27 de fev. de 2016

27/2 – São Gabriel de Nossa Senhora das Dores

Pertencia à Congregação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo fundada por são Paulo da Cruz. Quando morreu, no dia 27 de fevereiro de 1862, com apenas 24 anos de idade, havia deixado nas mãos do seu diretor espiritualmente um diário que poderia ser uma pequena autobiografia. Infelizmente o padre Norberto, diretor espiritual, já havia destruído o diário. Em 1959 João XXIII nomeava-o padroeiro principal de todo o Abruzzo. São Gabriel não nasceu no Abruzzo, mas em Assis, no dia 1º de março de 1838. Foi batizado no mesmo dia e recebeu o nome de Francisco. Em Assis viveu bem pouco tempo porque o pai, Sante Possenti, governador no Estado pontifício, teve encargos em várias localidades, antes de se estabelecer definitivamente em Spoleto, em 1841, na qualidade de assessor. Francisco foi aluno dos Irmãos das Escolas Cristãs e depois dos jesuítas. Com eles ficou estudando até a idade de 18 anos, quando tomou a decisão de ingressar na família religiosa de são Paulo da Cruz.
Acolhido no noviciado de Morrovalle, a 21 de setembro de 1856, vestiu o hábito religioso e assumiu o nome de Gabriel de Nossa Senhora das Dores. Um ano após emitiu os votos religiosos. Ficou dez meses em Morrovalle, depois morou um ano em Pievetorina para completar os estudos filosóficos. A 10 de julho de 1859 chegou com os confrades à ilha del Gran Sasso. Foi a última etapa da sua peregrinação. Aí morreu a 27 de fevereiro de 1862. Dele possuímos poucos escritos: um caderno de anotações de aula, com dísticos latinos e poesias italianas, uma coleção de pensamentos dos Padres sobre Nossa Senhora e umas quarenta cartas repletas de devoção à Virgem Dolorosa. Era um exemplo de observância religiosa. Foi canonizado em 1920 (em 1908: beatificação). Em 1926 Pio XI nomeava-o co-patrono da Ação Católica.

Cléofas 

Papa visita comunidade terapêutica para recuperação de toxicômanos

26/02/2016


Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde deste 26 de fevereiro, sexta-feira da segunda semana da Quaresma, o Santo Padre Francisco, no contexto dos “sinais jubilares” de testemunho das obras de misericórdia, visitou a Comunidade San Carlo, nas proximidades de Castelgandolfo. Fundada pelo Padre Mario Picchi - com o objetivo de prevenir e enfrentar a exclusão social das pessoas, com particular atenção aos toxicômanos - a obra pertence ao Centro Italiano de Solidariedade.
Seguindo a linha que conceitualmente liga esta Sexta-feira da Misericórdia, os gestos que o Papa realiza durante o Ano Santo repassam simbolicamente as Obras de Misericórdia. Desta vez, sem nenhum aviso prévio, o Papa Francisco apareceu na porta da Comunidade terapêutica San Carlo, na periferia de Roma. A comunidade, fundada pelo Padre Mario Picchi, recebe 55 hóspedes, que realizam um percurso para sair da dependência das drogas.
A surpresa foi geral. Ninguém esperava poder encontrar o Papa e uma profunda comoção tomou conta dos presentes. Francisco queria estar junto com os jovens, ouvir as suas história e que cada um deles pudesse sentir a sua proximidade.  Provocou-os a não deixarem-se devorar pela “metástase” da droga e, abraçando-os, quis fazê-los compreender o quanto o caminho iniciado na comunidade é uma real possibilidade para recomeçar a manifestar uma vida digna a ser vivida.
Com este sinal, portanto, o Papa quis acentuar a necessidade de ter uma constante confiança na força da Misericórdia, que continua a apoiar a nossa peregrinação e que, acompanhando-nos também nas horas mais frias, faz sentir o  calor da sua presença e reveste o homem da sua dignidade.
O significado desta visita foi assim explicado pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Arcebispo Rino Fisichella:
“O Papa Francisco não deixa de surpreender. A sua viagem ao México foi caracterizada por uma forte e inequívoca denúncia  em relação ao narcotráfico. As suas palavras claras permanecem como um eco inconfundível: “Me preocupam tanto que, seduzidos pelo poder vazio do mundo, exaltam as quimeras e se revestem de seus macabros símbolos para comercializar a morte... Vos peço para não subestimares o desafio ético e anticívico que o narcotráfico representa para a juventude e para toda a sociedade, incluída a Igreja”.
Assim, há poucos dias de seu retorno da viagem ao México, o Papa quis ser novamente um sinal concreto e visível daquilo que havia dito na Catedral da Cidade do México: “Nós Pastores da igreja não podemos refugiar-nos em condenações genéricas, mas devemos ter uma coragem profética e um sério e qualificado projeto pastoral para contribuir, gradualmente, em tecer uma delicada rede humana... Somente começando pelas famílias; aproximando-nos e abraçando a periferia humana e existencial dos territórios desolados das nossas cidades; envolvendo as comunidades paroquiais, as escolas, as instituições comunitárias, a comunidade política, as estruturas de segurança; somente assim se poderá libertar totalmente das águas nas quais, infelizmente, se afogam tantas vidas”. (JE)

Fonte: Rádio Vaticano 

Francisco recorda os 10 anos da primeira Encíclica de Bento XVI

26/02/2016


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência no final da manhã desta sexta-feira (26/02), no Vaticano, os participantes do Congresso Internacional sobre os 10 anos da Encíclica Deus caritas est”.


