30 de jul. de 2016

Papa na JMJ Cracóvia: Não confundam a felicidade com um sofá que adormece

CRACÓVIA, 30 Jul. 16 / 05:00 pm (ACI).- O Papa Francisco dirigiu um discurso emocionante aos 1,6 milhões de jovens reunidos no Campus Misericordiae para a Vigília de Oração da JMJ Cracóvia 2016, a quem exortou não confundir uma “sofá” no qual se corre o perigo de terminar “adormecidos, pasmados, entontecidos”.
Ao iniciar esta grande vigília, o Santo Padre cruzou, de mãos dadas com seis jovens, a Porta Santa colocada especialmente para a ocasião, no Campus Misericordiae, onde se realizou este esperado evento.
Em seguida, escutou as boas-vindas do Arcebispo de Cracóvia e anfitrião desta JMJ, o Cardeal Stanislaw Dziwisz.
O Purpurado disse ao Pontífice que a vigília se realiza no “Campus Misericordiae, esta vasta extensão que aos nossos olhos se torna hoje o grande Cenáculo de jovens discípulos do Mestre de Nazaré. Eles são uma enorme multidão de todos os continentes e nações”.
“Cotidianamente, falam distintos idiomas, mas nesses dias falam entre eles um só, o idioma da fé, da fraternidade e do amor. Estes jovens também esperam tua palavra que se expressa com a linguagem do amor”, disse.
Após as palavras do Cardeal, os jovens fizeram várias encenações e três peregrinos compartilharam seu testemunho com os presentes.

Uma polonesa, chamada Natalia, contou sua intensa experiência da misericórdia de Deus e como mudou suavida a partir de uma confissão especial que teve há alguns anos; Rand, da Síria, narrou a dor da guerra no seu país; enquanto Miguel, do Paraguai, contou como ele superou o flagelo das drogas com a força da fé.
Em seguida, o Papa pronunciou seu discurso, no qual advertiu sobre uma paralisia “perigosa e difícil”, que muitas vezes é difícil de identificar: “gosto de a chamar a paralisia que brota quando se confunde ‘felicidade’ com um ‘sofá’! Sim, julgar que, para ser felizes, temos necessidade de um bom sofá”.
“Um sofá que nos ajude a estar cômodos, tranquilos, bem seguros. Um sofá – como os que existem agora, modernos, incluindo massagens para dormir – que nos garanta horas de tranquilidade para mergulharmos no mundo dos videojogos e passar horas diante do computador”.
“Um sofá contra todo o tipo de dores e medos. Um sofá que nos faça estar fechados em casa, sem nos cansarmos nem nos preocuparmos. Provavelmente, o sofá-felicidade é a paralisia silenciosa que mais nos pode arruinar, a juventude. E por que isso acontece Padre? Porque pouco a pouco, sem nos darmos conta, encontramo-nos adormecidos, encontramo-nos pasmados e entontecidos. Ontem falava dos jovens que se aposentam aos 20 anos, hoje falo dos jovens adormecidos, pasmados, entontecidos”.
O Papa questionou os jovens presentes: “Querem ser jovens adormecidos, pasmados, entontecidos? Querem que os outros decidam o futuro por vocês? Querem ser livre? Querem lutar por seu futuro? Não estão muito convencidos, eh. Querem lutar por seu futuro?”, ao que os peregrinos responderam com um grande “Sim”.
“Queridos jovens – continuou Francisco –, não viemos ao mundo para ‘vegetar’, para transcorrer comodamente os dias, para fazer da vida um sofá que nos adormeça; pelo contrário, viemos com outra finalidade, para deixar uma marca. É muito triste passar pela vida sem deixar uma marca”.
O Santo Padre explicou que “quando escolhemos a comodidade, confundindo felicidade com consumo, então o preço que pagamos é muito, mas muito caro: perdemos a liberdade. Não somos livres para deixar uma marca, perdemos a liberdade”.
“Este é o preço e há muita gente que quer que os jovens não sejam livres, que sigam adormecidos, pasmados, entontecidos. Isto não pode ser, devemos defender nossa liberdade”, exortou.
O Papa recordou que “Jesus é o Senhor do risco, do sempre ‘mais além’. Jesus não é o Senhor do conforto, da segurança e da comodidade. Para seguir a Jesus, é preciso ter uma boa dose de coragem, é preciso decidir-se a trocar o sofá por um par de sapatos que te ajudem a caminhar por estradas nunca sonhadas e nem mesmo pensadas”.
“Poderíeis replicar-me: Mas isto, padre, não é para todos; é só para alguns eleitos! Sim, e estes eleitos são todos aqueles que estão dispostos a partilhar a sua vida com os outros”.
O Senhor, como no dia de Pentecostes, continuou o Papa, “quer realizar um dos maiores milagres que podemos experimentar: fazer com que as tuas mãos, as minhas mãos, as nossas mãos se transformem em sinais de reconciliação, de comunhão, de criação” e questionou “e você, o que responde? Sim ou não?”.
“Dir-me-ás: Mas, padre, eu sou muito limitado, sou pecador… que posso fazer? Quando o Senhor nos chama não pensa naquilo que somos, naquilo que éramos, naquilo que fizemos ou deixamos de fazer. Pelo contrário: no momento em que nos chama, Ele está a ver tudo aquilo que poderemos fazer, todo o amor que somos capazes de comunicar. Ele aposta sempre no futuro, no amanhã. Jesus olha-te projetado no horizonte”.
O Pontífice, em seguida, salientou: “Hoje, Jesus, que é o caminho, a ti, a ti, a ti, te chama a deixar tua marca na história. Ele, que é a vida, convida-te a deixar uma marca que encha de vida a tua história e a de muitos outros. Ele, que é a verdade, convida-te a deixar as estradas da separação, da divisão, do sem sentido”.
“Aceitais? Que respondem as vossas mãos e os vossos pés ao Senhor, que é caminho, verdade e vida? Que o Senhor abençoe seus sonhos, obrigado”, concluiu o Papa Francisco.

