11 de dez. de 2015

11/12 – São Dâmaso

Ocupou a Sé de Roma de 366 a 384. Foi natural, ou pelo menos originário, da antiga Hispânia. O Livro Pontifical, não muito posterior, dá-o como hispanus. Seu pai e uma irmã ao menos, Santa Irene, viveram também em Roma. Lá, S. Dâmaso erigiu uma Basílica a S. Lourenço, que recebeu o cognome de in Damaso.
Viveu num período de grande agitação para a Igreja. No tempo de seu Pontificado, era Bispo de Milão o grande Santo Ambrósio e São Jerônimo punha sua formidável inteligência ao serviço da Igreja. São Dâmaso teve que enfrentar um cisma causado por um antipapa, isto no início do seu Pontificado. Infelizmente este não consistiu no único problema para Dâmaso, já que teve de combater o Arianismo, que negava a consubstancialidade de Cristo com o Pai. Sendo ele Papa, chegou quase a extinguir-se a heresia ariana. O Imperador Teodósio, se não encontrou nele um indomável mestre de moral como Santo Ambrósio, encontrou um Papa que afirmou sempre, com serena firmeza, a “autoridade da Sé Apostólica”. Dâmaso fez de tudo pela unidade da Igreja, e para deixar claro o Primado do Papa, pois foi o próprio Cristo quem quis: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).
O Papa Dâmaso esteve no II Concílio Ecumênico onde aconteceu a definição dogmática sobre a Divindade do Espírito Santo. Foi ele quem encarregou São Jerônimo na tradução da Bíblia da língua original para o latim, língua oficial da Igreja. Conhecido como o “Papa das Catacumbas”, São Dâmaso foi responsável pela zelosa restauração das catacumbas dos mártires. Em Roma, conseguiu separar Estado e Paganismo. A sua obra foi paciente e oculta, mas não medíocre nem definhante. Soube ligar à Sé apostólica todas as Igrejas e obteve do poder civil o maior respeito.
São Dâmaso, o Papa mais notável do século IV, veio a falecer em 384. Na chamada Cripta dos Papas, por ele explorada nas Catacumbas de S. Calisto, no fim de uma longa inscrição, escreveu: “Aqui eu, Dâmaso, desejaria mandar sepultar os meus restos, mas tenho medo de perturbar as piedosas cinzas dos santos”. Humildade e discrição de um Papa verdadeiramente santo, que de fato preparou para si a sepultura longe, num local solitário, à margem da Via Ardeatina.

Cléofas 

Papa: deixemo-nos acariciar pela Misericórdia de Deus

11/12/2015


Nesta quinta-feira, dia 10 de dezembro o Papa Francisco celebrou Missa na Casa de Santa Marta concelebrada pelos Cardeais que compõem o Conselho dos Nove (C9), que iniciaram a sua 12ª reunião de trabalho.
Deus é apaixonado pela nossa pequenez, e a sua misericórdia não tem fim. Deixemo-nos acariciar pela Misericórdia de Deus – esta a principal mensagem do Santo Padre na sua homilia.
O Papa Francisco desenvolveu a sua homilia a partir da primeira Leitura, extraída do livro do Profeta Isaías, onde no monólogo do Senhor se compreende que Deus escolheu o seu povo “não porque fosse grande ou poderoso”, mas “porque era o menor de todos, o mais miserável de todos”. A este povo, Deus dedica um amor terno como o “de um pai ou uma mãe”, realçou o Papa:
“Todos nós conhecemos as carícias dos pais e das mães quando as crianças ficam inquietas por causa de um susto: ‘Não tenhas medo, eu estou aqui; Eu sou apaixonado da tua pequenez’. E também: ‘Não temas os teus pecados, Eu quero-te bem; Eu estou aqui para te perdoar’. Esta é a misericórdia de Deus”.
O Santo Padre referiu que nós “ficamos nervosos quando algo não corre bem, ficamos impacientes, mas o Senhor quer-nos abraçar e acariciar com as nossas misérias e pecados” – disse o Papa Francisco:
“O Senhor é misericordioso e grande no amor. Nós somos pequenos. Ele deu-nos tudo. Pede-nos apenas as nossas misérias, as nossas pequenezas, os nossos pecados, para nos abraçar e acariciar-nos.”

Fonte: Rádio Vaticano 

10 de dez. de 2015

Algumas frases do diário de Cristovão Colombo

“Pelo que resolvi vir à presença de vossas Majestades e de tudo assombrar-me… e lhes falei dos povos que tinha visto, em que ou de que modo se poderiam salvar muitas almas…” (p. 134)
“Parti em nome da Santíssima Trindade, na quarta-feira, 30 de maio… . “E quis Nosso Senhor que ao cabo desses oito dias, me concedesse bons ventos. Levante, segui, então poente…” (p. 136)
“Dissemos a Salve Rainha e outras orações e rendemos todos muitas graças ao Nosso Senhor, depois abandonei a rota do Setentrião… depois de ter chamado a ilha de Trindade” (p. 137).
“A Sagrada Escritura atesta que Nosso Senhor criou o Paraíso terrestre nele colocando a árvore da vida, e de onde brota uma fonte de que resultam os quatro maiores rios do mundo: Ganges, Tigre, Eufrates e Nilo.” (p. 145)
“Santo Isidro, Beda, Strabo, o mestre da história eclesiástica, Santo Ambrósio, Scoto e todos os teólogos concordam que o Paraíso terrestre se encontra no Oriente, etc.” (p. 145).
“… basta citar Esdras em seu terceiro livro, onde declara que das sete partes do mundo, seis são descobertas, e as sétima está imersa em água, citação aprovada por santos, que também citam o terceiro e quarto livro de Esdras, assim como Santo Agostinho e Santo Ambrósio, em seu “Exameron”, onde acrescenta: ali virá meu filho Jesus e morrerá meu filho Cristo, e dizem que Esdras foi profeta, da mesma forma que Zacarias, pai de São João…” (p. 147).
“Enquanto isso, enviarei a Vossas Majestades esse relatório e o desenho da terra, para decidirem sobre o que deve fazer  e me enviarem as ordens, que se cumprirão com a ajuda da Santíssima Trindade com o máximo empenho… Deo Gratias.” (p. 147/ 3ª viagem)
“E volto aos navios,  que a tempestade me arrebatou, e me deixou sozinho. Nosso Senhor os coloca `a minha frente quando lhe imploro.” (p. 152).
“Cheguei ao cabo de “Graças a Deus” e ali Nosso Senhor me concedeu vento e corrente propícios. Isso foi a 12 de setembro. Fazia 88 dias que essa espantosa tempestade não me dava trégua, a ponto de não ver o sol nem as estrelas pelo mar; os navios já estavam com rombos, as velas rasgadas, as âncoras, enxárcias, cabos, tudo perdido, junto com os barcos e muitas provisões, e a tripulação toda doente e contrita, vários com promessas religiosas e não poucos com outros votos e romarias, até terminar o mau tempo” (p. 152).