A primeira Encíclica de Bento XVI, disse o Papa em seu discurso, trata de um tema que permite percorrer toda a história da Igreja, que é também uma história de caridade.
“Esta caridade recebida e doada é o fulcro da história da Igreja e de cada um de nós. O ato de caridade, de fato, não é somente dar uma esmola para lavar-se a consciência, mas inclui uma atenção de amor dirigida ao outro.”
O Ano Jubilar que estamos vivendo, reiterou Francisco, é também uma ocasião para voltar a este coração pulsante da nossa vida e do nosso testemunho. Caridade e misericórdia, destacou, estão estreitamente ligadas, porque são o modo de ser e de agir de Deus: a sua identidade e o seu nome.
Bússola
O Pontífice ressaltou dois aspectos da Encíclica. O primeiro por recordar a verdadeira face de Deus: quem é o Deus que podemos encontrar em Cristo e como é fiel e insuperável o seu amor. “Devemos olhar para a caridade divina como a bússola que orienta a nossa vida antes de nos encaminhar para qualquer atividade: ali encontramos a direção, dela aprendemos como olhar os irmãos e o mundo”, destacou o Papa.
O segundo aspecto é que a Encíclica nos recorda que esta caridade deve se espelhar sempre mais na vida da Igreja. “Como gostaria que cada atividade revelasse que Deus ama o homem!”, acrescentou o Papa.  A missão caritativa da Igreja é importante, explicou, não só porque leva os homens a uma vida digna, mas – sobretudo – porque faz com que cada pessoa se sinta concretamente amada por Deus. E Francisco agradeceu a todos aqueles que se empenham diariamente nesta missão, reiterando o convite a colocar em prática, neste Ano Jubilar, as obras de misericórdia corporais e espirituais.
Concretude
“Viver as obras de misericórdia significa conjugar o verbo amar segundo Jesus”, completou o Papa, concluindo: “A Encíclica Deus caritas est conserva intacto o frescor da sua mensagem, com a qual indica a perspectiva sempre atual para o caminho da Igreja”.
O Congresso internacional foi organizado pelo Pontifício Conselho Cor Unum nos dias 25 e 26 deste mês. 
A conferência se insere no programa de eventos do Jubileu da Misericórdia e tem como objetivo examinar e aprofundar as perspectivas teológicas e pastorais da Encíclica para o mundo de hoje, sobretudo em relação ao trabalho daqueles que exercem o serviço de caridade da Igreja.
Participam do encontro representantes de vários países das conferências episcopais e de organismos caritativos da Igreja. Do Brasil, participa o Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Leonardo Steiner.

Fonte: Rádio Vaticano 

Não existem barreiras para a caridade, escreve Bento XVI

25/02/2016


Cidade do Vaticano (RV) – Dez anos após a publicação da Encíclica Deus Caritas est, foi aberto no Vaticano o Congresso Internacional voltado a examinar as perspectivas teológicas e pastorais para o mundo de hoje da primeira Encíclica de Bento XVI. “A caridade nunca terá fim” foi o título escolhido para o encontro, para ressaltar que a mensagem do Deus-amor, contida no texto, é válida em todos os tempos. Os organizadores do Pontifício Conselho Cor Unum e os participantes das diversas Conferências Episcopais e dos numerosos organismos de caridades católicos, estarão em audiência com o Papa Francisco esta sexta-feira, 26.
“Temos dez anos de Deus Caritas est para trás, é uma bonita meta, porém, pensemos que é um texto ainda atual!”. Assim Dom Giampietro dal Toso, Secretário do Pontifício Conselho Cor Unum, explica o motivo do Congresso. Assim, não é a comemoração de um texto, mas a perspectiva que ele abre no mundo de hoje dominado frequentemente pela dimensão da utilidade:
“A caridade abre uma perspectiva de gratuidade, mas, se quisermos, ainda mais profundamente, esta mensagem da caridade responde no fundo àquilo que é o homem, porque cada homem no profundo de seu coração pede para ser amado e para amar. E sentir que Deus é caridade é uma mensagem que pode fazer o bem”.
A Caridade é o coração da fé e da vida da Igreja e o serviço da caridade é constitutivo dela, como são os Sacramentos e a Palavras. Caridade – explica o Cardeal Gerhard Ludwig Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, não é “simplesmente apelo moral”, nem “obrigação religiosa”, nem uma espécie de “assistência social”. A partir do amor sublime que une homem e mulher no matrimônio, em uma “comunhão físico espiritual” “natural” – em relação à qual, qualquer outro tipo de união representa uma falsa ideologia imposta pela política – o amor verdadeiro é dedicação e perdão, é dom ao próximo enquanto recebido de Deus. E na medida em que soubermos ser testemunhos deste amor – sublinha o purpurado – levaremos a luz de Deus ao mundo.
“Não existem barreiras para a caridade, cuja missão interna é precisamente fazer sentir a bondade de Deus além de qualquer fronteira”, escreve o Papa Emérito Bento XVI aos participantes do Congresso. “Ninguém é indiferente aos olhos de Deus” e isto é traço comum entre as religiões, de forma a poder constituir uma plataforma para o diálogo e um trabalho comum. Pelo mundo judaico, fala o Rabino David Shlomo Rosen do American Jewish Committee:
“Não existe uma palavra somente no hebraísmo para indicar a caridade.... A mais comum é o conceito de “Sadaqah”, que significa justiça. Em outras palavras, é o modo correto de comportar-se. Não é algo pelo qual tu recebes um tapa nas costas, mas deveria ser automaticamente o modo natural de comportar-se, com generosidade de espírito. É radicada no reconhecimento que todo ser humano é criado à imagem divina. Em outras palavras, a presença de Deus se encontra nos últimos, e por isto a nossa resposta aos outros é a resposta a Deus. Mas existe também uma palavra mais profunda e é a palavra “Hesed”, que significa mais do que simplesmente caridade, “graça”, no sentido mais próximo ao conceito cristão desta expressão, e se refere não somente às nossas interações humanas de bondade amorosa e misericordiosa, mas sobretudo à atitude de Deus em relação ao nós: de amor ilimitado, que sempre nos perdoa”.
RV: Pode ser instrumento de diálogo entre as religiões?
“Certamente, também no conceito de “Sadaqah”, que é verdade porque o momento em que reconhecemos que cada ser humano foi criado à imagem divina, então reconhecemos que não podemos realmente servir a Deus se não servimos os nossos irmãos; não podemos amar a Deus, se não nos amamos uns aos outros”.
Palavras que encontram eco nas afirmações do Professor Saeed Ahmed Khan, da Wayne State University:
“Frequentemente o conceito de “caridade” é limitado pelo modo em que as pessoas a descrevem: pensam, de fato, que signifique dar algo a alguém que está em necessidade e geralmente isto é colocado em termos de necessidades materiais: dar comida, abrigo, roupas.... Pelo contrário, “caridade” é uma expressão muito mais ampla e que ainda, no Islã, é considerada uma bênção, um instrumento para manifestar o amor e a misericórdia e a empatia em relação à humanidade. O Profeta Maomé disse que até mesmo um sorriso pode ser uma forma de “caridade””.
No Congresso será dado espaço também aos testemunhos de projetos concretos de caridade, vindos de Cabo Verde, Síria e América Latina. O Congresso trata também das perspectivas antropológicas e filosóficas da caridade. (JE)

