6 de fev. de 2016

Reflexão do Evangelho. 5° Domingo do Tempo Comum Ano C 07/02/16

1° Leitura  Is 6, 1-2a. 3-8
Sl 137 (138)
2° Leitura 1Cor 15, 1-11. ou 3-8.11
Lc 5, 1-11


Não desanimemos diante das dificuldades



Jesus nos pede que não desanimemos diante das dificuldades, mas ouçamos atentamente Sua Palavra

“Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes” (Lucas 5, 5).

Simão Pedro e seus companheiros, à beira do lago, estavam cansados e exaustos, porque tentaram pescar o tempo inteiro, mas o mar não estava para peixe. Não pescaram nem conseguiram nada!
Quando nós tentamos alguma coisa e não conseguimos, o desânimo toma conta de nós e dizemos: “Isso já tentei, já procurei e não deu certo. Eu não consigo nada!”. Fico pensando em tantas pessoas desanimadas, jovens sem alento, quantas pessoas tristes e depressivas, porque procuraram algo com tanta intensidade, mas o que encontraram foi a decepção.
A decepção machuca, tira nossas forças, abala nossa fé, deixa-nos secos e vazios, porque nos joga para baixo.
Diante daqueles pescadores decepcionados com o mar que não estava para peixe, Jesus foi ousado em dizer: “Avançai para águas mais profundas!”. Simão Pedro, o mais impetuoso, disse: “Senhor, nós trabalhamos a noite inteira e nada conseguimos, mas, em atenção à Sua palavra, vou lançar novamente as redes”. Quando as redes foram lançadas, apanharam tamanha quantidade de peixe que não conseguiam nem sustentar as redes.
Amados irmãos e irmãs, ainda que o desalento, o desânimo e a decepção estejam à nossa frente, vamos dar atenção à Palavra do Senhor. Vamos avançar para águas mais profundas da vida!
Não vale a pena recuar, desanimar, entregar os pontos e dizer “não tem mais jeito!”. Deus sabe a direção do mar e para que lado os peixes correm. Mas se todos se foram, a graça de Deus sabe buscar o impossível onde não parece ter mais jeito.
Por isso, mesmo desanimados, cansados e, muitas vezes, sem esperança nesta ou naquela situação, coloquemos no Senhor a nossa confiança. Demos crédito e atenção à Sua Palavra, porque o Senhor sabe qual é a direção do mar.
Deus abençoe você!


Por Padre Roger Araújo 
Fonte: Canção Nova 

"Padre Pio foi um servidor da misericórdia” - Papa

06/02/2016


As urnas com as relíquias dos Santos franciscanos, Pio da Pietralcina e Leopoldo Mandic , estão desde sexta-feira à tarde expostas na Basílica de São Pedro, para a adoração dos fiéis. Um gesto do Papa Francisco neste Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia.
Esta manhã o Papa encontrou-se na Praça de São Pedro com numerosos grupos de oração de Padre Pio, umas 80 mil pessoas da Itália e de várias outras partes do mundo… Uma multidão que não passou desapercebida ao Papa, o qual sublinhou a gratidão dessas pessoas por o Padre Pio lhes ter “ajudado a descobrir o tesouro da vida, que é amor de Deus, e a experimentar a beleza do perdão e da misericórdia do Senhor”.
“Podemos dizer que Padre Pio foi um servidor da misericórdia”.
Um servidor da misericórdia, um “apóstolo da escuta” que se tornou, através do ministério da Confissão, uma carícia vivente de Deus que cura as feridas do pecado e asserena o coração com a paz.”.
P. Pio dedicou-se a tempo cheio, por vezes até à exaustão, à escuta – continuou o Papa - acrescentando que pôde fazer isso, porque “estava sempre ligado à fonte, a Jesus crucificado, tornando-se assim “num canal de misericórdia”.
Para P. Pio os grupos de oração eram “viveiros de fé, lares de amor”, não apenas centros de encontro – disse Francisco definindo a oração uma “verdadeira e própria missão que trás o fogo do amor a toda a humanidade”, uma “força que move o mundo”, “uma obra de misericórdia espiritual” que não deve ser usada só como boa prática nem para pedir a Deus aquilo que nos serve – assim seria puro egoísmo. “É dom da fé e de amor, uma intercepção de que temos necessidade como o pão”. Trata-se duma “ciência que devemos aprender todos os dias, porque è bela: a beleza do perdão e da misericórdia do Senhor”.  
Francisco agradeceu depois aos grupos de oração, encorajando-os, a fim de que, disse “os grupos de oração sejam “centrais de misericórdia”, centrais sempre abertas e activas.
O Papa recordou ainda que “ao lado da obra de misericórdia espiritual dos grupos de oração, P. Pio quis também uma extraordinária obra de misericórdia corporal: a Casa Alívio do Sofrimento”, inaugurada há 60 anos, pois que é importante curar a doença e sobretudo cuidar do doente, mesmo os moribundos; o doente é Jesus, é a carne de Cristo.
A terminar, Francisco saudou de modo particular os fiéis da arquidiocese de Manfredónia-San Giovani Rotondo, recordando que João Paulo II lhe referira que quando ia lá à missa para pedir conselhos e fazer-se confessar pelo P. Pio, surgia nele a imagem viva de Cristo sofredor e ressuscitado. “No rosto de Padre Pio resplandecia a luz da ressurreição”. Que qualquer pessoa que vá à vossa bela terra possa encontrar também em vós um reflexo da luz do Céu”, disse-lhes Francisco, pedindo orações para ele e dizendo que ele também tem vontade de lá ir. ~
Rádio Vaticano 