“Quando aprouve a Nosso Senhor, voltei a Porto Gordo, onde me refiz da melhor maneira que pude” (p. 153).
“Ali Nosso Senhor colocou diante de mim um rio com porto seguro… Nosso Senhor como sempre nos socorreu” (p. 154).
“Levantei-me como pude, e ao fim de nove dias fez calmaria. Parti em nome da Santíssima Trindade na noite de Páscoa…” (p. 155).
“Tudo isso é garantido dos cristãos e certeza de domínio, com grande esperançada honra e engrandecimento de nossa religião” (p. 156)
“Josefo, em sua crônica das “Antiguidades Judaicas”, descreve tudo isso. No Paralipômenos e no Livro dos Reis há também referências. Josefo pretende que esse ouro tenha sido extraído na Áurea”…
“O imperador de Catai há tempos pediu aos sábios que lhe ensinem a fé em Cristo. Quem se prontificará a fazer isso? Se Nosso Senhor me reconduzir à Espanha, eu me comprometo a levá-lo, com o nome de Deus sempre em segurança” (p. 157).
“Bom é dar a Deus o que é seu e aceitar o que nos pertence… Depois que eu, por vontade divina, as coloquei sob o seu real e augusto poder …”(p. 158).
“Isolando nesta provação, doente, esperando a morte dia a dia,  rodeado por um bando de inimigos selvagens e cheios de crueldade, e tão afastado dos Santos Sacramentos da Santa Igreja que esta alma será esquecida se separar do corpo. Que chore por mim quem ama a caridade, a verdade e a justiça. Não fiz essa viagem para obter honrarias e riquezas porque a minha esperança já estava completamente morta… Suplico-vos  humildemente que, se a Deus aprouver tirar-me daqui, que haja por bem abençoar a minha ida a Roma e a outras romarias. Cuja vida e augusto estado guarde e engrandeça a Santíssima Trindade. Escrito nas Índias, na ilha de Jamaica, a 7 de julho de 1503.” (p. 159/fim da 4ª viagem).
Por tudo isso se vê o quanto Colombo era católico e fervoroso.
Fonte: Diários da Descoberta da América, L &PM Editores, Porto Alegre, 1986, 3ª  edição.

10/12 – São Melquíades

Hoje nos deixamos atingir pela santidade de vida de um Papa que buscou no Pastor Eterno e Universal toda a graça que necessitava para ser fiel num tempo de transição da Igreja. São Melquíades, de origem africana, fez parte do Clero Romano, até que em 310 faleceu o Papa Eusébio e foi eleito sucessor de São Pedro. No período de seu governo, Melquíades sofreu com a perseguição aos cristãos pelo Imperador Máximo. Esta perseguição só teve um descanso quando Constantino venceu Máximo na histórica batalha em Roma (312) a qual atribuiu ao Deus dos cristãos.
Com isto, surgiu o Edito de Milão em 313, concedendo a liberdade religiosa; assim, São Melquíades passou do Papa da perseguição para o Papa da liberdade dos cristãos. Durante os quatro anos de seu Pontificado, as piores ameaças nasceram no interior da Igreja com os hereges. São Melquíades foi grande defensor da Fé, por isso combateu principalmente o Donatismo, que contestava a legitimação da eleição dos ministros de Deus e fanaticamente se substituía a qualquer autoridade. Aproveitou Melquíades, a liberdade religiosa para organizar as sedes paroquiais em Roma e recuperar os bens da Igrejas perdidos durante a perseguição. São Melquíades através da Eucaristia semeou a unidade da Igreja de Roma com as demais igrejas. Entrou no céu em 314 e foi enterrado na Via Ápia, no cemitério de Calisto. Do Doutor Santo Agostinho, São Melquíades recebeu o seguinte reconhecimento: “Verdadeiro filho da paz, verdadeiro pai dos cristãos.

