Nele o batizado recebe “a semente da fé” que deve fazer crescer, pois “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6), e o “justo vive pela fé” (Rom 1,17). Ao catecúmeno ou ao seu padrinho é feita a pergunta: “Que pedis à Igreja de Deus?”. E este deve responder: ” A fé”.
Então, o cristão deve viver pela fé; fazê-la crescer na luta contra as fraquezas da natureza e os pecados. O batismo nos faz “cristãos”, isto é, “imitadores de Cristo”. São leão Magno dizia: “De que vale carregarmos o nome de cristãos, se não imitamos a Jesus Cristo?”
Em nosso Batismo, nossos pais e padrinhos, na fé da Igreja, assumiram por nós as promessas do Batismo, renunciaram o pecado, a satanás e a todos as suas obras e professaram a Fé da Santa Igreja. Rezaram o Credo!
E nós? Será que estamos cumprindo essa promessa?
Será que lutamos todos os dias, sem cessar, para renunciar as obras do demônio?
Combatemos os pecados como: soberba, ganância, impurezas, gula, ódio, inveja, preguiça, maledicência, respeito humano, mentira, egoísmo?…
Será que obedecemos a Jesus que nos manda “vigiar e orar” porque o espírito é forte, mas a carne é fraca?ossetesacramentos
Sem a oração, “sem cessar”; sem vigilância; sem vida sacramental, com confissão e comunhão permanente; não podemos cumprir as promessas de nosso Batismo. E São Paulo exorta-nos: “Mortificai os vossos membros: imoralidade sexual, paixão, maus desejos, especialmente a ganância, que também é uma idolatria… Rejeitai a tudo isto: ira, furor, malvadeza, ultrajes, e não saia de vossa boca nenhuma palavra indecente… pois já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir, e vos revestistes do homem novo”. (Col 3,5-10). Jesus disse com todas as letras: “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Então, busquemos o Senhor e a Sua força, sobretudo na oração de intimidade com Ele e na Eucaristia.
E Jesus nos deu a Sua Mãe para ser nossa Mãe espiritual: guia, consolo, conforto, apoio e segurança nos caminhos da vida.
Com Jesus e Maria, com a intercessão dos santos por nós, sem cessar, cumpramos as promessas do nosso Batismo; nossa salvação!
Prof. Felipe Aquino

