7 de fev. de 2015

7/2 – São Ricardo

Nasceu na Inglaterra, no século VII e teve três filhos que também foram reconhecidos pela Igreja como santos. Ao descobrir a sua vocação para a vida matrimonial, quis ser santo, mas também quis que seus filhos o fossem, formando uma família santa para Deus. Ele fez, diariamente, a sua opção, porque a santidade passa pela adesão da nossa liberdade. Somos livres, somos todos chamados a canalizar a nossa liberdade para Deus, o autor da verdadeira liberdade. O santo inglês quis fazer uma peregrinação juntamente com os seus filhos chamados Winebaldo, Wilibaldo e Walberga. Mas, ao saírem da Inglaterra rumo à Terra Santa, passaram por Luca, norte da África, onde São Ricardo adoeceu gravemente e faleceu no ano de 722. Para os filhos, ficou o testemunho, a alegria do pai, a doação, o homem que em tudo buscou a santidade; não apenas para si, mas para os outros e para seus filhos.
São Bonifácio, parente muito próximo, convocou os filhos de São Ricardo para a evangelização na Germânia. Que linda contribuição! Walberga tornou-se abadessa; Wilibaldo, Bispo e Winebaldo fundou um mosteiro. Todos eles, como o pai, viveram a santidade. São Ricardo foi santo no seu tempo. De família nobre, viveu uma nobreza interior, que precisa ser a de todos os cristãos; aquela que muitos podem nem perceber, mas que Deus está vendo. Os frutos mais próximos que podemos perceber na vida desse santo são seus filhos que, assim como o pai, também foram santos. Ele quis ser santo e batalhou para sê-lo como Nosso Senhor Jesus Cristo foi, é e continuará sendo.

Cléofas 

As dez pragas do Egito

egitoAs dez pragas do Egito (Êx 7,14-12, 36)
Por volta de 1250 a.C. estava o povo de Israel cativo no Egito e sujeito a duros trabalhos forçados. Atendendo ao clamor dos infelizes escravizados, o Senhor decretou libertá-los, por meio de Moisés, chefe do povo, enviado à presença do Faraó, para intimar o monarca, em nome de Deus, a libertar os israelitas. Mas o Faraó não se rendeu ao pedido; por isto, o Senhor houve por bem demonstrar-lhe o seu poder, desencadeando dez pragas sobre o Egito, das quais somente a décima conseguiu dobrar a dureza de coração do rei. Eis a lista dos flagelos assim ocasionados:
1. Conversão das águas do rio Nilo em sangue envenenado: Êx 7,17-25.
2. Invasão de rãs nos rios e nas casas do Egito: 7,26-8, 11.
3. Onda de mosquitos: 8,12-15.
4. Sanha de moscas venenosas ou de vespas: 8,l6-28.cole_o-cd_s---curso-b_blico
5. Peste sobre o gado: 9,1-7.
6. Tumores e pústulas nos homens e no bestiame: 9,8-12.
7. Geada: 9,13-35.
8. Invasão de gafanhotos: 10,1-20.
9. Trevas sobre o país: 10,21-27.
10. A morte dos primogênitos dos egípcios: 12,29s.
O Autor Sagrado mostra que essas pragas foram uma intervenção explícita do Senhor. Mas segundo os exegetas, a imaginação humana, no decorrer dos séculos parece ter exagerado a índole extraordinária dos acontecimentos.
Os estudos mostram que as pragas do Egito foram flagelos que acontecem naquele país por fatores naturais e por causa de circunstâncias particulares, os quais seriam longos para serem explicados aqui. Essas pragas foram pois milagres, não tanto em si mesmos, mas pelo modo como se verificaram: tiveram origem, sim, por ordem de cpa_ciencia_e_fe_harmoniaMoisés, no momento predito por ele, e cessaram por ordem dele; desenvolveram-se com força fora do comum, poupando, porém, a região de Gessen, onde estavam os israelitas (cf. 8,18; 9,6s.26).
Como já dissemos, Deus, sem graves razões, não viola às leis da natureza; procura, antes, servir-se do curso habitual da natureza para realizar os seus maravilhosos desígnios.
A persistência do Faraó em não atender o pedido de Moisés, apesar das pragas, insinua que o monarca não se impressionou pelas nove primeiras pragas; porque estas não lhe pareciam fenômenos até então muito extraordinários. Veja que os seus magos também faziam alguns efeitos extraordinários.
Retirado do livro: “Ciência e Fé em Harmonia”

Como tratar as lepras de nossa alma?