Rádio Vaticano 

26 de fev. de 2016

26/2 – Santo Alexandre

Entre os numerosos santos com este nome, o patriarca Alexandre que nasceu no ano de 250, merece um lugar de honra especial. Foi um dos campeões na luta contra o arianismo. Era profundamente culto e bom. Em 313 foi escolhido patriarca de Alexandria do Egito. Um dos primeiros cuidados, do patriarca de 60 anos, foi o da formação e da escolha dos clérigos entre homens de comprovada virtude e deu início à construção da igreja de São Theonas, a maior da cidade. Mas o seu nome ficou gravado na construção do grande baluarte da ortodoxia no concílio ecumênico de Nicéia contra Ário, um dos seus sacerdotes. Ário lançou mão de todos os meios, inclusive canções, para difundir sua heresia. Para ele Deus não se comunica com a criatura, Cristo não é Deus etc. Alexandre procurou reconduzir as ovelhas ao rebanho. Frustradas todas as tentativas teve como extremo recurso convocar um concílio ecumênico.
Os bispos vindos de todas as partes do mundo examinaram cuidadosamente as teses de Ário e condenaram-nas. Ário não se submeteu. Refugiou-se na Palestina. Até o imperador Constantino se intrometeu na controvérsia. Não entendia muito de questões teológicas. Chamou Alexandre e Ário à ordem com severas advertências. Depois de todas essas polêmicas foi que Alexandre tanto insistiu que o imperador convocou o concílio de Niceia de Bitínia.
Foi nessa grande reunião ecumênica que encontramos, ao lado do velho e enfermo patriarca Alexandre, o seu aguerrido diácono. Atanásio, que depois lhe sucederá na sede patriarcal e triturará o arianismo. Quando voltou do concílio Alexandre foi acolhido triunfalmente em Alexandria. Cinco meses após morreu. A data é um tanto duvidosa. A mais provável é a de 26 de fevereiro de 328. É sufragada por maior número de testemunhos.

Fonte: Cléofas 

Papa: É uma graça ver o pobre que bate à porta de nosso coração

25/02/2016 


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a missa na Casa Santa Marta, na manhã desta quinta-feira (25/02). 

No Evangelho do dia, Jesus conta a parábola do homem rico “que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias” e não percebia que à sua porta havia um pobre, chamado Lázaro, cheio de chagas. O Papa convidou a fazer-se a seguinte pergunta: “Sou um cristão que caminha na estrada da mentira, somente do dizer, ou sou um cristão que segue o caminho da vida, ou seja, das obras, do fazer?” Este homem rico, de fato, ressalta Francisco, “conhecia os mandamentos, certamente todos os sábados ia à sinagoga e uma vez por ano ao templo”. Tinha uma certa religiosidade”:

