20 de fev. de 2015

21/2 – São Pedro Damião

Pedro DamiãoO poeta Dante Alighieri coloca São Pedro Damião no céu de Saturno, no XXI canto do Paraíso. Um contemplativo. Põe na boca do santo um traço autobiográfico: a predileção pelas comidas simples e pela vida contemplativa.
Segundo Dante, são Pedro Damião ataca o luxo dos cardeais. Os apóstolos Pedro e Paulo andavam percorrendo o mundo para evangelizar. Eram magros e andavam descalços. São Pedro Damião é chamado pelo papa para castigar as chagas eclesiásticas da época: a simonia e a imoralidade do clero.
Nosso santo nasceu em Ravena em 1007. Logo órfão de pai, último da fila de numerosos irmãos, foi criado pelos irmãos. O irmão mais velho se chamava Damião. Depois que estudou em Ravena, Faenza e Pádua e depois de ter ensinado em Parma, ingressou no mosteiro camaldulense de Fonte Avelana, na Úmbria, que se tornou o centro de suas atividades reformadoras. Mas a Igreja, dilacerada pela doença da simonia, que gerava as discórdias e cismas, venda dos cargos eclesiásticos e questões do celibato, tinha necessidade de homens cultos e austeros como Pedro Damião.
Qual novo Jerônimo esteve ao lado de seis papas, como viajante da paz, e em particular colaborou com Hildebrando, o grande reformador que teve o nome de Gregório VII. Pedro Damião após várias peregrinações à cidade de Milão, à França e à Alemanha, recebeu a dignidade cardinalícia e a diocese de Ostia. Já velho, foi chamado a Raverna para recompor a questão do antipapa. Morreu em 1072, em Faenza, quando voltava de uma missão de paz. Foi logo venerado como santo.
Oficialmente só em 1828 o papa Leão XII o reconheceu como santo e o proclamou também doutor da Igreja por seus numerosos escritos teológicos.

Cléofas 

Que significado têm os salmos na nossa oração?

livro_dos_salmosOs salmos pertencem, com o Pai Nosso, ao grande tesouro de orações da Igreja. Neles é eternamente cantado o louvor de Deus.
No – Antigo Testamento encontram-se 150 salmos. São uma coleção de cânticos e orações, compostos há milhares de anos, que ainda hoje são rezados na Igreja, na chamada Liturgia das Horas. Os salmos pertencem aos mais belos textos da literatura mundial e tocam as pessoas ainda hoje com a sua força espiritual.
Fonte: Youcast

O que é renunciar a si mesmo?

1381608_36094830No Evangelho da Missa de quinta-feira, após a Quarta-feira de Cinzas, Jesus nos faz uma exigência radical, sem meias palavras:
“Em seguida, dirigiu-se a todos: Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo e se causa a sua própria ruína?” (Lc 9,23).
Jesus faz três exigências a quem quer ser seu discípulo:
1 – Renunciar a si mesmo;
2 – tomar a sua cruz a cada dia; e
3 – segui-lo.
Mas, o que é renunciar a si mesmo?
Certa vez alguém me disse: “Penso que renunciar a mim mesmo é algo mais difícil do que carregar a cruz. Renunciar a si mesmo é querer, de coração, deixar de fazer, ser, crer, o que queremos para nós, para nossa vida…e por amor a Deus, fazer o que Ele nos pede. Talvez com uma resignação mais intensa que a dos pais pelos filhos. É saber ser humilde, desprendido, é crer com o coração que Deus nos basta”. É uma boa reflexão.
A exigência de Jesus tem uma profunda razão: o pecado original – disse o papa João Paulo II – “tirou os nossos olhos do Criador e os voltou para as criaturas”. Nos fez egoístas, egocêntricos, de certa forma ególatras, adoradores de nós mesmos. A queda original adoeceu a nossa natureza; então, devemos abandonar as suas preferências é, de novo, com a graça de Deus, buscar as do Senhor. Aquilo que foi estragado deve ser abandonado; não é assim que fazemos com as comidas azedas?
Se Jesus manda que renunciemos a nós mesmos, isto é, a nossa vontade, trocar os nossos planos e desejos pelos Dele , é porque há algo de errado em nossas preferências, e que não nos faz felizes. É como se dissesse: “foge disso, lhe faz mal!”.
Renunciar a si mesmo não é jogar fora as suas qualidades e muito menos enterrar os talentos; ao contrário, é desenvolvê-los para usar segundo a vontade de Deus para a nossa vida. O pecado original nos fez ficar “brigando com Deus”, disputando entre fazer a vontade Dele e a nossa. Quando fazemos a nossa ao invés da Dele, estamos pecando. É o mesmo que Adão e Eva fizeram no Paraíso e depois ficaram com medo de Deus e se esconderam do Criador.
Não há vontade melhor para a nossa vida do que a de Deus. Ora, será que existe alguém que seja mais sábio,bm_aventurados_menor douto e santo que Deus? Será que alguém nos ama mais do que Ele? Então, por que temer Sua vontade? O Pe. Charles Foucauld, eremita do deserto, rezava a “Oração do abandono”:
“Pai, entrego-me nas Tuas mãos; faça de mim o que o Senhor quiser. Estou pronto para tudo e aceito tudo, desde que a Vossa vontade se realize em mim e em toda as criaturas. Deponho minha alma nas Tuas mãos, porque para mim é necessidade de amar, dar-me e entregar-me nas Tuas mãos, porque és o meu Pai.”
Fazer a vontade de Deus é, em primeiro lugar, fugir de todo pecado; é uma luta contra nós mesmos; por isso Jesus disse que “o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam”. (Mt 11, 12). Os violentos consigo mesmos; não com os outros. E isso é possível, com a graça de Deus, basta olhar a vida dos santos. É difícil renunciar a si mesmo; mas se Jesus manda isso, então, não pode nos negar a graça necessária.
Santo Agostinho lembra-nos que “o que é impossível à natureza, é possível à graça de Deus”. Por nós mesmos não conseguimos nos renunciar; Jesus avisou: “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Então, a primeira providência é pedir ao Senhor: “Tem compaixão de mim; não sou capaz de abandonar o que eu quero para fazer o que Tu queres! Socorre-me com Tua graça”. É preciso ser mendigo de Deus para ser atendido por Ele. Só damos uma esmola a quem de fato não tem nada.
Jesus disse aos Apóstolos na Santa Ceia: “Se me amais guardareis os meus mandamentos” (Jo 14,15); isto é fazer o que Deus quer. Os 10 Mandamentos são a base da Moral católica; quem quiser “renunciar a si mesmo”, comece por obedece-los. Podemos também examinar a nossa conduta à luz dos pecados originais que a Igreja nos ensina que são os piores (soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça).
Renunciar a si mesmo é também não gastar o tempo e a vida com futilidades. João Paulo II dizia que “o cristão não pode viver uma vida na mediocridade”. Não podemos perder tempo com programas fúteis, vazios, que não deixam um crescimento para nós e para os outros. Jesus manda “buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33). Jesus diz que “quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á”. É um “sacrifício” mesmo, de nossa vontade, para fazer a Dele. Perder a vida para ganhá-la.
Prof. Felipe Aquino

