20 de jun. de 2015

É no sofrimento que se descobre o sentido do casamento

boy-and-girl-couple-holding-hands-love-favim-com-595607Minha esposa teve câncer durante seis anos até falecer. Dos quarenta anos de casados, este foi o período mais doloroso de nossa vida, mas também o mais rico espiritualmente, onde vivemos de “puro amor”, nada mais.
No dia 25 de setembro de 2005, dia de meu aniversário, eu voltava de Cachoeira para Lorena; meu celular tocou e eu vi que era ela, a Zila me chamando. Atendi. Com muita calma ela me contou que tinha feito uma mamografia e que foi acusado um tumor cancerígeno em uma de suas mamas. Meu sangue gelou! A gente acha que isso nunca vai acontecer com a gente ou perto de nós. Mas são os desígnios de Deus.
A partir dai começou uma luta que durou seis anos até o seu desfecho. Foi uma longa história de fé, amor, luta, sacrifícios, orações… Ela passou por uma longa cirurgia em São Paulo, onde foram retirados mais de dez nódulos cancerígenos comprometidos pelo câncer. A nossa filha médica, que acompanhou tudo, sabia da gravidade. Quando ela me contou, eu percebi que o caso era grave, mas a gente parece que faz força para não acreditar.
É nessas horas que Deus põe em cheque a nossa fé; muitas vezes eu já tinha repetido em muitas palestras que: “Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus, daqueles que são seus eleitos, segundo os seus desígnios” (Rom 8,28). E mais: “Vivei sempre contentes, orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus a vosso respeito em Cristo Jesus” (1 Tes 5,16-18).
Chega um momento que a gente não tem mais que ensinar isso para os outros, mas para nós mesmos, e tem que viver, tem de mostrar a Deus a coerência de nossa fé. Na oração da missa do 7º domingo depois de Pentecostes a gente lê: “Ó Deus, a Providência divina nunca falha!” Mas será que a gente crê nisso? Santa Teresa dizia: “Deus tudo sabe, tudo pode, e me ama.” Quantas vezes eu já tinha lido isso!
É a hora da fé. São Paulo disse que “o Justo vive da fé” (Rom 1, 17); “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6). O profeta Isaías disse que “Os meus caminhos não são os vossos caminhos e o vosso modo de agir não é o meu, diz o Senhor.” (Is 55,8).