Fonte: ACI Digital 

Jovem que venceu as drogas com a ajuda da fé dá seu testemunho na JMJ



CRACÓVIA, 30 Jul. 16 / 05:30 pm (ACI).- Miguel é um paraguaio de 34 anos que durante muitos anos esteve imerso no mundo das drogas. Com muito esforço e com a força da fé em Deus, pôde seguir em frente e hoje ajuda outros que estão passando pelo mesmo problema.
Este é seu testemunho, compartilhado no Campus Misericordiae na JMJ Cracóvia 2016:
Meu nome é Miguel, tenho 34 anos e sou de Assunção, Paraguai. Somos 11 irmãos e fui o único com problemas com drogas. Recuperei-me na Fazenda da Esperança São Rafael, no Rio Grande do Sul, Brasil.
Durante 16 anos usei drogas, desde os 11 anos. Sempre tive grandes dificuldades na relação com a minha família, não me sentia amado nem próximo deles. Brigávamos constantemente. Não me lembro de ter sentado à mesa junto com eles. Para mim, a família era um conceito inexistente, a minha casa só era um lugar onde dormia e comia.

Aos 11 anos, fugi da minha casa, pois o vazio era muito grande. Naquele tempo ainda estudava, mas eu queria “liberdade”. Em poucos meses, estava experimentando drogas enquanto ia para a escola. Isto fez com que aumentasse este vazio dentro de mim, não queria voltar para a minha casa, enfrentar a minha família, enfrentar a mim mesmo. Ao mesmo tempo, abandonei a escola e meus pais tiveram que fechar as portas de sua casa, estavam perdendo a esperança.
Aos 15 anos, cometi um delito e fui preso. Na prisão, recebi a visita do meu pai e me perguntou se queria mudar e respondi “Sim”. Rapidamente, conseguiu tramitar minha liberdade. Saí e voltei a cometer outros delitos. Um dia, cometi um delito maior pelo qual fui preso seis anos, anos de muito sofrimento. Não conseguia entender porque nenhum dos meus irmãos me visitava. Deste modo, passaram-se os anos e cumpri a minha pena. Meus pais continuavam vinculados à Igreja.
Um mês depois de ter saído da prisão, um sacerdote, amigo da família, me convidou para conhecer um lugar chamado Fazenda da Esperança. Estava sem rumo na vida. Todos esses anos perdidos se refletiam fortemente no meu olhar, no meu rosto. Aceitei ir, pela primeira vez me senti em família. No começo era muito difícil a relação com os outros, a convivência.
Nesta comunidade, o método de cura é a Palavra de Deus, vivê-la. Durante o meu processo de recuperação, havia um companheiro que tinha muita dificuldade de perdoar, eu precisava de paz e de ser amado. No sétimo mês, me deram a responsabilidade de ajudar que a casa funcione melhor.
Deste modo, comecei a entender que Deus pedia algo para mim. Então, este companheiro recebeu uma carta da sua esposa, cuja relação estava desgastada, isto me ajudou a compreendê-lo melhor. Entreguei-lhe a carta e me disse "Irmão, me perdoa?" e lhe respondei com certeza. A partir desse momento, tivemos uma excelente relação. Realmente Deus nos transforma, Deus nos renova.
Recuperei-me há 10 anos e hoje sou responsável pela casa “Quo Vadis?” da Fazenda da Esperança em Cerro Chato – Uruguai, há 3 anos.

Fonte: ACI Digital 

Esta jovem comoveu a todos na JMJ com seu testemunho do perdão de Deus



CRACÓVIA, 30 Jul. 16 / 04:20 pm (ACI).- Natalia Wrzesien é uma jovem polonesa que comoveu o Papa Francisco e os jovens participantes da Vigília da JMJ Cracóvia 2016 com seu testemunho especial de conversão e experiência pessoal do grande amor e misericórdia do Senhor.
Confira a seguir o testemunho completo de Natalia, no Campus Misericordiae:
No domingo, 15 de abril de 2012, despertei-me no meu departamento em Lodz, terceira cidade da Polônia. Nesse tempo era chefa de redação de revistas de moda e há 20 anos já não tinha nenhuma relação com a Igreja.
Tinha sucesso no trabalho, encontrava-me com alguns jovens lindos, ia de uma festa para outra e esse era o sentido da minha vida. Tudo ia bem. Mas, neste dia, despertei com certa inquietação causada pelo pensamento de que aquilo que estava fazendo com minha vida estava longe de ser algo bom.
Compreendi que precisava confessar-me nesse mesmo dia. Não sabia bem como deveria fazer, mas procurei no Google a palavra ‘confissão’. Em um dos artigos que encontrei, li esta frase: Deus morreu por amor a cada um de nós. Compreendi plenamente o sentido desta afirmação: Deus morreu por amor a mim e queria me dar uma vida plena enquanto eu estava fechada na minha indiferença fumando um cigarro na cozinha.
Assim via a situação nesse momento. Comecei a chorar, peguei uma folha e comecei a escrever todos os meus pecados. Todos os pecados estavam muito claros, lembrava-me de um após o outro diante dos meus olhos e percebia que havia atentado contra todos os Dez Mandamentos. Senti uma necessidade imediata de falar com um sacerdote. Encontrei na internet a informação que às 15 horas haveria um sacerdote confessando na catedral.
Corri até lá, mas tinha muito medo de que o sacerdote me dissesse: ‘teus pecados são muito graves, não posso fazer nada por você’. Entretanto, tomei coragem e fui me confessar. Contei tudo e comecei a chorar muito. O sacerdote não dizia nada. Quando terminei, me disse: ‘esta é uma confissão muito bonita’. Não entendia a que se referia, não havia nada de bonito no que havia lhe contado. ‘Sabe que dia é hoje? ’ – perguntou. ‘É o domingo da Misericórdia. Sabe que horas são? São quase 15 horas. Esta é a hora da Misericórdia. Sabe onde está? Na catedral, no lugar onde Santa Faustina rezava cotidianamente, quando ainda vivia em Lodz. Nesse momento, apareceu o Senhor e lhe disse que queria perdoar nesse dia todos os pecados, sem importar-se quais eram. Seus pecados foram perdoados. Já não existem mais, não pense neles novamente, esqueça-se deles’.
Eram palavras fortes. Ao dirigir-me a confissão estava convencida de que havia perdido irremediavelmente a vida eterna e agora sentia que Deus havia pegado o que eu tinha feito mal e havia desaparecido para sempre. Senti que Ele me esperava desde sempre e havia um encontro marcado para esse dia.
Saí da igreja como se voltasse de um campo de batalha: extremamente cansada, mas ao mesmo tempo estava super feliz, com um sentimento de vitória e com a convicção de que Jesus voltava para casa junto comigo.
Nos últimos dois anos, ajudei nos preparativos da JMJ em Lodz, para que também outros jovens pudessem experimentar aquilo que eu já experimentei. A Misericórdia de Deus está viva e continua atuando ininterruptamente hoje. Há testemunhos disso e desejo que cada um de vocês experimente o mesmo.

