17 de out. de 2015

Papa: prosseguir na sinodalidade escutando o Povo de Deus

17/10/15


Na manhã deste sábado dia 17 de outubro, teve lugar na Sala Paulo VI uma sessão comemorativa dos 50 anos da instituição do Sínodo dos Bispos. Mais precisamente foi a 15 de setembro de 1965 que o Papa Paulo VI fez a instituição permanente do Sínodo dos Bispos em resposta ao desejo dos Padres do Concílio Vaticano II de manter vivo o espírito positivo gerado pela experiência conciliar.
A comemoração dos 50 anos de Sínodo foi feita com a participação dos bispos presentes no Sínodo sobre a Família que agora conclui a sua segunda semana de trabalhos. Várias as comunicações produzidas representando os vários continentes e realidades específicas da Igreja
No discurso que proferiu o Papa Francisco afirmou que “Igreja e Sínodo são sinónimos” porque a “Igreja não é outra coisa que não seja caminhar juntos”.
Numa intervenção de importante síntese do sentido de rumo e percurso da Igreja, o Santo Padre afirmando ser a sinodalidade uma  das maiores preciosidades do Concílio Vaticano II, declarou que este é o caminho que Deus quer para a Igreja.
Confiar no Povo de Deus e ser Igreja de escuta – estas duas marcas essenciais do discurso do Papa que considerou que mais do que ouvir, a Igreja deve mesmo promover a escuta recíproca onde todos têm algo para aprender: os fiéis, o colégio episcopal e o bispo de Roma.
O Papa Francisco falou também de uma salutar descentralização de certas decisões para as conferências episcopais dos vários territórios onde a Igreja está presente. De sublinhar que, precisamente, por este motivo, o Papa Francisco citou S. João Paulo II reafirmando que “numa igreja sinodal, também o exercício petrino poderá receber maior luz”.
Finalmente, o Santo Padre afirmou ainda que uma igreja sinodal ajuda também a sociedade civil a “edificar-se na justiça e na fraternidade gerando um mundo mais belo e mais digno do homem para as gerações que virão depois de nós” – afirmou o Papa Francisco na conclusão do seu discurso na comemoração dos 50 anos da instituição dos Sínodo dos Bispos.

Fonte: Rádio Vaticano 

Sínodo: proposta comissão para os divorciados recasados

17/10/2015


Na conferência de imprensa desta sexta-feira, dia 16 de outubro, o Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, falou sobre a importância dos casais e das famílias cristãs como lugar do acolhimento para casos de crise conjugal:
“Os casais cristãos das famílias cristãs, que têm experiência, podem comunicar uma experiência em modo missionário aos outros e ser os lugares melhores do acolhimento. E neste contexto foram recordados os principais movimentos e associações que têm grande experiência neste campo e que estão presentes na Igreja.”
Entretanto, o padre Bernd Hagenkord, responsável da comunicação em língua inglesa, também no encontro com os jornalistas, informou do amplo espaço que foi dado na Assembleia Sinodal aos testemunhos pessoais e pastorais. Procriação, contraceção, o papel da família para a paz e ainda o tema dos divorciados recasados, foram alguns dos temas abordados. A propósito dos divorciados recasados e a sua participação eclesial, o padre Hagenkord revelou a novidade da proposta de uma comissão para estudar esta matéria depois do Sínodo:
“Foi sugerido neste campo o estabelecimento de uma comissão para estudar este tema depois do Sínodo, para não se tomar uma decisão prematura. Foi sugerida também uma pastoral adaptada aos nossos tempos e às exigências atuais, incluindo também um Direito Canônico adaptado.”

Fonte: Rádio Vaticano 

Reflexão do Evangelho: 29.º Domingo do Tempo Comum 18/10/15 Ano B

Litúrgia

1° Leitura Is 53, 10-11
Sl 32(33)
2° Leitura Hb 4, 14-16
Evangelho Mc 10, 35-45



Transformar a dor em amor



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos
(Mc 10, 35-45)

Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: "Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir".

Ele perguntou: "O que quereis que eu vos faça?"

Eles responderam: "Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!"

Jesus então lhes disse: "Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?" Eles responderam: "Podemos".

E ele lhes disse: "Vós bebereis o cálice que eu devo beber, e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado".

Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. Jesus os chamou e disse: "Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, entre vós, não deve ser assim; quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos".
*

O coração do Evangelho deste domingo encontra-se condensado na última sentença de Nosso Senhor: "O Filho do Homem – diz Ele – não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos" (v. 45). A palavra grega λύτρον, traduzida aqui por "resgate", quer dizer, literalmente, o preço que se paga para alforriar um escravo. O mesmo sentido tem o vocábulo "redenção", derivado da palavra latina redimere, que quer dizer, ao pé da letra, "comprar de novo" (re-emere).

Quando, porém, Jesus opera o Seu serviço (διακονῆσαι) e oferece a Sua vida em resgate? Tudo começa, sem dúvida, no mistério da Encarnação, como atesta o Autor Sagrado: "Por essa razão, ao entrar no mundo, Cristo declara: 'Não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste um corpo para mim" (Hb 10, 5-7). Porém, é sobretudo no alto da Cruz que se realiza a redenção da humanidade. Derramando o Seu precioso sangue no madeiro e ofertando ao Pai o Seu amor infinito, Nosso Senhor repara a ofensa infinita que é o pecado e cancela a pena infinita devida por esse mal – o inferno.