Histórico: anunciado encontro entre o Papa e o Patriarca Kirill

06/02/2016


O Papa Francisco e o Patriarca de Moscovo e de todas as Rússias, Kirill, encontram-se em Cuba no próximo dia 12 de fevereiro. O Santo Padre fará ali uma pequena escala na sua viagem ao México encontrando-se com o Patriarca de Moscovo que está naquele país em visita oficial.
É com grande alegria que o Patriarcado de Moscovo e a Santa Sé, num comunicado conjunto, anunciam este acontecimento. Em particular, o padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, durante a conferência de imprensa de apresentação da Viagem Apostólica do Papa Francisco ao México, teve oportunidade de dar mais alguns pormenores sobre este histórico acontecimento.
O padre Lombardi informou ser este um encontro que estava a ser “há muito preparado” e será “o primeiro na história”. “Sinal da esperança para todos os homens de boa vontade” é como o porta-voz vaticano refere o evento do próximo dia 12 de fevereiro que terá lugar no aeroporto internacional José Martí em Havana, cidade capital de Cuba. A receber o Santo Padre estará o presidente cubano Raul Castro.
Este encontro pessoal entre Kirill e Francisco terá um momento de reunião a sós e, de seguida, será feita a assinatura de uma declaração conjunta. Estão também previstas algumas breves palavras de ambos.
O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé traçou um perfil do Patriarca Kirill:
“Certamente é uma personalidade que tem uma longuíssima história de empenho ecumênico e de participação nas relações com as outras Igrejas. Com o Patriarca precedente Aleksej II, Kirill era o responsável pelas relações exteriores do Patriarcado. Portanto, mantinha muitas relações ecuménicas e conhecia muito bem também a situação do ecumenismo. Entre outras coisas, esteve aqui em Roma por ocasião da consagração da Igreja ortodoxa e tinha encontrado o Papa Bento XVI, quando Kirill ainda não era Patriarca” – salientou o padre Lombardi.
A Igreja ortodoxa russa representa cerca de dois terços dos ortodoxos do mundo, mais ou menos duzentos milhões de cristãos. Assim – disse ainda o padre Lombardi – este encontro entre o Papa e o Patriarca de Moscovo, constitui “um passo ecumênico particularmente importante”.

Rádio Vaticano 

5 de fev. de 2016

Papa Francisco: Deus vence com o estilo da humildade

05/02/2016


Sexta-feira, dia 5 de fevereiro – na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que Deus vence com o estilo da humildade tal como demonstram os últimos dias do maior dos profetas: João Batista.
Segundo o Evangelho do dia, o homem que tinha preparado a vinda do Messias acaba decapitado no escuro de uma cela. Mas mesmo assim Deus vence – afirmou o Papa que sublinhou as palavras do Evangelho de Marcos neste dia:
“João Batista. O homem maior nascido de mulher: assim diz a forma de canonização de João. Mas esta fórmula não a disse o Papa, disse-a Jesus. Aquele homem maior nascido de mulher. O santo maior: foi assim que Jesus o canonizou. E terminou no cárcere, degolado, e a sua última frase foi quase uma renúncia: ‘Os discípulos de João, ao saberem do facto, vieram, pegaram no cadáver e o colocaram no sepulcro’. Assim terminou o maior homem nascido de uma mulher’. Um grande profeta; o único a quem foi concedido de ver a esperança de Israel.”
Na sua homilia o Papa Francisco procurou mesmo entrar na cela de João, a procurar decifrar a voz da sua alma, a alma de um homem que gritou no deserto e batizou multidões no nome daquele que deve vir, e que, no entanto, está acorrentado aos ferros da sua prisão mas também a alguma incerteza, não obstante tudo.
A vida de João foi um constante diminuir-se – afirmou o Papa – um grande que não procurou a sua própria glória mas aquela de Deus e que acaba no anonimato. Mas com esta sua atitude preparou o caminho a Jesus. Faz-nos bem ler esta passagem do capítulo VI de S. Marcos – salientou o Papa Francisco:
“Faz-nos bem ler hoje esta passagem do Evangelho, o Evangelho de Marcos, capítulo VI. Ler esta passagem, para ver como Deus vence: o estilo de Deus não é o estilo do homem. Peçamos ao Senhor a graça da humildade que tinha João, e não nos cobrirmos com os méritos e glórias dos outros. E acima de tudo, a graça de que na nossa vida haja sempre o lugar, para que Jesus cresça e que nos diminuamos, até ao fim.”

