23 de ago. de 2014

24 de Agosto São Bartolomeu, modelo para quem quer se deixar conduzir pelo Senhor


São BartolomeuNeste dia, festejamos a santidade de vida de São Bartolomeu, apóstolo de Nosso Senhor Jesus Cristo, que na Bíblia é citado com o nome de Natanael (que significa dom de Deus). Os três Evangelhos sinópticos chamam-lhe sempre Bartolomeu ou Bar-Talmay (filho de Talmay em aramaico). Nasceu em Caná da Galiléia, naquela pequena aldeia onde Jesus transformou a água em vinho.
Bartolomeu é modelo para quem quer se deixar conduzir pelo Senhor, pois, assim encontramos no Evangelho de São João: “Filipe vai ter com Natanael e lhe diz: ‘É Jesus, o filho de José de Nazaré’”. Depois de externar sua sinceridade e aproximar-se do Cristo, Bartolomeu ouviu dos lábios do Mestre a sua principal característica: “Eis um verdadeiro israelita no qual não há fingimento” (Jo 1,47).
Pertencente ao número dos doze, São Bartolomeu conviveu com Jesus no tempo da vida pública e pôde contemplar no dia-a-dia o conteúdo de sua própria profissão de fé: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”. Depois da Paixão, glorificação do Verbo e grande derramamento do Espírito Santo em Pentecostes, conta-nos a Tradição que o apóstolo Bartolomeu teria evangelizado na Índia, passado para a Armênia e, neste local conseguido a conversão do rei Polímio, da esposa e de muitas outras pessoas, isto até deparar-se com invejosos sacerdotes pagãos, os quais martirizaram o santo apóstolo, após o arrancarem a pele, mas não o Céu, pois perseverou até o fim.
São Bartolomeu, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova 

Já está pronto o primeiro rascunho da encíclica do Papa sobre a ecologia

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O site ACI/EWTN Noticias informou nesta terça-feira (19/08/14) que o Papa Francisco confirmou que está trabalhando em uma encíclica sobre a ecologia e afirmou que já tem um primeiro rascunho preparado no Vaticano.
Segundo a notícia, o Santo Padre se referiu a este tema na roda de imprensa que concedeu no voo de volta de Seul a Roma, depois de concluir a sua primeira e histórica visita à Coréia do Sul, o primeiro país da Ásia que visita em seu pontificado.
O Papa disse que sobre a encíclica conversou muito com o Cardeal Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, que se encarrega destes temas no Vaticano.
“Sobre esta encíclica falei muito com o Cardeal Turkson e também com outros. Pedi ao Cardeal que reúna todas as contribuições e já as recebi. Uma semana antes da viagem (à Coréia), não, na realidade quatro dias antes me entregaram um primeiro rascunho que é muito grande, diria que um terço a mais que a Evangelii Gaudium” que na sua versão regular em português tem 152 páginas.
O Santo Padre precisou que escrever uma encíclica sobre ecologia “é um problema que não é fácil, porque sobre a proteção da criação, a ecologia, também a ecologia humana, apenas podemos falar com certeza até certo ponto. Depois, passamos para as hipóteses científicas, algumas das quais são seguras e outras não”.
“Em uma encíclica como esta, isso deve ser magisterial. Deve estar baseada somente em certezas, em coisas que são seguras. Se o Papa disser que o centro do universo é a terra e não o sol, estaria errado ao dizer algo científico que não é correto. Isso também é verdade aqui”.
O Papa disse então que por tudo isso “devemos fazer o estudo do texto número por número. Assim se tornará certamente menor porque deixaremos somente aquilo que se pode afirmar com segurança”.
Certamente, concluiu o Pontífice, “o restante, acabará em nota, como hipótese, porque uma Encíclica não pode suportar hipóteses que depois poderiam cair”.

