24 de out. de 2015

A Igreja Católica se afastou da doutrina da Sagrada Escritura? – EB

PalavradeDeus“A Igreja Católica não se afastou da doutrina da Sagrada Escritura ela é sua praxe batismal?
a) Batiza as crianças, que não parecem precisar disto nem são capazes de receber instrução prévia;
b) batiza por infusão, e não por imersão”.
1. No tocante ao primeiro ponto
a) deve-se dizer que na antiga Igreja o batismo era frequentemente administrado a adultos o que se entende pelo fato de que o Cristianismo se recrutava em uma sociedade preponderantemente pagã, após a pregação do Evangelho feita a adultos. Não era, porém, excluído o batismo de crianças; admite-se que se tenha verificado, por exemplo, nos casos referidos pela Sagrada Escritura em que uma família inteira era batizada: foi o que se deu com Lídia, a vendedora de púrpura de Tiatira, e todos os seus (cf. At 16,15); com o guarda do cárcere de Filipes e toda a sua casa (cf. At 16,33); com Crispo, o chefe da sinagoga de Corinto, e toda a sua família (cf. At 18,8); com Estefanaz e todos os seus (cf. 1 Cor 1,16).
Na literatura patrística, testemunhos muito antigos referem o batismo de crianças: S. Irineu, por exemplo, (+ cerca de 202) afirma que Nosso Senhor veio salvar “todos os que por Ele renascem para Deus: crianças, pequeninos e meninos (infantes, parvulos et pueros)” (Adv. Haer. II 22,4). Origines (+ 254/55) atesta que segundo a praxe da Igreja o batismo é dado também aos pequeninos” (In Lev h. 8,3) e nota que “a Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de conferir o batismo mesmo às crianças, pois eles sabiam que em todos (os filhos de Adão) há autênticas manchas de pecado, que devem ser canceladas pela água e pelo Espírito” (Im Rom 5,9). S. Cipriano (+ 258) repetia este raciocínio (ep. 59,3s); o sínodo de Cartago, presidido pelo mesmo S. Cipriano em 252, mandou que em caso de necessidade as crianças fossem batizadas antes mesmo de completarem o seu oitavo dia (ep 59, 2). S. Ambrósio (+ 397), no livro De Abraham II 11, S. Jerônimo (+ 420), no Diálogo contra os Pelagianos III 18, atestam por sua vez o costume de batizar as crianças; S. Agostinho (+ 430) na controvérsia com os Pelagianos, fazia desta praxe um dos principais argumentos da existência do pecado original em todos os descendentes de Adão (De civ. Dei 21,14, 16; In Io tr. 41,5; 80,3); julgava tratar-se de praxe apostólica (ep 166,23).
b) O costume se conservou ininterruptamente até hoje na Igreja, sendo que os Papas e Concílios recomendaram frequentemente a urgência da administração do batismo aos pequeninos. A razão desta tese é assaz clara: “Deus quer que todos os homens sejam salvos” (1Tim 2,4), mesmo as criancinhas. Ora entre os meios de salvação o Senhor incluiu explícita e categoricamente o batismo: “Quem não renascer da água e do Espírito Santo, não poderá entrar no reino de Deus” (Jô 3,5), ou: “Quem crer e for batizado, será salvo; quem não crer, será condenado” (Mc 16,16). Sendo assim, visto que as crianças podem morrer a qualquer momento, procura-se-lhes administrar o batismo sem demora alguma.
Verdade é que os pequeninos não são capazes de conceber a fé ou crer. Isto, porém, não impede que sejam capazes de receber o batismo. Com efeito, a fé é mera disposição, ao passo que a ação purificadora e santificante se deve ao sacramento: este, portanto, pode ser conferido sem aquela a sujeitos incapazes de conceber a fé. Assim como sem cooperação de sua parte as crianças são afetadas pelo pecado original, assim sem cooperação são libertadas do pecado e revestidas da graça do Salvador. Há mesmo nelas a exigência interpretativa do batismo, isto é, supõe-se que, se tivessem conhecimento de causa, pediriam decididamente o batismo, pois é este que lhes outorga o início da vida eterna ou da bem-aventurança celeste. Sem o batismo, as crianças não são condenadas ao inferno (o que não seria justo da parte de Deus), mas, afetadas pelo pecado original, carentes da graça santificante, não gozam da filiação divina, ficando por isto excluídas da bem-aventurança celeste, herança dos filhos de Deus; julga-se que (a menos que Deus queira empreender a salvação das crianças por vias a nós desconhecidas) vão para o limbo, onde gozam de felicidade meramente natural, prêmio este inferior àquele que o Senhor destina a todos os justos (a visão de Deus face a face).
Quanto à fé, a Igreja, no caso dos pequeninos, a supre; são batizados “por extensão da fé da Igreja”, como explica S. Tomas, repetindo palavras de S. Agostinho (ep. 98,5):
“As crianças são levadas a receber a graça do Espírito não tanto por aqueles cujas mãos as carregam (embora também por esses, caso sejam bons e fiéis), quanto pela sociedade inteira dos santos e dos fiéis… A fé de um cristão, antes a fé da Igreja toda, é útil à criança por obra do Espírito Santo, que faz a união da Igreja e comunica a uns bens de outros” (S. Teol. 68, 9 ad 3).