Papa: o verdadeiro jejum vem do coração

20/02/2015

Cidade do Vaticano (RV) – Os cristãos, especialmente na Quaresma, são chamados a viver coerentemente o amor a Deus e o amor ao próximo. Este é um dos trechos da homilia que Francisco pronuncio una Missa celebrada na manhã desta sexta-feira na Casa Santa Marta.
O Papa se inspirou na primeira Leitura extraída do Livro de Isaías, em que o povo se lamenta a Deus por não ouvir seus jejuns. Para o Pontífice, é preciso distinguir entre “o formal e o real”. Ou seja, de que adianta jejuar, não comer carne, e depois brigar ou explorar os funcionários? Eis o motivo pelo qual Jesus condenou os fariseus, porque faziam “tantas observações exteriores, mas sem a verdade do coração”.
O amor a Deus e ao homem estão unidos
O jejum que Jesus quer, ao invés, é o que desfaz as cadeias injustas, liberta oprimidos, veste quem está nu, faz justiça. “Este é o verdadeiro jejum – reiterou o Papa – o jejum que não é somente exterior, uma lei externa, mas deve vir do coração”:
“E nas tábuas da lei há o preceito em relação a Deus, em relação ao próximo e os dois estão juntos. Eu não posso dizer: “Mas, não, eu cumpro os primeiros três mandamentos... e os outros mais ou menos”. Não, se não cumpre estes, não pode cumprir aqueles, e se cumpre este, deve cumprir aquele. Estão unidos: o amor a Deus e o amor ao próximo são uma unidade e se quiser fazer penitência, real e não formal, deve fazê-la diante de Deus e também com o seu irmão, com o próximo”.
Usar Deus para cobrir a injustiça
Pode-se ter tanta fé, prosseguiu, mas – como diz o Apóstolo Tiago – se “não realiza obras, é morta, para que serve?”. Assim, se alguém vai à Missa todos os domingos e comunga, pode-se perguntar: “E como é a sua relação com seus funcionários? Os paga de maneira irregular? Dá a eles um salário justo? Paga também as taxas para a aposentaria? Para a assistência de saúde?”. 
“Quantos homens e mulheres têm fé mas dividem as tábuas da lei: ‘Sim, eu faço isso... mas você dá esmolas? Sim, sim, sempre mando um cheque para a Igreja. Ah, então tá... Mas na tua Igreja, na tua casa, com quem depende de você (filhos, avós, funcionários), você é generoso, é justo? Não se pode fazer ofertas à Igrejas e pelas costas, ser injusto com seus funcionários. Este é um pecado gravíssimo: usar Deus para cobrir a injustiça”. 
“E isto – retomou o Papa – é aquilo que o profeta Isaias, em nome do Senhor, nos explica”: “Não é um bom cristão quem não faz justiça com as pessoas que dependem dele”. E não é um bom cristão aquele que não se despoja de algo necessário para dar ao próximo, que precisa”.
O caminho da Quaresma é “este, é duplo: a Deus e ao próximo. É real, não simplesmente formal. Não é somente deixar de comer carne sexta-feira, fazer alguma coisinha e depois, deixar aumentar o egoísmo, a exploração do próximo, a ignorância dos pobres”.
“Alguns – contou o Papa – quando precisam se curar vão ao hospital, e por ter um plano de saúde, obtém a consulta rápido. “É uma coisa boa – comentou Francisco – agradeça ao Senhor. Mas, diga-me, você pensou naqueles que não têm esta facilidade e quando vão ao hospital devem esperar 6, 7, 8 horas para uma coisa urgente”. 
Na Quaresma, abramos espaço no coração para quem errou 
E existe quem, aqui em Roma, que pensa nisso na Quaresma “O que posso fazer pelas crianças, pelos idosos que não têm possibilidade de ter uma consulta com um médico?; que esperam horas e horas e depois têm que voltar uma semana depois?”. 
“Como será a tua Quaresma?, pergunta Francisco. “Graças a Deus tenho uma família que cumpre os mandamentos, não temos problemas...”. Mas nesta Quaresma – pergunta o Papa – em seu coração existe ainda lugar para quem não cumpriu os mandamentos? Que cometeram erros e estão encarcerados?”.
“Mas eu, com aquela gente não... Mas você não está preso: se não está no cárcere é porque o Senhor te ajudou a não cair. Em seu coração os presos têm um lugar? Você reza por eles, para que o Senhor lhes ajude a mudar de vida? Acompanha, Senhor, o nosso caminho quaresma, para que a observância exterior corresponda a uma profunda renovação espiritual. Assim rezamos; que o Senhor nos dê esta graça”. 
Fonte: http://br.radiovaticana.va/