Nossa Senhora Rainha no dia 22 de agosto

Rainha do Céu e da Terra



OgAAAENexOfjRA Igreja celebra a festa de Nossa Senhora Rainha no dia 22 de agosto; isto é, sete dias após o dia de sua Assunção ao céu, dia 15 de agosto, que foi deslocada para o domingo seguinte no Brasil. Ao chegar ao céu em sua Assunção, a Santíssima Trindade a coroou como Rainha do céu e da terra, pois a Mãe do Rei é Rainha. Neste dia cada cristão deve coroar a sua Mãe, Aquela que Jesus nos deu na Cruz.
Na belíssima e tradicional Ladainha Lauretana, a Igreja saúda Maria com uma série de invocações que se cantavam no santuário de Loreto, na Itália, onde está conservada, segundo uma tradição piedosa, a casa de Nossa Senhora em Nazaré. Essa Ladainha é como se fosse um riquíssimo colar de títulos, honras e glórias de Maria, e revela verdades profundas sobre a Mãe de Deus. Ali encontramos Maria sendo saudada como Rainha dos Anjos, dos Patriarcas, dos Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires, dos Confessores, das Virgens, de todos os Santos; Rainha concebida sem pecado original, Rainha Assunta ao céu, Rainha do sacratíssimo Rosário e Rainha da Paz.
Ela é a rainha dos Anjos, pois eles a obedecem e, como diz S. Luiz de Montfort, “estão ávidos por receber dela uma ordem, a fim de que poderem demonstrar seu amor”. Também os demônios a obedecem e fogem de sua presença; pois com seus pés virginais ela recebeu de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça de Satanás (Gn 3,15).
Ela é a Rainha dos Patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó, David…, os pais do povo de Deus que aguardavam ansiosamente a chegada do reino celeste, o qual veio com Jesus, por Maria. Se Jesus é o Rei, o Esperado das Nações, Mara é a rainha que O trouxe.
Ela é a Rainha dos Profetas porque Cristo é o profeta por excelência. Ele mesmo o disse: “Nenhum profeta é bem aceito em sua pátria” (Lc 4,24). E o povo O aclamava em Jerusalém: “Este é Jesus o profeta de Nazaré da Galileia” (Mt 21,11). E mais: após a ressurreição do filho da viúva de Naim, o povo, possuído de temor, O glorificava dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus visitou Seu povo” (Lc 7,16). Após a multiplicação dos pães o povo dizia: “Este verdadeiramente é o profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6,14). E todos os profetas antigos O anunciaram.
Ora, se Jesus é o grande Profeta, Sua santíssima Mãe é a Rainha de todos os demais profetas. Santo Efrém a chamou “glória dos profetas”; São Jerônimo escreveu que ela foi “a profecia que os profetas profetizaram”; Santo André de Creta dizia que ela era “o resumo das divinas profecias, sobre as quais falaram todos os que receberam o dom de interpretar”, e São Boaventura a louvou como “a voz mais verdadeira das que anunciaram os oráculos de Deus” (MM, p. 90).
Ela é a Rainha dos Apóstolos. Cristo a deu a seus Apóstolos como Mãe aos pés da cruz, para que sob sua proteção materna eles pudessem cumprir a difícil missão de levar o Evangelho a todos. Foi sob sua guarda que a Igreja iniciou sua história missionária no dia de Pentecostes. “Tendo entrado no Cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer… Todos eles perseveravam unânimes na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus!” (At 1,12-14).
Assim, como gerou Jesus, a Cabeçada Igreja, pela ação do Espírito Santo, ela em Pentecostes pela ação do mesmo Espírito começava a gerar a Igreja, o corpo Místico de seu querido Jesus.
Acima de tudo, Maria é a Rainha dos Apóstolos como disse o Papa Paulo VI, na encíclica “Evangeii Nuntiandi”, é ”a Estrela da Evangelização”. Em nossos dias sobretudo, com suas mensagens frequentes, Ela nos ensina como se deve viver o Evangelho de seu Filho.
“Ela tem um poder sobre o coração do homem que só Cristo lhe podia dar, como diz o Pe. Paschoal Rangel. Ela “fala” no mais íntimo dos cristãos, e ali, com essa Palavra interior, é mais apóstola do que o poderiam ser todos os apóstolos”.
Ela é também a Rainha dos Mártires que derramaram seu sangue para testemunhar Jesus. Ninguém sofreu tanto por Jesus quanto Maria, por isso ela é a Mártir dos Mártires. Logo na apresentação de Jesus no Templo, quarenta dias após Seu nascimento, o profeta Simeão já lhe avisa sobre o mar de dores que terá pela frente: “Uma espada transpassará tua alma” (Lc 2,35). Pela boca do santo velho Simeão, Deus lhe manifesta que também Ela acompanhará os martírios da Vítima com sofrimentos inauditos.
Ela viu e experimentou o sofrimento de Jesus, as maiores dores físicas e morais que a um ser humano foi dado experimentar. Por isso é a Rainha dos Mártires, pois viveu o maior martírio. Podemos dizer com os Santos que Maria sofreu uma série de martírios, mesmo sem morrer.
Prof. Felipe Aquino