Quando a criança atinge a idade da razão, dá-se-lhe a instrução religiosa, a fim de que conceba a reta fé e a professe devidamente; ela então renova as promessas do batismo, que em seu nome fizeram os respectivos padrinhos. Naturalmente deve-se desejar que a catequese dos adolescentes batizados seja eficiente, apta a formar bons cristãos, de modo que o germe da graça santificante, depositado previamente na alma pelo batismo, não venha a ser frustrado. É este desejo que leva a Igreja à não batizar crianças à revelia dos respectivos pais ou sem que haja esperança de se dar posteriormente instrução católica aos jovens batizados (excetuam-se apenas os casos de morte, pois então prevalece o direito da criança à salvação eterna).
Dir-se-á talvez que é injusto batizar as crianças sem o seu consentimento, impondo-se-lhes, sem consulta prévia, os graves deveres religiosos decorrentes do sacramento (Erasmo de Rotterdam, + 1536, por exemplo, admitia o batismo dos pequeninos, mas queria que o ratificassem à idade adulta; caso não o quisessem, deveriam ser considerados isentos das respectivas obrigações).
Em resposta, observar-se-á que o dever de renunciar a Satanaz e observar a Lei de Deus não depende estritamente de alguma lei positiva, mas é ditado pela própria lei natural, lei que fala dentro de todo indivíduo antes que peça e receba o batismo; assim como todo homem por lei é obrigado a aderir a Deus (ao Deus Único, que se revelou por Cristo), e a se esforçar por conseguir sua salvação eterna, assim também é consequentemente obrigado por lei natural a receber o batismo (caso este se lhe torne acessível). Donde se vê que não se faz injúria à criança, conferindo-se-lhe o batismo quando ainda não se pode dispor de si; ao contrário, presta-se-lhe grande favor, pois lhe é destarte possibilitada a entrada no reino dos céus; é-lhe mesmo assegurada a salvação para os anos anteriores ao uso da razão; quanto aos deveres, não se lhe impõe nenhum ao qual o pequenino não esteja, por sua natureza mesma, obrigado de maneira imediata ou mediata. Caso o cristão batizado, chegando à idade do discernimento, rejeite os encargos do seu batismo, incorre em um mal menor do que a perda da visão beatífica (a qual seria de prever, caso morresse sem o sacramento).
c) Não se pode negar que, no decorrer da história da Igreja, se fizeram ouvir vozes e escolas contrárias ao batismo das crianças. Contudo sempre foram consideradas errôneas ou heréticas. Poder-se-ia traçar a seguinte lista:
nos séc. III/IV vários cristãos queriam diferir o batismo até a idade de se casarem ou até que se acalmasse o fogo das paixões da adolescência; temiam manchar a inocência batismal (cf. Tertuliano, De baptismo 18). A motivação era, sem dúvida, fraca; o cristão deve ter a santa ousadia de aceitar os dons de Deus, sabendo que o Senhor sempre concede a graça necessária para se evitar o pecado. Os bispos e teólogos desaprovavam categoricamente tal tendência a adiar o batismo pois equivalia a tentar a Deus, expondo a pessoa temerariamente a perder a salvação eterna;
no séc. III a seita dos Hiecracitas, propugnando exageradamente a mortificação da carne, julgava que o batismo de nada serve às crianças, pois estas ainda não podem praticar a ascese (cf. S. Agostinho, Haer. 48). Já acima demonstramos em que termos os pequeninos são capacitados para o batismo;
no séc. V a escola dos Pelagianos negava o pecado original e, por conseguinte, a necessidade do sacramento para as crianças. Já vimos como S. Agostinho, exprimindo a doutrina comum da cristandade, se insurgiu contra tais opiniões;
no séc. XII Pedro de Bruys, fundador da seita dos Valdenses,  não admitir o batismo dos pequeninos, por não poderem estes conceber a fé; julgava mesmo serem as crianças incapazes de se salvar (!);
no séc. XVI, oposição forte surgiu por parte dos Anababatistas  (- Rebatizadores), encabeçados por Tomaz Münzer e os “profetas” de Zwickau, em 1523-1525; rebatizaram todos os que a eles aderiam após haverem sido batizados em idade infantil. Calvino os desaprovava (Institution de la religion chrétienne, ed. Pannier III. Paris 1938, 224s); também os desautorizavam os luteranos da “Confissão Augustana” (cf. art. 9). De resto, Lutero, Calvino e Zwingli, os chefes do movimento protestante, conservaram o uso tradicional de conferir o batismo às crianças;
por fim, no séc. XVII os Batistas, seguindo John Smyth (cf. “Pergunte e Responderemos” 7/1957, qu. 17), fizeram do batismo conferido exclusivamente a adultos e por via de imersão uma das instituições fundamentais de sua denominação religiosa. Admitem que as crianças mortas sem tal rito se salvem, o que logicamente deveria implicar em negação do pecado original. A posição dos Batistas só se sustenta se se considera o batismo como mero rito exterior ou ato de agregação jurídica à comunidade. Os Batistas do séc. XVII e seus continuadores contemporâneos não podem dizer que formam uma só “Igreja” com os diversos tipos de “Batistas” mencionados na lista acima; o traço que os assemelha a esses é meramente acidental; a teologia dos Batistas modernos, que se baseia toda na tese da justificação nominal, devida à fé e inamissível, é inspirada pelos princípios de Lutero e Calvino, e difere incontestavelmente das ideologias dos hereges antigos e medievais; não há continuidade doutrinária entre uns e outros.
2. Quanto ao batismo por imersão, era geralmente praticado na Igreja antiga, por simbolizar muito vivamente os conceitos, essenciais a este sacramento, de morte (descida na água), porém, não era o único rito em uso; seria difícil crer que os três mil convertidos no dia solene de Pentecostes em Jerusalém (cidade em que a água era escassa; cf. 4 Rs 20,20), hajam sido batizados por imersão (cf. At 2,41); muito menos se concebe que o carcereiro batizado com toda a sua família na prisão de Filipes tenha sido mergulhado na água (cf. At 16,33); o mesmo se deve talvez dizer do sacramento administrado por São Pedro na casa do centurião Cornélio (cf. At 10,47s).
No fim do séc. I, o pequeno ritual intitulado “Didaqué” atesta que, em caso de necessidade, o batismo podia ser validamente administrado também por infusão, ou seja, por tríplice derramamento de água sobre a cabeça do neófito (cf. c. 7). É de crer que o batismo não pudesse ser conferido aos doentes ou “clínicos” senão por infusão ou aspersão, ritos estes que S. Cipriano explicitamente assevera válidos (cf. ep. 59,12).escoladafeii
Estes os cristãos do Ocidente, foi prevalecendo, por motivos de ordem prática (tratava-se de forma acidental da administração espiritual, que é essencial ao sacramento do batismo; desde que a água toque o corpo e sobre este escorra, tem-se o simbolismo sacramental, tornando-se então acidental a quantidade de água e ulteriores modalidades do contato (imersão, infusão ou aspersão). A Igreja Católica não tem dificuldade em reconhecer a validade do batismo de imersão, o qual continua em uso entre os orientais unidos a Roma. Como, porém, aplicar tal rito a doentes, encarcerados, crianças recém-nascidas ou ainda existentes no seio materno ou a neófitos dos desertos e das regiões polares? Não há dúvida, forçoso então é recorrer à infusão ou à aspersão. Donde se infere que a validade do sacramento não está necessariamente ligada a um ou outro desses ritos.
Note-se que até 1653 os Arminianos ou Batistas Gerais ingleses administravam o batismo por infusão. Ainda hoje algumas igrejas batistas, tanto na Inglaterra como os Estados Unidos da América (haja vista a “Northern Baptist Convention of U.S.A.”), recusam-se a considerar o rito de imersão como condição essencial para a agregação à Igreja.
A título de complemento, vai aqui citada a última instrução da Santa Sé referente ao batismo das crianças:
Implantou-se em certos lugares o costume de retardar a imposição do batismo por pretensas razões de comodidade ou de caráter litúrgico. Tendem a favorecer esse adiamento algumas opiniões, inteiramente destituídas de fundamento sólido, relativas ao destino eterno das crianças mortas sem o batismo.
Por esse motivo esta Sagrada Congregação (do Santo Ofício), com a aprovação do Soberano Pontífice, adverte aos fiéis que as crianças devem ser batizadas o mais cedo possível, conforme prescreve o cânon 770. Exorta igualmente os párocos e pregadores a impelirem ao cumprimento nesta obrigação.
***Dado em Roma, na Sede do Santo Ofício, no dia 18 de fevereiro de 1958.
Artur de Jorio, Secretário”.
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 6, Ano 1958, p. 229

