4 de jul. de 2015

Vaticano conclui no Brasil investigação sobre possível milagre atribuído a Madre Teresa

04/07/2015


Santos (RV) – A Congregação para a Causa dos Santos concluiu as investigações locais sobre o possível milagre atribuído à intercessão de Beata Madre Teresa de Calcutá para a cura inexplicável de um homem em Santos (SP), em meados de 2008.


O caso da cura milagrosa em Santos – que poderá determinar a canonização de Madre Teresa – chegou ao Vaticano no início deste ano e logo foi considerado válido por apresentar elementos contundentes para a instauração de um processo. Tanto que a fase diocesana do tribunal vaticano aconteceu entre 19 e 26 de junho, na diocese de Santos.
Fatos evidentes
O Promotor de Justiça no processo local, Padre Caetano Rizzi, afirmou que tudo aconteceu muito rapidamente porque os fatos são evidentes.
“Ouvimos diversas testemunhas, ouvimos o possível miraculado. Foi um processo longo, intenso, com muitas audiências e muito trabalho. Mas a graça de Deus nos faz chegar a conclusão de que não temos aqui uma palavra para explicar o que aconteceu. Está sendo um processo muito rápido porque os fatos são evidentes”, explicou
O Delegado episcopal vaticano para o tribunal local, Monsenhor Robert Sarno, explica que agora, antes do possível milagre ser levado até o conselho médico da Congregação para a Causa dos Santos, ele precisa ser analisado por dois médicos autônomos indicados pela Congregação.
Fase Vaticana
“Eles devem emitir uma opinião se existe uma explicação científica para a imediata e instantânea cura da pessoa. Se um deles afirma que sim, então o caso vai para a análise do conselho médico da Congregação que vai avaliar o possível milagre com base nos depoimentos das testemunhas e na documentação médica do caso”.
Após esta análise, caso os médicos deem uma posição afirmativa sobre a autenticidade do milagre, o caso passa para o conselho teológico da Congregação que deverá analisar os elementos teológicos do possível milagre.
“Podemos demonstrar que, no momento em que a intercessão da Beata Madre Teresa de Calcutá foi pedida, as condições do doente mudaram inexplicavelmente? Se os teólogos apresentarem uma resposta afirmativa para esta pergunta, o caso passa para a análise dos bispos e cardeais da Congregação. Se eles considerarem que o milagre não tem explicação científica – comprovado pelos médicos e concedido por Deus por meio de Madre Teresa de Calcutá e aprovado pelo Conselho Teológico –, então eles encaminharão seu parecer positivo ao Papa que é o único que tem autoridade para julgar o caso”. (RB)

Fonte: Rádio Vaticano 

3 de jul. de 2015

Batismo de adultos

batismo04Catecismo da Igreja Católica:
1247 – Desde as origens da Igreja, o Batismo dos adultos é a situação mais corrente lá onde o anúncio do Evangelho é ainda recente. O catecumenato (preparação para o Batismo) ocupa então um lugar importante. Sendo iniciação a fé e à vida cristã, deve dispor para o acolhimento do Dom de Deus no Batismo, na confirmação e na Eucaristia.
1248 – O catecumenato, ou formação dos catecúmenos, tem por finalidade permitir a estes últimos, em resposta à iniciativa divina e em união com uma comunidade eclesial, que levem a conversão e a fé à maturidade.

Trata-se de uma “formação à vida cristã integral (…) pela qual os discípulos são unidos a Cristo, seu mestre. Por isso, os catecúmenos devem ser iniciados (…) nos ministérios da salvação e na prática de uma vida evangélica, e introduzidos, mediante ritos sagrados celebrados em épocas sucessivas, na vida da fé, da liturgia e da caridade do povo de Deus”.
1249 – Os catecúmenos “já estão unidos à Igreja, já pertencem à casa de Cristo, não sendo raro levarem uma vida de fé, esperança e caridade”. “A mãe Igreja já os envolve como seus em seu amor, cercando-os de cuidados”.

A América Latina que Francisco vai encontrar, segundo Card. Parolin

02/07/2015

Cidade do Vaticano (RV) – Às vésperas da segunda viagem do Papa Francisco à América Latina, que terá início no próximo domingo (5/7), o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, concedeu uma entrevista ao Centro Televisivo Vaticano, onde tratou dos principais temas que deverão guiar a viagem do Papa ao Equador, Bolívia e Paraguai.


Ao responder às perguntas de Barbara Castelli, o Cardeal Parolin retomou as palavras pronunciadas por Francisco na Basílica de São Pedro, em 12 de dezembro passado, na Solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe. Citando a conhecida expressão do predecessor João Paulo II, que definia a América Latina o continente da esperança, Francisco explicou que dela “se esperam novos modelos de desenvolvimento que conjuguem tradição cristã e progresso civil, justiça e equidade com reconciliação, progresso científico e tecnológico com sabedoria humana, sofrimento fecundo com alegria esperançosa”. E nestes elementos o Secretário de Estado – que foi Núncio apostólico na Venezuela – identificou aquela que define “a fisionomia da América Latina” em geral e, em particular, também dos três países que o Papa visita.
Interpelado pela jornalista sobre o papel que esta parte do mundo pode desempenhar na Igreja e que impulsos pode oferecer à política internacional, o purpurado respondeu descrevendo um “continente em movimento”, no qual são evidentes “transformações a todos os níveis: cultural, económico e político. Durante estes decênios – observou – ele pôde usufruir de uma fase muito positiva, que permitiu que as pessoas emergissem da pobreza extrema, se emancipassem da miséria e se incorporassem progressivamente na classe média”. O purpurado citou ainda “os acentuados fenômenos de urbanização” que deram origem “às megalópoles da América Latina” e a “outros fenômenos ligados à globalização, que se sente de modo evidente também nesta parte do mundo”. Precisamente diante destes novos cenários, “que levam também a uma secularização da sociedade latino-americana, mesmo se em formas que não são homologáveis com o mundo ocidental, a Igreja escolheu o caminho da conversão pastoral, da missionariedade, do compromisso missionário. E neste sentido pode tornar-se paradigmática para muitas outras partes do mundo”. De resto, o próprio magistério do Papa aprofunda as suas raízes no documento de Aparecida, que com as suas referências à primazia da graça, à misericórdia e à coragem apostólica é proposto com Francisco a toda a Igreja universal.
No tocante aos aspectos políticos, o purpurado comparou a América Latina a “um laboratório no qual se estão experimentando novos modelos de participação e formas mais representativas”, para dar “voz às camadas de população que até agora não foram ouvidas o suficiente. Trata-se da busca de um próprio caminho para a democracia, que tenha em consideração as peculiaridades daqueles países; que saiba conjugar a participação de todos – por conseguinte o pluralismo – com as liberdades fundamentais e com o respeito dos direitos humanos”. (Osservatore Romano)