Rádio Vaticano 

S. Pio e S. Leopoldo expostos na Basílica de S. Pedro

05/02/2016


Destaque na tarde desta sexta-feira, dia 5 de fevereiro no Vaticano para a transladação dos corpos dos santos confessores Pio de Pietrelcina e Leopoldo de Mandic da Igreja de S. Salvador em Lauro para a Basílica de S. Pedro.
Estes dois santos serão levados em procissão desde o Castel Sant’Angelo até à Basílica Vaticana percorrendo toda a Via da Conciliação. A acolher as relíquias dos santos estará o Cardeal Angelo Comastri, Arcipreste da Basílica Papal.
Os santos confessores serão colocados na nave central da Basílica de S. Pedro junto ao Altar da Confissão e ali ficarão expostos para a veneração dos fiéis até à manhã do dia 11 de fevereiro, dia em que será celebrada uma eucaristia de ação de graças.
Esta iniciativa inclui-se no roteiro das atividades do Ano Santo da Misericórdia.

Rádio Vaticano 

Local do batismo de Jesus declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO

O local do batismo de Jesus no Rio Jordão foi declarado oficialmente pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, em uma cerimônia realizada em Paris na terça-feira (2/2), na presença de uma delegação proveniente do Reino Hashemita da Jordânia, formada pelo Ministro do Turismo Nayef H Al-Fayez e pelo Arcebispo Maroun Lahham, Vigário Patriarcal para a Jordânia do Patriarcado Latino de Jesusalém.


Local visitado por quatro PapasEm seu pronunciamento, o Arcebispo Lahham definiu o local do batismo de Jesus como “um lugar onde ainda ecoa a vos de Cristo”, em um país – a Jordânia – “tranquilo e seguro, em meio a um Oriente Médio em chamas”. “O Evangelho – recordou o Vigário Patriarcal – já o havia declarado há 2000 anos, a devoção popular sempre confirmou isto e hoje a comunidade internacional faz a declaração oficial”.


A Jordânia também é Terra Santa“A partir desta tarde – acrescentou – nós podemos declarar a alta voz que a Jordânia é Terra Santa. A Terra Santa compreende também, e sobretudo, Jerusalém, Belém e Nazaré, mas a Jordânia não é por isto menos santa”.

4 de fev. de 2016

Hino Oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016.

Letra: José Antonio de Oliveira
Música: Adenor Leonardo Terra
01 – Eis, ó meu povo o tempo favorável
Da conversão que te faz mais feliz;
Da construção de um mundo sustentável,
“Casa Comum” é teu Senhor quem diz:
Refrão:
Quero ver, como fonte o direito a brotar,
A gestar tempo novo: e a justiça,
Qual rio em seu leito, dar mais vida
pra vida do povo.
02 – Eu te carrego sobre as minhas asas
Te fiz a terra com mãos de ternura;
Vem, povo meu, cuidar da nossa casa!
Eu sonho verde, o ar, a água pura.
03 – Te dei um mundo de beleza e cores,
Tu me devolves esgoto e fumaça.
Criei sementes de remédio e flores;
Semeias lixo pelas tuas praças.
04 – Justiça e paz, saúde e amor têm pressa;
Mas, não te esqueças, há uma condição:
O saneamento de um lugar começa
Por sanear o próprio coração.
05 – Eu sonho ver o pobre, o excluído
Sentar-se à mesa da fraternidade;
Governo e povo trabalhando unidos
Na construção da nova sociedade.

Papa: a fé é a maior herança que podemos deixar na vida

04/02/2016

A primeira leitura do dia fala sobre a morte do Rei David. “Toda a vida tem um fim. Este é um pensamento que não gostamos muito, mas é a realidade de todos os dias”, sublinhou o pontífice. “Pensar no último passo é uma luz que ilumina a vida, é uma realidade que devemos ter sempre diante de nós”:
“Numa das audiências de quarta-feira estava entre os doentes uma religiosa idosa, mas com um rosto que transmitia paz, um olhar iluminado. Quantos anos tem, Irmã? E com um sorriso ela respondeu: 83, mas estou terminando o meu percurso nesta vida para começar outro percurso com o Senhor, pois tenho cancro no pâncreas. Assim, em paz, aquela mulher viveu intensamente a sua vida consagrada. Não tinha medo da morte: Estou terminando o meu percurso de vida para começar outro. É uma passagem. Estas coisas nos fazem bem.”
David reinou sobre Israel durante 40 anos, “porém quarenta anos também passam”. Antes de morrer, exorta o filho Salomão a observar a Lei do Senhor. Ele em vida pecou muito, mas aprendeu a pedir perdão e a Igreja o chama de “Santo Rei David. Pecador, mas Santo”! Agora, na hora da morte, deixa ao filho “a herança mais bonita e maior que um homem e uma mulher podem deixar aos filhos: deixa a fé”:
“Quando se faz o testamento, as pessoas dizem: ‘Mas a ele deixo isto, a este deixo aquilo, àquele deixo aquilo outro …’. Sim, tudo bem, mas a mais bela herança, a maior herança que um homem, uma mulher pode deixar aos seus filhos é a fé. E David faz memória das promessas de Deus, faz memória da própria fé nessas promessas e as recorda ao filho. Deixar a fé como herança. Quando na cerimônia de Baptismo damos aos pais a vela acesa, a luz da fé, estamos dizendo: ‘Mantenha-a, faça-a crescer no seu filho e na sua filha e deixe-a como herança”. Deixar a fé como herança, isso nos ensina David, e morre assim, simplesmente como cada homem. Mas sabe bem o que aconselhar ao filho e qual seja a melhor herança que lhe deixa: não o reino, mas a fé!”.
Nos fará bem fazer-nos uma pergunta – concluiu o Papa: “Qual é a herança que eu deixo com a minha vida?”:
“Deixo a herança de um homem, uma mulher de fé? Aos meus deixo esta herança? Peçamos ao Senhor duas coisas: de não ter medo deste último passo, como a Irmã da audiência de quarta-feira - ‘estou concluindo o meu percurso e inicio outro’ – de não ter medo; e a segunda coisa, que todos nós possamos deixar com a nossa vida, como melhor herança, a fé, a fé neste Deus fiel, este Deus que sempre está ao nosso lado, este Deus que é Pai e jamais desilude”. 

