12 de fev. de 2016

Núncio na Rússia: Encontro tem valor simbólico enorme

12/02/2016

Moscou (RV) – Uma vigília de oração na Catedral da Imaculada Conceição, em Moscou, na noite de quinta-feira, 11, foi a forma escolhida pelos católicos russos para  sustentar, através da oração, o histórico encontro desta sexta-feira entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill em Cuba.
“Um evento histórico – declarou à Agência SIR o Núncio Apostólico da Federação Russa, Dom Ivan Jurkovič – que diz respeito não somente aos cristãos, mas ao mundo inteiro, e diz que a reconciliação é um processo longo mas possível, não obstante as dificuldades”.
“O que acontecerá não podemos saber – acrescenta Dom Jurkovič – porque é muito cedo. O que me parece que pode que pode ser sublinhado até o presente momento é o valor simbólico deste encontro. Nós temos necessidade desta imagem. Sem esta imagem a Igreja não pode ser considerada sã. Basta pensar como foi terapêutica a imagem do abraço do Patriarca Atenágoras e Paulo VI nos anos sessenta. Por dezenas de anos esta imagem ficou pendurada nas paredes de nossas igrejas. É uma imagem que nos dá uma maturidade também religiosa”.
“O encontro entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill – ressalta o Núncio - é uma imagem que nos falta. E as imagens têm um caráter simbólico. Consolam a gente. Encorajam. São sinal de esperança. O encontro tem, por si só, um grande valor que depois terá consequências também práticas, que agora não sabemos e que serão anunciadas oficialmente. O simples fato de o encontro se realizar, por si só supera qualquer conteúdo. Tem um valor simbólico enorme. Será portador de consolação e nova serenidade para as pessoas”. 

Rádio Vaticano 

Papa e Patriarca Russo assinam histórica declaração conjunta

12/02/2016 

Cidade do Vaticano (RV) – Após a reunião a portas fechadas, o Papa e o Patriarca Kirill assinaram uma histórica declaração conjunta que marca uma nova era nas relações entre a Igreja católica e o Patriarcado Russo.
Em 30 itens, Francisco e o Patriarca Kirill passaram em resenha e assinaram a concordância sobre temas-chave para a reaproximação entre católicos e ortodoxos.
Entre os tópicos principais, a preocupação comum sobre a situação dos cristãos no Oriente Médio, o protagonismo de Cuba e o futuro das relações entre ortodoxos e greco-católicos.
“Os resultados da conversa me permitem assegurar que ambas as Igrejas podem cooperar conjuntamente defendendo os cristãos no mundo inteiro e, com plena responsabilidade, trabalhar conjuntamente, para que não se faça guerra, para que se respeite a vida humana no mundo inteiro”, declarou Kirill.
“Falamos claramente, sem meias palavras”, disse Francisco. "Senti a consolação do Espírito neste diálogo. São iniciativas viáveis que se podem realizar", concluiu o Pontífice após a assinatura da declaração. 

