3 de out. de 2015

04 de Outubro - São Francisco de Assis

São Francisco de Assis
1182-1226
Fundou a Ordem dos Franciscanos
a Ordem dos Capuchinhos
e a Ordem dos Franciscanos Conventuais


Este gigante da santidade era fisicamente de modesta estatura, tinha barbicha rala e escura. E, no plano cultural, ainda mais modesto. Conhecia o provençal, ensinado pelo pai, por ter feito algumas leituras de romances de cavalaria. Era um hábil vendedor de tecidos, ao lado de um pai que lhe enchia a bolsa de moedas. Nas alegres noitadas com os amigos, Francisco não media despesas. Participou das lutas entre as cidades e conheceu a humilhação da derrota e de um ano de prisão em Perúgia.

No regresso, fez-se armar cavaleiro pelo conde Gualtério e esteve a ponto de partir para a Apúlia. Mas, em Espoleto, “pareceu-lhe ver”, conta são Boaventura na célebre biografia, “um palácio magnífico e belo, e dentro dele muitíssimas armas marcadas com a cruz, e uma voz que vinha do céu: 'São tuas e dos teus cavaleiros'”. 

A interpretação do sonho veio-lhe no dia seguinte: “Francisco, quem te pode fazer mais bem, o senhor ou o servo?” Francisco compreendeu, voltou sobre seus passos, abandonou definitivamente a alegre companhia e, enquanto estava absorto em oração na igreja de São Damião, ouviu claramente o apelo: “Francisco, vai e repara a minha Igreja que, como vês, está toda em ruínas”. O jovem não fez delongas e, diante do bispo Guido — a cuja presença o pai o conduzira à força para fazê-lo desistir —, despojou-se de todas as roupas e as restituiu ao pai.

Improvisou-se em pedreiro e restaurou do melhor modo possível três igrejinhas rurais, entre as quais Santa Maria dos Anjos, dita Porciúncula. Uma frase iluminante do Evangelho indicou-lhe o caminho a seguir: “Ide e pregai... Curai os enfermos... Não leveis alforje, nem duas túnicas, nem sapatos, nem bastão”.

Na primavera de 1208, 11 jovens tinham-se unido a ele. Escreveu a primeira regra da Ordem dos Frades Menores, aprovada oralmente pelo papa Inocêncio III, depois que os 12 foram recebidos em audiência, em meio ao estupor e à indignação da cúria pontifícia diante daqueles jovens descalços e malvestidos.

Mas aquele pacífico contestador teve também a solene aprovação do sucessor, Honório III, com a bula Solet Annuere, de 29 de novembro de 1223.

Um ano depois, na solidão do monte Alverne, Francisco recebeu o selo da Paixão de Cristo, com os estigmas impressos em seus membros. Depois, ao aproximar-se da “irmã Morte”, improvisou seu “Cântico ao irmão Sol”, como hino conclusivo da pregação de seus frades. Por fim, pediu para ser levado à sua Porciúncula e deposto sobre a terra nua, onde se extinguiu cantando o salmo "Voce mea", nas vésperas de 3 de outubro.

(Retirado do livro "Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente", Paulinas Editora)

É verdade que o Papa Inocêncio III sonhou com São Francisco na véspera de sua apresentação?



Na véspera de São Francisco se apresentar ao Papa Inocêncio III com seus doze frades para pedir autorização para pregar, o Papa sonhou que a sua Basílica do Latrão, Catedral do Papa em Roma, igreja-mãe da Igreja, estava caindo, e um monge como São Francisco a sustentava para não cair. Disse a São Francisco: “Na verdade, é por meio desse homem piedoso e santo que a Igreja de Deus será restabelecida nas suas bases!” Desceu do seu trono, abraçou o pobre Francisco e dirigindo-se a seu pequeno número de discípulos, disse: “Ide com Deus, meus irmãos, e pregai a penitência segundo a inspiração do Senhor. E, quando o Todo-Poderoso vos tiver feito crescer, voltai a procurar-me e eu vos concederei então, muito mais do que hoje”. (DR, vol. III, pg.1645).


