8 de out. de 2016

08/10 São Luis Beltran, obediente a voz do Senhor


Muito se ocupou com a salvação das almas, sem descuidar de profetizar e denunciar as injustiças cometidas contra os indígenas e os negros escravos
Luis Beltran nasceu em Valência (Espanha) em 1526, e foi o tipo de jovem aventureiro, aberto aos desafios. Obediente a voz do Senhor, venceu a oposição do pai e ingressou na Ordem Dominicana para ser sacerdote.
Com passos largos em direção à santidade (tinha apenas 23 anos quando recebeu a ordenação sacerdotal), assumiu a importante função de mestre dos noviços, até que decidiu aventurar-se na evangelização do novo mundo. Na Colômbia, Luis Beltran muito se ocupou com a salvação das almas, sem descuidar de profetizar e denunciar as injustiças cometidas contra os indígenas e posteriormente contra os negros escravos.
O preço da conversão de milhares de indígenas espalhados por toda Colômbia foi o sofrimento promovido por exploradores espanhóis. Por duas vezes procuraram envenená-lo e em outras quatro ocasiões o assaltaram ameaçando-o de morte. São Luis não se deixou amedrontar e só voltou para a Espanha pela obediência aos superiores e com a intenção de melhor recrutar e formar apóstolos para a evangelização da América.
Este bondoso amigo de todos assumiu cargos de direção na Ordem Dominicana, exerceu com grande eficácia o ministério da pregação, chegando a operar inúmeras conversões e alcançar milagres. No ano de 1569 São Luis, já na Espanha como formador de futuros missionários, pôde partilhar com palavras o que viveu nas inúmeras missões. Ensinava que a arma mais eficaz na conversão das almas é uma intensa vida de oração e de muito sacrifício, e que a pregação necessita de ser acompanhada pelas boas obras, caso contrário, o mau exemplo destruiria de maneira fatal a proclamação da Boa Nova.
São Luis Beltran faleceu em Valência no ano de 1581, com 56 anos de idade. A tal ponto enriqueceu o povo e a Igreja com sua vivência missionária que o próprio pai, antes de morrer, declarou-lhe: “Meu filho, uma das coisas que mais me afligiu na vida foi ver-te frade, mas hoje, o que me consola é saber-te frade!”
São Luis Beltran, rogai por nós!


Fonte: Canção Nova 

Círio: Fonte de Solidariedade

O Círio de Nossa Senhora de Nazaré é experiência de fé, mas é também fonte de solidariedade. Boa parte da arrecadação da Festa é investida nas Obras Sociais da Paróquia de Nazaré (Ospan), desenvolvidas nas sete comunidades que compõem a sua área territorial. Milhares de pessoas são beneficiadas anualmente em seus projetos de atendimento laboratorial, distribuição de sopa e creches infantis.
A implantação do Serviço Social na Ospan se deu em 2002, na gestão do Padre Francisco Silva, na época pároco da Paróquia de Nazaré. O Padre solicitou, ao departamento de Serviço Social da Universidade da Amazônia (Unama), uma consultoria a respeito das necessidades da Paróquia de Nazaré. Hoje, com o serviço implantado, a responsabilidade do trabalho desenvolvido fica a cargo das técnicas Mônica Demachki (Coordenadora) e Hilda Muller (Assistente Social).
Os atendimentos médicos e odontológicos acontecem nas comunidades de São José e Santo Antônio Maria Zaccaria. Profissionais de saúde voluntários atendem mais de 3 mil pessoas por ano. A população carente recebe atendimento e orientações de higiene e saúde que fazem toda a diferença no seu dia-a-dia.
O pão é também repartido. Voluntários nas diversas comunidades preparam a sopa, que toda semana é fartamente distribuída aos que comparecem, o que ajuda a saciar a fome dos filhos de Nossa Senhora. As obras sociais têm vários projetos com a comunidade, entre eles, o programa inserção no mercado de trabalho, o programa adolescente trabalhador, o atendimento social e outros.
Cuidando também dos pequenos, as Obras atendem a mais de 500 crianças por meio das creches Sorena, Casulo (Santo Antônio Maria Zaccaria) e Cantinho São Rafael (Casa de Nazaré). Elas permanecem sob os cuidados de educadores das 7 às 17 horas, recebendo educação escolar básica, alimentação e muito carinho. São meninos e meninas entre dois e seis anos tendo a chance de crescer física, mental e espiritualmente, e participando ainda de atividades esportivas e culturais como danças e artes plásticas.
As Obras Sociais da Paróquia de Nazaré trabalham com valores que dignificam a vida do ser humano: ética, cidadania, universalidade, espírito de equipe, participação, respeito e confiança, espiritualidade, satisfação dos funcionários, humanização, qualidade de vida e compromisso institucional.