Abaixo, publicamos a íntegra do documento histórico:
Declaração comum do Papa Francisco e do Patriarca Kirill de Moscovo e de toda a Rússia
"A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós" (2 Cor 13, 13).
1.         Por vontade de Deus Pai de quem provém todo o dom, no nome do Senhor nosso Jesus Cristo e com a ajuda do Espírito Santo Consolador, nós, Papa Francisco e Kirill, Patriarca de Moscou e de toda a Rússia, encontramo-nos, hoje, em Havana. Damos graças a Deus, glorificado na Trindade, por este encontro, o primeiro na história.
Com alegria, encontramo-nos como irmãos na fé cristã que se reúnem para “falar de viva voz” (2 Jo 12), coração a coração, e analisar as relações mútuas entre as Igrejas, os problemas essenciais de nossos fiéis e as perspectivas de progresso da civilização humana
Cuba
2.         O nosso encontro fraterno teve lugar em Cuba, encruzilhada entre Norte e Sul, entre Leste e Oeste. A partir desta ilha, símbolo das esperanças do “Novo Mundo” e dos acontecimentos dramáticos da história do século XX, dirigimos a nossa palavra a todos os povos da América Latina e dos outros continentes.
Alegramo-nos porque aqui cresce, de forma dinâmica, a fé cristã. O forte potencial religioso da América Latina, a sua tradição cristã secular, presente na experiência pessoal de milhões de pessoas, são a garantia de um grande futuro para esta região.
3.         Encontrando-nos longe das antigas disputas do “Velho Mundo”, sentimos mais fortemente a necessidade de um trabalho comum entre católicos e ortodoxos, chamados a dar ao mundo, com mansidão e respeito, razão da esperança que está em nós (cf. 1 Ped 3, 15).
Tradição comum
4.         Damos graças a Deus pelos dons que recebemos da vinda ao mundo do seu único Filho. Partilhamos a Tradição espiritual comum do primeiro milênio do cristianismo. As testemunhas desta Tradição são a Virgem Maria, Santíssima Mãe de Deus, e os Santos que veneramos. Entre eles, contam-se inúmeros mártires que testemunharam a sua fidelidade a Cristo e se tornaram “semente de cristãos”.
5.         Apesar desta Tradição comum dos primeiros dez séculos, há quase mil anos que católicos e ortodoxos estão privados da comunhão na Eucaristia. Estamos divididos por feridas causadas por conflitos de um passado distante ou recente, por divergências – herdadas dos nossos antepassados – na compreensão e explicitação da nossa fé em Deus, uno em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Deploramos a perda da unidade, consequência da fraqueza humana e do pecado, ocorrida apesar da Oração Sacerdotal de Cristo Salvador: “Para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti; para que assim eles estejam em Nós” (Jo 17, 21).
Superar divergências
6.         Conscientes da permanência de numerosos obstáculos, esperamos que o nosso encontro possa contribuir para o restabelecimento desta unidade querida por Deus, pela qual Cristo rezou. Que o nosso encontro inspire os cristãos do mundo inteiro a rezar ao Senhor, com renovado fervor, pela unidade plena de todos os seus discípulos. Em um mundo que espera de nós não apenas palavras mas gestos concretos, possa este encontro ser um sinal de esperança para todos os homens de boa vontade!
7.         Determinados a realizar tudo o que seja necessário para superar as divergências históricas que herdamos, queremos unir os nossos esforços para testemunhar o Evangelho de Cristo e o patrimônio comum da Igreja do primeiro milênio, respondendo em conjunto aos desafios do mundo contemporâneo. Ortodoxos e católicos devem aprender a dar um testemunho concorde da verdade, em áreas onde isso seja possível e necessário. A civilização humana entrou em um período de mudança de época. A nossa consciência cristã e a nossa responsabilidade pastoral não nos permitem ficar inertes perante os desafios que requerem uma resposta comum.
Oriente Médio
8.         O nosso olhar dirige-se, em primeiro lugar, para as regiões do mundo onde os cristãos são vítimas de perseguição. Em muitos países do Oriente Médio e do Norte da África, os nossos irmãos e irmãs em Cristo veem exterminadas as suas famílias, aldeias e cidades inteiras. As suas igrejas são barbaramente devastadas e saqueadas; os seus objetos sagrados profanados, os seus monumentos destruídos. Na Síria, no Iraque e em outros países do Oriente Médio, constatamos, com amargura, o êxodo maciço dos cristãos da terra onde começou a espalhar-se a nossa fé e onde eles viveram, desde o tempo dos apóstolos, em conjunto com outras comunidades religiosas.
9.         Pedimos a ação urgente da Comunidade internacional para prevenir uma nova expulsão dos cristãos do Oriente Médio. Ao levantar a voz em defesa dos cristãos perseguidos, queremos expressar a nossa compaixão pelas tribulações sofridas pelos fiéis de outras tradições religiosas, também eles vítimas da guerra civil, do caos e da violência terrorista.
10.       Na Síria e no Iraque, a violência já causou milhares de vítimas, deixando milhões de pessoas sem casa nem meios de subsistência. Exortamos a Comunidade internacional a unir-se para pôr fim à violência e ao terrorismo e, ao mesmo tempo, a contribuir por meio do diálogo para um rápido restabelecimento da paz civil. É essencial garantir uma ajuda humanitária em larga escala às populações martirizadas e a tantos refugiados nos países vizinhos.
Pedimos a quantos possam influir sobre o destino das pessoas raptadas, entre as quais se encontram os Metropolitas de Aleppo, Paulo e João Ibrahim, sequestrados no mês de Abril de 2013, que façam tudo o que é necessário para a sua rápida libertação.
Acordo de Paz
11.       Elevamos as nossas súplicas a Cristo, Salvador do mundo, pelo restabelecimento da paz no Oriente Médio, que é “fruto da justiça” (Is 32, 17), a fim de que se reforce a convivência fraterna entre as várias populações, as Igrejas e as religiões lá presentes, pelo regresso dos refugiados às suas casas, a cura dos feridos e o repouso da alma dos inocentes que morreram.