Cléofas 

Como deve ser o amor entre o marido e a mulher

“Quando você ama o seu marido e a sua mulher, você está amando a Jesus”.
como_deve_ser_o_amor_entre_marido_e_mulher
Padre Paulo Ricardo. Foto: Arquivo/cancaonova.com
Hoje celebramos a Festa dos Protomártires Brasileiros. Em 1645, no Rio Grande do Norte, encontram-se os dois martírios coletivos: o de Cunhaú e o de Uruaçu. Estes martírios aconteceram no ano de 1645, sendo que o Pe. André de Soveral e Domingos de Carvalho foram mártires em Cunhaú e o Pe. Ambrósio Francisco Ferro e Mateus Moreira em Uruaçu; dentre outros. A morte de um leigo, Mateus Moreira teve o coração arrancado pelas costas, e enquanto arrancavam o seu coração ele gritava: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. Graças a estes mártires, a nossa terra foi batizada com o sangue de santidade.
As famílias precisam aprender muito com a espiritualidade do martírio. Primeiro, precisamos dar conta da grande graça que recebemos do batismo e quando estamos na amizade com Deus. São Tomás de Aquino diz ‘que a graça de Deus em uma pessoa que acabou de ser batizada, vale mais do que tudo e todo resto da criação’. Se você colocar o universo material inteiro, junto com todas as almas, valem menos. Por que a graça que nos é dada no batismo, é sobrenatural.
São Gregório Magno, diz ‘que o ser humano é um resumo de toda a criação’. Nós temos o ser como os minerais. Uma pedra somente existe. O ser humano tem o ser, e a vida do mesmo jeito que os vegetais. Em comum com os animais, temos a sensibilidade. Como os anjos nós temos a inteligência. Tudo isto é natural em nós: um ser, vegetal, animal e angélico. Mas quando você recebe a graça do batismo, você recebeu algo que está acima da sua natureza. Você está participando de uma vida que nem mesmo os anjos possuem. Quando você é batizado você recebe uma graça que é divina. É Deus que habita no seu coração, e você está junto com Ele. Se você é batizado e está em estado de graça, isto vale mais que tudo.
Deus Trindade habita no seu coração como seu amigo. Se você está em pecado, precisa confessar para retornar a graça. Se esta graça vale mais que tudo, está explicado porque vale a pena perder tudo, por causa desta graça, como os mártires que é capaz de derramar o seu sangue. A sua amizade com Deus, vale mais que a sua vida, família e bens. Os mártires nos mostram que estão disposto a perder tudo por amor a Jesus.
Peça a Deus um amor por Ele. Um amor tão forte e arraigado e sincero, que você esteja disposto a dar a vida por Jesus. Ninguém de nós é capaz de ser mártir e proclamar o Senhorio de Jesus, se não for pela graça do Espírito Santo, por isso, você precisa pedir o dom maior: o dom da fé. A virtude da fé nos é dada no batismo. Para aumentar o dom da fé é preciso pedir. A Carta Romanos diz que crescemos de fé em fé. Muitas pessoas não crescem na fé porque não pedem. Enquanto você estiver nesta vida, você pode pedir que aja mais fé. O amor que nasce da fé, é o que faz que os mártires derramem o seu sangue.
como_deve_ser_o_amor_entre_marido_e_mulher
“Marido, ame a sua esposa. Esposa, ame seu filhos! Derramem o vosso sangue sobre eles, se for preciso”, afirma padre Paulo. Foto: Arquivo/cancaonova.com
Eu sei que tem muita gente que quando prega o Evangelho nos diz: “Deus te ama”. Mas você precisa meditar mais, compreender este amor. Deus nos ama, e isto, já é maravilhoso. Mas se você não ama Deus de volta, a sua vida não muda. Imagine que você é uma pessoa da favela, e um príncipe bem poderoso, nobre e rico, se disfarça de mendigo e entra na favela e ele se apaixona pela favelada. A vida da favelada não vai mudar enquanto ela não se apaixonar pelo príncipe. O amor é assim. Ele nos torna ao nível dele. Mas se você só ama ao dinheiro, o seu coração fica ao nível do “metal”, se você ama somente o sexo, você fica um “animal”, mas se você ama a Deus, o seu amor torna-se divino.
Você precisa da fé, para reconhecer o príncipe por de trás do mendigo. Jesus veio disfarçado de dores, no fracasso da cruz e na pobreza. Ou você cresce nesta grandeza que é este amor, esta fogueira, que vai aquecendo o seu coração; ou você não vai crescer espiritualmente. Se nós amamos o que é do Céu, nós voamos com as águas, mas se ficamos apegados somente nas coisas da terra, o nosso ventre vai ficar apegado a esta terra, e vamos ficar como as serpentes grudadas ao pó da terra. Não existe amizade onde somente uma pessoa ama, e a outra não. É por isso que os mártires amaram para não perder a amizade com Deus.
Quando você casa, você casa por causa de um amor humano. A atração entre um homem e uma mulher, é um amor superior. Por que o ser humano é capaz de fazer algo que os animais não são capazes de fazer, como o de se doar, mas ainda não é um amor sobrenatural. Um exemplo: Se o seu esposo está em casa, entra um assaltante e ele se joga na frente do  assaltante, este amor é sublime, mas ainda não é sobrenatural, porque o amor sobrenatural é uma amizade com Deus.
Chega uma hora que o amor do casamento enfraquece, muxa, como em Bodas de Canaã onde o vinho acabou. O vinho no seu casamento aqui significa a oração. Você mulher tem que aproximar do seu marido, como você aproximaria de Cristo. Dai você está amando não as qualidades sobrenaturais, mas estará amando a Deus. Você pode pensar: “Jesus este homem não merece o meu amor, mas você merece Jesus”. Assim você vai amar o seu marido não somente na natureza, mas com o amor sobrenatural, por causa de Cristo. São Paulo disse: “Maridos, amem a vossas esposas como Cristo amou a Igreja”. Cristo amou a Igreja derramado o seu sangue. Marido, ame a sua esposa. Esposa, ame seu filhos! Derramem o vosso sangue sobre eles, se for preciso. 
O Espírito Santo produzido em nossos corações é capaz de amar Cristo de volta. Peça este amor ao Espirito Santo por Cristo, encarnado na sua família. Se você ainda não recebeu o santo Sacramento do Matrimônio, e está vivendo em uma união que não foi selado com esta graça, não espante que o seu matrimônio não está dando certo. Maridos amem as vossas esposas, esposas amem os vossos maridos. Pais amem os vossos filhos e filhos, amem os vossos pais, mas em Cristo e por Cristo. Quando você faz o bem para cada membro da sua família, você está fazendo o bem para Jesus. Com a graça de Cristo e do Espírito Santo, que a sua família possa alçar voo.

Por: Padre Paulo Ricardo 
Data: 03/10/15 
Fonte: Canção Nova 

Harmonia conjugal e sexual

professorfelipeaquino
Professor Felipe Aquino. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Vivendo a harmonia conjugal e sexual no casamento
O casamento, e a família de modo especial, é uma escola de amor, porque a convivência diária obriga a acolher os outros com respeito, diálogo, compreensão, tolerância e paciência.