Bolha de vaidade
“Mas era um homem fechado, fechado em seu pequeno mundo, o mundo dos banquetes, das roupas, da vaidade, dos amigos. Um homem fechado numa bolha de vaidade. Não tinha a capacidade de olhar além, mas somente ao seu próprio mundo. E este homem não percebia o que acontecia fora de seu mundo fechado. Não pensava, por exemplo, nas necessidades de muitas pessoas ou na necessidade de companhia dos doentes, somente pensava nele, em suas riquezas, em sua vida boa: se entregava à boa vida.”
Era, portanto, um religioso aparente, “não conhecia nenhuma periferia, era fechado em si mesmo. Não conhecia a periferia que estava próxima à sua porta de casa. Percorria o caminho da mentira, porque confiava somente em si mesmo, em suas coisas, não confiava em Deus”. Um homem que não deixou herança, não deixou vida, porque somente era fechado em si mesmo. É curioso, sublinha o Papa Francisco, que tinha perdido o nome. O Evangelho não diz como se chamava, somente diz que era um homem rico, e quando o seu nome é somente um adjetivo é porque você perdeu a substância, perdeu a força”: 
O pobre é o Senhor que bate à porta 
“Este é rico, este é potente, este pode fazer tudo, este é um sacerdote de carreira, um bispo de carreira. Quantas vezes nós nominamos as pessoas com adjetivos, não com os nomes, porque não têm substância. Mas eu me pergunto: “Deus que é Pai, não teve misericórdia deste homem? Não bateu à porta de seu coração para movê-lo? Sim, o Senhor estava ali na porta, na pessoa de Lázaro, que tinha um nome. Este Lázaro com as suas necessidades e suas misérias, suas doenças, era o Senhor que batia à porta para que aquele homem abrisse o coração e a misericórdia pudesse entrar. Mas ele não via, estava fechado: para ele além da porta não havia nada”.
Estrada da vida ou da mentira
Estamos na Quaresma - recorda o Papa - e nos fará bem perguntarmo-nos que caminho estamos percorrendo:
“Eu estou no caminho da vida ou no caminho da mentira? Quantos fechamentos tenho ainda em meu coração? Onde está a minha alegria: no fazer ou no dizer? No sair de mim mesmo para ir ao encontro dos outros, para ajudar? As obras de misericórdia, hein! Ou a minha alegria é ter tudo organizado, fechado em mim mesmo? Peçamos ao Senhor, enquanto pensamos nisto, na nossa vida, a graça de ver sempre os Lázaros que estão à nossa porta, os Lázaros que batem no coração, e sair de nós mesmos com generosidade, com gestos de misericórdia, para que a misericórdia de Deus possa entrar em nosso coração!”. 

Fonte: Rádio Vaticano 

Papa: perguntas de crianças fazem adultos amadurecer

25/02/2016

Cidade do Vaticano (RV) – “As perguntas mais difíceis a mim feitas não foram nas provas com os professores, e sim aquelas que me fizeram as crianças”. É o que disse o Papa ao receber crianças e organizadores por ocasião do lançamento do livro “O Amor antes do Mundo”, nesta quinta-feira (25/02), na Itália. 
Um documento multicultural que reflete as ideias de crianças de todos os continentes. Elas escreveram cartas com perguntas ao Papa, que as respondeu. As respostas do Papa foram recolhidas pelo jesuíta Antonio Spadaro e o conteúdo final foi compilado  pela editora Loyola Press, da Companhia de Jesus dos EUA. A previsão é que o livro seja lançado no Brasil em março.
“Responder, às vezes, à pergunta de uma criança, pode nos colocar em dificuldade, porque a criança tem algo que vê o essencial e o pergunta diretamente, e isso produz um efeito de maturação interior em que escuta a pergunta. Ou seja, as crianças fazem os adultos amadurecer com suas perguntas”, disse ainda o Pontífice.
Após responder algumas perguntas de crianças de 9 países, Francisco confessou algo que lhe causa muita dor e comoção: quando encontra as crianças doentes nas Audiências gerais.
“Me faço a pergunta que já se fazia o grande Dostoievsky: ‘Por que as crianças sofrem?’. E lhes asseguro que eu, o Papa, aquele que parece que sabe tudo e que tem todo o poder, não sei responder a esta pergunta. A única coisa que me ilumina é olhar esta Cruz, ver por que sofreu Jesus, a única resposta que encontro”.
E concluiu com um pedido: “Minha mensagem aos adultos é que estejam próximos das crianças que sofrem, e que ensinem às crianças a estarem próximas daquelas que sofrem”. (RB)
Abaixo, a íntegra de algumas respostas do Papa às perguntas das crianças feitas durante o encontro nesta quinta-feira.
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Qual é o aspecto favorito em ser Papa?
Papa Francisco: Eu disse que as crianças fazem as perguntas mais difíceis de se responder. Estar com as pessoas, gosto muito de estar próximo às pessoas, porque estás com um idoso, com uma criança, com jovens e adultos. E cada um deles te ensina alguma coisa da vida e te faz viver a vida, e assim nos relacionamos com as pessoas. Sempre que estou com as pessoas aprendo algo, sempre. E isso é muito importante, também para a vida. Quando me encontro com uma pessoas, posso me perguntar: O que esta pessoa tem de bom? O que de bonito me ensinou? Ou, O que não gostei e que não tem que ser feito, ou mudar? Agora vou fazer uma pergunta para todos: O que é melhor, estar com as pessoas ou estar separado delas: (R: Próximos). Por isso, repito uma palavra que disse outro dia: Para ser feliz na vida é preciso fazer pontes com as outras pessoas.