7 de out. de 2016

A misericórdia seja sempre o coração da vossa missão - Papa aos Oblatas

07/10/2016



O Papa recebeu hoje em audiência na Sala Clementina, no Vaticano,  cerca de cem participantes no Capítulo Geral dos Missionários Oblatas de Maria Imaculada.
No discurso que dirigiu a estes missionários que o Papa Pio XI definira de “especialistas das missões difíceis”, o actual Pontífice regozijou-se com eles por celebrarem este ano o jubileu do bicentenário da fundação desta Congregação. Uma Congregação fundada pelo Beato Eugénio de Mazenod, jovem sacerdote francês e cujo primeiro foi o de “reacender a fé que a Revolução Francesa estava a apagar no coração dos pobres das zonas rurais da Provença, arrastando também tantos ministro da Igreja”. Mas em poucas décadas a Congregação “difundiu-se pelos cinco continentes continuando a obra iniciada pelo Fundador, um homem que amou Jesus com paixão e a Igreja sem condições”. Um duplo amor que os Missionários Oblatas de Maria Imaculada são hoje “chamados a renovar” – recordou-lhes o Papa, pondo em realce a coincidência do jubileu do bicentenário com o Ano Jubilar da Misericórdia que estamos a viver. “A Misericórdia seja sempre o coração da vossa missão, do vosso empenho evangelizador no mundo de hoje” – recomendou-lhes Francisco.
O Papa frisou depois que Eugénio Mezanod era um “homem de Advento”, dócil no espírito e atento aos sinais dos tempos, características que devem guiar os Oblatas de hoje, nesta época de grandes transformações que a Igreja está viver no mundo inteiro e que requer homens animados pelo mesmo amor por Jesus Cristo que animava Eugénio Mazenod e o mesmo amor sem condições para a Igreja que deve sempre uma casa aberta. E recordou-lhe que "É importante trabalhar para uma Igreja que seja para todos, pronta a acolher e a companhar. 
Enaltecendo o sacrifício de tantos missionários Oblatas que se têm sacrificado pela missão em terras longínquas, o Papa disse que “Hoje, todas as terras são terras de missão, cada dimensão humana é terra de missão que aguarda o anuncio do Evangelho”. E recordou a esses “especialistas de missões difíceis” que o campo de missão parece alargar-se cada vez mais, abrangendo novos pobres, homens e mulheres com o rosto de Cristo que pedem ajuda, consolação, esperança, nas situações mais desesperadas da vida” Isto para lhes recordar que o mundo precisa deles, da sua audácia e disponibilidade a levar a todos a Boa Nova que liberta e consola.
E o Papa encorajou-os a anunciarem o Evangelho sempre com alegria, e a olhar para o passado com gratidão, a viver o presente com coragem, e olhar para o futuro com esperança, pois que é preciso encontrar respostas adequadas, evangélicas e corajosas para as interrogações do nosso tempo. Que os discernimento feito estes dias no Capítulo Geral sirva de estímulo para ir para a frente sem se deixar desencorajar pelas dificuldades encontradas na missão - rematou Francisco, abençoando-os na sua tarefa missionária. 
(DA) 
Rádio Vaticano 

A HISTÓRIA DO CÍRIO

Realizado em Belém do Pará há mais de dois séculos, o Círio de Nazaré é uma das maiores e mais belas procissões católicas do Brasil e do mundo. Reúne, anualmente, cerca de dois milhões de romeiros numa caminhada de fé pelas ruas da capital do Estado, num espetáculo grandioso em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, a mãe de Jesus.
No segundo domingo de outubro, a procissão sai da Catedral de Belém e segue até a Praça Santuário de Nazaré, onde a imagem da Virgem fica exposta para veneração dos fiéis durante 15 dias. O percurso é de 3,6 quilômetros e já chegou a ser percorrido em nove horas e quinze minutos, como ocorreu no ano de 2004, no mais longo Círio de toda a história.
Na procissão, a Berlinda que carrega a imagem da Virgem de Nazaré é seguida por romeiros de Belém, do interior do Estado, de várias regiões do país e até do exterior. Em todo o percurso, os fiéis fazem manifestações de fé, enfeitam ruas e casas em homenagem à Santa. Por sua grandiosidade, o Círio de Belém foi registrado, em setembro de 2004, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial.
Além da procissão de domingo, o Círio agrega várias outras manifestações de devoção, como a trasladação, a romaria fluvial e diversas outras peregrinações e romarias que ocorrem na quadra Nazarena.
O domingo do Círio começa com a celebração de uma missa em frente à Catedral metropolitana de Belém, a Sé, às 5h30. Ao término da missa, às 6h30, é iniciada a procissão que percorre as ruas de Belém até a Praça Santuário de Nazaré, em um percurso de 3,6 quilômetros. Em 2004, o trajeto foi cumprido em 9 horas e 15 minutos, sendo registrado como o Círio mais longo de toda a história.
A cada ano, o Círio de Nazaré atrai um número maior de romeiros, reunindo, além dos fiéis de Belém e do interior do Estado, devotos de várias regiões do país e até mesmo visitantes estrangeiros. Durante todo o trajeto feito pela imagem de Nossa Senhora, os devotos fazem diversas manifestações de fé, além de enfeitar as ruas e casas em homenagem à Santa.
Por sua grandiosidade, o Círio de Belém foi registrado, em setembro de 2004, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como patrimônio cultural de natureza imaterial. Mérito conquistado não só pela Imagem de Nossa Senhora de Nazaré, mas também pelo simbolismo da corda do Círio, que todos os anos é disputada pelos promesseiros que enchem as ruas de Belém de fé e emoção; dos carros de promessas, que carregam as graças atendidas pela Virgem; dos mantos de Nossa Senhora, que a deixam ainda mais linda; da Berlinda, que se destaca na multidão carregando a pequena imagem tão singela e do hino “Vós sois o Lírio Mimoso”, canção que embala os milhares de corações que acompanham o Círio em uma só voz.
Após a grande procissão, a imagem da Virgem fica exposta no altar da Praça Santuário para visita dos fiéis durante 15 dias, período chamado de quadra nazarena.

Curiosidade:

O termo “Círio” tem origem na palavra latina “cereus” (de cera), que significa vela grande de cera. Por ser a principal oferta dos fiéis nas procissões em Portugal, com o tempo passou a ser sinônimo da procissão de Nazaré aqui Belém e de muitas outras pelas cidades do interior do Pará.

História da devoção à N. S. de Nazaré

A devoção a Nossa Senhora de Nazaré teve início em Portugal. A imagem original da Virgem pertencia ao Mosteiro de Caulina, na Espanha, e teria saído da cidade de Nazaré, em Israel, no ano de 361, tendo sido esculpida por São José. Em decorrência de uma batalha, a imagem foi levada para Portugal, onde, por muito tempo, ficou escondida no Pico de São Bartolomeu. Só em 1119, a imagem foi encontrada. A notícia se espalhou e muita gente começou a venerar a Santa. Desde então, muitos milagres foram atribuídos a ela.
No Pará, foi o caboclo Plácido José de Souza quem encontrou, em 1700, às margens do igarapé Murutucú (onde hoje se encontra a Basílica Santuário), uma pequena imagem da Senhora de Nazaré. Após o achado, Plácido teria levado a imagem para a sua choupana e, no outro dia, ela não estaria mais lá. Correu ao local do encontro e lá estava a “Santinha”. O fato teria se repetido várias vezes até a imagem ser enviada ao Palácio do Governo. No local do achado, Plácido construiu uma pequena capela.
Em 1792, o Vaticano autorizou a realização de uma procissão em homenagem à Virgem de Nazaré, em Belém do Pará. Organizado pelo presidente da Província do Pará, capitão-mor Dom Francisco de Souza Coutinho, o primeiro Círio foi realizado no dia 8 de setembro de 1793. No início, não havia data fixa para o Círio, que poderia ocorrer nos meses de setembro, outubro ou novembro. Mas, a partir de 1901, por determinação do bispo Dom Francisco do Rêgo Maia, a procissão passou a ser realizada sempre no segundo domingo de outubro.
Tradicionalmente, a imagem é levada da Catedral de Belém à Basílica Santuário. Ao longo dos anos, houve adaptações. Uma delas ocorreu em 1853, quando, por conta de uma chuva torrencial, a procissão – que ocorria à tarde – passou a ser realizada pela manhã.