Somente quem se propõe a cuidar das pessoas com misericórdia consegue cicatrizar as feridas expostas
Desfigurado e peregrinando quase sem vida, um leproso encontrou-se com o Senhor. Com certeza, já havia ouvido algo sobre as curas que Jesus realizava. Diante dele, encontrava-se, agora, a possibilidade de ter sua vida transformada. Aproximou-se do Senhor e Lhe disse: “Senhor, se quiseres pode purificar-me”. Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe e disse: “Quero, fica limpo”. (cf. Mt 8,1-4).
Como trabalhar as lepras da alma -  940x500
O milagre aconteceu, a lepra foi banida da vida daquele que antes caminhava sem rumo nem direção. Em Jesus, aquele homem encontrou não somente a cura para a sua enfermidade, mas teve a sua dignidade de pessoa humana resgatada. Lembremos que, naquele tempo, um leproso era excluído do convívio social e religioso. Segundo a concepção da época, quem tinha lepra carregava a condenação pela punição de um pecado grave que havia cometido. Excluído da presença de Deus pela sociedade religiosa e afastado da comunidade, não lhe restava outra alternativa a não ser mendigar compaixão das pessoas de boa vontade.
Muitos carregam lepras em sua alma. Muitas delas adquiridas por erros, escolhas mal feitas, rótulos impostos pela sociedade, discriminação, feridas espirituais e psicológicas não cicatrizadas.
Jesus, com Sua misericórdia e ternura, aproxima-se de todos nós que carregamos em nossa alma as marcas da lepra ainda não curada. Ele se aproxima de nós, toca-nos com Seu amor e restaura nossa vida. Mesmo sendo impuros, o Senhor deseja nos devolver a vida em plenitude que um dia sonhou para cada um de nós.
Para curar as lepras de nossa alma é necessário que nos reconheçamos enfermos. Não há cura para quem não consegue diagnosticar suas doenças.
Esse é o primeiro passo: dar nome às nossas lepras. Para executar esse passo, é necessário coragem diante daquilo que em nós se encontra enfermo. Não tenhamos medo de olhar nossas mazelas com olhar de misericórdia. Examinemos nossa consciência com a certeza de quem busca iniciar uma vida nova.
O segundo passo é procurarmos o sacramento da confissão. Apresentarmos a Deus, por intermédio de um presbítero, nossas lepras. Rasgar o coração, abrir o livro da vida, deixar Deus olhar nossas feridas abertas e ainda não curadas. Somente com o perdão de Deus derramado como bálsamo em nossas lepras vamos trilhar um caminho de cura. O amor do Pai devolve-nos a dignidade que as lepras do pecado roubaram.
Uma vez diagnosticadas nossas lepras e confessadas nossas enfermidades, precisamos buscar um novo caminho. Somente quem se propõe a cuidar das pessoas com misericórdia consegue cicatrizar as feridas expostas. Deus derrama sobre nós o bálsamo da misericórdia, mas é preciso que cuidemos das feridas diariamente, para que elas não voltem a sangrar.
Somente uma vida de oração, alimentada pela Eucaristia, fortalecida pelo sacramento da confissão e alicerçada pela perseverança será o caminho que curará as lepras de nossa alma. Jesus quer nos curar, no entanto, é preciso que desejemos, do mais profundo do nosso coração, essa cura e busquemos fazer a nossa parte no processo de uma vida nova, agora vivenciada sob a misericórdia e a ternura de Jesus Cristo. Quer ser curado? Comece hoje mesmo a fazer a sua parte e busque em Cristo uma vida em plenitude.

Por Flávio Sobreiro 
Canção Nova 

6 de fev. de 2015

Papa: Não há lugar no ministério para quem abusa de menores

06/02/2015

O Papa Francisco enviou uma Carta aos Presidentes das Conferências Episcopais e aos Superiores dos Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica sobre a Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores. Frase a fixar do seu texto é que “não há lugar no ministério para aqueles que abusam de menores”. Esta Comissão criada pelo Santo Padre em março de 2014 tem como objetivo oferecer propostas e iniciativas orientadas a melhorar as regras e procedimentos para a proteção de todos menores e dos adultos vulneráveis. A sua primeira reunião plenária tem lugar nesta sexta-feira dia 6, no Vaticano.
Fazer todo o possível para erradicar da Igreja a chaga dos abusos
Na sua Carta, o Papa Francisco recorda o encontro emocionante, em julho do ano passado, com algumas pessoas que sofreram abusos sexuais por parte de sacerdotes: ali pôde experimentar pessoalmente “a intensidade de seus sofrimentos” e “a solidez da sua fé”. O Santo Padre refere que, após estes encontros, sentiu-se ainda mais convicto da necessidade de fazer todo o possível para erradicar da Igreja a chaga dos abusos sexuais contra menores.
A Igreja não poupa esforços para tutelar os menores
Neste contexto, o Papa acredita que “a Comissão poder ser um novo, válido e eficaz instrumento” para ajudar a “animar e promover o compromisso de toda a Igreja” “a implementar as ações necessárias para garantir a proteção dos menores e adultos vulneráveis e dar respostas de justiça e de misericórdia”. “As famílias – afirma ainda o Papa - devem saber que a Igreja não poupa esforços para tutelar os seus filhos e que têm o direito de dirigir-se a ela com toda a confiança, porque é uma casa segura. Não poderá, portanto, ser dada prioridade a outro tipo de considerações, de qualquer natureza que sejam, como por exemplo o desejo de evitar o escândalo, “pois não há absolutamente lugar no ministério para aqueles que abusam de menores”.
Verificação periódica da atuação das normas
É necessário também “vigiar com atenção - sublinha o Papa – para  que se dê plena atuação à Carta circular emitida pela Congregação para a Doutrina da Fé, em 3 de maio de 2011, para ajudar as Conferências Episcopais na preparação das orientações para o tratamento de casos de abuso sexual contra menores por parte de clérigos. É importante que as Conferências Episcopais possuam um instrumento para a revisão periódica das normas, bem como para a verificação do seu cumprimento. Ao bispo diocesano e aos superiores maiores cabe a responsabilidade de verificar que nas paróquias e nas outras instituições da Igreja seja garantida a segurança dos menores e dos adultos vulneráveis”.
Disponíveis ao encontro com as vítimas
Além disso, as Diocese e os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica “são exortadas a individuar programas de assistência pastoral, que poderão utilizar a contribuição de serviços psicológicos e espirituais. Os Pastores e os responsáveis das comunidades religiosas - é o convite do Papa Francisco – estejam disponíveis para o encontro com as vítimas e seus entes queridos: tratam-se de ocasiões preciosas para ouvir e para pedir perdão àqueles que sofreram muito”.
Plena colaboração
Por todos esses motivos, o Santo Padre pede aos presidentes das Conferências Episcopais e aos superiores dos Institutos de Vida Consagrada “total colaboração e atenção à Comissão para a Tutela dos Menores”. O trabalho da Comissão - explica - inclui “a ajuda aos senhores e às suas Conferências, através do recíproco intercâmbio de “práxis virtuosas” e de programas de educação, formação e instrução no que diz respeito à resposta a ser dada aos abusos sexuais”. (RS/SP)
Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