20/2 – Santo Eleutério

EleutérioSanto Eleutério, que lembramos hoje, tem como significado do nome: libertador. Ao se dedicar inteiramente para Cristo, conseguiu ser instrumento de libertação dos erros e pecados para muitos.
Viveu entre os séculos V e VI em Tournai, norte da França, hoje Bélgica, por volta do ano 470. Conta-nos a história que, quando menino, ele ouviu a profecia de que seria um bispo. Eleutério ao corresponder com o chamado vocacional entrou para a formação que o encaminhou ao sacerdócio e mais tarde a ordenação episcopal, ou seja, foi escolhido pelo Espírito Santo e feito bispo na Igreja e para a Igreja Católica.
Eleito como primeiro bispo de Tournai, Santo Eleutério tornou-se um grande desbravador da fé, que deu o seu sangue por amor ao rebanho. Pela Igreja de Cristo naquela região, Eleutério trabalhou arduamente para organizar a construção de igrejas, o arrebanhar vocações, formar o clero… enfim, todo o necessário para lidar com a recém-nascida diocese.
Grande pacificador, Santo Eleutério conviveu em meio a grandes conflitos, por isso, ao lidar com um povo de índole guerreira, teve de se empenhar em Deus para fazer penetrar a Paz de Cristo em tantos corações. Era o tempo também das conversões em massa, onde um rei, ao decidir mudar de vida e seguir Jesus, acabava atraindo toda uma nação. Neste sentido, o santo de hoje entrava em ação com uma sólida evangelizando, a fim de que o Evangelho tornasse um estilo de vida para o povo.
Zeloso, perseverante e homem de oração, combateu as heresias (doutrinas mentirosas) e batalhou com Jesus para o resgate de muitas almas pagãs. Santo Eleutério consumiu-se no apostolado e, no fim da vida entregou-se nos braços do Senhor no martírio, em 532.
Santo Eleutério, rogai por nós!
Cléofas 

A lição de um girassol

4792868258_44683248e4_bTudo vem a tempo para quem sabe esperar!
Deus pode falar e se revelar a nós de diversas maneiras; através de sua Palavra, de pessoas, dos livros, das situações da vida, da natureza e de tantas outras formas. Você pode olhar a sua volta e ver que em tudo há um toque de Deus. Seja na palavra doce de um amigo que lhe fala, no olhar puro de uma criança a brincar, nas surpresas que acontecem em sua vida e mesmo na beleza da natureza. Alguém já disse que “Deus não fala, mas tudo fala de Deus”; ou seja, você pode não ouvir “fisicamente” Deus falando, mas Ele fala, e fala sempre. Por isso, é importante que estejamos atentos aos detalhes. Se em nossa vida, não aprendermos a parar ao menos um pouquinho, correremos o risco de não O percebermos.
“Nossa vida é um presente de Deus e o que fazemos dela é o nosso presente a Ele”, assim nos ensinou São João Bosco. Deus nos deu um dia com 24h, para bem vivermos. Todo amanhecer é um presente de Deus para nós. “Cada manhã ele se manifesta, e grande é sua fidelidade” (Lam 3,23). E o que temos feito com esses dias? Será que não estamos tentando viver 36h em 24h? Será que temos respeitado o nosso tempo e o tempo de Deus?
Essas são algumas perguntas das quais deveríamos sempre nos fazer. Hoje em dia corremos tanto, fazemos tantas coisas, que parece nos faltar tempo para perceber Deus falando conosco. E não podemos deixar que isso aconteça. Muitas vezes, será necessário PARAR e ESPERAR. A própria Palavra nos revela em Ecl 3,1: “Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus”. E nem sempre esse momento é hora que queremos, mas a hora de Deus. E esta é uma lição que aprendi com os girassóis…
Os Girassóis são também conhecidos como “Flores da Alegria” e costuma-se dizer que quem vê um Girassol imediatamente abre um largo sorriso diante da beleza da flor. Pois é! Como é gostoso olhar para uma flor de girassol.
O girassol acompanha o Sol durante do dia, porque ele é a sua imagem: grande, forte, suas pétalas são como os raios do Sol. Pois bem, nos lembram de Jesus, o Sol “que traz a salvação em seus raios” (Malaquias 3, 20). Como disse Habacuc: “Seu esplendor é deslumbrante como a luz, das suas mãos brotam raios; ali está o véu de seu poder” (Hab 3, 4).
Mas, para que uma planta nasça, cresça e dê flor, leva tempo. A natureza não tem pressa, cresce devagar e no silêncio. Tudo que é feito às pressas sai imperfeito.
É preciso escolher bem as sementes, cavar um buraco, e começar a cuidar delas, sem mesmo vê-las.100_msgs_menor
Passado um tempo começam a aparecer as pequeninas e frágeis folhas, que à princípio parecem até ervas daninhas. Mas é incrível que, com o cuidado, e com paciência, dia após dia, as folhas e o caule vão crescendo, crescendo, crescendo…, ficam robustos e muito lentamente nasce um pequenino botão, que ali fica esperando sua hora de abrir. Até o belo dia em que a flor se abre.
Assim também são as coisas de Deus. Assim também é o tempo de Deus. Quantas vezes fazemos um pedido a Ele, e acabamos desistindo porque achamos que nada acontece, que não fomos ouvidos? Quantas vezes, abandonamos nossa vida de oração, pois achamos que não sentimos mais a Deus como antes, não o ouvimos mais?
Bem, para tudo há o seu tempo e seu momento, Ele sabe o porquê. O nosso Deus é o Senhor do tempo. Mas se não aprendermos a parar, a esperar a semente germinar, a planta crescer e aparecer o pequeno botão, também não veremos a flor do girassol se abrir, e não perceberemos as muitas declarações de amor que Deus nos faz todos dias.
Gabriela Julio