Fonte: ACI Digital 



TEXTO: Discurso do Papa Francisco na Vigília da JMJ Cracóvia 2016

CRACÓVIA, 30 Jul. 16 / 03:51 pm (ACI).- Diante de centenas de milhares de jovens presentes na Vigília da Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco pronunciou um emocionante e extenso discurso no qual os animou a ser sinal da misericórdia, protagonistas da história e deixar sua marca no mundo.
A seguir, o texto completo de sua alocução:
Queridos jovens!
É bom estar aqui convosco nesta Vigília de Oração.
Na parte final do seu corajoso e emocionante testemunho, Rand pediu-nos uma coisa. Disse-nos: «Peço-vos, sinceramente, que rezeis pelo meu amado país». Uma história marcada pela guerra, pelo sofrimento, pela ruína, que termina com um pedido: o da oração. Que há de melhor para começar a nossa Vigília do que rezar?
Vimos de várias partes do mundo, de continentes, países, línguas, culturas, povos diferentes. Somos «filhos» de nações que estão talvez em disputa por vários conflitos, ou até mesmo em guerra. Outros vimos de países que podem estar «em paz», que não têm conflitos bélicos, onde muitas das coisas dolorosas que acontecem no mundo fazem parte apenas das notícias e da imprensa. Mas estamos cientes duma realidade: hoje e aqui, para nós provenientes de diversas partes do mundo, o sofrimento e a guerra que vivem muitos jovens deixaram de ser uma coisa anónima, já não são uma notícia de imprensa, mas têm um nome, um rosto, uma história, fizeram-se-me vizinhos. Hoje a guerra na Síria é a dor e o sofrimento de tantas pessoas, de tantos jovens como o corajoso Rand, que está aqui entre nós e pede-nos para rezar pelo seu país amado.
Há situações que nos podem parecer distantes, até ao momento em que, de alguma forma, as tocamos. Há realidades que não entendemos porque vemo-las apenas através dum monitor (do celular ou do computador). Mas, quando tomamos contato com a vida, com as vidas concretas e já não pela mediação dos monitores, então algo mexe conosco, sentimo-nos convidados a envolver-nos: «Basta de cidades esquecidas», como diz Rand; nunca mais deve acontecer que irmãos estejam «circundados pela morte e por assassinatos» sentindo que ninguém os ajudará. Queridos amigos, convido-vos a rezar juntos pelo sofrimento de tantas vítimas da guerra, para podermos compreender, uma vez por todas, que nada justifica o sangue de um irmão, que nada é mais precioso do que a pessoa que temos ao nosso lado. E, neste pedido de oração, quero-vos agradecer também a vós, Natália e Miguel, pois também vós partilhastes conosco as vossas batalhas, as vossas guerras interiores. Apresentastes-nos as vossas lutas e o modo como as superastes. Sois um sinal vivo daquilo que a misericórdia quer fazer em nós.