Via Cléofas 

Sínodo: expectativa sobre o Relatório Final

24/10/2015


Concluem-se neste sábado, dia 24 de outubro, os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre “a vocação e a missão da Família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Durante a manhã a leitura do Relatório Final e na parte da tarde a votação. O encerramento oficial está marcado para domingo, dia 25.
Nos últimos dias o trabalho foi intenso para a elaboração do Relatório. De registar que na manhã de sexta-feira dia 23 foram mais de 50 as intervenções na Sala do Sínodo e trataram-se de comentários e observações sobre o Projeto de Relatório Final.  Vários os aspectos abordados, tais como: referências bíblicas, a relação entre a consciência e a lei moral, a questão dos imigrantes, a formação dos agentes de pastoral, o acompanhamento da espiritualidade familiar e os sofrimentos no núcleo familiar, entre tantos outros.
Os meios de comunicação social internacionais estão na expectativa de conhecer o Relatório Final deste Sínodo dos Bispos sobre a Família. Para compreendermos melhor a visão mediática deste acontecimento tão importante para a vida da Igreja, entrevistamos António Marujo, jornalista português, especialista em assuntos religiosos, um dos principais animadores do blogue ‘Religionline’ e presente em Roma em serviço para o jornal ‘Diário de Notícias’.
Marujo referiu, desde logo, que o Papa Francisco ainda no passado sábado dia 17 afirmou que o caminho sinodal é um tempo de escuta do Povo de Deus. No entanto, o jornalista português interroga-se: “De que modo é que o sentir do Povo foi tido em conta neste Sínodo?
Considerando ser este um Sínodo que procurou descobrir e lançar uma nova abordagem pastoral para as famílias, António Marujo, aponta dois temas concretos que necessitam de uma acção concreta da Igreja: a violência doméstica e o acompanhamento pastoral dos casais.
O Relatório Final do Sínodo é votado na tarde deste sábado dia 24 de outubro.
Rádio Vaticano 

23 de out. de 2015

Papa: entender os sinais dos tempos com silêncio, oração e reflexão

23/10/2015  


Sexta-feira, 23 de Outubro – na Missa em Santa Marta o Papa Francisco exortou os cristãos a fazerem silêncio, reflexão e oração para entender os sinais dos tempos. “Os tempos mudam e nós cristãos devemos mudar continuamente”, com liberdade e na verdade da fé – afirmou o Papa Francisco:
“Temos esta liberdade de julgar o que acontece fora de nós, mas para julgar temos que saber bem o que ocorre fora de nós. E como se pode fazer isto? Como se pode fazer o que a Igreja chama ‘conhecer os sinais dos tempos’? Os tempos mudam; é justamente a sabedoria cristã a conhecer estas mudanças, conhecer os diferentes tempos e também os sinais dos tempos. O que significa uma coisa e a outra. Fazer isto sem medo, com liberdade”. 
O Santo Padre reconhece que não é algo “fácil”, são muitos os condicionamentos externos que pressionam também os cristãos e induzem muitos a um cómodo "não fazer". Contudo, o Papa aponta um método essencial: silêncio, oração e reflexão – “somente assim poderemos entender os sinais dos tempos – que é o que nos quer dizer Jesus.”
Entender os sinais dos tempos não é uma tarefa exclusiva de uma elite cultural ou intelectual, pois Jesus – recordou o Santo Padre – fala aos camponeses que “na sua simplicidade” sabem “distinguir o trigo do joio”:
“Os tempos mudam e nós cristãos devemos mudar continuamente. Devemos mudar firmes na fé em Jesus Cristo, firmes na verdade do Evangelho, mas o nosso comportamento deve mover-se continuamente de acordo com os sinais dos tempos. Somos livres. Somos livres pelo dom da liberdade que Jesus Cristo nos deu. Mas o nosso dever é olhar o que acontece dentro de nós, discernir os nossos sentimentos, os nossos pensamentos; e o que acontece fora de nós e discernir os sinais dos tempos. Com o silêncio, com a reflexão e com a oração”.