Por isso, é possível dizer, com Santa Teresinha do Menino Jesus, que todo pecado não passa de uma "gota de água lançada num braseiro ardente":

"Poderiam pensar que é porque não cometi pecados que tenho uma confiança tão grande no Bom Deus. Dizei claramente, minha Mãe, que se eu tivesse cometido todos os crimes possíveis, teria sempre a mesma confiança. Sinto que toda essa multidão de ofensas seria como gota de água lançada num braseiro ardente." [1]
Os Pais de Santa Teresinha.  Zélia Guérin e Luís Martin
Ao exprimir-se nesses termos, Teresa de Lisieux aponta para a grandeza do que operou Jesus: Ele verdadeiramente assumiu as nossas culpas, pagou a pena devida por elas e fez-nos livres. Quando, arrependidos, nos aproximamos do trono da graça (cf. Hb 4, 16) e jogamos os nossos pecados no fogaréu do amor de Deus, tudo se consome.

Para que isso aconteça, porém, é preciso que entremos na quantia dos "muitos" (πολλῶν) de que fala o evangelista. Se é verdade que Nosso Senhor oferece o Seu sacrifício por toda a humanidade, nem todos aproveitam dos efeitos da Sua Paixão. Isso se dá não por um defeito da redenção operada por Ele, mas pela má disposição das almas; em outras palavras, pela recusa do ser humano a associar-se à Paixão de Cristo.

Para estar consigo na glória, de fato, Jesus não indica outro caminho a percorrer senão o da Cruz: "Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?" (v. 38), Ele pergunta aos filhos de Zebedeu. Os dois respondem que sim, mas, como se sabe, só João permanecerá fiel e de pé diante da Cruz de Nosso Senhor. Tiago levará mais tempo para entender essa lógica – morrendo como mártir, alguns anos depois.

Um casal que compreendeu com perfeição o evangelho do sofrimento foi o dos bem-aventurados Zélia Guérin e Luís Martin, canonizados neste domingo pelo Papa Francisco. Os pais de Santa Teresinha do Menino Jesus foram verdadeiramente santos, porque se recusaram a viver para si mesmos. Santa Zélia, por exemplo, mesmo com oito filhas (quatro das quais morreram prematuramente) e um câncer de mama, sequer concebeu a ideia de fechar seu casamento à vida e "parar de sofrer": teve ainda o seu último "lírio", que foi justamente Santa Teresa. São Luís, ao ver que todas as suas filhas entregavam a vida a Deus entrando no Carmelo, era capaz de, mesmo sofrendo com a separação, estender os braços ao Céu em ação de graças.

A história desse casal exemplar, bem como a de todos os santos da Igreja, mostra o que distingue os cristãos e os seus sadios relacionamentos, dos pagãos e de seus relacionamentos destrutivos. Seguir a Jesus não torna ninguém imune ao sofrimento. Quem tem a Sua Cruz diante dos olhos, todavia, é capaz de transformar a própria dor em amor, como Ele mesmo fez, ao passo que o sofrimento de quem não crê permanece sempre estéril e sem sentido.


Homília  por: Padre Paulo Ricardo 
Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/29-domingo-do-tempo-comum-transformar-a-dor-em-amor

16 de out. de 2015

17 0ut Santo Inácio de Antioquia

Um martírio célebre no século II foi o de Santo Inácio de Antioquia; no ano 107, no Coliseu de Roma, vítima da perseguição de Trajano (98-117), por ocasião dos gigantescos espetáculos dados por este imperador para comemorar suas vitórias sobre os dácios. Inácio foi condenado juntamente com Rufo e Zózimo.
Santo Inácio era bispo de Antioquia, que teve como primeiro bispo São Pedro, ao qual sucederam Evódio e em seguida Inácio, o Teóforo (= o que traz em si Deus), como ele mesmo gostava de ser chamado. Conviveu com São Paulo. São João Crisóstomo (†407), doutor da Igreja de Constantinopla, no seu**Panegírico de Santo Inácio,**diz que ele foi designado bispo de Antioquia pelo próprio São Pedro. As **Constituições Apostólicas,**compilação do século IV, falam de sua ordenação por São Paulo.
Era um gigante da fé; seu nome faz lembrar fogo [ignis]; era um “revolucionário da Cruz”, assumia os riscos sem medo e com determinação. Diante do martírio escreveu: “Debaixo da lâmina do cutelo ou no meio das feras, é sempre junto de Deus que estarei”.
Dizia: “Realizemos todas as nossas ações com o único pensamento de que Deus habita em nós”.
Santo Inácio foi preso na mesma perseguição que martirizou São Clemente de Roma (†97) e São Simeão, que sucedeu São Tiago Menor como bispo de Jerusalém no ano 107. Santo Inácio foi levado preso a Roma, conduzido por um grupo de soldados. Durante a viagem escreveu sete cartas aos cristãos da região da Grécia e Turquia de hoje: coríntios, efésios, magnésios, tralianos, romanos, filadélfios, esmirnenses; e uma carta a São Policarpo de Esmirna [Padres Apostólicos]. Suas cartas revelam um homem enérgico e empreendedor, pronto a lutar e morrer pela fé. Era também jurista e administrador emérito; ao mesmo tempo teólogo e místico. Com São Policarpo e Santo Irineu, é um dos representantes diretos da geração dos Apóstolos.
A metrópole da Síria, Antioquia, era a terceira em ordem de grandeza do vasto Império Romano, só era menor que Roma e Alexandria. Trazido acorrentado a Roma, foi devorado pelas feras selvagens no Coliseu. Muitos se desdobravam para evitar o seu martírio, mas Inácio desejava-o mais que todas as coisas e suplicava aos irmãos de Roma que não lhe impedissem de dar seu testemunho, e que não pedissem às autoridades imperiais por ele:
“Deixem-me ser a comida das feras, pelas quais me será dado saborear Deus. Eu sou o trigo de Deus. Tenho de ser triturado pelos dentes das feras, para tornar-me um pão puro de Cristo […]. Deixai-me fazer o sacrifício enquanto o altar está preparado. Deixai-me ser presa das feras. É por meio delas que chegarei a Deus.”
Ele gostaria “que seu corpo encontrasse sepultura na barriga de uma fera faminta”, de modo que seus funerais não ficassem a cargo de ninguém! Mas os cristãos de Antioquia veneraram, desde a antiguidade, o seu sepulcro nas portas da cidade e já no século quarto celebravam a sua memória a 17 de outubro, dia adotado agora também pelo novo calendário.
As suas palavras de amor a Cristo e a Igreja ficaram na lembrança de todas as gerações futuras: “Onde está o bispo, aí está a comunidade, assim como onde está Cristo Jesus aí está a Igreja Católica”, escreve na carta endereçada ao então jovem bispo de Esmirna, São Policarpo. As expressões “Igreja Católica” e “Cristianismo” foram empregadas a primeira vez por ele.