Virgem de Nazaré: Patrona do Pará

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – ASSESSORIA TÉCNICA
LEI N° 4.371, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1971.
Proclama Nossa Senhora de Nazaré Patrona do Estado do Pará e dá outras providências.
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ promulga e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° – Fica proclamada PATRONA DO ESTADO DO PARÁ NOSSA SENHORA DE NAZARÉ.
Parágrafo Único – O Governo do Estado do Pará prestará, anualmente, as honras de Estado à padroeira dos paraenses.
Art. 2° – A presente Lei poderá ser regulamentada pelo Governador do Estado.
Art. 3° – Esta Lei tem sua vigência a partir do dia 10 de outubro do corrente ano.
Palácio do Governo do Estado do Pará, 15 de dezembro de 1971.
FERNANDO JOSÉ DE LEÃO GUILHON
Governador do Estado
Georgenor de Souza Franco
Secretário de Estado de Governo

Círio: Fonte de Solidariedade

O Círio de Nossa Senhora de Nazaré é experiência de fé, mas é também fonte de solidariedade. Boa parte da arrecadação da Festa é investida nas Obras Sociais da Paróquia de Nazaré (Ospan), desenvolvidas nas sete comunidades que compõem a sua área territorial. Milhares de pessoas são beneficiadas anualmente em seus projetos de atendimento laboratorial, distribuição de sopa e creches infantis.
A implantação do Serviço Social na Ospan se deu em 2002, na gestão do Padre Francisco Silva, na época pároco da Paróquia de Nazaré. O Padre solicitou, ao departamento de Serviço Social da Universidade da Amazônia (Unama), uma consultoria a respeito das necessidades da Paróquia de Nazaré. Hoje, com o serviço implantado, a responsabilidade do trabalho desenvolvido fica a cargo das técnicas Mônica Demachki (Coordenadora) e Hilda Muller (Assistente Social).
Os atendimentos médicos e odontológicos acontecem nas comunidades de São José e Santo Antônio Maria Zaccaria. Profissionais de saúde voluntários atendem mais de 3 mil pessoas por ano. A população carente recebe atendimento e orientações de higiene e saúde que fazem toda a diferença no seu dia-a-dia.
O pão é também repartido. Voluntários nas diversas comunidades preparam a sopa, que toda semana é fartamente distribuída aos que comparecem, o que ajuda a saciar a fome dos filhos de Nossa Senhora. As obras sociais têm vários projetos com a comunidade, entre eles, o programa inserção no mercado de trabalho, o programa adolescente trabalhador, o atendimento social e outros.
Cuidando também dos pequenos, as Obras atendem a mais de 500 crianças por meio das creches Sorena, Casulo (Santo Antônio Maria Zaccaria) e Cantinho São Rafael (Casa de Nazaré). Elas permanecem sob os cuidados de educadores das 7 às 17 horas, recebendo educação escolar básica, alimentação e muito carinho. São meninos e meninas entre dois e seis anos tendo a chance de crescer física, mental e espiritualmente, e participando ainda de atividades esportivas e culturais como danças e artes plásticas.
As Obras Sociais da Paróquia de Nazaré trabalham com valores que dignificam a vida do ser humano: ética, cidadania, universalidade, espírito de equipe, participação, respeito e confiança, espiritualidade, satisfação dos funcionários, humanização, qualidade de vida e compromisso institucional.
Fonte: http://www.ciriodenazare.com.br/

Dia de Nossa Senhora do Rosário

Hoje o Céu está em festa!
Esta festa foi instituída por São Pio V para comemorar e agradecer à Virgem a sua ajuda na vitória sobre os turcos em Lepanto, na Grécia, no dia 7 de outubro de 1571.
O Papa São Pio V abençoou os escudos dos exércitos cristãos que enfrentaram os turcos otomanos; estes já tinham tomado Constantinopla – sede do Império romano do oriente (1476) – e se preparavam para dominar a Europa Cristã e faze-la muçulmana; então, o Papa pediu ao Príncipe João da Áustria para enfrentar o inimigo da Igreja. Foi uma guerra justa, para se defender e não para atacar. E os exércitos cristãos, em menor número, mas sob a proteção do santo Rosário de Nossa Senhora venceram os otomanos; então o Papa consagrou o dia 7 de outubro à Nossa Senhora das Vitórias, ou do Santo Rosário.
No século XVI, o Império Otomano em expansão continuava a ameaçar perigosamente a Europa Ocidental, como sempre fez desde Maomé no século VII. Num contexto pouco favorável, em maio de 1571, o Papa Pio V conseguiu, finalmente, celebrar a “Santa Liga”, aliança entre Espanha, Veneza e Malta, que ele consagra na Basílica de São Pedro. Uma frota se reúne, e é confiada a Dom João da Áustria, irmão de Felipe II da Espanha. Desejando implorar a proteção celeste para a frota, São Pio V publicou um jubileu solene e ordenou o jejum e a oração pública do Rosário.
A batalha decisiva teve lugar no dia 7 de outubro de 1571, no golfo de Lepanto, à saída do estreito de Corinto. No combate, 213 galeras espanholas e venezianas e uns 300 navios turcos. Aproximadamente cem mil homens combatem em cada campo. A frota cristã alcançou uma vitória completa. Quase todas as galeras inimigas foram presas ou postas a pique. O almirante turco Ali Pacha foi morto. Quinze mil cativos cristãos foram liberados. Somente um terço da frota turca consegue voltar, derrubando assim a lenda da invencibilidade da frota muçulmana.
Na noite da batalha, o papa Pio V foi, bruscamente, do seu escritório até a janela, onde parecia contemplar um espetáculo. Em seguida, voltou-se e disse aos cardeais que estavam com ele: “Vamos dar graças a Deus: nossa armada saiu vitoriosa.” Isto aconteceu no dia 7 de outubro, pouco antes das cinco horas da tarde, mas a notícia da vitória chegaria a Roma somente 19 dias mais tarde, em 26 de novembro, confirmando, assim, a revelação feita pelo sumo pontífice.
Após a batalha de Lepanto, Pio V acrescentou às Ladainhas da Santíssima Virgem, uma invocação suplementar: “Socorro dos cristãos, rogai por nós”, e ordenou a instituição da festa de Nossa Senhora das Vitórias que Gregório XIII logo a seguir fez celebrar, sob o nome de festa do Rosário, a cada primeiro domingo do mês de outubro em todas as igrejas. No seio do povo católico, a vitória de Lepanto contribuiu, desta forma, para o rápido desenvolvimento da devoção do Rosário.
No seu Breve Consueverunt (14-IX-1569), o Papa Pio V falava do Rosário como um meio de vitória. Clemente XI estendeu a festa a toda a Igreja no dia 3-10-1716. Leão XIII conferiu-lhe um nível litúrgico mais elevado e publicou nove Encíclicas sobre o Santo Rosário. São Pio X fixou definitivamente a festa no dia 7 de outubro.