Quaresma, tempo de voltar para Deus

quaresma23O momento favorável é agora! Será que amanhã estaremos aqui? Sabemos que a morte encerra o nosso tempo de se arrepender dos pecados e encontrar Deus, para viver com ele. Não deixemos para depois.
A quaresma é um tempo em que Jesus nos convida a ir para o “deserto” com Ele, não o deserto de areia, mas o deserto do nosso coração, onde Deus habita desde o nosso batismo, mas que tantas vezes esquecemos. Esses quarenta dias tem um significado grande na Bíblia; significa “um tempo de prova” antes de uma grande “vitória”.
Assim, vemos Noé que passa 40 dias na barca com toda a criação para depois sair dali para uma vida nova, salvando a humanidade (Gn 8,6). Moisés permaneceu quarenta dias no monte Sinai (Ex 24,18) antes de dar ao povo as Tábuas da Lei e a Aliança com Deus. O povo de Deus caminhou quarenta anos no deserto antes de chegar com Josué `a Terra Prometida (Js 5,6); por quarenta anos Golias desafiou Israel até que Davi o vencesse (1Sm 17,16); Elias, fugindo da morte, caminhou durante quarenta dias ate´ chegar ao Horeb, na montanha onde Deus se mostrou a ele numa brisa suave (1Rs 19,8-12); quarenta dias foi o prazo que Jonas marcou para Nínive ser destruída, mas se converteu (Jn 3,4); etc. Jesus passa quarenta dias no deserto antes de vencer Satanás e começar a Sua missão de evangelização.
Depois de quarenta dias de luta vem uma grande vitória. Assim deve ser hoje a nossa Quaresma, quarenta dias de luta para conquistar a grande vitória de “voltar para Deus”. Não há felicidade maior do que estar com Deus, amar a Deus e servir a Deus. Santo Agostinho disse que: “Um homem sem Deus, é um peregrino sem meta, um questionado sem resposta, um lutador sem vitória, um moribundo sem nova vida”. “Quem ama a Deus nunca envelhece. Leva em si Aquele que é mais jovem que todos os outros”. “Eu não seria nada, meu Deus, absolutamente nada, se não estivesses em mim”. “O maior castigo do homem é não amar a Deus.”
Deus é tudo para nós: quando temos fome, é pão; quando temos sede, é água; quando estamos no escuro, é luz. Deus não nos abandona a não ser que nós O abandonemos primeiro. Quem não tem Deus na sua vida não se contenta com nada, está sempre insatisfeito. Deus colocou uma sede infinita de felicidade em nosso coração que só pode ser saciada por Ele mesmo, e por nada mais.
São Tomás de Aquino disse que “quanto mais o homem se afasta de Deus, mas se aproxima do nada”. Tanto maispara_estar_menor é infeliz e sofredor, ainda que tenha todas as riquezas, prazeres e glórias terrenas. Santo Agostinho nos faz um alerta: “Declaraste guerra a Deus? Tem cuidado. Quantas mais e maiores pedras lances ao céu, mais e maiores serão as feridas que te causarão ao cair”.
Mas, o que nos afasta de Deus? Só uma coisa, o pecado. Por isso Jesus nos convida à conversão: “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15).
“Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave que o pecado, e nada tem consequências piores para os próprios pecadores, para a Igreja e para o mundo inteiro”, diz o Catecismo (n. 1489). “Quem peca fere a honra de Deus e seu amor, sua própria dignidade de homem chamado a ser filho de Deus e a saúde espiritual da Igreja, da qual cada cristão é uma pedra viva (n. 1488).
É por isso que Jesus veio ao mundo e morreu numa cruz, ensanguentado, flagelado, coroado de espinhos e zombado. Só podemos entender o horror que é o pecado olhando o quanto custou para Jesus, o Filho único de Deus, arrancá-lo de nossas almas. Ele não veio ao mundo para outra coisa, a não ser para ser o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). São Pedro disse que “não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado….” (1 Pe 1,18).
A Quaresma é o tempo de voltar para Deus, é o tempo da graça do arrependimento. São Paulo pediu insistentemente: “Em nome de Jesus Cristo, nós vos suplicamos: deixar-vos reconciliar com Deus… Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes a graça de Deus em vão, pois Ele diz: “No momento favorável eu te ouvi, e no dia da salvação eu te socorri. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (2 Cor 6,1-2).
O momento favorável é agora, a Quaresma, o tempo de procurar um padre e fazer uma Confissão bem feita, deixando que o Sangue de Cristo lave as nossas almas. O profeta disse: “Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto” (Isaías 55, 6). Até quando poderemos ter essa oportunidade de encontrar Deus. Será que amanhã estaremos aqui? Sabemos que a morte encerra o nosso tempo de se arrepender dos pecados e encontrar Deus, para viver com ele. Não deixe para depois. Quem deixa as coisas para depois é porque não quer fazer nunca. Deus não pode ser deixado para depois.
Prof. Felipe Aquino

Cléofas 

Quais os símbolos e sinais da Quaresma?



4786_84682536304ad7338a1da4dcafcbba88Entre os principais símbolos, gestos e sinais do período da Quaresma do Brasil estão as cinzas, o pó, a cor litúrgica roxa, a penitência, a confissão, o jejum, a esmola, os ramos e, em nosso país, a Campanha da Fraternidade, organizada pela Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB.