Fonte: Cléofas 

Papa: a hipocrisia é um vírus que a oração vence

16/10/2015


Sexta-feira, 16 de outubro – na homilia da Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que a hipocrisia é um vírus que a oração consegue vencer. A hipocrisia seduz com as mentiras permanecendo na sombra, mas a oração salva-nos dessa atitude farisaica.
A hipocrisia insinua-se com o “fascínio da mentira” – afirmou o Santo Padre recordando a cena retratada por S. Lucas na passagem do Evangelho do dia: ‘Jesus e os discípulos, no meio de uma multidão que pisa nos próprios pés, de tão numerosa que é, chamando a atenção para a advertência sincera de Cristo aos seus discípulos: “Atentos ao fermento dos fariseus”. “O fermento é uma coisa muito pequena” – sublinhou o Papa, mas como Jesus fala sobre ele é como se quisesse dizer “vírus”. O vírus da hipocrisia. Tal como “um médico” que diz “aos seus colaboradores” para estarem atentos aos riscos de um “contágio”:
“A hipocrisia é aquele modo de viver, de agir, de falar que não é claro. Talvez sorri, talvez é sério ... Não é luz, não é escuridão ... Move-se de uma maneira que parece não ameaçar ninguém, assim como a serpente, mas tem o fascínio do claro-escuro. Tem o fascínio de não ter as coisas claras, de não dizer as coisas claramente; o fascínio da mentira, das aparências ... Aos fariseus hipócritas, Jesus dizia também que eles estavam cheios de si mesmos, de vaidade, que eles gostavam de caminhar nas ruas, mostrando que eles eram importantes, pessoas cultas ...”.
Jesus, no entanto, tranquiliza a multidão. “Não tenham medo”, diz ele, porque “não há nada escondido que não será revelado, nem segredo que não será conhecido” – recordou o Santo Padre dizendo que esta hipocrisia, este fermento dos fariseus, é um vírus que leva à morte:
“Este fermento é um vírus que faz adoecer doente e faz-te morrer. Cuidado! Este fermento leva-te às trevas. Cuidado! Mas há alguém que é maior do que isso: é o Pai que está nos céus. “Cinco pássaros não se vendem por duas moedas? No entanto, nenhum deles é esquecido diante de Deus. Até os cabelos da sua cabeça estão todos contados”. E, em seguida, a exortação final: “Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pássaros”. Diante de todos estes medos que nos colocam aqui e ali, e que nos coloca o vírus, o fermento da hipocrisia farisaica, Jesus diz-nos: “Há um Pai. Há um pai que vos ama. Há um Pai que cuida de vós'”.
E há uma só maneira para evitar o contágio, diz o Papa Francisco, é o caminho indicado por Jesus: rezar.
“Rezemos. Rezemos tanto. 'Senhor, protege a tua Igreja’…” (RS)
Fonte: Rádio Vaticano 

Papa visita os sem-abrigo no novo dormitório perto do Vaticano

16/10/2015

No fim dos trabalhos do Sínodo desta quinta-feira (15/10), por volta das 19h, o Papa Francisco visitou os sem-abrigo no novo dormitório inaugurado nos últimos dias pela Esmolaria Apostólica, na Via dei Penitenzieri, em Roma, um local posto à disposição pela Cúria Geral dos Jesuítas.
O Papa foi acolhido pelo esmoleiro, Dom Konrad Krajewski, pelo Prepósito-Geral dos jesuítas, Padre Adolfo Nicolás, e por três Religiosas que desempenham o seu serviço junto dos voluntários. Os 30 hóspedes do dormitório acolheram com alegria o Papa, que os saudou afectuosamente um por um. O Pontífice quis conhecer pessoalmente a estrutura do novo dormitório, e a sua visita durou pouco menos de meia-hora.
O dormitório, que recebeu o nome de "Dom de Misericórdia", se encontra nas proximidades do Hospital Santo Espírito e foi aberto aos 7 de outubro, na memória litúrgica da Bem-aventurada Virgem Maria do Rosário. A comunidade dos jesuítas quis responder prontamente ao apelo do Pontífice, de destinar estruturas próprias a pessoas em dificuldade.
O local pode acolher até 34 homens durante a noite, por 30 dias, e é administrado pelas Irmãs de Madre Teresa de Calcutá. Eles poderão usufruir também do jantar oferecido na Casa “Dom de Maria”, administrada sempre pelas Irmãs de Madre Teresa, que oferece 50 leitos para mulheres. Todos os trabalhos são financiados pela Esmolaria Apostólica, isto é, através das ofertas que provêm da distribuição dos pergaminhos com a Bênção do Papa e da generosidade dos fiéis. (BS/BF)
Fonte: Rádio Vaticano 