Harmonia conjugal

A harmonia conjugal é atingida quando o casal, na vivência do amor, “supera-se a si mesmo” e harmoniza as suas qualidades numa união sólida e profunda. Quando isto ocorre, cada um passa a ser enriquecido pelas qualidades do outro. Há, então, como que uma “transfusão de dons” entre ambos. Mas para isso é preciso que o casal chegue à unidade, superando as falsidades, infantilidades, mentiras e infidelidades. Que nada os divida: mentira, brigas, ódios…
É lamentável que entre muitos casais, com o passar do tempo, e com a rotina do dia-a-dia, a atenção com o outro, e, pior ainda, o respeito, vão acabando. Não tem lógica, por exemplo, que um ofenda o outro com palavras pesadas e que provocam ressentimentos; não tem cabimento que o marido fique falando mal da esposa para os outros, criticando-a para terceiros. Isto também é infidelidade. Esta não acontece somente no campo sexual.
Por outro lado, é preciso cuidar para que a atenção, o carinho, para com o outro não diminua. É importante manter acesa a chama do desejo de agradar o outro. São nos detalhes que muitas vezes isto se manifesta: Qual é a roupa que ela gosta que eu vista? Qual é o corte de cabelo que ele gosta? Qual é a moda que ele gosta? Qual é a comida que ele gosta? Quais são os móveis que ela gosta? Qual é o carro que ela prefere? Qual é o lazer que ele gosta? Enfim, a preocupação em alegrar o outro, sem cair no exagero, é claro, é o que mantém a comunhão de vidas.
Isto não quer dizer que o amor conjugal deva ser um “egoísmo a dois”. Como dizia Exupéry, “amar não é olhar um para o outro, mas é olhar ambos na mesma direção”. Isto é, o casal não pode parar em si mesmo, ele tem grandes tarefas pela frente: os filhos, a ajuda aos outros, a vida na Igreja, etc. Importa olhar na mesma direção e caminhar juntos.
Para que a harmonia aconteça na vida do casal, dia-a-dia, ele deverá rejeitar tudo que possa desuni-lo: brigas e palavras ofensivas, comparações com as vidas e atitudes dos outros casais, desentendimentos com a família do cônjuge, inveja e ciúme do outro, desentendimento no uso do dinheiro, reclamações, negativismo, apego exagerado aos pais, mau humor, embirração, enfim, tudo o que azeda o relacionamento.
Para que a harmonia aconteça é preciso conhecer o outro. Cada um de nós é um mistério insondável, único e irrepetível. Somos indivíduos. Cada um de nós é insubstituível, e isto mostra o quanto somos importantes para Deus. Quando nos casamos, recebemos o outro das mãos de Deus e da família, como um presente ímpar, singular, sem igual, e que deve portanto, ser cuidado com o máximo cuidado, para sempre.
É fundamental para a vida do casal que cada um conheça a história do outro: a sua vida, o seu passado, a realidade familiar de onde veio, etc., para poder compreendê-lo, ajudá-lo, amá-lo, perdoá-lo. Ninguém ama a quem não conhece.
Todo o nosso passado permanece vivo dentro de nós, e o levamos para o casamento. Para que o outro me compreenda, precisa conhecer o meu passado, a história da minha vida. E aí está a importância de revelar para o outro este “mistério” que somos nós, de maneira clara e autêntica, sem fingimentos e mentiras.
Um mistério só pode ser conhecido se for revelado. Portanto, cada um precisa “se revelar”, com toda a sinceridade e autenticidade, para que o outro o conheça. Embora essa prática seja iniciada no namoro, contudo, ela não deve cessar na vida do casal. Sempre é tempo de conhecer o outro cada vez mais, para descobrir as suas riquezas.
É aqui que entra a importância do diálogo na vida do casal. Algumas dificuldades o atrapalham e o casal deve estar atento para isso. Para alguns é a falta de hábito no diálogo; não estão acostumados a ele. De outro lado será preciso vencer tanto o mutismo, o não falar, como o falar demais, a ponto de anular o outro.

Prof. Felipe Aquino. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Normalmente o homem espera da mulher que ela seja caprichosa, consigo e com a casa, que cuide da sua aparência e estimule-o nas suas atividades. A mulher, por seu lado, espera compreensão, segurança, atenção às suas qualidades, afeição, romance, elogio, carinho e também estímulo para as suas realizações. As diferenças pessoais não são obstáculos à harmonia conjugal; ao contrário, a comunhão do casal enraíza-se na complementaridade natural que existe entre o homem e a mulher e cresce na partilha das riquezas de cada um.
“Se você quer ser tratado como um rei, então trate a sua esposa como uma rainha.” Podemos dizer que um casal harmonioso é um casal maduro. O que é ser maduro? É ser plenamente homem ou mulher.

Vida sexual no casamento

O bom relacionamento sexual na vida do casal é de fundamental importância para a sua harmonia e depende da harmonia conjugal. A vida sexual tem duas dimensões: unitiva e procriativa. A dimensão unitiva significa que o sexo é um meio de unidade do casal. Mais do que nunca é no relacionamento sexual que eles se tornam “uma só carne”(Gen 2,24).
O ato sexual, para o casal, é a mais intensa manifestação do seu amor; é a celebração do amor no nível afetivo e sensitivo. Portanto, não pode haver sexo sem profundo amor. Ele só pode ser vivido no casamento, porque só no casamento existe um compromisso de vida para toda a vida, e a responsabilidade de assumir as suas consequências, especialmente os filhos. Se tirarmos o amor, o sexo se transforma em mera prostituição: sexo sem amor, sem compromisso.