Papa: são tantos os cristãos vítimas de quem odeia Jesus

06/02/2015

Sexta-feira, 6 de fevereiro, o Papa Francisco na sua homilia em Santa Marta afirmou que existem hoje muitos cristãos que são vítimas de quem odeia Jesus. O Evangelho de S. Marcos conta neste dia a morte de S. João Batista. O Papa Francisco numa sentida meditação afirmou que S. João Batista “jamais traiu a sua vocação” pois estava consciente de que a sua missão era anunciar a vinda do Messias. E por ordem do rei Herodes, João é preso e depois decapitado. Nas palavras do Santo Padre, João termina a sua vida sob a autoridade de um rei medíocre, bêbado e corrupto, pelo capricho de uma bailarina e pelo ódio vingativo de uma adúltera – afirmou o Papa Francisco que confessou comover-se sempre com esta passagem do Evangelho que o faz pensar nos mártires dos nossos dias:
“Primeiro, penso nos nossos mártires, nos mártires dos nossos dias, aqueles homens, mulheres e crianças que são perseguidos, odiados, expulsos das casas, torturados, massacrados. E esta não é uma coisa do passado: hoje isso também acontece. Os nossos mártires, que terminam a sua vida sob a autoridade corrupta de pessoas que odeiam Jesus Cristo. Vai fazer-nos bem pensar nos nossos mártires. Hoje pensemos em Paulo Miki, mas isso aconteceu em 1600. Pensemos naqueles de hoje! De 2015”.
Ao meditar sobre a história de João Batista o Papa Francisco declarou que esta o faz pensar em si próprio:
“Também eu vou acabar. Todos nós acabaremos. Ninguém tem a vida ‘comprada’. Também nós, querendo ou não, caminhamos na estrada da aniquilação existencial da vida, e isso, pelo menos para mim, faz-me rezar para que esta aniquilação se pareça o mais possível com a de Jesus Cristo, com a sua aniquilação”. (RS)
Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

Scholas: encontro com Papa Francisco em vídeo conferência

06/02/2015

O Papa Francisco encontrou-se na tarde desta quinta-feira com os participantes do IV Encontro Mundial da “Scholas Ocurrentes”. Falou-lhes de pontes para alcançar a harmonia para reconstruir o pacto educativo
Construir pontes e alcançar a harmonia para reconstruir o pacto educativo, Esta a frase que pode resumir o discurso do Papa Francisco na conclusão do IV Encontro Mundial da “Scholas Ocurrentes”. As ‘Scholas’ nasceram em Buenos Aires por iniciativa do então Arcebispo Jorge Bergoglio e são uma rede internacional que une estudantes de todo o mundo à volta de um programa educativo baseado na arte, no desporto e na tecnologia. O objetivo é promover a integração social e a cultura do encontro e da inclusão nas escolas.
O Papa Francisco esteve em vídeo conferência com a América do Norte e do Sul, África e Austrália. Hoje o projeto Scholas une mais de 400 institutos espalhados pelo mundo.
O Santo Padre falando de improviso e em espanhol afirmou que em cada jovem há um tesouro sendo necessário descobri-lo e dá-lo a conhecer para alcançar a harmonia que é a capacidade de entender e dar valor às diferenças. E só assim será possível, sublinhou o Santo Padre, reconstruir o pacto educativo que foi quebrado pela delegação da educação dos jovens que a sociedade e as famílias fizeram nos profissionais da educação.
Para o Papa Francisco o pacto educativo pode-se reconstruir, precisamente através de projetos como aquele da “Scholas Ocurrentes”, apostando nos caminhos da cultura, do desporto e da ciência por forma a edificar pontes.
O Santo Padre acentuou ainda que este pacto educativo deve ser assumido por todos assumindo as tradições históricas de cada país procurando o valor da beleza através da música, da pintura, da escultura e da literatura.
No final do encontro o Papa Francisco falou com os jovens em ligação vídeo, ouvindo os seus testemunhos de vida.(RS)
Fonte. http://pt.radiovaticana.va/

Como começa um processo de Nulidade Matrimonial?

6FCB1D1E56E3B75E035D3564FED1Quem deve tomar a iniciativa?
Se você se encontra numa situação matrimonial que não pode ser reconhecida pela Igreja, porque já houve uma cerimônia de casamento anterior com outra pessoa; ou se rompeu tão definitivamente com seu marido e a sua mulher, que já não exista mais nenhuma chance de verdadeira reconciliação, pense bem se o seu caso não se enquadra em alguma das causas de nulidade descritas no artigo Nulidade de Casamento. Se fosse assim, é do seu interesse conseguir uma declaração da autoridade eclesiástica, que lhe permita reconstruir sua vida em paz com Deus e com a sua consciência. Para isso, existem na Igreja, os tribunais eclesiásticos. Só que ninguém vai tomar o seu lugar. Quem deseja que o tribunal atue deve pedir sua intervenção. O pároco ou algum sacerdote amigo poderão dar um conselho, uma orientação. Mas algumas coisas você vai ter que fazer por si mesmo. Vá, sim, em primeiro lugar, falar com o seu pároco. Mas não desespere se ele achar que o seu caso não terá chances no tribunal. O campo do direito canônico é um campo especializado e nem todos os padres estão atualizados nesta matéria. De um jeito ou do outro, você vai ter de procurar o próprio tribunal eclesiástico.
O que é um tribunal eclesiástico?
Você sabe que, para administrar a justiça, existem no Brasil juízes que atuam no fórum. E que, quando alguém não está de acordo com a sentença do juiz, pode apelar para o Tribunal de Justiça do Estado e, mais tarde, até o Supremo Tribunal Federal. Pois bem, a Igreja católica também tem uma organização própria da justiça. Só que, nas causas de declaração de nulidade do matrimônio, normalmente, o primeiro julgamento já é feito perante um tribunal de três juízes.
Poderiam existir tribunais desse tipo em todas as dioceses, mas no Brasil o número de pessoal especializado ainda não é suficiente para atender a todas.cpa_problemas_casamento
Nas dioceses onde não há tribunal eclesiástico, deve haver uma pessoa encarregada dos assuntos da justiça da Igreja e de encaminhar, quando for o caso, os processos ao tribunal. Essa pessoa se chama “Vigário Judicial”. Por isso, se você mora muito longe de uma cidade que possua um tribunal eclesiástico, não precisa, no primeiro momento, fazer uma viagem até lá. Basta que apresente na cúria diocesana, ou seja, onde funcionam os escritórios do seu bispo. Aí vai encontrar alguém que possa ajudar a apresentar o seu caso.
Posso apresentar meu pedido em qualquer tribunal eclesiástico?
Não, não pode. Você, porém, pode escolher entre o tribunal correspondente ao lugar da celebração de seu casamento ou ao lugar onde atualmente está residindo seu marido ou sua mulher. Além disso, com licença do presidente do último tribunal citado, também poder ser feito o processo perante o tribunal correspondente a sua própria residência. E ainda, obtendo uma licença prévia dos outros tribunais interessados, no lugar onde devem ser recolhidas a maior parte das provas, por exemplo, onde mora a maioria das testemunhas. O seu advogado lhe poderá explicar isto um pouco melhor e encaminhar, se for o caso, os pedidos de licença necessários.
Fonte: HORTAL (S.J.), J. Casamentos que nunca deveriam ter existido, uma solução pastoral. Col. Igreja e Direito. Ed. Loyola: São Paulo, 1987. pp. 29-32.