Fonte: Rádio Vaticano 

Francisco, quarto Pontífice a visitar a América Latina

02/07/2015

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco será o quarto pontífice a realizar viagem pastoral à América Latina, após Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI. Para o argentino Bergoglio, será a segunda viagem ao continente onde nasceu, após a JMJ realizada no Rio de Janeiro em 2013, poucos meses após sua eleição à Cátedra de Pedro.


Paulo VI
As viagens dos Pontífices ao continente latino-americano foram inauguradas por Paulo VI em 1968, ao visitar a Colômbia, para abrir em Bogotá, em agosto, a II Conferência Geral do Episcopado da América Latina e Caribe (CELAM).
João Paulo II
João Paulo II, seu sucessor, esteve em 18 oportunidades na América Latina, visitando praticamente todos os países do continente. "A América Latina - disse o Papa Wojtyla - é um continente jovem e cheio de esperança, no qual não faltam gritantes contrastes que impõe aos setores menos favorecidos da população o preço de intoleráveis custos sociais". Em 1998, esteve em Cuba como “Mensageiro da Verdade e da Esperança”.
Em três destas oportunidades, o Papa polonês esteve no Brasil. A primeira foi em 1980, quando percorreu 13 cidades em 12 dias. A segunda, entre 12 e 21 de outubro de 1991, quando visitou 10 capitais e beatificou Madre Paulina. Por fim, em outubro de 1997, quando permaneceu quatro dias no Rio de Janeiro para participar do II Encontro Mundial das Famílias. Sua última viagem ao continente latino-americano foi em 2002, três anos antes de sua morte.
Bento XVI
Bento XVI, por sua vez, realizou duas viagens ao continente com o maior número de católicos, sendo a primeira em 2007, ao Brasil, dois anos após ser eleito Pontífice. México e Cuba foram os destinos da segunda e última viagem, realizada entre 23 e 28 de março de 2012. Ratzinger foi a Cuba como "Peregrino da Caridade". Encontrou Fidel Castro, deixou mensagens em defesa da liberdade, pediu maior espaço para a Igreja e condenou o embargo estadunidense à Ilha. "Que Cuba seja a casa de todos e para todos os cubanos", afirmou em seu discurso ao despedir-se de Havana.
Francisco
Como primeiro latino-americano a guiar a Igreja Católica, o Papa Francisco considerou sua viagem ao Brasil, entre 22 e 29 de julho de 2013, como "um grande presente" de Bento XVI, que havia apresentado sua demissão em 11 de fevereiro e era esperado para presidir a JMJ. Em sua visita de sete dias, o Papa celebrou no Santuário Nacional de Aparecida, visitou favelas, encontrou o episcopado latino americano e milhares de jovens de todo o mundo nas areias de Copacabana. No "continente da esperança",  Bergoglio fez um chamado à Igreja para ser "agente de mudança social para um novo mundo".
Nesta sua segunda viagem à América Latina, o Papa Francisco visitará Equador, Bolívia e Paraguai, países que buscam um caminho de desenvolvimento que supere as enormes desigualdades existentes na região.