Se não fosses Papa quem queria ser e porque?
Papa Francisco: Digo a verdade? Quanto tinha a sua idade, sem mais ou menos, a tua. Quando tinha a tua idade ia com a minha mãe ou com a minha avó ao mercado para comprar as coisas. Naquela época não existia o supermercado e sim o mercado de rua, a feira, onde havia o lugar para a verdura, para as frutas, para a carne. Eu gostava de ver como o açougueiro cortava a carte, com qual arte. Então, disse que queria ser açougueiro, depois estudei química, mas esta foi a primeira vocação.
Qual o Santo que mais admiras?
Papa Francisco: Tenho vários santos amigos, não sei a qual admiro mais, mas sou amigo de Santa Terezinha do Menino Jesus, sou amigo de Santo Inácio, sou amigo de São Francisco – eu não sei se eles são meus amigos – e admiro cada qual por alguma coisa, mas diria que são os três, talvez, que mais me chegam ao coração.
Como é ser Papa?
Papa Francisco: Me sinto tranquilo e Deus me deu a graça de não perder a paz, esta é uma graça de Deus.  E sinto que estou terminando a minha vida assim, com muita paz.  Me sinto bem por isso, porque sinto que Deus me dá paz. E também me dá alegria, por exemplo, este encontro com vocês me traz muita alegria. Quando o padre Spadaro me contou sobre isso, de convidar as crianças aqui, eu disse: “Estás louco”. Este encontro, porém, tem um grande significado, porque se fez uma ponte com cada um de vocês.
O que lhe inspirou a se tornar Papa?
Papa Francisco: Ao meu lado estava um grande amigo, um brasileiro, que hoje tem mais de oitenta anos, o cardeal Hummes, e quando viu que poderia sair a eleição neste sentido, ele me disse: Não te preocupes, assim age o Espírito Santo. Depois, quando fui eleito, ele mesmo me abraçou e me disse: Não te esqueças dos pobres. Então, este meu amigo colocou diante de mim duas personagens: o Espírito Santo e os pobres. Então, isso me moveu a aceitar e a colocar-me o nome de Francisco.
Que amor provas por Jesus Cristo, por Deus?
Papa Francisco: Eu não sei se amo verdadeiramente Jesus Cristo, procuro amá-Lo, mas não tenho certeza se Ele me ama, disto não tenho certeza.
Antes de ser Papa eras tão religioso como és agora?
Papa Francisco: Bom, eu sou idoso, tenho 80 anos, no final do ano. A vida de uma pessoas não é assim sempre, a vida de uma pessoa, é assim: existem momentos de alegria e existem momentos em que estás para baixo, existem momentos de grande amor a Jesus e aos companheiros, e a todas as pessoas, e existem momentos em que o amor às pessoas não existe e tu és um pouco traidor do amor de Jesus, existem momentos que te parece de ser mais santo e outros momentos em que tu és mais pecador. Mas minha vida é assim. Não te assustes se viveres um momento feio, não te assustes se pecares, o amor de Jesus é maior que tudo isso, vá até Ele, e deixa-te abraças por Ele. Entendes?
Qual é sua idade?
Papa Francisco: Tenho 79, e em dezembro, 80, não 100, como disse esse mentiroso. (Risos. Refere-se ao intérprete).
É difícil ser Papa?
Papa Francisco: É fácil e é difícil, como a vida de qualquer pessoa. É fácil porque tens muita gente que te ajuda. Por exemplo, vocês, me estão ajudando agora, porque meu coração está mais feliz e vou poder trabalhar melhor e fazer coisas melhores. E existem momentos difíceis porque as dificuldades existem em todos os trabalhos. Há as duas coisas. 
Porque te chamaste Francisco?
Papa Francisco: Chamei-me Francisco porque este cardeal brasileiro que estava ao meu lado, quando fui eleito, me abraçou e me disse: Não te esqueças dos pobres. E comecei a refletir naquele momento que tive: pobres, pobres e São Francisco de Assis. E aí escolhi o nome.
Porque vives em Roma e não em outro lugar?
Papa Francisco: Porque o Papa é o Bispo de Roma. Então, o Papa é Papa porque é o Bispo de Roma. Primeiro é Bispo de Roma, e porque é o Bispo de Roma, é o Papa. Mas o principal, o primeiro é ser Bispo de Roma.
Quantas vezes reza por dia e como?
Papa Francisco: Rezo, pela manhã, quando me levanto, o livro de orações que rezam todos os sacerdotes, que se chama “Breviário”. Depois, rezo quando celebro a missa. Depois rezo o Terço. E lhes aconselho que levem sempre um Terço com vocês, eu o carrego no bolso, depois vou lhes mostrar outra coisa. Depois, à tarde, faço Adoração do Santíssimo Sacramento. Estes são os momentos formais, mas eu gosto de rezar pelas pessoas que encontro, gosto disso. Lhes mostrei o Terço que tenho no bolso, e vou lhes dar um para cara, para que o tenham. Mas também trago no bolso – e vocês do Quênia, de Nairóbi, se lembram disso – uma Via-Sacra, que é o caminho da Cruz de Jesus, e quando vejo tudo o que Jesus sofreu, por mim e por todos nós, porque gosta muito de nós, isso me leva a ser melhor e menos ruim.