Sínodo, briefing: debate sobre os divorciados recasados

16/10/2015

Entre quarta-feira e a manhã desta quinta-feira foram feitos 93 pronunciamentos na Sala do Sínodo sobre a terceira parte do Instrumentum Laboris. Foi o que disse o director da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, na Conferência de imprensa do dia. Com a tarde desta quinta-feira deve concluir-se o debate geral sobre a terceira parte, acrescentou.
Um caminho específico para os divorciados recasados: um dos pontos mais delicados em discussão no Sínodo sobre a família esteve no centro dos últimos pronunciamentos de muitos Padres sinodais, tanto em Assembleia quanto no âmbito dos Círculos menores.
Foram feitas diferentes abordagens à questão. Para alguns, a premissa se fundamenta na necessidade de repropor novamente, de forma clara, os ensinamentos da Igreja sobre o matrimónio e, por conseguinte, um acto de tutela da doutrina, visto que – foi defendido – a Igreja não tem o poder de aumentar nem de diminuir a Palavra de Deus.
Para outros, foi evidenciado que o seguir Cristo (sequela Christi) não pode traduzir-se numa exclusão permanente das pessoas dos Sacramentos – como se, foi observado, os sacerdotes fossem funcionários encarregados de fiscalizar os fiéis –, porque o distanciamento em particular da Eucaristia é considerado uma “grave privação”.
Nesse percurso foi colocada como central a possibilidade, já evocada, de identificar para os divorciados recasados um acesso não indiscriminado aos Sacramentos, mas permitindo uma abordagem personalizada, como resumido pelo Pe. Bernd Hagenkord:
“É preciso um caminho de discernimento bem estruturado para os divorciados recasados, para permitir-lhes tomar a sua decisão, em consciência. O caminho penitencial foi discutido. Esse projecto nasce do pronunciamento do Cardeal Walter Kasper, um ano e meio atrás, porque, em todo caso, o Sacramento da Penitência precede o Sacramento da Eucaristia: é chamado caminho penitencial. Foi proposta uma avaliação das situações caso por caso, e uma limitação a tal admissão para casos particularmente significativos.”
Foi também ressaltada a necessidade de uma reestruturação da pastoral familiar nas paróquias, que possa contar com a presença de associações e Movimentos e, se possível, com pequenas comunidades de famílias locais que dêem apoio – ao que alguns definiram como “ministério do acolhimento” – a outras famílias feridas, com iniciativas pastorais concretas, e não baseadas em “eventos”:
“Um tema frequentemente discutido é o da exigência de uma formação coerente, de uma nova metodologia. Na catequese nota-se a exigência de abandonar a linguagem escolar que fala de ‘curso de matrimónio’, em favor de colocar-se na perspectiva do ‘estar em caminho juntos’.”
Em particular, para que a pastoral familiar seja eficaz, alguns pronunciamentos pediram um cuidado particular com os futuros sacerdotes. Muitos provêem de famílias problemáticas do ponto de vista conjugal dos pais, e se eles não forem ajudados a compreender a beleza do matrimónio cristão – foi ressaltado com lucidez –, eles, por primeiro, poderão ter problemas em relação à vocação das famílias.
Foi muito evidenciado, em particular por muitos Padres sinodais africanos e asiáticos, o tema dos matrimónios mistos, entre católicos e muçulmanos. Foi pedido que o Sínodo indique medidas que tutelem a parte católica, de modo especial as mulheres, porque em muitas circunstâncias no matrimónio com um muçulmano, é pedido à mulher que abandone a própria religião, correndo o risco de ser repudiada caso se negue a fazê-lo.
Todavia, sobre essa questão, o director da Sala de Imprensa da Santa Sé evidenciou:
“Deve ser apresentado o aspecto positivo desses matrimónios, como uma possibilidade de viver o diálogo em sentido positivo. O Instrumentum deve mostrá-los não somente como um lugar de problemas, mas também como um lugar positivo de diálogo, de anúncio do amor. Certamente foram apresentadas situações difíceis, quer no contexto muçulmano, quer em outros contextos asiáticos. Consequentemente, há uma série de problemas que as Conferências episcopais, nesses casos, pedem para poder enfrentar de modo específico.” (BS/RL)

Fonte: Rádio Vaticano 

12 Ensinamentos de Santa Margarida Maria Alacoque

1 – “É bom caminhar pela força de Seu amor em sentido contrário às nossas inclinações, sem outro prazer e contentamento senão o de não ter nenhum, porquanto deve bastar-nos que nosso bom Deus fique contente do modo e forma que lhe apraz.”
2 – “Sou um círio ardente para o Santíssimo Sacramento. Será meu maior desejo de ali consumir minha vida como um círio diante de meu Bem-amado.”
3 – “Ah! como é bom amar tão-somente por amor dele mesmo… pois sem esse amor a vida é dura morte”.
4 – “Jesus Cristo é o único verdadeiro amigo de nossos corações que não foram feitos senão para ele só. Assim, não podem encontrar repouso, alegria, nem plenitude senão Nele”.
5 – “O diabo me fez furiosos assaltos e mil vezes teria sucumbido, não fora ter sentido um poder extraordinário que me amparava e combatia por mim.”
6 – “Nada confunde tanto Satanás, nem o faz mais impotente a nosso respeito, do que a sincera acusação de nossas faltas.”