Fonte: Rádio Vaticano 

Francisco, uma nova esperança para a América Latina

02/07/2015


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco suscita "expectativas e grandes esperanças" na América Latina, diz o Vice-Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, Guzmán Carriquiry, o que confere grande importância a visita ao Equador, Bolívia e Paraguai, que terá início no próximo domingo, 5 de julho. O primeiro leigo a ocupar um cargo de chefia em um dicastério vaticano, acompanhará o Papa nesta sua segunda viagem ao continente com o maior número de católicos.
Francisco suscita transformação na Igreja latino-americana
Carriquiry explicou à Agência Efe que "Francisco está tendo um efeito impressionante na América Latina. Muito mais do que possamos ver em um primeiro olhar". "Está suscitando algo que poderia ser considerado superficial, porém não o é, que é carinho, expectativas e esperanças enormes em todos os povos latino-americanos e mesmo superando os confins da Igreja Católica".
Para o Vice-Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, Francisco está "provocando uma profunda revisão na vida da Igreja latino-americana" e "não somente convidando à conversão pastoral dos bispos e sacerdotes", mas também "a conversão pessoal de cada batizado". "Nestes dois anos de pontificado - explicou - ficou comprovado que mais pessoas frequentam o templo, acorrem aos confessionários, e as estatísticas comprovam como um maior número de pessoas peregrina aos grandes Santuários como Aparecida, Guadalupe e outros".
Periferias oferecem melhor “olhar de conjunto!
O primeiro "número dois leigo" de um dicastério da Cúria Romana, explicou que esta, na realidade, será a primeira viagem pastoral à América Latina do Papa Francisco, visto que sua presença no Rio de Janeiro em 2013 foi por ocasião de um evento mundial, enquanto este será a primeira viagem por três países sul-americanos, numa escolha que reafirma sua ideia de viajar às periferias, "a partir de onde se tem uma melhor visão de conjunto".
"Quando alguém pensa em América Latina, lhe vem em mente um triângulo cujos vértices são México, Brasil e Argentina. Porém estes países são as periferias emergentes, que viveram em 10,15 anos processos de crescimento enormes, de transformações profundas não somente econômicas, mas também  políticas e culturais", observou. O que Francisco encontrará - precisou - são países que estavam "imobilizados em suas tradições rurais, com os setores indígenas e campesinos petrificados, porém nos últimos 10 anos colocaram-se em movimento e viveram uma transformação de modernidade e os setores populares passaram a ser protagonistas".
Evangelii Gaudium e Laudato Si
Ajuda aos pobres, proteção do meio-ambiente e a misericórdia são três mensagens que Bergoglio levará à América Latina, afirmou Carriquiry. "Em uma mão levará sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, onde falará de uma Igreja que deve ser missionária, misericordiosa e solidária. Uma Igreja que deve ser para e com os pobres". Na outra, Francisco terá sua primeira Encíclica, a Laudato Si, "que fala da interligação poderosa que significa vincular a ecologia ambiental e a ecologia social e a ecologia natural à humana".
Meio-ambiente e misericórdia
O Papa deverá se pronunciar reiteradas vezes sobre o meio-ambiente, afirma Carriquiry, pois nestes países existem grandes problemas sobre os quais Francisco faz referência na Encíclica. Não deverá faltar, também, menções ao Jubileu da Misericórdia, que terá início em 8 de dezembro, estendendo-se até novembro de 2016, como demonstra o desejo do Papa de visitar o Santuário da Misericórdia em Guayaquil, Equador.
O Papa e os Presidentes latino-americanos
A presença de um Papa latino-americano na Cátedra de Pedro acabou por transformar a agenda pontifícia, como bem recordou o Vice-Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina. "Nunca se viu antes, que em apenas dois anos, todos os Presidentes da América Latina tenham vindo encontrar o Papa. E alguns, até várias vezes". " O Santo Padre recebe os presidentes com uma grande cordialidade e trata de estabelecer com eles uma relação pessoa, de coração a coração", assegurou. "E ainda que falem dos grandes problemas de ordem nacional, latino-americana e mundial, penso que, o que o Papa quer, é que se estabeleça uma relação pessoal de transparência, de sinceridade, para partilhar o mais profundamente possível, as preocupações", acrescentou, para concluir que "não tem presidente latino-americano que não tenha sido tocado profunda e intimamente, após de um encontro com o Papa". 

Fonte: Rádio Vaticano 

RCC: 30 mil com o Papa Francisco à luz do ecumenismo e dos mártires

02/07/2015

Cidade do Vaticano (RV) – “Vias de unidade e de paz. Voz em oração pelos mártires de hoje e por um ecumenismo espiritual” é o tema do encontro na tarde desta sexta-feira (3/07) na Praça São Pedro, na presença do Papa Francisco. De fato, na sua 38ª Convocação, a Renovação Carismática italiana promove este encontro de espiritualidade, testemunhos e de fraternidade entre confissões diferentes. O evento, que foi apresentado esta manhã na Sala Marconi da Rádio Vaticano, será transmitido , com comentários em português, a partir das 12h40, hora de Brasília.


“Um cenáculo de oração com vozes diferentes pelos mártires de hoje”. O Presidente da Renovação Carismática italiana, Salvatore Martinez, apresentou assim a iniciativa que se concluirá com o abraço ao Papa Francisco. As trinta mil pessoas previstas, se deixarão conduzir pela oração e pela música para falar do ecumenismo de sangue – expressão cunhada pelo próprio Papa Francisco - e o ecumenismo espiritual, caminho de unidade e paz entre os povos. Para Salvatore Martinez, é uma retribuição à visita do Papa Francisco ao Estádio Olímpico no ano passado, ocasião em que entregou à Renovação a missão de oferecer um testemunho de ecumenismo espiritual:
“O Papa está convocando todos os homens e mulheres de paz do mundo, aqueles que têm a peito a oração, para que, superando também as tradições, as pertenças, as confissões religiosas, mostrem que este nosso mundo, sempre mais inquieto pelas violências, pelas opressões, pelas injustiças, pode ainda mostrar este rosto belo, fecundo, da unidade e da paz”.
“Diante da unidade ferida e dividida, a oração é a única coisa de que temos necessidade”, sublinhou por sua vez o Metropolita e Vigário Patriarcal da Diocese sírio-ortodoxa dos Países Baixos, Dom Policarpo Eugenio Aydin. Um conceito destacado também pelo próprio Salvatore Martinez:
“Aquele de amanhã à tarde, não é um gesto ideal, mas é um grande gesto de realismo. O realismo da fé, o realismo da oração. Não fecharemos os olhos, os manteremos abertos na realidade, na esperança de que seja realmente transfigurado por nossos bons propósitos de diálogo e de paz”.
O representante do Arcebispo de Cantuária junto à Santa Sé, Dom David Moxon, falou por sua vez sobre o ecumenismo de sangue:
“Quando te encontras diante do ecumenismo de sangue? Quando – disse o Papa – um cristão é morto e o homicida não pergunta a qual denominação pertence. Assim, o sangue de uma pessoa morta é o testemunho universal de todos os cristãos. E isto pode ser expandido a todos os fiéis no mundo. As duas coisas de que temos necessidade são o ecumenismo espiritual e o ecumenismo de sangue. Eu sei e eu vi que a maior parte das grandes confissões do mundo têm fé no Papa quando diz estas coisas. Ele é a pessoa que pode chamar-nos a todos a fazer a diferença agora”.
Os artistas de ponta deste evento serão Andrea Bocelli e a israelense Noa, que recordou as tantas vezes que cantou na Praça São Pedro. A intérprete afirmou apreciar os esforços do Papa Francisco em favor da paz no Oriente Médio, pelas pontes que está lançando e a ele dirigiu uma afetuosa mensagem:
“Caro Papa Francisco, com as tuas palavras e ações, dás um significado novo à única frase que dá um sentido à própria vida. ‘Ama o teu irmão como a ti mesmo’. Obrigado Santo Padre, pela luz que espalhas, da qual temos tão desesperadamente necessidade na obscuridade que nos circunda. Possam os teus esforços gerar frutos, aproximar todos nós no espírito de generosidade e sobretudo à paz”.