A Igreja sempre viu com olhos claros esta realidade. São Paulo, há vinte séculos já dava orientação segura aos fiéis de Corinto, sobre isto: “O marido cumpra o seu dever para com a sua esposa e da mesma forma também a esposa o cumpra para com o marido. A mulher não pode dispor de seu corpo: ele pertence a seu marido. E da mesma forma o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa. Não vos recuseis um ao outro, a não ser de comum acordo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e depois retornais um para o outro, para que não vos tente Satanás por vossa incontinência” (1 Cor 7, 3-5).
Com essas orientações o Apóstolo mostra a legitimidade da vida sexual no casamento, e até pede que os casais não se abstenham dela por muito tempo. “Não vos recuseis um ao outro”, ele diz ; e pede que cada um “cumpra o seu dever” para com o outro.
É claro que a luz a guiar este relacionamento há de ser sempre o amor e nunca o egoísmo. Haverá épocas na vida do casal, que a relação sexual será impossível. Quando a esposa está grávida, já próximo de dar à luz, após o parto, quando passa por uma cirurgia, etc. Nessas ocasiões, e em muitas outras, por bom senso, mas também por caridade para com a esposa, o esposo há de respeitá-la.
A moral católica se rege pela “lei natural”, que Deus colocou no mundo e no coração do homem. Aquilo que não está de acordo com a natureza, não está de acordo com a moral. Será que, por exemplo, o sexo oral ou anal estão de acordo com a natureza? Certamente não.
O Catecismo da Igreja nos ensina o seguinte:
Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são honestos e dignos. Quando realizados de maneira verdadeiramente humana, testemunham e desenvolvem a mútua doação pela qual os esposos se enriquecem com o coração alegre e agradecido” (CIC, 2362; GS, 49).
Em discurso proferido em 29/10/1951, o Papa Pio XII disse palavras esclarecedoras sobre a vida sexual dos casais: “O próprio Criador… estabeleceu que nesta função (i.é, de geração) os esposos sentissem prazer e satisfação do corpo e do espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de mal em procurar este prazer e em gozá-lo. Eles aceitam o que o Criador lhes destinou. Contudo, os esposos devem saber manter-se nos limites de uma moderação justa” (CIC, 2362).
Prof. Felipe Aquino. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Tenho ouvido esposas que se queixam dos maridos que as obrigam a fazer o que elas não querem e não aceitam no ato sexual. Neste caso, será uma violência obrigá-las a isto.
Aquilo que cada um aceita, as carícias em preparação do ato sexual, podem ser realizadas com liberdade pelo casal. É legítimo que o esposo prepare a esposa para atingirem ambos o orgasmo. O esposo deve se guiar exatamente pela orientação da esposa, que saberá mostrar-lhe naturalmente o que ela precisa para chegar ao orgasmo com ele.
Não é fácil muitas vezes o ajustamento sexual do casal; e às vezes leva anos. Também aí há de haver a paciência e a bondade de um para com o outro, para ajudá-lo a superar as suas dificuldades. Para conseguir chegar ao orgasmo, a mulher precisa ser verdadeiramente amada, respeitada, valorizada, protegida, etc., pelo seu esposo; mais do que entregar-lhe o corpo, ela tem que entregar-lhe o coração. O ato sexual para ela não começa na cama, mas no café da manhã, no beijo da despedida quando ele sai para o serviço, no telefonema que ele deu durante o dia, naquela rosa, etc.
Há marido que ofende a esposa o dia todo, e durante a noite quer ter uma doce relação com ela; ora, isto é impossível. Não se esqueça que o sexo é manifestação de amor. Como manifestar o amor, se ele não existe? Como unir bem os corpos se os corações não estão unidos?
Especialmente no nosso mundo de hoje, cheio de sexo explícito a infernizar a vida dos homens, a esposa não pode se negar ao ato sexual, sem razões. Por causa disso, muitos maridos acabaram nos braços de outras mulheres.
Infelizmente muitos maridos se permitem entrar no mundo das fantasias perigosas e proibidas, e depois não querem mais saber das suas esposas. Onde está o compromisso do matrimônio? Onde está o amor à família? Onde está a maturidade? Não se esqueça que quem brinca com fogo acaba se queimando; e que é a ocasião que muitas vezes faz o ladrão. Sabemos que “aquilo que os olhos não veem, o coração não sente”. “Vigiai e orai, porque o espírito é forte, mas a carne é fraca”. Para impedir o adultério, de fato, é preciso impedir antes o adultério de coração. “Todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração” (Mt 5,28).

Por Prof Felipe Aquino 
data: 03/10/15 
Fonte: Canção Nova 

03/10 – Santo Dionísio Aeropagita

033Os cristãos sempre sofreram intensas perseguições, chacinas e saques durante o transcorrer dos séculos, principalmente no início da formação da Igreja. Tanto, que muitos dos escritos foram queimados ou destruídos de outra forma. Por isso, a memória da Igreja, às vezes, tem dados insuficientes sobre a vida e a obra de santos, e mártires do seu passado mais remoto. Para que essas poucas evidências não se perdessem, ela se valeu das fontes mais fiéis da literatura da mundial, que nada mais são que as próprias narrações das antigas tradições orais cristãs preservadas pela humanidade. Interessante é o caso dos dois Santos com o nome de Dionísio, venerados pelo cristianismo. A data de hoje é consagrada ao Aeropagita, sendo o outro Santo, festejado no dia 09 deste mês, o primeiro Bispo de Paris. O Dionísio homenageado foi convertido pelo apóstolo Paulo (At. 17:34) durante a sua pregação aos gregos no Aerópago, daí ter sido agregado ao seu nome o apelido de Aeropagita. O Areópago era o tribunal supremo de Atenas, na Grécia, onde eram decididas as leis e regras gerais de conduta do povo. Só pertenciam a ele cidadãos nascidos na cidade, com posses, cultura e prestígio na comunidade. Dionísio era um destes areopagitas. Era nascido na Grécia, no seio de uma nobre família pagã. Estudou filosofia e astronomia em Atenas. Em seguida foi para o Egito finalizar os estudos da matemática. Ao regressar à Atenas, foi nomeado juiz. Até ele chegou o apóstolo São Paulo, quando foi acusado ante ao tribunal em que ele se encontrava Dionísio. Santo Dionísio Aeropagita ao assistir à eloquente pregação de Paulo, foi o primeiro a se converter. Por isto, conseguiu para si inimigos poderosos entre a elite pagã que comandava a cidade. Foi então que São Paulo acolheu o Aeropagita entre seus primeiros discípulos. Logo em seguida, Dionísio foi consagrado pelo próprio apostolo como Bispo de Atenas. Nesta condição, ele fez muitas viagens a terras estrangeiras, para pregar e aprender a cultura dos outros povos. Segundo se narra, nessas jornadas teria conhecido pessoalmente São Pedro, São Tiago, São Lucas e outros apóstolos. Além dos registros antigos fazerem referência sobre ele na dormição e Assunção da Virgem Maria, a mãe do Filho de Deus. Em Atenas, seus opositores na política conseguiram sua condenação à morte pelo fogo, mas ele se salvou, viajando para se encontrar com o Papa em Roma. Depois só temos a informação do Martirológio Romano, na qual consta que São Dionísio Aeropagita morreu sob a perseguição contra os cristãos no ano 95.

