25 de out. de 2014

EM QUAIS PRINCÍPIOS EU COMO CRISTÃO DEVO VOTAR?


   As eleições deste domingo, irá escolhe o presidente da república do Brasil. Está escolha deve ser por nós cristãos católicos, uma escolha avaliada segundo os critérios do evangelho. Refletindo sobre os princípios da Sagrada Escritura e do Magistério da Igreja, é a partir destes critérios  que devemos  avaliar,  os  candidatos .

Como cristãos não podemos nós omitir da nossa responsabilidade para com a nossa Pátria. Primeiramente devemos conhece o programa de governo de cada candidato, comparado com o que ensina a Igreja (se realmente você é  católico). 

Não podemos aderir a um plano de um candidato que firá a dignidade do homem, nem aceitar uma visão ideológica que seja contra a moral do evangelho . O verdadeiro compromisso do político tem que inclui a preservação da vida desde o nascimento até a sua morte natural. A família constituída de homem e mulher e filhos. Por fim não poderia deixa de fala sobre a dignidade da vida pública.

Assim fala o documento Gaudium et Spes,do Concilio Vaticano II, que fala sobre a missão da Igreja no mundo no numero 75:"Todos os cidadãos se lembrem, portanto, do direito e simultaneamente do dever que tem de fazer uso do voto em vista do bem comum(G.s n75)". 
Também junto ao nosso voto neste domingo, não devemos esquece de rezamos pela nossa nação neste momento decisivo. Que Nossa Senhora Aparecida ilumine a escolha deste domingo.


Por Leandro 

25 OUT Santo Antônio de Sant'Anna Galvão, homem de paz e caridade

Santo Antônio de Sant'Anna GalvãoConhecido como “o homem da paz e da caridade”, Antônio de Sant’Anna Galvão nasceu no dia 10 de maio de 1739, na cidade de Guaratinguetá (SP).
Filho de Antônio Galvão, português natural da cidade de Faro em Portugal, e de Isabel Leite de Barros, natural da cidade de Pindamonhangaba, em São Paulo. O ambiente familiar era profundamente religioso. Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política.
O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antônio, com a idade de 13 anos, à Bahia, a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas.
Em 1760, ingressou no noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição, no Convento de São Boaventura do Macacu, na Capitania do Rio de Janeiro. Foi ordenado sacerdote no dia 11 de julho de 1762, sendo transferido para o Convento de São Francisco em São Paulo.
Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição.
Cheio do espírito da caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios. Por isso o povo a ele recorria em suas necessidades. A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo, como fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e pelo que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. São páginas que tratam da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser vivida a vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do “recolhimento”.
Às 10 horas do dia 23 de dezembro de 1822, no Mosteiro da Luz de São Paulo, havendo recebido todos os sacramentos, adormeceu santamente no Senhor, contando com seus quase 84 anos de idade. Foi sepultado na Capela-Mor da Igreja do Mosteiro da Luz, e sua sepultura ainda hoje continua sendo visitada pelos fiéis.
Sobre a lápide do sepulcro de Frei Galvão está escrito para eterna memória: “Aqui jaz Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, ínclito fundador e reitor desta casa religiosa, que tendo sua alma sempre em suas mãos, placidamente faleceu no Senhor no dia 23 de dezembro do ano de 1822″. Sob o olhar de sua Rainha, a Virgem Imaculada, sob a luz que ilumina o tabernáculo, repousa o corpo do escravo de Maria e do Sacerdote de Cristo, a continuar, ainda depois da morte, a residir na casa de sua Senhora ao lado de seu Senhor Sacramentado.
Frei Galvão é o religioso cujo coração é de Deus, mas as mãos e os pés são dos irmãos. Toda a sua pessoa era caridade, delicadeza e bondade: testemunhou a doçura de Deus entre os homens. Era o homem da paz, e como encontramos no Registro dos Religiosos Brasileiros: “O seu nome é em São Paulo, mais que em qualquer outro lugar, ouvido com grande confiança e não uma só vez, de lugares remotos, muitas pessoas o vinham procurar nas suas necessidades”.
O dia 25 de outubro, dia oficial do santo, foi estabelecido, na Liturgia, pelo saudoso Papa João Paulo II, na ocasião da beatificação de Frei Galvão em 1998 em Roma. Com a canonização do primeiro santo que nasceu, viveu e morreu no Brasil, a 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI manteve a data de 25 de outubro.
Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, rogai por nós!
Canção Nova 

O que decidiu o Sínodo dos Bispos?

Foto Sínodo internaHouve muita especulação da Imprensa falada e escrita sobre o Sínodo dos bispos, em Roma, de 5 a 19 de outubro. Na verdade parece ter havido dois Sínodos: um, dos bispos; e outro, da mídia, completamente diferente. Apressadamente uma mídia desnorteada propagou que a Igreja ia rever sua doutrina sobre a homossexualidade, Comunhão para casais de segunda união, etc.
Nada disso houve. O Cardeal de São Paulo deu uma declaração de que nada ia mudar na doutrina da Igreja. Ora, a Igreja tem dois mil anos; nunca um papa revogou um ponto de doutrina da fé, estabelecido pelo sagrado Magistério. Nunca um Concílio Ecumênico da Igreja revogou ou alterou um ensinamento doutrinário fundamental já definido nas encíclicas ou no Catecismo. As portas do inferno não a vencerão jamais. Fiquemos em paz.
Mas, infelizmente, de maneira apressada e mal informada, percebo que começou a surgir um certo “neotradicionalismo”, colocando em dúvida a ortodoxia do papa e do Sínodo.
Bem, foi publicado o documento conclusivo do Sínodo, – Relatio Synodi – que não traz de novo; nem mesmo cita essas questões mais difíceis que a imprensa tanto propagou: Casamento gay, Comunhão para casais de segunda união, etc.
O documento do Sínodo é sóbrio, e apenas propõe a continuação dos trabalhos no Sínodo em outubro de 2015, sendo que, então, depois dele o Papa Francisco poderá publicar uma Exortação Apostólica.
O documento, entre outros pontos, destacou “os grandes desafios da fidelidade no amor conjugal, do enfraquecimento da fé e dos valores, do individualismo, do empobrecimento das relações, do stress, de um alvoroço que ignora a reflexão, que também marcam a vida familiar”.
Lembrou que “Cristo quis que a sua Igreja fosse uma casa com a porta sempre aberta na acolhida, sem excluir ninguém”. Isso mostra uma preocupação pastoral no sentido de acolher quem peca, mas não de ser tolerante com o pecado. E ratifica os valores tradicionais da família e do matrimônio.
“O amor do homem e da mulher nos ensina que cada um dos dois tem necessidade do outro para ser si mesmo, mesmo permanecendo diferente ao outro na sua identidade, que se abre e se revela no dom mútuo. É isto que manifesta em modo sugestivo a mulher do Cântico dos Cânticos: “O meu amado é para mim e eu sou sua… eu sou do meu amado e meu amado é meu” (Ct 2,16; 6,3).
O documento insiste na indissolubilidade do matrimônio: “O amor tende pela sua natureza ser para sempre, até dar a vida pela pessoa que se ama (cf. Jo 15,13). Nesta luz, o amor conjugal único e indissolúvel persiste, apesar das tantas dificuldades do limite humano; é um dos milagres mais belos, embora seja também o mais comum”.
Reafirma os valores da família instituída por Deus: “A família de Deus experimenta isto no afeto e no diálogo entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs… Existem, portanto, o empenho cotidiano na educação à fé e à vida boa e bonita do Evangelho, à santidade. Assim, a família se apresenta como autêntica Igreja doméstica, que se alarga à família das famílias que é a comunidade eclesial. Os cônjuges cristãos são, após, chamados a tornarem-se mestres na fé e no amor também para os jovens casais”.