A fé faz a gente compreender que quando Deus permite que a dor nos atinja é porque Ele precisa arrancar do jardim de nossa alma a erva daninha que a pode mata-la. E Ele não pode permitir isso, pois tem ciúme de nós, nos ama loucamente, não aceita nos perder. No fundo Ele faz a mesma coisa que eu fazia quando levava meus filhinhos chorando para tomar uma injeção no bumbum; ou quando eu o levava ao hospital para dar pontos doloridos no corte do queixo.
O sofrimento é um mistério, um enigma, entrou na nossa história por causa do pecado. “O salário do pecado é a morte” (Rom 6,23). Mas Jesus, fez aquilo que parecia impossível, “transformou o sofrimento em matéria prima da salvação” quando o abraçou radicalmente na Cruz. Não compreendemos bem as coisas, nem mesmo o que é a felicidade. Mas, se Deus é meu Pai, aconteça o que acontecer, que terei a temer?
Depois da longa cirurgia de quatro horas da Zila, vieram seis longos anos de quimioterapia e radioterapia. Um dia, logo nos primeiros dias do tratamento, ela me disse: “eu não vou morrer, não, fique tranquilo, eu sei que você não sabe viver sem mim”. Algumas vezes eu tive de esconder dela para derramar as lágrimas; nunca deixei que ela visse. Mas ela não abaixava a cabeça não, seus cabelos caíram, mas ela não deixou a vida cair. Continuou o seu trabalho na Editora Cléofas como se nada tivesse acontecido. Passei a amá-la e cuidar dela como nunca tinha feito.
Mas é nessas horas que a gente agradece a Deus por ter uma boa família; os filhos e eu, o genro e as noras, abraçamos esta sua luta como se fosse de cada um de nós; essa é a parte consoladora de tudo. Sou muito grato a Deus por tudo isso. Nos seis anos que ela lutou não teve tréguas; a quimioterapia em São Paulo se repetia a cada quinze dias rotineiramente. O câncer que já tinha alcançado a metástase, passava de um lugar para outro. Do seio migrou para os ossos, dos ossos para o fígado, do fígado para não sei mais onde… até tomar o cérebro e os pulmões; foi o fim.
Mas nós ficávamos impressionados com a sua resistência; dificilmente a quimioterapia, longa e pesada, derrubava a sua imunidade. Poucas vezes precisou de antibióticos para vencer uma infecção ou algo parecido. Nada mudou em sua vida; não teve depressão e nem medo da morte, embora soubesse da gravidade; tocava a vida normalmente como se fosse viver muitos anos.
É claro que ela tinha seus momentos de irritação, coitada, e com todo o direito. Mas nunca a vi culpar a Deus ou se queixar dele. Ao contrário, a vi dar graças a Deus por muitas coisas: os netos que ela tanto amava, os filhos, a nós todos. Não deixou de fazer uma festa sequer como gostava de fazer nos aniversários.
Ela amava a vida, por isso viveu até o seu último dia. Antes de partir para a eternidade, ela ficou internada por cerca de um mês em São Paulo. Nós nos revezámos com ela; sempre dois em sua companhia. Precisou colocar um “stent” na garganta porque o câncer fechou o esôfago e ela não conseguia mais comer; precisou fazer radioterapia no cérebro porque a quimioterapia não chegava lá. Não reclamava de nada.
Este mês foi para mim como que um mês de retiro espiritual. Como Deus é bom! No hospital há uma bela capela com o Santíssimo Sacramento no Sacrário o dia todo; e Missa todos os dias. Eu dividia meu tempo entre o quarto dela e a capela. Pude rezar muito por ela, graças a Deus; é o melhor que a gente pode fazer nestas horas. A fé me sustentou e sustentou a todos nós.
Na noite em que faleceu, 19 de setembro de 2012, uma semana antes de meu aniversário, eu fui à Missa às 18.00 horas com o Mateus. Voltamos para o quarto um pouco antes da 19 horas. E eu fiquei sozinho com ela, porque os filhos estavam na sala de espera com um parente que chegou ao hospital. Sozinho com ela eu rezei mais uma vez o Terço da Misericórdia, da Irmã Santa Faustina. Em seguida, segurando em sua mão eu fiz esta oração:sereisumascarne
“Senhor Jesus, o Senhor está comigo aqui agora pela Eucaristia em minha alma; se ela está pronta para ir para o Senhor, se estiver preparada, a leve, pois está sofrendo. Eu a entrego e agradeço por esses quarenta anos que vivemos juntos…”
Tão logo eu terminei esta oração, sua respiração foi diminuindo e ela se foi para Deus. Eram 19.05 horas. Acho que ela não quis que os filhos a vissem partir…
Eu tinha pedido a Nossa Senhora que ela partisse em um dia de uma de suas festas. E que isso fosse para mim um sinal. Pois bem, depois que ela se foi, pude verificar que o dia 19 de setembro é dia de Nossa Senhora de La Salette. Nunca dei tanto valor a nosso casamento!
Deus quis que a sua Missa de sétimo dia fosse exatamente no dia de meu aniversário! Tudo isso pode parecer trágico, mas para mim foi sinal do amor de Deus. Nesta data eu pude agradecer a Deus pelos meus 63 anos e também pelos 40 anos que Ele deu-me ela como um raro presente. A leitura da Missa neste dia era a do Eclesiastes que dizia: “Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; tempo para matar, e tempo para sarar; tempo para demolir, e tempo para construir; tempo para chorar, e tempo para rir…” (Ecl 3,1-8). Deus seja louvado!

Cléofas 

Ficar ou namorar?

Conheça algumas perguntas e respostas sobre este assunto tão polêmico entre os jovens:
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1 – Ficar é pecado? Eu dei um “selinho” em uma menina, pequei?
Pecar é fazer alguma coisa contra as leis santas de Deus; ninguém é tão bom, santo, sábio e nos ama como Deus; logo, suas leis são para nós uma garantia de felicidade, embora nem sempre sejam fáceis de serem cumpridas. Ficar é pecado se a intenção de estarem juntos for só para viver uma curtição de abraços e beijos, e talvez algo mais. O namoro não é tempo de sexo; neste caso é pecado sim contra o sexto Mandamento que manda não pecar contra a castidade. Se esse “selinho” que você deu na menina for o exposto acima é a mesma coisa; um comportamento fora da lei santa de Deus. É um desrespeito a ela; ao corpo dela e ao seu também, que, desde o Batismo são templos do Espírito Santo.namoro
2 – Podemos considerar o “ficar” como um possível futuro namoro? Antigamente as pessoas não começavam assim?
Depende muito da intenção do ficar. Se for o início de um conhecimento, uma amizade, pode dar certo sim e vir a ser um namoro maduro. Mas, normalmente o que os jovens chamam de “ficar”, é um relacionamento vazio e de alta rotatividade, onde se muda de parceiro a cada noite.
3 – Até onde ficar é pecado? Até onde o “ficar” deixa de ser amizade e, passa a ter outras intenções, que não seja o namoro?
Pelo que já foi exposto, podemos dizer que a imoralidade começa, isto é, o pecado, quando começam as carícias íntimas. Já foi dito que o namoro não é um passaporte para o sexo ou as intimidades sexuais. Não se iluda de que só um beijinho nos lábios, um afago a mais, e vocês vão parar; a realidade é outra, quando você acende uma pequena chama a tendência natural do fogo é se alastrar; não se iluda e não se engane.  O ficar deixa de ser namoro quando a intenção é apenas o prazer sexual que a outra pessoa lhe dá, sem o compromisso de respeitá-la, sem ter um compromisso de fidelidade a ela.
Para meditar
“Amar é encontrar na felicidade de outrem a própria felicidade”. (Gottfried Leibnitz)
“As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar”. (Leonardo da Vinci)