Agora, não vamos pôr-nos a gritar contra ninguém, não vamos pôr-nos a litigar, não queremos destruir. Não queremos vencer o ódio com mais ódio, vencer a violência com mais violência, vencer o terror com mais terror. A nossa resposta a este mundo em guerra tem um nome: chama-se fraternidade, chama-se irmandade, chama-se comunhão, chama-se família. Alegramo-nos pelo facto de virmos de culturas diferentes e nos unirmos para rezar. Que a nossa palavra melhor, o nosso melhor discurso seja unirmo-nos em oração. Façamos um momento de silêncio, e rezemos; ponhamos diante de Deus os testemunhos destes amigos, identifiquemo-nos com aqueles para quem «a família é um conceito inexistente, a casa apenas um lugar para dormir e comer», ou com aqueles que vivem no medo porque creem que os seus erros e pecados os baniram definitivamente. Coloquemos na presença do nosso Deus também as vossas «guerras», as lutas que cada um carrega consigo, no seu próprio coração.
(SILÊNCIO)
Enquanto rezávamos, veio-me à mente a imagem dos Apóstolos no dia dePentecostes. Uma cena que nos pode ajudar a compreender tudo aquilo que Deus sonha realizar na nossa vida, em nós e conosco. Naquele dia, os discípulos estavam fechados dentro de casa pelo medo. Sentiam-se ameaçados por um ambiente que os perseguia, que os forçava a estar numa pequena casa obrigando-os a ficar ali imóveis e paralisados. O medo apoderou-se deles. Naquele contexto, acontece algo espetacular, algo grandioso. Vem o Espírito Santo, e línguas como que de fogo pousaram sobre cada um deles, impelindo-os para uma aventura que nunca teriam sonhado.
Ouvimos três testemunhos; tocamos, com os nossos corações, as suas histórias, as suas vidas. Vimos como eles viveram momentos semelhantes aos dos discípulos, atravessaram momentos em que estiveram cheios de medo, em que parecia que tudo desmoronava. O medo e a angústia, que nascem do facto de uma pessoa saber que saindo de casa pode não ver mais os seus entes queridos, o medo de não se sentir apreciado e amado, o medo de não ter outras oportunidades. Eles partilharam conosco a mesma experiência que fizeram os discípulos, experimentaram o medo que leva ao único lugar possível: o fechamento. E, quando o medo se esconde no fechamento, fá-lo sempre na companhia da sua «irmã gémea», a paralisia; faz-nos sentir paralisados. Sentir que, neste mundo, nas nossas cidades, nas nossas comunidades, já não há espaço para crescer, para sonhar, para criar, para contemplar horizontes, em suma, para viver, é um dos piores males que nos podem acontecer na vida. A paralisia faz-nos perder o gosto de desfrutar do encontro, da amizade, o gosto de sonhar juntos, de caminhar com os outros.
Na vida, porém, há outra paralisia ainda mais perigosa e difícil, muitas vezes, de identificar e que nos custa muito reconhecer. Gosto de a chamar a paralisia que brota quando se confunde a FELICIDADE com um SOFÁ! Sim, julgar que, para ser felizes, temos necessidade de um bom sofá. Um sofá que nos ajude a estar cómodos, tranquilos, bem seguros. Um sofá – como os que existem agora, modernos, incluindo massagens para dormir – que nos garanta horas de tranquilidade para mergulharmos no mundo dos videojogos e passar horas diante do computador. Um sofá contra todo o tipo de dores e medos. Um sofá que nos faça estar fechados em casa, sem nos cansarmos nem nos preocuparmos. Provavelmente, o sofá-felicidade é a paralisia silenciosa que mais nos pode arruinar; porque pouco a pouco, sem nos darmos conta, encontramo-nos adormecidos, encontramo-nos pasmados e entontecidos enquanto outros – talvez os mais vivos, mas não os melhores – decidem o futuro por nós. Certamente, para muitos, é mais fácil e vantajoso ter jovens pasmados e entontecidos que confundem a felicidade com um sofá; para muitos, isto resulta mais conveniente do que ter jovens vigilantes, desejosos de responder ao sonho de Deus e a todas as aspirações do coração.
Mas a verdade é outra! Queridos jovens, não viemos ao mundo para «vegetar», para transcorrer comodamente os dias, para fazer da vida um sofá que nos adormeça; pelo contrário, viemos com outra finalidade, para deixar uma marca. É muito triste passar pela vida sem deixar uma marca. Mas, quando escolhemos a comodidade, confundindo felicidade com consumo, então o preço que pagamos é muito, mas muito caro: perdemos a liberdade.
É precisamente aqui que existe uma grande paralisia: quando começamos a pensar que a felicidade é sinónimo de comodidade, que ser feliz é caminhar na vida adormentado ou narcotizado, que a única maneira de ser feliz é estar como que entorpecido. É certo que a droga faz mal, mas há muitas outras drogas socialmente aceitáveis, que acabam por nos tornar em todo o caso muito mais escravos. Umas e outras despojam-nos do nosso bem maior: a liberdade.
Amigos, Jesus é o Senhor do risco, do sempre «mais além». Jesus não é o Senhor do conforto, da segurança e da comodidade. Para seguir a Jesus, é preciso ter uma boa dose de coragem, é preciso decidir-se a trocar o sofá por um par de sapatos que te ajudem a caminhar por estradas nunca sonhadas e nem mesmo pensadas, por estradas que podem abrir novos horizontes, capazes de contagiar-te a alegria, aquela alegria que nasce do amor de Deus, a alegria que deixa no teu coração cada gesto, cada atitude de misericórdia. Caminhar pelas estradas seguindo a «loucura» do nosso Deus, que nos ensina a encontrá-Lo no faminto, no sedento, no maltrapilho, no doente, no amigo em maus lençóis, no encarcerado, no refugiado e migrante, no vizinho que vive só. Caminhar pelas estradas do nosso Deus, que nos convida a ser atores políticos, pessoas que pensam, animadores sociais; que nos encoraja a pensar uma economia mais solidária. Em todos os campos onde vos encontrais, o amor de Deus convida-vos a levar a Boa Nova, fazendo da própria vida um dom para Ele e para os outros.
Poderíeis replicar-me: Mas isto, padre, não é para todos; é só para alguns eleitos! Sim, e estes eleitos são todos aqueles que estão dispostos a partilhar a sua vida com os outros. Tal como o Espírito Santo transformou o coração dos discípulos no dia de Pentecostes, assim o fez também com os nossos amigos que partilharam os seus testemunhos. Uso as tuas palavras, Miguel: disseste-nos que no dia em que te confiaram, lá na «Fazenda», a responsabilidade de contribuir para o melhor funcionamento da casa, então começaste a compreender que Deus te pedia algo. Assim começou a transformação.
Este é o segredo, queridos amigos, que todos somos chamados a experimentar. Deus espera algo de ti, Deus quer algo de ti, Deus espera-te. Deus vem quebrar os nossos fechamentos, vem abrir as portas das nossas vidas, das nossas perspectivas, dos nossos olhares. Deus vem abrir tudo aquilo que te fecha. Convida-te a sonhar, quer fazer-te ver que, contigo, o mundo pode ser diferente. É assim: se não deres o melhor de ti mesmo, o mundo não será diverso.
O tempo que hoje estamos a viver não precisa de jovens-sofá, mas de jovens com os sapatos, ainda melhor, calçados com as botas. Aceita apenas jogadores titulares em campo, não há lugar para reservas. O mundo de hoje pede-vos para serdes protagonistas da história, porque a vida é bela desde que a queiramos viver, desde que queiramos deixar uma marca. Hoje a história pede-nos que defendamos a nossa dignidade e não deixemos que sejam outros a decidir o nosso futuro. O Senhor, como no Pentecostes, quer realizar um dos maiores milagres que podemos experimentar: fazer com que as tuas mãos, as minhas mãos, as nossas mãos se transformem em sinais de reconciliação, de comunhão, de criação. Ele quer as tuas mãos para continuar a construir o mundo de hoje. Quer construí-lo contigo.
Dir-me-ás: Mas, padre, eu sou muito limitado, sou pecador… que posso fazer? Quando o Senhor nos chama não pensa naquilo que somos, naquilo que éramos, naquilo que fizemos ou deixamos de fazer. Pelo contrário: no momento em que nos chama, Ele está a ver tudo aquilo que poderemos fazer, todo o amor que somos capazes de comunicar. Ele aposta sempre no futuro, no amanhã. Jesus olha-te projetado no horizonte.
Por isso, amigos, hoje Jesus convida-te, chama-te a deixar a tua marca na vida, uma marca que determine a história, que determine a tua história e a história de muitos.
A vida de hoje diz-nos que é muito fácil fixar a atenção naquilo que nos divide, naquilo que nos separa. Querem fazer-nos crer que fechar-nos é a melhor maneira de nos protegermos daquilo que nos faz mal. Hoje nós, adultos, precisamos de vós para nos ensinardes a conviver na diversidade, no diálogo, na partilha da multiculturalidade não como uma ameaça mas como uma oportunidade: tende a coragem de nos ensinar que é mais fácil construir pontes do que levantar muros! E todos juntos pedimos que exijais de nós percorrer as estradas da fraternidade. Construir pontes… Sabeis qual é a primeira ponte a construir? Uma ponte que podemos realizar aqui e agora: um aperto de mão, estender a mão. Coragem! Fazei agora, aqui, esta ponte primordial, e dai-vos a mão. É a grande ponte fraterna, e podem aprender a fazê-la os grandes deste mundo... Não para a fotografia, mas para continuar a construir pontes cada vez maiores. Que esta ponte humana seja semente de muitas outras; será uma marca.
Hoje, Jesus, que é o caminho, chama-te a deixar a tua marca na história. Ele, que é a vida, convida-te a deixar uma marca que encha de vida a tua história e a de muitos outros. Ele, que é a verdade, convida-te a deixar as estradas da separação, da divisão, do sem-sentido. Aceitais? Que respondem as vossas mãos e os vossos pés ao Senhor, que é caminho, verdade e vida?