Fonte:  Cléofas 

Sínodo: os bispos delegados lusófonos presentes

03/10/2015

Na 14ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos que tem início neste domingo dia 4 de outubro vão estar presentes 17 participantes da lusofonia.
De Portugal são delegados o presidente da Conferência Episcopal, D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa, e o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco.
Entretanto, de Angola estará presente D. Emílio Sumbelelo, bispo de Uíje, de Moçambique D. Francisco Chimoio, arcebispo de Maputo e de Timor Leste, D. Basílio Nascimento, bispo de Baucau
Do Brasil estarão os seguintes delegados: D. Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, D. João Carlos Petrini, bispo de Camaçari; D. Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana; o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de S. Paulo; o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida e D. Sérgio Eduardo Castriani, arcebispo de Manaus.
O Sínodo começa neste domingo dia 4 de outubro e terá a sua conclusão no dia 25 de outubro.
(RS/Ecclesia)

    Fonte: Rádio Vaticano 

2 de out. de 2015

Glossário do Sínodo da Família: conheça os termos que serão recorrentes nestes dias

VATICANO, 02 Out. 15 / 03:55 pm (ACI).- De 4 a 25 de outubro, acontecerá o Sínodo dos Bispos sobre a Família, como continuação do ocorrido no ano passado. Tem como tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.

A seguir, oferecemos uma breve e singela explicação de alguns termos usados no Sínodo e que ajudarão a compreender melhor este importante evento para a Igreja:

Sínodo: É o conjunto de reuniões dos bispos de todo o mundo sob uma autoridade hierárquica – neste caso abaixo a do Papa Francisco – para a discussão e decisão de assuntos relacionados com a fé, a moral e o Magistério da Igreja. Foi criado pelo Papa Paulo VI em 15 de setembro de 1965 em resposta aos desejos dos Padres do Concílio Vaticano II de manter vivo o bom espírito nascido da experiência conciliar.

O Concílio, um dos eventos mais importantes da Igreja no século XX, foi encerrado em 8 de dezembro de 1965. Propôs uma renovação na liturgia e uma importante reflexão de novos métodos de evangelização e desafios da época moderna.

Padres Sinodais: São os membros da Assembleia do Sínodo dos Bispos. Em sua grande parte, são Bispos: alguns escolhidos pelas conferências episcopais segundo o modo determinado pelo direito peculiar do Sínodo (denominados ex-electione); outros são designados pelo mesmo direito (ex-officio); outros, nomeados diretamente pelo Romano Pontífice (ex-nominatione pontifícia). A eles se acrescentam alguns membros de institutos religiosos clericais escolhidos conforme à norma do mesmo direito peculiar.

Auditores: Convidados ao Sínodo, sem direito a voto. São “ouvintes” que assistem aos trabalhos sinodais e só têm uma intervenção de três minutos em um dia concreto.

Círculos Menores: Pequenos grupos por idiomas que refletem sobre os temas tratados na Assembleia Geral. O grupo tem um relator encarregado de elaborar um resumo que depois será posto em comum a toda a Assembleia. Suas contribuições ajudarão a realizar o documento final do Sínodo que entregarão ao Papa.

Relatório Final (Relatio Synodi): É o documento final elaborado pela Assembleia que recolhe as reflexões de todo o Sínodo. Tem que ser votado e aprovado pelos Padres Sinodais. Serve para seguir trabalhando depois sobre os mesmos conteúdos e para que o Pontífice conheça o que foi abordado na Assembleia.

Instrumentum Laboris: É o documento de trabalho dos membros do Sínodo elaborado com a síntese das contribuições da Igreja em todo mundo. Com o documento, trabalharão neste Sínodo 2015.

Sala Sinodal: Lugar onde acontece a Assembleia do Sínodo. Está situada em uma área da Sala Paulo VI, onde o Papa Francisco recebe em audiência grupos numerosos de fiéis e celebra as Audiências Gerais das quartas-feiras em algumas ocasiões.


Fonte: ACI digital 

Sínodo da Família 2015: quem participará e como funcionará

VATICANO, 02 Out. 15 / 01:00 pm (ACI).- A Santa Sé apresentou hoje o Sínodo Ordinário da Família 2015 que tem como tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Começará no próximo domingo, 4, com uma Missa solene presidida pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro e o encerramento será no dia 25 de outubro.

Nesta ocasião, o funcionamento será um pouco diferente devido a uma nova metodologia aprovada pelo Santo Padre na reunião do Conselho Ordinário da Secretaria do Sínodo realizada em 25 e 26 de maio deste ano, a qual contém algumas novidades em comparação com o do ano anterior.

Na coletiva de imprensa de apresentação, participaram o Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, assim como o porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi.

Quem participará

A Assembleia deste Sínodo de 2015 estará composta por 270 Padre sinodais de ex-officio (por seu cargo), 183 ex-electione (por eleição) e 45 ex-nominatione pontificia (por nomeação pontifícia).

Entre os membros ex-officio estão os líderes de 15 Sínodos de Bispos das Igrejas Orientais Católicas, os chefes de 25 dicastérios da Cúria Romana; o Secretário Geral (Dom Lorenzo Baldisseri) e o Subsecretário, Dom Fabio Fabene.

Entre os 270 Padre sinodais, 74 são cardeais (1 Patriarca Cardeal e 2 Arcebispos Maiores), 6 Patriarcas, 1 Arcebispo Maior, 72 Arcebispos (entre os quais há 3 titulares), 102 Bispos (entre os quais há 6 Bispos Auxiliares, 3 Vigários Apostólicos e 1 emérito), 2 sacerdotes que são párocos e 13 religiosos.

Por procedência, 54 são da África, 64 da América, 36 da Ásia, 107 da Europa e 9 da Oceania.