Rádio Vaticano 

Papa anuncia novo dicastério para leigos, família e vida

23/10/2015

Na tarde desta quinta-feira, dia 23, no início dos trabalhos do Sínodo após o almoço, o Papa Francisco tomou a palavra para anunciar ter decidido instituir um novo dicastério com competência sobre os leigos, a família e a vida, substituindo os dois atuais Conselhos Pontifícios para os Leigos e a Família. A este dicastério estará ligada a Academia Pontifícia para a Vida. A este propósito, o Papa constituiu uma comissão específica para redigir um texto que oriente canonicamente as competências do novo dicastério e que será submetido à apreciação do Conselho de Cardeais na sua próxima reunião do mês de dezembro.



Rádio Vaticano 

Sínodo. Briefing: trabalho intenso para o Relatório Final

22/10/2015 

No Sínodo dos Bispos sobre a Família, na tarde desta quinta-feira dia 22 de Outubro foi apresentado o Projeto de Relatório Final. Os padres sinodais analisaram o texto e fizeram intervenções e observações. As modificações solicitadas deverão ser feitas até as 14h desta sexta-feira, dia 23, por escrito. O Relatório Final será apresentado na manhã de sábado dia 24 e durante a tarde serão as votações.
No briefing de imprensa no final da manhã de ontem quinta-feira dia 22, o Padre Federico Lombardi recordou que a Comissão de redação do Relatório Final do Sínodo trabalhou em modo “intensíssimo para conseguir completar o trabalho”.
Presente no encontro com os jornalistas o arcebispo de Bombaim na Índia e membro da Comissão de redação do Relatório Final do Sínodo, o Cardeal Oswald Gracias que salientou que o Sínodo foi uma experiência espiritual para entender como ajudar as famílias a tornarem-se melhores e a encontrarem soluções para as suas dificuldades, graças à partilha de opiniões, pontos de vista e diferentes situações culturais.
Nessa ótica, o purpurado indiano deteve-se sobre o tema da “salutar descentralização”, explicando que esta implica que os bispos devem ser formados a nível teológico, moral e canónico, para compreender as diferentes abordagens necessárias para enfrentar os problemas específicos de cada país.
O Cardeal Gracias deteve-se ainda sobre o método de trabalho da Comissão: os especialistas fizeram uma avaliação das mais de 700 emendas apresentadas para o documento final, buscando escolher as mais representativas, e depois a Comissão decidirá quais as que vai inserir no texto final, de modo a que dele possa sair uma mensagem coerente.
Nesta sexta-feira dia 23 a Comissão reelaborará o texto, baseando-se nas modificações. No sábado de manhã o texto será lido na Sala do Sínodo no seu formato definitivo; já na parte da tarde o texto será votado parágrafo por parágrafo. Depois, caberá ao Papa decidir se o texto será publicado.

Rádio Vaticano 

22 de out. de 2015

10 grandes citações da Teologia do Corpo, de São João Paulo II

Conhecer melhor o plano de Deus para o casal pode ser um grande presente de casamento!