Cléofas 

9 de dez. de 2015

No Jubileu olhar para o essencial: Jesus Cristo

09/12/2015 

Quarta-feira, 9 de dezembro – na audiência geral o Papa Francisco, na catequese que propôs, explicou a necessidade de um Jubileu da Misericórdia.
“Na nossa época de profundas mudanças, a Igreja é chamada a oferecer o seu contributo peculiar, tornando visível os sinais da presença e da proximidade de Deus. Este Jubileu é um tempo favorável para todos nós, fazendo-nos contemplar a Misericórdia Divina que ultrapassa todo e qualquer limite humano e consegue brilhar no meio da obscuridade do pecado, para nos tornarmos suas testemunhas mais convictas e eficazes.”
Segundo o Papa Francisco o Ano Santo da Misericórdia permitirá dirigir o olhar para o conteúdo essencial do Evangelho: Jesus Cristo.
“Dirigir o olhar a Deus, Pai misericordioso, e aos irmãos necessitados de misericórdia, significa concentrar a atenção no conteúdo essencial do Evangelho: Jesus Cristo, a Misericórdia feita carne, que torna visível aos nossos olhos o grande mistério do Amor trinitário de Deus. Celebrar um Jubileu da Misericórdia equivale a meter de novo no centro a nossa vida pessoal e das nossas comunidades o específico da fé cristã.”
Contudo, este tempo só será um tempo favorável, se aprendermos a escolher aquilo que mais agrada a Deus – sublinhou o Papa afirmando que o que mais agrada a Deus é perdoar os seus filhos.
“Perdoar os seus filhos, usar de misericórdia para com eles, a fim de que eles possam, por sua vez, perdoar os irmãos, resplandecendo como tochas da misericórdia de Deus no mundo.”
O Santo Padre referiu, entretanto, que algumas pessoas podem considerar que ‘é justo contemplar a misericórdia de Deus, mas não haveria outras coisas para fazer, pois há tantas necessidades urgentes?’ É verdade! – afirmou o Papa – mas é preciso ter em conta que, na raiz do esquecimento da misericórdia, sempre está o amor próprio, o egoísmo. Desta forma, isso toma a forma da busca exclusiva dos próprios interesses, prazeres e honras, juntamente com a acumulação de riquezas, enquanto na vida dos cristãos aparece muitas vezes sob a forma de hipocrisia e mundanidade. Estas investidas do amor próprio – continuou o Papa – que alienam a misericórdia do mundo, são tais e tantas que frequentemente nem sequer somos capazes de as reconhecer como limite e como pecado. Este é o motivo pelo qual é preciso reconhecer que somos pecadores para reforçar em nós a certeza da misericórdia divina, sem nunca ceder à tentação de pensar que possa haver outra coisa que seja mais importante e prioritária. Nada é mais importante do que escolher aquilo que mais agrada a Deus: a misericórdia – afirmou o Papa na conclusão da sua catequese.
O Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Queridos peregrinos de língua portuguesa, saúdo-vos cordialmente a todos, nomeadamente aos membros da ‘Obra dos Filhos da Ressurreição’, com votos de que, neste Ano Santo, possais fazer experiência da misericórdia de Deus para serdes testemunhas daquilo que mais Lhe agrada. Rezai também por mim! Deus vos abençoe!”
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção.

Fonte: Rádio Vaticano 

Imagens projetadas na Basílica: natureza e dignidade humana

09/12/2015

Uma iniciativa original inundou a Praça de S. Pedro no final da tarde desta terça-feira dia 8 com imagens projetadas na Basílica Vaticana. Natureza e dignidade humana como temas
Uma iniciativa original inundou a Praça de S. Pedro no final da tarde desta terça-feira dia 8 de dezembro, com imagens projetadas na Basílica Vaticana. Natureza e dignidade humana como temas.
“Fiat lux: iluminar a nossa casa comum”: o nome da iniciativa realizada numa parceria entre cinco fundações, organizações e sociedades internacionais, com o patrocínio da Connect5Climate e do World Bank Group. Um apelo para a proteção do planeta e da Criação.
Imagens de reputados fotógrafos como o brasileiro Sebastião Salgado deram luz e cor a uma apresentação inspirada nos temas tratados pelo Papa Francisco na Encíclica ‘Laudato Si’.
Esta iniciativa procurou sensibilizar os cidadãos para um cuidado mais atento para com a nossa “casa comum”, precisamente no momento em que decorre em Paris a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima.

Fonte: Rádio Vaticano 

Dois papas, uma Porta Santa e um abraço 08/12/15



A grandeza histórica e espiritual de um gesto inédito



“Hoje o papa Bento atravessou a Porta Santa. Saudemos juntos o papa”, disse Francisco após abrir a Porta Santa da Basílica de São Pedro.
O pontífice emérito foi o segundo a atravessá-la, devagar, apoiado em uma bengala e no braço do secretário, mons. Georg Gänswein. Depois, os dois papas se saudaram com afeto.
Não é apenas a primeira vez que dois papas inauguram um jubileu: é também uma demonstração histórica da continuidade do pontificado, apesar da insistência de setores da mídia laicista em afirmar que Francisco representa uma “ruptura”.
O papa Bento XVI manifesta constantemente o seu apoio e sua alegria com o pontificado do papa Francisco, que, por sua vez, também se refere com frequência ao antecessor e ao seu magistério.
Na diversidade de estilos e modos de ser, a Igreja é una, santa, católica e apostólica: e é assim, unida, que ela atravessa a Porta Santa da Misericórdia, convidando a todos a participar juntos desse percurso de humildade, conversão e fé.

Fonte: http://pt.aleteia.org/2015/12/09/dois-papas-uma-porta-santa-e-um-abraco/

8 de dez. de 2015

Angelus: artífices de Misericórdia em caminho evangélico

08/12/2015

No Angelus deste dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, o Papa Francisco convidou os cristãos neste Jubileu da Misericórdia a “olharem para o ícone confiante da Imaculada e a contemplá-la em todo o seu esplendor, imitando a sua fé”.
O Santo Padre afirmou ainda que “celebrar a Festa da Imaculada comporta duas coisas: acolher plenamente Deus e a sua graça misericordiosa na nossa vida; tornarmo-nos, por nossa vez, artífices de Misericórdia mediante um autêntico caminho evangélico.”
Nas saudações após a oração do Angelus o Papa Francisco pediu uma calorosa saudação dos fiéis para o Papa Emérito Bento XVI, presente na Abertura da Porta Santa.
O Papa Francisco recordou ainda que na tarde deste dia 8 de dezembro irá, como habitualmente, rezar junto da imagem da Imaculada Conceição na Praça de Espanha em Roma.