Por esse motivo, foi acrescentada à ladainha a invocação Auxilium christianorum. Desde então, esta devoção à Virgem foi constantemente recomendada pelos Sumos Pontífices como “oração pública e universal pelas necessidades ordinárias e extraordinárias da Igreja santa, das nações e do mundo inteiro”
Na Idade Média, saudava-se a Virgem Maria com o título de rosa (Rosa mystica), símbolo de alegria. Adornavam-se as suas imagens com uma coroa ou ramo de rosas (em latim medieval Rosarium). E os que não podiam recitar os cento e cinquenta salmos do ofício divino substituíam-no por tantas Ave-Marias.
A Ladainha que se reza atualmente no Rosário começou a ser cantada solenemente no Santuário de Loreto (de onde procede o nome de ladainha lauretana) por volta do ano 1500, mas baseia-se numa tradição antiquíssima. Desse lugar espalhou-se por toda a Igreja.
O Catecismo da Igreja fala de uma “guerra justa”, às vezes necessária para defender a nação ou as nações. Se os turcos otomanos não fossem detidos na Grécia, milagrosamente e definitivamente, talvez a Europa hoje não fosse cristã; e, por desdobramento também a América Latina. Viva Nossa Senhora do Rosário.

Todos os Papas, desde o seu advento na Igreja, sem exceção recomendaram vivamente a oração do santo Rosário, meditando toda a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Papa João Paulo II dizia que “era a sua oração predileta” e escreveu a Encíclica “O Rosário da Virgem Maria”.

Cléofas 

07/10 – Nossa Senhora do Rosário

O Rosário nasceu do amor dos cristãos por Maria na época medieval, talvez no tempo das cruzadas à Terra Santa. O objeto da recitação desta oração, o terço, é de origem muito antiga. Os anacoretas orientais usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais. Nos eventos medievais os irmãos leigos, dispensados da recitação do Saltério, pela pouca familiaridade com o latim, completavam as suas práticas de piedade com a recitação dos Pai-Nossos, e para a contagem, São Beda, o Venerável, havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados num barbante. Depois, narra uma lenda, a própria Nossa Senhora, aparecendo a São Domingos, indicou-lhe a recitação do Rosário como arma eficaz para debelar os hereges albigenses. Nasceu assim a devoção do Rosário, que tem o significado de uma grinalda de rosas oferecida a Nossa Senhora. Os promotores desta devoção foram os dominicanos, que também criaram as confrarias do Rosário. Foi o papa dominicano, São Pio V, o primeiro a encorajar e a recomendar oficialmente a recitação do Rosário, que em breve se tornou a oração popular por excelência, uma espécie de breviário do povo, para ser recitado à noite em família. Aquelas Ave-Marias recitadas em família estão animadas de autêntico espírito de oração: “Enquanto se prossegue na doce e monótona cadência das Aves-Marias, o pai ou mãe de família pensam nas preocupações pelos filhos mais velhos. Este emaranhado de aspectos da vida familiar sofre então a iluminação dos mistérios salvíficos de Cristo, e é espontâneo confiar tudo a Mãe do milagre de Caná e de toda a Redenção” (Schillebeeckx). A celebração da festividade hodierna foi instituída por São Pio V para comemorar a vitória de 1571 em Lepanto contra a frota turca (inicilamente dizia-se: Santa Maria da Vitória). A festividade do dia 7 de outubro, que naquele ano caía no domingo, foi estendida em 1716 à Igreja universal e fixada definitivamente por são Pio X em 1913. A festa do Santíssimo Rosário, como era chamada antes da reforma do calendário de 1960, resume, em certo sentido, todas as festas de Nossa Senhora.