Quer uma sugestão de excelente presente de casamento? A Teologia do Corpo, de São João Paulo II.
Aprender mais sobre o plano de Deus para o meu marido e para mim, assim como sobre o chamado de Deus à comunhão com Ele, foi algo que transformou a nossa relação antes de nos casarmos.
A Teologia do Corpo é uma coletânea de 129 discursos que São João Paulo II fez nas suas audiências das quartas-feiras durante o período de 1979 a 1984. É um tesouro de profundidade teológica sobre o significado de ser homem e mulher em relação um com o outro e em relação com Deus.
Desse tesouro, destaco 10 citações maravilhosas:
1. Os homens e as mulheres são criados à imagem de Deus
“O ser humano, a quem Deus criou ‘homem e mulher’, carrega a imagem divina impressa no seu corpo “desde o princípio”; homem e mulher constituem duas formas diferentes do humano ‘ser corpo’ na unidade daquela imagem” (2 de janeiro de 1980).
2. O homem e a mulher são feitos um para o outro
“Sozinho, o homem não realiza totalmente esta essência [de ser pessoa]. Ele só a realiza existindo ‘com alguém’ – e ainda mais profunda e completamente: existindo ‘para alguém’… Comunhão das pessoas significa existir num recíproco ‘para’, numa relação de recíproco dom” (9 de janeiro de 1980).
3. O nosso corpo nos permite tornar-nos um dom para os outros no amor
“O corpo humano (…) encerra ‘desde o princípio’ (…) a capacidade de exprimir o amor: aquele amor em que o homem-pessoa se torna dom e, mediante esse dom, realiza o próprio sentido do seu ser e existir” (16 de janeiro de 1980).
4. O corpo revela o mistério do amor de Deus pelos seres humanos
“O corpo, e só ele, é capaz de tornar visível o que é invisível: o espiritual e o divino. Ele foi criado para transferir para a realidade visível do mundo o mistério escondido desde a eternidade em Deus [o amor de Deus pelo homem] e, assim, ser seu sinal” (20 de fevereiro de 1980).
5. O casamento é a mais antiga revelação do plano de Deus
“O casamento [é] a mais antiga revelação (e ‘manifestação’) do plano [de Deus] no mundo criado, com a revelação e ‘manifestação’ definitiva, a revelação de que ‘Cristo amou a Igreja e se entregou por ela’ (Ef 5, 25), conferindo ao seu amor redentor um caráter e um sentido esponsal” (8 de setembro de 1982).
6. O casamento é a união numa só carne
“O casamento [é] o sacramento em que o homem e a mulher, chamados a se tornar ‘uma só carne’, participam do amor criador de Deus mesmo. E participam tanto pelo fato de, criados à imagem de Deus, terem sido chamados em virtude desta imagem a uma união particular (‘comunhão de pessoas’), quanto porque esta mesma união foi desde o princípio abençoada com a bênção da fecundidade” (15 de dezembro de 1982).
7. Os maridos são chamados a amar suas esposas como Cristo ama, e as mulheres a submeterem-se porque amam a Cristo
“O marido é especialmente aquele que ama e a esposa é aquela que é amada. Pode-se até arriscar a ideia de que a ‘submissão’ da esposa ao marido, entendida no contexto de toda a passagem da carta aos efésios (Ef 5, 22-23), signifique acima de tudo ‘experimentar o amor’. Tanto mais que esta ‘submissão’ se refere à imagem da submissão da Igreja a Cristo, que, certamente, consiste em experimentar o seu amor” (1º de setembro de 1982).
8. A vocação ao matrimônio exige a compreensão da Teologia do Corpo
“Aqueles que procuram o cumprimento da sua vocação humana e cristã no casamento, em primeiro lugar, são chamados a fazer dessa ‘teologia do corpo’, cujo ‘princípio’ está nos primeiros capítulos do livro do Gênesis, o conteúdo da sua vida e do seu comportamento. O indispensável, no caminho desta vocação, é a consciência profunda do significado do corpo, na sua masculinidade e feminilidade! Como é necessária uma consciência precisa do significado esponsal do corpo, do seu significado gerador!” (2 de abril de 1980).
9. A sexualidade humana é um dom de si no casamento e é procriativa
“Porque ao mesmo tempo ‘o ato conjugal une profundamente os esposos (…) e os torna capazes de gerar novas vidas’, e ambas as coisas acontecem ‘por causa da sua estrutura íntima’, segue-se que a pessoa humana (com a necessidade própria da razão, a necessidade lógica) ‘deve’ ler contemporaneamente os ‘dois significados do ato conjugal’ e a ‘conexão inseparável entre os dois significados do ato conjugal’. Trata-se de ler na verdade a ‘linguagem do corpo’” (11 de julho de 1984).
10. Cristo é o modelo para o matrimônio cristão
“Cristo manifesta o amor com que a amou [a Igreja] dando-se por ela. Aquele amor é a imagem e, acima de tudo, o modelo do amor que o marido deve manifestar à esposa no matrimônio, quando ambos estão submetidos um ao outro ‘no temor de Cristo’” (25 de agosto de 1982).


Fonte: Aleteia 

13 de maio de 1981: dois tiros atingem o Papa

Há 34 anos, São João Paulo II era alvejado em plena Praça de São Pedro

Eram 17h19min em Roma no dia 13 de maio de 1981. Em pé na parte traseira do papamóvel, João Paulo II circulava lentamente pela Praça de São Pedro. O papamóvel parou e o papa se inclinou diante de uma menina de dois anos de idade que lhe estendia as mãos. João Paulo II a levantou nos braços, lhe deu um beijo e devolveu a criança aos pais com um sorriso.
 
De repente, um tiro.
 
Uma revoada de pombas assustadas agitou os ares do Vaticano.
 
Mais um tiro.
 
João Paulo II pendeu para o lado de seu secretário particular, o cardeal Stanislaw. Do local de onde os tiros tinham partido, levantava-se um tumulto em torno a um jovem que se debatia. Era Mehmet Ali Agca, o agressor.
 
A primeira bala perfurou o cólon do papa, dilacerou em vários pontos o seu intestino delgado e lhe atravessou o corpo, caindo depois dentro do jipe. A segunda passou de raspão pelo cotovelo direito de João Paulo II, fraturou seudedo indicador esquerdo e ainda feriu duas peregrinas norte-americanas.
 
O papamóvel arrancou em alta velocidade em direção aos Serviços de Atendimento de Emergência do Vaticano, onde o médico pessoal do papa, Dr. Renato Buzzonetti, já tinha sido chamado com urgência.
 
João Paulo II sangrava muito e foi levado de imediato para oHospital Gemelli. A vida de um papa se apagava. Logo após a chegada ao hospital, o Santo Padre perdeu a consciência. Os médicos que realizaram a operação de emergência chegaram a confessar, tempos depois, que duvidavam da sobrevivência do papa devido à gravidade do ferimento e aos sérios problemas com a pressão sanguínea e com os batimentos cardíacos de João Paulo II. O Dr. Buzzonetti pediu ao cardeal Stanislaw que ministrasse ao papa a Unção dos Enfermos. Foram cinco horas extremamente tensas de operação e de espera. O mundo permanecia estarrecido. Terminada a intervenção dos médicos, chegou o aviso, ainda interno ao hospital, de que os procedimentos tinham corrido bem e de que as esperanças de recuperação tinham aumentado.
 
O papa só pôde voltar ao Vaticano algumas semanas depois. Complicações, no entanto, o obrigaram a retornar ao hospital. Foi só no dia 14 de agosto, véspera da Assunção de Nossa Senhora, que João Paulo II deixou definitivamente a clínica Gemelli.
 
13 de maio, dia de Nossa Senhora de Fátima.
15 de agosto, dia da Assunção de Nossa Senhora aos céus.
João Paulo II sobreviveu a um atentado covarde e mortal em um dia dedicado a Maria. João Paulo II voltou recuperado ao Vaticano em outro dia dedicado a Maria.
 