Fonte: Cléofas 

São João Paulo II: intercede e motiva as pessoas nas escolhas de vida


1_0_832735O site Rádio Vaticano nos recorda nesta semana do Mês de Outubro que a Igreja celebra a festa de São João Paulo II que teve pela primeira vez a memória litúrgica celebrada.
Veja na íntegra a notícia:
São João Paulo II é aquele que intercede e motiva as pessoas nas escolhas da vida
Cidade do Vaticano (RV) – Nesta semana a Igreja festeja São João Paulo II, Papa por quase 27 anos, e uma das figuras mais amadas na história recente. Um amor que cresce, inclusive, depois de 9 anos da sua morte. É o que enaltece o postulador da Causa da Canonização, Mons. Slawomir Oder, entrevistado pela Rádio Vaticano. Na quarta-feira (22), a Igreja celebrou, pela primeira vez, a memória litúrgica de São João Paulo II.
Mons. Oder – “Não escondo que, para mim, ver a página do calendário com a data de 22 de outubro é certamente um momento de grande comoção. E é uma coisa impressionante como, ainda hoje, e já há mais de nove anos da sua morte, o nome de João Paulo II suscite nos corações dos fiéis, sentimentos de gratidão, de alegria, de afeto. Nestes meses, eu tive a oportunidade de participar de várias iniciativas para lembrar de São João Paulo II e posso dizer que me comoveram em ver as igrejas cheias, a participação das pessoas que, com lágrimas nos olhos, contavam a experiência deles, o João Paulo II deles.”
Radio Vaticano – Além das análises dos teólogos, daquilo que podem escrever os vaticanistas, há um povo de Deus que continua e aumenta o seu amor por essa figura…
Mons. Oder – “Na verdade, é um fenômeno que eu já observei durante os anos do processo, recolhendo os testemunhos. Um fenômeno que encontrava a sua expressão nas palavras, que todos repetiam em refrão: ‘O nosso Papa! O nosso Papa!’. Eles diziam em polonês, diziam em italiano, e continuavam a dizer em todas as línguas do mundo. Ficou o Papa dos nossos dias, no sentido que ficou uma memória muito fresca, sempre viva: do seu sorriso, das suas palavras, da sua postura muito paterna, severa, mas também benévola, com a certeza da sua palavra, da sua doutrina e da sua proximidade às pessoas mais necessitadas de afeto e de misericórdia.”
RV – O 22 de outubro, obviamente, é ligado a três palavras que não poderão nunca ser esquecidas quando pensarmos a João Paulo II: “Não tenham medo”. De qualquer maneira, essa exortação tem uma projeção para frente, isto é, continuar a não ter medo em anunciar Cristo, mesmo se necessário dizer coisas desagradáveis para os nossos tempos…
Mons. Oder – “Esse é o papel profético da Igreja e a coragem extraordinária que João Paulo II demonstrou em todo o seu Pontificado, percebidos como força pelos seus adversários, mas, também pelo povo de Deus: colocou Cristo no centro do seu Magistério, da sua palavra, da mensagem que deixou à Igreja. Por isso, as suas palavras ‘não tenham medo’ são realmente palavras que ainda hoje inspiram tantas pessoas a fazerem escolhas que vão contra a corrente, que são escolhas proféticas.”
RV – Nestes meses, depois da Canonização, isto é, depois de 27 de Abril, o que lhe surpreendeu? Tem alguma experiência, alguma história que realmente lhe fez emocionar, entre tantas?
Mons. Oder – “Recentemente estive na Puglia, participei de um evento muito bonito – um dos tantos, nestes dias, – que ainda faz parte do ‘peregrinatio’ da relíquia de São João Paulo II, que continua percorrendo o mundo. Aquilo que me surpreendeu foi a Igreja cheia de pessoas. Depois da missa da tarde, tantas pessoas ficaram na Igreja por toda a noite: rezaram até a madrugada, até o final da missa da manhã, confiando a João Paulo II as intenções, preocupações, esperanças e alegrias. Eu penso que essa seja realmente a tarefa dos Santos e que ele esteja desenvolvendo nobremente esse seu papel: interceder, mas também motivar as pessoas para a vida. Aquelas palavras que confiei quase ao final do seu Pontificado, introduzindo a Igreja no novo milênio – ‘Duc in altum!’, lançar-se ao largo – ficaram realmente nos corações das pessoas. A santidade encoraja, a santidade contagia, a santidade atrai e realmente pode incidir sobre as escolhas concretas da nossa vida.” (AC)

Papa: a unidade da Igreja é um trabalho conjunto, de todos os cristãos

 2014-10-24


Cidade do Vaticano (RV) – Todo cristão é chamado a trabalhar pela unidade da Igreja: Esta foi a exortação feita esta manhã pelo Papa Francisco na missa celebrada na Casa Santa Marta.

O Papa desenvolveu a sua homilia partindo da exortação de São Paulo na Carta aos Filipenses: “Eu, prisioneiro, vos exorto a construir a unidade na Igreja”.

“Fazer a unidade da Igreja – observou o Pontífice – é o trabalho da Igreja e de cada cristão durante a história”. O Apóstolo Pedro, acrescentou, “quando fala da Igreja, fala de um templo feito de pedras vivas, que somos nós”. Ou seja, o contrário daquele outro templo da soberba que era a Torre de Babel. O primeiro templo, disse ainda o Papa, promove a unidade, enquanto o outro é o “símbolo da desunião, da incompreensão e da diversidade das línguas”:

Fazer a unidade da Igreja e construi-la: esta é a tarefa de todo cristão, de cada um de nós. Quando se deve construir um templo, um palácio, se busca uma área preparada para isso. A primeira coisa que se faz é buscar a pedra de base, a ‘pedra angular’, diz a Bíblia. E a pedra angular da unidade da Igreja, ou melhor, a pedra angular da Igreja é Jesus e a pedra angular da unidade da Igreja é a oração de Jesus na Última Ceia: ‘Pai, que sejam um!’. Esta é a força!

Jesus, reiterou Francisco, é “a pedra sobre a qual nós edificamos a unidade da Igreja, “sem a qual não é possível construir. Não há unidade sem Jesus Cristo na base: é a nossa segurança”. Este trabalho de construção, explicou o Papa, é feito pelo Espírito Santo, “o único capaz de fazer a unidade” na “diversidade dos povos, das culturas, das pessoas”. Para construir este templo, S. Paulo nos aconselha a sermos não propriamente pedras, mas frágeis tijolos. Os conselhos do Apóstolo são de fraqueza, segundo a lógica humana:

“Humildade, doçura, magnanimidade: são coisas frágeis, porque o humilde parece que não serve para nada; a doçura, a mansidão parecem não servir; a magnanimidade, o ser aberto a todos, ter o coração grande... E, depois, dizer mais: ‘Apoiando-se juntos no amor’. Apoiando-se juntos no amor, tendo um coração quê? Conserva a unidade. E nós nos transformamos mais em pedras fortes nesse templo quanto mais frágeis nos tornamos com essas virtudes da humildade, da magnanimidade, da doçura, da mansidão”.