Fonte: Cleofas 

22 de ago. de 2014

Papa Francisco na audiência geral, sobre viagem à Coreia: "Cristo não anula as culturas; combate, isso sim, a divisão entre os povos"

2014-08-20




Regressado da Coreia, já nesta quarta-feira o Santo Padre acolheu os peregrinos na audiência-geral, na Sala Paulo VI. Como sempre depois de uma visita internacional, foi esse acontecimento o tema do encontro com os fiéis. Papa Francisco condensou em três palavras o significado da viagem : memória, esperança, testemunho.
Num país que teve um notável e rápido desenvolvimento económico, os coreanos desejam manter a força herdada dos seus antepassados. Ora – observou o Papa –a Igreja desempenha também a missão de proteger a memória e a esperança:
“A Igreja cuida da memória e da esperança: é uma família espiritual em que os adultos transmitem aos jovens a chama da fé recebida dos idosos; a memória das testemunhas do passado torna-se num novo testemunho no presente e esperança para o futuro.”

Foi a esta luz, nesta perspectiva, que o Papa entendeu “ler” os dois principais acontecimentos da viagem à Coreia: a beatificação de 124 mártires e o encontro com os jovens, por ocasião da VI Jornada Asiática da Juventude.
No resumo desta alocução, lido em português nesta audiência-geral, em nome do Papa, foi recordada a origem da Igreja neste “país onde convivem antigas culturas asiáticas e a perene novidade do Evangelho”. Ouçamos parte dessa síntese, apresentada por mons. Ferreira da Costa:

Lá a comunidade cristã não foi fundada por missionários, mas por um grupo de jovens coreanos, da segunda metade do século XVIII, que ficaram encantados com alguns textos cristãos, estudaram-nos a fundo e escolheram-nos como regra de vida. Um deles foi enviado a Pequim para receber o Baptismo e, voltando, baptizou os companheiros. Daquele primeiro núcleo desenvolveu-se uma grande comunidade que, durante cerca de cem anos, sofreu violentas perseguições com milhares de mártires. Tive a graça de beatificar 124 deles, que se juntam aos mártires coreanos já canonizados por São João Paulo II.

“Mártir” é “testemunha” – quis fazer notar o Papa. Ora o Mártir dá testemunho de algo, ou melhor, de Alguém, pelo qual vale a pena dar a vida…

esta realidade é o Amor com letra grande, é Deus que encarnou em Jesus. E, ao encarnar, Ele não destrói o que há de bom em nós, mas leva-o à perfeição. Com esta certeza, rezamos por todos os filhos e filhas da Península Coreana, que sofrem as consequências de guerras e divisões, para que possam realizar um caminho de plena reconciliação.

Os primeiros cristãos coreanos – observou ainda ao Papa, na sua alocução em italiano –propuseram-se como modelo a comunidade apostólica de Jerusalém, praticando o amor fraterno que supera todas as diferenças sociais.
Encorajei por isso os cristãos de hoje a serem generosos na partilha com os mais pobres e os excluídos, segundo o Evangelho de Mateus no capítulo 25: ‘Tudo o que fizestes a um só destes meus irmãos mais pequenos, a mim o fizestes. Caros irmãos, na história da fé na Coreia vê-se que Cristo não anula as culturas, não suprime o caminho dos povos que através dos séculos e os milénios que procuram a verdade e praticam o amor a Deus e ao próximo.

Na saudação ao Santo Padre, em português, na audiência geral, mons. Ferreira da Costa exprimiu os pêsames dos fiéis da nossa língua.
E nas palavras finais em italiano, o próprio Papa Francisco agradeceu as condolência e as orações. Também o Papa tem um família… - disse, depois de ter evocado o acontecido.