Fonte: Rádio Vaticano 

2 de jul. de 2015

02/07 – São Bernardino Realino

bernardino realinoA cidade de Lecce teve um privilégio: o de haver eleito o próprio santo protetor não só antes que fosse proclamado santo oficialmente pela Igreja, mas até mesmo antes que o protetor em questão deixasse esta vida. De fato, antes que o piedoso jesuíta Bernardino Realino morresse, o conselho municipal de Lecce foi à cabeceira do moribundo para pedir-lhe aceitar oficialmente a proteção da cidade. Provavelmente os cidadãos de Lecce, que tiveram a sorte de hospedar um santo homem procurado por discípulos de todas as partes da Itália, temiam que a proteção do futuro santo fosse reclamada pela cidade de Capri, onde Bernardino Realino havia nascido a 1º de dezembro de 1530. Nos seus anos de juventude Bernardino colheu lisonjeiros sucessos literários, frutos de um vivo amor aos estudos humanísticos, iniciados entre as paredes domésticas, sob a guia de bons preceptores, e prosseguidos de Bolonha, onde frequentou por três anos de cursos de filosofia e medicina, para passar depois aos de direito civil e eclesiástico nos quais se laureou em 1556.
Pela brilhante carreira administrativa empreendida sob a proteção do governador de Milão, a quem seu pai prestava serviço, Bernardino Realino pode ser invocado como protetor de certas categorias de cidadãos, que julgam poder contar com poucos santos: Bernardino foi de fato prefeito em Felizzano de Monferrato (para garantir a imparcialidade na administração da cidade, o prefeito era importado de outras regiões), foi advogado fiscal em Alexandria, em seguida de novo prefeito de Cassine, depois pretor em Castel Leone, e por fim desceu a Nápoles na qualidade de auditor e lugar-tenente geral. As imagens devocionais do santo no-lo representam recebendo o Menino Jesus nos braços. Foi de fato após a aparição de Nossa Senhora e do Menino Jesus que Bernardino abandonou a brilhante carreira administrativa para fazer parte da Companhia de Jesus, em 1564; três anos depois recebeu a ordenação sacerdotal e foi nomeado diretor espiritual e mestre dos noviços. Enviado a Lecce em 1574 para a fundação de um colégio, permaneceu nesta cidade até a morte, ocorrida a 2 de julho de 1616. Eleito, como dissemos no começo, protetor da cidade antes da morte, foi beatificado em 1895 por Leão XIII e canonizado por Pio XII a 22 de junho de 1947, e proposto como exemplo de educador.

Cléofas 

O Papa, a ecologia e a vida humana

denteA encíclica do Papa Francisco sobre a Ecologia inaugura uma nova iniciativa do Magistério da Igreja, o cuidado da Terra que Deus confiou ao homem, para “cultivar e guardar” (Gen 2,15); assim como Leão XIII inaugurou o tratado dos assuntos sociais com a Rerum Novarum. É impressionante o número de citações de papas anteriores, santos e dos bispos, que o Papa faz.
A “Laudato Si” – Louvado Seja – é um grito de alarme sobre a contínua destruição da Terra por causa de uma descontrolada atividade do homem que polui o ar, o solo e a água, por ganância dos que só pensam no dinheiro, comprometendo a vida de todos os humanos, e de modo especial dos mais pobres.
De modo especial o Papa trata também de reafirmar a necessidade do que Bento XVI já tinha chamado de “ecologia humana”. O Magistério da Igreja sempre chamou a atenção para o respeito pela vida “que não parece muito compatível com a defesa da natureza como justificação do aborto”; a rejeição do relativismo, que corrompe a cultura “quando não se reconhece nenhuma verdade objetiva e que faz das leis imposições arbitrárias”, ou o perigo de uma guerra química ou nuclear, que ainda paira sobre a humanidade.
O número 115 do documento diz: “Mas, se o ser humano não redescobre o seu verdadeiro lugar, compreende-se mal a si mesmo e acaba por contradizer a sua própria realidade. “Não só a Terra foi dada por Deus ao homem, que a deve usar respeitando a intenção originária de bem, segundo a qual lhe foi entregue; mas o homem é doado a si mesmo por Deus, devendo por isso respeitar a estrutura natural e moral de que foi dotado”.familiasantuariodavida
O número 117 destaca que: “A falta de preocupação em medir os danos à natureza e o impacto ambiental das decisões é apenas o reflexo evidente do desinteresse em reconhecer a mensagem que a natureza traz inscrita nas suas próprias estruturas. Quando, na própria realidade, não se reconhece a importância dum pobre, dum embrião humano, duma pessoa com deficiência – só para dar alguns exemplos –, dificilmente se saberá escutar os gritos da própria natureza. Tudo está interligado. Se o ser humano se declara autônomo da realidade e se constitui dominador absoluto, desmorona-se a própria base da sua existência, porque “em vez de realizar o seu papel de colaborador de Deus na obra da criação, o homem substitui-se a Deus, e deste modo acaba por provocar a revolta da natureza”.
O número 120 diz: “Uma vez que tudo está relacionado, também não é compatível a defesa da natureza com a justificação do aborto. Não parece viável um percurso educativo para acolher os seres frágeis que nos rodeiam e que, às vezes, são molestos e inoportunos, quando não se dá proteção a um embrião humano ainda que a sua chegada seja causa de incômodos e dificuldades: “Se se perde a sensibilidade pessoal e social ao acolhimento duma nova vida, definham também outras formas de acolhimento úteis à vida social”.
A encíclica é belíssima quando fala da natureza criada por Deus: “Quando nos damos conta do reflexo de Deus em tudo o que existe, o coração experimenta o desejo de adorar o Senhor por todas as suas criaturas e juntamente com elas, como se vê neste gracioso cântico de São Francisco de Assis: “Louvado sejas, meu Senhor…”