Fonte: Radio Vaticano 

Francisco abriu a Porta Santa da Misericórdia da Basílica de S. Pedro

08/12/2015


“Seja aberta a Porta da Justiça” – foi com estas palavras que o Papa Francisco abriu a Porta Santa da Misericórdia da Basílica de S. Pedro no Vaticano.
O Santo Padre inaugurou, assim, o 29º Jubileu da história da Igreja Católica – um Ano Santo Extraordinário centrado no tema da Misericórdia que decorre até 20 de novembro de 2016.
O Jubileu da Misericórdia teve início com a abertura da Porta Santa na Catedral de Bangui, na República Centro-Africana, no dia 29 de novembro.
Neste dia 8 de dezembro, foi a vez da abertura da Porta Santa da Basílica de S. Pedro, algo que não acontecia desde o ano 2000.
A Igreja Católica iniciou a tradição do Ano Santo com o Papa Bonifácio VIII, em 1300, e a partir de 1475 determinou-se um jubileu ordinário a cada 25 anos.
Até hoje, houve 26 Anos Santos ordinários e dois extraordinários (anos santos da Reden­ção): em 1933 (Pio IX) e 1983 (João Paulo II).
O jubileu consiste num perdão geral, uma indulgência aberta a todos, e na possibilidade de renovar a relação com Deus e o próximo. Esta indulgência implica obras penitenciais, como peregrinações e visitas a igrejas.

Fonte: Rádio Vaticano 

Jubileu: adotar a Misericórdia do bom samaritano

08/12/2015

8 de dezembro de 2015 – um dia essencial para o futuro da vida da Igreja: dezenas de milhares de peregrinos na Praça, milhões em todo o mundo, seguiram e participaram na celebração eucarística e depois na solene Abertura da Porta Santa.
Na sua homilia o Papa Francisco afirmou que “atravessar hoje a Porta Santa compromete-nos a adotar a misericórdia do bom samaritano”.
O Santo Padre afirmou, desde logo, que “abrir a Porta Santa da Misericórdia” é um “gesto, simples mas altamente simbólico”, realizado “à luz da Palavra de Deus”.
Tal como celebramos na Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria é colocada em evidência a “primazia da graça” – disse o Papa Francisco.
“Antes de mais nada, a Virgem Maria é convidada a alegrar-Se com aquilo que o Senhor realizou n’Ela. A graça de Deus envolveu-A, tornando-A digna de ser mãe de Cristo. Quando Gabriel entra na sua casa, até o mistério mais profundo, que ultrapassa toda e qualquer capacidade da razão, torna-se para Ela motivo de alegria, de fé e de abandono à palavra que Lhe é revelada. A plenitude da graça é capaz de transformar o coração, permitindo-lhe realizar um ato tão grande que muda a história da humanidade” – disse o Papa Francisco salientando que a Festa da Imaculada Conceição exprime a grandeza do amor divino.
“Deus não é apenas Aquele que perdoa o pecado, mas, em Maria, chega até a evitar a culpa original, que todo o homem traz consigo ao entrar neste mundo. É o amor de Deus que evita, antecipa e salva.”

A história do pecado no Jardim do Éden encontra solução no projeto de um amor que salva. “As palavras do Génesis levam-nos à experiência diária que descobrimos na nossa existência pessoal. Há sempre a tentação da desobediência, que se exprime no desejo de projetar a nossa vida independentemente da vontade de Deus. Esta é a inimizade que ameaça continuamente a vida dos homens, tentando contrapô-los ao desígnio de Deus” – afirmou o Santo Padre que salientou que a própria “história do pecado só é compreensível à luz do amor que perdoa. Se tudo permanecesse ligado ao pecado, seríamos os mais desesperados entre as criaturas. Mas não! A promessa da vitória do amor de Cristo encerra tudo na misericórdia do Pai.”
“Também este Ano Santo Extraordinário é dom de graça. Entrar por aquela Porta significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um. Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia.”
Passar a Porta Santa – continuou o Santo Padre – é também “recordar outra porta que, há cinquenta anos, os Padres do Concílio Vaticano II escancararam ao mundo”. “Um encontro marcado pela força do Espírito que impelia a sua Igreja a sair dos baixios que por muitos anos a mantiveram fechada em si mesma, para retomar com entusiasmo o caminho missionário. Era a retoma de um percurso para ir ao encontro de cada homem no lugar onde vive: na sua cidade, na sua casa, no local de trabalho...em qualquer lugar onde houver uma pessoa, a Igreja é chamada a ir lá ter com ela, para lhe levar a alegria do Evangelho” – sublinhou o Santo Padre que na conclusão da sua homilia exortou os cristãos a retomarem o impulso missionário do Concílio Vaticano II.

Fonte: http://pt.radiovaticana.va/news/2015/12/08/jubileu_adotar_a_miseric%C3%B3rdia_do_bom_samaritano/1192829

