7 de mai. de 2016

Mãe, consolo de Deus

Quando o nosso mundo se agita neste mar de violências e de injustiças, não podemos deixar de lembrar de tua pessoa, Mãe, porque ainda és, a maior reserva de amor que Deus colocou neste mundo. Quando tudo parece estar perdido, ainda resta o coração; é de lá que a vida começa a renascer. E tu, ó mãe, tens entre os homens o primado do coração.
Nem os arranha-céus mais altos, nem os computadores mais possantes, nem os aviões mais velozes, podem ser comparados à beleza transcendente do teu olhar e o sentimento incomparável do teu coração. Mãe, foste criada não só para dar a vida aos homens, muito mais do que isto, para semear o amor entre eles. Sois tão diga, que até o próprio Deus quis nascer de ti, em forma humana.educarpelaconquista
O mundo precisa aprender contigo mãe, antes que seja tarde, a lição do perdão sem limites, da compaixão que faz sofrer solidária, da bondade que supera toda inveja, da paciência que vence toda inquietação, do amor que vence todo ódio, e que é mais forte do que a morte.
Somos gratos a Deus que te criou e te deu de presente a cada um de nós. A tua beleza é grande porque em ti é grande a intensidade do espírito que penetra a matéria. Sobretudo mãe, queremos reconhecer e agradecer pela gratuidade das tuas boas obras. Sois como a raiz da árvore, sempre escondida, mas sempre promovendo o crescimento dos ramos e dos frutos.
Disse alguém que “o prazer da abelha é sugar o mel da flor, mas o prazer da flor é entregar o mel à abelha”. Sei que assim és mãe! Olhando para ti aprendemos a dar graças a Deus todos os dias. E, se por acaso, alguém não reconhecer o teu valor, ou não retribuir com gratidão o teu amor que nunca acaba, saiba que o Criador te vê. Lembra-te daquilo que disse alguém: todo dia o sol também dá um belo espetáculo ao nascer o dia, e, no entanto, a maioria da platéia dorme, e não pode reconhecer a sua beleza. Mas nem por isso, o sol deixa de ser belo, formoso e fundamental. Da mesma forma, mãe és o sol do lar.
Que o bom Deus, que nos deu a graça de criá-la, renove tuas forças e tua graça, hoje mais do nunca, para que do teu coração surja uma nova esperança para todos. Mãe, mais do antes, precisamos muito de ti!

Certa vez Michelangelo viu um bloco de pedra e disse a seus alunos: “aí dentro há um anjo, vou colocá-lo para fora!” Depois de algum tempo, com o seu gênio de escultor, fez o belo trabalho. Então os alunos lhe perguntaram como tinha conseguido aquela proeza. Ele respondeu: “o anjo já estava aí, apenas tirei os excessos que estavam sobrando”.
Esta é a sua bela missão Mãe, educar; e educar é isto, com paciência e perícia ir tirando os maus hábitos e descobrindo as virtudes do filho, até que o “anjo” apareça. Michel Quoist dizia “que não é para si que os homens educam os seus filhos, mas para os outros e para Deus.”
Educar é colaborar com Deus, e é na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais. Educar é promover o crescimento e o amadurecimento da pessoa humana em todas as suas dimensões: material, intelectual, moral e religiosa. A tarefa de educar, como dizia D. Bosco, “é obra do coração”, é obra do amor, por isso tem muito a ver com a mãe. Sem o carinho e a atenção da mãe a criança certamente crescerá carente de afeto e desorientada para a vida.
O povo diz que atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher, mas é preciso não esquecer que “esta mulher” mais do que a esposa, é a mãe.
É no colo da mãe que a criança precisa aprender o que é a fé, aprender a rezar e a amar a Deus e as pessoas. É no colo da mãe que o homem de amanhã deve aprender o que é a retidão, o caráter, a honestidade, a bondade, a pureza de coração. É no colo da mãe que a criança aprende a respeitar as pessoas, a ser gentil com os mais velhos, a ser humilde e simples e não desprezar ninguém.familiasantuariodavida
É no colo da mãe que o filho aprende a caridade, a vida pura da castidade, o domínio de todas as paixões desordenadas e a rejeitar todos os vícios. É a mãe, com seu jeito doce e suave, que vai retirando da sua plantinha que cresce a erva daninha da preguiça, da desobediência, da mal-criação, dos gestos e palavras inconvenientes. É ela que vai lhe ensinando a perdoar, a superar os momentos de raiva sem revidar, a não ter inveja dos outros que têm mais bens e dinheiro. É a mãe que nas primeiras tarefas do lar lhe ensina o caminho redentor do trabalho e da responsabilidade.
Até o filho de Deus quis ter uma Mãe para cumprir a sua missão de salvar a humanidade; e Ele fez o seu primeiro milagre nas bodas de Caná exatamente porque ela lhe pediu. Por isso, cada mãe é um sinal de Maria, que ensina seu filho a viver de acordo com a vontade de Deus.
Parabéns, mãe querida, que Deus te abençoe.
Prof. Felipe Aquino

Cléofas 

Francisco: "Igreja não é uma 'clínica para VIP'"

07/05/2016

Cidade do Vaticano (RV) – Cerca de 9 mil pessoas participaram na manhã de sábado (07/05) de um encontro na Sala Paulo VI em homenagem à ONG ‘Cuamm, Médicos com a África’. O evento teve início às 10h30 com uma série de testemunhos, mas o ápice foi às 12h, com a chegada do Papa.