Citando os bispos do mundo todo, o Papa diz: “Desde os panoramas mais amplos às formas de vida mais frágeis, a natureza é um manancial incessante de encanto e reverência. Trata-se duma contínua revelação do divino”.
“Toda a natureza, além de manifestar Deus, é lugar da sua presença. Em cada criatura, habita o seu Espírito vivificante, que nos chama a um relacionamento com Ele. Mas, quando dizemos isto, não esqueçamos que há também uma distância infinita, pois as coisas deste mundo não possuem a plenitude de Deus”.
“Sentir cada criatura que canta o hino da sua existência é viver jubilosamente no amor de Deus e na esperança”.
As criaturas deste mundo não podem ser consideradas um bem sem dono: “Todas são tuas, ó Senhor, que amas a vida” (Sab 11, 26).
Recordando as palavras de São João Paulo II, o Papa diz: “O amor muito especial que o Criador tem por cada ser humano confere-lhe uma dignidade infinita”. “Para o crente, contemplar a criação significa também escutar uma mensagem, ouvir uma voz paradoxal e silenciosa”.
“Ao lado da revelação propriamente dita, contida nas Sagradas Escrituras, há uma manifestação divina no despontar do sol e no cair da noite”. “Deus escreveu um livro estupendo, cujas letras são representadas pela multidão de criaturas presentes no universo.
“O Espírito Santo possui uma inventiva infinita, própria da mente divina, que sabe prover a desfazer os nós das vicissitudes humanas mais complexas e impenetráveis”.
Citando Paul Ricoeur, diz: “Eu expresso-me exprimindo o mundo; exploro a minha sacralidade decifrando a do mundo”. Lembrando São Tomás de Aquino, diz:
“O conjunto do universo, com as suas múltiplas relações, mostra melhor a riqueza inesgotável de Deus, a multiplicidade e a variedade “provêm da intenção do primeiro agente”, o Qual quis que “o que falta a cada coisa, para representar a bondade divina, seja suprido pelas outras”, pois a sua bondade “não pode ser convenientemente representada por uma só criatura”.
“A natureza nada mais é do que a razão de certa arte – concretamente a arte divina – inscrita nas coisas, pela qual as próprias coisas se movem para um fim determinado. Como se o mestre construtor de navios pudesse conceder à madeira a possibilidade de se mover a si mesma para tomar a forma da nave”.
E o Papa cita o Catecismo: “A interdependência das criaturas é querida por Deus. O sol e a lua, o cedro e a florzinha, a águia e o pardal: o espetáculo das suas incontáveis diversidades e desigualdades significa que nenhuma criatura se basta a si mesma. Elas só existem na dependência umas das outras, para se completarem mutuamente no serviço umas das outras”. [n. 340]naovosconformeis
Citando o doutor São Basílio Magno, ensina que o Criador é também “a bondade sem cálculos”; e citando Dante Alighieri fala do “amor que move o sol e as outras estrelas”. De Bento XVI diz: “Por isso, das obras criadas pode-se subir à sua amorosa misericórdia”. Fomos concebidos no coração de Deus e, por isso, “cada um de nós é o fruto de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um de nós é amado, cada um é necessário”. (Bento XVI)
O Papa lembra que “a criação pertence à ordem do amor. O amor de Deus é a razão fundamental de toda a criação: “Tu amas tudo quanto existe e não detestas nada do que fizeste; pois, se odiasses alguma coisa, não a terias criado” (Sab 11, 24). “Ele deu uma ordem e tudo foi criado; Ele fixou tudo pelos séculos sem fim e estabeleceu leis a que não se pode fugir!” (Sl 148, 5b-6).”
Tudo parece fazer eco ao que diz a Liturgia: “O Céu e a Terra contemplam a Vossa glória”. “Tudo o que criastes proclama o Vosso louvor”. E acima de tudo, aquilo que disse Santo Irineu de Lião (†200): “O homem vivo é a glória de Deus”.
Prof. Felipe Aquino

O Precioso Sangue de Cristo

Géster Cabral Blog_Sangue de CristoO mês de julho a Igreja dedica ao preciosíssimo Sangue de Cristo, derramado pelo perdão dos nossos pecados.
O Sangue de Cristo representa a Sua Vida humana e divina, de valor infinito, oferecida à Justiça divina para o perdão dos pecados de todos os homens de todos os tempos e lugares. Quem for batizado e crer, como disse Jesus, será salvo (Mc 16,16) pelo Sangue de Cristo.
Em cada Santa Missa a Igreja renova, presentifica, atualiza e eterniza este Sacrifício de Cristo pela Redenção da humanidade. Em média, a cada quatro segundos essa oferta divina sobe ao Céu em todo o mundo.
O Catecismo da Igreja ensina que mesmo que o mais santo dos homens tivesse morrido na cruz, seria o seu sacrifício insuficiente para resgatar a humanidade das garras do demônio; era preciso um sacrifício humano, mas de valor infinito. Só Deus poderia oferecer este sacrifício; então, o Verbo divino, dignou-se assumir a nossa natureza humana, para oferecer a Deus um sacrifício de valor infinito. A majestade de Deus é infinita; e foi ofendida pelos pecados dos homens. Logo, só um sacrifício de valor infinito poderia restabelecer a paz entre a humanidade e Deus.
“Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.  Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5,8-9).
São Pedro ensina que fomos resgatados pelo Sangue do Cordeiro de Deus, mediante “a aspersão do seu sangue” (1Pd 1, 2).
“Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado e sem defeito algum, aquele que foi predestinado antes da criação do mundo.” (1Pe1,19)
Ao despedir dos bispos de Éfeso, em lágrimas, S.Paulo pede que cuidem do rebanho de Deus contra os hereges que já surgiam naquele tempo, porque este rebanho foi “adquirido com o seu Sangue” (At 20,28).