Rádio Vaticano 

3 de fev. de 2016

A recepção da comunhão ao longo dos séculos

A comunhão nunca foi tão acessível... e tão banalizada



Até o século XIX, os critérios para comungar eram doutrinalmente tão exigentes que, na prática, poucas pessoas comungavam.
Considerava-se que, para além de uma preparação que eu chamaria de negativa — o fiel não deveria ter consciência de nenhum pecado grave –, era necessária uma cuidadosa preparação positiva: jejum eucarístico desde a meia noite, asseio e modéstia pessoais muito mais salientados que o normal, oração fervorosa com a repetição de inúmeros atos de fé, esperança, adoração, humildade, caridade etc. No dia-a-dia, as pessoas comungavam raramente, somente depois de se confessarem e fora da Santa Missa.
Essa prática era tão consagrada, que Santa Teresa foi considerada suspeita de heresia porque desejava comungar todos os domingos.
A propósito, o Concílio de Trento deixou muito clara a distinção entre o rito da Santa Missa (com a comunhão do sacerdote) e o rito da Santa Comunhão dos fieis, para salvar a Igreja do erro protestante de se considerar a Missa como somente uma Ceia e, portanto, a Comunhão como o momento essencial da ação litúrgica (e não a consagração).
Os santos sempre sofreram com essa dificuldade em receber o Santíssimo Sacramento, a tal ponto que a própria Santa Teresinha do Menino Jesus chegou a dizer que, quando chegasse ao céu, a primeira coisa que pediria a Deus seria a “comunhão diária” para toda a Igreja.
De fato, ela morreu em 1897 e, em 1903, foi eleito o grande São Pio X, que, em 1905, escreveu o Decreto “Sacra Tridentina Synodos”, oferecendo a todos os fieis a possibilidade de comungarem diariamente.
Isso foi uma grande graça! Um tremendo prodígio!
Contudo, a recepção diária não servia para afrouxar as exigências de uma preparação negativa e positiva para comungar. Antes, era instrumento para difusão de maior santidade na Igreja.
Aconteceu, porém, que, com o passar do tempo, a disciplina se foi afrouxando e, de uma condição em que o fiel se sentia “PROIBIDO DE COMUNGAR”, passou-se a uma condição em que os fieis passaram a se sentir no “DIREITO DE COMUNGAR”: bastaria não ter um pecado grave na consciência que já se sentiriam aptos para aceder ao “sacrum convivium”, sem maiores exigências.
Foi uma mudança de 180 graus, já foi uma queda!, mas ainda num quadro em que as pessoas se viam obrigadas a confessar, caso houvesse consciência de pecado mortal.
A situação foi se alterando, porém.
E, há algumas décadas, chegamos ao estado em que os fieis se sentem no “DEVER DE COMUNGAR”, como se a não recepção da comunhão fosse em si mesma um pecado. Esse dever, aliás, não é imputado apenas ao leigo, mas também à Igreja: parece que a única forma de inclusão é dar a comunhão, e ninguém possa ser privado desse sacramento, inclusive pelo próprio bem de sua alma. Não só o fiel teria o dever de comungar, mas o padre teria o dever de dar a comunhão a quem quer que seja!
Hoje, as pessoas se confessam de terem ido à Missa e não terem comungado; ou de não terem ido à Missa por não poderem comungar; ou de terem comungado em pecado grave com a intenção de depois se confessarem, porque se sentiam no dever de fazê-lo ou tinham “necessidade”… QUANTA CONFUSÃO DOUTRINAL E QUANTO SACRILÉGIO!
A doutrina da Igreja é clara, e não preciso aqui explicá-la. Para comungar, é preciso ter a consciência livre de qualquer pecado grave e estar fervorosamente em pelo menos uma hora de jejum e oração, aguardando a chegada do Senhor na alma!
Na práxis pastoral hodierna, não é que mudamos 180 graus, isso já é coisa do passado! Conseguimos a “proeza” de ainda dar uma cambalhota para outros 180 graus, e parece-me que perdemos o caminho de volta.
Viva a Sagrada Comunhão diária!, mas recebida com as devidas disposições, com aquele espírito sintetizado pelo Apóstolo das Gentes: “aquele que comunga sem distinguir o corpo do Senhor, comunga a sua própria condenação. Esta é a razão por que entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos” (1Cor 11,29-30).
Não seria essa banalidade com que tratamos a Sacratíssima Eucaristia a razão de tanta falta de firmeza na fé, de tanta apostasia, de tanta irreligião, de tanto abandono de Deus e de sua Lei?…