Isso, observou o Papa, é “o mesmo caminho que fez Jesus” que “se fez frágil” até a Cruz “e ficou forte!” E, assim, devemos fazer nós: “O orgulho, a suficiência não servem”. Quando se faz uma construção, afirmou o Santo Padre, “é necessário que o arquiteto faça a planta, o projeto. E qual é o planta da unidade da Igreja?:

“A esperança pela qual nós fomos chamados: a esperança de ir em direção ao Senhor, a esperança de viver numa Igreja viva, feita com pedras vivas, com a força do Espírito Santo. Somente sobre o projeto da esperança podemos ir pra frente, na unidade da Igreja. Fomos chamados a uma esperança grande. Vamos pra ela! Mas, com a força que nos dá a oração de Jesus pela unidade; com a docilidade ao Espírito Santo, que é capaz de fazer de tijolos, pedras vivas; e com a esperança de encontrar o Senhor que nos chamou, encontrá-lo quando aconteça a plenitude dos tempos.”
(AC/BF)




Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Francisco: "João XXIII e JPII, exemplos de paixão pela unidade"

2014-10-24


Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta sexta-feira, 24, o Papa recebeu em audiência uma delegação da Fundação ‘Lumen’, que reúne os cristãos de tradição oriental nos Estados Unidos.

Quarenta e cinco membros da Fundação estão de passagem por Roma no âmbito de uma peregrinação ecumênica, liderados pelo Metropolita, Kàllistos de Diokleia. Nascido na Inglaterra há 80 anos, Kàllistos entrou na Igreja Ortodoxa aos 24 anos e se tornou Metropolita em 2007. É muito ativo no campo do diálogo pela unidade dos cristãos.

Em discurso ao grupo, Francisco se disse feliz que em sua peregrinação, a delegação tenha feito memória de João XXIII e João Paulo II, dois papas que deram grande contribuição para estreitar o relacionamento entre a Igreja Católica e as Ortodoxas. “O exemplo destes dois santos, que sempre testemunharam uma ardente paixão pela unidade dos cristãos, é iluminador para nós”, disse o Papa.

Francisco lembrou que São João XXIII, anunciando a convocação do Concílio, indicou a unidade como uma das finalidades do evento, e que São João Paulo II deu um significativo impulso ao ecumenismo com a sua Carta Ut Unum Sint. O Pontífice pediu aos integrantes da Fundação ‘Lumen’ que rezem também por ele, para que possa desempenhar o seu ministério a serviço da comunhão e da unidade da Igreja, segundo a vontade do Senhor.

Nos próximos dias, a delegação irá ao Fanar, sede do Patriarcado Ecumênico, onde encontrará o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I. Francisco também irá a Istambul, de 28 a 30 de novembro, para a festividade de Santo André apóstolo. “A visita do bispo de Roma ao Patriarcado Ecumênico, e este novo encontro, serão sinal da profunda relação que une as sedes de Roma e Constantinopla e do desejo de superar, no amor e na verdade, os obstáculos que ainda nos dividem”, concluiu o Papa.



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Papa pede abolição da pena de morte e melhoria das condições carcerárias

2014-10-23 


Cidade do Vaticano (RV) - Cristãos e homens de boa vontade "são chamados hoje a lutar não somente pela abolição da pena de morte", em "todas as suas formas", mas também pela melhoria das "condições carcerárias".

Essa é uma das passagens centrais do discurso do Papa Francisco nesta quinta-feira, no Vaticano, a um grupo de juristas da Associação Internacional de Direito Penal. A voz do Papa elevou-se também contra o fenômeno do tráfico de pessoas e a corrupção. Toda aplicação da pena, afirmou, deve ser feita de modo gradual, sempre inspirada no respeito à dignidade humana.

A prisão perpétua é uma "pena de morte dissimulada", por isso fiz com que ela fosse eliminada do Código Penal Vaticano. A afirmação espontânea (fora do texto), feita pelo Papa Francisco, se insere num intenso, minucioso e atento exame sobre como os Estados tendem hoje a fazer respeitar a justiça e a impor as penas.

O Papa falou com a sua habitual clareza e franqueza e não poupou críticas aos nossos tempos em que, afirmou, a política e a mídia muitas vezes incitam "à violência e à vingança pública e privada", sempre em busca de um bode expiatório.

A passagem sobre a pena de morte foi bastante veemente. O Pontífice recordou que "São João Paulo II condenou a pena de morte", como também faz o Catecismo, e criticou não somente o recurso à pena capital, mas desmascarou, num certo sentido, também o recurso às "chamadas execuções extrajudiciais ou extralegais", chamando-as "homicídios deliberados", cometidos por agentes oficiais sob o pára-vento do Estado:

"Todos os cristãos e homens de boa vontade são, portanto, chamados hoje a lutar não somente pela abolição da pena de morte, legal ou ilegal que seja, e em todas as suas formas, mas também pela melhoria das condições carcerárias, no respeito à dignidade humana das pessoas privadas da liberdade. E uno isso também à prisão perpétua. No Vaticano, pouco tempo atrás, no Código Penal do Vaticano, não há mais a prisão perpétua. Ela é uma pena de morte dissimulada."

O olhar e a piedade de Francisco são evidentes em toda a sua explanação, tanto sobre as formas de criminalidade que atentam à dignidade humana, quanto sobre o sistema punitivo legal que por vezes – o disse sem rodeios – na sua aplicação não é legal, porque não respeita aquela dignidade.

"Nas últimas décadas – ressaltou no início o Santo Padre – difundiu-se a convicção de que através da pena pública podem ser resolvidos os mais variados problemas sociais, como se para as diferentes enfermidades fosse recomendado o mesmo medicamento."

Isso fez de modo que o sistema penal ultrapassasse seus confins – aqueles sancionadores – para estender-se ao "terreno das liberdades e dos direitos das pessoas", mas sem uma eficácia realmente constatável:

"Há o risco de não conservar nem mesmo a proporcionalidade das penas, que historicamente reflete a escala de valores tutelados pelo Estado. Enfraqueceu-se a concepção do direito penal como ultima ratio, como último recurso à sanção, limitado aos fatos mais graves contra os interesses individuais e coletivos mais dignos de proteção. Enfraqueceu-se também o debate sobre a substituição do cárcere com outras sanções penais alternativas.

O Papa Francisco definiu, por exemplo, o recurso à prisão preventiva uma "forma contemporânea de pena ilícita oculta", selada por um "verniz de legalidade", no momento em que produz a um detento não-condenado uma "antecipação da pena" de forma abusiva. Disso – observou – deriva quer o risco de multiplicar a quantidade dos "reclusos sem julgamento", ou seja, "condenados sem que sejam respeitadas as regras do processo" – e em alguns países são 50% do total –, quer, num efeito dominó, o drama das condições de vida nos cárceres:

"As deploráveis condições de detenção que se verificam em várias partes do planeta constituem muitas vezes um autêntico traço desumano e degradante, muitas vezes produto das deficiências do sistema penal, outras vezes, da carência de infra-estruturas e de planejamento, enquanto em muitos casos são nada mais que o resultado do exercício arbitrário e impiedoso do poder sobre pessoas privadas da liberdade."

O Papa Francisco foi além, quando, falando de "medidas e penas cruéis, desumanas e degradantes", comparou a detenção praticada nos cárceres de segurança máxima a uma "forma de tortura". O isolamento destes lugares, ressaltou, causa sofrimentos "psíquicos e físicos" que resultam por incrementar "sensivelmente a tendência ao suicídio". Hoje em dia – foi a desoladora constatação do Papa – as torturas não são praticadas somente como meio para obter "a confissão ou a delação"...

"...mas constituem um autêntico plus de dor que se acrescenta aos males próprios da detenção. Desse modo, se tortura não somente em centros clandestinos de detenção ou em modernos campos de concentração, mas também nos cárceres, institutos para menores, hospitais psiquiátricos, comissariados e outros centros e instituições de detenção e pena."

As crianças, sobretudo, devem ser poupadas da dureza do cárcere, bem como – se não totalmente, ao menos de forma limitada – anciãos, doentes, mulheres grávidas, portadores de deficiência, inclusive "mães e pais que – ressaltou – sejam os únicos responsáveis por menores ou portadores de deficiência".