Fonte: radio vaticano

Homilia da Missa final da viagem à Coreia (Seul - 18 agosto

2014-08-18 11:30:07 



Queridos irmãos e irmãs!
A minha estadia na Coreia está a chegar ao fim e não posso deixar de agradecer a Deus pelas muitas bênçãos que concedeu a este amado país e, de maneira particular, à Igreja na Coreia. De entre tais bênçãos, conservo de modo especial a experiência, que vivemos juntos nestes últimos dias, da presença de tantos jovens peregrinos originários de todas as partes da Ásia. O seu amor por Jesus e o seu entusiasmo pela propagação do seu Reino foram uma inspiração para todos.
A minha visita culmina agora nesta celebração da Santa Missa, em que imploramos de Deus a graça da paz e da reconciliação. Esta oração reveste-se de particular ressonância na Península Coreana. A Missa de hoje é, sobretudo e principalmente, uma oração pela reconciliação nesta família coreana. Jesus diz-nos, no Evangelho, como é poderosa a nossa oração, quando dois ou três se reúnem em seu nome para pedir qualquer coisa (cf. Mt 18, 19-20). Muito mais o será, quando um povo inteiro eleva a sua instante súplica ao céu!
A primeira leitura apresenta a promessa feita por Deus de restaurar na unidade e na prosperidade um povo disperso pela desgraça e a divisão. Para nós, como para o povo de Israel, é uma promessa cheia de esperança: indica um futuro que Deus está desde já a preparar para nós. Mas esta promessa está inseparavelmente ligada com um mandamento: o mandamento de retornar a Deus e obedecer de todo o coração à sua lei (cf. Dt 30, 2-3). O dom divino da reconciliação, da unidade e da paz está inseparavelmente ligado à graça da conversão: trata-se de uma transformação do coração, que pode mudar o curso da nossa vida e da nossa história, como indivíduos e como povo.
Nesta Missa, naturalmente escutamos essa promessa no contexto da experiência histórica do povo coreano, uma experiência de divisão e conflito que já dura há mais de 60 anos. Mas o premente convite de Deus à conversão chama também os seguidores de Cristo na Coreia a examinarem-se sobre a qualidade da sua contribuição para a construção duma sociedade justa e humana. Chama cada um de vós a reflectir sobre o testemunho que dá, como indivíduo e como comunidade, de compromisso evangélico com os desfavorecidos, os marginalizados, com aqueles que não têm emprego ou estão excluídos da prosperidade que muitos usufruem. Chama-vos, como cristãos e como coreanos, a repelir com firmeza uma mentalidade fundada sobre a suspeita, a confrontação e a competição, optando antes por favorecer uma cultura plasmada pelo ensinamento do Evangelho e pelos mais nobres valores tradicionais do povo coreano.
No Evangelho de hoje, Pedro pergunta ao Senhor: «Quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» O Senhor responde: «Digo-te, não até sete vezes, mas até setenta vezes sete» (Mt 18, 21-22). Estas palavras tocam o coração da mensagem de reconciliação e de paz indicada por Jesus. Obedientes ao seu mandamento, pedimos diariamente ao nosso Pai do Céu que perdoe os nossos pecados, «assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido». Mas, se não estivéssemos prontos a fazer o mesmo, como poderíamos honestamente rezar pela paz e a reconciliação?
Jesus pede-nos para acreditar que o perdão é a porta que leva à reconciliação. Quando nos manda perdoar aos nossos irmãos sem qualquer reserva, pede-nos para fazer algo de totalmente radical, mas dá-nos também a graça de o cumprir. Aquilo que, visto duma perspectiva humana, parece ser impossível, impraticável e às vezes até repugnante, Jesus torna-o possível e frutuoso com a força infinita da sua cruz. A cruz de Cristo revela o poder que Deus tem de superar toda a divisão, curar toda a ferida e restaurar os vínculos originais de amor fraterno.
Assim, a mensagem que vos deixo no final da minha visita a Coreia é esta: tende confiança na força da cruz de Cristo; acolhei nos vossos corações a sua graça reconciliadora e partilhai-a com os outros. Peço-vos que deis um testemunho convincente da mensagem reconciliadora de Cristo nas vossas casas, nas vossas comunidade e em todas as esferas da vida nacional. Estou confiante que vós, num espírito de amizade e cooperação com os outros cristãos, com os seguidores de outras religiões e com todos os homens e mulheres de boa vontade que têm a peito o futuro da sociedade coreana, sereis fermento do Reino de Deus nesta terra. Então as nossas orações pela paz e a reconciliação subirão até Deus de corações mais puros e, pelo dom da sua graça, hão-de alcançar aquele bem precioso por que todos suspiramos.
Por isso, rezemos pelo aparecimento de novas oportunidades de diálogo, encontro e superação das diferenças, por uma incessante generosidade na prestação de assistência humanitária aos necessitados, e por um reconhecimento sempre mais vasto de que todos os coreanos são irmãos e irmãs, membros duma única família e dum único povo.
Antes de deixar a Coreia, quero agradecer à Senhora Presidente da República, às Autoridades civis e eclesiásticas e a todos aqueles que de alguma forma ajudaram a tornar possível esta visita. De modo especial, quero dirigir uma palavra de gratidão pessoal aos sacerdotes da Coreia, que diariamente se empenham no serviço do Evangelho e na edificação da fé, da esperança e da caridade do Povo de Deus. A vós, como embaixadores de Cristo e ministros do seu amor de reconciliação (cf. 2 Cor 5, 18-20), peço que continueis a construir laços de respeito, confiança e cooperação harmoniosa nas vossas paróquias, entre vós e com os vossos Bispos. O vosso exemplo de um amor sem reservas ao Senhor, a vossa fidelidade e dedicação ao ministério, bem como o vosso empenhamento caritativo com os necessitados contribuem enormemente para a obra de reconciliação e paz neste país.
Queridos irmãos e irmãs, Deus chama-nos a voltar para Ele e a escutar a sua voz, e promete estabelecer-nos sobre a terra numa paz e prosperidade maiores, como os nossos antepassados nunca conheceram. Possam os seguidores de Cristo na Coreia preparar a alvorada daquele dia novo em que esta terra do calmo amanhecer gozará das mais ricas bênçãos divinas de harmonia e de paz! Amém