Site: Aleteia 

Audiência: misericórdia e justiça, amar o culpado para o salvar

03/02/2016

Quarta-feira, dia 3 de fevereiro – na audiência geral o Papa Francisco continuou as suas catequeses sobre a misericórdia: Deus de misericórdia infinita, e Deus de justiça perfeita – como se conciliam estas duas coisas? – perguntou o Santo Padre.
Segundo o Papa Francisco não há uma contradição, pois é a misericórdia que leva ao cumprimento da verdadeira justiça. De facto, existe um tipo de justiça, a retributiva, que manda dar a cada um o que lhe é devido, que leva a condenar quem comete um delito. Contudo, não é uma justiça perfeita, pois não vence realmente o mal, apenas contém o seu avanço.
Na Bíblia – disse o Papa – aprendemos outro modo de fazer justiça. Não através da punição, mas do perdão que apela à consciência, para conduzir à conversão. O ofendido ama o culpado e quer salvá-lo. Este é um caminho difícil mas possível, por exemplo, como modo de resolução de conflitos na família:
“É este o modo de resolver os conflitos nas famílias, nas relações no casal ou entre pais e filhos onde o ofendido ama o culpado e deseja salvar a relação que o liga ao outro.”
“Certo, este é um caminho difícil. Exige que quem sofreu uma ofensa esteja pronto a perdoar e deseje a salvação e o bem de quem o ofendeu. Mas só assim a justiça pode triunfar, porque, se o culpado reconhece o mal feito e deixa de o fazer, eis que o mal já não existe e aquele que era injusto torna-se justo, porque perdoado e ajudado a reencontrar o caminho do bem.”
É assim que Deus age connosco, com o seu coração de Pai: a sua justiça é o seu perdão – ressaltou Francisco.  Em Jesus, a misericórdia fez-se carne e a verdadeira justiça alcançou a plenitude: fomos perdoados, chamamos a Deus de Pai e, por isso, devemos perdoar àqueles que nos ofendem como Ele nos perdoou. 
No final da sua catequese o Santo Padre dirigiu uma palavra para os sacerdotes que acolhem os fiéis em confissão, recomendando-lhes que o devem fazer com um coração de Pai.
O Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Saúdo cordialmente todos os peregrinos de língua portuguesa. Queridos amigos, devemos deixar para trás o nosso pobre conceito de justiça e abrir o nosso coração à infinita misericórdia de Deus, que nunca se cansa de nos perdoar, para que possamos buscar a reconciliação com todos, começando pelos nossos familiares. Que Deus vos abençoe.”
No final da audiência houve uma exibição de acrobacias e malabarismos dos artistas do “American Circus” e o Santo Padre agradeceu-lhes o seu exemplo de persistência no treino quotidiano.
O Papa Francisco a todos deu a sua benção.
Rádio Vaticano 

Vida Consagrada. Papa: homens e mulheres de encontro

03/02/2016


Nesta terça-feira, dia 2 de fevereiro, Festa da Apresentação do Senhor e XX Dia Mundial da Vida Consagrada, o Papa Francisco presidiu a uma Eucaristia na Basílica de S. Pedro e afirmou na sua homilia que “os consagrados e as consagradas são chamados a serem sinal concreto e profético da proximidade de Deus”.
Também neste dia foi celebrado o Jubileu da Vida Consagrada, coincidindo com a conclusão do Ano da Vida Consagrada que teve início a 30 de novembro de 2014.
O Santo Padre na sua homilia considerou que os consagrados devem estar em estado permanente de missão para compartilharem a vida:
“Todas as formas de vida consagrada, cada uma segundo as suas características, são chamadas a estarem em estado permanente de missão, compartilhando “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, dos pobres, sobretudo, e de todos os que sofrem.”
Numa festa que, sobretudo no Oriente, é chamada de festa do encontro, Jesus é a “face da Misericórdia do Pai”. O Menino que é apresentado no Templo trouxe-nos a misericórdia e a ternura de Deus, fazendo-nos promotores da “cultura do encontro, evitando a autorreferencialidade que nos faz permanecer fechados em nós mesmos” – sublinhou o Santo Padre.
Concentrando a sua atenção no Evangelho do dia, o Papa evocou vários encontros como os do velho Simeão e de Ana, que representam a espera e a profecia. “Neste Menino nascido para todos encontram-se o passado, feito de memória e de promessa, e o futuro, repleto de esperança”, acrescentou o Papa que recordou que Jesus não nos salvou “de fora”, não permaneceu fora do nosso drama, mas quis compartilhar a nossa vida.
Assim, “os consagrados e as consagradas são chamados a serem sinal concreto e profético desta proximidade de Deus, desta partilha com a condição de fragilidade, de pecado e de feridas do homem do nosso tempo” – declarou o Papa Francisco.
O Santo Padre após ter advertido os religiosos para o perigo da rotina na vida espiritual, chamou a atenção também para o risco da cristalização dos carismas numa doutrina abstrata. Referindo-se aos fundadores das Ordens, Congregações religiosas e Institutos de Vida Consagrada, o Papa afirmou o Espírito dos fundadores:
“Os nossos fundadores foram movidos pelo Espírito e não tiveram medo de sujar as mãos com a vida quotidiana, com os problemas das pessoas, percorrendo com coragem as periferias geográficas e existenciais. Não se detiveram diante dos obstáculos e das incompreensões dos outros, porque mantiveram no coração a admiração pelo encontro com Cristo. Não domesticaram a graça do Evangelho; tiveram sempre no coração uma inquietação saudável pelo Senhor, um desejo ardente de levá-lo aos outros, como fizeram  Maria e José no Templo. Também nós somos chamados hoje a realizar escolhas proféticas e corajosas.”
No final da celebração o Santo Padre dirigiu-se aos muitos consagrados e consagradas que participaram na Missa através dos ecrãs na Praça de S. Pedro. Disse-lhes que o centro da vida consagrada é a oração e, agradecendo-lhes por terem vindo, pediu-lhes para não se esquecerem do primeiro chamamento à vocação, pois “o Senhor continua a chamar por vós” – disse o Papa Francisco.
Rádio Vaticano 