Com um ardente apelo, dirigimo-nos a todas as partes que possam estar envolvidas nos conflitos pedindo-lhes que deem prova de boa vontade e se sentem à mesa das negociações. Ao mesmo tempo, é preciso que a Comunidade internacional faça todos os esforços possíveis para pôr fim ao terrorismo valendo-se de ações comuns, conjuntas e coordenadas. Apelamos a todos os países envolvidos na luta contra o terrorismo, para que atuem de maneira responsável e prudente. Exortamos todos os cristãos e todos os crentes em Deus a suplicarem, fervorosamente, ao Criador providente do mundo que proteja a sua criação da destruição e não permita uma nova guerra mundial. Para que a paz seja duradoura e esperançosa, são necessários esforços específicos tendentes a redescobrir os valores comuns que nos unem, fundados no Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
12.       Curvamo-nos perante o martírio daqueles que, à custa da própria vida, testemunham a verdade do Evangelho, preferindo a morte à apostasia de Cristo. Acreditamos que estes mártires do nosso tempo, pertencentes a várias Igrejas mas unidos por uma tribulação comum, são um penhor da unidade dos cristãos. É a vós, que sofreis por Cristo, que se dirige a palavra do Apóstolo: “Caríssimos, (...) alegrai-vos, pois assim como participais dos padecimentos de Cristo, assim também rejubilareis de alegria na altura da revelação da sua glória” (1 Ped 4, 12-13).
Diálogo e Europa
13.       Nesta época preocupante, é indispensável o diálogo inter-religioso. As diferenças na compreensão das verdades religiosas não devem impedir que pessoas de crenças diversas vivam em paz e harmonia. Nas circunstâncias atuais, os líderes religiosos têm a responsabilidade particular de educar os seus fiéis num espírito respeitador das convicções daqueles que pertencem a outras tradições religiosas. São absolutamente inaceitáveis as tentativas de justificar ações criminosas com slogans religiosos. Nenhum crime pode ser cometido em nome de Deus, “porque Deus não é um Deus de desordem, mas de paz” (1 Cor 14, 33).
14.       Ao afirmar o alto valor da liberdade religiosa, damos graças a Deus pela renovação sem precedentes da fé cristã que acontece na Rússia e em muitos países da Europa Oriental, onde, durante algumas décadas, dominaram os regimes ateus. Hoje as cadeias do ateísmo militante estão quebradas e, em muitos lugares, os cristãos podem livremente confessar a sua fé. Em um quarto de século foram construídas dezenas de milhares de novas igrejas, e abertos centenas de mosteiros e escolas teológicas. As comunidades cristãs desenvolvem uma importante atividade sócio-caritativa, prestando variada assistência aos necessitados. Muitas vezes trabalham lado a lado ortodoxos e católicos; atestam a existência dos fundamentos espirituais comuns da convivência humana, ao testemunhar os valores do Evangelho.
15.       Ao mesmo tempo, estamos preocupados com a situação em muitos países onde os cristãos se debatem cada vez mais frequentemente com uma restrição da liberdade religiosa, do direito de testemunhar as suas convicções e da possibilidade de viver de acordo com elas. Em particular, constatamos que a transformação de alguns países em sociedades secularizadas, alheias a qualquer referência a Deus e à sua verdade, constitui uma grave ameaça à liberdade religiosa. É fonte de inquietação para nós a limitação atual dos direitos dos cristãos, se não mesmo a sua discriminação, quando algumas forças políticas, guiadas pela ideologia de um secularismo frequentemente muito agressivo, procuram relegá-los para a margem da vida pública.
16.       O processo de integração europeia, iniciado depois de séculos de sangrentos conflitos, foi acolhido por muitos com esperança, como uma garantia de paz e segurança. Todavia, convidamos a manter-se vigilantes contra uma integração que não fosse respeitadora das identidades religiosas. Embora permanecendo abertos à contribuição de outras religiões para a nossa civilização, estamos convencidos de que a Europa deve permanecer fiel às suas raízes cristãs. Pedimos aos cristãos da Europa Oriental e Ocidental que se unam para testemunhar em conjunto Cristo e o Evangelho, de modo que a Europa conserve a própria alma formada por dois mil anos de tradição cristã.
Família
17.       O nosso olhar volta-se para as pessoas que se encontram em situações de grande dificuldade, em condições de extrema necessidade e pobreza, enquanto crescem as riquezas materiais da humanidade. Não podemos ficar indiferentes à sorte de milhões de migrantes e refugiados que batem à porta dos países ricos. O consumo desenfreado, como se vê em alguns países mais desenvolvidos, está gradualmente esgotando os recursos do nosso planeta. A crescente desigualdade na distribuição dos bens da Terra aumenta o sentimento de injustiça perante o sistema de relações internacionais que se estabeleceu.
18.       As Igrejas cristãs são chamadas a defender as exigências da justiça, o respeito pelas tradições dos povos e uma autêntica solidariedade com todos os que sofrem. Nós, cristãos, não devemos esquecer que “o que há de louco no mundo é que Deus escolheu para confundir os sábios; e o que há de fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte. O que o mundo considera vil e desprezível é que Deus escolheu; escolheu os que nada são, para reduzir a nada aqueles que são alguma coisa. Assim, ninguém se pode vangloriar diante de Deus” (1 Cor 1, 27-29).
19.       A família é o centro natural da vida humana e da sociedade. Estamos preocupados com a crise da família em muitos países. Ortodoxos e católicos partilham a mesma concepção da família e são chamados a testemunhar que ela é um caminho de santidade, que testemunha a fidelidade dos esposos nas suas relações mútuas, a sua abertura à procriação e à educação dos filhos, a solidariedade entre as gerações e o respeito pelos mais vulneráveis.
20.       A família funda-se no matrimônio, ato de amor livre e fiel entre um homem e uma mulher. É o amor que sela a sua união e os ensina a acolher-se reciprocamente como um dom. O matrimônio é uma escola de amor e fidelidade. Lamentamos que outras formas de convivência já estejam postas ao mesmo nível desta união, ao passo que o conceito, santificado pela tradição bíblica, de paternidade e de maternidade como vocação particular do homem e da mulher no matrimônio, seja banido da consciência pública.