Cléofas 

19 de fev. de 2015

Papa: feliz é o homem que confia em Deus

19/02/2015

Cidade do Vaticano (RV) – Em cada circunstância da vida, o cristão deve escolher Deus: foi o que disse o Papa ao comentar as leituras do dia durante a Missa matutina celebrada na Casa Santa Marta. 
No centro da liturgia e da reflexão de Francisco, está um trecho da Bíblia em que Deus diz a Moisés: “Eis que hoje estou colocando diante de ti a vida e a felicidade, a morte e a infelicidade. Ouves os mandamentos de Javé, teu Deus, que hoje te ordeno, de andar em seus caminhos”.
Servidores dos deuses que não contam
A escolha de Moisés, afirmou Francisco, é aquela que o cristão deve fazer todos os dias. E é uma escolha difícil. “É mais fácil – reconheceu – viver deixando-se levar pela inércia da vida, pelas situações, pelos hábitos.” No fundo, é mais fácil se tornar o servidor de “outros deuses”:
“Escolher entre Deus e os outros deuses, que não têm o poder de nos dar nada, somente pequenas coisas que passam. E não é fácil escolher, nós temos sempre este hábito de ir onde as pessoas vão, como todos fazem. Como todos. Todos e ninguém. E hoje a Igreja nos diz: ‘Mas, pare! Pare e escolha. É um bom conselho. E hoje nos fará bem parar e, durante o dia, pensar um pouco: como é o meu estilo de vida? Por quais caminhos eu ando?”.
E com esta pergunta, prosseguiu Francisco, escavar mais profundamente e perguntar-se também qual é a minha relação com Deus, com Jesus. A relação com os pais, os irmãos, a mulher e o marido, os filhos. E aqui o Papa comenta o Evangelho do dia, quando Jesus explica aos discípulos que um homem “que ganha o mundo inteiro, mas se perde e arruína a si mesmo” não obtém qualquer “vantagem”:
Monumento aos fracassados
“Um caminho errado é o de procurar sempre o próprio sucesso, os próprios bens, sem pensar no Senhor e sem pensar na família. Estas duas questões: como é a minha relação com Deus, e como é a minha relação com a família. Uma pessoa pode ganhar tudo, mas no final, se tornar um fracassado. Fracassar. Aquela vida é uma falência. ‘Fizeram-lhe um monumento, pintaram um quadro para ele...’. Mas fracassou, não soube escolher direito entre a vida e a morte”. 
Não escolhemos sozinhos
Vamos nos perguntar, insiste Papa Francisco, qual é a ‘velocidade da minha vida’, se ‘reflito sobre as coisas que faço’; e peçamos a graça de ter ‘a pequena coragem’ necessária para escolher, cada vez. Pode nos ajudar o ‘conselho tão bonito’ do Salmo 1:
“Feliz é o homem que confia no Senhor”. Quando o Senhor nos dá este conselho ‘Pára decide, decide’, Ele não nos deixa sozinhos. Está conosco e quer nos ajudar. Temos somente que confiar, ter confiança Nele. ‘Feliz o homem que confia no Senhor’. Hoje, quando nós paramos para pensar nestas coisas e tomar decisões, escolher, sabemos que o Senhor está conosco, ao nosso lado para nos ajudar. Nunca nos deixa ir sozinhos, jamais. Está sempre conosco, inclusive no momento das decisões”. 
Fonte: http://br.radiovaticana.va/

3 passagens bíblicas indicadas pelo Papa para meditar na Quaresma

Papa: “esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial”

Deus não é indiferente conosco, conhece o nosso nome e nos cuida, afirmou o Papa Francisco em sua mensagem para a Quaresma 2015, na qual propôs aos fiéis três passagens para refletir e renovar seu encontro com Cristo e assim combater a globalização da indiferença.

Cada um de nós interessa a Deus, “o seu amor impede-Lhe de ficar indiferente perante aquilo que nos acontece. Coisa diversa se passa conosco! Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros (isto, Deus Pai nunca o faz!), não nos interessam os seus problemas, nem as tribulações e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração cai na indiferença”, assinalou o Papa.
Entretanto, advertiu que “esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial” e é também uma tentação para os cristãos.
Por isso, propôs aos fiéis três passagens para refletir, renovar o encontro com Deus e assim não ser indiferentes:

1. “Se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros” – A Igreja.

Nesta passagem, Francisco explica que com o seu ensinamento e testemunho, a Igreja oferece “o amor de Deus, que rompe esta reclusão mortal em nós mesmos que é a indiferença”. Entretanto, ninguém pode testemunhar o que antes não experimentou, como ocorreu na Quinta-feira Santa, quando Pedro compreende que o serviço de lavar os pés uns aos outros “só o pode fazer quem, primeiro, se deixou lavar os pés por Cristo. Só essa pessoa ‘tem a haver com Ele’, podendo assim servir o homem”.
“A Quaresma é um tempo propício para nos deixarmos servir por Cristo e, deste modo, tornarmo-nos como Ele”, afirmou Francisco. “Verifica-se isto quando ouvimos a Palavra de Deus e recebemos os sacramentos, nomeadamente a Eucaristia. Nesta, tornamo-nos naquilo que recebemos: o corpo de Cristo. Neste corpo, não encontra lugar a tal indiferença”, acrescentou.
Nesse sentido, recordou que a Igreja é “communio sanctorum, não só porque, nela, tomam parte os Santos mas também porque é comunhão de coisas santas”, “aquilo que cada um possui, não o reserva só para si, mas tudo é para todos”. “E, dado que estamos interligados em Deus, podemos fazer algo mesmo pelos que estão longe”, afirmou.

2. “Onde está o teu irmão?” – As paróquias e as comunidades.

