3 de set. de 2016

Esta é a “Novena de emergência” à Virgem Maria que Madre Teresa rezava em apuros

REDAÇÃO CENTRAL, 03 Set. 16 / 07:00 am (ACI).- Ante os diversos problemas que enfrentava com frequência e em meio a um ritmo de vida acelerado, a Beata Madre Teresa de Calcutá inventou uma maneira de invocar a intercessão da Virgem Maria a qual chamou de “Novena de emergência” (Flying Novena).
Mons. Leo Maasburg, amigo e diretor espiritual da Beata, que será canonizada no próximo dia 4 de setembro, explica em seu livro ‘Madre Teresa de Calcutá: Um retrato pessoal’, que esta era “sua rápida arma espiritual”.
As novenas são orações rezadas durante nove dias e são bastante comuns entre a Congregação das Missionárias da Caridade. Entretanto, esta oração promovida pela Madre Teresa consistia em rezar dez Memorare em um só dia, de forma rápida, com o propósito em mente.


O ‘Memorare’ é uma oração de intercessão à Santíssima Virgem, normalmente atribuída a São Bernardo de Claraval, que a Madre Teresa rezava com frequência.

Mons. Maasburg explicou que a Madre Teresa sempre rezava dez Memorares porque “confiava tanto na colaboração dos céus, que sempre acrescentava um décimoMemorare imediatamente, em ação de graças pelo favor recebido”.
Esta “Novena de emergência” tinha uma coisa em comum com as novenas de nove dias e inclusive com as de nove meses: a confiança pedindo pela ajuda divina, como fizeram os apóstolos durante nove dias junto com “Maria, a Mãe de Jesus, e as mulheres” (Atos dos apóstolos 1,14) à espera da ajuda prometida pelo Espírito Santo.
A Madre Teresa utilizava esta oração constantemente para pedir pela cura de um menino doente, antes de conversas importantes, quando os passaportes desapareciam, para solicitar a ajuda celestial quando as provisões acabavam etc.
O Pe. Brian Kolodiejchuk, postulador da causa de canonização da Madre Teresa, assinalou em uma ocasião que a Beata ensinava que o Memorare“expressa de maneira efetiva sua confiança no poder da intercessão de Maria como mediadora de todas as graças”.
“Flui do amor e da confiança que tinha em Maria; era uma forma simples de apresentar seus pedidos. A resposta rápida que recebia era sua inspiração para recorrer à Mãe do Céu cada vez com maior confiança através das palavras do Memorare”, acrescentou.
A oração é a seguinte:
“Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tenham recorrido à vossa proteção, implorado o vosso socorro, fosse por vós desamparado.
Animado eu pois com igual confiança, a vós recorro como minha Mãe, ó Virgem entre todas singular, e de vós me valho. Gemendo sob o peso dos meus pecados me prostro a vossos pés.
Não rejeiteis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus Humanado, mas dignai-vos de as ouvir propícia e de alcançar-me o que vos rogo. Amém”.

Fonte: ACI Digital 

Exprimir a simplicidade e a ternura de Madre Teresa

03/09/2016

A autora do emblema oficial da canonização de Madre Teresa, Karen Vaswani D’Lima é uma católica da periferia de Mumbai que já tem uns 20 anos de carreira como artista.
Embora não tendo nunca encontrado Madre Teresa - explicou Karen ao jornal do Vaticano L’Osservatore Romano – foi com entusiasmo que aceitou o convite da arquidiocese de Calcutá para desenhar o emblema para as celebrações na Índia. Mas agradou muito à Superiora Geral das Missionárias da Caridade, a irmã Mary Prema, e ao P. Brian Kolodiejchuk, o postulador, que pediram para o adoptar também a nível internacional.
Karen diz ter trabalhado três dias na realização do emblema e dado que a mensagem a transmitir era a de ser “portadores do amor terno e misericordioso de Deus” optou por adoptar como modelo uma fotografia clássica de Madre Teresa que assegura nos braços, com ternura, uma criança. Um trabalho – acrescentou – realizado num estilo gráfico muito simples e só com duas cores por forma a facilitar o seu uso a todos os níveis.
Iniciativas entre 1 e 8 de setembro
Entretanto, a Congregação das Missionárias da Caridade já publicou o programa das iniciativas promovidas em Roma por ocasião da canonização. Entre 1 e 8 de setembro haverá uma sequencia de celebrações e encontros de oração, para além de um espectáculo musical na Igreja de Sant’Andrea della Valle e uma mostra na sede da Universidade Lumsa, perto do Vaticano. Será também possível venerar as relíquias de Madre Teresa na Basílica São João de Latrão e o seu quarto no convento de São Gregório al Celio.
Missa de agradecimento
Segunda-feira, 5 de setembro, às 10 horas, o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin celebrará a missa de agradecimento na Praça de São Pedro. 

(DA)
Rádio Vaticano 

Francisco abençoa a estátua de Nossa Senhora Aparecida

03/09/2016

Cidade do Vaticano  – O Papa Francisco abençoou, na manhã deste sábado (03/9), nos Jardins Vaticanos, um monumento em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.
Nas suas breves palavras expressas de forma espontâneas, o Papa disse o seguinte:
“Estou muito feliz de que a imagem de Nossa Senhora Aparecida esteja aqui nos Jardins. Em 2013, havia prometido de regressar, no próximo ano, a Aparecida. Não sei se será possível. Mas, pelo menos, estou mais próximo dela aqui. Convido-vos a rezar para que ela continue a proteger todo o Brasil, todo o povo brasileiro, neste momento difícil. Que ela proteja os pobres, os descartados, os idosos abandonados, os meninos de rua. Que ela salve o seu povo, com a justiça social e o amor de seu Filho, Jesus Cristo”.
Francisco concluiu exortando a rezar a Nossa Senhora Aparecida, com amor, por todo o povo brasileiro. Ela, recordou o Papa, foi encontrada por pobres trabalhadores; que hoje ela seja encontrada, de modo especial, por todos aqueles que precisam de trabalho, de educação e por aqueles que estão privados da dignidade.
Por fim, o Santo Padre convidou os presentes a rezar a Ave Maria. Depois, pediu que cantassem um canto dedicado a Nossa Senhora Aparecida.
O Papa se despediu dos presentes, - entre os quais se encontravam autoridades civis e religiosas do Brasil -, com destaque para Dom Raimundo Damasceno Assis, - concedendo a todos a sua Bênção Apostólica.
(MT/FL)

Fonte: Rádio Vaticano 

Chamada de “santa das sarjetas”

Chamada de “santa das sarjetas” durante a vida, Madre Teresa de Calcutá será canonizada amanhã, 19 anos após sua morte.
Apresento aqui alguns belos ensinamentos desse “Ícone do Bom Samaritano" como a chamou São João Paulo II.