21.       Pedimos a todos que respeitem o direito inalienável à vida. Milhões de crianças são privadas da própria possibilidade de nascer no mundo. A voz do sangue das crianças não nascidas clama a Deus (cf. Gn 4, 10).
O desenvolvimento da chamada eutanásia faz com que as pessoas idosas e os doentes comecem a sentir-se um peso excessivo para as suas famílias e a sociedade em geral.
Estamos preocupados também com o desenvolvimento das tecnologias reprodutivas biomédicas, porque a manipulação da vida humana é um ataque aos fundamentos da existência do homem, criado à imagem de Deus. Consideramos nosso dever lembrar a imutabilidade dos princípios morais cristãos, baseados no respeito pela dignidade do homem chamado à vida, segundo o desígnio do Criador.
Juventude
22.       Hoje, desejamos dirigir-nos de modo particular aos jovens cristãos. Vós, jovens, tendes o dever de não esconder o talento na terra (cf. Mt 25, 25), mas de usar todas as capacidades que Deus vos deu para confirmar no mundo as verdades de Cristo, encarnar na vossa vida os mandamentos evangélicos do amor de Deus e do próximo. Não tenhais medo de ir contra a corrente, defendendo a verdade de Deus, à qual estão longe de se conformar sempre as normas secularizadas de hoje.
23.       Deus ama-vos e espera de cada um de vós que sejais seus discípulos e apóstolos. Sede a luz do mundo, de modo que quantos vivem ao vosso redor, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está no Céu (cf. Mt 5, 14.16). Haveis de educar os vossos filhos na fé cristã, transmitindo-lhes a pérola preciosa da fé (cf. Mt 13, 46), que recebestes dos vossos pais e antepassados. Lembrai-vos que “fostes comprados por um alto preço” (1 Cor 6, 20), a custo da morte na cruz do Homem-Deus Jesus Cristo.
24.       Ortodoxos e católicos estão unidos não só pela Tradição comum da Igreja do primeiro milênio mas também pela missão de pregar o Evangelho de Cristo no mundo de hoje. Esta missão exige o respeito mútuo entre os membros das comunidades cristãs e exclui qualquer forma de proselitismo.
Não somos concorrentes, mas irmãos: por esta certeza, devem ser guiadas todas as nossas ações recíprocas e em benefício do mundo exterior. Exortamos os católicos e os ortodoxos de todos os países a aprender a viver juntos na paz e no amor e a ter “os mesmos sentimentos, uns com os outros” (Rm 15, 5). Por isso, é inaceitável o uso de meios desleais para incitar os crentes a passar de uma Igreja para outra, negando a sua liberdade religiosa ou as suas tradições. Somos chamados a pôr em prática o preceito do apóstolo Paulo: “Tive a maior preocupação em não anunciar o Evangelho onde já era invocado o nome de Cristo, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15, 20).
Greco-católicos
25.       Esperamos que o nosso encontro possa contribuir também para a reconciliação, onde existirem tensões entre greco-católicos e ortodoxos. Hoje, é claro que o método do “uniatismo” do passado, entendido como a união de uma comunidade à outra separando-a da sua Igreja, não é uma forma que permita restabelecer a unidade. Contudo, as comunidades eclesiais surgidas nestas circunstâncias históricas têm o direito de existir e de empreender tudo o que é necessário para satisfazer as exigências espirituais dos seus fiéis, procurando ao mesmo tempo viver em paz com os seus vizinhos. Ortodoxos e greco-católicos precisam de reconciliar-se e encontrar formas mutuamente aceitáveis de convivência.
26.       Deploramos o conflito na Ucrânia que já causou muitas vítimas, provocou inúmeras tribulações a gente pacífica e lançou a sociedade em uma grave crise econômica e humanitária. Convidamos todas as partes do conflito à prudência, à solidariedade social e à atividade de construir a paz. Convidamos as nossas Igrejas na Ucrânia a trabalhar por se chegar à harmonia social, abster-se de participar no conflito e não apoiar ulteriores desenvolvimentos do mesmo.
27.       Esperamos que o cisma entre os fiéis ortodoxos na Ucrânia possa ser superado com base nas normas canônicas existentes, que todos os cristãos ortodoxos da Ucrânia vivam em paz e harmonia, e que as comunidades católicas do país contribuam para isso de modo que seja visível cada vez mais a nossa fraternidade cristã.
28.       No mundo contemporâneo, multiforme e todavia unido por um destino comum, católicos e ortodoxos são chamados a colaborar fraternalmente no anúncio da Boa Nova da salvação, a testemunhar juntos a dignidade moral e a liberdade autêntica da pessoa, “para que o mundo creia” (Jo 17, 21). Este mundo, onde vão desaparecendo progressivamente os pilares espirituais da existência humana, espera de nós um vigoroso testemunho cristão em todas as áreas da vida pessoal e social. Nestes tempos difíceis, o futuro da humanidade depende em grande parte da nossa capacidade conjunta de darmos testemunho do Espírito de verdade.
Testemunhas da verdade
29.       Neste corajoso testemunho da verdade de Deus e da Boa Nova salvífica, possa sustentar-nos o Homem-Deus Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, que nos fortifica espiritualmente com a sua promessa infalível: “Não temais, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino” (Lc 12, 32).
Cristo é fonte de alegria e de esperança. A fé n’Ele transfigura a vida humana, enche-a de significado. Disto mesmo puderam convencer-se, por experiência própria, todos aqueles a quem é possível aplicar as palavras do apóstolo Pedro: “Vós que outrora não éreis um povo, mas sois agora povo de Deus, vós que não tínheis alcançado misericórdia e agora alcançastes misericórdia” (1 Ped 2, 10).
30.       Cheios de gratidão pelo dom da compreensão recíproca manifestada durante o nosso encontro, levantamos os olhos agradecidos para a Santíssima Mãe de Deus, invocando-A com as palavras desta antiga oração: “Sob o abrigo da vossa misericórdia, nos refugiamos, Santa Mãe de Deus”. Que a bem-aventurada Virgem Maria, com a sua intercessão, encoraje à fraternidade aqueles que A veneram, para que, no tempo estabelecido por Deus, sejam reunidos em paz e harmonia num só povo de Deus para glória da Santíssima e indivisível Trindade!
Havana (Cuba), 12 de fevereiro de 2016.
Rádio Vaticano 