7 – “Um espírito estranho, pleno de orgulho e ambição não busca senão arruinar no instituto o espírito de humildade e de simplicidade que é o fundamento do edifício que Satanás procura destruir, o que não poderá executar, tendo este sagrado Coração por defensor e esteio.”
8 – “No Coração de Jesus quero viver, padecer e agir de acordo com os seus desígnios e é por ele que quero amar e aprender a sofrer bem”.
9 – “Entrego-lhe todas as minhas ações, para que delas disponha conforme sua vontade e repare as faltas que cometerei.”ensinamentodossantos
10 – “Todas as mais amargas amarguras não são mais que doçura neste adorável Coração, onde tudo se muda em amor.”
11 – “Queres dar-Me teu coração para fazer repousar meu amor sofredor que todo mundo despreza?”
12 – “Querer amar a Deus sem sofrer por seu amor é ilusão.”

Fonte: Cleofas 

16 0ut Santa Margarida Maria Alacoque, devota do Sagrado Coração de Jesus

Santa Margarida Maria de AlacoqueProvada e preparada no cadinho da humilhação, começou a cultuar o Santíssimo Sacramento do Altar e diante do Coração Eucarístico começou a ter revelações divinas
Deus suscitou este luzeiro, ou seja, portadora da luz, que é Cristo, num período em que na Igreja penetrava as trevas do Jansenismo (doutrina que pregava um rigorismo que esfriava o amor de muitos e afastava o povo dos sacramentos). O nome de Santa Margarida Maria Alacoque está intimamente ligado à fervorosa devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Nasceu na França em 1647, teve infância e adolescência provadas, sofridas. Órfã de pai e educada por Irmãs Clarissas, muito nova pegou uma estranha doença que só a deixou depois de fazer o voto à Santíssima Virgem.

Com a intercessão da Virgem Maria, foi curada e pôde ser formada na cultura e religião. Até que provada e preparada no cadinho da humilhação, começou a cultuar o Santíssimo Sacramento do Altar e diante do Coração Eucarístico começou a ter revelações divinas.
“Eis aqui o coração que tanto amou os homens, até se esgotar e consumir para testemunhar-lhe seu amor e, em troca, não recebe da maior parte senão ingratidões, friezas e desprezos”. As muitas mensagens insistiram num maior amor à Santíssima Eucaristia, à Comunhão reparadora nas primeiras sextas-feiras do mês e à Hora Santa em reparação da humanidade.
Incompreendida por vários, Margarida teve o apoio de um sacerdote, recebeu o reconhecimento do povo que podia agora deixar o medo e mergulhar no amor de Deus. Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus e o Papa Pio XIII recomendou esta devoção que nos leva ao encontro do Coração Eucarístico de Jesus. Santa Margarida Maria Alacoque morreu em 1690 e foi canonizada pelo Papa Bento XV em 1920.
Santa Margarida Maria Alacoque, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova 

15 de out. de 2015

500 Anos do Nascimento de Santa Teresa de Ávila

santateresadeavilaConheça um pouco mais sobre a vida extraordinária dessa doutora da Igreja
Dia 15 de outubro a Igreja celebra Santa Teresa, e neste ano o V Centenário de seu nascimento; a grande santa reformadora do Carmelo, mística e doutora da Igreja. Neste ano tive a graça de estar em Ávila, conheci seu primeiro mosteiro reformado, o de São José, e pude rezar diante das relíquias de seu braço e coração, conservados em Alba de Tormes. Ela nasceu em Ávila, Espanha, em 1515, com o nome de Teresa de Ahumada. Seus pais eram virtuosos e tementes a Deus, teve nove irmãos e três irmãs.
Dom Ricardo Blázquez, Arcebispo de Valladolid e Presidente da Conferência Episcopal Espanhola, disse em Ávila, durante sua alocução na abertura do V Centenário:
“Nos reunimos para recordar as obras da misericórdia de Deus, para cantar suas maravilhas, para fazer o elogio de uma mulher excepcional que nos precedeu na Fé em Deus, no amor a Jesus Cristo e nos trabalhos pelo Evangelho. A memória de Santa Teresa de Jesus, nascida próximo desta praça há 500 anos, nos convocou esta manhã. Sua recordação está viva entre nós; é motivo de alegria, de estímulo e de esperança”.
O bispo disse que Santa Teresa foi um “sinal de atuação do Espírito Santo na Igreja e a humanidade”. Além disso, convidou a viver o Centenário recuperando o sentido da oração, tal como o fazia Santa Teresa de Ávila: “Descobrir o sentido cristão e humanizado da oração. A oração não é um diálogo consigo mesmo, alienando-se enganosamente e desfazendo-se falsamente do peso da existência. A oração não é uma expansão do espírito do homem até o vazio ou a solidão sideral esmagadora; nem um exercício do homem a superficialidade buscando a profundidade ou para superar a fragmentação em um centro unificador.
A oração é um trato de amizade com Deus, que sabemos que nos ama, que vem a nosso encontro, que nos espera, que nos acompanha”.
“A celebração do V Centenário do nascimento de Santa Teresa de Jesus é uma oportunidade preciosa para atualizar e assimilar as dimensões fundamentais da vida cristã e apostólica na Igreja, e também a autenticidade da existência humana que todos compartilhamos”, concluiu Dom Blázquez.
O Papa Francisco também se uniu espiritualmente aos festejos pelo V Centenário de Santa Teresa e através de uma mensagem que dirigiu ao Bispo de Ávila, convidou a todos a serem peregrinos, tal como foi a Santa.
“Na escola de Santa Teresa aprendemos a ser peregrinos. A imagem do caminho pode sintetizar muito bem a lição de sua vida e de sua obra. Ela entendeu sua vida como caminho de perfeição pelo que Deus conduz ao homem, morada após morada, até Ele e, ao mesmo tempo, o põem em marcha até os homens. Por que caminhos quer levar-nos o Senhor após as pegadas e as mãos de Santa Teresa? Gostaria de recordar quatro que me fazem muito bem: o caminho da alegria, da oração, da fraternidade e do próprio tempo”.
Neste sentido exortou a todos a caminharem, tal como o faria Santa Teresa quando chegou a hora de sua morte. “Já é tempo de caminhar!” (Ana de São Bartolomu, Últimas ações da vida de Santa Teresa). Estas palavras de Santa Teresa de Ávila a ponto de morrer são a síntese de sua vida e se converteram para nós, especialmente para a família carmelitana, seus conterrâneos e todos os espanhóis, em uma preciosa herança a conservar e enriquecer”, escreveu o Papa.
“A todos digo: Já é tempo de caminhar, andando pelos caminhos da alegria, da oração da fraternidade, do tempo vivido como graça! Percorramos os caminhos da vida da mão de Santa Teresa. Suas pegadas nos conduzem sempre a Jesus”.
Santa Teresa, segundo o Papa Bento XVI, é uma santa que representa um dos cumes da espiritualidade cristã de todos os tempos. Ainda jovem, com pelo menos 9 anos, leu a vida dos mártires, que inspiraram nela o desejo de martírio, tanto que chegou a improvisar uma breve fuga de casa para morrer como mártir e ir para o céu (cf. Vida 1, 4): “Eu quero ver Deus”, disse a pequena aos seus pais. Alguns anos mais tarde, Teresa afirmou ter descoberto a verdade, que se resume em dois princípios fundamentais: por um lado, que “tudo o que pertence a este mundo passa”; por outro, que só Deus é para “sempre, sempre, sempre”, tema que recupera em seu famoso poema:
“Nada te perturbe, nada te espante; tudo passa, só Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem tem a Deus, nada lhe falta. Só Deus basta!”. Ficando órfã aos 12 anos, pediu à Virgem Santíssima que fosse sua mãe (cf. Vida 1,7).