1) Se você julga as pessoas, você não tem tempo para amá-las.


2) A maior doença do Ocidente hoje não é a lepra nem a tuberculose; é ser indesejado, não ser amado e ser abandonado. Nós podemos curar as doenças físicas com a medicina, mas a única cura para a solidão, para o desespero e para a desesperança é o amor. Há muitas pessoas no mundo que estão morrendo por falta de um pedaço de pão, mas há muito mais gente morrendo por falta de um pouco de amor. A pobreza no Ocidente é um tipo diferente de pobreza – não é só uma pobreza de solidão, mas também de espiritualidade. Há uma fome de amor e uma fome de Deus.


3) Qual é o meu pensamento? Eu vejo Jesus em cada ser humano. Eu digo para mim mesma: este é Jesus com fome, eu tenho que alimentá-lo. Este é Jesus doente. Este tem lepra ou gangrena; eu tenho que lavá-lo e cuidar dele. Eu sirvo porque eu amo Jesus.


4) Sejam gentis uns com os outros na sua casa. Sejam gentis com as pessoas. Eu acho que é melhor você errar na bondade do que fazer milagres com falta de bondade. Muitas vezes, uma só palavra, um olhar, um gesto rápido, e as trevas enchem o coração da pessoa que amamos.


5) Eu rezo para vocês entenderem as palavras de Jesus: “Amai-vos como Eu vos amei”. Perguntem a si mesmos: “Como foi que Ele me amou? Será que eu realmente amo os outros da mesma forma?”. Sem esse amor, nós podemos nos matar de trabalhar, mas isso vai ser só trabalho, não amor. Trabalho sem amor é escravidão.

6) Um sacrifício, para ser real, tem que custar, tem que doer, tem que nos esvaziar. O fruto do silêncio é a oração, o fruto da oração é a fé, o fruto da fé é o amor, o fruto do amor é o serviço, o fruto do serviço é a paz.


7) Buscar a face de Deus em tudo, em todos, o tempo todo, e a mão dele em tudo o que acontece; é isso o que significa ser contemplativo no coração do mundo. Ver e adorar a presença de Jesus, especialmente na aparência humilde do pão e no angustiante disfarce de pobre.


8) O que você está fazendo eu não posso fazer, o que eu estou fazendo você não pode fazer, mas, juntos, nós estamos fazendo uma coisa bonita para Deus, e esta é a grandeza do amor de Deus por nós – nos dar a oportunidade de ser santos pelas obras de amor que fazemos, porque a santidade não é um luxo de poucos. É um dever muito simples para você, para mim – você na sua posição, no seu trabalho, e eu e os outros, cada um de nós, no trabalho, na vida em que demos a nossa palavra de honra para Deus. Nós temos que transformar o nosso amor a Deus em ação viva.


9) Quando um pobre morre de fome, não é porque Deus não cuidou dele. É porque nem você nem eu quisemos dar a ele o que ele precisava.


10) Jesus quer que eu diga de novo a vocês qual é o tamanho do amor dele por cada um de vocês – um amor que vai além de tudo o que vocês puderem imaginar. Ele não só ama você; é mais ainda: Ele anseia por você. Ele sente falta de você quando você não chega perto. Ele tem sede de você. Ele ama você sempre, mesmo quando você não se sente digno.


Fonte: Página no Facebook Oficial @padrereginaldomanzotti   

2 de set. de 2016

03/09 – São Gregório Magno

No Papa Gregório encontram-se, em grau eminente, todas as qualidades do homem de governo, o senso do dever, da medida e da dignidade. Nele o historiador protestante Harnack admira “a sabedoria, a justiça, a mansidão, a força de iniciativa, a tolerância,” e Bossuet considera-o “modelo perfeito de como se governa a Igreja.” São Gregório Magno tinha nascido para se tornar papa. A família Anícia, à qual ele pertencia, era uma das principais de Roma. Na morte do seu pai Jordão, Gregório, ainda muito jovem (tinha nascido em 540), era já prefeito da cidade. Admirador da excepcional figura de são Bento, decidiu muito logo transformar as suas posses em Roma e na Sicília em outros tantos mosteiros. Mas ele mesmo não pôde ficar por muito tempo, no mosteiro, pois o Papa Pelágio II o enviou como núncio a Constantinopla. Voltando à tranquilidade do mosteiro sobre o monte Célio, usufruiu dela por pouco tempo; chamado ao supremo pontificado pelo entusiasmo do povo e pelas insistências do clero e do senado de Roma, depois de séria relutância, acabou aceitando. Fisicamente não era um colosso e sua saúde foi sempre delicada: a sua primeira série de Homilias sobre o Evangelho foi lida por seu secretário, pois ele não conseguia manter-se em pé. E todavia a sua atividade, em quatorze anos de pontificado (de 3 de setembro de 590 a 12 de março de 604), é marcada por coisas incríveis: organiza a defesa de Roma ameaçada por Aginulfo, com quem reata depois relações de boa vizinhança; administra os bens públicos com religiosa equidade, suprindo o descaso dos funcionários imperiais; cuidou dos aquedutos; favoreceu o progresso dos colonos eliminando todo o resíduo de escravidão da gleba; animado pelo zelo promoveu a missão de Santo Agostinho de Cantuária na Inglaterra. Capaz de enxergar além dos confins da cristandade, não desprezava os diminutos cuidados do dia-a-dia. Pouco antes de morrer achou um meio de fazer chegar até o bispo de Chiusi um manto para o inverno. O epistolário (chegaram a nós 848 cartas) e as homilias ao povo nos dão farto testemunho de suas múltiplas atividades. Em toda parte deixou sua marca, basta lembrar no campo litúrgico a promoção do canto gregoriano. Sua familiaridade com a Sagrada Escritura aparece; nas Homilias sobre Ezequiel e sobre o Evangelho, enquanto os Moralia in Job atestam sua admiração por santo Agostinho. Profunda influência exerceu juntamente com a Vida de São Bento, o seu livro Regra pastoral, válido ainda hoje.