Via: Cléofas 

Maria, Onipotência Suplicante

A nossa Consagração a Nossa Senhora começou no Calvário; foi Jesus mesmo quem nos deu essa graça, quando nos entregou a Sua Mãe para ser a nossa Mãe. Quando Jesus se dirige à Sua Mãe e lhe chama de “mulher”, em vez de chamá-la de mãe, em Cana da Galileia (Jo 2) e aos pés da Cruz (Jo 19,25-27), é para nos indicar qual é a “Mulher” a que Deus se referiu no Gênesis. Esta “Mulher” é Sua Mãe. Na cruz, momentos antes de morrer, Jesus nos deu Sua M
ãe: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19, 26). Precisamos dela para a nossa salvação dizem os Santos.
O milagre das bodas de Caná mostra com toda clareza que tudo que a Virgem Maria pedir a Jesus, ele entenderá; e Ela sabe pedir aquilo que está de acordo com a vontade de Deus e o nosso bem. A História da Igreja mostra como Maria atua na vida dos filhos de Jesus e da Igreja. Todos os santuários marianos são repletos de testemunhos de milagres alcançados pela devoção a Maria. Desde o século II nossos irmãos mártires do Império Romano, em Alexandria, norte do Egito, já rezavam aquela famosa oração: “Debaixo da Vossa proteção nos refugiamos Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, Virgem gloriosa e Bendita.”
Maria é a Medianeira de todas as graças de Deus, por ser Mãe de Deus; por meio dela Deus uniu o Céu e a Terra. Isto afirmam os Santos Padres e os Santo doutores. São Bernardo, falecido em 1153, é autor da célebre sentença: “Deus quis que recebamos tudo por Maria”. S. Luiz de Montfort, no seu “Tratado da Verdadeira Devoção a Virgem Santíssima,” resume tudo dizendo:
“Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as graças e denominou-as Maria… Deus Filho comunicou a Sua Mãe tudo que adquiriu por Sua vida e morte: Seus méritos infinitos e Suas virtudes admiráveis. Fê-la tesoureira de tudo que Seu Pai Lhe deu em herança; e é por ela que Ele aplica Seus méritos aos membros do corpo Místico, que comunica suas virtudes, e distribui Suas graças é ela o canal misterioso, o aqueduto por que passam abundante e docemente Suas misericórdias. Deus Espírito Santo comunicou a Maria, Sua fiel Esposa, Seus dons inefáveis, escolhendo-a para dispensadora de tudo que Ele possui. Deste modo ela distribui Seus dons e Suas graças a quem quer, quanto quer, como quer e quando quer, e dom nenhum pé concedido aos homens que não passe por suas mãos virginais. Tal é a vontade de Deus, que tudo tenhamos suas mãos virginais. Tal é a vontade de Deus, que tudo tenhamos por Maria, e assim será enriquecida, elevada e honrada pelo Altíssimo aquela que em toda a vida quis ser pobre, humilde, e escondida até o nada” (Tratado da Verdadeira Devoção a Virgem Santíssima,Tvd, n. 23-25).
São Bernardino de Sena disse que: “Todos os dons virtudes e graças do Espírito Santo são distribuídos pelas mãos de Maria, a quem ela quer, quando quer, como quer, e quanto quer” (Tvd, p. 137).
Vejamos o que os Santos doutores disseram sobre isso, em todos os tempos, como se pode ver:
SANTO EFRÉM (†373), doutor: “Minha Santíssima Senhora, Santa Mãe de Deus, cheia de graças e favores divinos, Distribuidora de todos os bens! Vós sois, depois da Santíssima Trindade, a Soberana de todos; depois do Medianeiro, a Medianeira do Universo, Ponte do mundo inteiro para o céu.” (Vamos todos a Maria Medianeira, VtMM, p. 97).
SANTO AGOSTINHO (354-430), doutor, afirma que as orações de Maria junto a Deus têm mais poder junto da Majestade divina que as preces e intercessão de todos os anjos e santos do céu e da terra (Tvd, n. 27). Maria Santíssima é de fato a Medianeira de Todas as Graças como inúmeras vezes afirmou o Papa Pio XI: “É a Rainha de todas as graças, a Medianeira de Todas as Graças” (VtMM, p. 68). Santo Agostinho põe nos lábios de Nossa Senhora estas palavras: “Deus me constituiu porta do Céu, um lugar de passagem para o Filho do Altíssimo” (MM, p. 73). Por isso a Ladainha a chama de “Porta do Céu”.
SÃO JOÃO CRISÓSTOMO (349-407), doutor de Constantinopla, disse que: “Maria foi feita Mãe de Deus também para que, por sua poderosa intercessão e doce misericórdia, se salvem os infelizes que por sua vida má não se poderiam salvar segundo a justiça divina”.