Os homens a quem o Céu obedece

Será que existem esses homens? É claro que existem, e por vontade do próprio Deus. Hoje, o primeiro deles, é aquele que escolheu o nome de Francisco, o nosso querido Papa.
Quando Jesus instituiu a Sua Igreja – uma sociedade humana e divina – deu a seu chefe visível e humano, o poder de fazer o céu ligar o que ele ligasse aqui na Terra. E ninguém pode questionar isso, pois foi determinação do próprio Filho de Deus. Ele o quis, quem pode contestá-lo? Ele disse a Pedro, o primeiro Papa, explicitamente, com todas as letras, o que vale, é claro, para os seus sucessores:
“E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16,18-19).
É por isso, que o Papa é infalível quando proclama “ex-cathedra” um dogma de fé. É claro que no céu não pode ser ligado nada de errado; então, Deus não permite, por assistência especial do Espírito Santo, que o Papa decida algo errado em termos de fé e de moral. Jesus assim o quis e fez para que a Sua Igreja, “o Sacramento universal da Salvação”, como a chamou o Concílio Vaticano II, jamais permitisse que o “depósito da fé”, a “sã doutrina” (1Tm 1,10; 4,6 – Tt 2,1) se corrompesse.
Dando ao Papa essa prerrogativa, Jesus garantia para a Igreja o exercício pleno da verdade que salva, como diz o nosso Catecismo (cf. §851). Demos, portanto, graças a Deus, por tanto poder que Jesus concedeu ao Papa aqui na Terra, para o bem de todos nós.
Sem isso, a Igreja seria uma Instituição humana a mais, sujeita a erros e subjetivismos que destruiriam a Verdade que Cristo a ela confiou  para a salvação dos homens.
É claro que a proclamação de um dogma é algo raríssimo, e o Santo Padre não decide sozinho uma questão de fé, quando é necessário; ele houve toda a Igreja: os cardeais, os bispos do mundo todo, os grandes teólogos, os superiores das Congregações religiosas, os Seminários de Teologia, e até os fiéis (“sensus fidei”), etc; e, alguns dogmas foram proclamados juntamente com um Concílio Ecumênico, como o da infalibilidade do Papa, no Concilio Vaticano I, em 1870, pelo Papa Pio IX.
Não mais do que umas doze vezes, em toda a história da Igreja, um Papa definiu um dogma de fé, especialmente quando um ponto fundamental do depósito da fé era colocado em dúvida por alguns teólogos.
E também o Colégio dos Apóstolos, nossos bispos, quando chefiado pelo Papa, recebeu do Senhor Jesus esta prerrogativa, como se vê em Mateus 18,18: “Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu”.a_minha_igreja_nova_capa
É por isso, que o nosso Catecismo diz que: “A infalibilidade prometida à Igreja reside também no corpo episcopal quando este exerce seu magistério supremo em união com o sucessor de Pedro, sobretudo em um Concílio Ecumênico”… “Esta infalibilidade tem a mesma extensão que o próprio depósito da Revelação divina” (§891).
Logo, é lamentável sob todos os aspectos, quando algum leigo, sacerdote, bispo, ou teólogo, se ponha contra o Papa. É triste quando observamos que alguns, ao ler um documento novo do Pontífice, ao invés de dar graças a Deus, e beber dessa fonte de graça e sabedoria, começam a criticar o texto. Na verdade são pessoas orgulhosas, prepotentes, que se acham melhores que o Papa e mais sábios e doutos que Ele. Até podem ser, mas não tem a mesma assistência especial do Espírito Santo. Não é sem razão que a Igreja sempre ensinou que a humildade e a obediência são virtudes fundamentais para a nossa salvação. Demos graças a Deus.
Prof. Felipe Aquino