Cléofas 

02/09 – Beato Apolinário de Posat

O Beato Apolinário Morel nasceu no dia 12 de Junho de 1739 em Prez-Vers-Noréaz, junto a Friburgo, filho de pais suiços, oriundos de Posat. No Batismo recebeu o nome de João Tiago Morel.Passou os primeiros anos da sua juventude no Colégio dos Jesuítas, fundado por São Pedro Canísio, em Friburgo. Notabilizou-se pela sua inteligência, pelo bom rendimento dos seus estudos e pelo seu fervor religioso.
Quando tinha 23 anos entrou no noviciado dos Capuchinhos em Zug, no dia 26 de Setembro de 1762, recebendo, então, o nome de Frei Apolinário de Posat, terra de origem do seu pai.
Foi ordenado sacerdote no dia 22 de Setembro de 1764. Dedicou-se ao apostolado típico dos Capuchinhos ajudando o clero na paróquias e pregando missões populares. A sua pregação era de muita eficácia no meio do povo, sobretudo, entre os jovens, motivo pelo qual teve muito que sofrer da parte dos inimigos da fé. As suas virtudes, e particularmente a sua retidão de intenção em todas as suas atividades pastorais, na instrução catequética e no confessionário, manifestaram-se muito especialmente nas provações dolorosas que lhe foram provocadas com calúnias e incompreensões.
Ensinou Filosofia e Teologia; foi Guardião em alguns Conventos, Prefeito de estudos no Colégio de Stans e Director dos estudantes de Teologia em Friburgo.
Deparando-se com uma ocasião propícia, em 1788, pediu para ir como missionário para a Síria. Porém, antes de o fazer, teve que ir para Paris a fim de estudar línguas orientais numa escola com esta especialidade.
Na capital francesa, dedicando-se à assistência espiritual de muitos alemães que ali viviam, foi acusado, junto dos Superiores e dos seus compatriotas, de ter assinado o Juramento imposto ao clero pela Assembleia Nacional. Frei Apolinário defendeu-se escrevendo na Imprensa em 1971. Não contente com isso, para retirar todo e qualquer equívoco, apresentou-se aos Comissários da revolução e declarou que não tinha assinado qualquer juramento e pretendia permanecer fiel à Igreja Católica e à Santa Sé.
Foi preso naquele mesmo momento e em 1972 foi levado para o Convento dos Carmelitas, transformado em cadeia onde se encontravam também bispos e outros sacerdotes condenados à morte, num total de 160. Durante os dias da sua prisão, Frei Apolinário converteu-se em anunciador de expectativa feliz, em coerência com os seus sentimentos expressos na carta que escreveu a um dos seus Superiores: Como homem eu tremo, como religioso alegro-me, como pastor estou exultante. Abraço a todos os meus inimigos, perdoo-lhes e amo-os como os meus maiores benfeitores. Bem depressa a França, banhada no sangue de tantos mártires, verá reflorescer a religião na sua terra.
Naquela prisão, foi executado com mais 180 companheiros, a 2 de Setembro de 1792, tendo sido trucidado barbaramente. Tinha 53 anos de idade. Antes da sua execução, escreveu ainda uma carta a um amigo, de nome Jan, a quem revelou o íntimo do seu espírito, exultando pela certeza de ser imolado por Cristo. No seu martírio via o desígnio de Deus para a sua vida e, perseguido, entoa o Aleluia pascal que iria cantar para sempre no Céu.

Cléofas 

Jubileu dos Voluntários e dos Operadores da Misericórdia

02/09/2016

Na mente do Papa Francisco ao convocar este Ano Jubilar da Misericórdia estava, está a sua vivencia em todos os cantos da terra. Mas quem pode, procura vir sentir o pulsar deste evento no centro do catolicismo. E até agora são, segundo o site do Jubileo, www.im.va,  cerca de 15 milhões os peregrinos que já deram este passo… E este fim de semana este número vai certamente aumentar vertiginosamente com os milhares de peregrinos que se prevê, venham para um dos momentos culminantes deste Jubileu: a canonização de Madre Teresa de Calcutá, a mulher que dedicou toda a sua vida ao serviço dos últimos da sociedade, tendo fundado a Congregação das Missionárias da Caridade, hoje presentes em várias partes do mundo. Será na Praça de São Pedro, domingo às 10.30, numa cerimónia litúrgica presidida pelo Papa Francisco.
Este evento será precedido nesta sexta-feira e sábado, 2 e 3 de Setembro peloJubileu dos Voluntários e dos Operadores da Misericórdia.
Nas pegadas dos Santos e Beatos da Misericórdia” é o título da primeira etapa deste evento que tem lugar esta tarde das 14 às 17 horas nas igrejas jubilares de “San Salvatore in Lauro”, “San Giovani dei Fiorenti” e “Santa Maria in Vallicella” mais conhecida por “Chiesa Nuova”, todas bastante próximas do Vaticano. Haverá adoração Eucarística e o Sacramento da reconciliação. Nesta mesma tarde até às 20 horas haverá a possibilidade de visitar stands da algumas associações de operadores e voluntários da Misericórdia nos jardins de Castel Sant’Angelo.
No sábado 3, às 10.30 da manhã, o Papa dirigirá a voluntários e operadores da Misericórdia, uma Catequese,  na Praça de São Pedro, onde se terão concentrado já a partir das 8.30 em preparação para esse encontro com o Papa.  Haverá diversos testemunho de actos de voluntariado e de misericórdia, desde o salvamento de pessoas nas zonas do recente terramoto na Itália central, à Síria, Palestina, etc.
À tarde continuará o programa de peregrinação às Igrejas jubilares antes referidas e visitas para quem o desejar aos standes nos jardins de Castel Sant’Angelo. E em sinal de solidariedade para com as pessoas afectadas pelo terramoto na Itália central, será suprimida a festa de acolhimento de voluntários e operadores que estava prevista sempre nos jardins de Castel Sant’Angelo, sábado às 20.30.
Simpósio
Ainda relativamente a Madre Teresa de Calcutá, de salientar que amanhã sexta-feira terá lugar das 15 às 19 hora, na Pontifícia Universidade Urbaniana, perto Vaticano, um simpósio intitulado “Madre Teresa, a Misericórdia para a Ásia e o mundo”, organizado pela agencia AsiaNews. Intervirão entre outros, a Irmã Mary Prema, Superiora Geral das Missionárias da Caridade, o Cardeal Oswald Garcias, arcebispo de Mumbai, na Índia, o Cardeal Filone, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, o P. John Worthley que falará da “influência de Madre Teresa na China”. Haverá também testemunhos sobre a “influencia de Madre Teresa no mundo islâmico”. 