“O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar”. (Charles Chaplin)
“Faz a tua ausência para que alguém sinta a tua falta. Mas não prolongue demais para que esse alguém não sinta que pode viver sem você”. (Flóra Cavalcanti)
“Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol”. (Pablo Picasso)
Escute também: Ficar é pecado?
“Faça os seus dias valerem as lembranças”. (Bill Milton)
“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de errar”. (Willian Shakespeare)
“A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos”. (Norman Cuisins)
“No mar da vida há ondas fortes… (que eu chamo de momentos) não devemos afundar, porque quando elas passam, tudo se ilumina, tudo se transforma!” (Fatyly)
“Daqui a cinco anos você estará bem próximo de ser a mesma pessoa que é hoje, exceto por duas coisas: os livros que ler e as pessoas de quem se aproximar”. (Charles Jones)
“Todos os dias devíamos ouvir um pouco de música, ler uma boa poesia, ver um quadro bonito e, se possível, dizer algumas palavras sensatas”. (Goethe)cpa_problemas_namoro
Prof.Felipe Aquino
Retirado do livro: “Problemas no namoro”

19 de jun. de 2015

Papa: a luta cotidiana é gerir bem as riquezas da Terra

19/06/15


Cidade do Vaticano (RV) – As riquezas acumuladas para si estão na origem das guerras, das famílias destruídas e da perda de dignidade. A luta cotidiana é, ao invés, administrar as riquezas da terra para o bem comum. Este é um dos trechos da homilia do Papa na Missa desta sexta-feira (19/06), na Casa Santa Marta.
“As riquezas, disse o Papa, não são “como uma estátua”, paradas, sem exercer influência na vida de uma pessoa. “As riquezas – constatou – têm a tendência a crescer, a se movimentar, a ocupar um lugar na vida e no coração do homem. E se é o acúmulo a impulsionar o homem, as riquezas acabarão por invadir o seu coração, tornando-o “corrupto”.
Tesouro verdadeiro
Francisco se inspirou no Evangelho do dia, em que Jesus ensina aos discípulos a seguinte verdade: “Onde está o teu tesouro, aí estará também teu coração”. E adverte: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e os ladrões arrobam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus”. Para o Papa, na raiz do acúmulo “há a necessidade de segurança”. Mas o risco de se tornar escravos é alto:
“No final, essas riquezas não dão a segurança para sempre. Pelo contrário, levam embora a sua dignidade. E isso também nas famílias: há tantas que estão divididas. Também na raiz das guerras há esta ambição, que destrói e corrompe. Neste mundo, neste momento, há tantas guerras por avidez de poder, de riquezas. Pode-se pensar na guerra em nosso coração. ‘Afastem-se de toda ganância!’, assim diz o Senhor. Porque a ganância avança, avança, avança… É um degrau, abre a porta: depois vem a vaidade – acreditar ser importante, poderoso.. – e, por fim, o orgulho. E a partir dali todos os vícios, todos. São degraus, mas o primeiro é este: a ganância, a vontade de acumular riquezas”.
Conversão
Francisco reconhece também que “acumular é uma característica do homem” e que “fazer as coisas e dominar o mundo é também uma missão”. E esta é a luta de todos os dias: como gerir bem as riquezas da Terra para que sejam orientadas ao Céu e se tornem riquezas do Céu”:
“Há uma coisa verdadeira, quando o Senhor abençoa uma pessoa com as riquezas: faz dela o administrador daquelas riquezas para o bem comum e para o bem de todos, não para seu próprio bem. E não é fácil se tornar um honesto administrador, porque existe sempre a tentação da ganância, de se tornar importante. O mundo nos ensina isso e nos leva para esta estrada. Pensar nos outros, pensar que aquilo que tenho está a serviço dos outros e que nada que possuo levarei comigo. Mas se uso o que o Senhor me deu para o bem comum, como administrador, isso me santifica, me fará santo”.
Bom administrador 
Com frequência, observou o Papa, ouvimos “tantas desculpas” das pessoas que passam a vida acumulando riquezas. Da nossa parte, disse Francisco, “todos os dias” devemos nos questionar: ‘Onde é o teu tesouro? Nas riquezas ou nesta administração, neste serviço pelo bem comum?”:
“É difícil, é como brincar com o fogo! Muitos tranquilizam a própria consciência com a esmola e dão o que sobra. Isso não é ser administrador: o administrador pega para si o que sobra e dá tudo aos outros. Administrar a riqueza é um despojar-se continuamente do próprio interesse e não pensar que essas riquezas nos darão a salvação. Acumular sim, tudo bem; tesouros sim, tudo bem, mas os que têm preço – digamos assim – na “bolsa do Céu’. Ali, acumular ali!”.