Para os judeus a vida estava no sangue (cf. Lv 11,17), e por isso eles não comiam o sangue dos animais; na verdade, a vida está na alma e não  no sangue; mas para eles o sangue tinha este significado. É muito interessante notar que no dia da Páscoa, a saída do povo judeu do Egito, naquela noite da morte dos primogênitos, Deus, segundo o entendimento do povo, mandou que este passasse o sangue do cordeiro imolado nos umbrais das portas para que o Anjo exterminador não causasse a morte do primogênito naquela casa.
Este sangue do cordeiro simbolizava e prefigurava o Sangue de Cristo, da Nova e Eterna Aliança que um dia seria celebrada no Calvário. É por isso que S.João Batista, o Precursor de Jesus, ao anunciá-lo aos judeus vai dizer: “Este é o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” (Jo 1, 19).  É a missão de Cristo, ser o Cordeiro de Deus imolado por amor dos homens.
É este Sangue de Cristo que nos purifica de todo pecado:
“Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1,7).
“Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu Sangue  e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém.” (Ap 1, 5)
“Cantavam um cântico novo, dizendo: Tu és digno de receber o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste imolado e resgataste para Deus, ao preço de teu Sangue, homens de toda tribo, língua, povo e raça; e deles fizeste para nosso Deus um reino de sacerdotes, que reinam sobre a terra” (Ap 5, 9-10).
Os mártires derramaram o seu sangue por Cristo, na força do seu Sangue:
“Mas estes venceram-no por causa do Sangue do Cordeiro e de seu eloquente testemunho. Desprezaram a vida até aceitar a morte” (Ap 12, 11).
O Apocalipse ainda nos mostra que os santos lavaram as suas vestes (as almas) no Sangue de Cristo:
“Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no Sangue do Cordeiro” (Ap 7, 14).
Hoje esse Sangue redentor de Cristo está à nossa disposição de muitas maneiras. Em primeiro lugar pela fé; somos justificados por esse Sangue ensina S. Paulo:
“Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu Sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5, 8-9).oracoesdetodosostemposdaigreja
Ele está à nossa disposição também no Sacramento da Confissão; pelo ministério da Igreja e dos sacerdotes o Cristo nos perdoa dos pecados e lava a nossa alma com o seu precioso Sangue. Infelizmente muitos católicos ainda não entenderam a profundidade deste Sacramento e fogem dele por falta de fé ou de humildade. O Sangue de Cristo perdoa os nossos pecados na Confissão e cura as nossas enfermidades espirituais e psicológicas.
Este Sangue está presente na Eucaristia: Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus. Na Comunhão podemos ser lavados e inebriados pelo Sangue redentor do Cordeiro sem mancha que veio tirar o pecado de nossa alma. Mas é preciso parar para adorá-lo no Seu Corpo dado a nós. Infelizmente muitos ainda comungam mal, com pressa, sem Ação de Graças, sem permitir que o Sangue Real e divino lave a alma pecadora e doente.
Prof. Felipe Aquino

1 de jul. de 2015

As chaves para o Reino

rezaroterçoMais um testemunho interessante na vida de Dr. Scott Hahn, ex-pastor convertido ao catolicismo
Eu era um católico recém-convertido, e estava orgulhoso da minha descoberta.
Tinha acabado de apresentar um trabalho num seminário de doutorado sobre o Evangelho de Mateus, e achava que essa obra era importante e inédita, bem como, sabia que abordava a verdade. Até esmo a inesgotável sessão de duas horas e meia de questionamentos do meu professor e colegas estudantes tinha deixado a mim e à minha tese ilesos.
Qual era o assunto do trabalho? Eu demonstrava que o relato de Mateus no qual Jesus dá “as chaves do reino” para Pedro, estava relacionado com o obscuro oráculo de Isaías sobre a transferência das “chaves da Casa de Davi”. O que Jesus conferia a Pedro, ou seja, a autoridade sobre a Sua Igreja, correspondia ao que o rei de Isaías tinha conferido a Eliaquim, ao fazê-lo primeiro-ministro do reino de Davi. Em ambos os casos, havia um encargo tanto de primazia como de sucessão. Quando tal pessoa deixasse aquele cargo, outro tomaria o seu lugar e, seu sucessor, gozaria da mesma autoridade que o seu antecessor.
Estudiosos anteriores, tanto protestantes quanto católicos, tinham percebido a citação de Isaías. E você não precisa ser um estudioso para perceber que Mateus está cheio de citações e mais citações, alusões e referências, do Antigo Testamento.
Contudo, eu senti que tinha tido um novo ponto de vista, ao ver como esta citação ajudava a compreender o significado da intenção de Jesus em Mateus. Como dito, esta passagem representava Jesus como o novo rei Davi e, a Igreja, como o reino restaurado de Davi.
todososcaminhoslevamaromaFoi essa conclusão e outras semelhantes, que me levaram a me tornar um católico. Agradeci a Deus por esta graça, mas também me parabenizei por ter realizado um trabalho acadêmico tão impressionante. Meus colegas e meu professor também estavam impressionados, mas isso não chegava nem a metade da grande impressão que eu estava de mim mesmo.
Porém, não passou muito tempo depois, e eu encontrei de novo essas mesmas duas passagens bíblicas, num ambiente que eu dificilmente esperava encontrá-las.
Foi o que ocorreu na Missa do 21º domingo do Tempo Comum. A primeira leitura era tirada de Isaías, capítulo 22, o mesmo oráculo obscuro que eu havia estudado em detalhes no meu trabalho acadêmico. É uma passagem tão estranha que eu jamais esperava ouvi-la dentro da Liturgia. E, logo em seguida, poucos minutos depois, o sacerdote proclama o Evangelho segundo Mateus, cap. 16, o episódio em que Jesus entrega as chaves a Pedro!
Perguntei a mim mesmo: quais eram as chances dessas duas leituras das Escrituras serem lidas numa mesma Missa? Eu me senti como se tivesse ganhado uma gincana bíblica.
Somente mais tarde, descobri que as leituras que ouvimos na Missa não são escolhidas por um santo acaso. A minha interpretação inovadora de Mateus, capítulo 16, era a interpretação que os católicos, há anos, ouviam na Liturgia, e não apenas ouvintes acadêmicos, mas trabalhadores, comerciantes, e os mais pobres dos pobres.
Faz mais de vinte anos desde que me converti ao Catolicismo, e tive essa mesma experiência, várias e várias outras vezes, na Missa.
Domingo após domingo, a Igreja nos dá uma padronização das interpretações bíblicas, mostrando-nos como as promessas do Antigo Testamento foram cumpridas no Novo. E a Igreja nos apresenta as Escrituras da mesma forma que os escritores do Novo Testamento faziam; e, eles aprenderam isso com Jesus.razoesmenor
Os evangelistas interpretaram o Antigo Testamento como a história da salvação, o suave desdobramento do plano misericordioso e compassivo de Deus para com os diversos costumes da raça humana, numa aliança familiar – na família de Deus, que adora e vive no Seu reino.
Certamente foi aquela promessa da filiação divina que me cativou e me segurou, por todos esses anos, quando pela primeira vez, eu fui em busca de razões para crer, quando fui em busca do significado mais profundo do Batismo da Igreja.
“Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus… em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus” (Jo 3,3.5).
Eu aprendi com meus primeiros professores que o Batismo nos faz Cristão. É uma unção que faz com que Cristo possa conferir a realeza a um mendigo como eu. Mais do que isso, é essa realeza que Ele quer que todos compartilhemos com quem encontramos, especialmente, com aqueles que nos são mais hostis. Sempre com mansidão e respeito. E cheios de esperança.
Trecho retirado do livro: Razões Para Crer, Scott Hahn