(DA)
Fonte: Rádio Vaticano 

Assim foi o dia “mais feliz” da vida da Madre Teresa de Calcutá

Vaticano, 29 Ago. 16 / 05:00 pm (ACI).- Dizem que os Santos frequentemente “vêm de dois em dois” como nos casos da Virgem Maria e de São José, São Pedro e São Paulo, São Francisco e Santa Clara ou os franceses São Luis e Santa Zélia Martin.
Possivelmente a dupla de Santos e amigos contemporânea mais conhecida é Madre Teresa de Calcutá e São João Paulo II, cujos caminhos se cruzaram muitas vezes no período em que a religiosa foi Superiora das Missionárias da Caridade e João Paulo II era Bispo de Roma.
Em 1986, quando o Papa visitou a casa da Madre Teresa no coração dos bairros pobres de Calcutá, a Beata chamou esta ocasião como “o dia mais feliz de minha vida”.
Depois da chegada do Santo Padre ao local, a Madre Teresa subiu ao papamóvel branco e beijou seu anel, conhecido como o anel do pescador. Em seguida, o Pontífice beijou a testa da Beata, uma saudação que realizavam a cada encontro.
Depois de uma calorosa boas-vindas, a Madre Teresa levou João Paulo II ao seu lar Nirmal Hriday (Sagrado Coração), que era um asilo para doentes, indigentes e moribundos, fundado na década de 1950.

O material fotográfico da visita mostra a religiosa levando o Papa pela mão a vários cômodos do asilo enquanto parava para abraçar, abençoar e saudar os pacientes. Também abençoou quatro cadáveres, entre eles o de uma criança.
De acordo com relatórios da visita proporcionados pela BBC, o Papa Wojtyla estava “visivelmente emocionado” durante o percurso, enquanto ajudava as irmãs a alimentar e cuidar de doentes e moribundos. Em alguns momentos, o Santo Padre ficou tão surpreso pelo que via que não tinha palavras para responder a Madre Teresa.
Depois, o então Bispo de Roma pronunciou um breve discurso fora do asilo, chamando o lar Nirmal Hriday de “um lugar que dá testemunho da primazia do amor”.
“Quando Jesus Cristo ensinava os seus discípulos como podiam mostrar melhor seu amor por Ele, disse: ‘Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes’. Através da Madre Teresa e das Missionárias da Caridade e através de muitos outros que serviram aqui, Jesus amou profundamente as pessoas que a sociedade considera frequentemente ‘os nossos irmãos menores’”, comentou.
“Nirmal Hriday proclama a profunda dignidade de toda pessoa humana. A ternura que vemos aqui testemunha a certeza de que o valor de um ser humano não se mede pela sua utilidade, com a saúde ou a doença, com a idade, credo ou raça. Nossa dignidade humana vem de Deus, nosso criador, a cuja imagem fomos criados. Nenhuma privação ou sofrimento nunca podem nos tirar essa dignidade, porque sempre somos valiosos aos olhos do Senhor”, acrescentou o Pontífice.
Depois do seu discurso, o Papa saudou a multidão reunida, fazendo uma parada especial para saudar as sorridentes e cantoras irmãs Missionárias da Caridade.
Além de chamar aquela visita de “o dia mais feliz” de sua vida, a Madre Teresa afirmou que “é uma coisa maravilhosa para o povo, porque seu contato é o contato do próprio Cristo”. Ambos os Santos continuaram sendo amigos próximos e se visitaram várias vezes ao longo dos anos.
Após a morte da Madre Teresa em 1997, São João Paulo II decidiu não esperar o período de cinco anos para abrir a causa da canonização da religiosa. Em sua beatificação em 2003, o Pontífice polonês elogiou o amor da Madre Teresa a Deus, demostrado através do seu amor aos pobres.
“Veneremos esta pequena mulher apaixonada por Deus, humilde mensageira do Evangelho e infatigável benfeitora da humanidade. Honremos nela uma das personalidades mais relevantes de nossa época. Acolhamos sua mensagem e sigamos seu exemplo”, ressaltou.

Fonte:
ACI Digital 

Madre Teresa: Homem curado por sua intercessão narra a incrível história



ROMA, 01 Set. 16 / 03:00 pm (ACI).- O brasileiro Marcilio Haddad Andrino, a pessoa que recebeu o milagre que levará a canonização de Madre Teresa no próximo dia 4 de setembro, compartilhou sua incrível história com a imprensa da Itália e comentou que ele e sua esposa são apenas “crentes normais que receberam um sinal extraordinário da Misericórdia de Deus”.
Marcilio, que nasceu na cidade de Santos (Brasil), foi curado inexplicavelmente em dezembro de 2008, quando teve problemas com uma infecção bacteriana no cérebro, que lhe causou oito abscessos cerebrais graves e uma dor de cabeça insuportável.
“Desde o princípio, o diagnóstico não era bom e só parecia piorar. Mas dentro deste grande sofrimento compreendemos que algo havia acontecido. Tinha a certeza que foi a Madre Teresa quem me curou", explicou Marcilio ao canal de televisão italiano Rai1, durante o Encontro para as Amizades dos Povos, conhecido como o Meeting de Rimini, que aconteceu na Itália entre os dias 19 e 25 de agosto.
A história do milagre começou quando um sacerdote amigo, o Pe. Elmiram Ferreira, animou o jovem recém-casado e a sua esposa, Fernanda Nascimento Rocha, a rezar pedindo a intercessão da Madre Teresa.
Fernanda explicou que Marcilio ficou doente durante dois anos e foram a vários médicos, mas sem receber nenhum diagnóstico exato. “Foi uma espera cheia de angústia e não sabíamos o que estava mal. A primeira tentativa de tratamento não teve êxito. Deste modo o médico mudou de terapia, mas Marcilio continuou piorando”.
Depois do fracasso do tratamento, Andrino despertou no dia 9 de dezembro de 2008 com uma dor de cabeça “insuportável” que o deixou incapaz de falar. Enquanto sua esposa rezava, foi levado para uma cirurgia como último recurso.


