7 de jun. de 2014

Reflexão do Evangelho do Domingo

08/06/14 Ano A

Liturgia do Domingo 

1° leitura At 2, 1-11~
Sl 103 (104)
2° leitura 1 Cor
Evangelho Jo 20, 19-23


Solenidade de Pentecoste


“O Espírito do Senhor encheu o universo; ele mantém unidas todas as coisas e conhece todas as línguas, aleluia!”(Cf. Sb 1,7).
Meus queridos irmãos,

A Solenidade de Pentecostes é a plenificação do Mistério Pascal: a comunhão com o Ressuscitado só é completa pelo dom do Espírito, que continua em nós a obra do Cristo e sua presença gloriosa. A liturgia deste domingo acentua a manifestação histórica do Espírito no milagre de Pentecostes – como anuncia a primeira leitura dos Atos dos Apóstolos(2,1-11) – e nos carismas da Igreja – como nos adverte a Segunda Leitura retirada da Primeira Carta de São Paulo Apóstolo aos Coríntios -, sinais da unidade e da paz que o Cristo veio trazer. Isto, porque a pregação dos apóstolos, anunciando o Ressuscitado, supera a divisão de raças e línguas, e porque a diversidade de dons na Santa Igreja serve para a edificação do povo unido, o Corpo do qual Cristo é a cabeça. Ambos estes temas podem alimentar a reflexão de hoje.

Estimados Irmãos,

Pentecostes significa cinqüenta dias depois da Páscoa. Páscoa que já era para os judeus a festa da libertação. Pentecostes era para os judeus a festa do término da colheita, e por isso tinha um sentido de agradecimento, de alegria pela abundância dos celeiros. Com o decorrer do tempo a Festa de Pentecostes passou a comemorar a promulgação da Lei Mosaica. Por isso, para esta festa acorriam a Jerusalém muitos peregrinos, para agradecer nesse dia a aliança de Deus com a humanidade, com o povo eleito, por isso um dia de abundância de frutos, para enviar da parte do Pai o Espírito Santo, como coroação de sua obra na terra e como garantia da continuidade de sua ação salvadora.

Com a Ressurreição do Cristo, a Páscoa, a Ascensão e Pentecostes são três tempos de um mesmo mistério: o mistério do Cristo Ressuscitado, que acontece historicamente na Páscoa, se confirma na glória da Ascensão e chega à plenitude na descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, constituindo-os em novo povo de Deus, a comunidade cristã.

O Espírito Santo que um dia baixou sobre Nossa Senhora e, com ela, gerou o Filho do Deus Salvador. Mais tarde, desceu sobre o Cristo adulto e o levou a transformar o deserto da humanidade em família de Deus. E, no dia de Pentecostes, desceu sobre os apóstolos para lhes dar a “força de serem as testemunhas de Jesus até os confins da terra” (Cf. At 1,8), construindo a comunidade de fé dos cristãos, refazendo as sementes da esperança da humanidade e congregando os homens no amor fraterno. Pentecostes é a festa do Divino Espírito Santo. Pentecostes é a festa da Igreja divina e humana, santa e pecadora, eterna e temporal, corpo místico do Cristo, formado e vivificado pelo Espírito de Deus.

Estimados Irmãos,

A Primeira Leitura – retirada dos Atos dos Apóstolos – nos dá uma verdadeira dimensão da festa de hoje: que o Espírito Santo estaria acompanhando, rezando, abençoando e santificando as testemunhas da Ressurreição, os Apóstolos, que tinham a missão de conduzir a Igreja pelo mundo. E, assim, no Evangelho de hoje, Jesus sopra sobre os apóstolos o Espírito Santo e com Ele lhes dá o poder de recriar o mundo – quem perdoa pecados, salva; quem salva, refaz, recria a criatura renovada pelo perdão de suas faltas.

Pentecostes poderia ser um novo mundo sendo recriado, porque Jesus, com um sopro divino: “Envias teu sopro e tudo é recriado; tu renovas a face da terra!” Como a palavra “sopro” e a palavra “Espírito” têm o mesmo significado, o verso passou a ser uma oração de invocação ao Espírito Santo: “Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será recriado, e renovareis a face da terra”. Pentecostes é renovação, é recriação. Sobretudo recriação da criatura humana.