Na adolescência, a leitura de livros profanos a levou às distrações da vida mundana, mas a experiência como aluna das freiras agostinianas de Santa Maria das Graças, de Ávila, e a leitura de livros espirituais, ensinaram-lhe o recolhimento e a oração.
Aos 20 anos de idade, entrou para o convento carmelita da Encarnação, em Ávila. Três anos depois, ela ficou gravemente doente, tanto que permaneceu por quatro dias em coma, aparentemente morta (cf. Vida 5, 9). Ela disse: “Eu desejava viver porque compreendia bem que não estava vivendo, mas estava lutando com uma sombra de morte, e não tinha ninguém para me dar vida, e nem eu poderia tomá-la, e Aquele que podia dá-la a mim, estava certo em não me socorrer, dado que tantas vezes me voltei contra Ele, e eu o havia abandonado” (Vida 8, 2).
Na Quaresma de 1554, aos 39 anos, Teresa chegou ao topo de sua luta contra suas próprias fraquezas. A descoberta de “um Cristo muito ferido” marcou profundamente a sua vida (cf. Vida 9). Lendo as “Confissões”, de Santo Agostinho, descreve assim a jornada decisiva da sua experiência mística: “Aconteceu que… de repente, experimentei um sentimento da presença de Deus, que não havia como duvidar de que estivesse dentro de mim ou de que eu estivesse toda absorvida n’Ele” (Vida 10, 1).
Logo ela começou a grande obra de reforma da Ordem Carmelita: em 1562, fundou o primeiro Carmelo em Ávila. Nos anos seguintes fundou mais 17 novos Carmelos. Foi fundamental seu encontro com São João da Cruz, com quem, em 1568, constituiu, perto de Ávila, o primeiro convento das Carmelitas Descalças. Em 1580, recebeu de Roma a ereção a Província Autônoma para seus Carmelos reformados, ponto de partida da Ordem Religiosa dos Carmelitas Descalços.
Teresa terminou sua vida terrena em 1582 enquanto estava se ocupando com a fundação do Carmelo de Burgos, repetindo humildemente duas frases: “No final, morro como filha da Igreja” e “Chegou a hora, Esposo meu, de nos encontrarmos”.
Foi beatificada pelo Papa Paulo V, em 1614, e canonizada por Gregório XV, em 1622; foi proclamada “Doutora da Igreja” pelo Servo de Deus Paulo VI, em 1970. Teresa de Jesus não tinha formação acadêmica, mas tinha profundos ensinamentos de teólogos, literatos e mestres espirituais. Como escritora, sempre se ateve ao que tinha experimentado pessoalmente ou visto na experiência de outros (cf. Prefácio do “Caminho de Perfeição”). Ao mesmo tempo, é alimentada com a leitura dos Padres da Igreja, São Jerônimo, São Gregório Magno, Santo Agostinho.
Entre suas principais obras, deve ser lembrada, acima de tudo, sua autobiografia, intitulada “Livro da Vida”, que ela chama de “Livro das Misericórdias do Senhor”. O objetivo é manifestar a presença e a ação de um Deus misericordioso em sua vida. Em 1566, Teresa escreveu o “Caminho da perfeição”, chamado por ela de “Admoestações e conselhos” que dava às suas religiosas. Entre os trechos mais importantes, destaca-se o comentário sobre o Pai Nosso, modelo de oração. A obra mística mais famosa de Santa Teresa é o “Castelo Interior”, escrito em 1577. O desenvolvimento da vida cristã rumo à sua plenitude, a santidade, sob a ação do Espírito Santo.
À sua atividade fundadora dos Carmelos reformados, Teresa dedica o “Livro das fundações”, escrito entre 1573 e 1582, no qual fala da vida do nascente grupo religioso.
A santa enfatiza a oração: rezar significa “tratar de amizade com Deus, estando muitas vezes tratando a sós com quem sabemos que nos ama” (Vida 8, 5). Para Teresa a vida cristã é uma relação pessoal com Jesus que culmina na união com Ele pela graça, por amor e por imitação. Daí a importância que ela atribui à meditação da Paixão e à Eucaristia, como presença de Cristo na Igreja, para a vida de cada crente e como coração da liturgia. Santa Teresa vive um amor incondicional à Igreja: ela manifesta um grande amor a Igreja diante da divisão causada pela Reforma protestante. Ela reformou a Ordem Carmelita com a intenção de servir e defender melhor a “Santa Igreja Católica Romana” e está disposta a dar sua vida por ela (cf. Vida 33, 5).ensinamentodossantos
Santa Teresa nos ensina a ser incansáveis testemunhas de Deus, da sua presença e da sua ação; ensina-nos a sentir realmente essa sede de Deus que existe em nosso coração, esse desejo de ver Deus, de buscá-lo, de ter uma conversa com Ele e de ser seus amigos. Esta é a amizade necessária para todos e que devemos buscar, dia após dia, novamente.
Santa Teresa estava contando seus planos a respeito da construção de um mosteiro carmelita. No meio da conversa, toda cheia de euforia, alguém perguntou:
– Irmã Teresa, onde está o dinheiro para tantos planos?
– Tenho dez centavos para começar.
– Esse tanto não dá nem para começar…
– Vocês tem razão. Teresa mais dez centavos não é nada. Teresa mais dez centavos mais Deus, é tudo.
Realmente, ela não construiu apenas um, mas quinze mosteiros.
Peçamos hoje sua especial intercessão entre os santos e anjos do céu. Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!
Prof. Felipe Aquino
Fonte: Cléofas 