Depois de fazer uma série de testes, “o médico olhou para o exame e, iluminado pelo Espírito Santo, entendeu que meu esposo tinha oito abscessos cerebrais”, acrescentou Fernanda.

Do mesmo modo, a esposa assegurou que ambos sempre haviam rezado à Madre Teresa e que, inclusive, seu pároco lhes entregou uma relíquia da Beata antes do seu casamento.
“Coloquei a relíquia na cabeça de Marcilio, onde estavam os abscessos. Rezei a oração de beatificação e também o que vinha do meu coração. Não foi fácil, mas este período me enriqueceu muito, enriqueceu nosso amor, nossa fé.... Hoje posso dizer que valeu a pena”.
Quando o cirurgião entrou na sala de operações, encontrou com Marcilio acordado. “Senti uma grande paz dentro de mim e já não tinha dor de cabeça. Não entendia o que estava acontecendo”, expressou.
Ao ver a melhora, os médicos decidiram leva-lo aos cuidados intensivos e adiar a cirurgia até o dia seguinte. Marcilio dormiu a noite toda sem nenhum problema e, no dia seguinte, se reuniu com seu médico e este lhe disse que voltaria para o quarto.
“Vi que os abscessos se reduziram bastante, assim como a hidrocefalia”, disse Marcilio se referindo ao termo médico para a acumulação anormal de líquido no crânio.
“Os abscessos foram reduzidos em 70% e a hidrocefalia havia desaparecido”, acrescentou. Segundo ele, três dias depois, os abcessos já tinham desaparecido e havia apenas as cicatrizes.
Sua esposa Fernanda afirmou que embora o médico não tivesse confirmado que Marcilio estava curado, ela “já sabia energicamente”, porque “havia rezado a Deus, através da intercessão da Madre Teresa”, e acrescentou que quando se dirigiu ao quarto do seu esposo, ele estava sentado e falando, entendeu que “a Madre Teresa o havia curado”.
“Meu caso foi muito difícil clinicamente. Mas tenho certeza que ocorreu um milagre... Eu estava seguro de que a Madre Teresa havia me curado”, acrescentou Marcilio.
Algum tempo depois, o casal teve dois filhos, apesar de os médicos terem dado a má notícia de que nunca seriam capazes de ter filhos, devido aos tratamentos de Marcilio. Embora estivessem arrasados, o casal aceitou, dizendo a si mesmos: “se Deus quiser, teremos filhos”.
Seis meses depois que foi curado, o casal se mudou para o Rio do Janeiro e Marcilio voltou a trabalhar. Fernanda começou a sentir náuseas e o médico confirmou que ela estava grávida.
“Minha fé cresceu muito, vejo a graça. Eu estava doente, não podia caminhar, sempre precisava de ajuda. Hoje eu posso andar, tenho uma família e estou muito agradecido”, conta Marcilio.
Atualmente, oito anos depois do milagre, o casal continua levando a relíquia da Madre Teresa onde quer que vão e rezam junto com seus filhos.
“Quando vejo meus filhos, vejo a Madre Teresa. Este milagre tornou a minha família mais forte e mais unida. Eles sabem tudo a respeito da minha doença e a cura. Sempre nos acompanham e quando vamos rezar com as irmãs entendem tudo e rezam conosco”, explicou Marcilio.
“Deus escolhe quem divulga sua Misericórdia a todos, como no caso da Madre Teresa, que curou a todos sem distinção. Ela ensina todos os povos a ter compaixão do próximo”.
Em setembro de 2015, a Congregação para as Causas dos Santos aceitou as conclusões da comissão médica e apresentou o relatório ao Papa Francisco para sua aprovação final. Em 18 de dezembro, o Santo Padre reconheceu oficialmente o milagre que era necessário para que a Madre Teresa fosse canonizada.

Fonte: ACI Digital 

Milagre que levará à canonização de Madre Teresa passou pela fé e amor de uma esposa

REDAÇÃO CENTRAL, 31 Ago. 16 / 01:00 pm (ACI).- O milagre que levou a canonização de Madre Teresa de Calcutá, que acontecerá no próximo domingo no Vaticano, veio do Brasil e, além da força da fé, demonstra também a importância da oração, do amor e da família. A cura inexplicável de Marcílio Haddad Andrino passou pela perseverança de sua esposa Fernanda Nascimento Rocha Andrino.
Marcílio nasceu em Santos (SP) e, quando criança, descobriu um problema renal. Aos 19 anos, fez um transplante de rins, porém, sempre teve uma vidanormal.  Formou-se em engenharia mecânica, fez mestrado, doutorado e passou em um concurso público para o Rio de Janeiro. Até que, em 2008, começou a ter convulsões, indo parar no hospital.
Nessa época, Marcílio estava de casamento marcado com Fernanda, que conheceu no ano 2000. Em entrevista concedida ao site da Arquidiocese do Rio de Janeiro (ArqRio), Fernanda recordou que essa “foi uma fase difícil”.
“Demoramos a marcar o casamento e, quando resolvemos nos casar, ele começou a sentir tonturas. Eu me sentia insegura porque ninguém descobria o que ele tinha”, relatou. Mesmo assim, o casal decidiu manter a data do casamento, porque – explicou Fernanda – “embora ele estivesse ficando com a saúde debilitada, ele não deixava de ser o Marcílio, a essência dele não se perdia. Não era uma pessoa estranha, um desvalido porque estava doente”. “O amor não vê nada disso”, sublinhou.
Até mesmo no dia do casamento, Marcílio teve uma convulsão e algumas pessoas disseram para ela não se casar com ele por conta da enfermidade. “Ele estava doente sim – declarou –, mas era o Marcílio que eu amava. E amo até hoje. Tanto que sempre fiquei ao lado dele, firme na oração”.
Após o casamento, as convulsões continuaram e, em 20 de outubro de 2008, teve uma convulsão forte e foi para o hospital. Descobriu-se que estava com abcessos no cérebro. A partir de então, Madre Teresa começou a entrar na vida daquela nova família.