A bala que atravessou o corpo do Santo Padre foi guardada e levada pessoalmente por ele próprio ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, durante uma peregrinação de ação de graças pela proteção materna de Maria. O projétil foi incrustado na coroa de ouro da Santíssima Virgem de Fátima, na redoma de vidro da Capelinha das Aparições.
 
No dia 27 de dezembro de 1983, João Paulo II foi até opresídio de Rebibbia, em Roma, para se encontrar com Mehmet Ali Agca. Num cômodo simples, sentado ao lado de Agca e com a cabeça inclinada para ouvi-lo melhor, o Santo Padre se surpreendeu com uma pergunta feita pelo seu agressor:
 
“Por que o senhor não morreu? Eu sei que mirei certo. Eu sei que o projétil era devastador e mortal. Então por que o senhor não morreu”?
 
Não há registros gravados, evidentemente, da conversa particular que o papa teve com Mehmet Ali Agca naquele dia em Rebibbia. Em outra ocasião, porém, João Paulo II comentou sobre aquele impactante dia 13 de maio de 1981:
 
“Uma mão disparou. Mas outra mão guiou a bala”.

Fonte: Aleteia 

12 Lições de São João Paulo II

artigo737561 – A verdade é que estamos perante uma objetiva “conjura contra a vida” que vê também implicadas Instituições Internacionais, empenhadas a encorajar e programar verdadeiras e próprias campanhas para difundir a contracepção, a esterilização e o aborto. (Evangelho da Vida, 18)
2 – O homem de hoje parece estar sempre ameaçado por aquilo mesmo que produz com o trabalho de suas mãos e da sua inteligência, e das tendências da sua vontade. (RH)
3 – Os mecanismos materialistas produzem, em nível internacional, ricos cada vez mais ricos à custa de pobres cada vez mais pobres.
4 – Um jovem cristão deixa de ser jovem, e há muito não é cristão, quando se deixa enganar pelo princípio fácil e cômodo, de que “o fim justifica os meios”.
5 – O homem não pode viver sem o amor. Ele permanece para si mesmo um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se o não experimenta e se não o torna algo seu próprio. (RH, 10).

6 – No mistério da Redenção o homem é novamente “reproduzido” e, de algum modo, é novamente criado. (RH,10)
7 – A Igreja existe para levar os seus filhos a serem santos.
8 – A santidade é a força mais poderosa para levar Cristo ao coração dos homens.
9 – Sem Jesus Cristo o homem permanece para si mesmo um desconhecido, um enigma indecifrável, um mistério insondável.
10 – O sentido essencial desta “realeza” e deste “domínio” do homem sobre o mundo visível, que lhe foi confiado pelo próprio Criador, consiste na prioridade da ética sobre a técnica, no primado da pessoa sobre as coisas e na superioridade do espírito sobre a matéria. (RH, 16)ensinamentodossantos
11 – A fé e a razão constituem como que duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. (Fides et Ratio, 1)
12 –  O século XX ficará considerado uma época de ataques maciços contra a vida, uma série infindável de guerras  e um massacre permanente de vidas humanas inocentes. Os falsos profetas e os falsos mestres conheceram o maior sucesso possível. (EV,17).

Cléofas 

Papa em Santa Marta: não ceder perante as tentações

22/10/2015


“O esforço do cristão é propenso a abrir a porta do coração ao Espírito Santo.” Foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada na manhã desta quinta-feira dia 22 de outubro na Capela da Casa de Santa Marta.  
O Santo Padre sublinhou que a conversão, para o cristão, “é uma tarefa, é um trabalho de todos os dias”, que nos leva ao encontro com Jesus. Como exemplo disso, o Papa Francisco contou a história de uma mãe doente de cancro que fez de tudo para combater a doença.
O Papa baseou-se na Carta de S. Paulo aos Romanos para sublinhar que, para passar do serviço da iniquidade à santidade, devemos esforçarmo-nos quotidianamente.
O Papa Francisco afirmou ainda na sua homilia que perante a tentação de “retroceder”, de regredir de ceder perante as tentações é preciso “ir em frente”, “um pouco em cada dia”. E o Santo Padre contou um facto concreto da vida:
“Há alguns meses atrás, encontrei uma mulher. Jovem, mãe de família – uma bela família – que tinha um cancro. Um cancro feio. Mas ela vivia com felicidade, agia como se estivesse saudável. E falando desta atitude, disse-me: ‘Padre, faço de tudo para vencer o cancro!’. Assim deve ser o cristão. Nós que recebemos este dom em Jesus Cristo e passamos do pecado, da vida de injustiça à vida do dom em Cristo, no Espírito Santo, devemos fazer o mesmo. Um passo em cada dia. Um passo em cada dia”.

Rádio Vaticano 

Papa: por intercessão de S. João Paulo II rezar pelo Sínodo

22/10/2015

A Igreja celebra nesta quinta-feira dia 22 de Outubro a Memória Litúrgica de S. João Paulo II. Ontem quarta-feira dia 21, no final da Audiência Geral, o Papa Francisco saudou os peregrinos polacos, dizendo-lhes que S. João Paulo II. “É o Papa da família”.
“Sejam seus bons seguidores no zelo pelas vossas famílias e por todas as famílias, especialmente aquelas que vivem no desconforto espiritual ou material. A fidelidade ao amor professado, às promessas feitas e aos compromissos que provêm da responsabilidade, sejam a vossa força. Por intercessão de S. João Paulo II rezamos para que o Sínodo dos Bispos, que está para se concluir, renove em toda a Igreja o sentido do valor indissolúvel do matrimônio e da família saudável, baseada no amor recíproco entre o homem e a mulher, e na graça divina.”