ONG tem 65 anos de atuação na África
Esta organização foi a primeira no campo da saúde a ser reconhecida na Itália e é a maior na promoção e tutela da saúde dos povos africanos.
Fundada em 1950 por um médico missionário, Francesco Canova, e pelo então bispo de Pádua, Dom Girolamo Bortignon, a ONG trabalha hoje em sete países da África sub-Saraiana pelo direito da saúde de mães, crianças, doentes de Hiv/Aids e tuberculose, portadores de deficiências e pessoas mais pobres.
Saúde não é um 'bem de consumo'
Negada em várias partes do mundo e em muitas regiões da África, “a saúde não é um bem de consumo e nem pode ser considerada ‘um privilégio’, mas um direito universal”, disse Francisco ao grupo.
“O Senhor envia vocês como ‘bons samaritanos’ para atravessar a ‘porta’ que conduz do primeiro ao terceiro mundo. E esta é a sua ‘porta santa’”, continuou.
Gestantes e bebês são prioridade
A ONG, com seus médicos, voluntários e colaboradores, atua entre as faixas mais vulneráveis da população, como gestantes e recém-nascidos. Na África, muitas mulheres morrem no parto e seus bebês não superam o primeiro mês de vida por causa da desnutrição e das grandes endemias.
Francisco os encorajou a serem ‘expressão da Igreja-mãe, que se inclina sobre os mais frágeis e os assiste’.
Trabalhar 'com' e promover crescimento
“Cuamm é Médicos ‘com’ a África, e não ‘para’ a África, e esta denominação”, referiu o Papa, significa que “são chamados a envolver os africanos no processo de crescimento, caminhando juntos, compartilhando dramas e alegrias, dores e entusiasmos”.
“Exorto-os a manter esta particular abordagem junto às comunidades, ajudando-as a crescer e deixando-as quando forem capazes de prosseguir autonomamente, em uma perspectiva de desenvolvimento e sustentabilidade”.
Igreja não é 'clínica para VIPs'
Concluindo, o Pontífice encorajou os membros do Cuamm a levarem avante esta obra inspirando-se em uma missionariedade evangelicamente fecunda, expressão de uma Igreja que não é uma ‘clínica para VIP’, mas um ‘hospital de campanha’: “Uma Igreja de coração grande, próxima dos feridos e humilhados da história, a serviço dos mais pobres”. 
Fonte: Rádio Vaticano 

Papa aos guardas suíços: "fé, universalidade e fraternidade no trabalho"

07/05/2016

Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã de sábado (07/05), o Papa recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, os guardas suíços que prestaram juramento sexta-feira (06/05),
Francisco encontrou o grupo, com familiares e amigos, para agradecer pelo “serviço, disponibilidade e fidelidade à Santa Sé”, como afirmou no início de um breve discurso.
“É belo ver jovens dedicarem alguns anos de suas vidas à Igreja: é uma ocasião única para crescer na fé, experimentar a universalidade da Igreja e fazer experiência de fraternidade”.
Crescer na fé aproveitando o tempo que passam em Roma – coração do cristianismo – para aprofundar a amizade com Jesus e caminhar rumo à santidade orando, ouvindo a palavra de Deus e participando da missa com devoção.
Experimentar a universalidade da Igreja encontrando pessoas de diferentes línguas, tradições e culturas, todos irmão, pois acomunados pela fé em Cristo.
Fazer experiência de fraternidade valorizando a vida comunitária, a compartilha de momentos felizes e difíceis, prestando atenção a quem precisa de um sorriso e de um gesto de amizade. Assumindo tal atitude, “enfrentar com diligencia e perseverança os pequenos e grandes deveres de cada dia, testemunhando gentileza e espírito de acolhimento, altruísmo e humanidade com todos”.
Terminando, o Pontífice fez votos que estes jovens vivam intensamente seu período de trabalho, sólidos na fé e generosos na caridade com as pessoas que encontrarem.
Rádio Vaticano 