Fernanda contou ao site da ArqRio que a primeira a lhe falar sobre a religiosa foi sua chefe, chamada Adiles, a qual contou ter sofrido um aneurisma e falava da certeza de que Madre Teresa a tinha curado, embora não pudesse provar. Adiles lhe deu um livro com a novena da beata.
“Eu cheguei a fazer a novena nas intenções do Marcilio, mas sem muita certeza. Mesmo internado, era visível que o tratamento médico não estava resolvendo”.
Diante da piora de seu marido, Fernanda procurou Padre Elmiran Ferreira, que lhe dava assistência espiritual. “Nesse mesmo dia – recordou –, ele esteve com as Missionárias da Caridade, em Santos. Ele tirou do bolso a oração com a relíquia de Madre Teresa e disse-me: ‘Fernanda, faça essa oração. Se apegue à Madre Teresa’. Na mesma hora, lembrei-me da Adiles e pensei: ‘preciso ter essa ligação forte com Madre Teresa’”.
Desde aquela ocasião, passou a rezar com afinco, colocava a relíquia na cabeça de Marcílio ou sob o travesseiro.
Na noite de 8 para 9 de dezembro, Marcílio começou a sentir uma dor de cabeça muito forte. “Logo cedo, liguei para os nossos familiares e disse que ele estava muito ruim. Insisti que fizessem mais orações, pedindo a intercessão de Madre Teresa”, contou.
O médico disse para ela que seu marido estava acumulando líquido no cérebro e precisava colocar uma válvula para drenar. Mas, por vários fatores, a cirurgia foi se adiando. Primeiro, a demora do convênio médico para autorização. Em seguida, a anestesista informou que o paciente não estava em condições de ser entubado. Assim, Marcílio foi levado para a UTI.
“Tive que ir embora, porque os familiares não podiam ficar na UTI. Fui até a porta da UTI e disse: ‘Madre Teresa, eu vou, mas fica com o Marcílio, acompanhe-o, faz o que for preciso. Se não for da forma que eu quiser, se o caminho dele for ficar ao seu lado, ajude-nos nessa hora’”, disse Fernanda.
Ela foi para casa, onde intensificou suas orações, pedindo a Madre Teresa que fosse até a UTI, colocasse suas mãos sobre a cabeça de Marcílio e o curasse.
No dia seguinte, recebeu a notícia do médico de que as dores de cabeça tinham passado e que o paciente sairia da UTI. Após exames, Fernanda contou que o médico lhe disse: “Não sei o que aconteceu, a medicina não explica o que houve com o Marcílio; só pode ser alguém lá em cima”.
Mas, a notícia da cura veio seguida por outra. O médico falou a Fernanda que as chances de o casal ter filhos eram mínimas por conta do transplante de rins e também pelos vários medicamentos que Marcílio tomou. Esse diagnóstico foi confirmado após um exame que mostrou que a chance de terem filhos era de menos de 1%.
“O médico sugeriu um tratamento e que aproveitássemos os melhores espermatozoides. Não aceitamos. Se Deus não permitisse que tivéssemos filhos, pensamos na adoção, pois há muitas crianças que precisam de um lar”, assinalou.
Quando Marcílio voltou ao trabalho no Rio de Janeiro, Fernanda se sentiu mal e descobriu que estava grávida de Mariana, que nasceu em 2010. Pouco depois, engravidou do segundo filho, Murilo, que nasceu em 2012.
“Digo que as gestações que eu tive foram uma extensão da graça de Madre Teresa. E até hoje ela nos acompanha. Passamos isso aos nossos filhos, para que eles também agradeçam a Madre Teresa. Quando rezamos, sempre repito nas orações: Madre Teresa de Calcutá, e eles respondem: rogai por nós”, contou à ArqRio.
Após tudo o que passaram, Fernanda declarou que “família é tudo, e que não se dissolve num momento ruim”. Para ela, “é muito fácil ser unido, encontrar beleza quando está tudo bem. Mas é nos momentos difíceis que a gente encontra força no outro”.
“Somos hoje uma família ‘Teresa de Calcutá’, estamos aqui graças à sua intercessão. Ela disse que se um dia se tornasse santa, seria a santa da escuridão. E ela foi até lá, com a luz de Jesus, iluminou e curou o Marcílio. E foi uma cura plena”, completou.