Rádio Vaticano 

Sínodo: debate sobre o Projeto de Relatório Final

22/10/2015

No Sínodo dos Bispos sobre a Família, nesta quinta-feira dia 22 de Outubro um dia importante com a apresentação do Projeto de Relatório Final. Os padres sinodais farão uma análise desse texto, as consequentes intervenções na Sala do Sínodo e as observações que serão depois produzidas por escrito. O Relatório Final será apresentado na manhã de sábado dia 24 e durante a tarde serão as votações.
Entretanto, na conferência de imprensa desta quarta-feira dia 21 de Outubro estiveram presentes o Presidente da Conferência Episcopal Alemã, Cardeal Reinhard Marx, o Arcebispo de Montevideu no Uruguai, Cardeal Daniel Fernando Sturla Berhouet, e o Presidente da Conferência Episcopal Irlandesa, D. Eamon Martin.
O Cardeal Marx disse que se há uma falência no matrimónio, a Igreja permanece junto de quem faliu. O purpurado reiterou que “a Doutrina da Igreja se baseia na família fundada por um homem e uma mulher que dizem sim, que querem estar juntos para sempre, que possuem filhos”. “Mas a Igreja”, acrescentou, “deve estar pronta também diante das falências”.
Sobre o tema dos divorciados recasados o Cardeal Marx comunicou que o grupo de língua alemã fez uma proposta para o acompanhamento a ser feito junto destas pessoas para que cheguem a uma “reconciliação com a Igreja”.
Neste sentido, o Cardeal Sturla Berhouet convidou a Igreja a ser “companheira de caminhada”: “A Igreja não pode ser um clube de pessoas perfeitas” – observou o purpurado que considerou que a Igreja deve ser uma casa com as portas abertas para todos acolher.
Por sua vez D. Eamon Martin, presidente da Conferência Episcopal da Irlanda afirmou que “nas próximas semanas, nos próximos meses e anos, precisa questionar sobre o que fazemos nas nossas pastorais, nos nossos países, para dar apoio às vocações das famílias.”

Rádio Vaticano 

21 de out. de 2015

Audiência: na família viver a fidelidade do amor

21/10/2015 

Quarta-feira, 21 de Outubro – audiência geral com o Papa Francisco na Praça de S. Pedro. Tema da Catequese: “a fidelidade do amor”. A família vive da promessa de amor e fidelidade que o homem e a mulher se fazem reciprocamente. Uma promessa que inclui o empenho de “acolher e educar os filhos” – disse o Santo Padre – é uma promessa que também inclui “tratar dos pais idosos” e “proteger e acudir os mais frágeis da família”. É também, segundo o Papa, uma promessa que se alarga a todas as outras famílias:
“A promessa conjugal alarga-se a partilhar as alegrias e os sofrimentos de todos os pais e mães, as crianças, com generosa abertura perante a humana convivência e o bem comum. Uma família que se fecha em si própria é como uma contradição, uma mortificação da promessa que a fez nascer e a faz viver.”
Neste ponto da sua catequese o Papa Francisco definiu dois conceitos importantes para a vivência da promessa: a liberdade e a fidelidade. E, segundo o Papa, na vida familiar para se viver a fidelidade é necessária a liberdade, porque sem liberdade não há matrimônio:
“Sem liberdade não há amizade, sem liberdade não há amor, sem liberdade não há matrimônio.”
Assim, “liberdade e fidelidade não se opõem uma à outra”, pelo contrário, “sustêm-se, seja nas relações interpessoais seja naquelas sociais”. Apontando os danos que “provocam na civilização da comunicação global a inflação de promessas não mantidas”, o Santo Padre definiu o que é a fidelidade:
“Sim, caros irmãos e irmãs, a fidelidade é uma promessa de empenho que se auto-realiza, crescendo na livre obediência à palavra dada. A fidelidade é uma confiança que quer ser partilhada, e uma esperança que quer ser cultivada em conjunto.”
“Há que restituir a honra social devida à fidelidade do amor” – afirmou o Papa Francisco.
É necessário tirar da clandestinidade o milagre diário de milhões de homens e mulheres que regeneram o próprio alicerce familiar, do qual vive toda a sociedade e que não o pode garantir de qualquer outro modo. Por isso Deus inscreveu este princípio da fidelidade à promessa do amor e da geração na obra da criação como uma bênção perene, à qual está confiado o mundo – afirmou o Papa na conclusão da sua catequese.
Nas saudações o Papa Francisco dirigiu-se também aos peregrinos de língua portuguesa:
“Queridos peregrinos de Portugal, Brasil e outros países de língua portuguesa, bem-vindos! Saúdo-vos cordialmente a todos, confiando ao bom Deus a vossa vida e a dos vossos familiares. Com alegria, acolho a delegação da Comunidade Hebraica de São Paulo, acompanhada pelo Cardeal Odilo Scherer. Esta visita a Roma vos ajude a estar prontos, como Abraão, a sair cada dia para a terra de Deus e do homem, revelando-vos um sinal do amor de Deus por todos os seus filhos. Obrigado!”
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção!

Rádio Vaticano 

Os Santos Doutores falam da Intercessão dos Santos

Santos Agostinho, Gregorio, Ambrosio, JeronimoSanto Afonso de Ligório:
1 – É lícito e proveitoso invocar em nosso auxílio os santos, e pedir-lhes que nos ajudem com suas orações.
2 – Se é lícito recomendar-se aos vivos, como então não será lícito invocar os santos, que, no céu, mais de perto gozam de Deus?
3 – As orações dos santos são como redomas de ouro, cheias de suave perfume e muito agradáveis a Deus.
Santa Catarina de Sena:
4 – Em seus anseios, os eleitos clamam continuamente diante de Mim em favor do mundo inteiro.
São Tomás de Aquino:
5 – Assim como mediante os sufrágios dos santos nos vem a graça de Deus, pelo mesmo caminho devemos nós outros voltar para Deus, a fim de recebermos novamente sua graça por mediação deles.
6 – Segundo a lei natural, todos são obrigados a observar a ordem que Deus estabeleceu; ora, Deus estabeleceu que os inferiores alcancem a salvação implorando o auxílio dos superiores.
7 – Como os santos do céu estão próximos de Deus, a ordem da lei divina requer que nós, enquanto vivermos neste mundo e estivermos longe do Senhor, sejamos conduzidos a Ele pelos santos que são os medianeiros.