A lenda do colar

colarLi certa vez uma lenda, que não sei quem escreveu, mas que me fez muito bem. Dizia que um rei tinha dado à sua filha, a princesa, um belo colar de diamantes. Mas o colar foi roubado e as pessoas do reino procuraram por toda a parte sem conseguir encontrá-lo. Alguém havia dito ao rei que seria impossível encontrá-lo, porque um pássaro o teria levado fascinado por seu brilho. O rei, desesperado, então ofereceu uma grande recompensa para quem o encontrasse.
Um dia, um rapaz caminhava de volta para casa ao longo de um lago sujo e mal cheiroso. Enquanto andava, o rapaz viu algo brilhar no lago e quando olhou viu o colar de diamantes. Tentou pegá-lo, pôs sua mão no lago imundo e agarrou o colar, mas não conseguiu segurá-lo, o perdeu. No entanto, o colar continuava lá no mesmo lugar, imóvel. Então, desta vez ele entrou no lago, mesmo sujo, e afundou seu braço inteiro para pegar o colar; mas não conseguiu de novo, o colar escapava-lhe.
Saiu, sentou e pensou de ir embora, sentindo-se deprimido. Mas, de novo ele viu o colar brilhando. Decidiu agora mergulhar no lago, embora fosse sujo. Seu corpo ficou todo sujo, mas ainda assim não conseguiu pegar o colar.
Ficou realmente aturdido e saiu, sentou-se às margens do lago, pensativo… que mistério!
Um velho que passava por ali o viu angustiado, e perguntou-lhe o que estava havendo. O rapaz não quis contar para o velho com medo de perder a recompensa do rei. Mas o velho pediu ao rapaz que lhe contasse qual o problema, e prometeu que não contaria nada para ninguém e não o atrapalharia em nada.
O rapaz, dando o colar por perdido, decidiu contar ao velho. Contou tudo sobre o colar e como ele tentou pegá-lo, mas fracassando. O velho então lhe disse que talvez ele devesse “olhar para cima”, em direção aos galhos da árvore, em vez de olhar para o lago imundo. O rapaz olhou para cima100_msgs_menore, para sua surpresa, o colar estava pendurado no galho de uma árvore. Tinha o tempo todo, tentado capturar um simples reflexo do colar…
A felicidade material é como este colar brilhante no lago deste mundo; pois é um mero reflexo da felicidade verdadeira do mundo espiritual. É melhor “olhar para cima”, em direção a Deus, que é a fonte da felicidade real, do que ficar perseguindo o reflexo desta felicidade no mundo material. A felicidade espiritual é a única coisa que pode nos satisfazer completamente.
Não é o que diz o Salmista?
“O homem passa como uma sombra, é em vão que ele se agita; amontoa sem saber quem recolherá” (Sl 38,7)
Retirado do livro: 100 Mensagens para Alma, Ed.Cléofas.

Papa em Santa Marta: Igreja cuida, cura e liberta em espírito de pobreza

05/02/2015  

Quinta-feira, 5 de fevereiro, na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que a Igreja cuida, cura e liberta em espírito de pobreza, pois se assim não for pode tornar-se numa ONG (organização não governamental). O Santo Padre referiu ainda que não só o Evangelho deve ser anunciado ‘na pobreza’, mas quem o anuncia deve ter como único objetivo aliviar as misérias dos mais pobres, sem esquecer-se que este serviço é obra do Espírito Santo e não das forças humanas.
Curar as feridas
 “Esta é a missão da Igreja; a Igreja que cuida e que cura. Algumas vezes, falei da Igreja como um hospital de campanha: é verdade! Quantos feridos existem, quantos! Quanta gente precisa que as suas feridas sejam curadas! Esta é a missão da Igreja: curar as feridas do coração, abrir portas, libertar, dizer que Deus é bom, que Deus perdoa tudo, que Deus é pai, que Deus é ternura, que Deus espera-nos sempre…”.
Zelo apostólico, não compromisso de ONG
A missão da Igreja pode-se deturpar quando se desvia do essencial – continuou o Papa – quando se esquece da pobreza e do zelo apostólico:
 “É verdade, nós temos que ter ajuda, e criar organizações que ajudem a fazer isso: isso sim, porque o Senhor nos dá os dons para isso. Mas quando esquecemos esta missão, esquecemos a pobreza, esquecemos o zelo apostólico e colocamos a esperança nestes meios, a Igreja lentamente desliza para uma ONG e torna-se numa bela organização: poderosa, mas não evangélica, porque lhe falta aquele espírito, aquela pobreza, aquela força para curar”.
Discípulos "trabalhadores do Reino"
O Papa Francisco ressaltou ainda na sua homilia que os discípulos de Jesus devem fazer o seu trabalho pensando que são apenas servos e concluiu dizendo que o melhor elogio que um apóstolo pode receber é que ele é trabalhador do Reino. (RS)

Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

Papa: Grécia, espírito de solidariedade contra a cultura do pessimismo

05/02/2015

Combater a cultura do pessimismo com a confiança no futuro e testemunhar fraternidade e  solidariedade em todo o País - é a exortação do Papa Francisco no seu discurso entregue aos Bispos da Conferência Episcopal da Grécia, em visita ad Limina.
Contrastar a cultura do pessimismo
Perante a persistente crise econômica e financeira que atingiu duramente a Grécia, a solicitação do Papa Francisco aos bispos gregos foi de "exortar todos a confiar no futuro, contrastando a chamada cultura do pessimismo". A chave está no "espírito de solidariedade" que cada cristão é chamado a testemunhar diariamente e que é "fermento de esperança". É por isso "importante" manter "relações construtivas" com as autoridades gregas e todos os sectores da sociedade, a fim de difundir esta perspectiva de solidariedade, em diálogo e colaboração com os outros países europeus. Uma "comunhão fraterna" por outro lado "é indispensável" - recordou o Papa - tanto para o crescimento da Igreja local, como para o progresso de toda a sociedade.
Sincera hospitalidade para com os migrantes
É, por isso, necessário um "corajoso testemunho de fraternidade" em todo o país que "neste momento mais do que nunca precisa de diálogo entre as suas diferentes componentes políticas e culturais", para o bem comum, em vista à conservação e fortalecimento "das tradições culturais e das raízes cristãs" da sociedade grega. E não só: também para uma "abertura aos valores culturais e espirituais", que os numerosos migrantes que chegam na Grécia trazem consigo", em espírito de sincera hospitalidade para com estes irmãos e irmãs, sem distinção de raça, língua ou credo religioso". O Papa alegrou-se também porque os bispos gregos já estão empenhados nesta actividade pastoral e caritativa,  "sobretudo para com os imigrantes, mesmo irregulares, muitos dos quais são católicos", e os encorajou "para continuarem" com renovado espírito evangelizador, envolvendo nesta obra especialmente os jovens, "o futuro da nação”.
Alimentar caminho ecumênico
As comunidades cristãs, "mostrando-se verdadeiramente unidas entre si" e ao mesmo tempo "abertas ao encontro e ao acolhimento, especialmente para com os mais desfavorecidos", podem assim contribuir na transformação da sociedade "para torná-la mais  conforme ao ideal do Evangelho". Neste mesmo espírito, o Santo Padre exortou os prelados "para continuarem o diálogo interpessoal com os irmãos ortodoxos", para alimentar o "necessário" caminho ecumênico, perspectiva "indispensável" para um futuro de serenidade e de fecundidade espiritual para Grécia.
Clero motivado
Na Igreja da Grécia, para a sua missão de evangelização e promoção humana, é essencial a presença de "um clero generoso e motivado", sublinhou o Papa. Será necessário "incrementar, com meios adequados", a pastoral das vocações, para resolver a questão da insuficiência numérica do clero: neste contexto, o Papa exprimiu afecto e apreço para com os sacerdotes das dioceses da Grécia, muitos dos quais já idosos, "pelo seu zelo apostólico, apesar da limitação dos meios". Em seguida, o convite "para prestar a devida atenção" aos Institutos de vida consagrada, para que continuem, "apesar das muitas dificuldades, a sua missão no país", sobretudo no campo do ensino. Deve-se também "valorizar" o papel dos fiéis leigos, cuja colaboração com a Igreja "é indispensável" para enfrentar os desafios da sociedade, "incrementando a presença dos movimentos e associações eclesiais" em sintonia "com as linhas das Igrejas particulares e bem inseridos nas dioceses e nas paróquias”.
Família enfraquecida, perseverar na formação para o matrimônio
Diante do enfraquecimento da família, "causado também pelo processo de secularização", a Igreja é chamada a "perseverar nos programas de formação ao matrimônio", sem esquecer as novas gerações, nem os idosos: "muitos dos quais hoje se encontram sozinhos ou abandonados – recordou o Papa - porque a cultura do desperdício se está infelizmente difundindo um pouco por todo lado". Mas a participação dos idosos na vida social, continuou o Papa, "é indispensável para o bom caminho de um povo". Em conclusão, o Papa quis recordar que "o reconhecimento jurídico da Igreja Católica pelas autoridades competentes é um evento de grande importância", que ajuda a olhar "com maior serenidade para o futuro”. (BS)
Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

4 de fev. de 2015

Catequese sobre o Sacramento da Confissão

Entenda um pouco mais sobre o sacramento da reconciliação.
1. O QUE É A CONFISSÃO?
Confissão ou Penitência é o Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para que os cristãos possam ser perdoados de seus pecados e receberem a graça santificante. Também é chamado de sacramento da Reconciliação.
 
2. QUEM INSTITUIU O SACRAMENTO DA CONFISSÃO OU PENITÊNCIA?
O sacramento da Penitência foi instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo nos ensina o Evangelho de São João: “Depois dessas palavras (Jesus) soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem vocês perdoarem os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 22-23).
 
 
3. A IGREJA TEM A AUTORIDADE PARA PERDOAR OS PECADOS ATRAVÉS DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA?
Sim, a Igreja tem esta autoridade porque a recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu” (Mt 18,18). 
 
4. POR QUE ME CONFESSAR E PEDIR O PERDÃO PARA UM HOMEM IGUAL A MIM?  
Só Deus perdoa os pecados. O Padre, mesmo sendo um homem sujeito às fraquezas como outros homens, está ali em nome de Deus e da Igreja para absolver os pecados. Ele é o ministro do perdão, isto é, o intermediário ou instrumento do perdão de Deus, como os pais são instrumentos de Deus para transmitir a vida a seus filhos; e como o médico é um instrumento para restituir a saúde física, etc. 
 
5. OS PADRES E BISPOS TAMBÉM SE CONFESSAM?  
Sim, obedientes aos ensinamentos de Cristo e da Igreja, todos os Padres, Bispos e mesmo o Papa se confessam com frequência, conforme o mandamento: “Confessai os vossos pecados uns aos outros” (Tg 5,16 ).
  