Fonte: ACI Digital 

1 de set. de 2016

Mensagem do Papa sobre a Criação

01/09/2016


MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
O PAPA FRANCISCO
PARA O DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO
PELO CUIDADO DA CRIAÇÃO
 (1 de setembro de 2016)
Usemos de misericórdia para com a nossa casa comum
Em união com os irmãos e irmãs ortodoxos e com a adesão de outras Igrejas e Comunidades cristãs, a Igreja Católica celebra hoje o «Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação». A ocorrência tem como objetivo oferecer «a cada fiel e às comunidades a preciosa oportunidade para renovar a adesão pessoal à sua vocação de guardiões da criação, elevando a Deus o agradecimento pela obra maravilhosa que Ele confiou ao nosso cuidado, invocando a sua ajuda para a proteção da criação e a sua misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos».[1]
É muito encorajador que a preocupação com o futuro do nosso planeta seja partilhada pelas Igrejas e comunidades cristãs em conjunto com outras religiões. De facto, nos últimos anos, foram empreendidas muitas iniciativas por autoridades religiosas e organizações para sensibilizar mais a opinião pública sobre os perigos da exploração irresponsável do planeta. Quero aqui mencionar o Patriarca Bartolomeu e o seu antecessor Dimitrios, que durante muitos anos não cessaram de se pronunciar contra o pecado de causar danos à criação, chamando a atenção para a crise moral e espiritual que está na base dos problemas ambientais e da degradação. Em resposta à crescente solicitude pela integridade da criação, a III Assembleia Ecuménica Europeia (Sibiu, 2007) propunha que se celebrasse um «Tempo em prol da Criação» com a duração de cinco semanas entre o dia 1 de setembro (memória ortodoxa da criação divina) e 4 de outubro (memória de Francisco de Assis, na Igreja Católica e noutras tradições ocidentais). A partir de então aquela iniciativa, com o apoio do Conselho Mundial das Igrejas, inspirou muitas atividades ecuménicas em várias partes do mundo. Deve ser também motivo de alegria o facto de em todo o mundo iniciativas semelhantes, que promovem a justiça ambiental, a solicitude pelos pobres e o serviço responsável à sociedade, terem feito encontrar pessoas, sobretudo jovens, de diferentes contextos religiosos. Cristão ou não, pessoas de fé e de boa vontade, devemos estar unidos manifestando misericórdia para com a nossa casa comum – a terra – e valorizar plenamente o mundo em que vivemos como lugar de partilha e comunhão.
1. A terra clama...
          Com esta Mensagem, renovo o diálogo com «cada pessoa que habita neste planeta» sobre os sofrimentos que afligem os pobres e a devastação do meio ambiente. Deus deu-nos de presente um exuberante jardim, mas estamos a transformá-lo numa poluída vastidão de «ruínas, desertos e lixo».[2] Não podemos render-nos ou ficar indiferentes perante a perda da biodiversidade e a destruição dos ecossistemas, muitas vezes provocadas pelos nossos comportamentos irresponsáveis e egoístas. «Por nossa causa, milhares de espécies já não darão glória a Deus com a sua existência, nem poderão comunicar-nos a sua própria mensagem. Não temos direito de o fazer».[3]
          O planeta continua a aquecer, em parte devido à atividade humana: o ano de 2015 foi o ano mais quente de que há registo e, provavelmente, o ano de 2016 sê-lo-á ainda mais. Isto provoca secura, inundações, incêndios e acontecimentos meteorológicos extremos cada vez mais graves. As mudanças climáticas contribuem também para a dolorosa crise dos migrantes forçados. Os pobres do mundo, embora sejam os menos responsáveis pelas mudanças climáticas, são os mais vulneráveis e já sofrem os seus efeitos.
          Como salienta a ecologia integral, os seres humanos estão profundamente ligados entre si e à criação na sua totalidade. Quando maltratamos a natureza, maltratamos também os seres humanos. Ao mesmo tempo, cada criatura tem o seu próprio valor intrínseco que deve ser respeitado. Escutemos «tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres»[4] e procuremos atentamente ver como se pode garantir uma resposta adequada e célere.
2. ...porque pecamos
Deus deu-nos a terra para a cultivar e guardar (cf. Gn 2, 15) com respeito e equilíbrio. Cultivá-la «demasiado» – isto é, explorando-a de maneira míope e egoísta – e guardá-la pouco, é pecado.
Com coragem, o amado Patriarca Ecuménico Bartolomeu tem, repetida e profeticamente, posto em evidência os nossos pecados contra a criação: «Quando os seres humanos destroem a biodiversidade na criação de Deus; quando os seres humanos comprometem a integridade da terra e contribuem para a mudança climática, desnudando a terra das suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas húmidas; quando os seres humanos contaminam as águas, o solo, o ar... tudo isso é pecado». Porque «um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus».[5]
Em face do que está a acontecer à nossa casa, possa o Jubileu da Misericórdia chamar os fiéis cristãos «a uma profunda conversão interior»,[6] sustentada de modo particular pelo sacramento da Penitência. Neste Ano Jubilar, aprendamos a procurar a misericórdia de Deus para os pecados contra a criação que até agora não soubemos reconhecer nem confessar; e comprometamo-nos a dar passos concretos no caminho da conversão ecológica, que exige uma clara tomada de consciência da responsabilidade que temos para connosco, o próximo, a criação e o Criador.[7]
3. Exame de consciência e arrependimento
O primeiro passo neste caminho é sempre um exame de consciência, que «implica gratidão e gratuidade, ou seja, um reconhecimento do mundo como dom recebido do amor do Pai, que consequentemente provoca disposições gratuitas de renúncia e gestos generosos (…). Implica ainda a consciência amorosa de não estar separado das outras criaturas, mas de formar com os outros seres do universo uma estupenda comunhão universal. O crente contempla o mundo, não como alguém que está fora dele, mas dentro, reconhecendo os laços com que o Pai nos uniu a todos os seres».[8]
A este Pai, cheio de misericórdia e bondade, que aguarda o regresso de cada um dos seus filhos, podemos dirigir-nos reconhecendo os nossos pecados para com a criação, os pobres e as gerações futuras. «Todos nós, na medida em que causamos pequenos danos ecológicos», somos chamados a reconhecer «a nossa contribuição – pequena ou grande – para a desfiguração e destruição do ambiente».[9] Este é o primeiro passo no caminho da conversão.
Em 2000, também ele um Ano Jubilar, o meu predecessor São João Paulo II convidou os católicos a arrepender-se da intolerância religiosa passada e presente, bem como das injustiças cometidas contra os judeus, as mulheres, os povos indígenas, os imigrantes, os pobres e os nascituros. Neste Jubileu Extraordinário da Misericórdia, convido cada um a fazer algo parecido. Como indivíduos, acostumados a estilos de vida induzidos quer por uma cultura equivocada do bem-estar quer por um «desejo desordenado de consumir mais do que realmente se tem necessidade»,[10] e como participantes dum sistema que «impôs a lógica do lucro a todo o custo, sem pensar na exclusão social nem na destruição da natureza»,[11] arrependamo-nos do mal que estamos a fazer à nossa casa comum.