Fonte: radio vaticana




Homilia da Missa de beatificação de mártires coreanos - Seul - 16 agosto

2014-08-16


«Quem nos separará do amor de Cristo?» (Rm 8, 35). Com estas palavras, São Paulo fala-nos da glória da nossa fé em Jesus: Cristo não só ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu, mas uniu-nos a Si mesmo, tornando-nos participantes da sua vida eterna. Cristo é vitorioso e a sua vitória é nossa!
Hoje celebramos esta vitória em Paulo Yun Ji-chung e nos seus 123 companheiros. Os seus nomes vêm juntar-se aos dos Santos Mártires André Kim Taegon, Paulo Chong Hasang e companheiros, aos quais pouco antes prestei homenagem. Todos viveram e morreram por Cristo e agora reinam com Ele na alegria e na glória. Com São Paulo, dizem-nos que Deus, na morte e ressurreição de seu Filho, nos deu a maior de todas as vitórias. De facto, «nem a morte, nem a vida, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor» (Rm 8, 38-39).
A vitória dos mártires, o testemunho por eles prestado à força do amor de Deus, continua ainda hoje a dar frutos na Coreia, na Igreja que recebe incentivo do seu sacrifício. A celebração do Beato Paulo e dos seus companheiros dá-nos oportunidade de voltar aos primeiros momentos, aos alvores da Igreja na Coreia. Convido-vos, católicos coreanos, a lembrar as grandes coisas que Deus realizou nesta terra e a guardar, como um tesouro, o legado de fé e caridade que vos foi confiado pelos vossos antepassados.
Na providência misteriosa de Deus, a fé cristã não chegou às costas da Coreia por intermédio de missionários; mas entrou através dos corações e das mentes do próprio povo coreano. Este foi estimulado à fé pela curiosidade intelectual, pela busca da verdade religiosa. Foi através dum encontro inicial com o Evangelho que os primeiros cristãos coreanos abriram as suas mentes a Jesus. Queriam saber mais sobre este Cristo que sofreu, morreu e ressuscitou dos mortos; e este aprender algo sobre Jesus bem depressa levou a um encontro com o próprio Senhor, aos primeiros baptismos, ao desejo duma vida sacramental e eclesial plena e aos inícios dum compromisso missionário. Além disso, frutificou em comunidades que se inspiravam na Igreja primitiva, onde os fiéis formavam verdadeiramente um só coração e uma só alma, sem olhar às diferenças sociais tradicionais, e possuíam tudo em comum (cf. Act 4, 32).
Esta história é muito elucidativa sobre a importância, a dignidade e a beleza da vocação dos leigos. Dirijo a minha saudação a tantos fiéis leigos aqui presentes, especialmente às famílias cristãs que diariamente, com o seu exemplo, educam os jovens para a fé e o amor reconciliador de Cristo. De modo especial, saúdo os inúmeros sacerdotes aqui presentes: através do seu ministério generoso, transmitem o rico património de fé cultivado pelas passadas gerações de católicos coreanos.
O Evangelho de hoje contém uma mensagem importante para todos nós. Jesus pede ao Pai que nos consagre na verdade e nos guarde do mundo. Antes de mais nada, é significativo que Jesus, ao pedir ao Pai que nos consagre e guarde, não Lhe pede para nos tirar do mundo. Sabemos que envia os seus discípulos para serem fermento de santidade e verdade no mundo: o sal da terra e a luz do mundo. Nisto, os mártires mostram-nos o caminho.