Quaresma



A Paróquia Nossa Senhora do Carmo, convida a todo povo de Deus para participar todas as sextas feiras, até a semana santa, da Via Sacra.
Concentração às 19 hrs na Paróquia - Bairro Jardim de Maria/Arapiraca-AL.
Você é o nosso convidado Especial!
Vamos juntos reviver o que Jesus viveu.
Neste momento de FÉ e ORAÇÃO!


Conhecendo melhor a Igreja Ortodoxa Russa

12/02/2016

Cidade do Vaticano (RV) – Realiza-se esta sexta-feira, 12 de fevereiro, o histórico encontro entre um Pontífice da Igreja de Roma e um Patriarca da Igreja Ortodoxa de Moscou. As duas Igrejas estão separadas desde o grande Cisma do Oriente, de 1054. Em vista do encontro, propomos alguns dados sobre a Igreja Ortodoxa Russa.
A Igreja Ortodoxa Russa (também chamada de Patriarcado), é uma Igreja autocéfala ortodoxa de tradição bizantina. As Igrejas Ortodoxas de tradição bizantina caracterizam-se pelo fato de terem reconhecido, como a Igreja Católica, os sete Concílios Ecumênicos do primeiro milênio (do Concílio de Niceia I, em 325 ao de Niceia II, em 787). Já as Igrejas chamadas “Ortodoxas Orientais” (de tradição siríaca, copta ou armênia) reconhecem somente os primeiros três Concílios Ecumênicos (por esta razão são às vezes chamadas “pré-calcedonenses”, porque não reconhecem o quarto Concílio, o de Calcedônia).
Estas Igrejas são chamadas “autocéfalas” porque cada uma tem seu próprio Primaz. São às vezes também definidas como “Igrejas locais”, enquanto têm jurisdição em determinado território. Elas estão, de qualquer forma, em comunhão eucarística entre elas e compartilham a mesma fé e a mesma sucessão apostólica. À frente destas Igrejas autocéfalas está um Patriarca (nesta caso, se fala de “Patriarcado”), um Metropolita ou um Arcebispo. Algumas destas Igrejas nasceram na época apostólica ou nos primeiros séculos do cristianismo (Constantinopla, Alexandria, Antioquia, Jerusalém, Chipre, Geórgia, Grécia), outras no segundo milênio (Sérvia, Rússia, Romênia, Bulgária, Albânia, Polônia, República Tcheca e Eslováquia). Cada uma tem uma posição precisa na ordem (a “taxis”) das Igrejas, segundo a ordem cronológica (mas não somente) de reconhecimento das autocefalias, que é a mesma ordem dos dípticos (oração para as Igrejas na liturgia eucarística). Esta ordem (sobre a qual nem todas concordam) é a seguinte:
1. Constantinopla, 2. Alexandria, 3. Antioquia, 4. Jerusalém, 5. Moscou, 6. Servia, 7. Romênia, 8. Bulgária, 9. Geórgia, 10. Chipre, 11. Grécia, 12. Polônia, 13. Albânia, 14. Tcheca e Eslováquia. Algumas Igrejas Ortodoxas (eslavas) reconhecem também uma 15° Igreja autocéfala: a Igreja Ortodoxa na América.
Desde a separação da Igreja Católica, o Patriarcado de Constantinopla (chamado também Patriarcado Ecumênico) ocupa o primeiro lugar como "primus inter pares" na ordem de precedência das Igrejas. Isto confere a ela alguma prerrogativas no seio das Igrejas Ortodoxas, entre as quais, a convocação e a presidência dos Concílios pan-ortodoxos.
Existe uma distinção entre estas Igrejas autocéfalas e as Igrejas autônomas, que têm algumas prerrogativas dentro de um patriarcado, como por exemplo, a Igreja da Ucrânia, ou da Bielorussia, no Patriarcado de Moscou. Estas autonomias são reconhecidas por cada Igreja mãe.
A Igreja Ortodoxa Russa é autocéfala desde 1448, e patriarcal desde 1589. Ocupa o quinto lugar na ordem das Igrejas Ortodoxas. Todavia, há muito tempo é a mais importante pelo número de fieis. De fato, quase dois terços dos ortodoxos no mundo – cerca de 200 milhões – dependem do Patriarcado de Moscou.
Durante o século XX, a Igreja Ortodoxa Russa sofreu a mais violenta e mais longa perseguição da história do cristianismo. Segundo dados, cerca de 350 mil ortodoxos russos (entre os quais 140 mil membros do clero e 400 bispos) foram perseguidos pela sua fé entre 1917 e 1941. Em 1939, somente 350 igrejas ortodoxas estavam ainda abertas e somente dois bispos exerciam o seu ministério. Depois da II Guerra Mundial, a Igreja Ortodoxa foi autorizada a reconstruir-se, mas sob estreito controle do regime.
O Patriarcado de Moscou teve, a partir de 1988, um desenvolvimento único na história do cristianismo. Tinha naquela época somente 76 dioceses, 6.900 paróquias e 22 mosteiros. Em 2016, por sua vez,  conta com 293 dioceses, 35 mil paróquias e 900 mosteiros. Em 1988, a Igreja Ortodoxa Russa tinha somente 74 bispos e 6.700 sacerdotes; em 2016, este número passou para 384 bispos (cinco vezes o número inicial) e  35 mil sacerdotes, e compreende na Rússia, num universo de 143 milhões de habitantes, cerca de cem milhões de fieis. A reconstrução da Catedral de Cristo Salvador, destruída com a dinamite de Stalin, em 1931, foi reconstruída em poucos anos e inaugurada no ano 2000, tonando-se o símbolo do renascimento da Igreja russa. Numerosos institutos de formação teológica foram fundados e refundados para fazer frente ao grande aumento de vocações. Em 1988, o Patriarcado de Moscou tinha somente duas Academias e três Seminários, passando, em 2016, a cinco academias, quatro universidades e 50 seminários.
A Igreja Ortodoxa Russa tem um caráter multinacional. Reivindica a jurisdição em 14 países, por ela definidos como “territórios canônicos”. Única instituição a ter sobrevivido aos vários regimes que se sucederam na história da Rússia, o Patriarcado de Moscou é também o único a cobrir o antigo espaço geográfico russo e soviético. Segundo os Estatutos da Igreja Ortodoxa Russa, existem dentro do Patriarcado de Moscou cinco “Igrejas administradas autonomamente”: as Igrejas Ortodoxas da Letônia, da Moldávia, da Estônia e da Igreja Ortodoxa ucraniana, que gozam de um estatuto de “ampla autonomia”, e às quais juntaram-se, em 2007, a Igreja Ortodoxa Russa além fronteiras e um “Exarcado” (da Bielorrússia). Estão também incluídas a Igreja autônoma do Japão e da China. Por fim, o Patriarcado de Moscou conta com cerca de vinte dioceses situadas no exterior, que dele dependem diretamente.
O Primaz da Igreja Ortodoxa Russa é o Patriarca. A instituição patriarcal foi abolida de 1721 a 1917, e de fato, de 1925 à 1943. Após a morte do Patriarca Alexis, em 5 de dezembro de 2008, o Metropolita Kirill foi eleito pelo Concílio local reunido de 27 a 28 de janeiro de 2009, 16º Patriarca de Moscou e de todas as Rússias. Em conformidade com o Concílio de Moscou de 1917-1918, o supremo órgão decisional da Igreja Ortodoxa Russa é o concílio local, que compreende bispos, sacerdotes e leigos, mas não é especificada a frequência com a qual ele deve reunir-se. Na prática, é convocado somente para a eleição do Patriarca. O Concílio episcopal deve ser convocado a cada quatro anos (recentemente o foi, nos dias 2 e 3 de fevereiro de 2016). O Santo Sínodo é o órgão que governa a Igreja nos períodos interconciliares e compreende, além do Patriarca que o presidiu, doze membros, entre estes, sete permanente e cinco temporários.
A Igreja Ortodoxa Russa é membro do Conselho Ecumênico das Igrejas desde 1961 e participa da Comissão Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa no seu conjunto. Entre 1969 e 1986, autorizou, em circunstâncias específicas, a intercomunhão entre católicos e ortodoxos. O Metropolita Hilarion (Alfeyev) tornou-se o sucessor do Metropolita Kirill como Presidente do Departamento para as Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscou. Neste cargo, é responsável pelas relações com a Igreja Católica.
A Igreja Ortodoxa Russa participará do Concílio pan-ortodoxo, cuja convocação foi anunciada em Genebra por ocasião da sinaxys dos Chefes das Igrejas autocéfalas realizada de 21 a 28 de janeiro de 2016. Iniciou-se a preparar este Concílio no início dosa nos sessenta, por impulso do Patriarca Atenágora. Ele terá lugar em Creta por ocasião do Pentecostes ortodoxo, de 16 a 27 de junho de 2016. Não se trata de um Concílio Ecumênico – que na perspectiva ortodoxa, requer a presença da Igreja ocidental. Deve ser considerado no sulco dos grandes Concílios Ortodoxos que se reuniram no decorrer do segundo século, para resolver problemas doutrinais ou canônicos. Todavia, tratar-se-á de um evento extraordinário pelo número de Igrejas autocéfalas que estarão representadas. Os temas que serão tratados são: o regulamento para a organização e o funcionamento do Santo e Grande Concílio, o Sacramento do Matrimônio e os seus impedimentos, a importância do jejum e a sua atual observância, as relações da Igreja Ortodoxa com o resto do mundo cristão, a autonomia e o modo em que esta deve ser proclamada, a missão da Igreja Ortodoxa no mundo moderno, a diáspora russa, o regulamento a respeito do funcionamento das assembleias episcopais na diáspora ortodoxa.
Fonte: Rádio Vaticano 