Fonte: Rádio Vaticano 

Papa: "Quando Igreja se fecha, envelhece, adoece e morre"

19/06/2015

Cidade do Vaticano (RV) - No final da manhã de sexta-feira (19/06) o Papa recebeu um grupo de membros da Federação Bíblica Católica. Aos 140 estudiosos, reunidos em Assembleia Plenária em Roma, o Papa acabou improvisando seu discurso, inspirado nas palavras do Presidente da Federação, o Arcebispo de Manilha, Filipinas, Cardeal Luís Tagle:
“Quando uma Igreja se fecha em si mesma e se esquece que foi mandada, que foi enviada para anunciar o Evangelho, isto é, a Boa Nova, para mover os coração com o Querigma, envelhece, (...), se enfraquece, como bem disse o Cardeal”, observou Francisco, que acrescentou: “adoece e morre”.
Seguindo a mesma linha de pensamento, o Papa recordou que tinha ouvido falar muitas vezes, que as dioceses no norte na África, no tempo de Santo Agostinho, eram mortas. “Não!”, exclamou ele, explicando:
“Existem dois modos, duas maneiras de morrer: ou morrer fechado em si mesmo ou morrer oferecendo a vida como testemunho. E uma Igreja que tem a coragem, a paresia, para levar em frente a Palavra de Deus e não se envergonha, está no caminho do martírio”.
Neste contexto, Francisco apresentou então Paulo como modelo da “Igreja em saída”, que não teria sofrido o que sofreu se tivesse permanecido em alguma das igrejas que visitou, mas “quando ele via que as coisas estavam bem, impunha as mãos sobre alguém (para encarregá-lo) e ia embora. É um modelo!”.
Referindo-se à primeira leitura proposta pela liturgia do dia, o Papa destacou as palavras do apóstolo dos gentios: “Se é preciso gloriar-se, é de minhas fraquezas que me gloriarei”. Em outra passagem – disse Francisco – vocês bíblicos a conhecem bem – Paulo diz: “me glorio dos meus pecados”. “A terceira vanglória de Pedro – observou - não  é vaidade: “a minha glória é a cruz de Cristo, disse o apóstolo. Esta é a minha força”:
“E esta é uma Igreja em saída, um Igreja martirial. É uma Igreja que vai pela estrada, que vai em caminho. E acontece aquilo que pode acontecer a cada pessoa que está na estrada: um acidente… Mas eu prefiro uma Igreja ferida em um acidente, que uma Igreja doente, no fechamento de si mesma. Com a parrésia e a hypomone; a paciência que é carregar nas costas as circunstâncias, mas também a ternura de carregar nas costas os fieis feridos, que foram entregues a ela. Uma Igreja pastoral. Somente a Palavra de Deus e junto com a Palavra, a Eucaristia. Os irmãos que se reúnem para louvar o Senhor justamente com a fraqueza do pão e do vinho, do Corpo do Senhor, do Sangue do Sangue”.
“A Palavra de Deus não é algo que nos torna a vida fácil, disse o Papa. Não! Não! Ela nos coloca em dificuldades, sempre! A quem a leva com sinceridade, o coloca em dificuldade, o coloca em embaraço, tantas vezes”. Mas é importante dizer sempre a verdade, “com ternura, com aquele levar sobre as costas as situações, as pessoas”, reiterou Francisco, o que pode ser entendido como “um respeito pelo irmão que sabe fazer um carinho”.
O Papa voltou então, a um tema que lhe preocupa muito, “o anúncio funcional da Palavra de Deus nas homilias”. “Por favor – pediu ele -  façam de tudo para ajudar os vossos irmãos – diáconos, sacerdotes e bispos – a dar a Palavra de Deus nas homilias, que cheguem ao coração. Um pensamento, uma imagem, um sentimento chega, mas que a Palavra de Deus chegue”:
“Muitos são capazes, mas erram e acabam fazendo uma bela conferência, uma bela dissertação, uma bela escola de teologia….A Palavra de Deus é um sacramental! Para Lutero é um Sacramento, quase… Ex opere operato. Depois, a corrente é um pouco tridentina, a corrente é ex opere operantes; e após os teólogos acharam que a Palavra de Deus está no meio: parte ex opere operato, parte no ex opera operantes. É um sacramental”.
Os discursos não são sacramentais, são discursos que fazem bem. Mas, que na homilia tenha a Palavra de Deus, pois toca o coração”.

Fonte: Rádio Vaticano 

Quantas vezes por dia São João Paulo II visitava o Santíssimo Sacramento?