1/07 – Santo Galo

200px-Pfärrenbach_Wandmalerei_Hl_Gallus_retouchedFilho de pais nobres e ricos, descendente de família tradicional da corte da França, Galo nasceu no ano 489 na cidade de Clermont, na diocese de Auvergne. Foi tio e professor de outro Santo da Igreja, o Bispo Gregório de Tours. Na sua época era costume os pais combinarem os matrimônios dos filhos. Por isto, ele estava predestinado a se casar com uma jovem donzela de nobre estirpe. Mas Galo desde criança já havia dedicado sua alma à vida espiritual. Para não ter de obedecer à tradição social, ele fugiu de casa, refugiando-se no convento de Cournou, daquela mesma diocese. Após intensas negociações, seu pai acabou permitindo que ele ingressasse na comunidade monástica. Foi assim que Galo iniciou uma carreira totalmente voltada para a fé e aos atos litúrgicos. Ele era tão dedicado às cerimônias da Santa Missa que se especializou nos cânticos. Contam os escritos que, além do talento para a música, era também dotado de uma voz maravilhosa que encantava e atraía fiéis para ouvi-lo cantar no coro do convento.Mas, suas virtudes cristãs não se limitavam às liturgias. Sua atuação religiosa logo lhe angariou prestígio e, em pouco tempo, foi designado para atuar na corte de Teodorico, rei da Austrásia, atualmente Bélgica. Em 527, quando morreu o bispo Quinciano, Galo era tão querido e respeitado que o povo o elegeu para ocupar o posto. Se não bastasse sua humildade, piedade e caridade, para atender às necessidades do seu rebanho, Galo protagonizou vários prodígios ainda em vida. Um dos mais citados, foi ter salvado a cidade de um pavoroso incêndio que ameaçava transformar em cinzas todas as construções locais. As orações de Galo teriam aplacado as chamas que se apagavam na medida em que ele rezava. Outro muito conhecido foi o que livrou os habitantes de morrerem vítimas de uma peste que assolava a região. Diante da bênção de Galo, o fiel ficava curado da doença. Ele morreu em 01 de julho de 554, causando forte comoção na população que logo começou a invocá-lo como santo nas horas de dor e necessidade, antes mesmo que sua canonização fosse decretada. Com o passar dos séculos São Galo, foi incluído no Livro dos Santos da Igreja de Roma, cuja festa litúrgica foi mantida no dia da sua morte como quer a tradição cristã.


Cléofas 

Papa reafirma as raízes hebraicas de todos os cristãos

30/06/2015


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu nesta terça-feira (30/06), uma delegação do Conselho Internacional dos Cristãos e Judeus que reúne 40 organizações que promovem o diálogo entre as duas tradições de fé no mundo inteiro.


Ao recordar que em Roma encontra-se a mais antiga comunidade hebraica da Europa ocidental, Francisco destacou que, nestes quase 2 mil anos, a convivência entre cristãos e hebreus na cidade não foi, contudo, priva de tensões.
Porém, neste ano em que se celebram os 50 anos da Declaração conciliar Nostra aetate, o Papa afirmou que este documento foi o “‘sim’ definitivo às raízes hebraicas do cristianismo e o ‘não’ irrevogável ao antissemitismo”.
“Podemos ver os ricos frutos que este documento produziu e fazer, com gratidão, um balanço do diálogo hebraico-católico. Não somos mais estranhos, mas amigos e irmãos”, disse o Papa.
Raízes
“Os cristãos, todos os cristãos, têm raízes hebraicas”, prosseguiu Francisco, distinguindo contudo que as confissões cristãs encontram a sua unidade em Cristo, enquanto o hebraísmo a encontra na Torá.
“Os cristãos creem que Jesus Cristo é a Palavra de Deus que se fez carne no mundo; para os hebreus a Palavra de Deus está presente sobretudo na Torá. Ambas as tradições de fé têm fundamento no Deus único, no Deus da Aliança, que se revela aos homens por meio da sua Palavra. Na procura de um correto comportamento diante de Deus, os cristãos se volta a Cristo como fonte de vida nova, os hebreus ao ensinamento da Torá”, explicou o Papa.
Por fim, Francisco afirmou que a Santa Sé seguem com “grande interesse” as atividades do Conselho, principalmente os resultados do encontro mundial, que “proporcionam notáveis contribuições ao diálogo hebraico-cristão”.