O Pontífice deteve-se com algumas considerações sobre um fenômeno por ele sempre combatido: o tráfico de pessoas, disse, é filho daquela "pobreza absoluta" que aflige "um bilhão de pessoas" e obriga ao menos 45 milhões de seres humanos à fuga por causa de conflitos em andamento.

Dito isso, de forma premente, o Papa Francisco observou:

"A partir do momento em que não é possível cometer um delito tão complexo como o tráfico de pessoas sem a cumplicidade, com ação ou omissão, dos Estados, é evidente que, quando os esforços para prevenir e combater este fenômeno não são suficientes, deparamo-nos novamente diante de um crime contra a humanidade. Mais ainda, se ocorre que quem é preposto a proteger as pessoas e assegurar a sua liberdade, ao invés, se torna cúmplice daqueles que praticam o comércio de seres humanos, então, em tais casos, os Estados são responsáveis diante de seus cidadãos e diante da comunidade internacional."

A parte dedicada à corrupção é ampla e analisada com meticulosidade. Segundo o Papa, o corrupto é uma pessoa que através de "atalhos do oportunismo" chega a crer-se "um vencedor" que insulta e, se pode, persegue com total "despudor" quem o contradiz. "A corrupção – afirmou o Santo Padre – é um mal maior que o pecado" que "mais que perdoado", "deve ser curado":

"A sanção penal é seletiva. É como uma rede que captura somente os peixes pequenos, enquanto deixa os grandes livres no mar. As formas de corrupção que precisam ser perseguidas com (a) maior severidade são as que causam graves danos sociais, seja em matéria econômica e social – como, por exemplo, graves fraudes contra a administração pública ou o exercício desleal da administração –, seja em qualquer espécie de obstáculo interposto ao funcionamento da justiça com a intenção de obter a impunidade para os malfeitos próprios ou de terceiros."

Por fim, o Papa Francisco exortou os penalistas a usarem o critério da "cautela" na aplicação da pena". Esse, asseverou, "deve ser o princípio que rege os sistemas penais":

"O respeito à dignidade humana deve constituir não somente um limite à arbitrariedade aos excessos dos agentes do Estado, mas um critério de orientação para a perseguição e repressão daquelas condutas que representam os mais graves ataques à dignidade e integridade da pessoa humana." (RL)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

24 de out. de 2014

Igreja: continuidade histórica da Encarnação de Cristo

A História da Igreja, diferentemente de outros objetos de estudo, requer para sua compreensão plena um esforço prévio. Isso ocorre devido à natureza complexa da Igreja. Ela não é meramente uma instituição humana, que pode ser entendida somente no âmbito humano. Não é uma agremiação, um grupo de pessoas unidas em sociedade com um fim específico. Não. A Igreja é um mistério e, se este for perdido de vista, a história que dele deriva será apenas uma caricatura.

Para ilustrar, um fato histórico: a conversão de um homem chamado Saulo de Tarso, o qual nasceu na atual Turquia, no sopé do monte Taulus, perto do Mar Mediterrâneo. Saulo foi educado na cidade de Tarso, dentro da cultura helenística, mas ao mesmo tempo judaica. Sendo seus pais judeus devotos foi levado até Jerusalém para estudar na escola de Gamaliel. Saulo percebeu que estava acontecendo algo estranho no judaísmo de sua época: um homem chamado Jesus de Nazaré.

Quando alguém se refere a Jesus, mesmo quem não tem fé, normalmente o faz de maneira respeitosa, reconhecendo nele alguém "iluminado", um "sábio". Contudo, só pode considerar Jesus como um "sábio" aquele que Nele tem fé. Isso se explica porque Jesus, em sua vida histórica, reivindicou para si o título de "Filho de Deus", por si só escandaloso. E assim é em todo o Evangelho. Um exemplo desse escândalo é o Sermão da Montanha, uma obra literária admirada até mesmo por quem não tem fé, no qual Ele diz: "ouvistes o que foi dito... eu, porém, vos digo..." (conf. Mt 5,21-22). Contextualizando as palavras de Jesus é possível perceber que, de alguma forma, Ele reformula o que está no Antigo Testamento, esclarecendo a Palavra de Deus, com uma autoridade divina.

Para os homens daquela época, ouvir Jesus dizer: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida", não deve ter sido nada fácil. Uma atitude possível seria crer que Jesus realmente era Deus feito homem. A outra era acreditar que Jesus nada mais era que um louco. Por isso, desde o seu nascimento, Jesus de Nazaré foi uma figura polêmica. Os homens que acreditaram em Jesus possuíam fé. Ainda hoje, para crer que Jesus é Deus é necessário fé.

Ora, Saulo de Tarso percebeu o que estava acontecendo em sua época. Ele era um judeu devoto e não podia acreditar que aquele homem que morrera crucificado em Jerusalém fosse Deus. Para ele era impossível que Deus se fizesse homem, morresse numa cruz, ressuscitasse no terceiro dia e subisse aos céus. Era impossível. Assim, restou a segunda alternativa e Saulo passou a perseguir os cristãos.

Tendo em seu poder cartas de autorização do Sinédrio, em Jerusalém, Saulo percorreu diversas cidades, chegando à Síria - cuja capital até hoje é Damasco -, pois sabia que nessa cidade havia uma comunidade de cristãos. Com o mandado judicial nas mãos, passou a prendê-los, pois os considerava um grupo de judeus fanáticos e perigosos, que seguiam um louco, blasfemo e, portanto, eram também blasfemos. Com essa perseguição, Saulo cumpre a Palavra proferida por Jesus Cristo: "Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar culto a Deus."(conf. Jo 16,2).

O que aconteceu a Saulo se encontra narrado no livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 9 e vale recordar:

"Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Ele apresentou-se ao sumo sacerdote, e lhe pediu cartas de recomendação para as sinagogas de Damasco, a fim de levar presos para Jerusalém todos os homens e mulheres que encontrasse seguindo o Caminho. Durante a viagem, quando já estava perto de Damasco, Saulo se viu repentinamente cercado por uma luz que vinha do céu. Caiu por terra, e ouviu uma voz que lhe dizia: "Saulo, Saulo, por que  você me persegue?" Saulo perguntou: "Quem és tu, Senhor?" A voz respondeu: "Eu sou Jesus, a quem você está perseguindo.

Agora, levante-se, entre na cidade, e aí  dirão o que você deve fazer." Os homens que acompanhavam Saulo ficaram cheios de espanto, porque ouviam a voz, mas não viam ninguém. Saulo se levantou do chão e abriu os olhos, mas não conseguia ver nada. Então o pegaram pela mão e o levaram para Damasco. E Saulo ficou três dias sem poder ver, e não comeu nem bebeu nada. Em Damasco havia um discípulo chamado Ananias. O Senhor o chamou numa visão: "Ananias!" E Ananias respondeu: "Aqui estou, Senhor!" E o Senhor disse: "Prepare-se, e vá até a rua que se chama rua Direita e procure, na casa de Judas, um homem chamado Saulo, apelidado Saulo de Tarso. Ele está rezando e acaba de ter uma visão. De fato, ele viu um homem chamado Ananias  impondo-lhe as mãos para que recuperasse a vista."

Ananias respondeu: "Senhor, já ouvi muita gente falar desse homem e do mal que ele fez aos teus fiéis em Jerusalém. E aqui em Damasco ele tem plenos poderes, que recebeu dos chefes dos sacerdotes, para prender todos os que invocam o teu nome." Mas o Senhor disse a Ananias: "Vá, porque esse homem é um instrumento que eu escolhi para anunciar o meu nome aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel. Eu vou mostrar a Saulo quanto ele deve sofrer por causa do meu nome." Então Ananias saiu, entrou na casa e impôs as mãos sobre Saulo, dizendo: "Saulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que lhe apareceu quando você vinha pelo caminho, me mandou aqui para que você recupere a vista e fique cheio do Espírito Santo." Imediatamente caiu dos olhos de Saulo alguma coisa parecida com escamas, e ele recuperou a vista.