SÃO JOÃO DAMASCENO (650-749) dizia: “Ser vosso devoto, ó Virgem Santíssima, é uma arma de salvação que Deus dá àqueles que quer salvar” (Tvd n. 40 e 41).
SÃO BERNARDO (1090-1153), doutor, assim diz: “Tal é a vontade de Deus que quis que tenhamos tudo por Maria. Se, portanto, temos alguma esperança, alguma graça, algum dom salutar, saibamos que isto nos vem por suas mãos”. “Eras indigno de receber as graças divinas: por isso foram dadas a Maria a fim de que por ela recebesses tudo o que terias” (idem).
SÃO BOAVENTURA (1218-1274), bispo e doutor da Igreja: “Deus depositou a plenitude de todo o bem em Maria, para que nisto conhecêssemos que tudo que temos de esperança, graça e salvação, dela deriva até nós” (idem, p. 101). “Só Maria achou graça diante de Deus (Lc 1,30), sem auxílio de qualquer outra criatura E todos, depois dela, que acharam graça diante de Deus acharam-na por intermédio dela, e é só por ela que acharão graça os que ainda virão” (Tvd, n. 44). Maria é a Mãe de misericórdia; isto é, resgata os pecadores e os leva de volta a Deus. Como diz a Ladainha, ela é o “refúgio dos pecadores” e a “consoladora dos aflitos”. “Tal como a lua paira entre a terra e o céu, coloca-se Maria continuamente entre Deus e os pecadores para Lhe aplacar a ira contra eles e iluminá-los para que voltem a Deus” (GM, p. 146).
SANTO ALBERTO MAGNO (1206-1280), doutor: “É anunciada à Santíssima Virgem tal plenitude de graça, que se tornou por isso a fonte e o canal de transmissão de toda a graça a todo o gênero humano” (ibidem).
O Senhor revelou a SANTA CATARINA DE SENA (1347-1380) ,doutora, que sua intenção, ao criar Maria, era conquistar por sua doçura os corações dos homens, sobretudo dos pecadores, e atraí-los a si” (GM, p. 147).
SÃO PEDRO CANÍSIO (1521-1597), doutor da Igreja: “O Filho atenderá Sua Mãe e o eterno Pai ouvirá Seu próprio Filho: eis o fundamento de toda nossa esperança” (ibidem).
SÃO ROBERTO BELARMINO (1542-1621), bispo e doutor da Igreja:
“Todos os dons, todas as graças espirituais que por Cristo, como cabeça, descem para o corpo, passam por Maria que é como o colo desse corpo místico” (ibidem, p. 102).
SANTO AFONSO DE LIGÓRIO(1696-1787), doutor da Igreja, afirma: “Deus quer que pelas mãos de Maria nos cheguem todas as graças… A ninguém isso pareça contrário à sã teologia. Pois Santo Agostinho, autor dessa proposição, estabelece que Maria tem cooperado por sua caridade para o nascimento espiritual de todos os membros da Igreja” (Glórias de Maria, p. 15). E Santo Afonso pergunta: “É lícito a um pecador desesperar de sua salvação quando a própria Mãe do Juiz se lhe ofereceu por Mãe e advogada?” (idem). Agradece, portanto ao Senhor que te deu uma tão grande medianeira, nos exorta S. Bernardo.
Esta mesma doutrina foi confirmada pelo Papa Pio XI na Encíclica sobre o Santo Rosário, de 29 de setembro de 1937: “Convidamos a todos os fiéis para conosco agradecerem a Deus por termos recuperado a saúde. Como em outra parte já havemos dito, atribuímos essa graça à intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus, mas sabemos também que tudo quanto nos vem de Deus, o recebemos das mãos de Maria Santíssima” (idem, p. 70).
LEÃO XIII, na mesma Encíclica “Octobri mense”, de 22 de setembro de 1891, faz suas as palavras de São Bernardo:“Toda a graça concedida ao mundo segue esta tríplice gradação: de Deus a Jesus Cristo, de Jesus Cristo à Santíssima Virgem, da Santíssima Virgem aos homens: tal é a ordem maravilhosa de sua disposição” (ibidem, p. 74).
A Virgem Maria, como Mãe da Igreja, sempre a protegeu contra os ataques do inferno, das heresias e das guerras. Foi assim, por exemplo, em 1571, em Lepanto, na Grécia, quando os turcos otomanos muçulmanos se preparavam para destruir o cristianismo na Europa. No dia da vitória (07/10/1571) das forças cristãs, que levavam também o Rosário como arma, o Papa S. Pio V estabeleceu o Dia de Nossa Senhora do Santo Rosário.
Por tudo isso, o povo de Deus aprendeu: “Pede à Mãe que o Filho atende!”. “Tudo por Jesus, mas nada sem Maria!”.
Prof. Felipe Aquino

Via: Cléofas 



Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...