6. O QUE É NECESSÁRIO PARA FAZER UMA BOA CONFISSÃO?
Para se fazer uma boa confissão são necessárias 5 condições:
a) um bom e honesto exame de consciência diante de Deus;
b) arrependimento sincero por ter ofendido a Deus e ao próximo;
c) firme propósito diante de Deus de não pecar mais, mudar de vida, se converter;
d) confissão objetiva e clara a um sacerdote;
e) cumprir a penitência que o padre nos indicar.
 
7. COMO DEVE SER A CONFISSÃO?
Diga o tempo transcorrido desde a última confissão. Acuse (diga) seus pecados com clareza, primeiro os mais graves, depois os mais leves. Fale resumidamente, mas sem omitir o necessário. Devemos confessar os nossos pecados e não os dos outros. Porém, se participamos ou facilitamos de alguma forma o pecado alheio, também cometemos um pecado e devemos confessá-lo (por exemplo, se aconselhamos ou facilitamos alguém a praticar um aborto, somos tão culpados como quem cometeu o aborto). 
 
8. O QUE PENSAR DA CONFISSÃO FEITA SEM ARREPENDIMENTO OU SEM PROPÓSITO DE CONVERSÃO, OU SEJA, SÓ PARA “DESCARREGAR” UM POUCO OS PECADOS?
Além de ser uma confissão totalmente sem valor, é uma grave ofensa à Misericórdia Divina. Quem a pratica comete um pecado grave de sacrilégio.
 
9. QUE PECADOS SOMOS OBRIGADOS A CONFESSAR?
Somos obrigados a confessar todos os pecados graves (mortais). Mas é aconselhável também confessar os pecados leves (veniais) para exercitar a virtude da humildade.
  
10. O QUE SÃO PECADOS GRAVES (MORTAIS) E SUAS CONSEQUÊNCIAS?
São ofensas graves a Deus ou ao próximo. Eles apagam a caridade no coração do homem e o desviam de Deus. Quem morre em pecado grave (mortal) sem arrependimento, merece a morte eterna, conforme diz a Escritura: “Há pecado que leva à morte” (1Jo 5,16b).
 
11. O QUE SÃO PECADOS LEVES (ou também chamados de VENIAIS)?
São ofensas leves a Deus e ao próximo. Embora ofendam a Deus, não destroem a amizade entre Ele e o homem. Quem morre em pecado leve não merece a morte eterna. “Toda iniquidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte” (1Jo 5, 17).
 
12. PODEIS DAR ALGUNS EXEMPLOS DE PECADOS GRAVES?
São pecados graves, por exemplo: O assassinato, o aborto provocado, assistir ou ler material pornográfico, destruir de forma grave e injusta a reputação do próximo, oprimir o pobre, o órfão ou a viúva, fazer mau uso do dinheiro público, o adultério, a fornicação, entre outros.
  
13. QUER DIZER QUE TODO AQUELE QUE MORRE EM PECADO MORTAL ESTÁ CONDENADO?
Merece a condenação eterna. Porém, somente Deus, que é justo e misericordioso e que conhece o coração de cada pessoa, pode julgar.
 
14. E SE TENHO DÚVIDAS SE COMETI PECADO GRAVE OU NÃO?
Para que haja pecado grave (mortal) é necessário:
a) conhecimento, ou seja, a pessoa deve saber, estar informada que o ato a ser praticado é pecado;
b) consentimento, ou seja, a pessoa tem tempo para refletir, e escolhe (consente) cometer o pecado;
c) liberdade, isto é, significa que somente comete pecado quem é livre para fazê-lo;
d) matéria, ou seja, significa que o ato a ser praticado é uma ofensa grave aos Mandamentos de Deus e da Igreja.
Estas 4 condições também são aplicáveis aos pecados leves, com a diferença que neste caso a matéria é uma ofensa leve contra os Mandamentos de Deus.
15. SE ESQUECI DE CONFESSAR UM PECADO QUE JULGO GRAVE?
Se esquecestes realmente, o Senhor te perdoou, mas é preciso acusá-lo ao sacerdote em uma próxima confissão.
 
16. E SE NÃO SINTO REMORSO, COMETI PECADO?
Não sentir peso na consciência (remorso) não significa que não tenhamos pecado. Se nós cometemos livremente uma falta contra um Mandamento de Deus, de forma deliberada, nós cometemos um pecado. A falta de remorso pode ser um sinal de um coração duro, ou de uma consciência pouco educada para as coisas espirituais (por exemplo, um assassino pode não ter remorso por ter feito um crime, mas seu pecado é muito grave).
  
17. A CONFISSÃO É OBRIGATÓRIA?
O católico deve confessar-se no mínimo uma vez por ano, ao menos a fim de se preparar para a Páscoa. Mas somos também obrigados toda vez que cometemos um pecado mortal.
 
18. QUAIS OS FRUTOS DE SE CONFESSAR CONSTANTEMENTE?
Toda confissão apaga completamente nossos pecados, até mesmo aqueles que tenhamos esquecido. E nos dá a graça santificante, tornando-nos naquele instante uma pessoa santa. Tranquilidade de consciência, consolo espiritual. Aumenta nossos méritos diante do Criador. Diminui a influência do demônio em nossa vida. Faz criar gosto pelas coisas do alto. Exercita-nos na humildade e nos faz crescer em todas as virtudes.
 
 
19. E SE TENHO DIFICULDADE PARA CONFESSAR UM DETERMINADO PECADO?
Se somos conhecidos de nosso pároco, devemos neste caso fazer a confissão com outro padre para nos sentirmos mais à vontade. Em todo caso, antes de se confessar converse com o sacerdote sobre a sua dificuldade. Ele usará de caridade para que a sua confissão seja válida sem lhe causar constrangimentos. Lembre-se: ele está no lugar de Jesus Cristo!
 