Em seguida Saulo se levantou e foi batizado. Logo depois comeu e ficou forte como antes. Saulo passou então alguns dias com os discípulos em Damasco. E logo começou a pregar nas sinagogas, afirmando que Jesus é o Filho de Deus. Os ouvintes ficavam impressionados e comentavam: "Não é este o homem que descarregava em Jerusalém a sua fúria contra os que invocam o nome de Jesus? E não é ele que veio aqui justamente para os prender e levar aos chefes dos sacerdotes?" No entanto, Saulo se fortalecia cada vez mais e deixava confusos os judeus que moravam em Damasco, demonstrando que Jesus é o Messias." (1-22)
O trecho em negrito é o prenúncio de uma revolução, pois o homem que estava convicto de que fazia bem em perseguir os discípulos de Jesus, de repente vê-se frente a frente com o próprio Jesus, ressuscitado, como luz que ilumina a sua vida, tão forte que lhe provoca uma cegueira. Nesse ponto é preciso parar e analisar o que de fato aconteceu.

A conversão de Saulo não foi algo que se deu de maneira isolada, individual, em que ele sozinho teve um contato com Jesus. Não. Ela foi eclesial desde o início. Ora, para Saulo, Jesus estava morto e sepultado, sua ressurreição era nada mais que um engodo perpetrado pelos seus discípulos, aos quais Saulo perseguia concretamente. No caminho de Damasco, uma luz atinge Saulo e ele escuta uma voz que diz: "Saulo, Saulo, por que Me persegues?". O que Saulo perseguia, então, era a Igreja. Nesse momento há uma revolução eclesiológica, pois, diante da conversão de Saulo é possível dizer que a Igreja é uma continuidade de Jesus na história. A continuação histórica do mistério da Encarnação. É que São Paulo tenta explicar na Primeira Carta aos Coríntios, utilizando, no Capítulo 11, uma analogia para se referir à Eucaristia. Ele diz:

"De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês. Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: "Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim."Do mesmo modo, após a Ceia, tomou também o cálice, dizendo: "Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; Todas as vezes que vocês beberem dele, façam isso em memória de mim." (23-25)
No Capítulo seguinte, ele continua a falar do Corpo de Cristo, porém, agora se refere a ele como sendo composto por todos os homens:

"De fato, o corpo é um só, mas tem muitos membros; e no entanto, apesar de serem muitos, todos os membros do corpo formam um só corpo. Assim acontece também com Cristo. Pois todos fomos batizados num só Espírito para sermos um só corpo, quer sejamos judeus ou gregos, quer escravos ou livres. E todos bebemos de um só Espírito.

O corpo não é feito de um só membro, mas de muitos. Se o pé diz: "Eu não sou mão; logo, não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de fazer parte do corpo. E se o ouvido diz: "Eu não sou olho; logo, não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de fazer parte do corpo. Se o corpo inteiro fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfato? Deus é quem dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade. Se o conjunto fosse um só membro, onde estaria o corpo? Há, portanto, muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: "Não preciso de você"; e a cabeça não pode dizer aos pés: "Não preciso de vocês."

Os membros do corpo que parecem mais fracos são os mais necessários; e aqueles membros do corpo que parecem menos dignos de honra são os que cercamos de maior honra; e os nossos membros que são menos decentes, nós os tratamos com maior decência; os que são decentes não precisam desses cuidados. Deus dispôs o corpo de modo a conceder maior honra ao que é menos nobre, a fim de que não haja divisão no corpo, mas os membros tenham igual cuidado uns para com os outros. Se um membro sofre, todos os membros participam do seu sofrimento; se um membro é honrado, todos os membros participam de sua alegria. Ora, vocês são o corpo de Cristo e são membros dele, cada um no seu lugar." (12-27)
As palavras de São Paulo são claras no sentido de que no Corpo de Cristo (Eucaristia e Igreja) está presente o mistério da Encarnação. Se uma hóstia consagrada for levada ao laboratório e analisada, nada se verá além de pão. Não se verá o corpo de Cristo, não se verá Jesus. Para se enxergar Jesus na Eucaristia é preciso ter fé. Deus permitiu, ao longo da história, inúmeros milagres, sinais visíveis de que Jesus realmente está presente na Eucaristia. Mas Ele está presente também na Igreja e São Paulo experimentou essa verdade (por que me persegues?).

Da mesma forma que não é possível levar a hóstia para o laboratório e enxergar Jesus, não é possível levar a Igreja para um estudo sociológico e querer enxergá-Lo. É preciso ter fé em ambos os casos. Se o propósito é estudar a História da Igreja, necessário se faz saber que o objeto desse estudo será nada mais, nada menos que o Cristo vivo ao longo da história na sua Igreja.

O modo correto de se chegar à verdadeira história da Igreja é estudando a vida dos santos, homens e mulheres que historicamente viveram a santidade (que chegaram a um estado de perfeição), cada um à sua maneira, vez que existem diferentes graus de pertença à Igreja, de configuração a Cristo. Para entender a história da Igreja é preciso conhecer a vida desses santos e o modo como se entregaram a Deus.

Um bom exemplo é a vida de São Pio de Pietrelcina, que configurou-se tão intensamente a Deus que as chagas de Cristo apareceram em suas mãos, pés e costas, cuja vida toda foi marcada intensamente por fenômenos inexplicáveis, verdadeiros milagres. Um santo atual, falecido em 1968, e que teve seus milagres e feitos analisados pela ciência moderna. São radiografias, estudos médicos, atestados, comprovações de verdadeiros portentos realizados por meio desse homem santo. Não foram apenas intervenções ligadas aos carismas, mas à própria santidade dele (bilocação, estigmas que não cicatrizaram durante cinquenta anos e que poucos dias antes de sua morte fecharam-se inexplicavelmente e não deixaram nenhum sinal, entre muitos outros).


O núcleo da história da Igreja está na vida dos santos, no fato de Cristo viver nesses homens, os quais são a continuação da Sua Encarnação. Porém, não se deve estudar sem fé, pois isso é perder de vista o objeto a ser estudado. É preciso ter fé na Igreja de Cristo, só assim é possível estudar essa história fascinante de Cristo Encarnado ao longo da história da Humanidade.

Fonte: https://padrepauloricardo.org

Guia de votação para os católicos

Este Guia oferece declarações claras e concisas acerca de cinco assuntos morais inegociáveis.



Este Guia oferece declarações claras e concisas acerca de cinco assuntos morais inegociáveis. Ao terminar de lê-lo, não restará dúvida ou confusão a respeito do ensino da Igreja, sobre o que ela exige de seus filhos.

Nenhuma parte deste Guia deverá ser interpretada como apoio para algum candidato ou partido político.

Como este guia do eleitor pode ajudá-lo?

Este Guia do Eleitor o ajudará a votar de modo consciente, fundamentado no ensino moral católico. Este Guia o auxiliará a eliminar aqueles candidatos que apóiam políticas irreconciliáveis com as normas de moralidade sustentadas por todo cristão.

Face à maioria dos temas apresentados pelos candidatos e legisladores, os católicos podem favorecer um ou outro, sem ter que agir contra a sua fé. Com efeito, a maioria dos assuntos não necessita de uma “postura católica”.