6 de mai. de 2016

6/5 – Beata Rosa Gatorno

Ana Rosa Gattorno, Rosa Maria Benta Gattorno nasceu em Gênova, Itália, no dia 14 de outubro de 1831. Pertencia a uma família de boas condições financeiras, de bom nome na sociedade e de profunda formação cristã. No pai Francisco e na mãe Adelaide, como os outros cinco filhos, encontrou os primeiros essenciais formadores de sua vida moral e cristã. Em 1852, aos vinte e um anos de idade, Rosa casou-se com Jerônimo Custo e transferiu-se para Marselha, França. Por motivos financeiros, a família viu-se obrigada a retornar a Gênova, com três filhos. A sua primeira filha, Carlota, afetada de repentina enfermidade, ficou surda-muda para sempre; e apesar da alegria de outros dois filhos, ela foi novamente abalada com o falecimento do esposo, após seis anos de matrimônio, e pouco tempo depois, com a morte do seu último filho. Estes acontecimentos marcaram a sua vida e levaram-na a uma mudança radical, a que ela chamara “a sua conversão”, isto é, à entrega total ao Senhor. Orientada pelo seu confessor, emitiu de forma privada os votos perpétuos de castidade e obediência, precisamente na festa da Imaculada Conceição de 1858, e depois, como terciária franciscana, professou também o voto de pobreza. Viveu intimamente unida a Cristo, recebendo a comunhão todos os dias, privilégio que naquele tempo era pouco comum. Em 1862 recebeu o dom dos estigmas ocultos, percebidos mais intensamente nas sextas-feiras. Num clima de intensa oração, diante de Jesus Crucificado, recebeu a inspiração de fundar uma congregação religiosa: “Filhas de Santa Ana, Mãe de Maria Imaculada”, em Piacenza.
Depois de um profundo diálogo com o Papa Pio IX, por ele recebeu a confirmação de sua missão de Fundadora. Vestiu o hábito religioso em 1867, tomando o nome de Ana Rosa e após três anos emitiu a profissão, com outras doze religiosas. Com esta fundação, realizou muitas obras de atendimento aos pobres e doentes, às pessoas sozinhas, anciãs e abandonadas; cuidou da assistência às crianças e às jovens, proporcionando-lhes uma instrução religiosa e adequada, a fim de as inserir no mundo do trabalho. Assim, foram abertas muitas escolas para a juventude pobre e a promoção humano-evangélica, segundo as necessidades mais urgentes da época. A menos de dez anos da fundação a congregação recebeu a aprovação definitiva, em 1879. Porém, o Regulamento só o foi em 1892. Muito estimada e considerada por todos, colaborou em Piacenza também com o bispo, monsenhor Scalabrini, hoje beato, sobretudo na Obra fundada por ele, a favor dos surdos-mudos. Sofreu inúmeras provas, humilhações, dificuldades e tribulações de todo o gênero, mas sempre confiou em Deus e, cada vez mais, atraía outras jovens para o seu apostolado. Assim, a congregação difundiu-se rapidamente na Itália, Bolívia, Brasil, Chile, Peru, Eritreia, França e Espanha. Ana Rosa Gattorno faleceu no dia 06 de maio de 1900, muito debilitada dois dias depois de contrair uma forte influenza, na Casa mãe de Piacenza. A congregação, nesse período, já contava com trezentas e sessenta e oito Casas nas quais desenvolviam as suas missões três mil e quinhentas religiosas. Ela foi beatificada pelo Papa João Paulo II no ano 2000.

Cléofas  

Francisco: alegria e esperança cristãs caminham juntas

06/05/2016


Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta sexta-feira (06/05), o Papa presidiu à missa na Capela Santa Marta. Sua homilia foi centrada na Leitura do Dia, extraída do Evangelho de João.


Antes da Paixão, Jesus adverte os discípulos que ficarão tristes, mas que esta tristeza se transformará num grito de alegria. E usa a imagem de uma mulher ao dar à luz: “É na dor porque chegou a sua hora; mas quando dá à luz o menino, esquece o sofrimento: espera na dor e exulta na alegria”.
“Isto é o que fazem a alegria e a esperança juntas em nossa vida quando estamos em tribulação, em meio a problemas, quando sofremos. Não é uma anestesia. A dor é dor, mas vivida com alegria e esperança abre as portas à alegria de um fruto novo. Esta imagem do Senhor nos deve ajudar nas dificuldades; dificuldades por vezes árduas, que nos levam até a duvidar de nossa fé... Mas com a alegria e a esperança vamos adiante, porque depois da tempestade chega um homem novo, como a mulher quando dá à luz. E Jesus diz que esta alegria e esperança são duradouras, não passam”. 
Alegria e esperança caminham juntas
“Uma alegria sem esperança é simples divertimento, uma alegria passageira. Uma esperança sem alegria não é esperança, não vai além de um saudável otimismo; mas alegria e esperança vão juntas e as duas fazem esta explosão que a Igreja, em sua liturgia, quase grita, sem pudor: “Exulte a tua Igreja!, exulte de alegria. Sem formalidades, porque quando uma alegria é forte, não existe formalidade: é alegria”. 
“O Senhor – afirma Francisco – nos diz que existirão problemas na vida e que esta alegria e esperança não são um ‘carnaval’, mas outra coisa: 
“A alegria fortalece a esperança e a esperança floresce na alegria. E assim vamos adiante, mas todas as duas – com este comportamento que a Igreja quer dar a estas duas virtudes cristãs – indicam um ‘sair de nós mesmos’. A pessoa alegre não se fecha em si mesma; a esperança a leva lá, é precisamente uma âncora na praia do céu que nos faz sair de nós mesmos, com alegria e esperança”. 
Alegria verdadeira
“A alegria humana – explica o Papa – pode ser extraída de qualquer coisa, inclusive das dificuldades. Jesus, ao contrário, quer nos dar uma alegria que ninguém pode nos tirar: “É duradoura, até nos momentos mais sombrios”. É o que acontece na Ascensão do Senhor: “Os discípulos, quando o Senhor vai embora e não o veem mais, ficam olhando para o céu com um pouco de tristeza, mas os anjos vêm a despertá-los”. E Lucas refere que “voltaram felizes, repletos de alegria”. “Aquela alegria de saber que a nossa humanidade entrou no céu, pela primeira vez!”, diz o Papa. 
“A esperança de viver e de chegar ao Senhor se torna uma alegria que se apodera de toda a Igreja. Que o Senhor nos dê esta graça – conclui o Papa – de uma alegria grande, que seja a expressão da esperança, uma esperança forte, que se torne alegria em nossa vida. Que o Senhor custodie esta alegria e esta esperança, para que ninguém as tire de nós”. 
(CM)

Fonte: Rádio Vaticano 

O sonho de Francisco: "Europa seja mãe acolhedora"

06/05/2016

Cidade do Vaticano (RV) – Em cerimônia no Vaticano, o Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira (06/05) o Prêmio ‘Carlos Magno’ e proferiu às autoridades presentes um discurso reiterando, já no início, que este reconhecimento é dedicado a toda a Europa.
“Europa que, no século passado, deu testemunho à humanidade de que um novo começo era possível: depois de anos de trágicos confrontos, culminados na guerra mais terrível de que se tem memória, reencontrou-se a si mesma e começou a edificar a sua casa”, disse.  