20. O QUE SIGNIFICA A PENITÊNCIA DADA NO FINAL DA CONFISSÃO?
A penitência proposta no fim da confissão não é um castigo; mas antes uma expressão de alegria pelo perdão celebrado.
Fonte: http://formacao.cancaonova.com/

Como progredir na caridade?

Para alcançar a santidade, só tem um jeito: amar mais a Deus. Quanto mais se ama, mais se santifica. Mas, concretamente, como progredir na caridade e chegar a amá-Lo – como preceitua o Deuteronômio (6, 5) – com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças?

Vão aqui algumas dicas bem concretas de engenharia espiritual. O termo “engenharia" é proposital: para construir o “edifício" da nossa alma, existem, por assim dizer, três “andares", que são as virtudes teologais – fé, esperança e caridade.

A base de tudo é a virtude da fé. A fim de crescer na caridade, é importante alimentar especialmente a fé no amor de Deus, que Se entregou concretamente por cada um de nós, na Cruz. Para tanto, uma constante meditação da Paixão de Cristo, unida à convicção de que Ele morreu realmente “por mim", de modo bem específico, é suficiente para fazer brotar a gratidão de coração.

Surge, então, o desejo de amar a Deus de volta, corresponder à Sua iniciativa, ser-Lhe generoso – e subir ao terceiro andar do prédio, que é a caridade. Nesse anseio, porém, o homem esbarra com a sua miséria e falta de generosidade. O que o impede, afinal, de amar plenamente ao Senhor?

A resposta encontra-se no meio do caminho, na virtude da esperança. Antes de tudo, importa delinear o seu objeto: em primeiro lugar, o homem espera a própria salvação; em segundo, espera alcançar os meios para chegar a esse termo – afinal, não adianta querer vagamente amar a Deus, se não se faz o firme propósito, a “ determinada determinación" de agradá-Lo [1]. Uma breve noção da esperança, porém, pode ser dada nas seguintes palavras: ela é uma pressa de amar a Deus. Para uma alma enamorada do Senhor, nada existe senão o hoje, o agora, para amá-Lo.

De fato, o “hoje" é a única unidade do tempo que tem consistência ontológica (ou seja, que existe). Enquanto o “ontem" não existe mais, o “amanhã" não existe ainda; um já perdeu o ser, o outro não o ganhou. Além do “hoje", existe a eternidade, que está fora e além do tempo e que deve ser o objeto da nossa esperança. Infelizmente, quando se fala de esperança, as pessoas tendem a olhar para o futuro, para o amanhã. Mas a eternidade não está à frente, neste mundo, senão no alto, no Céu.

E, quando Deus nos visita, Ele sempre o faz no hoje. Por isso, não adianta adiar a ação de Deus para amanhã. Se alguém quer amar a Deus concretamente, deve focar-se no hoje e na eternidade, se não está edificando a própria casa na areia movediça. Ao homem é concedido apenas o agora, apenas o momento presente para amar a Deus. Não existe amanhã: essa é a sua última Missa, sua última Comunhão. Como alguém trataria seus parentes e amigos se soubesse que os veria pela última vez? Como receberia o Sacramento da Penitência, sabendo que é a última vez que o recebe?

Santa Teresinha do Menino Jesus, no poema “ Meu canto de hoje", escreve os seguintes versos, inflamados de amor:

“Minha vida é um instante, um rápido segundo,
Um dia só que passa e amanhã estará ausente;
Só tenho, para amar-Te, ó meu Deus, neste mundo,
O momento presente!..."

“Como Te amo, Jesus! Por Ti minha alma anseia;
Sejas meu doce apoio por um dia somente.
Reina em meu coração: Teu sorriso incendeia
Agora, no presente!"

“Que me importa, Senhor, se no futuro há sombra?
Rezar pelo amanhã? Minha alma não consente!
Guarda meu coração puro! Cobre-me com tua sombra
Agora, no presente!"

“Se penso no amanhã, temo ser inconstante,
Vejo nascer em meu coração a tristeza e o enfado.
Eu quero, Deus meu, o sofrimento, a prova torturante
Agora, no presente!"

“Devo ver-te em breve na praia eterna,
Ó Piloto Divino, cuja mão me conduz.
Sobre as vagas em fúria, guia minha navezinha
Agora, no presente."

“Ah! Deixa-me, Senhor, em tua Face esconder-me.
Para não ouvir o mundo a clamar futilmente.
Dá-me Teu amor, conserva-me tua graça
Agora, no presente."

“Junto ao Teu Coração divino, esqueço o que se passa,
Não temo mais a noite em ameaça.
Dá-me em Teu Coração, Jesus, um lugar,
Agora, no presente."

“Pão vivo, Pão do Céu, divina Eucaristia,
Ó mistério sagrado! que o Amor produziu…
Vem morar no meu coração, minha branca Hóstia,
Agora, no presente."

“Digna-Te unir-me a Ti, Vinhedo Consagrado,
Para que meu ramo assim, com frutos, se apresente
E eu vou Te oferecer algum cacho dourado, Senhor,
Agora, no presente."

“Esse cacho de amor, cujos grãos são as almas…
Só tenho para formá-lo este dia que foge.
Ah! Dá-me, Jesus, de um Apóstolo o ardor,
Agora, no presente."

“Virgem Imaculada, tu és minha Doce Estrela.
Que me dás Jesus e a Ele me unes;
Deixa-me, terna Mãe, repousas sob teu véu
Agora, no presente."

“Anjo da minha guarda, cobre-me com tuas asas,
Clareia com teus fogos a estrada que sigo;
Vem dirigir meu passo e auxiliar-me, te peço,
Agora, no presente."

“Quero ver-Te sem véu, Senhor! Sem nuvem,
Sua, ainda exilada, longe de ti, languesço.
Não me escondas, meu Deus, Tua amável Face
Agora, no presente."

“Já voarei ao céu para que aí profira
Meus louvores a Ti, no dia sem poente,
Quando, então, cantarei em angélica lira
O Eterno presente!..." [2]
Não nos distraiamos, pois, com o amanhã. Como ensina Nosso Senhor, “a cada dia basta o seu mal" (Mt 6, 34). Só temos “o momento presente" para amar a Deus, e nada mais.