    Papa Francisco parte para Cuba para encontrar-se com o Patriarca russo

    Vaticano, 12 Fev. 16 / 10:10 am (ACI).- O Papa Francisco deu início a sua nova viagem apostólica internacional com destino ao México, onde permanecerá desde hoje até o dia 18 de fevereiro.
    O Santo Padre decolou em um avião da companhia italiana Alitalia no Aeroporto Internacional de Fiumicino (Roma), às 8:24 (hora local) e fará uma breve escala em Havana (Cuba), para o primeiro encontro da história entre o Papa e o Patriarca russo Kirill. O voo até Cuba tem uma duração de pouco mais de doze horas e durante o mesmo sobrevoa Itália, França, Espanha, Portugal e Bahamas.O Pontífice chegará ao Aeroporto Internacional José Martín de Havana às 14 (hora local) e será acolhido pelo Núncio Apostólico do país, Dom Giorgio Lingua, o Cardeal de Havana, Dom Jaime Ortega e pelo Presidente do país, Raúl Castro.

    O encontro com o Patriarca Kirill durará aproximadamente duas horas. Depois dele, subirá novamente ao avião rumo à Cidade do México, onde chegará depois de três horas de voo, às 19:30 (hora local).
    Ao chegar ao Aeroporto Internacional Benito Juárez, haverá a cerimônia de acolhida.
    Pouco antes de subir ao avião, o Papa Francisco, através de sua conta pessoal no Twitter @Pontifex_pt disse: “No México fitarei os olhos da Virgem Maria, suplicar-lhe-ei que não deixe de nos proteger com misericórdia. A Ela confio a minha viagem”.

    Como de costume, antes de uma viagem apostólica internacional, o Papa Francisco visitou ontem a Basílica de Santa Maria Maior para rezar ante a imagem da Salus Populi Romani e encomendar à Virgem Maria a sua primeira visita ao México.
    Segundo a Rádio Vaticano, o Santo Padre ingressou na Basílica e rezou em privado frente à Mãe de Deus por esta sua 12ª viagem internacional. Além disso, deixou-lhe um buquê de flores que tinha um laço com as cores vermelha, branco e verde, o qual recordava as cores da bandeira do México e da Itália.

    Fonte: ACI Digital 

    11 de fev. de 2016

    Papa Francisco em Santa Maria Maior e São João de Latrão

    11/02/2016


    O Papa Francisco fez esta manhã uma visita privada à Basílica de Santa Maria Maior para rezar - como de costume, na véspera de uma viagem apostólica – diante do ícone de Maria Salus Populi Romani. Em seguida, foi à Basílica de São João de Latrão, por ocasião do encontro dos sacerdotes romanos para o início da Quaresma e confessou alguns sacerdotes.
    O encontro do clero romano é de carácter "penitencial – explicou o Cardeal vigário Agostino Vallini na carta de apresentação do evento publicada no site do Vicariato - para fazer experiência da misericórdia do Pai e podermos ser por nossa vez ministros da misericórdia nas comunidades que nos foram confiadas". O encontro é presidido pelo Mons. Angelo De Donati, responsável pelo Serviço para a formação permanente do Clero. Como sinal quaresmal, as ofertas recolhidas entre os sacerdotes durante o encontro serão devolvidas à Caritas Diocesana. O Cardeal Vallini informou que o Papa entregou o seu livro 'O nome de Deus é Misericórdia' a todos os sacerdotes do clero romano. 