Fonte: ACI Digital 

VÍDEO: Papa cruza com jovens Porta Santa do Campus Misericordiae na JMJ Cracóvia



CRACÓVIA, 30 Jul. 16 / 03:00 pm (ACI).- O Papa Francisco chegou ao Campus Misericordiae às 18h52 (hora local) e, antes do início da esperada Vigília da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Cracóvia 2016, cruzou a Porta Santa acompanhada por um grupo de 6 jovens.
O Santo Padre e o grupo de jovens dos cinco continentes atravessaram a imponente Porta Santa colocada especialmente para esta ocasião no Campus Misericordiae.

Na Porta Santa está escrita a frase “Jesus, eu confio em ti” em 9 idiomas, entre os quais, espanhol, polonês, francês, alemão, italiano e inglês.
O Campus está localizado entre as cidades de Cracóvia e Wieliczka. O nome dado ao local é de significado especial para o Papa e para os jovens e “permanecerá lá como testemunha da fé e como resultado deste encontro”, assinalam os organizadores.
O Campus Misericordiae tem uma área de 255 hectares e a construção se conservará depois da JMJ para se tornar um lar para idosos e doentes.


Fonte: ACI Digital 

30/07 – Santo Leopoldo Mandic

São Leopoldo Mandic nasceu na Dalmácia, atual Croácia, em 12 de maio de 1866. Os pais, católicos fervorosos, o batizaram com o nome de Bogdan, que significa “dado por Deus”. Desde pequeno apresentou como características a constituição física débil e o caráter forte e determinado. O mais novo de uma família numerosa, completou seus estudos primários na aldeia natal. Nessa época, a região da Dalmácia vivia um ambiente social e religioso, marcados por profundas divisões entre católicos e ortodoxos. Essa situação incomodava o espírito católico do pequeno Bogdan, que decidiu dedicar sua vida à reconciliação dos cristãos Orientais com Roma. Aos dezesseis anos ingressou na Ordem de São Francisco de Assis, em Údine, Itália, adotando o nome de Leopoldo. Foi ordenado sacerdote em Veneza, onde concluiu todos os estudos, em 1890. Sua determinação era ser um missionário no Oriente e promover a unificação dos cristãos. Viajou duas vezes para lá, mas, não em missão definitiva. Leopoldo foi destinado aos serviços pastorais nos conventos capuchinhos, por causa da saúde precária. Ele era franzino, tinha apenas um metro e quarenta de altura e uma doença nos ossos. Com grande espírito de fé se submeteu à obediência de seus superiores. Iniciou assim, o ministério do confessionário, que exerceu até a sua morte. No início, em diversos conventos do norte da Itália e, depois, em Pádua, onde se tornou “o gigante do confessionário”. A cidade de Pádua é famosa por ser um centro de numerosas peregrinações. É em sua Basílica que repousam os restos mortais de Santo Antonio. Leopoldo dedicava quase doze horas por dia ao ministério da confissão. Para os penitentes suas palavras eram uma fonte de perdão, luz e conforto, que os mantinham na fidelidade e amor a Cristo. Sua fama correu, e todos o solicitavam como confessor. Foi quando ele percebeu que o seu Oriente era em Pádua. E fez todo o seu apostolado ali, fechado num cubículo de madeira, durante trinta e três anos seguidos, sem tirar um só dia de férias ou de descanso. Pequenino e frágil, com artrite nas mãos e joelhos, e com câncer no esôfago, ofereceu toda sua agonia alegremente a Deus. Frei Leopoldo Mandic morreu no dia 30 de julho de 1942, em Pádua. O seu funeral provocou um forte apelo popular e a fama de sua santidade se espalhou, sendo beatificado em 1976. O Papa João Paulo II o incluiu no catálogo dos santos, em 1983, declarando-o herói do confessionário e “apóstolo da união dos cristãos”, um modelo para os que se dedicam ao ministério da reconciliação.


Fonte: Cléofas 

FOTOS: Assim foi o almoço do Papa Francisco com jovens na JMJ Cracóvia

CRACÓVIA, 30 Jul. 16 / 02:00 pm (ACI).-
O Papa Francisco compartilhou nesta tarde um alegre e descontraído almoço com 12 jovens voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Cracóvia, aos quais escutou com atenção e encorajou a dar testemunho de Cristo e que “não deixem que a sua esperança seja roubada”.
Os jovens foram liderados pela porta-voz da JMJ, Dorota Addelmoula. Todos eles eram de distintos países dos cinco continentes: Brasil, Polônia, Nova Zelândia, Canadá, Costa Rica, Costa de Marfim, Zimbábue, Rússia, Vietnã e Colômbia.
Addelmoula comentou que esta experiência de almoçar com o Santo Padre “é um momento que nos inspirou e continuará nos inspirando”.

No almoço, conversaram em espanhol e comeram um ravióli típico do estilo polonês, salada, frutos de mar e peixe.
Ao ser perguntado sobre o que é necessário para converter as outras pessoas, o Papa respondeu: “Mais do que a palavra, é necessário o exemplo”.
Fatima Leung-Wai é da Nova Zelândia e conta que perguntou ao Pontífice “qual é o desafio mais importante para ele e me respondeu: ‘que os jovens não percam a esperança!’”.

José Pasternak é de São Paulo, Brasil, pertence à Comunidade Slalom e é missionário na Itália há nove anos. Está há dois em Cracóvia servindo como voluntário. “Sempre ajudei os outros a participar da JMJ. Atualmente, com 36 anos, participo da minha primeira Jornada Mundial da Juventude”, afirma.
Segundo ele, as palavras do Papa Francisco “permanecerão para sempre gravadas no coração. Falou acerca de vários temas e tinha uma resposta para tudo”. Perguntou-lhe como explicar a Palavra de Deus àqueles que não creem e “o Papa me respondeu que primeiramente é necessário o testemunho. E quando te verem alegre e te perguntarem o que você tem, então poderá começar a falar”.
Paula Mora é colombiana e perguntou ao Pontífice como se sentiu no momento de sua eleição. O Santo Padre, conta a jovem, respondeu: “Senti paz, uma paz que é uma graça de Deus e me acompanha também agora. Definiu esta paz como um dom de Deus”.
“Perguntamos-lhe se queria pedir-nos alguma coisa, mas ele disse que queria escutar-nos. As perguntas foram muito espontâneas e ele respondeu com paciência e com um espírito vivaz e disponível”, conta Paula.
Também falaram da Polônia e da importância de que mantenha sua religiosidade. Malgorzata Krupnik, uma das encarregadas das inscrições, esteve no almoço e comenta que “foi uma alegria enorme ver as pessoas que chegaram aqui” para participar da JMJ Cracóvia 2016.