Cléofas

6 de out. de 2016

Histórico do Círio de Nazaré

Realizado em Belém do Pará há mais de dois séculos, o Círio de Nazaré é uma das maiores e mais belas procissões católicas do Brasil e do mundo. Reúne, anualmente, cerca de dois milhões de romeiros numa caminhada de fé pelas ruas da capital do Estado, num espetáculo grandioso em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, a mãe de Jesus.
No segundo domingo de outubro, a procissão sai da Catedral de Belém e segue até a Praça Santuário de Nazaré, onde a imagem da Virgem fica exposta para veneração dos fiéis durante 15 dias. O percurso é de 3,6 quilômetros e já chegou a ser percorrido em nove horas e quinze minutos, como ocorreu no ano de 2004, no mais longo Círio de toda a história.
Na procissão, a Berlinda que carrega a imagem da Virgem de Nazaré é seguida por romeiros de Belém, do interior do Estado, de várias regiões do país e até do exterior. Em todo o percurso, os fiéis fazem manifestações de fé, enfeitam ruas e casas em homenagem à Santa. Por sua grandiosidade, o Círio de Belém foi registrado, em setembro de 2004, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial.
Além da procissão de domingo, o Círio agrega várias outras manifestações de devoção, como a trasladação, a romaria fluvial e diversas outras peregrinações e romarias que ocorrem na quadra Nazarena.
O domingo do Círio começa com a celebração de uma missa em frente à Catedral metropolitana de Belém, a Sé, às 5h30. Ao término da missa, às 6h30, é iniciada a procissão que percorre as ruas de Belém até a Praça Santuário de Nazaré, em um percurso de 3,6 quilômetros. Em 2004, o trajeto foi cumprido em 9 horas e 15 minutos, sendo registrado como o Círio mais longo de toda a história.
A cada ano, o Círio de Nazaré atrai um número maior de romeiros, reunindo, além dos fiéis de Belém e do interior do Estado, devotos de várias regiões do país e até mesmo visitantes estrangeiros. Durante todo o trajeto feito pela imagem de Nossa Senhora, os devotos fazem diversas manifestações de fé, além de enfeitar as ruas e casas em homenagem à Santa.
Por sua grandiosidade, o Círio de Belém foi registrado, em setembro de 2004, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como patrimônio cultural de natureza imaterial. Mérito conquistado não só pela Imagem de Nossa Senhora de Nazaré, mas também pelo simbolismo da corda do Círio, que todos os anos é disputada pelos promesseiros que enchem as ruas de Belém de fé e emoção; dos carros de promessas, que carregam as graças atendidas pela Virgem; dos mantos de Nossa Senhora, que a deixam ainda mais linda; da Berlinda, que se destaca na multidão carregando a pequena Imagem tão adorada; e do hino “Vós sois o Lírio Mimoso”, canção que embala os milhares de corações que acompanham o Círio em uma só voz.
Após a grande procissão, a imagem da Virgem fica exposta no altar da Praça Santuário para visita dos fiéis durante 15 dias, período chamado de quadra nazarena.
Curiosidade: o termo “Círio” tem origem na palavra latina “cereus” (de cera), que significa vela grande de cera. Por ser a principal oferta dos fiéis nas procissões em Portugal, com o tempo passou a ser sinônimo da procissão de Nazaré aqui Belém e de muitas outras pelas cidades do interior do Pará.

As quinze promessas do Rosário

1. A quem me sirva, rezando diariamente meu Rosário, receberá qualquer graça que me peça.
2. Prometo minha especialíssima proteção e grandes benefícios a os que devotamente rezarem meu Rosário.
3. O Rosário será um fortíssimo escudo de defensa contra o inferno, destruirá os vícios, livrará dos pecados e exterminará as heresias.
4. O Rosário fará germinar as virtude este também fará que seus devotos obtenham tudo da misericórdia divina; substituirá no Coração dos homens o amor do mundo pelo amor por Deus e os elevará a desejar as coisas celestiais e eternas. Quantas almas por este meio se santificarão!
5. A alma que se encomende pelo Rosário não perecerá.
6. Aquele que com devoção rezar meu Rosário, considerando os mistérios, não se verá oprimido pela desgraça, nem morrerá morte desgraçada; se converterá, se é pecador; perseverará nas graças, se é justo, e em todo caso será admitido na vida eterna.
7. Os verdadeiros devotos de meu Rosário não morrerão sem auxílios da Igreja.
8. Quero que todos os devotos de meu Rosário tenha em vida e em morte a luz e a plenitude da graça, e sejam participantes dos méritos dos bem-aventurados.
9. Livrarei de pronto do purgatório as almas devotas do Rosário.
10. Os Filhos verdadeiros de meu Rosário desfrutarão no Céu uma Glória singular.
11. Todo o que se pedir por meio do Rosário se alcançará prontamente.
12. Socorrerei em todas as suas necessidades aos que propaguem meu Rosário.

13. Todos os que rezarem o Rosário terão por irmãos na vida e na morte a os bem-aventurados do Céu.
14. Os que rezam meu Rosário são todos filhos meus muito amados e irmãos de meu Unigênito Jesus.
15. A devoção ao Santo Rosário é um sinal de predestinação a Glória.

As Bênçãos do Rosário
1. Os pecadores obtêm o perdão.
2. As almas sedentas são saciadas.
3. Os que estão atados veem seus nós desatados.

4. Os que choram encontram alegria.
5. Os que são tentados encontram tranquilidade.
6. Os pobres são socorridos.
7. Os religiosos são reformados.
8. Os ignorantes são instruídos.
9. Os vivos triunfam sobre a vaidade.
10. Os mortos alcançam a misericórdia por via de sufrágios.

Via: Cléofas 

06/10 – Santo Bruno

“O proveito e a alegria que a solidão e o silêncio do ermo trazem a todos os que o amam, só aqueles que tiveram a experiência podem apreciar.” Assim escrevia são Bruno a um amigo, pouco antes de morrer a 6 de outubro de 1101, em Torre, na Calábria. O século XI, rico de fermentos religiosos, é caracterizado por um renovado desejo de vida solitária, segundo as regras eremíticas da vida monástica primitiva. Exemplo inalterado desse modelo de vida cenobítica é a cartuxa da serra São Bruno, no coração da Calábria, que o próprio santo eremita elogiava “pela suavidade da sua atmosfera e pela planície vasta e risonha, cercada de montanhas, de verdejantes pastos e adornada de flores.” A Igreja único lugar onde os irmãos se encontram para recitar o Ofício divino, é coroada por pequenas casas de dois quartos, um térreo, destinado ao trabalho e outro superior, a morada do monge, onde ele ora e repousa. Fechado no arco das celas está o cemitério do ermo: amontoados de terra com uma cruz de madeira em cima, sobre a qual não aparece nem o nome do sepultado. “Esta paz que o mundo ignora – escreve ainda o santo – é propícia à alegria do Espírito Santo.” São Bruno, nascido em Colônia em 1035, de nobre família, tinha terminado seus estudos na escola episcopal de Reims, aonde, após a ordenação sacerdotal, voltou na qualidade de professor de teologia. Entre seus alunos estiveram Eudes de Châtillon, o futuro papa Urbano II e Santo Hugo de Grenoble. Nomeado chanceler do arcebispo de Reims, opôs-se à eleição simoníaca do bispo Manassés, mais tarde deposto por Gregório VII, que chamou o próprio Bruno para suceder a Manassés. Tendo o rei posto um veto à sua eleição, Bruno decidiu colocar em prática uma antiga aspiração de sua juventude. Retirou-se primeiramente para Sèche-Fontaine, junto ao mosteiro de Molesme, na ermida que o abade São Roberto lhe concedeu. Depois foi para o território de Grenoble onde fundou a ordem dos cartuxos. O Papa Urbano II, ex-aluno de são Bruno, escolheu-o para conselheiro e o chamou a Roma. A estada em Roma foi breve. Os monges não se adaptando à cidade (construíram uma cartuxa junta às Termas de Diocleciano), tiveram a licença de voltar a Grenoble, enquanto o abade Bruno, deixando a Cúria Pontifícia, pôde descer à Itália meridional para erigir uma nova cartuxa, no modelo da francesa.