Também participarão outros convidados de diversas culturas e nações: 24 especialistas ou colaboradores do secretário geral, 51 auditores e 14 delegados fraternos.

Intervirão no total 18 casais, assim como pais e mães de família (17 entre os auditores e uma entre os especialistas).

Metodologia

O Cardeal Baldisseri explicou que a maioria dos Padre sinodais pediu um Sínodo mais dinâmico e participativo através da distribuição dos discursos pronunciados pelos membros em tempo breve, para poder dedicar mais atenção a cada contribuição. Portanto, os chamados Círculos Menores terão uma participação mais ativa na discussão, assim como uma relação mais direta e imediata entre os Padre sinodais em sua própria língua.

O Sínodo se desenvolverá da seguinte maneira:

- Em cada semana de duração será refletido sobre: “A escuta dos desafios sobre a família”; “O discernimento da vocação familiar” e “A missão da família hoje”.

- Na inauguração, na próxima segunda-feira, 5, o Papa Francisco poderá saudar a Assembleia (não está confirmado). Intervirão o Secretário Geral e o Relator Geral (Cardeal Arcebispo do Budapeste, Dom Péter Erdo), que apresentará o primeiro tema. Depois intervirá um casal Auditor e, em seguida, os Padres sinodais nas Congregações Gerais, cuja a contribuição constitui um desenvolvimento integral do texto base.

- Depois começarão as sessões dos Círculos Menores, nas quais os Padres sinodais refletirão a respeito do texto base a fim de enriquecê-lo e fazê-lo amadurecer. No final, o relator de cada Círculo apresentará na sala uma breve análise do seu trabalho. Estes textos serão públicos. Cada Círculo estará formado por 20 pessoas e agrupados segundo seus idiomas: um em alemão, 3 em espanhol, 4 em inglês, 2 em italiano e 3 em francês.

- Os responsáveis pela elaboração da Relação Final nomeados pelo Santo Padre e que representam os cinco continentes são: Cardeal Péter Erdo, Arcebispo de Budapeste (Hungria) e Relator Geral; o Secretário Geral, Dom Bruno Forte, Arcebispo de Chieti-Vasto; o Cardeal Oswald Gracias, Arcebispo de Bombai (Índia); Cardeal John Atcherley Dew, Arcebispo de Wellington (Nova Zelândia); o Cardeal Donald William Wuerl, Arcebispo de Washington (Estados Unidos); Dom Víctor Manuel Fernández, Reitor da Pontifícia Universidade Católica da Argentina; Dom Mathieu Madega Lebouakehan, Bispo da Mouila (Gabão); Dom Marcello Semeraro, Bispo de Albano (Itália), e Pe. Adolfo Nicolás Pachón, Prepósito Geral da Companhia de Jesus.

- No final das três etapas de trabalho semanal, esta Comissão elaborará a Relatório Final, que será apresentada à Assembleia e entregue ao Papa no dia 24. O Santo Padre decidirá então se esta será pública (como no ano anterior) ou não.

- A intervenção de cada orador na Assembleia será de três minutos e os Padres sinodais poderão falar livremente com os meios de comunicação.

- O Santo Padre terá a última palavra, uma vez recebido o Relatório Final.

Com esta Assembleia finaliza o percurso sinodal iniciado há dois anos com o envio do primeiro questionário com perguntas sobre a família a todas as conferências episcopais do mundo.

A Assembleia Geral Extraordinária de 2014 elaborou um Relatório (Relatio Synodi) a partir do qual surgiram algumas questões e perguntas, o qual recebeu por nome ‘Instrumentum Laboris’. Com estes documentos os Padres sinodais começarão a abordar os diversos desafios que afetam a família.



FONTE: ACI DIGITAL 

O grande mês das missões

maxresdefault“Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo”. (Mt 28,20)
É missão de todo batizado ser evangelizador. Ser cristão é ser imitador de Cristo, colaborador Dele na implantação do Reino de Deus no mundo.
O Papa João Paulo II disse um dia que “vai participar do Reino de Deus quem ajudar a construi-lo aqui na terra”. Não é cristão de verdade quem não fala de Cristo e da Igreja. O Batismo nos faz “membros do Corpo de Cristo”, a Igreja; assim, participantes de Sua Missão de salvar o mundo, levando-o para Deus, por meio da vivência dos ensinamentos de Jesus, e tendo uma vida íntima com Ele.apostolado
Jesus está vivo e ressuscitado no meio de nós e cada batizado deve ser sua “testemunha” como foram os primeiros Apóstolos. “Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, na Samaria… até os confins do mundo”. “Ide!… Pregai o Evangelho a toda criatura”. Esta é a nossa missão. Tanto os intelectuais cristãos quanto os analfabetos podem ser missionários, cada um do seu jeito e no seu lugar. Um velhinha que reza com devoção está construindo o Reino de Deus, como o grande pregador que viaja o mundo.
Só Jesus Cristo pode salvar o homem e o mundo; só Ele pode dar sentido a este mundo. Ele é “a Luz que ilumina o mundo”; por isso Santo Agostinho dizia que “os cristãos são alma do mundo”; isto é, sem eles o mundo não tem vida; é morto.
Jesus disse que o cristão deve ser “o sal da terra e a luz do mundo”. O sal deve salgar para dar sabor e conservar o alimento. Todos os produtos industrializados que são vendidos nos supermercados carregam certa porção de Sódio (sal) para a sua conservação. Se o cristão não “salgar” este mundo, o ambiente em que vive, com o Sal de Cristo, sua Palavra, seu ensinamento, sua Verdade que liberta, o mundo perecerá.