Fim das excomunhões abriu novo caminho nas relações entre ortodoxos e católicos

 07/12/15

Cidade do Vaticano (RV) – Há exatos cinquenta anos, na véspera da conclusão do Concílio Vaticano II, uma Declaração comum do Papa Paulo VI e do Patriarca Ecumênico Atenágoras – lida contemporaneamente – anulava as sentenças de excomunhão recíproca entre a Igreja de Roma e a Igreja de Constantinopla, emitidas em 1054 por ocasião do Grande Cisma. No Angelus de domingo, 6, o Papa Francisco recordou aquele “histórico gesto de reconciliação” - que deu início a um novo diálogo entre ortodoxos e católicos -, rezou pelo Patriarca Ecumênico Bartolomeu I e pediu ao Senhor que as relações entre as duas Igrejas “sejam sempre inspiradas no amor fraterno”. Em função da recorrência da data, o Patriarca Ecumênico de Constantinopla enviou ao Papa Francisco um presente, que lhe foi entregue na manhã desta segunda-feira, 7, pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch. Trata-se de uma representação do abraço entre o Pontífice e o Patriarca no Fanar, em Istambul, em 30 de novembro de 2014, durante a visita do Pontífice à Turquia. Sobre este importante acontecimento de cinquenta anos atrás, a Rádio Vaticano conversou com o Metropolita da Arquidiocese Ortodoxa da Itália e Malta, Sua Eminência Zervos Gennadios:
“Na minha opinião é um grande e importante passo em frente, pois sem abolição das excomunhões não poderíamos ter a reconciliação, a paz. A revogação das excomunhões – anatemi, em grego – abriu caminho para o diálogo teológico. Este é o passo mais importante. Acredito que com as excomunhões não poderíamos ter avançado como é hoje: as duas Igrejas são irmãs, somos irmãos e caminhamos para uma vida juntos”.
RV: Paulo VI e o Patriarca Atenágoras iniciaram um longo caminho de reaproximação. Podemos dizer que os Patriarcas sucessivos Dimitrius I e agora Bartolomeu, são protagonistas convictos desta vontade de caminhar rumo à unidade?
“Sem dúvida. O Papa é uma personalidade extraordinária do mundo cristão, o próprio Patriarca Bartolomeu também. São dois irmãos, declararam tantas vezes que o respeito entre eles é fraterno, profundo, sincero. São grandes promotores da unidade entre os cristãos. Sentiram no coração a grande responsabilidade: devem realizar a vontade de Deus que todos sejam um. Será um acontecimento realmente histórico e uma grande alegria para toda a cristandade, mas também para todo o mundo, porque assim o mundo acreditará em Jesus Cristo, nosso Salvador”.
RV: O que pensam os fieis da Igreja de Constantinopla, também os fieis dos quais o senhor se ocupa, aqui na Itália, a propósito do caminho em direção à unidade?
”Os fieis do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla – são milhares na Itália – acreditam muito neste divino ideal de que todos sejam um, porque nós trabalhamos aqui, colaboramos com os nossos irmãos católicos, sacerdotes, bispos, arcebispos. Podemos dizer que o nosso progresso espiritual e cultural, devemos também à nossa Igreja irmã Católica, porque nos oferece esta colaboração fraterna. Esta é a linha que oferecemos nas nossas pregações, nas nossas confissões durante os nossos encontros e sempre rezamos por isto. A oração é um grande remédio não somente para a unidade, mas também para a paz e para a solidariedade, para a justiça. E é importante poder iluminar as pessoas que hoje não amam o outro. Nós devemos amar o outro; devemos amar a todos, porque a nossa Igreja – a Igreja de Cristo – é Igreja de amor. Deus é amor”.
Também o Subsecretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Andrea Palmieri, falou da importância da revogação das excomunhões recíprocas entre católicos e ortodoxos ocorrida há 50 anos:
“Este passo permitiu o início de um diálogo da caridade no respeito e na compreensão recíproca. Portanto, lançou as bases para podermos continuar juntos um caminho que conduz depois, pouco a pouco, ao diálogo também da verdade e as boas relações que ainda agora cultivamos com a Igreja Ortodoxa”.
RV: Uma nova relação, portanto, iniciada com um comportamento de humildade, o pedido de perdão. E o aniversário cai justamente na véspera do Ano Santo da Misericórdia:
“O Papa sublinhou precisamente que se trata de uma circunstância “providencial”. Não existe um verdadeiro caminho  rumo à unidade sem o perdão recíproco. Pedir antes de tudo perdão a Deus pelo pecado da divisão e depois perdoar-nos uns aos outros, por todos aqueles gestos e aquelas ações que ofenderam uns aos outros”.
RV: Paulo VI e Atenágora sabiam que a Declaração comum não levaria imediatamente à plena comunhão, mas seria o início de um caminho a ser percorrido juntos. Foi isto mesmo que aconteceu?
“Sim, a Declaração lançou as bases para um caminho que continua. Com aquele gesto caíram todas as dificuldades que impediam de superar com o diálogo, a oração, a conversão pessoal, os obstáculos rumo à plena comunhão. Ficou menos relevante, portanto, a recordação da inimizade, da rivalidade. Agora existe espaço para relações inspiradas no amor e isto permite realizar progressos substanciais”.
RV: Segundo a sua experiência, este espaço existe somente nas lideranças ou também nas bases? Os cristãos – católicos e ortodoxos – estão prontos e veem com favor este caminho rumo à unidade?
“Existem tantos sinais que mostram como são acolhidos com alegria todos os passos realizados. Naturalmente, existe muito ainda a ser feito para que os frutos do diálogo sejam recebidos a nível das comunidades locais: dos simples cristãos, mas também no ensinamento da teologia, nas práticas pastorais das diversas Igrejas. Existe tanto trabalho a ser feito, porém, mesmo se por vezes se tem a sensação que se avança lentamente, seguimos na direção correta”.
RV: Posso pedir ao senhor para citar alguns passos dados com sucesso nos últimos 50 anos?
“Me vem em mente a instituição por parte do Papa Francisco de um Dia de Oração pelo Cuidado da Criação. Neste caso foi dado um passo quando o Papa disse ter-se inspirado justamente naquele Dia que o Patriarca Bartolomeu realiza já há diversos anos no Patriarcado Ecumênico. Neste sentido, caminhamos em defesa da Criação, um tema muito importante e atual. Outros resultados são aqueles do diálogo teológico: basta recordar-se do Documento de Ravenna em 2007, onde pela primeira vez católicos e ortodoxos juntos, reconhecem a necessidade de um Primado a nível também da Igreja universal. Claramente é ainda necessário descrever de que modo este primado deve ser aceito, para que seja aceito pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa”.
RV: Ao ouvir as palavras do Papa pronunciadas no Angelus de domingo, o que lhe passou pela cabeça, justamente o senhor que trabalha na área do diálogo ente os cristãos?
“Fiquei muito feliz em ver como o Papa acompanha com atenção este diálogo e como realmente apoie os progressos que continuamente são feitos; e apoia não somente com a sua oração, mas também com sinais importantes. Pensemos ao tema da sinodalidade, tão caro ao Papa Francisco, que acaba tendo também forte relevância ecumênica nas relações com a Igreja Ortodoxa”. 