Fonte: ACI Digital 


Papa aos sacerdotes: O que nos pede Jesus?; que sejamos misericordiosos

CRACÓVIA, 30 Jul. 16 / 08:00 am (ACI).- O Papa Francisco presidiu neste sábado, no Santuário de São João Paulo II em Cracóvia (Polônia), a Missa com sacerdotes, religiosos, consagrados e seminaristas, aos quais pediu para ser “escritores viventes do Evangelho” com obras de misericórdia, porque Cristo não quer discípulos duros, mas sim que, tendo experimentado o perdão de Deus, o derramem com compaixão sobre os irmãos.
O Papa fez esta exortação frente aos mais de 100 bispos de diferentes países e 2.000 pessoas reunidas no templo, entre sacerdotes, religiosos, consagrados e seminaristas de toda a Polônia. Além disso, a Eucaristia foi seguida do lado de fora do santuário por outras 5.000 pessoas.
“O que nos pede Jesus? Ele deseja corações verdadeiramente consagrados, que vivam do perdão recebido Dele, para derramá-lo com compaixão sobre os irmãos. Jesus procura corações abertos e ternos para com os fracos, nunca duros; corações dóceis e transparentes, que não dissimulam perante quem têm na Igreja a tarefa de orientar o caminho”, afirmou.
Francisco refletiu sobre a passagem do Evangelho que narra a aparição de Jesus aos discípulos após a Ressurreição. Os discípulos, recordou, estavam trancados, mas Cristo “entra, coloca-se no meio e leva a sua paz, o Espírito Santo e o perdão dos pecados: em uma palavra, a misericórdia de Deus”; e disse-lhes que, “como o Pai me enviou, eu também vos envio”.
O Papa indicou que isso significa que o Senhor quer uma Igreja em saída e que vá pelo mundo “não como um poderoso, mas na condição de servo” e que propague “o perdão e a paz de Deus”. “Como não sentir o eco da grande exortação de São João Paulo II: ‘Abri as portas’?”, expressou.
Francisco reconheceu que há a tentação “de permanecer um pouco fechados, por medo ou por comodidade, em nós mesmos e nos nossos setores. No entanto, a direção indicada por é de sentido único: sair de nós mesmos. É uma viagem sem bilhete de regresso”.

“Quem escolheu configurar com Jesus toda a existência, já não escolhe os próprios locais, mas vai para onde é enviado, pronto a responder a quem o chama; já não escolhe sequer os tempos próprios. A casa onde habita não lhe pertence, porque a Igreja e o mundo são os espaços abertos de sua missão”, insistiu.
Por isso, exortou-os a não erguer “sobre os trêmulos pedestais do mundo”, nem reclinar-se “às comodidades que enfraquecem a evangelização”. A pessoa que se consagrou a Deus “não se contenta com uma vida medíocre, mas arde em desejo de dar testemunho”, afirmou.
Francisco assinalou que a passagem do Evangelho também se refere ao apóstolo Tomé. “Este discípulo assemelha-se-nos um pouco e até parece simpático a nossos olhos. Sem o saber, dá-nos um grande presente: deixa-nos mais perto de Deus, porque Deus não se esconde de quem o procura. Jesus lhe mostrou suas chagas gloriosas, faz-lhe tocar com a mão a ternura infinita de Deus”, assinalou.
Nesse sentido, recordou que Jesus disse a Santa Faustina Kowalska que quer que o busquem com uma oração transparente, confiando-lhe e encomendando-lhe “as misérias, as fadigas e as resistência”. “O coração de Jesus deixa-se conquistar pela abertura sincera”, afirmou o Papa.
Finalmente, o Santo Padre recordou que João narra em seu Evangelho que “não foram escritos muitos outros sinais realizados por Jesus”. “Depois do grande sinal da sua misericórdia – poderíamos supor –, já não foi necessário acrescentar mais nada. Mas, há ainda um desafio, há espaço para os sinais feitos por nós, que recebemos o Espírito de amor e somos chamados a difundir a misericórdia”.
“Pode-se dizer – indicou Francisco – que o Evangelho, livro vivo da misericórdia de Deus, que devemos ler e reler continuamente, ainda tem páginas em branco no final: permanece um livro aberto, que somos chamados a escrever com o mesmo estilo, isto é, cumprindo obras de misericórdia”.
Portanto, “pergunto-lhes: como são as páginas do livro de cada um de vocês? Estão escritas todos os dias? Estão escritos ou pouco sim, um pouco não? Eles são brancos? Nisto, venha em nossa ajuda a Mãe de Deus: Ela que acolheu plenamente a palavra de Deus na vida, nos dê a graça de sermos escritores viventes do Evangelho”, animou.
Por sua parte, ao final da Missa, o Arcebispo de Cracóvia e delegado da Conferência Episcopal Polonesa para o Clero, Cardeal Stanislaw Dziwisz, agradeceu ao Papa por suas palavras e pela celebração eucarística.
O Purpurado destacou as numerosas vocações que a Igreja na Polônia tem e que lhe permite estar aberta “às necessidades de outras Igrejas”. “Hoje, um grupo numeroso de missionários e missionárias poloneses anunciam Cristo em todos os continentes. Deste modo, pagamos também a dívida pelobatismo recebido por nossos antepassados ??há 1050”, afirmou.
Além disso, recordou que durante o período comunista, “jovens poloneses e polonesas viram na Igreja o terreno no qual poderiam servir os irmãos e irmãs, anunciando a eles, com a vida e a palavra, a plena verdade sobre Deus e o homem”.
O também ex-secretário de São João Paulo II afirmou que os sacerdotes e consagrados poloneses “carregam o peso dos compromissos apostólicos, buscando ao mesmo tempo dar um testemunho transparente do Evangelho. Buscamos nos converter continuamente ao estilo evangélico de vida e de serviço”, inspirando também no Papa polonês.
“Santo Padre, nos reforce a sua bênção, para que possamos ser ainda mais fiéis a Cristo, para que possamos nos tornar sempre melhor sal da terra e luz do mundo”, concluiu o Cardeal.
Ao término da Missa, o Papa Francisco abençoou as relíquias de São João Paulo II, que consiste de um frasco com o sangue do santo polonês que lhe foi extraído em um de seus último exames médicos antes de sua morte no Policlínico Gemelli, em Roma (Itália).
Do mesmo modo, doou ao Santuário São João Paulo II uma cruz para o altar, feita de madrepérola.