Nós leigos, especialmente, que vivemos nos labirintos mais escondidos do mundo, temos a missão de levar a Luz e o Sal de Cristo nesses ambientes muitas vezes “azedos” e “escuros” onde ainda domina o “príncipe deste mundo”, como disse Jesus.
O batizado tem de ler “luz do mundo”; mesmo se esta luz muitas vezes ofusca as retinas daqueles que estão acostumados a viver nas trevas, e isto gere perseguições, calúnias, difamações… A marca do Cristo, e também do cristão é Cruz, mas ela é libertadora. Sem a Luz de Cristo este mundo é treva densa, mergulhado no pecado o orgulho, da vaidade, da vanglória, do exibicionismo, das paixões da carne cada vez mais desregradas, da prostituição, do homossexualismo, dos abortos, adultérios, dos vícios da bebida, do álcool, do fumo, da corrupção financeira, dos desvarios das ideologias “libertadoras”, do crime, do assalto, do roubo… Sem o Sal de Cristo o mundo fede nas trevas.

“Vós sois a luz do mundo; vós sois o sal da terra!” Que honra e que glória para cada um de nós batizados poder ser “cristóforo”, “portador de Cristo” e de sua luz para o mundo. Que honra ser testemunha de Cristo, ser arauto de Deus; ser, como disse S. Francisco de Assis, “ a trombeta do Imperador”.
Onde o autêntico cristão chega, ali deve se acender de imediato a luz de Cristo, a luz da justiça, da paz, do amor e da bondade; a luz que traz nos seus raios a cura e a salvação.
O Papa João Paulo II disse certa vez que “sem Jesus Cristo o homem permanece para si mesmo um desconhecido, um mistério inexplicável, um enigma insondável.” Sem Cristo o homem perde a sua identidade; não sabe mais quem ele é; não sabe o que faz neste mundo e não sabe o sentido de nada: da vida, da morte, da dor e da eternidade. Sem Cristo o homem é um “coitado”.
O Papa Bento XVI pediu que sejamos “Discípulos e Missionários de Jesus Cristo para o mundo.” Não somente discípulos, mas também missionários; por isso cada cristão deve estar envolvido em um trabalho missionário, engajado em um Movimento, em sintonia com a pastoral da diocese.catolicodsvoltemparacasa
Seja um cristão de verdade, seja evangelizador. Ninguém está dispensado disso. Inclusive ajudando com recursos a quem evangeliza. O Papa Paulo VI disse um dia que “quem ajuda na evangelização tem os mesmos méritos do evangelizador”. São Paulo nos lembra: “Ai de mim se eu não evangelizar”! (1 Cor 9,16). O Apóstolo lembra que isso não é um “título de glória” para ele, mas uma missão, uma obrigação. Quando o profeta Jeremias foi enviado por Deus para pregar sua palavra, ficou com medo e disse: “Ah! Senhor JAVÉ, eu nem sei falar, pois que sou apenas uma criança. Replicou porém o Senhor: Não digas: Sou apenas uma criança: porquanto irás procurar todos aqueles aos quais te enviar, e a eles dirás o que eu te ordenar.Não deverás temê-los porque estarei contigo para livrar-te. E o Senhor, estendendo em seguida a sua mão, tocou-me na boca. E assim me falou: Eis que coloco minhas palavras nos teus lábios”. (Jer 1,1-10).
Essa palavra é para cada um de nós. E devemos nos lembrar que quando falamos de Jesus, Ele vai conosco. “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20) . Sem medo!
Prof. Felipe Aquino
Cléofas 

Papa: cada um de nós tem um Anjo perto de si, escutemo-lo

02/10/2015 

Sexta-feira, dia 2 de outubro – cada um de nós tem um Anjo perto de si que nos aconselha e protege. Um Anjo que devemos escutar com docilidade – esta a mensagem principal do Papa Francisco na Missa em Santa Marta na Festa dos Anjos da Guarda.
Na sua homilia, o Santo Padre citou orações e salmos para recordar como a figura do Anjo da Guarda sempre esteve presente nos acontecimentos da relação entre o Homem e o Céu. A liturgia do dia propõe uma passagem do Livro do Êxodo que nos diz: “… mando-te um anjo contigo para te guardar no caminho e para te fazer entrar no lugar que eu preparei.” O Anjo da Guarda está sempre connosco – afirmou o Papa Francisco:
”Está sempre connosco! E esta é uma realidade. É como um embaixador de Deus connosco. E o Senhor aconselha-nos: ‘Tem respeito pela sua presença!’ E quando nós, por exemplo, fazemos uma maldade e pensamos que estamos sós: não, está ele. Ter respeito pela sua presença. Dar escuta à sua voz, porque ele nos aconselha. Quando ouvimos aquela inspiração: ‘Mas faz isto… isto é melhor… isto não se deve fazer…’ Escuta! Não te rebeles contra ele!”
 O Anjo da Guarda defende-nos sempre do mal – assegurou o Papa que recordou que, às vezes, queremos esconder coisas feias que fizemos mas, no final, vêm a ser conhecidas, e o Anjo da Guarda está ali para nos aconselhar, tal e qual, como faria um amigo, “um amigo que um dia estará connosco no Céu, na glória eterna”:
“Apenas pede para ser escutado, de ser respeitado. Apenas isto: respeito e escuta. E este respeito e escuta a este companheiro de caminho chama-se docilidade, O cristão deve ser dócil ao Espírito Santo. A docilidade ao Espírito Santo começa com esta docilidade aos conselhos deste companheiro de caminho.”
“Peçamos ao Senhor a graça desta docilidade, de escutar a voz deste companheiro, deste embaixador de Deus que está ao nosso lado no Seu nome, que somos suportados pela sua ajuda. Sempre em caminho… E também nesta Missa, com a qual nós louvamos ao Senhor, recordamos como é bom o Senhor… não nos deixou sós, não nos abandonou.”
Fonte: Rádio Vaticano 