Depois dum sério exame de consciência e habitados por tal arrependimento, podemos confessar os nossos pecados contra o Criador, contra a criação, contra os nossos irmãos e irmãs. «O Catecismo da Igreja Católica apresenta-nos o confessionário como um lugar onde a verdade nos torna livres para um encontro».[12] Sabemos que «Deus é maior do que o nosso pecado»,[13] do que todos os pecados, incluindo os pecados contra a criação. Confessamo-los, porque estamos arrependidos e queremos mudar. E a graça misericordiosa de Deus, que recebemos no sacramento, ajudar-nos-á a fazê-lo.
4. Mudar de rumo
O exame de consciência, o arrependimento e a confissão ao Pai, rico em misericórdia, levam-nos a um propósito firme de mudar de vida. Isto deve traduzir-se em atitudes e comportamento concretos mais respeitadores da criação, como, por exemplo, fazer uma utilização judiciosa do plástico e do papel, não desperdiçar água, comida e eletricidade, diferenciar o lixo, tratar com desvelo os outros seres vivos, usar os transportes públicos e partilhar o mesmo veículo com várias pessoas, etc.[14] Não devemos pensar que estes esforços sejam demasiado pequenos para melhorar o mundo. Tais ações «provocam, no seio desta terra, um bem que sempre tende a difundir-se, por vezes invisivelmente»,[15] e incentivam «um estilo de vida profético e contemplativo, capaz de gerar profunda alegria sem estar obcecado pelo consumo».[16]
De igual modo, o propósito de mudar de vida deve permear a maneira como estamos a contribuir para a construção da cultura e da sociedade a que pertencemos: de facto, «o cuidado da natureza faz parte dum estilo de vida que implica capacidade de viver juntos e de comunhão».[17] A economia e a política, a sociedade e a cultura não podem ser dominadas por uma mentalidade de curto prazo nem pela busca de imediato benefício financeiro ou eleitoral. Pelo contrário, aquelas devem ser urgentemente reorientadas para o bem comum, que inclui a sustentabilidade e o cuidado da criação.
Um caso concreto é o da «dívida ecológica» entre o Norte e o Sul do mundo.[18] A sua restituição exigiria cuidar do meio ambiente dos países mais pobres, fornecendo-lhes recursos financeiros e assistência técnica que os ajudem a gerir as consequências das mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável.
A proteção da casa comum requer um consenso político crescente. Neste sentido, é motivo de satisfação o facto de que, em setembro de 2015, as nações da terra adotaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e, em dezembro de 2015, aprovaram o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas, que se propõe o difícil mas fundamental objetivo de conter a subida da temperatura global. Agora, os governos têm o dever de respeitar os compromissos que assumiram, enquanto as empresas devem responsavelmente cumprir a sua parte, e cabe aos cidadãos exigir que isto aconteça e também se aponte para objetivos cada vez mais ambiciosos.
Assim, mudar de rumo consiste em «respeitar escrupulosamente o mandamento primordial de preservar a criação de todo o mal, tanto para o nosso bem como para o bem de outros seres humanos».[19] Há uma pergunta que nos pode ajudar a não perder de vista este objetivo: «Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?»[20]
5. Uma nova obra de misericórdia
«Nada une mais a Deus do que um ato de misericórdia (…), quer se trate da misericórdia com que o Senhor nos perdoa os nossos pecados, quer se trate da graça que nos dá para praticarmos as obras de misericórdia em seu nome».[21]
Parafraseando São Tiago, «a misericórdia sem as obras está morta em si mesma. (...) Devido às mudanças no nosso mundo globalizado, algumas pobrezas materiais e espirituais têm-se multiplicado: demos pois espaço à criatividade da caridade para identificar novas modalidades operativas. Desta forma, o caminho da misericórdia tornar-se-á sempre mais concreto».[22]
A vida cristã inclui a prática das tradicionais obras de misericórdia corporais e espirituais.[23] «Estamos habituados a pensar nas obras de misericórdia uma a uma e enquanto ligadas a uma obra: hospitais para os doentes, sopa dos pobres para os famintos, abrigos para os que vivem pela estrada, escolas para quem precisa de instrução, o confessionário e a direção espiritual para quem necessita de conselho e perdão… Mas, se as olharmos em conjunto, a mensagem que daí resulta é que a misericórdia tem por objeto a própria vida humana na sua totalidade».[24]
Obviamente, a «vida humana na sua totalidade» inclui o cuidado da casa comum. Por isso, tomo a liberdade de propor um complemento aos dois elencos de sete obras de misericórdia, acrescentando a cada um o cuidado da casa comum.
          Como obra de misericórdia espiritual, o cuidado da casa comum requer «a grata contemplação do mundo»,[25] que «nos permite descobrir qualquer ensinamento que Deus nos quer transmitir através de cada coisa».[26] Como obra de misericórdia corporal, o cuidado da casa comum requer aqueles «simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo» e se manifesta o amor «em todas as ações que procuram construir um mundo melhor».[27]
6. Para concluir, rezemos
Apesar dos nossos pecados e os desafios tremendos que temos pela frente, nunca percamos a esperança: «O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado (…), porque Se uniu definitivamente à nossa terra e o seu amor sempre nos leva a encontrar novos caminhos».[28] No dia 1 de setembro em particular, e depois no resto do ano, rezemos:
«Ó Deus dos pobres,
ajudai-nos a resgatar os abandonados
e esquecidos desta terra
que valem tanto aos vossos olhos (…).
Ó Deus de amor, mostrai-nos o nosso lugar neste mundo
como instrumentos do vosso carinho por todos os seres desta terra».[29]
Ó Deus de misericórdia, concedei-nos a graça de receber o vosso perdão
e transmitir a vossa misericórdia em toda a nossa casa comum.
Louvado sejais.
Ámen.
[1] Francisco, Carta para a instituição do «Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação» (6 de agosto de 2015).
[2] Idem, Carta enc. Laudato si’, 3; 161.
[3] Ibid., 33.
[4] Ibid., 49.
[5] Discurso em Santa Bárbara, Califórnia (8 de Novembro de 1997).
[6] Francisco, Carta enc. Laudato si’, 217.
[7] Cf. ibid., 10; 229.
[8] Ibid., 220.
[9] Bartolomeu I, Mensagem para o Dia de Oração pela Salvaguarda da Criação (1 de setembro de 2012).
[10] Francisco, Carta enc. Laudato si’, 123.
[11] Idem, Discurso, II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), 9 de julho de 2015.
[12] Idem, Terceira Meditação, Exercícios Espirituais por ocasião do Jubileu dos Sacerdotes, Basílica de São Paulo Extra-Muros, 2 de junho de 2016.
[13] Idem, Audiência, 30 de março de 2016.
[14] Cf. Idem, Carta enc. Laudato si’, 211.
[15] Ibid., 212.
[16] Ibid., 222.
[17] Ibid., 228.
[18] Cf. ibid., 51-52.
[19] Bartolomeu I, Mensagem para o Dia de Oração pela Salvaguarda da Criação (1 de setembro de 1997).
[20] Francisco, Carta enc. Laudato si’, 160.
[21] Idem, Primeira Meditação, Exercícios Espirituais por ocasião do Jubileu dos Sacerdotes, Basílica de São João de Latrão, 2 de junho de 2016.
[22] Idem, Audiência, 30 de junho de 2016.
[23] As corporais são: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos. As espirituais são: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e defuntos.
[24] Francisco, Terceira Meditação, Exercícios Espirituais por ocasião do Jubileu dos Sacerdotes, Basílica de São Paulo Extra-Muros, 2 de junho de 2016.
[25] Idem, Carta enc. Laudato si’, 214.
[26] Ibid., 85.
[27] Ibid., 230; 231.
[28] Ibid., 13; 245.
[29] Ibid., 246. (M.M.)

Fonte: Rádio Vaticano 

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