Referências

Santa Teresa de Jesus, Camino de Perfección, 21, 2

Santa Teresinha do Menino Jesus, Poema 5. Cf. Obras Completas. 2. ed. Loyola: São Paulo, 2001. p. 688-690

Fonte: https://padrepauloricardo.org

Apelo do Papa para a Ucrânia: cessar a horrível violência fratricida

04/02/15


“Mais uma vez, o meu pensamento vai ao amado povo ucraniano. Infelizmente, a situação está piorando e se agrava a contraposição entre as partes. Rezemos antes de tudo pelas vítimas, entre as quais inúmeros civis, e pelas suas famílias, e peçamos ao Senhor que cesse quanto antes esta horrível violência fratricida. Renovo o forte apelo para que se faça todo esforço – inclusive ao nível internacional – pela retomada do diálogo, único caminho possível para restabelecer a paz e a concórdia naquela martirizada terra.”
 “Quando ouço as palavras vitória e derrota, sinto uma grande dor e uma grande tristeza. Não são as palavras justas. A única palavra justa é paz. É uma guerra entre cristãos, todos com o mesmo baptismo. Pensem neste escândalo. E rezemos, porque a oração é o nosso protesto diante de Deus”, prosseguiu o Papa Francisco.
A ONU classificou nesta terça-feira (03/02) como “catastrófica” a recente escalada de violência no leste da Ucrânia. Nas últimas horas, pelo menos 16 civis foram mortos e dezenas de outros ficaram feridos. Segundo fontes do governo e representantes dos rebeldes, as mortes foram registradas em localidades próximas às regiões de Donetsk e Luhansk.
Nas últimas semanas, as mortes de civis aumentaram significativamente com o recrudescimento da ofensiva rebelde. Segundo o jordaniano Ra'ad Al Hussein, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, houve uma "clara violação da lei humanitária internacional que rege a condução de conflitos armados".
Segundo a ONU, mais de 5 mil pessoas já morreram e outras 12 mil ficaram feridas em razão dos confrontos armados no país. (BS/BF).
Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

Audiência: Pai sempre presente na família, com firmeza, doçura e sabedoria

Quarta-feira, dia 4 de fevereiro,2015  Audiência Geral do Papa Francisco na Sala Paulo VI. O Santo Padre desenvolveu a segunda parte da catequese sobre a figura do pai na família.
Na catequese anterior o Papa Francisco tinha falado dos pais ausentes. Recordando que também S. José teve a tentação de deixar Maria quando descobriu que estava grávida, mas abraçou a sua missão de pai, o Santo Padre quis, desta vez, abordar os aspetos positivos de um pai de família. “Cada família tem necessidade de um pai.” – afirmou o Papa.
No Livro dos Provérbios podemos ler: “Meu filho, se o teu coração será sábio, também o meu será cheio de alegria. Exultarei dentro de mim, quando os teus lábios dirão palavras retas”. O Papa Francisco explicou:
“Não se poderia exprimir melhor o orgulho e a comoção de um pai que reconhece de ter transmitido ao filho aquilo que conta verdadeiramente na vida, ou seja, um coração sábio. Este pai não diz: ‘ Estou orgulhoso de ti porque és mesmo igual a mim, porque repetes as coisas que digo e que faço’. Não! Diz-lhe uma coisa bem mais importante, que podemos interpretar assim: ‘ Serei feliz cada vez que te verei agir com sabedoria, e ficarei comovido cada vez que te ouvirei falar com retidão’.”
Segundo o Santo Padre, um pai sabe bem quanto custa transmitir esta herança: quanta proximidade, quanta doçura e quanta firmeza. Porque a primeira necessidade é que um pai esteja presente na família:
“A primeira necessidade é precisamente esta: que o pai esteja presente na família. Que esteja junto da sua mulher, para partilhar tudo, alegrias e dores, trabalhos e esperanças. E que esteja junto dos seus filhos no seu crescimento: quando jogam e quando se empenham, quando estão sem preocupações e quando estão angustiados, quando se exprimem e quando estão taciturnos, quando ousam e quando têm medo, quando fazem um passo errado e quando reencontram o caminho. Pai presente sempre.”
O Papa Francisco referiu ainda na sua catequese a parábola do filho pródigo, melhor conhecida como sendo a do pai misericordioso que encontramos no Evangelho de S. Lucas e considerou encontrarmos nesse texto uma grande dignidade e ternura na espera daquele pai pelo seu próprio filho. Um bom pai – concluiu o Santo Padre – sabe esperar e sabe perdoar.
Nas saudações o Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Caríssimos peregrinos de língua portuguesa, saúdo-vos cordialmente a todos. Esta visita a Roma vos ajude a estar prontos, como Abraão, a sair cada dia para a terra de Deus e do homem, revelando-vos uma bênção e um sinal do amor de Deus por todos os seus filhos. A Virgem Santa vos guie e proteja!”
No final da Audiência, o Papa Francisco lançou mais um apelo pela paz na Ucrânia, condenando a escalada de violência naquele país:
“Mais uma vez, o meu pensamento vai ao amado povo ucraniano. Infelizmente, a situação está piorando e agrava-se a contraposição entre as partes. Rezemos antes de mais pelas vítimas, entre as quais inúmeros civis, e por suas famílias, e peçamos ao Senhor que cesse o quanto antes esta horrível violência fratricida. Renovo o forte apelo para que se façam todos os esforços – inclusive a nível internacional – pela retoma do diálogo, único caminho possível para restabelecer a paz e a concórdia naquela martirizada terra.”
 “Quando ouço as palavras vitória e derrota, sinto uma grande dor e uma grande tristeza. Não são as palavras justas. A única palavra justa é paz. É uma guerra entre cristãos, todos com o mesmo batismo. Pensem neste escândalo. E rezemos, porque a oração é o nosso protesto diante de Deus.”
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção! (RS)
Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...