Papa Francisco: acolher o outro é acolher a Deus em pessoa

02/10/2015 


Foi divulgada nesta quinta-feira, 1º de outubro, a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado que será celebrado no dia 17 de janeiro de 2016. “Na raiz do Evangelho da misericórdia, o encontro e a recepção do outro entrelaçam-se com o encontro e a recepção de Deus: acolher o outro é acolher a Deus em pessoa!, escreve Francisco na sua mensagem para a ocasião que tem como tema “Os emigrantes e refugiados interpelam-nos. A resposta do Evangelho da misericórdia”.
No texto o Papa cita por primeiro a bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia na qual ele recorda que “há momentos em que somos chamados, de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai”.
Destaca então nesta perspectiva que vivemos neste momento fluxos migratórios em contínuo aumento em todo o planeta: assim prófugos e pessoas em fuga da sua pátria interpelam os indivíduos e as colectividades, desafiando o modo tradicional de viver e, por vezes, transtornando o horizonte cultural e social com os quais se confrontam, escreve Francisco.
E o Papa faz uma constatação: “com frequência sempre maior, as vítimas da violência e da pobreza, abandonando as suas terras de origem, sofrem o ultraje dos traficantes de pessoas humanas na viagem rumo ao sonho dum futuro melhor. Se, entretanto, sobrevivem aos abusos e às adversidades, devem enfrentar realidades onde se aninham suspeitas e medos”.
Hoje o Evangelho da misericórdia – prossegue Francisco - mais do que no passado, sacode as consciências, impede que nos habituemos ao sofrimento do outro e indica caminhos de resposta que se radicam nas virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade, concretizando-se nas obras de misericórdia espirituais e corporais.
Precisamente diante desta constatação, O Papa quis que o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2016 fosse dedicado ao tema: “Os emigrantes e refugiados interpelam-nos. A resposta do Evangelho da misericórdia”.
Os fluxos migratórios constituem já uma realidade estrutural, e a primeira questão que se impõe refere-se à superação da fase de emergência para dar espaço a programas que tenham em conta as causas das migrações, das mudanças que se produzem e das consequências que imprimem novos rostos às sociedades e aos povos.
Todos os dias, porém, as histórias dramáticas de milhões de homens e mulheres interpelam a comunidade internacional, testemunha de inaceitáveis crises humanitárias que surgem em muitas regiões do mundo. A indiferença e o silêncio abrem a estrada à cumplicidade, quando assistimos como expectadores às mortes por sufocamento, privações, violências e naufrágios.
“De grandes ou pequenas dimensões, sempre tragédias são; mesmo quando se perde uma única vida humana”.
Francisco recorda que os emigrantes são nossos irmãos e irmãs que procuram uma vida melhor longe da pobreza, da fome, da exploração e da injusta distribuição dos recursos do planeta, que deveriam ser divididos equitativamente entre todos. E faz uma pergunta: “porventura não é desejo de cada um melhorar as próprias condições de vida e obter um honesto e legítimo bem-estar que possa partilhar com os seus entes queridos?”
O Pontífice sublinha que quem emigra é forçado a modificar certos aspectos que definem a sua pessoa e, mesmo sem querer, obriga a mudar também quem o acolhe. Então como viver estas mudanças de modo que não se tornem obstáculo ao verdadeiro desenvolvimento, mas sejam ocasião para um autêntico crescimento humano, social e espiritual, respeitando e promovendo aqueles valores que tornam o homem cada vez mais homem no justo relacionamento com Deus, com os outros e com a criação?
Como fazer então para que a integração se torne um enriquecimento mútuo, abra percursos positivos para as comunidades e previna o risco da discriminação, do racismo, do nacionalismo extremo ou da xenofobia?
Muitas instituições, associações, movimentos, grupos comprometidos, organismos diocesanos, nacionais e internacionais experimentam o encanto e a alegria da festa do encontro, do intercâmbio e da solidariedade. Eles reconheceram a voz de Jesus Cristo: “Olha que Eu estou à porta e bato”. E, todavia, não cessam de se multiplicar os debates sobre as condições e os limites que se devem pôr à recepção, não só nas políticas dos Estados, mas também em algumas comunidades paroquiais que vêem ameaçada a tranquilidade tradicional.
Diante de tais questões, como pode a Igreja agir senão inspirando-se no exemplo e nas palavras de Jesus Cristo? A resposta do Evangelho é a misericórdia.
Nesta perspectiva, é importante olhar para os emigrantes não somente com base na sua condição de regularidade ou irregularidade, mas sobretudo como pessoas que, tuteladas na sua dignidade, podem contribuir para o bem-estar e o progresso de todos..
A Igreja coloca-se ao lado daqueles que se esforçam por defender o direito de cada pessoa a viver com dignidade, exercendo antes de mais nada, o direito a não emigrar a fim de contribuir para o desenvolvimento do país de origem.
O olhar de Francisco vai também para a causa das migrações afirmando que é necessário esconjurar, se possível já na origem, as fugas dos prófugos e os êxodos impostos pela pobreza, a violência e as perseguições. Sobre isto, é indispensável que a opinião pública seja informada de modo correto, até para prevenir medos injustificados e especulações sobre a pele dos emigrantes.
Ninguém pode fingir que não se sente interpelado pelas novas formas de escravidão geridas por organizações criminosas que vendem e compram homens, mulheres e crianças como trabalhadores forçados na construção civil, na agricultura, na pesca ou noutros âmbitos de mercado. Quantos menores são, ainda hoje, obrigados a alistar-se nas milícias que os transformam em meninos-soldados!
Quantas pessoas são vítimas do tráfico de órgãos, da mendicidade forçada e da exploração sexual! Destes crimes aberrantes fogem os prófugos do nosso tempo, que interpelam a Igreja e a comunidade humana, para que também eles possam ver, na mão estendida de quem os acolhe, o rosto do Senhor, “o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação”.
E o Papa conclui dirigindo-se directamente aos irmãos e irmãs emigrantes e refugiados! “Na raiz do Evangelho da misericórdia, o encontro e a recepção do outro entrelaçam-se com o encontro e a recepção de Deus: acolher o outro é acolher a Deus em pessoa! Não deixeis que vos roubem a esperança e a alegria de viver que brotam da experiência da misericórdia de Deus, que se manifesta nas pessoas que encontrais ao longo dos vossos caminhos! (BS/SP)
Fonte: Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...