Fonte: Rádio Vaticano 

25 de fev. de 2016

Estar no mundo, sem ceder ao mundo - Pe Zezinho




Fonte: Canal Youtube TV Aparecida 

Sejamos filhos obedientes!

“Foi a obediência que vos abriu o céu na virtude do Sangue de Cristo”. Santa Catarina de Sena
A humanidade foi mergulhada no pecado e no sofrimento, na dor e na morte, por causa da desobediência de Adão e Eva; e foi salva porque Jesus cumpriu perfeitamente a vontade do Pai, obedecendo-o perfeitamente. Ele, como “novo Adão”, fez o caminho inverso de Adão. Ele disse aos Apóstolos: “Meu alimento é fazer a vontade de meu Pai que está nos céus” (Jo 4,34).
Para Jesus não havia outra razão para viver neste mundo a não ser “cumprir perfeitamente a vontade do Pai”, em perfeita obediência. Disse São Paulo: “Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos” (Rm 5,19). A carta aos hebreus diz: “Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve” (Hb 5,8).soporti
Jesus foi ao ponto mais profundo que um homem possa sofrer e se aniquilar para destruir o nó da desobediência de Adão: “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,6-8).
Em muitas ocasiões Jesus deixou claro aos discípulos a necessidade de cumprir a vontade de Deus, e isso deve ser para nós uma orientação determinante. O seu alimento era fazer a vontade de Deus (cf. Jo 4,4). Isso Lhe dava força, ânimo, coragem para enfrentar tudo que Ele sabia que ia acontecer com Ele até o Calvário. Já desde menino, no Templo, Ele mostra que o que lhe importa é “estar na Casa do Pai”, fazer a sua vontade, realizar o seu plano de salvar os homens. “O mundo, porém, deve saber que amo o Pai e procedo como o Pai me ordenou” ( Jo 14,31).
E, quando ensina aos Apóstolos a Oração perfeita, manda pedir que a vontade do Pai seja cumprida perfeitamente: No Sermão da Montanha, onde Ele colocou a “Constituição do Reino de Deus” (Mt 5,6 e 7), deixou claro que se salvam aqueles que fazem a vontade de Deus:
“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!” (Mt 7,21)
E na cruz Jesus levou à plenitude o cumprimento da vontade do Pai, obediência perfeita à Sua vontade; e assim, salvou o mundo.
Aos romanos, o Apóstolo explicava que todo cristão é convidado a responder à ordem-programa do Pai pela “obediência da fé” (Rm 1,5). A determinação do Pai foi clara: “Este é o meu Filho bem-amado, escutai-O” (Lc 9,35; Mc 9,6; 2 Pd 1,17). O acatamento a tudo que Jesus falou abre a existência de seu discípulo para a liberdade verdadeira e dá acesso à vida filial. Trata-se da aceitação das doutrinas da crença cristã que são detalhadas pelo Magistério da Igreja, bem como a adesão a comofazeravontadededeusDeus pela fé. Interessante notar, quando lá no Tabor os apóstolos ouviram a voz do Pai, eles “caíram de bruços e tiveram grande medo” (Mt 17, 6). Isso é fato, em nossa miséria, também nos apresentamos “medrosos” diante de Deus e da verdade. Outras tantas vezes não conseguimos compreender ou aceitar a vontade de Deus para as nossas vidas. E justamente, neste ponto, o Magistério da Igreja, nos auxilia a não “errarmos o caminho”, sobretudo ao que se trata de nossa fé. Jesus quis que fosse assim. Não me esqueço desse forte ensinamento: “É preferível errar com a Igreja, do que errar sozinho”. Mas para estar em comunhão com Cristo e a Igreja, precisamos ser obedientes. Foi o que Ele nos ensinou.
Muitos ainda dizem ser obedientes a Deus e não veem a necessidade de obedecer a Igreja. Ora, isso não pode ser assim! É preciso entender que quem não concorda com o que a Igreja ensina, não conhece bem o que Jesus ensinou, fez e mandou que fizéssemos. Ele fundou a Igreja sobre São Pedro e os Apóstolos para ser sua “porta voz” na terra e extensão de Sua Presença entre nós, já que ela é o “Corpo de Cristo” . Jesus disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a Mim ouve; quem vos rejeita, a Mim rejeita, e quem Me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16). Quer dizer, quem não ouve a Igreja, não Me ouve! Quem não obedece a Igreja, não obedece Jesus.

Jesus ainda disse a eles: “Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino” (Lc 12, 32). E foi à Igreja que Jesus mandou: “Ide pelo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Como, então, não concordar com a palavra da Igreja? E mais: “A quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados…” (Jo 20,22). O Pai mandou o Filho para salvar o mundo; e o Filho enviou a Igreja. Ela é o “Sacramento universal da Salvação” (LG, 4), a Arca de Noé que salva do dilúvio do pecado. Na Santa Ceia, na despedida dos Apóstolos, Jesus fez várias promessas à Igreja, ali formada por seus discípulos. Entre muitas coisas que São João narrou, em cinco capítulos do seu Evangelho (13 a 17), Jesus prometeu à Igreja:
“Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós”. “Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (Jo 14,15.25). Ora, como a Igreja poderia ensinar algo errado se o Espírito Santo permanece sempre com ela e lhe “ensina todas as coisas”?
Além disso, o próprio Jesus está na Igreja; pois Ele prometeu, antes de subir ao céu: “Eis que Eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20). Foi a última palavra Dele aos discípulos. Ora, como a Igreja poderia errar se Jesus está com ela todo tempo? É impossível! É por isso que São Paulo disse a São Timóteo: “A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15). Então, a Igreja detém a verdade que Jesus disse que nos liberta.
É por causa de tudo isso que o nosso Credo tem 2000 anos, e nunca mudou e nem vai mudar; porque é a expressão da “verdade que salva” (cf. Cat. n.851). A mesma coisa os Sacramentos, os Mandamentos, a Liturgia. A Igreja já teve 266 Papas e nunca um deles cancelou um ensinamento doutrinário que um antecessor tenha ensinado. Já realizou 21 Concílios universais, e nunca um deles cancelou um ensinamento  anterior. A verdade não muda, e está na Igreja. O Espírito Santo não se contradiz.
Logo, como não concordar com o que a Igreja ensina? Isso seria por causa da ignorância de tudo o que foi relatado acima; ou, então, seria um ato de orgulho espiritual da pessoa, que acha que sabe mais do que a Igreja, assistida por Jesus Cristo e pelo Espírito Santo. Longe de nós isso!escoladafeiii
O livro do Deuteronômio ensina que é possível viver e obedecer o que Deus manda, certamente contando com a Sua graça: “O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem fora de teu alcance. Ele não está nos céus, para que digas: quem subirá ao céu para no-lo buscar e no-lo fazer ouvir para que o observemos? Não está tampouco do outro lado do mar, para que digas: quem atravessará o mar para no-lo buscar e no-lo fazer ouvir para que o observemos? Mas essa palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir.Olha que hoje ponho diante de ti a vida com o bem, e a morte com o mal.” (Dt 30,11-16)
Podemos até não conseguir viver o que a Igreja ensina e manda viver – isso é compreensível por causa de nossa fraqueza – mas, jamais poderemos dizer que a Igreja está errada ou que eu não concordo com o que ela ensina. Ela não ensina o que quer, mas o que o Seu Senhor lhe confiou.
Peçamos ao Espírito Santo que nos assista em nossas necessidades e faça de nosso coração ainda mais manso, humilde e obediente para agradar a Deus.
Prof. Felipe Aquino
Fonte: Cléofas 

24 de fev. de 2016

Audiência: Papa pede que políticos corruptos se convertam

24/02/2016


Cidade do Vaticano (RV) – Cerca de 20 mil fiéis participaram esta quarta-feira (24/02) da Audiência Geral com o Papa Francisco. Ao fazer seu ingresso na Praça S. Pedro a bordo do papamóvel, o Pontífice cumprimentou com afeto os peregrinos, entre eles inúmeros brasileiros. 