Algum tempo depois que as primeiras sementes de fé foram lançadas nesta terra, os mártires e a comunidade cristã tiveram que escolher entre seguir Jesus ou o mundo. Tinham escutado a advertência do Senhor, ou seja, que o mundo os odiaria por causa d’Ele (cf. Jo 17, 14); sabiam qual era o preço de ser discípulo. Para muitos, isso significou a perseguição e, mais tarde, a fuga para as montanhas, onde formaram aldeias católicas. Estavam dispostos a grandes sacrifícios e a deixar-se despojar de tudo o que pudesse afastá-los de Cristo: os bens e a terra, o prestígio e a honra, porque sabiam que somente Cristo era o seu verdadeiro tesouro.
Hoje, muitas vezes, experimentamos que a nossa fé é posta à prova pelo mundo, sendo-nos pedido de muitíssimas maneiras para condescender no referente à fé, diluir as exigências radicais do Evangelho e conformar-nos com o espírito do tempo. Mas os mártires chamam-nos a colocar Cristo acima de tudo, considerando todas as demais coisas neste mundo em relação a Ele e ao seu Reino eterno. Os mártires levam-nos a perguntar se há algo pelo qual estamos dispostos a morrer.
Além disso, o exemplo dos mártires ensina-nos a importância da caridade na vida de fé. Foi a pureza do seu testemunho de Cristo, manifestada na aceitação da igual dignidade de todos os baptizados, que os levou a uma forma de vida fraterna que desafiava as rígidas estruturas sociais do seu tempo. Foi a sua recusa de separar o duplo mandamento do amor a Deus e do amor ao próximo que os levou a tão grande solicitude pelas necessidades dos irmãos. O seu exemplo tem muito a dizer a nós que vivemos numa sociedade onde, ao lado de imensas riquezas, cresce silenciosamente a pobreza mais abjecta; onde raramente se escuta o grito dos pobres; e onde Cristo continua a chamar, pedindo-nos que O amemos e sirvamos, estendendo a mão aos nossos irmãos e irmãs necessitados.
Se seguirmos o exemplo dos mártires e acreditarmos na palavra do Senhor, então compreenderemos a sublime liberdade e a alegria com que eles foram ao encontro da morte. Além disso, veremos que a celebração de hoje abraça os inúmeros mártires anónimos, neste país e no resto do mundo, que, especialmente no século passado, ofereceram a sua própria vida por Cristo ou sofreram duras perseguições por causa do seu nome.
Hoje é um dia de grande alegria para todos os coreanos. O legado do Beato Paulo Yun Ji-chung e dos seus Companheiros – a sua rectidão na busca da verdade, a sua fidelidade aos supremos princípios da religião que tinham escolhido abraçar, bem como o seu testemunho de caridade e solidariedade para com todos – tudo isso faz parte da rica história do povo coreano. O legado dos mártires pode inspirar todos os homens e mulheres de boa vontade a trabalharem harmoniosamente por uma sociedade mais justa, livre e reconciliada, contribuindo assim para a paz e a defesa dos valores autenticamente humanos neste país e no mundo inteiro.
Possam as orações de todos os mártires coreanos, em união com as de Nossa Senhora, Mãe da Igreja, obter-nos a graça de perseverar na fé e em toda a boa obra, na santidade e pureza de coração e no zelo apostólico de testemunhar Jesus nesta amada Nação, em toda a Ásia e até aos confins da terra. Amem

 Fonte: radio vaticana

Homilia de 15 agosto 2014 - Estádio de Daejeon (Coreia)