Fonte: ACI Digital 

VÍDEO: Pela primeira vez, um Papa atende confissões no Santuário da Divina Misericórdia



CRACÓVIA, 30 Jul. 16 / 06:30 am (ACI).- O Papa Francisco se tornou hoje o primeiro Pontífice a atender confissões no Santuário da Divina Misericórdia (Polônia), onde se encontra por ocasião da Jornada Mundial da Juventude 2016.
O Santo Padre chegou nesta manhã ao Santuário da Divina Misericórdia, como fizeram no passado os seus antecessores São João Paulo II e o Papa Emérito Bento XVI. Lá, atendeu a confissão de sete jovens e um sacerdote em espanhol, italiano e francês, depois de atravessar a Porta Santa do templo.
Anteriormente, Francisco havia estado na Capela de Santa Faustina Kowalska, onde rezou no túmulo da vidente do Senhor da Divina Misericórdia.
Uma vez terminado de ministrar o Sacramento da Reconciliação, o Santo Padre saudou e abençoou um jovem sacerdote em cadeira de rodas e um idoso cego, recebeu como presente uma imagem do Senhor da Divina Misericórdia.

No livro de visitantes do Santuário, Francisco escreveu: “Misericórdia eu quero, e não sacrifícios”, recordando as palavras de Jesus no Evangelho de Mateus, que também foram o centro da mensagem do Papa para a Quaresma de 2016.
Concluída a visita, o Papa se dirigiu ao Santuário de São João Paulo II para celebrar a Missa com sacerdotes, religiosos, religiosas, consagrados e seminaristas.
O Santuário da Divina Misericórdia
Em meados do século XIX, foi fundado na colina de Lagiewniki, em Cracóvia, o convento das Irmãs da Mãe de Deus da Misericórdia. Lá, viveu e faleceu Santa Faustina Kowalska, no início do século XX.
Aí se encontra o atual Santuário da Divina Misericórdia, com um novo edifício construído entre 1999 e 2002, que tem capacidade para 5.000 pessoas.
O desenho do novo templo foi inspirado nos raios do coração de Jesus Misericordioso, cuja imagem está no centro do santuário. Debaixo do quadro, está o tabernáculo de ouro em forma do globo terrestre.
Em 17 de agosto de 2002, João Paulo II consagrou a Basílica durante sua última peregrinação à sua terra natal. Naquela época, também confiou o mundo à Divina Misericórdia.
Na parte baixa da Basílica, está a capela principal consagrada à Irmã Faustina e as quatro capelas laterais. A poucos metros da parte de acima do templo, encontra-se uma capela de Adoração Perpétua ao Santíssimo Sacramento.


Fonte: ACI Digital 

[VÍDEO] Papa no Santuário da Divina Misericórdia: Nunca nos afastemos de Jesus



CRACÓVIA, 30 Jul. 16 / 06:15 am (ACI).- Sob os gritos de “esta é a juventude do Papa” da multidão reunida nesta manhã do lado de fora do Santuário da Divina Misericórdia em Cracóvia, Polônia, o Papa Francisco improvisou um discurso, incentivando a nunca nos afastarmos de Jesus.
“Bom dia a todos vocês, o Senhor hoje quer nos fazer sentir mais profundamente sua grande misericórdia”, disse Francisco sob os aplausos dos fiéis e peregrinos reunidos ali, no quarto dia de sua visita apostólica à Polônia, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude Cracóvia 2016.
“Nunca nos afastemos Jesus, embora pensarmos que por nossos pecados e nossas faltas somos o pior”, exortou.

“Assim Ele nos prefere, assim sua misericórdia se derrama. Aproveitemos este dia para receber todos a misericórdia de Jesus”, disse.
Em seguida, o Santo Padre rezou junto aos presentes uma Ave Maria e deu-lhes a sua bênção.
“E por favor, peço que rezem por mim”, concluiu.
Minutos depois, o Papa saudou e abençoou as crianças, entre elas algumas com deficiência, para, logo após, ingressar no Santuário através da Porta Santa.

Fonte: ACI Digital 

TEXTO: Homilia do Papa Francisco na Missa com sacerdotes e religiosos da Polônia

CRACÓVIA, 30 Jul. 16 / 07:30 am (ACI).- Neste sábado, o Papa Francisco presidiu no Santuário São João Paulo II, em Cracóvia (Polônia), a Missa com os sacerdotes, religiosos consagrados e seminaristas, na qual os exortou a ser sempre uma Igreja em saída, que leve a misericórdia de Deus aos homens.
A seguir, o texto completo da homilia:
A passagem do Evangelho, que ouvimos (cf. Jo 20, 19-31), fala-nos de um lugar, um discípulo e um livro.
O lugar é aquele onde se encontravam os discípulos, na tarde de Páscoa; dele, apenas se diz que as suas portas estavam fechadas (cf. v. 19). Oito dias depois, os discípulos ainda estavam naquela casa, e as portas ainda estavam fechadas (cf. v. 26). Jesus entra lá, coloca-Se no meio e leva a sua paz, o Espírito Santo e o perdão dos pecados: numa palavra, a misericórdia de Deus. Dentro deste lugar fechado, ressoa forte o convite que Jesus dirige aos seus: «Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós» (v. 21).