Em sua catequese, Francisco deu sequência ao ciclo sobre o Jubileu, falando desta vez da misericórdia na Sagrada Escritura.
Em vários trechos, explicou, se fala de poderosos e reis, homens que estão “no alto”. A riqueza e o poder são realidades que podem ser boas e úteis ao bem comum se colocadas a serviço dos pobres e de todos. Mas com frequência, quando vividos como privilégio, com egoísmo e prepotência, se transformam em instrumentos de corrupção e morte. E o Papa citou como exemplo o episódio descrito no Livro dos Reis, da vinha de Nabot.
No capítulo 21, o Rei de Israel, Acab, quer comprar a vinha de um homem, Nabot, que fica ao lado do palácio real. Diante da rejeição de Nabot de vender sua propriedade, a mulher do Rei, Jezabel, elabora um plano para eliminar Nabot, transformando o poder real em arrogância e domínio.
“E essa não é uma história de outros tempos. É uma história atual, dos poderosos que, para ter mais dinheiro, exploram os pobres, exploram as pessoas. É a história do tráfico de pessoas, do trabalho escravo, das pessoas que trabalham na informalidade, com o mínimo, para enriquecer os poderosos. É a história dos políticos corruptos, que querem sempre mais e mais.”
“Eis até onde leva o exercício de uma autoridade sem respeito pela vida, sem justiça e misericórdia. Eis até onde leva a sede de poder: transforma-se numa cobiça que nunca se sacia”, acrescentou o Papa.
Contudo, Deus é maior do que a maldade e o jogo sujo feito pelos seres humanos. Na  sua misericórdia, Deus envia o profeta Elias para ajudar Acab a se converter. O Rei entende o seu erro e pede perdão.
“Que bonito seria se os poderosos e os exploradores de hoje fizessem o mesmo.”
O Senhor, por sua vez, aceita o arrependimento do Rei, mas um inocente foi morto e a culpa cometida terá consequências inevitáveis. De fato, o mal realizado deixa seus rastros dolorosos, e a história dos homens carrega as feridas.
Neste caso, prosseguiu Francisco, a misericórdia mostra o caminho a ser percorrido:
“Ela pode sanar as feridas e mudar a história. Mas abra o seu coração à misericórdia. A misericórdia divina é mais forte do que o pecado dos homens, este é o exemplo de Acab. Nós conhecemos o poder de Deus quando nos recordamos da vinda do seu Filho, que se fez homem para destruir o mal com o seu perdão".
Jesus Cristo é o verdadeiro rei, concluiu o Pontífice, mas o seu poder é completamente diferente. "O seu trono é a cruz. Ele não mata. Pelo contrário, dá a vida". (BF).

Rádio Vaticano 

    23 de fev. de 2016

    O Papa Francisco liberou os casais para evitarem filhos?