Via: Cléofas 


2 de fev. de 2016

2/2 – Santa Catarina de Ricci

Ela nasceu em Florença, Itália no dia 23 de abril de 1522. Sua mãe morreu quando ela ainda era criança e ela foi criada pela sua madrinha de batismo mas considerava a Virgem Maria como a sua verdadeira mãe e desenvolveu uma grande devoção a Ela. Como criança ela podia falar com o seu anjo da guarda e o anjo a ensinava preces para o seu rosário. Com a idade de 6 anos ela entrou para o Convento-Escola em Montecelli, onde sua tia Louisa del Ricci era Abadessa. Catarina desenvolveu uma enorme devoção a Paixão de Cristo. Seu pai Pedro se opunha aos seus planos de entrar para o Convento. Ele resolveu permitir, mas depois mudou de ideia  Ela continuava com sua orações em casa, mas quando ele mudou de ideia ela ficou doente. Somente quando ele finalmente concordou com a sua vocação, ela melhorou e se tornou uma terciária dominicana. Ela recebeu visões e extasies, mas estes provocaram vários problemas e dúvidas entre as freiras- exteriormente ela parecia estar dormindo ou meio abobalhada quando as visões tomavam conta dela. Catarina pensava que todos recebiam visões como ela e que estas visões seriam parte de suas vidas com Deus.
Ela sofreu uma serie de doenças, que prejudicaram a sua saúde. Ela conheceu São Filipe Neri em uma visão, quando ele estava vivo e em Roma. Eles conseguiam se corresponder e ela conseguia bi locar-se (estar em dois locais ao mesmo tempo). Catarina apareceu para Filipe em uma visão e eles conversaram por longo tempo. Filipe, que era muito cauteloso em acreditar em visões, confirmou esta visita. Esta habilidade de bi-locar-se (como São Padre Pio) foi confirmado por oito testemunhas juramentadas. Ela dizia ter recebido de Jesus um anel como sinal de noivado com Ele, mas o que para ela parecia ser um anel de ouro com diamantes para os demais era um inexplicável losango vermelho e um circulo em volta de seu dedo. Tinha estigmas permanentes. Com 20 anos ela começou um ciclo de 12 semanas de êxtases da Paixão; de Quinta ao meio dia até Sexta as 16 horas sempre acompanhada de sérios ferimentos e chagas. As demais freiras podiam seguir o curso da Paixão pelos ferimentos que apareciam em ordem cronológica desde os acoites, a corôa de espinhos e os ferimentos na Cruz; e quando o êxtase finalmente terminava ela estava coberta de ferimentos e seus ombros permaneciam profundamente afundados onde a madeira da Cruz teria se apoiado.
Na primeira vez, na quaresma de 1542 ela meditava tão completamente na crucificação que ela ficava doente e só melhorava com a visão do Senhor levantando-se do Sepulcro e falando com Maria Madalena no Sábado Santo. A multidão passou a ser numerosa e constante de tal modo que as freiras rezavam para que os ferimentos ficassem menos visíveis. E Ele as atendeu em 1554. Três futuros papas (Papa Marcelo II, Papa Leão XI, e Papa Clemente VIII) foram alguns dos milhares que procuraram as suas preces. Foi prioresa aos 30 anos. Correspondeu-se com São Carlos Borromeu e São Pio V. Faleceu em 2 de novembro de 1590 em Prato, Itália e seu túmulo passou a ser local de peregrinação e vários milagres foram creditados a sua intercessão. Foi beatificada em 1732 pelo Papa Clemente XII e canonizada em 1746 pelo Papa Benedito XIV. Sua festa é celebrada no dia 2 de fevereiro.

Cléofas 

1 de fev. de 2016

Papa Francisco: ser consagrado não é um status social

01/02/2016


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (01/02), na Sala Paulo VI, no Vaticano, os participantes do Jubileu da Vida Consagrada.