Via: http://br.radiovaticana.va/news/2015/12/07/50_anos_da_revoga%C3%A7%C3%A3o_das_excomunh%C3%B5es_entre_cat%C3%B3licos_e_orto/1192706

Entenda como será a abertura do Ano da Misericórdia

Coletiva no Vaticano deu detalhes sobre como vai funcionar a abertura do Ano da Misericórdia, no próximo dia 8 de dezembro

Da Redação, com Rádio Vaticano

Porta Santa na Basílica de São Pedro / Foto: L’Osservatore Romano
Em coletiva nesta sexta-feira, 4, o Vaticano deu detalhes sobre a abertura do Ano da Misericórdia na próxima terça-feira, 8. Segundo o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, será uma experiência de misericórdia que permitirá a todos sentir o amor de Deus.
O Ano Santo começa com a abertura da Porta Santa na Basília de São Pedro. Segundo Dom Rino, será uma celebração muito simples na Praça São Pedro. A data – 8 de dezembro – coincide com o 50º aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II.
ano-misericordia-noticiasNesse contexto, serão lidos alguns trechos das quatro constituições conciliares: Dei Verbum, sobre a Palavra de Deus, Lumen Gentium, sobre a Igreja, Sacrosantum Concilium, sobre liturgia, e Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo contemporâneo. Também serão lidos trechos do decreto sobre ecumenismo, Unitatis Redintegratio, e sobre liberdade religiosa, Dignitatis Humanae.

Evangeliário do Jubileu

Na celebração eucarística haverá a procissão do Evangeliário criado para este evento. Trata-se do livro com os Evangelhos dominicais e festivos do Jubileu da Misericórdia, ilustrados por mosaicos do sacerdote jesuíta, padre Marko Ivan Rupnik.
“O Evangeliário será colocado no mesmo trono que, durante as sessões do Concílio, era colocado no altar da Basílica de São Pedro para tornar evidente a todos o primado da Palavra de Deus. Então, também com este pequeno sinal queremos recordar os 50 anos do Concílio”, informou Dom Rino.

Abertura da Porta Santa

Para a abertura da Porta Santa, a recitação das palavras do Salmo, que permanecem sempre as mesmas: “Aperite mihi Porta Iustitiæ”, “Abra-me a Porta da Justiça”. Depois do Papa, atravessam a Porta os cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos. A procissão chegará ao túmulo do apóstolo Pedro onde haverá o rito conclusivo da Santa Eucaristia.
Depois, o Papa recitará, como de costume, o Angelus da janela do Palácio Apostólico. Todos os fiéis presentes poderão atravessar a Porta Santa. E a partir do dia 8 de dezembro, todos os dias será rezado o Rosário na estátua de São Pedro.

A projeção de fotos

Às 19h (hora local) do dia 8 de dezembro, haverá um evento que Dom Rino classificou como “único” e “sugestivo”: a projeção de fotos na fachada da Basílica e na cúpula.
“Tal evento é inspirado na última encíclica do Papa Francisco, ‘Laudato sì’. Quer propor a beleza da Criação, também em ocasião da 21ª Conferência sobre o Clima das Nações Unidas iniciada em Paris no último dia 30 de novembro e que terminará em 11 de dezembro”.

Gestos do Papa às sextas-feiras

No dia 18 de dezembro, o Papa Francisco fará um gesto simbólico abrindo a “Porta da Misericórdia” no albergue da Caritas romana Don Luigi di Liegro, na via Marsala.
“Esse gesto será o primeiro com o qual o Papa dará início aos sinais que uma sexta-feira por mês pretende oferecer como expressão das obras de misericórdia”. Dom Fisichella observou que cada encontro terá o caráter de uma visita privada para exprimir proximidade e solidariedade.

Ecumenismo e catequeses do Papa

Sobre a importância do significado do Jubileu para as outras religiões e o ecumenismo, Dom Rino recordou que no dia 25 de janeiro o Papa estará na Basílica de São Paulo Fora dos Muros para uma celebração jubilar em nível ecumênico. Também foi confirmada a presença do Papa, um sábado ao mês, para a audiência geral, a tradicional catequese.


7 de dez. de 2015

Qual é a diferença entre Ano Santo e Jubileu?

A celebração do jubileu se origina no judaísmo. Consistia em uma comemoração de um ano sabático que tinha um significado particular. Esta festa se realizava a cada 50 anos.
Durante o ano os escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido, perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava.
Na Bíblia encontramos algumas passagens nas quais se menciona a celebração judaica. Talvez a mais importante se encontre no Levítico (Lv 25,8).
A palavra jubileu se inspira no termo hebreu de yobel, que faz alusão ao chifre do cordeiro que servia como instrumento. Jubileu também tem uma raiz latina, iubilum que representa um grito de alegria.
A celebração de um Jubileu acontece durante um ano, assim esse ano passa ser chamado “ANO SANTO” ou “ANO JUBILAR”. A designação de “Ano Santo” começou a ser utilizada pelo Papa Sixto IV no Jubileu de 1475.