    Muitos católicos se sentiram confusos ou não conseguiram compreender muito bem o que o Papa Francisco quis dizer ao se pronunciar sobre o uso de preservativos e anticoncepcionais, no caso específico da contaminação pelo vírus Zika, ao ser entrevistado por alguns jornalistas no voo de retorno de sua viagem, do México ao Vaticano.
    Primeiramente, devemos entender bem uma coisa: o Papa deixou bem claro que o uso de contraceptivos só pode ser considerado “em casos especiais” onde se possa aplicar o conceito moral de “mal menor”– nunca em casos de aborto. O que significa o mal menor? Entre duas situações más, sem que se possa ter outra alternativa, então, é lícito optar pela decisão onde o mal seja menor. Por exemplo, se um assassino está na iminência de matar um inocente, e este não tem outra alternativa para salvar sua vida, a não ser matando o agressor injusto, então, esta opção é válida e legítima; é o caso da legítima defesa. Claro que se o agredido puder se salvar sem matar o agressor, então, assim deve fazer.
    O Porta voz do Vaticano, Pe. Lombardi, explicou a posição do Papa:aborto
    “O Papa distingue claramente, a radicalidade do mal do aborto como supressão de uma vida humana e a possibilidade do recurso à contracepção ou preservativos em casos de emergência ou situações particulares, em que, desta forma, não se suprime uma vida humana, mas se evita uma gravidez. Ora, não é que ele diga que é aceito e usado o recurso sem nenhum discernimento, antes pelo contrário, disse claramente que pode ser levado em consideração em casos particulares de emergência. O exemplo que fez de Paulo VI e da autorização ao uso da pílula para as religiosas que corriam risco grave e contínuo de violência por parte dos rebeldes no Congo, no tempo das tragédias da guerra do Congo, faz entender que não é que fosse uma situação normal em que isto era levado em consideração. E também – recordamos por exemplo – a discussão seguida a um passo do livro-entrevista de Bento XVI “Luz do Mundo”, em que ele falava à propósito do uso do preservativo em situações com risco de contágio, por exemplo, da AIDS. Assim, o contraceptivo ou o preservativo, em casos de particular emergência e gravidade, podem também ser objeto de um discernimento de consciência sério”.
    O Porta voz esclarece que o uso de preservativos e contraceptivos é lícito “em casos particulares de emergência”; isto é, não se pode usá-los de modo continuo e sistemático, e sim, apenas em casos emergenciais. Fica claro que não se pode fazer uso dessas medidas em quaisquer casos; mas somente naqueles que satisfaçam a exigência da doutrina moral do “mal menor”; isto é, se não tiver outra saída. É bom lembrar que em se tratando de sexo, quase sempre há saída alternativa – embora difícil – do casal suspender a vida sexual por um tempo, o que não é tão raro entre casais, por exemplo, em caso de doença grave de um dos cônjuges. Pense no caso de uma mulher que tem um sério problema de saúde nos órgãos genitais e de maneira prolongada.
    Deixo aqui alguns ensinamentos definitivos do Magistério da Igreja sobre esta questão, para que quem desejar se aprofunde no tema. Foram bem resumidos e publicados pelo amigo Taiguara Fernandes. Como veremos, em situações normais, não se pode alegar “mal menor”, para uso dos contraceptivos. No caso autorizado pelo Papa Paulo VI na África, o mal menor foi bem claro.
    “A Igreja não aceita nenhum método, artificial ou natural, que tenha como objetivo livremente desejado **evitar** a fecundação: “É, ainda, de excluir toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação” (Humanae Vitae, 14).
    “A Igreja aceita, exclusivamente, os métodos naturais que tenham como fim desejado “espaçar” os nascimentos por uma razão justa, em vista de uma paternidade responsável, e não “evitar a fecundação”, como se o filho fosse um mal indesejado: “Se, portanto, existem motivos sérios para distanciar os nascimentos, que derivem ou das condições físicas ou psicológicas dos cônjuges, ou de circunstâncias exteriores, a Igreja ensina que então é lícito ter em conta os ritmos naturais imanentes às funções geradoras, para usar do matrimônio só nos períodos infecundos e, deste modo, regular a natalidade, sem ofender os princípios morais que acabamos de recordar” (Humanae Vitae, 16).

    “Toda relação conjugal que seja tornada “voluntariamente infecunda” é desonesta em si mesma, intrinsecamente. Portanto, é sempre pecado: “É um erro, por conseguinte, pensar que um ato conjugal, tornado voluntariamente infecundo, e por isso intrinsecamente desonesto, possa ser coonestado pelo conjunto de uma vida conjugal fecunda” (Humanae Vitae, 14).
    “A Igreja não aceita para os contraceptivos a justificativa do “mal menor” diante do aborto, “nem sequer por razões gravíssimas”: “Não se podem invocar, como razões válidas, para a justificação dos atos conjugais tornados intencionalmente infecundos, o mal menor […]. Na verdade, se é lícito, algumas vezes, tolerar o mal menor para evitar um mal maior, ou para promover um bem superior, nunca é lícito, nem sequer por razões gravíssimas, fazer o mal, para que daí provenha o bem” (Humanae Vitae, 14).

    “Tanto a defesa dos contraceptivos como um mal menor, quanto a defesa do aborto, advém da mesma mentalidade: “Mas os pseudo-valores inerentes à ‘mentalidade contraceptiva’ — muito diversa do exercício responsável da paternidade e maternidade, atuada no respeito pela verdade plena do ato conjugal — são tais que tornam ainda mais forte essa tentação, na eventualidade de ser concebida uma vida não desejada” (Evangelho da Vida, 13).
    “Também não se pode usar a “misericórdia com o pecador” como pretexto para mudar o conteúdo do ensinamento da Igreja: “É absolutamente necessário que toda a doutrina seja exposta com clareza. Nada tão alheio ao ecumenismo como aquele falso irenismo pelo qual a pureza da doutrina católica sofre detrimento e é obscurecido o seu sentido genuíno e certo” (Concílio Vaticano II, Decreto Unitatis Redintegratio, n. 11).
    Também não podemos nos esquecer do que nos reforça o Catecismo da Igreja Católica acerca do controle da natalidade:
    §2368- Um aspecto particular desta responsabilidade diz respeito à regulação da procriação. Por razões justas, os esposos podem querer espaçar os nascimentos de seus filhos. Cabe-lhes verificar que seu desejo não provém do egoísmo, mas está de acordo com a justa generosidade de uma paternidade responsável. Além disso, regularão seu comportamento segundo os critérios objetivos da moral.
    A moralidade da maneira de agir, quando se trata de harmonizar o amor conjugal com a transmissão responsável da vida, não depende apenas da intenção sincera e da reta apreciação dos motivos, mas deve ser determinada segundo critérios objetivos tirados da natureza da pessoa e de seus atos, critérios esses que respeitam o sentido integral da doação mútua e da procriação humana no contexto do verdadeiro amor. Tudo isso é impossível se a virtude da castidade conjugal não for cultivada com sinceridade.”naovosconformeis
    “§2370- A continência periódica, os métodos de regulação da natalidade baseados na auto-observação e no recurso aos períodos infecundos estão de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes métodos respeitam o corpo dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem a educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente má “toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento de suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação”
    Tendo em vista tudo isso, devemos entender que o Papa não quis dizer que há uma liberação de modo generalizado do uso de contraceptivos e preservativos, e sim, que podem ser usados em casos muito específicos; o que não é uma novidade na história da Igreja, como vimos nos exemplos já citados, de Papa Paulo VI e Papa Bento XVI; essa medida já precisou ser tomada outras vezes.
     Prof. Felipe Aquino

    Via: Cléofas 

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