Sínodo: continua o debate sobre "a missão da família hoje"

15/10/2015

No Sínodo dos Bispos sobre a Família a decorrer há duas semanas no Vaticano, concluída a apresentação dos relatórios da parte dos 13 grupos de trabalho, continua-se com as Assembleias gerais em que se está a debater sobre a terceira parte do Instrumento de Trabalho, dedicada à “missão da família hoje”. De entre os temas em debate o da adopção de crianças, em que se sublinhou que isto nada tira à genetorialidade, antes pelo contrário, reforça-a, pois que cada família que adopta, é uma família que acolhe.
Falou-se também da nulidade matrimonial sublinhando, por um lado, a falta de fé que pode ser causa de nulidade, e por outro a necessidade duma adequada preparação para o sacramento matrimonial. Se se quer evitar divórcios é melhor preparar uma pastoral capaz de acompanhar os jovens ao matrimónio e de os seguir mesmo depois do matrimónio.
A fragilidade familiar foi outro tema enfrentado, tendo-se acentuado sobretudo aquelas fragilidades de que se é vítima e não escolhidas voluntariamente. Neste sentido frisou-se a necessidade de não falar só de doutrina, mas de acompanhar as famílias fragilizadas em direcção ao futuro, sem julgar severamente o que aconteceu no passado. Em suma, é preciso o olhar do Bom Samaritano que vê, acolhe, cura e integra, procedendo não por imposição, mas por atenção, ou seja através do testemunho humilde, simples, de oração. Porque no fundo – sublinhou-se – a perspectiva da ternura, pode ser a solução para tantas situações angustiantes.
Daí o convite também a uma adequada formação do clero, a fim de que saiba acompanhar as famílias de forma responsável, através de uma espiritualidade profunda, de atenção para com todos sem, todavia, pôr em questão os sacramentos.
Foi também sublinhada a urgência da proximidade da Igreja em relação aos divorciados recasados, em relação aos quais se auspicia não um acolhimento generalizado, mas um acompanhamento que seja capaz de acolher no concreto a diversidade das diferentes situações, tendo como horizonte a sua integração eclesial que, no entanto, não passa apenas pela sua aproximação à Eucaristia.
Enfrentado também o tema da convivência e do matrimónio civil, que estão em crescimento, embora o desejo de formar família esteja sempre no coração das pessoas. Neste âmbito foram postas em realce as dificuldades dos migrantes e refugiados que não conseguem formar família devido a impedimentos legais e burocráticos. Daí o convite a encontrar soluções para isso para que não se afastem da Igreja, caindo nas malhas das seitas.
No que toca a países que estão a legiferar sobre matrimónios homossexuais foi enfatizado o direito das crianças a ter um pai e uma mãe. Mas não se deixou de pôr em evidencia a necessidade de planos pastorais que incluam também pessoas homossexuais.
Por fim foi tomado em consideração o tema da tutela da vida, desde a concepção até à morte natural, e ainda a necessidade de proteger a mulher a fim de que não seja vítima de violência e de preconceitos. 