Jesus envia. Ele, desde o início, deseja que a Igreja esteja em saída, vá pelo mundo. E quer que o faça assim como Ele próprio fez, como Ele foi enviado ao mundo pelo Pai: não como poderoso mas na condição de servo (cf. Flp 2, 7), não «para ser servido mas para servir» (Mc 10, 45) e para levar a Boa-Nova (cf. Lc 4, 18); e assim são enviados os seus, em todos os tempos. Impressiona o contraste: enquanto os discípulos fechavam as portas com medo, Jesus envia-os em missão; quer que abram as portas e saiam para espalhar o perdão e a paz de Deus, com a força do Espírito Santo.
Esta chamada é também para nós. Como não ouvir nela o eco do grande convite de São João Paulo II: «Abri as portas»? Mas, na nossa vida de sacerdotes e pessoas consagradas, pode haver muitas vezes a tentação de permanecer um pouco fechados, por medo ou comodidade, em nós mesmos e nos nossos setores. E, no entanto, a direção indicada por Jesus é de sentido único: sair de nós mesmos. Trata-se de realizar um êxodo do nosso eu, de perder a vida por Ele (cf. Mc 8, 35), seguindo o caminho do dom de si mesmo. Por outro lado, Jesus não gosta das estradas percorridas a metade, das portas entreabertas, das vidas com via dupla. Pede para se meter à estrada leves, para sair renunciando às próprias seguranças, firmes apenas n'Ele.
Por outras palavras, a vida dos seus discípulos mais íntimos, como nós somos chamados a ser, é feita de amor concreto, isto é, de serviço e disponibilidade; é uma vida onde não existem espaços fechados e propriedades privadas para própria comodidade. Quem escolheu configurar com Jesus toda a existência já não escolhe os próprios locais, mas vai para onde é enviado; pronto a responder a quem o chama, já não escolhe sequer os tempos próprios. A casa onde habita não lhe pertence, porque a Igreja e o mundo são os espaços abertos da sua missão. O seu tesouro é colocar o Senhor no meio da vida, sem nada mais procurar para si. Assim foge das situações gratificantes que o colocariam no centro, não se ergue sobre os trémulos pedestais dos poderes do mundo, nem se reclina nas comodidades que enfraquecem a evangelização; não perde tempo a projetar um futuro seguro e bem retribuído, para evitar o risco de ficar à margem e sombrio, fechado nos muros estreitos dum egoísmo sem esperança nem alegria. Feliz no Senhor, não se contenta com uma vida medíocre, mas arde em desejo de dar testemunho e alcançar os outros; gosta de arriscar e sair, não forçado por sendas já traçadas, mas aberto e fiel às rotas indicadas pelo Espírito: contrário a deixar correr a vida, alegra-se por evangelizar.
No Evangelho de hoje, sobressai em segundo lugar a figura do único discípulo nomeado: Tomé. Na sua dúvida e ânsia de querer entender, este discípulo bastante teimoso assemelha-se-nos um pouco e até aparece simpático a nossos olhos. Sem o saber, dá-nos um grande presente: deixa-nos mais perto de Deus, porque Deus não Se esconde de quem O procura. Jesus mostrou-lhe as suas chagas gloriosas, faz-lhe tocar com a mão a ternura infinita de Deus, os sinais vivos de quanto sofreu por amor dos homens.
Para nós, discípulos, é muito importante pôr a nossa humanidade em contato com a carne do Senhor, isto é, levar a Ele, com confiança e total sinceridade, tudo o que somos. Jesus, como disse a Santa Faustina, fica contente que Lhe falemos de tudo, não Se cansa das nossas vidas que já conhece, espera a nossa partilha, até mesmo a descrição das nossas jornadas (cf. Diário, 6 de setembro de 1937). Assim, buscamos a Deus com uma oração que seja transparente e não se esqueça de Lhe confiar e entregar as misérias, as fadigas e as resistências. O coração de Jesus deixa-Se conquistar pela abertura sincera, por corações que sabem reconhecer e chorar as suas fraquezas, confiantes de que precisamente nelas agirá a misericórdia divina. Que nos pede Jesus? Ele deseja corações verdadeiramente consagrados, que vivam do perdão recebido d’Ele para o derramarem com compaixão sobre os irmãos. Jesus procura corações abertos e ternos para com os fracos, nunca duros; corações dóceis e transparentes, que não dissimulam perante quem tem na Igreja a tarefa de orientar o caminho. O discípulo não hesita em questionar-se, tem a coragem de viver a dúvida e levá-la ao Senhor, aos formadores e aos superiores, sem cálculos nem reticências. O discípulo fiel realiza um discernimento atento e constante, sabendo que o coração há de ser educado diariamente, a partir dos afetos, para escapar de toda a duplicidade nas atitudes e na vida.
No termo da sua busca apaixonada, o apóstolo Tomé chegou não apenas a acreditar na ressurreição, mas encontrou em Jesus o tudo da vida, o seu Senhor; disse-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» (v. 28). Far-nos-á bem rezar cada dia estas palavras esplêndidas, como que a dizer-Lhe: Sois o meu único bem, o caminho da minha viagem, o coração da minha vida, o meu tudo.
Por fim, no último versículo que ouvimos, fala-se de um livro: é o Evangelho, onde não foram escritos muitos outros sinais realizados por Jesus (v. 30). Depois do grande sinal da sua misericórdia – poderíamos supor –, já não foi necessário acrescentar mais. Mas há ainda um desafio, há espaço para sinais feitos por nós, que recebemos o Espírito do amor e somos chamados a difundir a misericórdia. Poder-se-ia dizer que o Evangelho, livro vivo da misericórdia de Deus que devemos ler e reler continuamente, ainda tem páginas em branco no final: permanece um livro aberto, que somos chamados a escrever com o mesmo estilo, isto é, cumprindo obras de misericórdia. Pergunto-vos: Como são as páginas do livro de cada um de vós? Estão escritas todos os dias? Estão escritas a meias? Estão em branco? Nisto, venha em nossa ajuda a Mãe de Deus: Ela, que acolheu plenamente a Palavra de Deus na vida (cf. Lc 8, 20-21), nos dê a graça de sermos escritores viventes do Evangelho; a nossa Mãe da Misericórdia nos ensine a cuidar concretamente das chagas de Jesus nos nossos irmãos e irmãs que passam necessidade, tanto dos vizinhos como dos distantes, tanto do doente como do migrante, porque, servindo quem sofre honra-se a carne de Cristo. Que aVirgem Maria nos ajude a gastarmo-nos completamente pelo bem dos fiéis que nos estão confiados e a cuidarmos uns dos outros como verdadeiros irmãos e irmãs na comunhão da Igreja, a nossa santa Mãe.
Queridos irmãos e irmãs, cada um de nós guarda no coração uma página muito pessoal do livro da misericórdia de Deus: é a história da nossa chamada, a voz do amor que fascinou e transformou a nossa vida, fazendo com que, à sua Palavra, largássemos tudo para O seguir (cf. Lc 5, 11). Reavivemos hoje, com gratidão, a memória da sua chamada, mais forte do que qualquer resistência e fadiga. Continuando a Celebração Eucarística, centro da nossa vida, agradeçamos ao Senhor, porque entrou nas nossas portas fechadas com a sua misericórdia; porque, como Tomé, nos chamou por nome; porque nos dá a graça de continuar a escrever o seu Evangelho de amor.

Fonte: ACI Digital 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...