    Rádio vaticano 

    Padre Reginaldo Manzotti - Palestra "Felicidade, prêmio dos que amam até o fim"


    Assista a Palestra 

    Papa: Quaresma, tempo para podar a falsidade, mundanidade e indiferença

    10/02/2016


    Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidiu, na tarde desta quarta-feira (10/02), a missa de início da Quaresma, com o tradicional rito de imposição das Cinzas, na Basílica de São Pedro. Durante a celebração houve o envio dos Missionários da Misericórdia.
    Em sua homilia, o pontífice sublinhou que “a Palavra de Deus, no início do caminho quaresmal, faz à Igreja e a cada um de nós dois convites. O primeiro, é o de São Paulo: Deixai-vos reconciliar com Deus.” 
    Reconciliação
    “Não é simplesmente um bom conselho paterno e nem uma sugestão. É uma verdadeira e própria súplica em nome de Cristo. Vos suplicamos em nome de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus. Por que um apelo assim tão solene e sincero? Porque Cristo sabe que somos frágeis e pecadores, conhece a fraqueza de nosso coração, o vê ferido pelo mal que cometemos e sofremos. Ele sabe que precisamos de perdão, sabe que precisamos nos sentir amados para realizar o bem. Sozinhos não somos capazes. Por isso, o Apóstolo não nos diz para fazer alguma coisa, mas para nos deixar reconciliar com Deus, permitir que Ele nos perdoe, com confiança, porque Deus é maior que o nosso coração. Ele vence o pecado e nos reergue das misérias, se as confiamos a Ele. Cabe a nós reconhecer que precisamos de misericórdia. É o primeiro passo do caminho cristão. Trata-se de entrar pela porta aberta que é Cristo, onde Ele mesmo nos espera, o Salvador, e nos oferece uma vida nova e alegre.”
    Vergonha
    Segundo Francisco, podem haver alguns obstáculos que fecham as portas do coração. Um deles é “a tentação de blindar as portas, ou seja, conviver com o próprio pecado, minimizando-o, justificando-se sempre, pensando em não ser pior que os outros. Assim, porém, se trancam as fechaduras da alma e se permanece fechado dentro, prisioneiros do mal. Outro obstáculo é a vergonha de abrir a porta secreta do coração. Na realidade, a vergonha é um bom sintoma, pois indica que queremos nos desligar do mal. Todavia, nunca deve se transformar em temor ou medo”.
    O terceiro obstáculo, segundo o Papa, é o de nos distanciar da porta. “Isso acontece quando nos enfurnamos em nossas misérias, quando remoemos continuamente, ligando entre si as coisas negativas, até chegar aos lugares mais escuros da alma. Então a tristeza que não queremos nos torna familiar, nos desencorajamos e somos mais fracos diante das tentações. Isso acontece porque permanecemos sós conosco, nos fechando e fugindo da luz, enquanto somente a graça do Senhor nos liberta. Deixemo-nos então reconciliar, ouvindo Jesus que diz a quem está cansado e oprimido: venha a mim. Não permanecer em si mesmo, mas ir até Ele. Ali há descanso e paz”, disse o pontífice.
    Missionários da Misericórdia
    Estavam presentes na celebração os Missionários da Misericórdia que receberam o mandato de ser sinais e instrumentos do perdão de Deus. “Queridos irmãos, que vocês possam ajudar a abrir as portas dos corações, a vencer a vergonha e a não fugir da luz. Que as suas mãos abençoem e reergam os irmãos e irmãs com paternidade. Que através de vocês o olhar e as mãos do Pai pousem sobre os filhos e curem suas feridas”, frisou o Papa.
    O Santo Padre falou sobre o segundo convite de Deus feito por meio do Profeta Joel: ‘Voltem para mim de todo o coração’. “Se é preciso voltar é porque nos distanciamos. É o mistério do pecado: nos distanciamos de Deus, dos outros e de nós mesmos. Não é difícil se dar conta: Todos vemos como fazemos esforço para ter realmente confiança em Deus, de nos confiar a Ele como Pai, sem medo. Como é difícil amar os outros, em vez de pensar mal deles. Como nos custa fazer o bem verdadeiro, enquanto somos atraídos e seduzidos por tantas realidades materiais que se disperdem e no final nos deixam pobres. Junto desta história de pecado, Jesus inaugurou uma história de salvação. O Evangelho que abre a Quaresma nos convida a ser protagonistas, abraçando três remédios, três medicamentos que curam do pecado”, disse ainda Francisco.
    Oração, caridade e jejum
    “Em primeiro lugar a oração, expressão de abertura e confiança no Senhor: É o encontro pessoal com Ele, que encurta as distâncias criadas pelo pecado. Rezar significa dizer: “Não sou autossuficiente, preciso de você. Você é a minha vida e minha salvação. Em segundo, a caridade para superar a estranheza em relação aos outros. O amor verdadeiro, de fato, não é um ato exterior, não é dar algo de forma paternalista para tranquilizar a consciência, mas aceitar quem precisa de nosso tempo, de nossa amizade e nossa ajuda. É viver o silêncio, vencendo a tentação de nos satisfazer. Em terceiro lugar o jejum, a penitência para nos libertar das dependências em relação ao que passa e nos treinar para ser mais sensíveis e misericordiosos. É um convite à simplicidade e partilha: tirar algo de nossa mesa e nossos bens para reencontrar o bem verdadeiro da liberdade.”
    “Voltem para mim”, diz o Senhor, “de todo o coração”. “Não somente com algum ato exterior, mas do profundo de nós mesmos. De fato, Jesus nos chama para viver a oração, a caridade e a penitência com coerência e autenticidade, vencendo a hipocrisia.”
    Quaresma, tempo para podar a falsidade

    “Que a Quaresma seja um tempo benéfico para podar a falsidade, a mundanidade e a indiferença; para não pensar que tudo vai bem se eu estou bem; para entender que o que conta não é a aprovação, a busca de sucesso ou consenso, mas a limpeza do coração e da vida; para reencontrar a identidade cristã, ou seja, o amor que serve, não o egoísmo que se serve. Coloquemo-nos a caminho juntos, como Igreja, recebendo as Cinzas e mantendo fixo o olhar no Crucifixo. Ele, amando-nos, nos convida a nos deixar reconciliar com Deus e a retornar a Ele, para nos reencontrar”, concluiu o Papa.