2014-08-15



Amados irmãos e irmãs em Cristo!
Em união com toda a Igreja, celebramos a Assunção de Nossa Senhora, em corpo e alma, à glória do Paraíso. A Assunção de Maria mostra-nos o nosso destino como filhos adoptivos de Deus e membros do Corpo de Cristo: como Maria, nossa Mãe, somos chamados a participar plenamente na vitória do Senhor sobre o pecado e a morte e a reinar com Ele no seu Reino eterno.
O «grande sinal» apresentado na primeira leitura – uma mulher vestida de sol e coroada de estrelas (cf. Ap 12, 1) – convida-nos a contemplar Maria, entronizada na glória junto do seu divino Filho. Convida-nos ainda a tomar consciência do futuro que, já desde agora, abre diante de nós o Senhor Ressuscitado. Tradicionalmente, os coreanos celebram esta festa à luz da sua experiência histórica, reconhecendo a amorosa intercessão de Maria operante na história da nação e na vida do povo.
Na segunda leitura de hoje, ouvimos São Paulo afirmar que Cristo é o novo Adão, cuja obediência à vontade do Pai derrubou o reino do pecado e da escravidão e inaugurou o reino da vida e da liberdade (cf. 1 Cor 15, 24-25). A verdadeira liberdade encontra-se no amoroso acolhimento da vontade do Pai. De Maria, cheia de graça, aprendemos que a liberdade cristã é algo mais do que a mera libertação do pecado; é a liberdade que abre para um novo modo espiritual de considerar as realidades terrenas, a liberdade de amar a Deus e aos nossos irmãos e irmãs com um coração puro e viver na jubilosa esperança da vinda do Reino de Cristo.
Hoje, ao venerar Maria, Rainha do Céu, dirigimo-nos a Ela como Mãe da Igreja na Coreia para Lhe pedir que nos ajude a ser fiéis à liberdade régia que recebemos no dia do Baptismo; que guie os nossos esforços por transformar o mundo segundo o plano de Deus; e que torne a Igreja neste país capaz de ser, de uma forma mais plena, fermento do Reino de Deus na sociedade coreana. Possam os cristãos desta nação ser uma força generosa de renovação espiritual em todas as esferas da sociedade; combatam o fascínio do materialismo que sufoca os autênticos valores espirituais e culturais e também o espírito de desenfreada competição que gera egoísmo e conflitos; rejeitem modelos económicos desumanos que criam novas formas de pobreza e marginalizam os trabalhadores, bem como a cultura da morte que desvaloriza a imagem de Deus, o Deus da vida, e viola a dignidade de cada homem, mulher e criança.
Como católicos coreanos, herdeiros duma nobre tradição, sois chamados a valorizar esta herança e a transmiti-la às gerações futuras. Isto implica para cada um a necessidade duma renovada conversão à Palavra de Deus e uma intensa solicitude pelos pobres, os necessitados e os fracos que vivem no meio de nós.
Ao celebrar esta festa, unimo-nos a toda a Igreja espalhada pelo mundo e olhamos para Maria como Mãe da nossa esperança. O seu cântico de louvor lembra-nos que Deus nunca esquece as suas promessas de misericórdia (cf. Lc 1, 54-55). Maria é a cheia de graça, porque «acreditou no cumprimento daquilo que o Senhor lhe dissera» (Lc 1, 45). N’Ela, todas as promessas divinas se demostraram verdadeiras. Entronizada na glória, mostra-nos que a nossa esperança é real e que, já desde agora, esta esperança se estende, «como uma âncora segura e firme para as nossas vidas» (Heb 6, 19), até onde Cristo está sentado na glória.
Amados irmãos e irmãs, esta esperança – a esperança oferecida pelo Evangelho – é o antídoto contra o espírito de desespero que parece crescer como um cancro no meio da sociedade, que exteriormente é rica e todavia muitas vezes experimenta amargura interior e vazio. A quantos dos nossos jovens não fez pagar o seu tributo um tal desespero! Que os jovens, que nestes dias se reúnem ao nosso redor com a sua alegria e confiança, nunca lhes vejam roubada a esperança!
Dirijamo-nos a Maria, Mãe de Deus, e imploremos a graça de viver alegres na liberdade dos filhos de Deus, usar sabiamente esta liberdade para servirmos os nossos irmãos e irmãs, e viver e actuar de tal modo que sejamos sinais de esperança, aquela esperança que encontrará a sua realização no Reino eterno, onde reinar é servir. Amen.


Fonte: rádio vaticana


Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...