Cléofas 

Papa em Santa Marta: abrir ao Espírito Santo

06/10/2016



Quinta-feira, 6 de outubro: na Missa em Santa Marta o Papa Francisco na sua homilia referiu-se às atitudes que podemos ter com o Espírito Santo.
Partindo das leituras do dia o Santo Padre disse que o Espírito é o “grande dom do Pai. É a força que faz a Igreja sair com coragem para chegar aos confins da terra. O Espírito é o protagonista deste caminhar da Igreja” – afirmou.
Francisco indicou três atitudes que podemos ter com o Espírito. A primeira é a apego à Lei que “faz ignorar o Espírito”, como podemos ler na reprovação de S. Paulo aos Gálatas. Estavam fechados – disse o Papa – “fechados nas prescrições”.
Uma segunda atitude é a de entristecer o Espírito Santo, que acontece “quando não deixamos que Ele nos inspire, nos leve em frente na vida cristã”, quando “não deixamos que Ele nos diga, não com a teologia da Lei, mas com a liberdade do Espírito, o que devemos fazer”. Assim – explicou o Santo Padre – “tornamo-nos mornos”, caímos na “mediocridade cristã”, porque o Espírito Santo “não pode fazer a grande obra em nós”.
Pelo contrário, a terceira atitude “é abrir-se ao Espírito Santo e deixar que o Espírito nos leve em frente. É o que fizeram os Apóstolos: a coragem do dia de Pentecostes.” – salientou o Papa.
“ Que o Senhor nos dê esta graça: abrir-nos ao Espírito Santo para não nos tornarmos tolos, encantados, nem homens e mulheres que entristecem o Espírito” – afirmou Francisco no final da sua homilia.

Rádio Vaticano 

Papa: ecumenismo não é empobrecimento mas riqueza

06/10/2016

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira dia 6 de outubro, na Sala dos Papas, no Vaticano, o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, Primaz da Comunhão Anglicana, e trinta e cinco Primazes das Províncias Anglicanas.
O Pontífice agradeceu a sua presença e disse que ver os Primazes de várias Províncias da Comunhão Anglicana juntos com o Bispo de Roma é “um bonito sinal fraterno”.
Encontro histórico
“Celebramos solenemente o 50° aniversário do encontro histórico entre o Beato Paulo VI e o Arcebispo Michael Ramsey. Esse encontro deu muitos frutos, basta pensar na criação do Centro Anglicano em Roma, na nomeação do representante permanente do Arcebispo junto à Santa Sé e no início do diálogo teológico, cujo resultado é o volume que contém cinco documentos da segunda fase da Comissão Internacional Anglicano-Católica (ARCIC 1982-2005). Esses frutos provêm de uma árvore que tem suas raízes no encontro de 50 anos atrás.”
Referindo-se ao prosseguimento do caminho comum entre católicos e anglicanos, o Papa pensou em três palavras: oração, testemunho e missão.
Oração
“Ontem à noite celebramos as Vésperas. Esta manhã, vocês rezaram aqui no Túmulo do Apóstolo Pedro. Não nos cansemos de pedir sempre e insistentemente ao Senhor o dom da unidade.”
Testemunho
“Estes 50 anos de encontro e troca de experiências, assim como a reflexão e os textos comuns, nos falam de cristãos que, por fé e com fé, se ouviram e partilharam tempo e forças. Aumentou a convicção de que o ecumenismo não é um empobrecimento, mas uma riqueza. Amadureceu a certeza de que aquilo que o Espírito semeou no outro produz uma colheita comum. Conservemos esta herança como um tesouro e nos sintamos chamados, todos os dias, a doar ao mundo, como Jesus pediu, o testemunho do amor e da unidade entre nós.”
Missão
“Há momento para tudo e este é o tempo em que o Senhor nos interpela, de modo particular, a sair de nós mesmos e de nossos ambientes para levar o seu amor misericordioso a um mundo sedento de paz. Ajudemo-nos reciprocamente a colocar no centro as exigências do Evangelho e a nos doar concretamente nesta missão.”
Rádio Vaticano 