7/12 – Santo Ambrósio

O jovem prefeito da Ligúria e da Emília, Ambrósio, nascido em Treves pelo ano de 340, era ainda catecúmeno, quando por aclamação popular subiu a sede episcopal de Milão. A respeito da religião cristã estava ainda por aprender quase tudo, e se dedicou sobretudo ao estudo da Sagrada Escritura com tanto empenho que logo a dominou. Ambrósio, porém, não era um intelectual puro; era sobretudo um ótimo administrador da comunidade cristã a ele confiada. Tornou-se um verdadeiro pai espiritual dos jovens imperadores Graciano, Valentino II e do temível Teodósio I que não hesitou em repreender asperamente, exigindo dele uma penitência pública de expiação quando, para conter uma revolta, fez massacrar a população de Tessalônica. Ambrósio é o símbolo da Igreja renascente, após os sofridos anos de vida escondida e das perseguições. Por meio dele a Igreja de Roma tratou sem sombra de servilismo com o poder público. Foram as suas qualidades pessoais que impuseram o bispo de Milão a devota atenção de todos. A atividade diária de Ambrósio era dirigida antes de tudo a orientação da própria comunidade, e ele cumpria as suas tarefas pastorais dirigindo ao seu povo mais de uma homilia por semana.
Santo Agostinho, que foi seu assíduo ouvinte, refere-nos em suas Confissões quão grande foi o prestígio da eloquência do bispo de Milão e quão eficaz o tom de voz deste apóstolo da amizade. Os seus livros publicados e que chegaram até nós nada mais são que apressadas transcrições e reutilizações de discursos, pouco ou nada revisados. Os seus célebres Comentários exegéticos, antes de serem reunidos em volumes, tinham sido pregados a comunidade cristã de Milão. Aí encontramos o tom familiar do pastor que se dirige com amável simplicidade ao seu rebanho. Sente-se aí palpitar o coração de um grande bispo, que consegue suscitar a comoção nos ouvintes com argumentações carregadas de emotividade e de interesse. Como bom pastor gosta de fazer seu povo cantar. Compôs um bom número de hinos, alguns dos quais hoje são bastante familiares na liturgia ambrosiana. Foi ele que introduziu no Ocidente o canto alternado dos salmos. Entre os seus escritos que não têm uma relação direta com a sua pregação, recordamos o Deveres dos ministros, porque enfatizando o conhecido texto ciceroniano e acolhendo todos os elementos, demonstra que o cristianismo pode assimilar sem perigo de alterar o significado da Boa Nova os valores naturais que o mundo pagão, o romano em particular, soube expressar. Ambrósio morreu em Milão a 4 de abril de 397.

Via: Cléofas 

Papa em ligação com Assis: Natal é abrir-se ao perdão

07/12/2015


Abrir o coração à misericórdia, perante as carnificinas dos migrantes no mar, "não fáceis de perdoar": é o convite do Papa Francisco em ligação-vídeo com Assis, na tarde deste domingo (06/12). Do Vaticano, o Papa acendeu simbolicamente o Presépio e a Árvore de Natal montados em frente da Basílica Menor de São Francisco de Assis, ambos dedicados aos migrantes. Do Papa também um agradecimento à Itália pelo generoso acolhimento aos refugiados.
Qual é a medida da salvação? Sete metros, como um barco de madeira, consumida pelo mar. Um barco que, no dia 13 de março de 2014, salvou a vida de nove imigrantes que da Tunísia desembarcaram em Lampedusa, em busca de um futuro melhor. Este barco é a "cabana" simbólica em que foi montado o Presépio de Assis, dedicado a todos os migrantes. A Sagrada Família está no centro do casco, rodeada de coletes salva-vidas e protegida por uma grande Árvore de Natal, doada a esta cidade da Úmbria pela Região da Lombardia.
Em ligação-vídeo e em directo a partir do Vaticano, o Papa Francisco acendeu simbolicamente, com uma vela, as luzes dos dois emblemas natalícios. Recordou os tantos mortos afogados no mar e sublinhou: “o Senhor veio para nos dar esperança, para nos dizer que Ele é mais forte do que a morte, é maior do que qualquer maldade, é misericordioso”. E acrescentou:
"Neste Natal convido-vos a abrir o coração à misericórdia, ao perdão. Mas não é fácil  perdoar estas carnificinas. Não é fácil”.
Em seguida, saudando os homens da Guarda Costeira, chamados "instrumentos" e "semeadores de esperança de Jesus", o Papa agradeceu a Itália pelo acolhimento "generosamente" oferecido aos migrantes:
"O sul da Itália tem sido um exemplo de solidariedade para o mundo inteiro! A todos eles faço votos que, quando olharem para o Presépio, possam dizer a Jesus: 'Eu também dei uma mão para que Tu sejas sinal de esperança!'”.
Estavam presentes na cerimónia também trinta e um refugiados do Afeganistão, Camarões, Nigéria e Síria, apoiados pela Caritas de Assis. A eles o Papa se dirigiu  directamente:
"A todos vós refugiados, digo-vos uma palavra, aquela do profeta, que diz: levantai a cabeça, o Senhor está próximo. E com Ele a força, a salvação, a esperança. O coração, talvez, está triste, mas a cabeça está erguida na esperança do Senhor. A todos vós, refugiados, a todos vós da Guarda Costeira, vos abraço e desejo um Santo Natal, cheio de esperança, e com muitas carícias do Senhor”.
Antes da sua intervenção, o Papa ouviu dois testemunhos: o primeiro foi de uma jovem refugiada dos Camarões que, durante a fuga do seu país, perdeu a filha de quatro anos. Feita prisioneira na Líbia por três meses, torturada apesar de ser grávida, saiu sã e salva de uma viagem da esperança, a bordo de um barco carregado de 125 pessoas.
Em seguida, foi a vez de António, membro da Guarda Costeira que com a sua tripulação salvou mais de 5 mil migrantes. Entre eles estava uma pessoa especial, subtraídas ao mar em agosto passado:
"A primeira a ser salva foi uma criança pequena, quase invisível no colete salva-vidas que a rodeava. Tinha apenas quatro dias de vida. Tinha nascido na noite antes de enfrentar o mar, para realizar a ‘viagem da esperança’ com o pai, a mãe e o irmãozinho de dois anos. As atenções da tripulação estavam dirigidas para esta criatura frágil que realmente sentíamos de tê-la resgatado de um destino cruel".
Via: Rádio Vaticano 