Porém, alguns assuntos são tão importantes, tão fundamentais, que apenas uma única ação pode estar de acordo com o ensino do evangelho cristão. Ninguém que defenda uma postura incorreta nesses assuntos pode dizer que age segundo as normas morais da Igreja.

Este Guia do Eleitor identifica os cinco assuntos “inegociáveis” e o ajuda a chega numa lista de candidatos aceitáveis, que postulam um cargo político, seja a nível nacional, estatal ou municipal.

Os candidatos que respaldarem qualquer dos cinco assuntos inegociáveis, devem ser considerados desqualificados para o desempenho de cargo público e, portanto, não devem receber o seu voto. Assim, você deverá fazer a sua escolha entre os candidatos restantes.

Seu papel como eleitor católico

Os católicos têm a obrigação moral de promover o bem comum ao exercer o seu privilégio de voto (cf. CIC, §2240). As autoridades civis não são as únicas responsáveis pelo país. “O serviço do bem comum exige dos cidadãos que cumpram com a sua responsabilidade na vida da comunidade pública” (CIC, §2239). Isto significa que os cidadãos devem participar do processo político na urna de votação.

Porém, a votação não pode ser arbitrária. “A consciência cristã bem formada não permite a alguém favorecer com o próprio voto a concretização de um programa político ou a aprovação de uma lei particular que contenham propostas alternativas ou contrárias aos conteúdos fundamentais da fé e da moral” (CVP nº 4).

Algumas questões sempre estarão erradas e ninguém poderá votar a favor delas direta ou indiretamente. Os cidadãos votam a favor desses males quando votam nos candidatos que se propõem a promovê-los. Portanto, os católicos não devem votar a favor de alguém que promove programas ou leis intrinsecamente más.

Os cinco assuntos inegociáveis

Estes cinco assuntos são chamados inegociáveis porque contêm atos que sempre são moralmente maus e nunca podem ser promovidos pela lei. É pecado grave defender ou promover qualquer destes atos e nenhum candidato que verdadeiramente deseja fomentar o bem comum pode apoiar estes cinco assuntos inegociáveis:

1. O Aborto

Sobre uma lei que permite o aborto, a Igreja ensina que “nunca é lícito submeter-se a ela, nem participar em uma campanha de opinião a favor de uma lei semelhante, nem dar-lhe o sufrágio do próprio voto” (EV nº 73). O aborto é o assassinato intencional de um ser humano inocente e, portanto, é uma espécie de homicídio.

A criança sempre é parte inocente e nenhuma lei pode permitir que lhe seja tirada a vida. Mesmo quando uma criança é concebida em razão de estupro ou incesto, a criança não tem culpa e não deve sofrer a morte pelo pecado dos outros.

2. A Eutanásia

Às vezes disfarçada sob a denominação de “morte misericordiosa”, a eutanásia é uma forma de homicídio. Ninguém tem o direito de tirar sua própria vida (suicídio) e ninguém tem o direito de tirar a vida de uma pessoa inocente.

Com a eutanásia, os doentes e os idosos são assassinados sob um sentido de compaixão mal fundamentado, pois a verdadeira compaixão não pode incluir o cometimento de atos intrinsecamente maus contra outra pessoa (cf. EV nº 73).

3. As Pesquisas com Células Estaminais Fetais

Os embriões humanos são seres humanos. “O respeito pela dignidade do ser humano exclui toda manipulação experimental ou exploração do embrião humano” (CDF nº 4b).
Os recentes avanços científicos demonstram que qualquer cura que possa resultar dos experimentos com células estaminais fetais pode também ser desenvolvida a partir do uso de células estaminais adultas. As células estaminais adultas podem ser obtidas sem causar mal aos adultos das quais provêem. Portanto, já não existe um argumento médico favorável ao uso das células estaminais fetais.

4. A Clonagem Humana

“As tentativas… para se obter um ser humano sem conexão alguma com a sexualidade, mediante ‘fissão gemelar’, clonagem, partenogênesis, devem ser consideradas contrárias à moral, porque estão em contraste com a dignidade tanto da procriação humana como da união conjugal” (RVH 1,6).

A clonagem humana também acaba sendo uma forma de homicídio porque destrói o clone “rejeitado” ou “fracassado”; no entanto, cada clone é um ser humano.

5. O “Matrimônio” Homossexual

O verdadeiro matrimônio é a união entre um homem e uma mulher. O reconhecimento legal de qualquer outra forma de “matrimônio” menospreza o verdadeiro matrimônio e o reconhecimento legal das uniões homossexuais na realidade causa dano aos homossexuais, pois os anima a continuar vivendo sob um acordo objetivamente imoral.

“No caso de uma Assembléia Legislativa propor pela primeira vez um projeto de lei a favor da legalização das uniões homossexuais, o parlamentar católico tem o dever moral de expressar clara e publicamente seu desacordo e votar contra o projeto de lei. Conceder o sufrágio do próprio voto a um texto legislativo tão nocivo ao bem comum da sociedade é um ato gravemente imoral” (UPH nº 10).

Com quais cargos políticos devo me preocupar?

As leis são aprovadas pelo Legislativo, o Executivo as faz cumprir e o Judiciário as interpreta. Isto quer dizer que você deve se preocupar com qualquer candidato ao Legislativo, ou qualquer um que se apresente como candidato ao Poder Executivo e, [nos países onde for cabível] os que se candidatam à magistratura. E isto não apenas em nível nacional, mas também estadual e municipal.

É certo que, quando o cargo é inferior, há menor probabilidade do candidato apoiar certas causas. Por exemplo, é possível que a Câmara Municipal jamais discuta o tema da clonagem humana. Porém, é muitíssimo importante avaliar cada candidato antes das eleições, sem importar o cargo que está disputando.

Poucas pessoas alcançam um alto posto sem ter ocupado um cargo menor. Algumas poucas pessoas se convertem em deputados, em senadores ou presidentes sem ter sido antes eleitas para um cargo menor. Porém, a maioria dos deputados, senadores e presidentes começaram sua carreira política em nível local. O mesmo ocorre com os deputados estaduais; muitos deles começaram nas Câmaras Municipais e associações de bairro, galgando aos poucos a carreira política.

Os candidatos que futuramente postularão cargos superiores procederão principalmente dos atuais candidatos a cargos menores. Por isso, é prudente empregar os mesmos princípios para os candidatos municipais como para os estaduais e federais.

Se os candidatos que estão equivocados nos cinco assuntos inegociáveis fracassarem na eleição para os cargos menores, talvez não postularão cargos superiores. Isto facilitaria a eleição dos melhores candidatos para os postos de maior influência em nível estadual e nacional.

Como determinar a postura de um candidato

1. Isto poderá se conseguir com maior facilidade quanto mais importante for o cargo. Por exemplo: apresentar estes assuntos [inegociáveis] aos deputados e senadores e determinar sua postura. O mesmo podemos fazer em nível estadual. Em ambos os casos, conhecer a postura de um candidato pode ser fácil ao ler artigos em jornais e revistas, buscar suas opiniões na Internet ou avaliar suas propostas impressas e distribuídas durante o período eleitoral.

2. Um pouco mais difícil é conhecer as opiniões dos candidatos aos cargos municipais, porque poucos deles tiveram a oportunidade de considerar a legislação sobre temas como o aborto, a clonagem e a santidade do matrimônio. Porém, estes candidatos, por serem locais, freqüentemente podem ser contatados diretamente ou mantêm comitês eleitorais onde poderão explicar sua postura perante estes temas.

3. Se não for possível determinar a postura do candidato por outros meios, não hesite em escrever-lhe diretamente e perguntar-lhe qual a sua posição sobre cada um dos assuntos inegociáveis.