Fonte: Rádio Vaticano 

Papa: Bedros, voz atenta aos sofrimentos do povo armênio

01/07/2015

Cidade do Vaticano (RV) - Foram celebradas nesta terça-feira (30/06), na Catedral de Santo Elias, em Beirute, Líbano, as exéquias do Patriarca da Cilícia dos armênios-católicos, Nerses Bedros XIX Tarmouni, que faleceu na manhã de quinta-feira, 25 de junho, devido a uma parada cardíaca.
O Papa enviou uma mensagem para essa ocasião que foi lida pelo Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, que estava presente no funeral. Recentemente, o pontífice enviou um telegrama ao Sínodo Patriarcal da Cilícia dos Armênios manifestando seu profundo pesar pela morte do patriarca Bedros XIX.
Patriarca lutou pela comemoração justa dos sofrimentos do povo armênio
“Era profundamente arraigado na Rocha que é Cristo. Acreditava que o tesouro mais precioso que o bispo é chamado a administrar, era a fé que vem da pregação apostólica e Sua Beatitude se dedicou totalmente para a sua difusão, em particular favorecendo a formação permanente do clero para que, mesmo em contextos difíceis, os ministros de Deus renovassem a sua adesão a Cristo, única esperança e consolação da humanidade”, frisa Francisco no texto.
O Papa recorda o encontro com o patriarca por ocasião da comemoração das vítimas de Metz Yeghern (O Grande Mal) e da proclamação como Doutor da Igreja de São Gregório de Narek, na Basílica de São Pedro, em 12 de abril passado.
“Sua Beatitude, lê-se ainda na mensagem, lutou para que a comemoração justa dos sofrimentos do povo armênio durante a sua história se tornasse uma ação de graças a Deus, considerando o exemplo dos mártires e testemunhas, obtendo ao mesmo tempo Dele o bálsamo da consolação e reconciliação, aquele que somente pode curar as feridas mais profundas das almas dos povos.”
Papa convida a acolher a herança de Bedros XIX
“O patriarca se alegrou com todo o povo armênio pela elevação a Doutor da Igreja de São Gregório de Narek, desejando que a espiritualidade desse grande santo possa se tornar um exemplo para pastores e fieis”, sublinha o pontífice.

Francisco convida todos a acolher a herança de Bedros XIX e pede ao Espírito Santo para continuar renovando o rosto da Igreja armênia e católica, confiando ao Senhor os esforços ligados aos limites e fragilidades da condição de ser peregrinos a caminho rumo à Pátria eterna.

Rádio Vaticano 

30 de jun. de 2015

Francisco: hebreus e cristãos são “amigos e irmãos”

30/06/15


O Papa Francisco recebeu na manhã desta terça-feira, na Sala Clementina do Vaticano, os participantes na Conferência internacional promovida pelo “International Council of Christians and Jews” (Conselho Internacional de Cristãos e judeus). No seu discurso o Papa começou por se alegrar pelo facto que, este ano, o encontro tem lugar em Roma onde por quase dois mil anos cristãos e judeus vivem juntos, embora as suas relações ao longo da história não foram isentas de tensões.
A partir do Concílio Vaticano II, depois da promulgação da Declaração Nostra Aetate, desenvolveu-se um verdadeiro diálogo, disse Francisco, reiterando que este documento conciliar representa o "sim" definitivo às raízes hebraicas do cristianismo e o "não" irrevogável ao anti-semitismo. E agora no quinquagésimo aniversário da Nostra Aetate, o Papa convida a olhar para os ricos  frutos por ele produzidos e fazer com gratidão um balanço do diálogo hebraico-católico. Tanto se realizou – prossegue o Papa – em termos de amizade e compreensão recíproca: a nossa fragmentação humana, a nossa desconfiança e o nosso orgulho foram superados graças ao Espírito de Deus Todo-Poderoso, e assim entre nós têm vindo a crescer cada vez mais a confiança e a fraternidade, e já não somos estranhos, mas amigos e irmãos.
Todos os cristãos têm raízes hebraicas, explicou o Papa, e por isso, desde a sua criação, o “International Council of Christians and Jews” (Conselho Internacional de Cristãos e Judeus) acolheu as várias denominações cristãs, e cada uma delas, à maneira que lhe é característica, se relaciona com o judaísmo, o qual, por sua vez, é caracterizado por diferentes correntes e sensibilidades. As denominações cristãs encontram a sua unidade em Cristo, disse ainda Francisco, e o judaísmo encontra a sua unidade na Torá; os cristãos acreditam que Jesus Cristo é a Palavra de Deus feita carne no mundo enquanto que para os hebreus a Palavra de Deus está presente sobretudo na Torá, mas ambas as tradições têm a base no Deus Único Deus, o Deus da Aliança, que se revela aos homens por meio da Sua Palavra.
Esta cooperação foi lançada oficialmente depois do Concílio, e especialmente depois da instituição da "Comissão para as Relações Religiosas com o Judaísmo", em 1974, uma Comissão da Santa Sé que segue sempre com grande interesse as actividades da organização, e particularmente as conferências internacionais anuais, que dão uma contribuição significativa ao diálogo hebraico-cristão. E o Papa agradeceu a todos pela visita fazendo melhores votos para conferência e invocando sobre eles a bênção e a paz do Senhor. 
Fonte: Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...