6 de dez. de 2015

Papa ao Angelus: Ano da Misericórdia para uma contínua conversão

06/12/2015

Aos milhares de fiéis reunidos na Praça de S. Pedro para a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco recordou a figura de João Baptista que a liturgia propõe neste II domingo do Advento. O Baptista pregava "um baptismo de conversão para o perdão dos pecados", disse o Papa, mas talvez nos perguntemos "porque nos devemos converter, se a conversão é para aquele que de ateu se torna crente, de pecador se faz justo, enquanto que nós já somos cristãos e, portanto, estamos bem".
Mas é mesmo desta presunção que nos devemos converter – sublinhou Francisco - da suposição de que, afinal, está bem assim e não precisamos de qualquer conversão, pois nem sempre temos na vida os mesmos sentimentos de Jesus:
“Por exemplo, quando recebemos alguma ofensa ou alguma afronta, conseguimos reagir sem animosidade e perdoar do fundo do coração quem nos pede perdão? Quando somos chamados a partilhar alegrias e tristezas, sabemos sinceramente chorar com quem chora e alegrar-nos com quem se alegra? Quando devemos exprimir a nossa fé, sabemos fazê-lo com coragem e simplicidade, sem envergonhar-nos do Evangelho”?
A voz do Batista, disse ainda Francisco, continua a gritar ainda hoje nos desertos da humanidade, exortando-nos a viver uma vida segundo o Evangelho. Hoje, como então, ele nos adverte "Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas" - um premente convite a abrir o coração e acolher a salvação que Deus nos oferece incessantemente, quase obstinadamente, porque quer que todos sejamos livres da escravidão do pecado. E esta salvação é oferecida a todos os homens, a todos os povos, sem excluir ninguém, porque Deus quer que todos os homens sejam salvos por meio de Jesus Cristo, único mediador, insistiu o Papa.
E se o Senhor nos mudou a vida, também nós devemos sentir a paixão de torná-lo conhecido a todos os que encontramos no trabalho, na escola, no prédio, no hospital, nos lugares de encontro. À nossa volta, disse o Papa, vemos pessoas que estariam disponíveis a iniciar ou reiniciar um caminho de fé, se encontrassem cristãos apaixonados por Jesus. “Não devíamos e não podíamos ser nós tais cristãos?, se perguntou Francisco, convidando todos a ter a coragem de abater as montanhas do orgulho e da rivalidade, preencher os sulcos cavados pela indiferença e a apatia, endireitar os caminhos da nossa preguiça e dos nossos compromissos.
E o Papa invocou a Virgem Maria para que nos ajude a abater as barreiras e os obstáculos que impedem a nossa conversão, isto é o nosso caminho ao encontro do Senhor.
Depois do Angelus o Santo Padre referiu-se à Conferência COP21 que decorre em Paris, sobre as mudanças climáticas:
“Sigo com grande atenção os trabalhos da Conferência sobre as Alterações Climáticas a decorrer em Paris, e volta à minha mente uma pergunta que fiz na Encíclica Laudato sì: ‘Que tipo de mundo queremos transmitir àqueles que virão depois de nós, às crianças que estão a crescer?’. Para o bem da casa comum, de todos nós e das futuras gerações, em Paris todos os esforços deveriam ser para mitigar os impactos das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, para combater a pobreza e fazer florescer a dignidade humana. Rezemos para que o Espírito Santo ilumine os que são chamados a tomar decisões tão importantes e que Ele lhes dê a coragem de manter sempre como critério de escolha o bem maior para toda a família humana”.
A propósito do 50° aniversário da Declaração Conjunta do Papa Paulo VI e o Patriarca Ecuménico Atenágoras, que a 7 de dezembro de 1965 cancelava as sentenças de excomunhão recíproca entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla emanadas em 1054, Francisco disse:
“É realmente providencial que aquele gesto histórico de reconciliação, que criou as condições para um novo diálogo entre ortodoxos e católicos no amor e na verdade, seja recordado precisamente no início do Jubileu da Misericórdia. Não existe autêntico caminho rumo à unidade sem um pedido de perdão a Deus e entre nós, pelo pecado da divisão. Recordemos na nossa oração o querido Patriarca Ecuménico Bartolomeu e os outros Chefes das Igrejas Ortodoxas, e peçamos ao Senhor que as relações entre católicos e ortodoxos sejam sempre inspiradas pelo amor fraterno”.
O Papa recordou também as beatificações que tiveram lugar ontem (05/12), em Chimbote (Peru), de Michele Tomaszek e Zbigniew Strzalkowski, franciscanos conventuais, e Alessandro Dordi, sacerdorte fidei donum, mortos por ódio à fé em 1991, tendo rezado para que a fidelidade destes mártires nos dê força a todos nós, mas especialmente aos cristãos perseguidos em diferentes partes do mundo, para testemunhar com coragem o Evangelho.
Por último Francisco saudou cordialmente os  peregrinos vindos da Itália e de diversos países, especialmente os fiéis de Casal de Cambra, em Portugal e os participantes na conferência do Movimento do Empenho Educativo da Acção Católica.
A todos o Papa desejou um bom domingo e uma boa preparação ao início do Ano da Misericórdia e pediu, por favor, para que não se esqueçam de  rezar por mim. E concluiu com o habitual “Bom almoço e ARRIVEDERCI!”

Via: Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...