O Papa pede levar para a vida das paróquias e comunidades tudo o que se disse para a Igreja universal. “Nestas realidades eclesiais, consegue-se porventura experimentar que fazemos parte de um único corpo? Um corpo que, simultaneamente, recebe e partilha aquilo que Deus nos quer dar? Um corpo que conhece e cuida dos seus membros mais frágeis, pobres e pequeninos? Ou refugiamo-nos num amor universal pronto a comprometer-se lá longe no mundo, mas que esquece o Lázaro sentado à sua porta fechada”, perguntou.
Por isso, Francisco pediu unir-se na oração com a Igreja no céu, junto com os santos “que encontraram a sua plenitude em Deus” e que graças à morte e ressurreição de Jesus “venceram definitivamente a indiferença, a dureza de coração e o ódio”. “Enquanto esta vitória do amor não impregnar todo o mundo, os Santos caminham conosco, que ainda somos peregrinos”, afirmou.
Por outra parte, recordou, “cada comunidade cristã é chamada a atravessar o limiar que a põe em relação com a sociedade circundante, com os pobres e com os incrédulos. A Igreja é, por sua natureza, missionária, não fechada em si mesma, mas enviada a todos os homens”.
“Amados irmãos e irmãs, como desejo que os lugares onde a Igreja se manifesta, particularmente as nossas paróquias e as nossas comunidades, se tornem ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença!”, expressou.

3. “Fortalecei os vossos corações” – Cada um dos fiéis.

Francisco alertou que “como indivíduos temos a tentação da indiferença”. “Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento humano, sentindo ao mesmo tempo toda a nossa incapacidade de intervir. Que fazer para não nos deixarmos absorver por esta espiral de terror e impotência?”.
Indicou que em primeiro lugar podemos rezar na comunhão da Igreja terrena e celeste. “Não subestimemos a força da oração de muitos! A iniciativa 24 horas para o Senhor, que espero se celebre em toda a Igreja – mesmo a nível diocesano – nos dias 13 e 14 de Março, pretende dar expressão a esta necessidade da oração”, afirmou.
Em segundo lugar convidou a “levar ajuda, com gestos de caridade” para as pessoas que vivem próximas de nós assim como para quem está longe. “A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da nossa participação na humanidade que temos em comum”, indicou.
“E, em terceiro lugar, o sofrimento do próximo constitui um apelo à conversão, porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos”, assinalou.
Francisco indicou que “ter um coração misericordioso não significa ter um coração débil. Quem quer ser misericordioso precisa de um coração forte, firme, fechado ao tentador mas aberto a Deus”.
“Um coração que se deixe impregnar pelo Espírito e levar pelos caminhos do amor que conduzem aos irmãos e irmãs; no fundo, um coração pobre, isto é, que conhece as suas limitações e se gasta pelo outro”, acrescentou.
Finalmente, convidou a orar “Fac cor nostrum secundum cor tuum”: “Fazei o nosso coração semelhante ao vosso” (Súplica das Ladainhas ao Sagrado Coração de Jesus), para ter “assim um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso, que não se deixa fechar em si mesmo nem cai na vertigem da globalização da indiferença”.
Por ACI

18 de fev. de 2015

Como viver bem o tempo da Quaresma

PensamentoNeste tempo especial de graças que é a Quaresma devemos aproveitar ao máximo para fazermos uma renovação espiritual em nossa vida. O Apóstolo São Paulo insistia: “Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!” (2 Cor 5, 20);  “exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação.” (2 Cor 6, 1-2).
Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. Daí surgiu a Quaresma.
Na Quarta-Feira de Cinzas, quando ela começa, os sacerdotes colocam um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis na Missa. O sentido deste gesto é de lembrar que um dia a vida termina neste mundo, “voltamos ao pó” que as cinzas lembram. Por causa do pecado, Deus disse a Adão: “És pó, e ao pó tu hás de tornar”. (Gênesis 2, 19)
Este sacramental da Igreja lembra-nos que estamos de passagem por este mundo, e que a vida de verdade, sem fim, começa depois da morte; e que, portanto, devemos viver em função disso. As cinzas nos lembram que após a morte prestaremos  contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens, etc.
Esses quarenta dias, devem ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola (caridade), práticas que a Igreja chama de “remédios contra o pecado”. É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a vida dos santos, viver um pouco de mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos,  a TV, alguma diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as fraquezas da carne.
Sabemos como devemos viver, mas não temos força espiritual para isso. A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim.
Quaresma é um tempo de “rever a vida” e abandonar o pecado (orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, pornografia, sexismo, gula, ira, inveja, preguiça, mentira, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: “Vigiai e orai, porque o espírito é forte mas a carne é fraca”.
Embora este seja um tempo de oração e penitência mais profundas, não deve ser um tempo de tristeza, ao contrário, pois a alma fica mais leve e feliz. O prazer é satisfação do corpo, mas a alegria é a satisfação da alma.
Santo Agostinho dizia que “o pecador não suporta nem a si mesmo”, e que “os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria”. A verdadeira alegria brota no bojo da virtude, da graça; então, a Quaresma nos traz um tempo de paz, alegria e felicidade, porque chegamos mais perto de Deus.
Para isso podemos fazer uma Confissão bem feita; o meio mais eficaz para se livrar do pecado. Jesus instituiu a Confissão em sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da Ressurreição (Jo 20,22) dizendo-lhes: “a quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados”. Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência.
Jesus quis que nos confessemos com o Sacerdote da Igreja, seu ministro, porque ele também é fraco e humano, e pode nos compreender, orientar e perdoar pela autoridade de Deus. Especialmente aqueles que há muito não se confessam, têm na Quaresma uma graça especial de Deus para se aproximar do Confessor e entregar  a Cristo nele representado, as suas misérias.
Uma prática muito salutar que a Igreja nos recomenda  durante a Quaresma, uma vez por semana, é fazer o exercício da Via Sacra, na igreja, recordando e meditando a Paixão de Cristo e todo o seu sofrimento para nos salvar. Isto aumenta em nós o amor a Jesus e aos outros.
Não podemos esquecer também que a Santa Missa é a prática de piedade mais importante da fé católica, e que dela devemos participar, se possível, todos os dias da Quaresma. Na Missa estamos diante do Calvário, o mesmo e único Calvário. Sim, não é a repetição do Calvário, nem apenas a sua “lembrança”, mas a sua “presentificação”; é a atualização do Sacrifício único de Jesus. A Igreja nos lembra que todas as vezes que participamos bem da Missa, “torna-se presente a nossa redenção”.
Assim podemos viver bem a Quaresma e participar bem da Páscoa do Senhor, enriquecendo a nossa alma com as suas graças extraordinárias; podendo assim ser melhor e viver melhor.
____________________
Prof Felipe Aquino
Cléofas 