São João Paulo IIO escritor católico Jason Evert, autor do livro “São João Paulo II ‘O Grande’. Seus cinco amores”, revelou que “ao dialogar com um sacerdote próximo a São João Paulo II, ficou surpreendido pela frequência das visitas do Santo polonês ao Santíssimo.
Evert é um conferencista famoso porque promove, junto à sua esposa Crystalina, a vivencia da castidade entre os jovens católicos.
Em um vídeo realizado pela página OneBillionStories.com, Jason Evert recordou: “Perguntei a um sacerdote que era amigo de São João Paulo II, quantas vezes ele visitava diariamente a Eucaristia? ”
O sacerdote, recordou o jovem escritor, declarou: “O santo adorava o Santíssimo Sacramento cerca de 20 vezes por dia”.
Na opinião de Evert, isto deixa claro que “a fonte da santidade de todos os santos foi sempre a mesma: Cristo”.
“Tanto Santa Teresa de Lisieux como Santo Tomás de Aquino ou João Paulo II, todos beberam da mesma fonte, que é Cristo”, assegurou o escritor.
O pontificado de São João Paulo II durou exatamente 26 anos, desde que foi eleito em 22 de outubro de 1978.
Durante este período realizou 104 visitas pastorais fora da Itália, e por isto ficou conhecido como “Papa peregrino”.
O santo polonês faleceu no dia 2 de abril de 2005. Foi beatificado por seu sucessor, Bento XVI, no dia 1 de maio de 2011.
No dia 27 de abril de 2014, o Papa Francisco canonizou São João Paulo II. Sua festa é comemorada no dia 22 de outubro, recordando o início do seu pontificado.
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CNBB divulga nota sobre a inclusão da ideologia de gênero nos Planos de Educação

18/06/15


No contexto dos debates e votações acerca dos Planos Municipais de Educação, o Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunido em Brasília (DF), entre 16 e 18 de junho, aprovou e divulgou nota a respeito da inclusão da ideologia de gênero nos textos em discussão. Para os bispos, a proposta de universalização do ensino e o esforço do Estado em estabelecer a inclusão social como eixo orientador da educação merecem "apoio e consideração". Por outro lado, "a introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas trará consequências desastrosas para a vida das crianças e das famílias", diz a nota. Leia a nota na íntegra: 

  Nota da CNBB sobre a inclusão da ideologia de gênero nos Planos de Educação
“Homem e mulher ele os criou” (Gn 1,27)
O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília, nos dias 16 a 18 de junho, manifesta seu reconhecimento pelo importante trabalho de elaboração dos Planos Estaduais e Municipais de Educação em desenvolvimento em todos os estados e municípios brasileiros para o próximo decênio. A proposta de universalização do ensino e o esforço de estabelecer a inclusão social como eixo orientador da educação merecem nosso apoio e consideração ao apontar para a construção de uma sociedade onde todas as pessoas sejam respeitadas.
A tentativa de inclusão da ideologia de gênero nos Planos Estaduais e Municipais de Educação contraria o Plano Nacional de Educação, aprovado no ano passado pelo Congresso Nacional, que rejeitou tal expressão. Pretender que a identidade sexual seja uma construção eminentemente cultural, com a consequente escolha pessoal, como propõe a ideologia de gênero, não é caminho para combater a discriminação das pessoas por causa de sua orientação sexual.
O pressuposto antropológico de uma visão integral do ser humano, fundamentada nos valores humanos e éticos, identidade histórica do povo brasileiro, é que deve nortear os Planos de Educação. A ideologia de gênero vai no caminho oposto e desconstrói o conceito de família, que tem seu fundamento na união estável entre homem e mulher.
 A introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas trará consequências desastrosas para a vida das crianças e das famílias. O mais grave é que se quer introduzir esta proposta de forma silenciosa nos Planos Municipais de Educação, sem que os maiores interessados, que são os pais e educadores, tenham sido chamados para discuti-la. A ausência da sociedade civil na discussão sobre o modelo de educação a ser adotado fere o direito das famílias de definir as bases e as diretrizes da educação que desejam para seus filhos.
A CNBB reafirma o compromisso da Igreja em se somar aos que combatem todo tipo de discriminação a fim de que tenhamos uma sociedade sempre mais fraterna e solidária. Confia que a sociedade e o Estado cumpram seu direito e dever de oferecer a toda pessoa os meios necessários para uma educação livre e autêntica (cf. CNBB - Doc. 47, n. 73). Reafirma também o papel insubstituível dos pais na educação de seus filhos e primeiros responsáveis por introduzi-los na vida em sociedade.
Agradecemos a tantos que têm se empenhado na defesa de uma educação de qualidade no Brasil, opondo-se até mesmo a excessos do Estado que, muitas vezes, se sobrepõe ao papel dos pais e da família. A estes exortamos a que, juntamente com educadores e associações de famílias, assumam sua tarefa de protagonistas na educação dos filhos.
 Que Deus inspire os legisladores na responsabilidade que têm nesse momento e anime os educadores na nobre e sublime tarefa de colaborar com os pais em sua missão de educar.
Brasília, 18 de junho de 2015.

Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília-DF
Presidente da CNBB

Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de São Salvador da Bahia- BA
 Vice-presidente da CNBB

 Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília-DF
Secretário Geral da CNBB



Fonte: http://www.cnbb.org.br/

18 de jun. de 2015

Twitter do Papa atualizado a cada 20 minutos nesta quinta

18/06/2015

Cidade do Vaticano (RV) - A conta do Papa no Twitter está sendo atualizada em inglês, espanhol e italiano a cada vinte minutos e deverá seguir assim durante toda esta quinta-feira (18/06). A hashtag para identificar os conteúdos é #LaudatoSi
12h (Hora local): “Convido todos a dedicar um momento de reflexão aos desafios que estão diante de nós no que diz respeito ao cuidado da nossa casa comum”.
12h20: “Faço um urgente convite para que se renove o diálogo sobre o modo com o qual estamos construindo o futuro do planeta”. #LaudatoSi
12h40: “Há uma íntima relação entre os pobres e a fragilidade do planeta”.
13h: "É preciso encontrar outras maneiras de compreender a economia e o progresso".
13h20: "Toda criatura há seu próprio valor". #LaudatoSi
13h40: "A cultura do descarte de hoje obriga a um novo estilo de vida".
14h: "Um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus". (Patriarca Bartolomeu)
14h20: "O clima é um bem comum, de todos e para todos". 
14h40: "As mudanças climáticas constituem um dos principais desafios para a humanidade hoje".
15h: "A Terra, nossa casa, parece que cada vez mais está se transformando em um depósito de lixo.
15h20: "Estes problemas estão intimamente ligados à cultura do descarte".
15h40:  "Um problema particularmente sério é o da qualidade da água disponível para os pobres". #LaudatoSi
16h: "O ambiente humano e o ambiente natural degradam-se ao mesmo tempo".
16h20: "O deterioramento do ambiente e da sociedade atingem particularmente os mais frágeis do planeta". 
16h40: "Devemos escutar tanto o grito da Terra como o grito dos pobres". #LaudatoSi
17h: "Culpar o crescimento demográfico e não o consumismo extremo de alguns, é um modo para não enfrentar os problemas".
17h20: "Há um verdadeiro 'débito ecológico', sobretudo entre o Norte e o Sul".
17h40: "É preciso que os Países desenvolvidos contribuam para quitar este débito limitando o consumo de energia não-renovável".
18h: "Não há espaço para a globalização da indiferença". #LaudatoSi
18h20: "O interesse econômico muito facilmente prevalece sobre o bem comum". #LaudatoSi
18h40: "A aliança entre a economia e a tecnologia acaba por deixar de fora aquilo que não faz parte de seus interesses imediatos". 
19h: "Algo frágil como o meio ambiente fica indefeso diante dos interesses divinizados do mercado".
19h20: "Basta enxergar a realidade com sinceridade para ver que é grande o deterioramento da nossa casa comum". 
19h40: "É certo que o atual sistema mundial é insustentável a partir de diversos pontos de vista #LaudatoSi

Fonte: Rádio Vaticano 

Papa resgata a ecologia integral de Francisco de Assis -

Frei João Reinert
A expectativa com que o mundo aguarda a Encíclica do Papa Francisco revela o desejo de todos por uma palavra contundente, profética e autêntica sobre o atual modelo de desenvolvimento global e a consequente crise da casa comum.
O bispo de Roma, como prefere ser chamado, mostra mais uma vez ao mundo a importância que o santo de Assis exerce em sua vida e em seu ministério. Sua eclesiologia é fundamentalmente franciscana (Igreja pobre para os pobres). Revela, na Encíclica, aquilo que já pronunciara em outra ocasião, o motivo da escolha de seu nome ao ser eleito papa. “Tomei o seu nome como guia e como inspiração no momento da minha eleição a bispo de Roma. Creio que Francisco seja exemplo por excelência de cuidado daquilo que é fraco e de uma ecologia integral” (10). Hoje, presenteia o mundo com a Encíclica ‘Laudato Si’, chamando a todos para a responsabilidade e o cuidado para com nossa mãe Terra.
É emocionante, sobretudo a nós, franciscanos, receber um documento tão urgente e profético no qual nossa casa comum é apresentada a partir da ótica franciscana, e onde Francisco de Assis é tão carinhosamente tematizado. Somos infinitamente gratos ao Papa Francisco por tudo o que vem fazendo pela nossa Igreja, pelo mundo, pela casa comum. Unir a família humana por essa causa é seu apelo (13).  À família franciscana esse apelo toca mais de perto, por fidelidade ao nosso carisma.
Diante de leituras românticas de Francisco como Patrono da Ecologia, aquele que gostava de animais, agradecemos ao Papa Francisco por resgatar o verdadeiro sentido (ecologia integral) dessa atribuição. Chama atenção a lucidez com que a Papa associa ecologia com outros valores ou contra-valores.  Somente a partir dessa leitura parece ser possível associar Francisco de Assis à ecologia. Em outras palavras, a vida de Francisco de Assis, sua opção pelo Evangelho, sua vida pobre e fraterna é a chave de leitura para entendemos sua relação com toda a natureza. O cuidado com a criação sem minoridade, sem renuncia à ganância, à posse e ao consumismo parece ideologia. O cuidado com a casa comum sem abertura ao outro, à fraternidade, à fraternidade universal não pode ter sentido. Portanto, nossa gratidão ao Papa por ter escrito essa Encíclica a partir da vida integral e cotidiana de Francisco. Ao apresentar as causas da crise mundial ambiental e ao apontar saídas para a superação dessa crise em constante referência a São Francisco, o Papa está nos dizendo que Francisco de Assis é o patrono de um futuro diferente para a casa comum.