Papa: trabalhar como instrumentos de comunhão

06/10/2016


O Papa Francisco presidiu à celebração das Vésperas, na tarde desta quarta-feira dia 5 de outubro, na Igreja dos Santos André e Gregorio al Celio, em Roma, por ocasião do 50º aniversário das relações estreitas e profundas entre a Comunhão Anglicana e a Igreja Católica. A cerimónia ecuménica contou com a participação do Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, Primaz da Comunhão Anglicana. 
Em sua alocução, o Pontífice citou uma passagem do Livro do Profeta Ezequiel que descreve Deus como o Pastor que reúne suas ovelhas perdidas. “Elas tinham se dispersado umas das outras nos dias nebulosos e escuros.”
“O Senhor nos dirige esta noite, através do profeta, duas mensagens”, disse o Pontífice, acrescentando:
“Em primeiro lugar, uma mensagem de unidade. Deus, como Pastor, quer a unidade em seu povo e deseja que sobretudo os Pastores lutem por isso. Em segundo lugar, nos é dito o motivo das divisões do rebanho: nos dias nebulosos e escuros, perdemos de vista o irmão que estava ao nosso lado, nos tornamos incapazes de reconhecê-lo e nos alegrar de nossos dons respectivos e da graça recebida. Isto aconteceu porque se concentraram ao nosso redor, a escuridão da incompreensão e da suspeita, e acima de nós, as nuvens escuras das divergências e controvérsias, formadas muitas vezes por razões históricas e culturais e não somente por motivos teológicos.”
“Mas temos a certeza sólida de que Deus ama habitar entre nós, seu rebanho e tesouro precioso. Ele é um Pastor incansável que continua agindo, nos exortando a caminhar rumo à unidade, que pode ser alcançada somente com a ajuda de sua graça. Por isso, permaneçamos confiantes, porque em nós, que somos vasos de argila frágeis, Deus ama derramar a sua graça. Ele está convencido de que podemos passar da escuridão à luz, da dispersão à unidade e do pecado à plenitude. Este caminho de comunhão é o percurso de todos os cristãos e a missão particular dos pastores da Comissão Internacional anglicana e católica pela unidade e missão.”
Segundo Francisco, trabalhar como instrumentos de comunhão sempre e em todo lugar é um grande chamado.  
“Isso significa promover ao mesmo tempo a unidade da família cristã e a unidade da família humana. Os dois âmbitos não se opõem, mas se enriquecem reciprocamente. Quando, como discípulos de Jesus, oferecemos o nosso serviço de maneira conjunta, um ao lado do outro, quando promovemos a abertura e o encontro, vencendo a tentação do fechamento e isolamento, trabalhamos contemporaneamente pela unidade dos cristãos e da família humana. Reconhecemo-nos como irmãos que pertencem a tradições diferentes, mas são impelidos pelo mesmo Evangelho a empreender a mesma missão no mundo. Então, seria sempre bom, antes de começar qualquer atividade, que vocês se fizessem estas perguntas: Por que não fazemos isso junto com os nossos irmãos anglicanos? Podemos testemunhar Jesus agindo junto com os nossos irmãos católicos?”
Segundo o Papa, é partilhando concretamente as dificuldades e as alegrias do ministério que nos reaproximamos uns dos outros. “Que vocês sejam promotores de um ecumenismo audacioso e real, sempre à procura de abrir novos caminhos, dos quais se beneficiarão em primeiro lugar os seus confrades nas Províncias e Conferências Episcopais. Trata-se de seguir sempre e sobretudo o exemplo do Senhor, a sua metodologia pastoral que o Profeta Ezequiel nos recorda: buscar a ovelha perdida, reconduzir ao rebanho a ovelha dispersa, curar a que está ferida e doente. Somente assim se reúne o povo disperso.”
O Papa se deteve no caminho comum da sequela do Cristo Bom Pastor, referindo-se à férula pastoral de São Gregório Magno, que simboliza o grande significado ecumênico deste encontro.
“Deste lugar, São Gregório escolheu e enviou São Agostinho de Cantuária e seus monges aos povos anglo-saxões, inaugurando uma grande página de evangelização que é nossa história comum”, disse Francisco.
O Papa frisou que o amor do Cordeiro vitorioso sobre o pecado e a morte é a mensagem verdadeira e inovadora a ser levada às ovelhas perdidas de hoje e aos que ainda não conhecem o rosto compassivo e o abraço misericordioso do Bom Pastor. “O nosso ministério consiste em iluminar as trevas com esta luz,  com a força inerme do amor que vence o pecado e supera a morte. A missão dos Pastores é a de ajudar o rebanho a ele confiado a fim de que seja em saída, em movimento para anunciar a alegria do Evangelho.”
Francisco pediu a Deus a graça de imitar o espírito e o exemplo dos grandes missionários, através dos quais o Espírito Santo revitalizou a Igreja que se reanima quando sai de si para viver e anunciar o Evangelho nas estradas do mundo.
O Pontífice convidou a pensar no que aconteceu em Edimburgo, na Escócia, nas origens do movimento ecumênico: “O fogo da missão permitiu superar as barreiras e abater os muros que nos isolavam e tornavam impensável um caminho comum. Rezemos juntos por isso: O Senhor nos conceda que daqui saia um impulso renovado de comunhão e missão.”

Rádio Vaticano 

5 de out. de 2016

Conheça um pouco de Santa Maria Faustina Kowalska

Quem não se desespera diante de seus pecados, mas confia na misericórdia de Deus, como o filho pródigo, e pede a Deus perdão, arrependido, alcança o perdão de seus pecados. A divina Misericórdia é a última tábua de salvação que Deus oferece ao mundo atual, segundo Santa Faustina.
Santa Maria Faustina Kowalska, nasceu em  Cracóvia (1905-1938), foi uma freira e mística polaca, contemporânea do Beato João Paulo II.  Escreveu um longo diário, assistida por Jesus, que a chamou de a Apóstola (Diário, n. 1142) ou Secretária da Divina Misericórdia (965, 1160, 1275, 1605, 1693, 1784). É considerada pelos teólogos como fazendo parte de um grupo dos mais notáveis místicos da Cristianismo. Sua missão foi preparar o mundo para a segunda vinda de Cristo (nn. 429, 625, 635, 1155, 1732; cf. 848), pregando a divina misericórdia.
Ela entrou para a vida religiosa em 1924 na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia. Seu confessor, o Beato Michał Sopoćko, exigiu de Santa Faustina que ela escrevesse as suas vivências em um diário espiritual. Desta forma, não por vontade própria, mas por exigência dele, ela deixou a descrição das suas vivências místicas, que ocupa algumas centenas de páginas. Sua canonização aconteceu em 30 de abril de 2000, pelas mãos do Papa João Paulo II, de quem também conseguiu a instituição da Festa da Divina Misericórdia.
No primeiro domingo após o da Páscoa, a Igreja celebra agora a Festa da Divina Misericórdia, seguindo o pedido que Jesus insistentemente fez a Santa Faustina Kowalska.
Através de um Decreto de 23 de maio de 2000, da Sagrada “Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos”, foi modificada a denominação do Segundo domingo de Páscoa para “Segundo Domingo de Páscoa ou  Domingo da Divina Misericórdia”, com a aprovação do Papa João Paulo II.
O motivo desta modificação, sem dúvida, está ligada às revelações de Jesus a Santa Faustina Kowalska.

Entre muitas devoções, Jesus ensinou a Santa Faustina o Terço da Misericórdia e pediu que o espalhasse pelo mundo; graças a Deus se espalhou; é uma fonte de graça e de misericórdia, especialmente para os moribundos. Ela pede que este Terço seja rezado de preferência às três horas da tarde, diante do Santíssimo Sacramento, fazendo-se em seguida uma meditação sobre a Paixão e Morte do Senhor.
Eu mesmo já experimentei a eficácia desse Terço, especialmente diante de moribundos. Já o rezei diante de várias pessoas na hora da morte, inclusive minha falecida sogra, minha esposa, minha mãe, e outras pessoas, e as pude ver morrer suavemente, sem desespero.
Vale a pena ler o seu Diário que contém ensinamentos e revelações místicas muito importantes para a nossa vida espiritual. Por ele se pode conhecer o que Jesus quis fazer. O Papa João Paulo II, com base nessa devoção escreveu uma de suas primeiras Encíclicas,  “Dives in Misericórdia” (Deus, rico em misericórdia), em 30 de novembro de 1980.