"A Igreja deve ser atuante e sem medo", afirma dom Leonardo Steiner na abertura da CF 2015

18/02/15


“Por ser Igreja, todo batizado é povo de Deus, está ali no meio da sociedade, no meio de todas as pessoas, ajudando na transformação, pessoas que levam os valores do Evangelho, levam os valores do Reino", disse o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, durante a abertura da Campanha da Fraternidade 2015, ocorrida hoje, 18, na sede da instituição, em Brasília.  Na ocasião, foi lida a mensagem do papa Francisco à Igreja no Brasil por ocasião da CF 2015 e da Quaresma. Francisco faz uma reflexão sobre o tema da Campanha, “Fraternidade: Igreja e sociedade”, e o lema, “Eu vim para servir".
 Em sua fala, dom Leonardo Steiner recordou que a CF 2015 resgata dois importantes documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II, encerrado há 50 anos: a Constituição Dogmática Lumen Gentium e a Constituição Pastoral Gaudium et Spes. 
Outro aspecto ressaltado por dom Leonardo a respeito dos objetivos da CF 2015 é a postura da Igreja e dos cristãos na sociedade como “presença viva de Jesus”. Ele desejou que a iniciativa da CNBB ajude o povo brasileiro a ser uma “Igreja atuante e sem medo, que dá o rosto, dá os valores, o que tem de melhor”.
O secretário geral da CNBB pediu, ainda, aos cristãos "atuantes e desejosos de transformação" para se engajarem na Campanha pela Reforma Política e Democrática. Informou que alguns bispos assumiram como ação concreta da CF 2015 o recolhimento de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas. 
Na linha da promoção da pessoa, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, recorreu ao tema para afirmar que o Estado deve estar à serviço da sociedade, contribuindo para a “emancipação das pessoas”, a fim de que sejam “sujeitos de suas próprias vidas e histórias”. Ao lembrar uma passagem do Evangelho de São Lucas, em que Jesus exorta os discípulos para que o que governa “seja como o servo”, o ministro apresenta uma dimensão da política. “Estas palavras de Jesus nos colocam em face das relações  humanas e, por conseguinte, da política. Aqui a política emerge como serviço às pessoas, à sociedade, especialmente aos mais pobres, lembrando sempre a opção preferencial que a Igreja fez pelos pobres”, ressaltou.
Com desejos de uma campanha “frutífera, profética e de muito anúncio e promoção do diálogo e da Paz”, a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), pastora Romi Bencke, afirmou que a temática proposta desafia as igrejas a adotarem uma “ética global de responsabilidades” que fortaleça os direitos dos povos, privilegie a solidariedade internacional e supere os egoísmos confessionais e nacionais. “Liberdade, direito, razão e dignidade humana fazem parte do nosso papel missionário e o tema deste ano nos ajuda a refletir sobre esse nosso papel enquanto igrejas e religiões”, disse.
O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícios Furtado Coelho, destacou o refrão do hino da CF 2015. “A luta por dignidade, por justiça e por igualdade é o elo que deve nos unir”, disse. Para ele a igualdade não se dá apenas no tratamento formalmente igualitário de todos perante a lei, “mas por uma igualdade concreta, que se visualiza na proteção do mais necessitado, no acolhimento do mais pobre, que são medidas necessárias e urgentes para que possamos ter uma igualdade real, uma igualdade de fato”.
O advogado também falou sobre a iniciativa pela Reforma Política Democrática. “Esta coalizão, integrada por quase 100 entidades da sociedade, parte do pressuposto de que a reforma política passa, necessariamente, por mudanças nas regras eleitorais, sobretudo no tocante ao seu financiamento, por melhoria na representação do povo nos postos políticos, pelo fortalecimento da democracia participativa, por meio dos preceitos constitucionais do plebiscito, referendo e projeto de lei de iniciativa popular”, informou.
Mensagem do papa
Em mensagem enviada à Igreja no Brasil, o papa Francisco recordou a Constituição Lumen Gentium e afirmou que a Igreja, enquanto “‘comunidade congregada por aqueles que, crendo, voltam o seu olhar a Jesus, autor da salvação e princípio da unidade’, não pode ser indiferente às necessidades daqueles que estão ao seu redor”. Num recorte da Gaudium et Spes, salientou que “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”.
No período da Quaresma, o papa Francisco propôs um exame de consciência para que, a partir de sua Doutrina Social, a Igreja realize suas tarefas prioritárias “que contribuem para a dignificação do ser humano e a trabalhar junto com os demais cidadãos e instituições para o bem do ser humano”. Francisco também destacou a necessidade do envolvimento de todos os cristãos. “É preciso ajudar aqueles que são mais pobres e necessitados. Lembremo-nos que cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integra-se plenamente na sociedade, isto supõe estar atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-los”, escreveu.