Como não se deve votar

1. Não confie seu voto apenas à sua filiação partidária, em seus anteriores hábitos de votação ou na tradição familiar de voto. Há alguns anos, estas eram formas confiáveis para determinar em quem se poderia votar, mas hoje não são mais confiáveis. Deve-se olhar cada candidato como um indivíduo. Isto significa que você pode votar em candidatos de partidos distintos.

2. Não vote pela aparência ou personalidade do candidato ou por sua astúcia perante os meios de comunicação. Alguns desses candidatos atraentes, agradáveis e que dizem o que convém apóiam males intrínsecos quando deveriam se opor a eles, enquanto que outros candidatos, que parecem simples, cansados ou incomodados pelas câmaras defendem leis que estão de acordo com os princípios cristãos.

3. Não vote em candidatos apenas porque se declaram católicos. Infelizmente, muitos dos candidatos que se dizem católicos rejeitam os ensinamentos básicos da moral católica. Eles apenas são “católicos” porque querem o voto dos católicos.

4. Não selecione os candidatos baseando-se apenas no pensamento: “O que vou ganhar?”. Tome sua decisão optando pelos candidatos que pareçam mais dispostos a promover o bem comum, ainda que você não se beneficie direta ou imediatamente do ordenamento legal que propõem.

5. Não premie com seu voto os candidatos que estejam corretos em assuntos menos importantes, mas que estão equivocados em assuntos morais fundamentais. Pode ser que um candidato adquira uma certa consideração por ter votado exatamente como você deseja, embora já tenha votado a favor – digamos – da eutanásia. Tal candidato jamais deve receber o seu voto. Os candidatos devem saber que estar equivocado em um dos cinco assuntos inegociáveis é suficiente para excluí-los da sua consideração.

Como votar

1. Para cada cargo, determine primeiro a posição que cada candidato possui em cada um dos cinco assuntos inegociáveis.

2. Elimine da sua relação os candidatos que estiverem equivocados em qualquer um dos assuntos inegociáveis. Não importa que tenham razão em outros assuntos; devem ser desprezados se estiverem equivocados em um só dos não negociáveis.

3. Escolha entre os candidatos restantes, baseando-se no seu juízo sobre as posições de cada candidato em outros assuntos de menor importância.

Quando não há um candidato “aceitável”

Em alguns debates públicos, cada candidato assume uma postura equivocada em um ou mais assuntos inegociáveis. Nesse caso, você pode votar no candidato que assuma menos posturas incorretas; ou que pareça ser mais incapaz para fazer avançar a legislação imoral; ou pode, ainda, não votar em ninguém.

O papel da sua consciência

A consciência é como um alarme: o adverte quando está a ponto de cometer algum erro. Ela apenas não determina o que é bom ou mau. Para que a sua consciência funcione corretamente, deve estar bem informada. Ou seja, você deve se informar sobre o que é bom e o que é mau. Só assim sua consciência será um guia confiável.

Infelizmente, muitos católicos hoje em dia não formaram suas consciências adequadamente sobre os assuntos fundamentais da moralidade. O resultado é que suas consciências não disparam nos momentos apropriados, inclusive no dia das eleições.

Uma consciência bem formada jamais contradiz o ensino moral católico. Por essa razão, se você tem dúvidas sobre o caminho que deve trilhar a sua consciência no momento de votar, ponha sua confiança no firme ensino moral da Igreja (o Catecismo da Igreja Católica é uma excelente fonte de ensino moral autêntico).

Quando acabar de ler este Guia do Eleitor

Por favor, não pare com a simples leitura deste Guia. Leia-o, aprenda com ele e prepare a sua seleção de candidatos baseado nele. Em seguida, forneça este Guia do Eleitor a um amigo e peça-lhe que o leia e o repasse a outros. Quanto mais pessoas votarem de acordo com os princípios morais básicos, melhor será o nosso país.

Abreviações:

CIC – Catecismo da Igreja Católica
CVP – Congregação para a Doutrina da Fé: Nota doutrinal sobre algumas questões relativas ao compromisso e a conduta dos católicos na vida política.
CDF – Pontifício Conselho para a Família: Carta dos Direitos da Família.
EV – João Paulo II: Carta Encíclica Evangelium Vitae (O Evangelho da Vida)
RVH – Congregação para a Doutrina da Fé: Instrução acerca do respeito da vida humana nascente e dignidade da procriação.
UPH – Congregação para a Doutrina da Fé: Considerações acerca dos projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais

[Fonte: Apostolado Veritatis Splendor: Guia do eleitor católico. Disponível em http://www.veritatis.com.br/doutrina/doutrina-social/926-guia-do-eleitor-catolico, desde 07 Outubro 2010; tradução:Carlos Martins Nabeto, Revisão TS].