Via: Cléofas 

05/10 – São Benedito

Hoje é um dia muito especial para o povo brasileiro. Comemora-se o dia de São Benedito, um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele, e origem: era africano e negro; passou a ser amado por toda população como exemplo da humildade e da pobreza. Este fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, de: “o Mouro”. Este adjetivo italiano é usado para todas as pessoas de pele escura e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós ele é chamado de São Benedito, o Negro, ou apenas “o Santo Negro”. Há tanta identificação com a cristandade brasileira que até sua comemoração tem uma data só nossa. Embora em todo o mundo sua festa seja celebrada em 04 de abril, data de sua morte, no Brasil ela é celebrada desde 1983, em 05 de outubro, por uma especial deferência canônica concedida à CNBB. Benedito Manasseri nasceu em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília, Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na ilha. O seu pai Cristoforo herdou o nome do seu patrão, e tinha se casado com sua mãe, Diana Lancari. O casamento foi um sacramento cristão, pois eram católicos fervorosos. Considerados pela família à qual pertenciam, quando o primogênito Benedito nasceu, eles foram alforriados junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus padrinhos de batismo. Cresceu pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos brincando profetizavam: “nosso santo mouro”. Aos vinte um anos de idade, ingressou entre os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a regra franciscana, em Palermo, capital da Sicília. E se tornou um religioso exemplar, primando pelo espírito de oração, pela humildade, pela obediência e pela alegria numa vida de extrema penitência. Na irmandade exercia a função de simples cozinheiro, era apenas um irmão leigo e analfabeto, mas a sabedoria e o discernimento que demonstrava fizeram com que os superiores o nomeassem mestre de noviços e mais tarde ele foi eleito o superior daquele convento. Mas quando o fundador faleceu em 1562, o Papa Paulo IV extinguiu a irmandade ordenando que todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em irmandades sob o mesmo nome. Todos obedeceram. Inclusive Benedito, que sem pestanejar, escolheu o convento de Santa Maria de Jesus, também em Palermo, onde viveu o restante de sua vida. Ali, exerceu igualmente as funções mais humildes como faxineiro e depois cozinheiro, ganhando fama de santidade pelos milagres que se sucediam por intercessão de suas orações. Além disto, eram muitos, príncipes, nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim ricos e pobres, todos se dirigiam à ele em busca de conselhos e de orientação espiritual segura. Também foi eleito superior e quando seu período na direção da comunidade se concluiu, voltou a reassumir, com alegria, a sua simples função de cozinheiro. E foi na cozinha do convento, que ele morreu, no dia 04 de abril de 1589, como um simples frade franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, mas apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, a qual o envolve até os nossos dias. Foi canonizado em 1807, pelo Papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Em 1652, já era o santo padroeiro de Palermo, mais tarde foi aclamado o santo padroeiro de toda a população afro-americana, mas especialmente pelos cozinheiros e profissionais da nutrição. E mais, na igreja do convento de Santa Maria de Jesus, na capital siciliana, se venera uma relíquia de valor incalculável: o corpo do “Santo Mouro”, profetizado na infância e ainda milagrosamente intacto. Mas, assim foi toda a vida terrena de Santo Benedito, repleta de virtudes e especiais dons celestiais providos do Espírito Santo.


Cléofas 

Audiência: Papa recordou a sua viagem à Geórgia e Azerbaijão

05/10/2016


Quarta-feira, 5 de outubro: na audiência geral na Praça de S. Pedro o Papa Francisco recordou a sua recente viagem apostólica à região do Cáucaso visitando a Geórgia e o Azerbaijão.
Na sua catequese o Santo Padre afirmou que esta sua viagem deu continuidade à viagem à Arménia, do passado mês de junho, e foi uma oportunidade de visitar e confirmar os católicos presentes na região do Cáucaso, e de encorajar esses países no seu caminho para a paz e a fraternidade.
Tanto a Geórgia como o Azerbaijão possuem raízes históricas, culturais e religiosas muito antigas – recordou Francisco – mas enfrentam os desafios próprios de nações que reencontraram a independência há apenas 25 anos.
Neste contexto, a “Igreja católica é chamada a fazer-se presente como sinal de caridade e promoção humana, sempre em diálogo com as demais comunidades cristãs”, como é caso dos Ortodoxos na Geórgia, ou com outras religiões, como os mulçumanos do Azerbaijão – referiu o Papa.
A Eucaristia celebrada na Geórgia – disse o Santo Padre – “coincidiu com a memória de Santa Teresinha, padroeira das missões, dando-me a ocasião de recordar que a missão não se faz com proselitismo, mas atraindo as pessoas a Cristo, partindo de uma forte união com Ele, através da oração, adoração e caridade concreta” – afirmou.
Na capital do Azerbaijão – observou ainda Francisco – “celebrei a Eucaristia com a pequena comunidade católica daquele País, salientando que a comunhão com Cristo não impede mas, ao contrário, impulsiona a procurar o diálogo com todos os que creem em Deus, a fim de construir-se um mundo mais justo e fraterno”.
“Que Deus abençoe a Arménia, a Geórgia e o Azerbaijão e acompanhe o caminho do Seu Povo santo peregrino naqueles países” – declarou o Papa no final da sua catequese.
Nas saudações o Santo Padre dirigiu-se aos peregrinos de língua portuguesa presentes na praça, principalmente, os fiéis de Angola, Brasil e Portugal:
“Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, particularmente aos fiéis de Angola, Brasil e Portugal. Queridos amigos, obrigado pela vossa presença e sobretudo pelas vossas orações! Peçamos ao Espírito Santo, artífice da unidade da Igreja e entre os homens, que nos ajude a buscar sempre o diálogo com as pessoas de boa vontade, para que possamos construir um mundo de paz e solidariedade. Que Deus vos abençoe a vós e aos vossos entes queridos!”
O Papa Francisco a todos deu a sua benção!
Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...