Frei João Fernandes Reinert é frade desta Província e pároco da Paróquia Santa Clara (Duque de Caxias, RJ)
Fonte : - See more at: http://www.franciscanos.org.br/?p=89088#sthash.Ekhsq33I.dpuf

Card. Hummes: "Laudato si vale também para quem já destruiu"

18/06/15


Cidade do Vaticano (RV) – Na apresentação à imprensa da Encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado da casa comum, Laudato si, o Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, informou aos jornalistas que o Próprio Papa enviou, dois dias atrás, uma cópia integral do documento a todos os Bispos do mundo. Como sinal de cortesia e de inauguração desta nova forma de envio, o Pontífice anexou um bilhete escrito de próprio punho, em várias línguas, a cada um. 
A RV contatou o Cardeal Cláudio Hummes, franciscano, atual Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, para ouvir a sua primeira reação à Encíclica Laudato si. 
A Encíclica vale para todo o mundo e talvez, de modo mais particular, para aqueles que já destruíram suas matas e não cuidaram suficientemente de suas terras. O Papa indica muito bem que há realmente uma dívida entre o Norte e o Sul nesta questão ecológica; ele fala da necessidade de termos um governo mundial muito mais eficaz, muito mais eficiente, que seja capaz de preservar o ambiente mundial, para que não seja devastado. O que ele está dizendo com isso é que as grandes instituições de governo mundial, como a ONU e outras afins, não estão tendo a força suficiente para governar o mundo nesta questão ecológica que é grave, urgente... embora nem tudo esteja perdido, como o Papa diz. Temos esperança, muito se pode fazer e se deve fazer o quanto antes para proteger, para preservar o planeta, as florestas, as águas”.
“Creio que de fato a população está consciente, mas os que têm o poder na mão, o poder político, econômico, estão de fato se deixando impressionar muito pouco por este desastre ecológico que todos estamos assistindo”. 
“Não é apenas uma questão técnica, tecnológica, não... todos sabemos o que isso tem a ver com as questões da justiça social, com a questão da distribuição dos bens, enfim... a Encíclica está unida fortemente à questão dos pobres, da pobreza, da miséria no mundo, e por isso mesmo, a Igreja não tem como não se pronunciar, como não tomar uma posição”.
“Questões éticas estão em jogo, sem falar, claro do aspecto religioso, pois nossa fé nos fala de como Deus criou o mundo e o entregou a nós, não para devastar e destruir, mas para cuidar, para proteger, cultivar, colher os frutos desta terra que nos foi dada. Isso tem uma dimensão religiosa, uma dimensão ética, uma dimensão humana profunda, porque todas as criaturas estão unidas. O Papa coloca isso muito bem na ‘ecologia integral’ de que fala; somos todos unidos, não podemos separar a questão humana da ecológica”. 
Fonte: Rádio Vaticano 

Papa: somos fracos, mas devemos ter a força de perdoar

18/06/15


Cidade do Vaticano (RV) – O cristão deve estar consciente de que, sem a ajuda do Senhor, não pode caminhar na vida. Foi o que destacou o Papa na Missa celebrada esta manhã (18/06) na Casa Santa Marta.

Fraqueza, oração e perdão: Francisco desenvolveu sua homilia a partir desses três pontos ressaltando, antes de tudo, que somos “fracos”, uma fraqueza que “todos nós carregamos depois da ferida do pecado original”.