    Fonte: Rádio Vaticano 

    Apelo do Papa: rezar pelos doentes e fazê-los sentir o nosso amor

    10/02/2016


    Nas saudações em italiano no final da audiência geral desta quarta-feira dia 10 de fevereiro, véspera do Dia Mundial do Doente, o Papa Francisco pediu a oração dos fiéis pelas pessoas enfermas:
    “Amanhã, memória de Nossa Senhora de Lourdes, tem lugar o XXIV Dia Mundial do Doente, que tem a sua celebração culminante em Nazaré. Na mensagem deste ano refletimos sobre o papel insubstituível de Maria nas Bodas de Caná: “Fazei o que Ele vos disser (Jo 2, 5). Na solicitude de Maria espelha a ternura de Deus e a imensa bondade de Jesus Misericordioso. Convido a rezar pelos doentes e a fazê-los sentir o nosso amor. A mesma ternura de Maria esteja presente na vida de tantas pessoas que se encontram ao lado dos doentes sabendo colher as suas necessidades, mesmo aqueles mais impercetíveis, porque vistos com olhos cheios de amor.”
    O Papa Francisco pediu também a oração de todos pela sua Viagem Apostólica ao México dos próximos dias 12 a 18 e ainda pelo histórico encontro com o Patriarca Kirill no dia 12 em Cuba.

    Fonte: Rádio Vaticano 

    Audiência: misericórdia e partilha dos bens e recursos

    10/02/2016

    Quarta-feira, dia 10 de fevereiro – na audiência geral o Papa Francisco propôs uma catequese sobre o Jubileu como “perdão geral” para ajudar o povo a viver uma fraternidade concreta.
    Desde logo o Santo Padre contextualizou que o Jubileu “acontecia de 50 em 50 anos como um momento culminante da vida religiosa e social do povo de Israel. Se uma pessoa tivesse sido obrigada a vender a sua terra ou a sua casa, no Jubileu recuperava a posse delas, e se alguém contraíra dívidas que não pôde saldar e fora reduzido à escravidão pondo-se ao serviço do credor, no Jubileu podia voltar livre para a sua família e reaver todas as suas propriedades.”
    O Jubileu era, assim, uma espécie de “perdão geral”, que permitia a cada pessoa voltar à sua situação original. “Quem empobrecera voltava a ter o necessário para viver e quem enriquecera restituía ao pobre o que lhe apanhara” – disse o Papa que evidenciou ainda que o objetivo era criar uma “sociedade assente na igualdade e na solidariedade, onde a liberdade, a terra e o dinheiro voltassem a ser um bem para todos e não só para alguns”.
    O Jubileu tinha por função ajudar o povo a viver uma fraternidade concreta, feita de mútua ajuda. Podemos dizer que o jubileu bíblico era um “jubileu de misericórdia”. A mensagem bíblica é muito clara – declarou o Santo Padre: “abrir-se com coragem à partilha entre compatriotas, entre famílias, entre povos, entre continentes. Contribuir para realizar uma terra sem pobres quer dizer construir sociedades sem discriminações, assentes na solidariedade que leva a partilhar aquilo que se possui numa divisão dos recursos fundada na fraternidade e na justiça – disse Francisco concluindo a sua catequese.
    O Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
    “Com ânimo feliz e agradecido, saúdo os professores e os alunos das diversas comunidades escolares de Barreiro, Bragança, Coimbra e Lisboa. Sobre vós e demais peregrinos de língua portuguesa, invoco a proteção da Virgem Maria. Que Ela vos tome pela mão durante os próximos quarenta dias, ajudando-vos a ficar mais parecidos com Jesus ressuscitado. Desejo-vos uma santa e frutuosa Quaresma!”
    Nas saudações em italiano no final da audiência geral desta quarta-feira dia 10 de fevereiro, véspera do Dia Mundial do Doente, o Papa Francisco pediu a oração dos fiéis pelas pessoas enfermas:
    “Amanhã, memória de Nossa Senhora de Lourdes, tem lugar o XXIV Dia Mundial do Doente, que tem a sua celebração culminante em Nazaré. Na mensagem deste ano refletimos sobre o papel insubstituível de Maria nas Bodas de Caná: “Fazei o que Ele vos disser (Jo 2, 5). Na solicitude de Maria espelha a ternura de Deus e a imensa bondade de Jesus Misericordioso. Convido a rezar pelos doentes e a fazê-los sentir o nosso amor. A mesma ternura de Maria esteja presente na vida de tantas pessoas que se encontram ao lado dos doentes sabendo colher as suas necessidades, mesmo aqueles mais impercetíveis, porque vistos com olhos cheios de amor.”
    O Papa Francisco pediu também a oração de todos pela sua Viagem Apostólica ao México dos próximos dias 12 a 18 e ainda pelo histórico encontro com o Patriarca Kirill no dia 12 em Cuba.
    O Papa Francisco a todos deu a sua bênção.

    Fonte: Rádio Vaticano 

    Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

    A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...