No entanto, continuou o Pontífice, “esta família de povos nos últimos tempos parece sentir como menos suas as paredes da casa comum, distanciando-se do luminoso projeto arquitetado pelos Pais”.  
O que aconteceu com a Europa?
Diante de uma plateia prevalentemente europeia, o Papa retomou o questionamento já feito em sua visita de 2014 ao Parlamento Europeu, quando falou de uma “Europa avó, cansada e envelhecida, decadente e tentada mais a dominar espaços do que a gerar processos de inclusão e transformação”.
“O que te aconteceu, Europa humanista, paladina dos direitos humanos, da democracia e da liberdade? O que te aconteceu, Europa terra de poetas, filósofos, artistas, músicos, escritores? O que te aconteceu, Europa mãe de povos e nações, mãe de grandes homens e mulheres que souberam defender e dar a vida pela dignidade dos seus irmãos?”, perguntou.
A resposta, segundo Francisco, está na chamada “transfusão de memória”. “É preciso ouvir a voz dos nossos antepassados, evocar os Pais fundadores da Europa, que souberam procurar estradas alternativas, inovadoras naquele contexto marcado pelas feridas da guerra; procuraram soluções multilaterais para os problemas que pouco a pouco iam se tornando comuns”.
Integrar, dialogar e gerar
A este ponto, o Pontífice frisou o conceito da solidariedade de fato, a generosidade concreta que se seguiu à II Guerra Mundial, e que hoje nos devem inspirar, mais do que nunca, a construir pontes e a derrubar muros; ‘atualizar’ a ideia de Europa e gerar um novo humanismo baseado em três capacidades: a capacidade de integrar, a capacidade de dialogar e a capacidade de gerar.
Integrar as culturas mais diversas num encontro de civilizações e povos e assim, redescobrir a amplitude da alma europeia, sem ‘colonizações ideológicas’. Dialogar é abrir instâncias, reconhecer no outro um interlocutor válido, que nos permita ver o forasteiro, o migrante, a pessoa que pertence a outra cultura como sujeito a ser ouvido, considerado e apreciado. “A cultura do diálogo deveria constar em todos os currículos escolares como eixo transversal das disciplinas”, propôs Francisco.
Em relação à capacidade de gerar, papel preponderante têm os jovens, que com os seus sonhos forjam o espírito europeu. São eles os operadores das mudanças e transformações; os protagonistas. “Mas como podemos fazê-los partícipes desta construção quando os privamos de emprego, de trabalhos dignos que lhes permitam desenvolver-se com as suas mãos, a sua inteligência e as suas energias?”, questionou novamente.  
Justa distribuição dos frutos da terra e do trabalho
“A justa distribuição dos frutos da terra e do trabalho humano não é mera filantropia; é um dever moral”, afirmou, sugerindo que isto requer a busca de novos modelos econômicos, mais inclusivos e equitativos, orientados não para o serviço de poucos, mas para benefício do povo e da sociedade: “a passagem de uma economia líquida a uma economia social”. Na prática, deixar de lado a economia que visa o rendimento e o lucro com base na especulação, em prol de uma economia social, que invista nas pessoas criando postos de trabalho e qualificação.
Inclusão
A solução para um futuro digno, e de paz para as nossas sociedades está, segundo o Pontífice, na verdadeira inclusão: “a inclusão que dá o trabalho digno, livre, criativo, participativo e solidário”, que pode nos dar novamente a capacidade de sonhar aquele humanismo, cujo berço e fonte é a Europa.
Em relação ao papel da Igreja, recordou que o anúncio do Evangelho hoje, mais do que nunca, “se traduz sobretudo em sair ao encontro das feridas do homem, levando a presença forte e simples de Jesus, a sua misericórdia consoladora e encorajante”.  
Europa capaz de ser mãe
Concluindo, o Papa confiou aos presentes o seu sonho de Europa: “Um caminho constante de humanização; uma Europa jovem, capaz de ainda ser mãe, uma mãe que respeita a vida e dá esperanças de vida; que cuida da criança, que socorre como um irmão o pobre e quem chega à procura de acolhimento porque já não tem nada e pede abrigo. Sonho uma Europa que escuta e valoriza as pessoas doentes e idosas, para que não sejam reduzidas a objetos de descarte porque improdutivas. Sonho uma Europa onde ser migrante não seja delito, mas apelo a um maior compromisso com a dignidade de todos os seres humanos. Sonho uma Europa onde os jovens respirem o ar puro da honestidade, amem a beleza da cultura e duma vida simples, não poluída pelas solicitações sem fim do consumismo; onde casar e ter filhos sejam uma responsabilidade e uma alegria grande, não um problema criado pela falta de trabalho suficientemente estável. Sonho uma Europa das famílias, com políticas realmente eficazes, centradas mais nos rostos do que nos números, mais no nascimento dos filhos do que no aumento dos bens. Sonho uma Europa que promova e tutele os direitos de cada um, sem esquecer os deveres para com todos. Sonho uma Europa da qual não se possa dizer que o seu compromisso em prol dos direitos humanos constituiu a sua última utopia”.
Fonte: Rádio Vaticano 