Somos fracos, reiterou, “escorregamos nos pecados e não podemos avançar sem a ajuda do Senhor”:
“Quem acredita ser forte, quem crê que pode se arranjar sozinho é, no mínimo, ingênuo e, no final, acaba derrotado por tantas fraquezas que carrega consigo. A fraqueza que nos leva a pedir ajuda ao Senhor, porque ‘na nossa fraqueza nada podemos sem a tua ajuda’, assim rezamos. Não podemos dar um passo na vida cristã sem a ajuda do Senhor, porque somos fracos. E quem está de pé tem que tomar cuidado para não cair porque é fraco”.
Francisco prosseguiu falando dos que são também fracos na fé. “Todos nós temos fé – afirmou –, todos nós queremos avançar na vida cristã, mas se não estamos conscientes da nossa fraqueza, acabaremos derrotados.” Por isso, é bela aquela oração que diz: “Senhor, eu sei que na minha fraqueza nada posso sem a tua ajuda”.
A nossa oração não necessita de muitas palavras
O Papa então dirigiu o pensamento à “oração”. Jesus, afirmou, “ensina a rezar”, mas não “como os pagãos”, que acreditavam ser ouvidos com a força das palavras. Francisco recordou a mãe de Samuel, que pedia ao Senhor a graça de ter um filho e, rezando, apenas movia os lábios. O sacerdote que estava ali, afirmou, olhava para ela e estava convencido de que estava bêbada e a repreendeu:
“Movia somente os lábios porque não conseguia falar. Pedia um filho. Reza-se assim ao Senhor. Na oração, como nós sabemos que Ele é bom, sabe tudo de nós e do que precisamos, começamos a dizer a palavra Pai, que é uma palavra humana, certamente, que nos dá vida, mas somente na oração podemos pronunciá-la com a força do Espírito Santo”.
“Começamos a rezar com a força do Espírito que reza em nós”, disse o Papa, “rezar simplesmente assim. Com o coração aberto na presença de Deus que é Pai e conhece, sabe do que nós precisamos ainda antes que façamos o pedido”.
O perdão é uma fortaleza, uma graça do Senhor
Francisco chamou a atenção para o perdão, sublinhando como Jesus ensina aos discípulos que se eles não perdoarem os males dos outros, tampouco o Pai perdoará as suas faltas:
“Podemos rezar bem e chamar Deus de Pai se o nosso coração está em paz com os outros, com os irmãos. Olha Padre, essa pessoa me fez isso e aquilo. Perdoa. Perdoa como Ele lhe perdoará. Assim, a fraqueza que temos, com a ajuda de Deus na oração, se torna fortaleza porque o perdão é uma grande fortaleza. É preciso ser fortes para perdoar, mas essa força é uma graça que nós recebemos do Senhor, pois somos fracos”. 

Fonte: Rádio Vaticano 

Publicada a Laudato si: como cuidar da criação - leia a íntegra em português

18/06/2015


Cidade do Vaticano (RV) - «Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?»  Este interrogativo é o âmago da Laudato si’, a aguardada Encíclica ecológica do Papa Francisco. (Cliquepara ler na íntegra em português)
O nome foi inspirado na invocação de São Francisco  «Louvado sejas, meu Senhor», que no Cântico das Criaturas recorda que a terra «se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma mãe, que nos acolhe nos seus braços». Agora, esta terra maltratada e saqueada se lamenta e os seus gemidos se unem aos de todos os abandonados do mundo.
No decorrer de seis capítulos, o Papa convida a ouvir esses gemidos, exortando todos a uma «conversão ecológica», a «mudar de rumo», assumindo a responsabilidade de um compromisso para o «cuidado da casa comum».
O Pontífice se dirige certamente aos católicos, aos cristãos de outras confissões, mas não só: quer entrar em diálogo com todos, como instrumento para enfrentar e resolver os problemas.
Eis alguns temas analisados na Encíclica:
As mudanças climáticas
«As mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, econômicas, distributivas e políticas, e constituem um dos principais desafios atuais para a humanidade». Se «o clima é um bem comum, um bem de todos e para todos», o impacto mais pesado da sua alteração recai sobre os mais pobres.
A questão da água
O Pontífice afirma claramente que «o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos». Privar os pobres do acesso à água significa «negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável».
A dívida ecológica
No âmbito de uma ética das relações internacionais, a Encíclica indica que existe uma verdadeira “dívida ecológica”, sobretudo do Norte em relação ao Sul do mundo. Diante das mudanças climáticas, há «responsabilidades diversificadas», e as dos países desenvolvidos são maiores. O Papa Francisco se  mostra  impressionado com a  «fraqueza das reações» diante dos dramas de tantas pessoas e populações.
A raiz humana da crise ecológica
O ser humano não reconhece mais sua correta posição em relação ao mundo e assume uma posição autorreferencial, centrada exclusivamente em si mesmo e no próprio poder. Deriva então uma lógica do «descartável» que justifica todo tipo de descarte, ambiental ou humano que seja.
Mudança nos estilos de vida
A Encíclica retoma a linha proposta na Evangelii Gaudium: «A sobriedade, vivida livre e conscientemente, é libertadora». O Papa propõe mudanças nos estilos de vida, através da educação e da espiritualidade. Uma educação ambiental que incida sobre gestos e hábitos cotidianos, da redução do consumo de água, à separação do lixo até «desligar luzes desnecessárias». Para Francisco, «uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo». O Pontífice recorda, porém, que tudo isto será mais fácil a partir de um olhar contemplativo que vem da fé: «O crente contempla o mundo, não como alguém que está fora dele, mas dentro, reconhecendo os laços com que o Pai nos uniu a todos os seres».
O coração da proposta da Encíclica é a ecologia integral como novo paradigma de justiça; uma ecologia «que integre o lugar específico que o ser humano ocupa neste mundo e as suas relações com a realidade que o circunda».
A esperança permeia todo o texto e, segundo Francisco, não se deve pensar que esses esforços não mudarão o mundo. A crise ecológica, portanto, é um apelo a uma profunda conversão interior. Pode-se necessitar de pouco e viver muito. (BF)
Fonte: Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...