O Pontífice disse aos consagrados que eles são chamados a proclamar a realidade de Deus sobretudo com suas vidas e não somente com palavras. “Religiosos e religiosas, homens e mulheres consagrados ao serviço do Senhor que exercem na Igreja a estrada de uma pobreza forte, de um amor casto que os leva a uma paternidade e maternidade espiritual para toda a Igreja, uma obediência”, disse Francisco ressaltando três elementos: profecia, proximidade e esperança.
“A profecia é dizer às pessoas que existe um caminho de felicidade, grandeza, uma estrada que nos enche de alegria, que é o caminho de Jesus. É o caminho de estar próximo a Jesus. A profecia é um dom, um carisma que se deve pedir ao Espírito Santo. Profecia significa que existe algo de verdadeiro, belo, grande e bom ao qual todos somos chamados.” 
O Santo Padre, então, exortou os religiosos a estarem próximos a cada homem e mulher.
A vida consagrada deve conduzir à proximidade com as pessoas, proximidade física, espiritual, conhecer as pessoas”, recordando que “seguir Cristo significa carregar sobre si o ferido que encontramos ao longo da estrada, ir à procura da ovelha perdida, estar próximo às pessoas, partilhar suas alegrias e suas dores, mostrar com o nosso amor o rosto paterno de Deus e o carinho maternal da Igreja. Proximidade: qual é o primeiro próximo de um consagrado ou consagrada? O irmão ou irmã da comunidade. Este é o seu primeiro próximo. É uma proximidade bonita, boa e com carinho.”
“O terrorismo das fofocas é uma maneira de distanciar os irmãos e irmãs da comunidade”, disse o pontífice. “Quem fofoca é um terrorista dentro da própria comunidade, porque joga a palavra como uma bomba contra este e contra aquele. Isso não é proximidade, mas fazer guerra. É provocar distâncias, anarquia na comunidade. Se no Ano da Misericórdia vocês não se comportarem como um terrorista fofoqueiro ou fofoqueira, será um sucesso para a Igreja, um sucesso de santidade grande”, frisou ainda o Papa.
A seguir, o Santo Padre convidou os consagrados a acolher as vocações com seriedade. “Por que o ventre da vida consagrada se torna tão estéril? Algumas congregações fazem inseminação artificial, ou seja, recebem. Sim vem, vem, vem. Depois começam os problemas.” 
Segundo Francisco, “é preciso discernir bem se esta é uma verdadeira vocação e ajuda-la a crescer”. “Ser consagrado não significa subir os degraus da sociedade, não é um status social que faz olhar os outros de cima para baixo”, disse ainda o Papa.
O Santo Padre frisou que “contra a tentação de perder a esperança, que nos dá esta esterilidade, é preciso rezar mais”. Rezar sem cessar. “A nossa congregação precisa de filhos, a nossa congregação precisa de filhas. O seu coração, diante da falta de vocações, deve rezar intensamente. O Senhor que foi tão generoso não faltará com a sua promessa”, concluiu o pontífice.

Fonte : http://br.radiovaticana.va/news/2016/02/01/papa_francisco_ser_consagrado_n%C3%A3o_%C3%A9_um_status_social/1205225

Papa: ser humildes, feridas da corrupção curam dificilmente

01/02/2016 


Na homilia, Francisco se deteve sobre a pessoa de David, “pecador santo”. O Rei David “está a um passo de entrar na corrupção”, mas o profeta Natã, enviado de Deus, lhe faz entender o mal que havia feito. David é pecador, mas não corrupto, porque, disse o Papa, “um corrupto não se dá conta de que é corrupto”:
“É necessária uma graça especial para mudar o coração de um corrupto. David, que tinha o coração nobre, reconhece a sua culpa. E o que Natã diz? “O Senhor perdoa o teu pecado, mas a corrupção que semeaste crescerá. Mataste um inocente para encobrir um adultério. A espada nunca se distanciará da tua casa. Deus perdoa o pecado, David se converte, mas as feridas de uma corrupção dificilmente se curam. Vemos isso em muitas partes do mundo.”
David tem de enfrentar o filho Absalão, corrupto, que faz guerra contra ele. Mas o rei reúne os seus e decide deixar a cidade e permite à Arca de voltar, não usa Deus para se defender. Ele vai embora “para salvar o seu povo”. “Este é o caminho de santidade que David, depois daquele momento em que entrou na corrupção, começa a percorrer”, disse o Papa.
David, chorando e com a cabeça coberta, deixa a cidade e tem quem o segue para insultá-lo. Um deles é Simei que o chama de sanguinário, o amaldiçoa. “David aceita isto porque,” afirma o Pontífice, “se amaldiçoa, foi porque o Senhor” lhe disse:
“E, então, David disse aos seus servos: ‘Eis que o filho saído das minhas vísceras atenta contra a minha vida’. Absalão. ‘E então, este da tribo de Benjamin, deixem-no maldizer, pois o ordenou o Senhor’. David sabe reconhecer os sinais: é o momento da sua humilhação, é o momento no qual ele está a pagar a sua culpa. ‘Talvez o Senhor verá a minha aflição e me fará bem no lugar da maldição de hoje’, e se entrega nas mãos do Senhor. Este é o percurso de David, do momento da corrupção a esta entrega às mãos do Senhor. E esta é santidade. Esta é humildade”.
“Eu – retoma Francisco – penso que cada um de nós, se alguém nos diz algo, uma coisa feia”, “de imediato procuramos dizer que não é verdade”. Ou fazemos como Simei: “Damos uma resposta ainda pior”.
“A humildade – destaca – pode chegar somente a um coração por meio das humilhações. Não há humildade sem humilhação, e se tu não fores capaz de ter algumas humilhações na tua vida, não serás humilde”. É simples, é “matemático”, reforça o Papa:
“A única estrada para a humildade é a humilhação. O fim de David, que é a santidade, chega por meio da humilhação. O fim da santidade que Deus dá aos seus filhos, presenteia à Igreja, vem por meio da humilhação do seu Filho, que se deixa insultar, que se deixa levar à Cruz – injustamente... E este Filho de Deus que se humilha, é a estrada da santidade. E David, com o seu comportamento, profetiza esta humilhação de Jesus. Peçamos ao Senhor a graça, para cada um de nós, e para toda a Igreja, a graça da humildade, mas também a graça de entender que não é possível ser humilde sem humilhação”. 

Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...