5 de mai. de 2016

Todas as Gerações me Proclamarão Bem-Aventurada

A devoção a Nossa Senhora em todo o mundo é algo que ultrapassa o entendimento humano; é algo sobrenatural; não há país ou cidade onde não haja igrejas, praças, imagens, etc., a ela dedicadas. Os títulos de louvor e glória que Nossa Senhora recebe em todo o mundo são incontáveis; livros e livros já foram escritos sobre seus títulos, suas aparições, suas graças, seus milagres… Seus santuários se espalham pelo mundo todo: Lourdes, Fátima, Aparecida, Guadalupe… A Igreja encorajou e regulou essa devoção universal à Virgem Maria, mas jamais pode tê-la inventado ou criado. Nos momentos mais críticos da história, sobretudo quando a Igreja era mais ameaçada, os Papas orientaram os fiéis a recorrerem confiantes à proteção de Nossa Senhora e rezar o Rosário. É um amulherdoapocalipsesentimento universal que atravessou vinte séculos e chegou até nós mais forte do que nunca. Esse sentimento não teve uma origem humana, se assim fosse não teria tanta força e duração; foi o Espírito Santo quem difundiu nos corações dos cristãos.
Até mesmo os muçulmanos a respeitam e veneram como Aquela mulher que foi “a única não tocada pelo demônio”. Maomé, ao redigir o Corão, mostrou grande estima por Maria. O capítulo 19 tem por título “Maria” e faz várias belas referências a Mãe de Jesus. Ele dá testemunho da virgindade de Maria, e fala de sua vida. Na Caaba (santuário muçulmano principal em Meca) existe uma imagem colorida de Maria com o menino Jesus. É de notar ainda que Maria é mencionada trinta e quatro vezes no Corão, sendo a única mulher designada por seu nome pessoal. Os muçulmanos vão à casinha de Nossa Senhora em Èfeso, onde ela viveu com S. João, prestar-lhe homenagens. É chamada em língua turca “Meryem Ana”.

Lutero e Calvino a veneravam; e também os anglicanos. Lutero escreveu um belo comentário do Magnificat de Maria Santíssima, e o cantava todos os dias. Ele se refere à “doce Mãe de Deus” e exalta a Santíssima Virgem salverainhanestes termos: “Ela nos ensina corno devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo verdadeiramente conveniente, sem procurar nele o nosso interesse… Eis um modo elevado, puro e nobre de louvar: é bem próprio de um espírito alto e nobre corno o da Virgem”. (“Maria Mãe dos homens”, Edições Paulinas). A Mãe de Jesus aparece em Lutero como o puro reflexo do olhar divino. Ela não atrai a nossa atenção sobre Si, mas leva-nos a olhar para Deus.”… “Maria não quer ser um ídolo; não é Ela que faz, é Deus que faz todas as coisas. Deve ser invocada para que Deus, por meio da vontade dela, faça aquilo que pedimos; assim devem ser invocados também todos os outros santos, deixando que a obra seja inteiramente de Deus” (idem p.574-575).
Prof. Felipe Aquino