Fonte: CNBB

Por que uma Quarta-feira de Cinzas?

Cinzas-2A Quarta-feira de cinzas é o primeiro dia a Quaresma no calendário cristão ocidental. Ela acontece sempre quarenta e quatro dias antes da Páscoa. Essa data pode ocorrer desde o começo de fevereiro até a segunda semana de março, pois a data da Páscoa é móvel. Esse primeiro dia do período de preparação pascal inicia-se com o rito da imposição das cinzas sobre a cabeça dos fiéis nas igrejas, como uma marca indicativa de um tempo de penitência e conversão. Os católicos são convidados a reconhecer com humildade seu estado de mortalidade e a revisar sua vida perante os valores perenes do Reino de Deus. A palavra de ordem dessas manifestações é: convertei-vos e crede no Evangelho (Mc 1,15).
Fonte: Cléofas 

REFLEXÃO DA QUANTA FEIRA DE CINZAS

18/02/2015 

Liturgia das Cinzas 
Joel 2,12-18;
 Salmo 50 ;
 2 Coríntios 5,20-6,2 
; Mateus 6,1-6.16-18.



"Reconciliai-vos com Deus. É agora o momento favorável".


 Irmãos com estas palavras de São Paulo a comunidade de Coríntios  iniciou a  reflexão da quanta-feira de cinzas. Hoje a Mãe Igreja em sua liturgia chama aos fiéis a conversão. Hoje com o rito da imposição das cinzas,reconhecemos- nos pecadores, e nos colocamos diante do perdão de Deus.A uma profunda relação entre o jejum e a oração. Na oração, nos colocamos para escutar a  Deus, e o jejum favorece esta abertura do nosso coração. Hoje a primeira leitura é  do livro de Joel:"Rasgai o coração e não as vestes! Voltai para Deus,Ele é  piedade e compaixão. Deus,meus irmãos é  um Deus de Misericórdia.Somos hoje chamados a voltamos para o nosso Deus,mas para isso é  necessário deixamos as coisas exteriores que nos desvia de Deus. Hoje recebemos  a imposição das cinzas.Devemos meus irmãos lembra que somos pó, e ao pó iremos volta.Hoje devemos analisar a nossa  realidade, o nosso cotidiano, e ver o  que é  necessário, abandonar,  para podermos volta para Deus.Devemos fazer o exercício espiritual de a  cada dia morremos para nós mesmos,a fim de renascemos para a vida em  Deus. Santo início de quaresma Amém!

 (Leandro)

Audiência: entre irmãos se aprende a convivência humana

18/02/2015


Cidade do Vaticano (RV) – Os irmãos foram o tema da Audiência Geral desta quarta-feira, realizada na Praça S. Pedro, com a participação de milhares de fiéis e peregrinos.
Prosseguindo o ciclo de catequeses sobre a família, Francisco recordou que “irmão” e “irmã” são palavras que o Cristianismo ama muito, já que o laço fraterno tem um lugar especial na história do povo de Deus. Jesus levou à plenitude esta experiência humana de ser irmãos e irmãs, assumindo-a no amor trinitário e potenciando-a para ir além dos elos de parentela.
Brigas por herança
Quando a relação fraterna se desgasta, disse o Papa, abre o caminho a experiências dolorosas de conflito, de traição e de ódio. A narração bíblica de Caim e Abel é um exemplo deste êxito negativo. Depois da morte de Abel, Deus pergunta a Caim onde está o seu irmão – uma pergunta que continua a se repetir em todas as gerações, com a dramática resposta: “não sei, acaso sou guarda de meu irmão?”.
“Que triste quando os irmãos brigam por pequenas coisas, ou por uma herança e não se falam mais, não se saúdam mais. Isso é triste. A fraternidade é algo grande, pensar que todos os irmãos habitaram o ventre da mesma mãe durante nove meses, são a carne da mãe!, disse o Pontífice, pedindo orações por aquelas famílias que estão divididas."Entre irmãos se aprende a convivência humana", recordou.
Fraternidade irradiada
Para Francisco, o elo de fraternidade que se forma na família entre os filhos é a grande escola de liberdade e de paz. Nem sempre se pensa nisto, mas é precisamente a família que introduz a fraternidade no mundo: partindo desta primeira experiência, o estilo da fraternidade se irradia como uma promessa para toda a sociedade e para as relações entre os povos.
“Pensem quanto é grande a ligação entre os homens, até muito diferentes entre si, quando um chega a dizer de outro: ‘Para mim, é como um irmão ou uma irmã!’ A bênção que Deus, em Jesus Cristo, conferiu a este laço da fraternidade, dilatou-o de forma inimaginável, fazendo-o capaz de ultrapassar toda e qualquer diferença de nação, língua, cultura e até religião. Sem a fraternidade, advertiu o Papa, a liberdade e a igualdade podem se transformar em individualismo e conformismo.
E como acontece na família onde todos os cuidados vão para os mais pequeninos ou doentes, assim na sociedade devem nos sensibilizar os mais frágeis e os mais pobres, seguindo a palavra e o exemplo de Jesus quando nos diz que são nossos irmãos. “Este é o princípio do amor de Deus e de toda a justiça entre os homens”, afirmou o Papa, pedindo um momento de silêncio para pensar nos nossos irmãos e irmãs, rezando por eles.
“Hoje, mais do que nunca, é necessário restabelecer a fraternidade no centro da nossa sociedade tecnocrática e burocrática Por isso, não privemos as nossas famílias da beleza de uma ampla experiência fraterna de filhos e filhas”, finalizou.
Fonte : http://br.radiovaticana.va/

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...