Fonte: Rádio Vaticano 

Sínodo. Perante os desafios da família manter firmes a fidelidade e o amor

15/10/2015

Apelo lançado por Dom Emílio Sumbelelo, bispo de Uíje (Angola), que em declarações à RV falou em como pode a família colaborar na evangelização em África, e na sociedade angolana em particular”.
Na sociedade, a família cristã deverá ser a grande evangelizadora, testemunhando os valores da vida e da moralidade. Num contexto em que a família cada vez mais vai vivendo muitos desafios, ela deverá levantar bem alta a bandeira da fidelidade, da indissolubilidade e do amor que deve guiar os cônjuges.
A família cristã é também chamada a evangelizar as famílias em situações difíceis através do exemplo, da proximidade e fazendo caminho com elas, sobretudo em presença de situações reversíveis, ou seja, aquelas – disse - com possibilidade de solução.
Perante os desafios que temos à frente, particularmente o desafio dos que querem ‘desconstruir’ a família, D. Sumbelelo exorta as famílias cristãs a serem firmes no testemunho de vida e da unidade, certas do apoio da Igreja. 

Fonte: Rádio Vaticano 

15 de Out Santa Teresa de Ávila (Santa Teresa de Jesus)


Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz
Com grande alegria lembramos, hoje, da vida de santidade daquela que mereceu ser proclamada “Doutora da Igreja”: Santa Teresa de Ávila (também conhecida como Santa Teresa de Jesus). Teresa nasceu em Ávila, na Espanha, em 1515 e foi educada de modo sólido e cristão, tanto assim que, quando criança, se encantou tanto com a leitura da vida dos santos mártires a ponto de ter combinado fugir com o irmão para uma região onde muitos cristãos eram martirizados; mas nada disso aconteceu graças à vigilância dos pais.
Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila, onde viveu um período no relaxamento, pois muito se apegou às criaturas, parentes e conversas destrutivas, assim como conta em seu livro biográfico.

Certo dia, foi tocada pelo olhar da imagem de um Cristo sofredor, assumiu a partir dessa experiência a sua conversão e voltou ao fervor da espiritualidade carmelita, a ponto de criar uma espiritualidade modelo.
Foi grande amiga do seu conselheiro espiritual São João da Cruz, também Doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina da Ordem Carmelita. Por meio de contatos místicos e com a orientação desse grande amigo, iniciou aos 40 anos de idade, com saúde abalada, a reforma do Carmelo feminino. Começou pela fundação do Carmelo de São José, fora dos muros de Ávila. Daí partiu para todas as direções da Espanha, criando novos Carmelos e reformando os antigos. Provocou com isso muitos ressentimentos por parte daqueles que não aceitavam a vida austera que propunha para o Carmelo reformado. Chegou a ter temporariamente revogada a licença para reformar outros conventos ou fundar novas casas.
Santa Teresa deixou-nos várias obras grandiosas e profundas, principalmente escritas para as suas filhas do Carmelo : “O Caminho da Perfeição”, “Pensamentos sobre o Amor de Deus”, “Castelo Interior”, “A Vida”. Morreu em Alba de Tormes na noite de 15 de outubro de 1582 aos 67 anos, e em 1622 foi proclamada santa. O seu segredo foi o amor. Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz. Teve sofrimentos físicos e morais antes de morrer, até que em 1582 disse uma das últimas palavras: “Senhor, sou filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer”.
No dia 27 de setembro de 1970 o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 15 de outubro. Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos.
Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!

Texto: Fonte: Canção Nova 

14 de out. de 2015

Você vai me fazer feliz?

casal-se-olhandoVivemos em uma época pós-moderna onde se faz presente a dificuldade de manter um relacionamento durável. Tudo é muito líquido e passageiro. Somos inimigos da solidão, porém, ostentamos o desapegado a quem queira ouvir. Aprendemos que obrigatoriamente precisamos ficar por cima em uma relação.
Aprendemos que para se sair bem é preciso pisar no outro, e pisar forte. É aquela velha história do pisa-que-ele-gruda. O amor que antes era caracterizado com mãos dadas, perfume de rosas e músicas românticas exalando nas janelas, hoje virou texto no facebook, legenda no instagram e superficialidade.
A ansiedade é um problema nesses casos. Estamos expostos cotidianamente a milhões de informações, de pessoas, de comentários e fotos aparentemente radiantes de relacionamentos cheios de maquiagem. E nesse frenesi, escolher alguém acaba sendo fácil demais, rápido demais.
Com isso, é inevitável não se magoar e, são dessas mágoas que surge o receio de amar outra vez, de se magoar outra vez. Mas percebem? A culpa é inteiramente nossa por sermos tão imediatistas, por conta disso, acabamos fechando portas para outro relacionamento futuro e aderindo ao tão aversivo desapego.
É preciso aprender a se doar. Aprender a se arriscar. Não estou falando de depender totalmente de alguém pra ser feliz, longe disso, até por que depositar no outro as expectativas de ser feliz significa ampliar o espectro do egoísmo a ponto de achar que o outro deve fazer você feliz.
Ser ou estar feliz é um exercício diário e depende de muitos outros exercícios para funcionar tais como: se perdoar, perdoar, amar e, principalmente, SE AMAR. A felicidade é responsabilidade própria, cabe a cada qual entender que só se pode fazer outra pessoa feliz se você está feliz.
Estamos diante de uma sociedade doente, doente de ‘não amar’. Por mais que estejamos cansados, vivemos numa busca quase que existencial por algo que nos faça minimamente feliz. Temos medos constantes e alegrias rasas. Se soubéssemos que a vida é só um breve sopro, viveríamos mais, amaríamos mais e odiaríamos menos. O perdão é uma dádiva do forte.
Então aproveite cada minuto, porque ninguém sabe o que vai acontecer nos 5 minutos seguintes. Faça aquele telefonema, peça desculpas para quem você magoou, diga que ama a quem você ama. Aqui, todos estão de passagem e não devemos contar com o amanhã para lidar com os fantasmas de hoje.

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...