Fonte: Cléofas 

4 de mai. de 2016

Os frutos da Eucaristia

eucharist-2Como a sagrada Eucaristia nos põe em comunhão íntima e profunda com o Senhor, os seus frutos são abundantes quando ela é recebida com as “disposições necessárias”: estado de graça, desejo de santidade, fervor apostólico, ação de graças etc.
O Senhor diz: “Quem come a minha Carne e bebe meu Sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56). “Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim” (Jo 6,57).
O que o alimento produz em nossa vida corporal, a comunhão o realiza de maneira admirável em nossa vida espiritual. A comunhão da Carne de Cristo ressuscitado, “vivificado pelo Espírito Santo e vivificante” (PO 5), conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batismo. Este crescimento da vida cristã precisa ser alimentado pela comunhão eucarística, pão da nossa peregrinação, até o momento da morte, quando nos será dado como viático.
A comunhão livra-nos do pecado
O Corpo de Cristo que recebemos na comunhão é “entregue por nós”, e o Sangue que bebemos é “derramado por muitos para remissão dos pecados”. Por isso a Eucaristia purifica-nos ao mesmo tempo dos pecados cometidos e preserva-nos dos pecados futuros. Santo Ambrósio dizia:
“Se anunciamos a morte do Senhor, anunciamos a remissão dos pecados. Se, toda vez que o Sangue é derramado, o é para a remissão dos pecados, devo recebe-lo sempre, para que perdoe sempre os meus pecados. Eu que sempre peco, devo ter sempre um remédio” (Sacr. 4,28).
O Concílio de Trento ensinou que como o alimento corporal serve para restaurar a perda das forças, a Eucaristia fortalece a caridade que, na vida diária, tende a arrefecer; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais (DS 2638). Ao dar-se a nós, Cristo reativa o nosso amor e nos torna capazes de romper as amarras desordenadas com as criaturas e de enraizar-nos nele. É por isso que muitos vícios (bebida, jogo, cigarro, drogas, masturbação etc.) são deixados quando a pessoa comunga com frequência.
Acima de tudo a Eucaristia nos preserva dos pecados mortais futuros; isto é da perda da graça santificante e da amizade de Deus. Quanto mais participarmos da vida de Cristo e quanto mais progredirmos na sua amizade, tanto mais difícil dele separar-nos pelo pecado mortal.
A comunhão renova, fortalece e aprofunda a nossa incorporação à Igreja, realizada já pelo Batismo. No Batismo fomos chamados a construir um só Corpo (1 Cor 12,13). A Eucaristia realiza isto.
“O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o Sangue de Cristo? Já que há um único pão, nós embora muitos, somos um só Corpo, visto que todos participamos deste único pão” (1 Cor 10,16-17).
A Eucaristia compromete-se com os pobres
S. João Crisóstomo dizia: “Degustaste o Sangue do Senhor e não reconheces sequer o teu irmão. Desonras esta própria mesa, não julgando digno de compartilhar do teu alimento aquele que foi julgado digno de participar desta mesa. Deus te libertou de todos pecados e te convidou para esta mesa. E tu, nem mesmo assim, não te tornaste mais misericordioso” (Hom. In 1Cor 27,5).
Para receber, na verdade, o Corpo e o Sangue de Cristo entregues por nós, devemos reconhecer o Cristo nos mais pobres, seus irmãos; especialmente os famintos, nus, presos e enfermos (Mt 25,40). A madre Teresa de Calcutá ensinava às suas irmãs a adorarem o Cristo no Sacrário antes de o socorrerem nas ruas na presença do pobre necessitado.
Ensinamentos dos Santos sobre a Eucaristia
São João Crisóstomo: “Deu-se todo, não reservando nada para si”. “Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente doente de amor” (Ct 2,4-5).
São Boaventura: “Ainda que friamente aproxime-se [para comungar] confiando na misericórdia de Deus”.
São Francisco de Sales: “Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à perfeição”.
Santa Teresa de Ávila: “Não há meio melhor para se chegar à perfeição”. “Não percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não costuma pagar mau a hospedagem se o recebermos bem”.
“Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante da Essência Divina”.
São Bernardo: “A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente”. “Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós, montam guarda de amor os anjos”.
Santo Ambrósio: “Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance”.
São Gregório Nazianzeno: “Este pão do céu requer que se tenha fome. Ele quer ser desejado”. “O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-no do altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno”.
São Tomás de Aquino: “A comunhão destrói a tentação do demônio”.
Santo Afonso de Ligório: “Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na hora da morte e durante a eternidade”.
São Pio X: “A devoção à Eucaristia é a mais nobre de todas as devoções, porque tem o próprio Deus por objeto; é a mais salutar porque nos dá o próprio autor da graça; é a mais suave, pois suave é o Senhor”.
“Se os anjos pudessem sentir inveja, nos invejariam porque podemos comungar”.
Santo Agostinho: “Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele”.
“Sendo Deus onipotente, não pode dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar”.
“A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de cada dia”.
“Na Eucaristia Maria perpetua e estende a sua maternidade”.
São Gregório de Nissa: “Nosso corpo, unido ao Corpo de Cristo, adquire um princípio de imortalidade, porque se une ao Imortal”.
São João Maria Vianney: “Cada hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano.
Santa Teresinha: “Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde Ele encontra as suas delícias”.
“Quando o demônio não pode entrar com o pecado no santuário de uma alma, quer pelo menos que ela fique vazia, sem dono e afastada da comunhão”.
Santa Margarida Maia Alacoque: “Nós não saberíamos dar maior alegria ao nosso inimigo, o demônio, do que afastando-nos de Jesus, o qual lhe tira o poder que ele tem sobre nós”.
São Felipe Néri: “A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a Eucaristia”.
Santa Catarina de Gênova: “O tempo passado diante do Sacrário é o tempo mais bem empregado da minha vida”.
São João Bosco: “Não omitais nunca a visita a cada dia ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja muito breve, mas contanto que seja constante”.
“Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visita-o poucas vezes. Quereis que o demônio vos assalte? Visitai raramente a Jesus Sacramentado. Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a Jesus muitas vezes. Querei vencer ao demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus. Quereis ser vencidos? Deixai de visitar Jesus…”
Retirado do livro “Eucaristia”- Coleção Sacramentos- Ed. Canção Nova

Francisco: Deus não conhece a palavra “descartar”

04/05/2016


Cidade do Vaticano (RV) – “Deus não conhece a atual ‘cultura do descarte’, isso não pertence a Ele”. Esta foi a reflexão do Papa Francisco durante a Audiência geral desta quarta-feira, (04/05), na Praça São Pedro.


Ao interpretar a parábola da ovelha perdida, o Pontífice reiterou que devemos refletir sobre ela com mais frequência e fez uma advertência aos cristãos: “não devemos ficar fechados, senão teremos cheiro de mofo. Devemos sair”.
Jesus se utiliza da parábola para a compreensão de todos sobre a Sua proximidade dos pecadores, que não deve ser motivo de escândalo. “Ao contrário” – sublinhou o Papa – deve “provocar em todos uma séria reflexão de como vivemos a nossa fé”.

O estilo de Deus
“O ensinamento que Jesus nos quer transmitir é que nenhuma ovelha pode se desgarrar. O Senhor não pode se resignar ao fato que mesmo uma só pessoa possa se perder. O agir de Deus é aquele de quem vai em busca dos filhos perdidos para depois festejar e rejubilar o reencontro junto com todos”, disse o Pontífice.
O critério de Jesus não se mede pelo peso que 99 ovelhas têm na balança contra uma só. “Estejamos todos conscientes: a misericórdia para com os pecadores é o estilo com o qual Deus age, e à tal misericórdia Ele é absolutamente fiel: nada nem ninguém poderá desviá-Lo da sua vontade de salvação”, afirmou Francisco.
Deus nos aguarda onde Ele está
“Deus não conhece a nossa atual ‘cultura do descarte’, isso não pertence a Ele. Deus não descarta nenhuma pessoa, ama todos, vai em busca de todos, todos, um por um, ele não conhece esta palavra ‘descartar’ as pessoas porque é Todo amor e Todo misericórdia”.
Para encontrar Cristo, devemos estar conscientes de que seu rebanho está sempre em caminho: não é proprietário do Senhor, e não pode se iludir em aprisiona-Lo em nossos esquemas e estratégias.
“O pastor será encontrado lá onde está a ovelha perdida. Portanto, o Senhor deve ser buscado lá onde Ele quer nos encontrar, não onde nós pretendemos encontrá-Lo”, discerniu o Papa.
Cristãos com cheiro de mofo
Francisco falou ainda de lugares vazios, de alguém que foi embora e deixou a comunidade cristã. “Às vezes, isso é desencorajante e leva a pensar que seja uma perda inevitável. É então que corremos o perigo de nos fecharmos dentro do redil, onde não haverá cheiro de ovelhas, mas de mofo. Nós cristãos não devemos estar fechados senão teremos cheiro de mofo. Devemos sair”, exortou o Papa.
“Isto devemos entender bem – concluiu Francisco – para Deus ninguém está definitivamente perdido. Nunca, até o último momento, Deus nos procura. Pensem ao bom ladrão...”.