São Jerônimo (340-420):
8 – Se os Apóstolos e mártires, enquanto estavam em sua carne mortal, e ainda necessitados de cuidar de si, ainda podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos. Serão menos poderosos agora que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no Evangelho? (Adv. Vigil. 6)
Santo Hilário de Poitiers (310-367):aintercessoecultodossantos
9 – “Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará, nem a guarda dos anjos nem a proteção dos santos”.
São Cirilo de Jerusalém (315-386):
10 – “Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós: Patriarcas, profetas, Apóstolos e mártires; para que Deus, por sua intercessão e orações, se digne receber as nossas”.

Cléofas 

20 de out. de 2015

20/10 – Santa Maria Bertilla Boscardin

santa-maria-bertilla-boscardinÉ uma humilde camponesa – disse dela Pio XII, por ocasião da beatificação, a 8 de junho de 1952. Figura puríssima de perfeição cristã, modelo de recolhimento e de oração. Nem êxtases, nem milagres durante a vida, mas uma união com Deus sempre mais profunda no silêncio, no trabalho, na oração, na obediência. Daquela união vinha a especial caridade que ela demonstrava para com os doentes, médicos, superiores, enfim para com todos.” Nascida a 6 de outubro de 1888 na paróquia de Gioia di Brendola (Vicência), batizada com o nome de Ana Francisca, desde a meninice dedicou-se aos trabalhos do campo, ajudando seus pais. Este era o caminho para qualquer menina vêneta, antes que as indústrias chegassem. Aos 17 anos Ana Francisca teve a permissão de seguir a própria vocação religiosa ingressando nas Mestras de Santa Dorotéia em Vicência. Lá fez o noviciado e emitiu os primeiros votos temporários. Deixou em seguida Vicência e foi para Treviso trabalhar no hospital, onde prestará o seu humilde e ativo serviço até a morte, acontecida a 22 de outubro de 1922.
Conseguiu o diploma de enfermeira para se tornar mais útil aos doentes, que assistia também de noite, tomando a vez de suas co-irmãs. “Quero ser a serva de todos – escreveu no seu diário – quero trabalhar, sofrer e deixar toda a satisfação aos outros.” E ainda: “Devo considerar-me a última de todas, portanto contente em ser passada para trás, indiferente a tudo, tanto às reprovações como aos elogios, melhor, preferir as primeiras; sempre condescendentes às opiniões alheias; nunca desculpar-me, mesmo se penso ter razão; nunca falar de mim mesma; os encargos mais baixos sejam sempre os meus, pois é isso que mereço.” As ocasiões de sofrimentos nunca lhe faltaram. Aos 22 anos foi operada de um tumor. Retomou as costumeiras ocupações suportando um aumento de trabalho durante a primeira guerra mundial. Por causa dos contínuos bombardeios, os doentes foram transportados para Brianza e irmã Bertilha os seguiu. Mas em Viggiù foi designada para a lavanderia, sofrendo e chorando as escondidas: “Estou contente – escreveu – porque faço a vontade de Deus.” Voltando um ano depois a Treviso entre os seus doentes, não aguentou o agravar-se de seu mal e após uma segunda intervenção cirúrgica, morreu. Tinha então trinta e quatro anos. Beatificada em 1952, foi canonizada por João XXIII a 11 de maio de 1961.

Cléofas 

Papa: Deus procura-nos e ama-nos sem medida

20/10/2015

Terça-feira, 20 de Outubro – na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que Deus procura-nos e ama-nos sem medida. O Santo Padre afirmou que Deus dá sempre com largueza a sua graça aos homens. Estes, ao invés, ‘medem as situações’.
O Papa Francisco partindo da leitura de S. Paulo da liturgia do dia, afirmou que a salvação trazida por Jesus é uma demonstração da doação em abundância. E a salvação – disse o Papa – é a “amizade entre nós e Ele”:
“Como Deus dá, no caso da amizade, a nossa salvação? Dá como diz que nos dará quando fazemos uma boa ação: nos dará uma medida boa, cheia, transbordante... Mas isto faz pensar na abundância e esta palavra é repetida três vezes nesta passagem. Deus dá na abundância até ao ponto de dizer a Paulo: ‘onde avultou o pecado, superabundou a graça’. Este é o amor de Deus: sem medida”.
Amor sem medida, tal como o pai da parábola evangélica, que todos os dias observa o horizonte para ver se o seu filho decidiu voltar. Deus dá tudo, procura-nos e ama-nos – salientou o Papa Francisco:
“Deus não é mesquinho: Ele não conhece a mesquinhez. Ele dá tudo. Deus não fica parado: Ele olha e espera que nós nos convertamos. Deus é um Deus que sai: sai para procurar, busca cada um de nós. Todos os dias Ele nos procura. Como já fez, e diz na Parábola da ovelha perdida ou da dracma perdida: procura. É sempre assim”.
Os critérios humanos, contudo, desenvolvem ações com o costume de medir as situações, com medidas pequenas – disse o Papa que afirmou que nos fará bem pedir ao Espírito Santo a graça de nos aproximarmos do amor de Deus:
“É verdade, nós sempre temos o costume de medir as situações, as coisas, com as medidas que possuímos, mas são medidas pequenas. Por isso, nos faria bem pedir ao Espírito Santo a graça de aproximarmo-nos pelo menos um pouco, para entendermos este amor e termos vontade de ser abraçados e beijados com uma medida sem limites”.

Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...