Fonte: http://www.zenit.org/



23 de out. de 2014

Papa pede abolição da pena de morte e melhoria das condições carcerárias

2014-10-23
Cidade do Vaticano (RV) - Cristãos e homens de boa vontade "são chamados hoje a lutar não somente pela abolição da pena de morte", em "todas as suas formas", mas também pela melhoria das "condições carcerárias".
Essa é uma das passagens centrais do discurso do Papa Francisco nesta quinta-feira, no Vaticano, a um grupo de juristas da Associação Internacional de Direito Penal. A voz do Papa elevou-se também contra o fenômeno do tráfico de pessoas e a corrupção. Toda aplicação da pena, afirmou, deve ser feita de modo gradual, sempre inspirada no respeito à dignidade humana.
A prisão perpétua é uma "pena de morte dissimulada", por isso fiz com que ela fosse eliminada do Código Penal Vaticano. A afirmação espontânea (fora do texto), feita pelo Papa Francisco, se insere num intenso, minucioso e atento exame sobre como os Estados tendem hoje a fazer respeitar a justiça e a impor as penas.
O Papa falou com a sua habitual clareza e franqueza e não poupou críticas aos nossos tempos em que, afirmou, a política e a mídia muitas vezes incitam "à violência e à vingança pública e privada", sempre em busca de um bode expiatório.
A passagem sobre a pena de morte foi bastante veemente. O Pontífice recordou que "São João Paulo II condenou a pena de morte", como também faz o Catecismo, e criticou não somente o recurso à pena capital, mas desmascarou, num certo sentido, também o recurso às "chamadas execuções extrajudiciais ou extralegais", chamando-as "homicídios deliberados", cometidos por agentes oficiais sob o pára-vento Estado:
"Todos os cristãos e homens de boa vontade são, portanto, chamados hoje a lutar não somente pela abolição da pena de morte, legal ou ilegal que seja, e em todas as suas formas, mas também pela melhoria das condições carcerárias, no respeito à dignidade humana das pessoas privadas da liberdade. E uno isso também à prisão perpétua. No Vaticano, pouco tempo atrás, no Código Penal do Vaticano, não há mais a prisão perpétua. Ela é uma pena de morte dissimulada."
O olhar e a piedade de Francisco são evidentes em toda a sua explanação, tanto sobre as formas de criminalidade que atentam à dignidade humana, quanto sobre o sistema punitivo legal que por vezes – o disse sem rodeios – na sua aplicação não é legal, porque não respeita aquela dignidade.
"Nas últimas décadas – ressaltou no início o Santo Padre – difundiu-se a convicção de que através da pena pública podem ser resolvidos os mais variados problemas sociais, como se para as diferentes enfermidades fosse recomendado o mesmo medicamento."
Isso fez de modo que o sistema penal ultrapassasse seus confins – aqueles sancionadores – para estender-se ao "terreno das liberdades e dos direitos das pessoas", mas sem uma eficácia realmente constatável:
"Há o risco de não conservar nem mesmo a proporcionalidade das penas, que historicamente reflete a escala de valores tutelados pelo Estado. Enfraqueceu-se a concepção do direito penal como ultima ratio, como último recurso à sanção, limitado aos fatos mais graves contra os interesses individuais e coletivos mais dignos de proteção. Enfraqueceu-se também o debate sobre a substituição do cárcere com outras sanções penais alternativas.
O Papa Francisco definiu, por exemplo, o recurso à prisão preventiva uma "forma contemporânea de pena ilícita oculta", selada por um "verniz de legalidade", no momento em que produz a um detento não-condenado uma "antecipação da pena" de forma abusiva. Disso – observou – deriva quer o risco de multiplicar a quantidade dos "reclusos sem julgamento", ou seja, "condenados sem que sejam respeitadas as regras do processo" – e em alguns países são 50% do total –, quer, num efeito dominó, o drama das condições de vida nos cárceres:
"As deploráveis condições de detenção que se verificam em várias partes do planeta constituem muitas vezes um autêntico traço desumano e degradante, muitas vezes produto das deficiências do sistema penal, outras vezes, da carência de infra-estruturas e de planejamento, enquanto em muitos casos são nada mais que o resultado do exercício arbitrário e impiedoso do poder sobre pessoas privadas da liberdade."
O Papa Francisco foi além, quando, falando de "medidas e penas cruéis, desumanas e degradantes", comparou a detenção praticada nos cárceres de segurança máxima a uma "forma de tortura". O isolamento destes lugares, ressaltou, causa sofrimentos "psíquicos e físicos" que resultam por incrementar "sensivelmente a tendência ao suicídio". Hoje em dia – foi a desoladora constatação do Papa – as torturas não são praticadas somente como meio para obter "a confissão ou a delação"...
"...mas constituem um autêntico plus de dor que se acrescenta aos males próprios da detenção. Desse modo, se tortura não somente em centros clandestinos de detenção ou em modernos campos de concentração, mas também nos cárceres, institutos para menores, hospitais psiquiátricos, comissariados e outros centros e instituições de detenção e pena."
As crianças, sobretudo, devem ser poupadas da dureza do cárcere, bem como – se não totalmente, ao menos de forma limitada – anciãos, doentes, mulheres grávidas, portadores de deficiência, inclusive "mães e pais que – ressaltou – sejam os únicos responsáveis por menores ou portadores de deficiência".
O Pontífice deteve-se com algumas considerações sobre um fenômeno por ele sempre combatido: o tráfico de pessoas, disse, é filho daquela "pobreza absoluta" que aflige "um bilhão de pessoas" e obriga ao menos 45 milhões de seres humanos à fuga por causa de conflitos em andamento.
Dito isso, de forma premente, o Papa Francisco observou:
"A partir do momento em que não é possível cometer um delito tão complexo como o tráfico de pessoas sem a cumplicidade, com ação ou omissão, dos Estados, é evidente que, quando os esforços para prevenir e combater este fenômeno não são suficientes, deparamo-nos novamente diante de um crime contra a humanidade. Mais ainda, se ocorre que quem é preposto a proteger as pessoas e assegurar a sua liberdade, ao invés, se torna cúmplice daqueles que praticam o comércio de seres humanos, então, em tais casos, os Estados são responsáveis diante de seus cidadãos e diante da comunidade internacional."
A parte dedicada à corrupção é ampla e analisada com meticulosidade. Segundo o Papa, o corrupto é uma pessoa que através de "atalhos do oportunismo" chega a crer-se "um vencedor" que insulta e, se pode, persegue com total "despudor" quem o contradiz. "A corrupção – afirmou o Santo Padre – é um mal maior que o pecado" que "mais que perdoado", "deve ser curado":
"A sanção penal é seletiva. É como uma rede que captura somente os peixes pequenos, enquanto deixa os grandes livres no mar. As formas de corrupção que precisam ser perseguidas com (a) maior severidade são as que causam graves danos sociais, seja em matéria econômica e social – como, por exemplo, graves fraudes contra a administração pública ou o exercício desleal da administração –, seja em qualquer espécie de obstáculo interposto ao funcionamento da justiça com a intenção de obter a impunidade para os malfeitos próprios ou de terceiros."
Por fim, o Papa Francisco exortou os penalistas a usarem o critério da "cautela" na aplicação da pena". Esse, asseverou, "deve ser o princípio que rege os sistemas penais":
"O respeito à dignidade humana deve constituir não somente um limite à arbitrariedade aos excessos dos agentes do Estado, mas um critério de orientação para a perseguição e repressão daquelas condutas que representam os mais graves ataques à dignidade e integridade da pessoa humana." (RL)

Fonte: http://www.news.va/

23 OUT São João de Capistrano, sábio e prudente

São João de CapistranoO santo de hoje fez da ação um ato de amor e do amor uma força para a ação, por isso, muito penitente e grande devoto do nome de Jesus chegou à santidade. João nasceu em Capistrano (Itália), em 1386, e com privilegiado e belos talentos, cursou os estudos jurídicos na universidade de Perusa.
Juiz de direito, casado e nomeado governador de uma cidade na Itália, acabou na prisão por causa de intrigas políticas. Diante do sistema do mundo, frágil, felicidade terrena, e após a morte de sua esposa, João quis entrar numa Ordem religiosa. Com este objetivo teve João a coragem de vender os bens, pagar o resgate de sua missão, dar o resto aos pobres e seguir Jesus como São Francisco de Assis. O superior da Ordem, conhecendo os antecedentes de João, o submeteu a duras provas de sua vocação e, por tudo, João passou com humildade e paciência.
Ordenado sacerdote consagrou-se ao poder do Espírito no apostolado da pregação; viveu de modo profundo o espírito de mortificação. João de Capistrano enfrentou a ameaça dos turcos contra a Europa e a tentativa de desunião no seio da própria Ordem Franciscana. Apesar de homem de ação prodigiosa e de suas contínuas viagens através de toda a Europa descalço, João foi também escritor fecundo, consumido pelo trabalho.
São João tinha muita habilidade para a diplomacia; era sábio, prudente, e media muito bem seus julgamentos e suas palavras. Tinha sido juiz e governador e sabia tratar muito bem às pessoas. Por isso quatro Pontífices (Martinho V, Eugênio IV, Nicolau V e Calixto III) empregaram-no como embaixador em muitas e muito delicadas missões diplomáticas e com muito bons resultados.
Três vezes os Sumos Pontífices quiseram nomeá-lo Bispo de importantes cidades, mas preferiu seguir sendo humilde pregador, pobre e sem títulos honoríficos. Em 1453, os turcos muçulmanos propuseram invadir a Europa para acabar com o Cristianismo. Então São João foi à Hungria e percorreu toda a nação pregando ao povo, incitando-o a sair entusiasta em defesa de sua santa religião. As multidões responderam a seu chamado, e logo se formou um bom exército de crentes. Os muçulmanos chegaram perto de Belgrado com 200 canhões, uma grande frota de navios de guerra pelo rio Danúbio, e 50.000 terríveis jenízaros da cavalo, armados até os dentes. Os chefes católicos pensaram em retirar-se porque eram muito inferiores em número.
Mas foi aqui quando interveio João de Capistrano: empunhando um crucifixo, foi percorrendo com ele todas as fileiras, animando os soldados com a lembrança de que iam combater por Jesus Cristo, o grande Deus dos exércitos. tanta confiança e coragem inspirou a presença do santo aos cristãos, que logo ao primeiro ímpeto foi derrotado o exército otomano.
Morreu aos 71 anos de idade a 23 de outubro de 1456 e foi beatificado pelo Papa Leão X e solenemente canonizado pelo Papa Alexandre VIII no ano de 1690.
São João de Capistrano, rogai por nós!
Canção Nova 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...