Rádio Vaticano 

Uma Vigília para enxugar as lágrimas dos que sofrem

04/05/2016

Cidade do Vaticano (RV) -  Uma Vigília para “enxugar as lágrimas” daqueles que têm necessidade de  consolação. No âmbito da Jubileu da Misericórdia, a Basílica de São Pedro será palco esta quinta-feira, 5, da Vigília presidida pelo Papa Francisco dedicada aos que sofrem no corpo e na alma. O evento será transmitido pela Rádio Vaticano, com comentários em português, a partir dar 12h50min, horário de Brasília.
Nossa Senhora das Lágrimas e Agnus Dei
Orações e histórias de vida, banhadas por lágrimas e enxugadas pela fé, marcarão esta intensa Vigília, para expressar a obra de misericórdia espiritual “consolar os aflitos”. Durante a celebração, o Papa Francisco distribuirá aos presentes, como símbolo de consolação e esperança, um Agnus Deis, antigo objeto de devoção usado particularmente no Ano Jubilar, e que remonta ao século IV. Também será exposto para a veneração dos fieis um Relicário de Nossa Senhora das Lágrimas de Siracusa, para pedir a materna proteção de Maria no mês a ela dedicado.
Testemunhos
Durante a Vigília serão dados  alguns testemunhos. A família Pellegrino, ferida pelo drama do suicídio de um filho; a história de Felix Qaiser, refugiado político, jornalista paquistanês pertencente à minoria católica presente no país, fugido para a Itália para dar segurança a sua família; Maurizio Fatamico com o irmão gêmeo Enzo, cuja conversão marcou a história do próprio Maurizio, que quando jovem, mesmo tendo tudo de material, havia pedido o sentido da vida, somente reencontrado com a fé e as lágrimas de sua mãe.
Agnus Dei
Realizado com cera branca em forma oval, o Agnus Dei doado pelo Papa tem em uma das faces o Cordeiro Pascal e do outro o logotipo do Jubileu da Misericórdia. Seu uso, segundo alguns,  remonta ao IV século, passando a ser documentado no século IX. A partir de 1470, com o Papa Paulo II, o Agnus Dei passa a ser utilizado também durante os Anos Jubilares.
Papa entregará Agnus Dei
Dez pessoas receberão o objeto de devoção diretamente do Papa, representando todos aqueles que carregam em suas vidas histórias de grande sofrimento. Entre estes, a Presidente da Associação “Filhos do Céu”, que perdeu seu filho de forma prematura e a Presidente da Associação “Vítimas da estrada”, que perdeu seu filho em um acidente de carro. Quem perdeu um familiar num acidente de trabalho será representado pelo Presidente da associação “Vítimas do dever”. Com eles estará o Diácono Eugène, um jovem proveniente de Ruanda, que durante o Genocídio de 1994 perdeu muitos familiares. Também Angelo, que viveu o drama da prisão por crimes ligados à Camorra e à delinquência; Agostino, vítima de jogos de azar e ainda Angelo, um ex-sem-teto.
As lágrimas das mulheres
Ao lado destes testemunhos, as história das lágrimas enxugadas e derramadas por mulheres, no triplo papel de esposas, mães e avós, representadas pela Dona Mariella; e o das religiosas, comprometidas em várias missões, como Irmã Silvana, no mundo da escola. Por fim a enfermeira Alessia, que a cada dia assiste doentes terminais.
Esperança
São histórias de dramas, mas também de renascimentos, a partir precisamente destas lágrimas, que caídas no terreno da dor, acabaram sendo plasmadas pela fé e transformaram desertos existenciais em jardins de esperança. (JE)

Rádio Vaticano 

3 de mai. de 2016

3/5 – São Tiago

Tiago, filho de Alfeu, é identificado nos Evangelhos como “irmão do Senhor”, termo usado para designar parentesco de primos. Governou a Igreja de Jerusalém e foi chamado de “o Menor” para não ser confundido com São Tiago, o Maior, que era irmão de São João. Os Evangelhos só falam dele nas listas dos apóstolos. Porém, esta falta de informação foi compensada pelas fartas referências à sua ação e personalidade, contida nos Atos dos Apóstolos e na Carta de São Paulo aos Gálatas, que nos permite saber que Tiago era com São Pedro, a principal figura da Igreja. São Paulo chega a citar seu nome em primeiro lugar, dizendo: “Tiago, Pedro e João, considerados colunas da Igreja” (Gl 2,9). Foi com ele, que Paulo, depois de convertido, se encontrou em Jerusalém. Dizem as Escrituras que Tiago sempre teve atenção e carinho especiais de Jesus Cristo. Além de considerá-lo um homem de grande elevação espiritual, ainda era seu parente próximo. Tiago foi testemunha da Ressurreição de Jesus; (I Cor 15,7). Antes de subir aos céus, Jesus, numa aparição, deu a ele o dom da ciência como recompensa por sua bondade e santidade. No concílio de Jerusalém, onde se discutiu o problema da circuncisão e da lei mosaica a serem impostas ou não aos convertidos do paganismo, Tiago teve um papel importante quando deu sua opinião, aceita por todos (At 15). Ele também escreveu uma Epístola.
Devemos a Tiago, os práticos, sensíveis e prudentes ensinamentos. Como esta advertência, sempre muito atual: “Se alguém pensa ser religioso, mas não freia sua língua e engana seu coração então é vã sua religião. A religião pura e sem mácula, aos olhos de Deus, nosso Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas em suas aflições e conservar-se puro da corrupção deste mundo” (Tg 1, 26-27). Sobre a morte de Tiago, o Menor, que foi o primeiro apóstolo a dar a vida em nome de Jesus, possuímos informações de antiga data. Entre as mais prováveis estão as do historiador hebreu José Flávio, segundo o qual, o apóstolo teria sido apedrejado e pisoteado no ano 61 ou 62, pelo sumo pontífice Anás II, que se aproveitou da morte do íntegro Papa Festo para eliminar o bispo de Jerusalém. São Tiago, o Menor, sempre foi considerado um homem de grande pureza, total dedicação e abnegação, vivendo desde o nascimento consagrado a Deus. Sua vida foi santa e de muita austeridade. Converteu muitos judeus à fé cristã, antes de receber a coroa do martírio. Suas relíquias foram colocadas na igreja dos santos Apóstolos, em Roma, e sua festa se celebra no dia 3 de maio.

Cléofas 

A milagrosa história de Nossa Senhora dos Desamparados

Apesar dos exames realizados, até hoje não se sabe de que material foi esculpida a imagem, atribuída aos anjos.


Valência, no leste da Espanha, às margens do Mar Mediterrâneo, é uma cidade carregada de história. Ela foi invadida pelos muçulmanos no fim do século XI e reconquistada pelo grande herói Cid Campeador, que foi seu soberano e ali faleceu.
Em Valência nasceu o extraordinário São Vicente Ferrer, que lutou contra a decadência da Idade Média com tal vigor e eloquência que foi chamado de Anjo do Apocalipse.
A padroeira de Valência é Nossa Senhora dos Desamparados, cuja belíssima história é, em breves traços, a seguinte:
No início do século XV – quando ainda vivia o grande São Vicente Ferrer – foi fundada em Valência a Confraria dos Desamparados. Ela visava socorrer os doentes e dar digna sepultura aos cadáveres abandonados nos campos.
O principal inspirador foi o Beato Padre Jofré. A confraria era composta sobretudo de artesãos, mas chegou a ter entre seus membros também duques, marqueses, condes e ricos burgueses. Eles obtiveram uma capela, mas faltava uma imagem de Nossa Senhora que exprimisse o espírito daquela instituição.
Em 1414, apareceram na casa de um confrade – cuja esposa era cega e paralítica – três jovens muito bem apessoados, em traje de peregrinos. Disseram ser escultores e se dispuseram a fazer uma imagem da Virgem para a confraria. Pediram apenas um local isolado para trabalharem e que, durante três dias, ninguém os visitasse.
Consultado o Beato Jofré, a proposta foi aceita. No quarto dia, o mesmo homem de Deus, acompanhado de várias pessoas, foi até o local onde estavam os três jovens. Bateram à porta. Como ninguém atendesse, arrombaram-na.
Oh magnífica surpresa! Os jovens haviam desaparecido, mas deixaram uma belíssima imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus.
Todos entenderam que os peregrinos escultores eram anjos. A esposa cega do confrade, que recebera os três anjos, foi conduzida até o local onde estava a imagem. Chegando diante da bela escultura, imediatamente recobrou a vista e o movimento de seus membros.
A partir de então, mediante a intercessão de Nossa Senhora dos Desamparados, ocorreram muitos milagres, entre os quais a cessação da terrível peste que grassou em Valência e outras partes da Espanha em meados do século XVII, no reinado de Filipe IV.
A imagem de Nossa Senhora dos Desamparados mede 1,40m e a representa carregando, no braço esquerdo, o Menino Jesus; o braço direito, cuja mão segura um ramo de lírios de prata, está estendido em direção ao solo. Sobre a cabeça de Nossa Senhora há uma grande e riquíssima coroa, cravejada de brilhantes, pérolas, rubis e outras pedras preciosas. Atrás da coroa, um belo resplendor com doze estrelas. O Menino Jesus segura em seus braços uma cruz. A Virgem e seu divino Filho portam túnicas e mantos primorosamente lavrados. Apesar dos exames realizados, até hoje não se sabe exatamente de que material foi esculpida a imagem.
Hoje, tantas pessoas estão no desamparo, sobretudo espiritual. Se Nossa Senhora enviou três anjos para o socorro material dos homens no século XV, com quanto mais razão não enviará legiões de espíritos angélicos para nos proporcionar auxílio sobrenatural contra a degenerescência moral catastrófica em que o mundo se encontra!
É preciso pedirmos com fé, perseverança, humildade e confiança:
Nossa Senhora dos Desamparados, socorrei-nos, a nós, abandonados neste mundo neopagão!
A festa de Nossa Senhora dos Desamparados é celebrada no segundo domingo de maio.
Nossa Senhora dos Desamparados é também padroeira da Costa Rica.


Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...