Irmãos,

Celebramos hoje os dons da Páscoa: primeiro o próprio Ressuscitado, o Redentor e Salvador. Jesus venceu a morte e anunciou a vida plena. Vida plena que gera o segundo dom da Páscoa: a Paz, ou seja, o retorno do equilíbrio no coração da criatura humana, com a dimensão da confiança e da humildade para com Deus; com a dimensão para o próprio eu, o ser íntimo da pessoa, confortado pela certeza de não ter sido enganado e impelido pela esperança; e com a dimensão para os outros, com quem pode criar comunidade e repartir a alegria da caminhada para o céu.

Paz que é vivida a partir da dimensão do perdão, da acolhida do diferente, por isso o próprio Cristo nos anuncia a Paz: A Paz esteja convosco! E a nossa resposta deve ser: O AMOR DE CRISTO NOS UNIU!

Paz que vem do perdão, nascido da fé, que é enriquecido pela esperança e pela caridade!

O terceiro dom da Páscoa é o Envio. Jesus nos santifica pelo Batismo e nos envia para a missão, para sermos seus discípulos-missionários. Vencido o pecado e vencida a morte, Jesus reparte com os apóstolos a missão de salvar, enviando seus discípulos para anunciar o Evangelho a todos os povos, convertendo-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E os apóstolos e discípulos, tendo recebido o poder de ligar e de desligar, até o Juízo final, tem a faculdade de perdoar, em nome do Cristo, os pecados e ligar a amizade com o Salvador.

O quarto dom da Páscoa é o ESPÍRITO SANTO, ou seja, o Paráclito, ou ainda, o ADVOGADO seu e dos Apóstolos. Dele, porque haveria de fazer os apóstolos compreenderem o mistério de sua pessoa e de sua missão. Dos apóstolos, porque  lhes daria a coragem e a lucidez de serem as testemunhas da Ressurreição e do Reino de Deus na terra. O Espírito Santo que é o advogado da Igreja, já que a Igreja tem Jesus como cabeça, e como corpo, os discípulos do Senhor. A Igreja celebra a festa de Pentecostes como a data de sua instituição solene.

Que Deus nos ajude a pedir os dons do Espírito Santo, Advogado da Igreja e nosso advogado. Que Deus nos ajude a assimilar os dons da SABEDORIA, da INTELIGÊNCIA, do CONSELHO, da FORTALEZA, da CIÊNCIA, do TEMOR e da PIEDADE.

Estimados Irmãos,

Junto com Pentecostes celebramos o dia em que se homenageia as Mães. As Mães que nos precedem na Casa do Pai, a nossa oração de gratidão e de ação de graças. As Mães que caminham conosco e que nos deram o tesouro da fé junto com o dom da vida, queremos beijar as suas sacrossantas mãos e dizer, Mamãe, muito obrigado, eu te amo!

Em cada solenidade de Pentecostes, a Santa Igreja reaviva o Espírito que nos foi dado como dom de Deus. Assim, reanimados e fortalecidos, seremos fecundos na gestação do Reino de Deus, levando à plenitude a vida nova recebida pela fé e pelo Batismo. O Espírito Santo quer ser invocado. Por isso, a Liturgia de Pentecostes exclama: “Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da Terra!” Amém!

Por Padre Wagner Augusto Portugal
Fonte: http://www.catequisar.com.br/

6 de jun. de 2014

São Pedro de Córdova, fiel leigo

São Pedro de CórdovaO santo de hoje viveu num tempo de grande perseguição. Foi no século IX, no ano de 851: um rei de outra religião estava impondo para os cristãos a renúncia de Cristo e a adesão a tal outra religião. Claro que muitos optaram pela fidelidade a Jesus, mesmo em meio às ameaças e perseguições.
Pedro, fiel leigo, que foi para Córdova junto com outro amigo por causa dos estudos, deparou-se com aquela perseguição. Eles se apresentaram a um juiz, que questionou a fé daqueles cristãos. E Pedro respondeu testemunhando Jesus Cristo, falando sobre a verdadeira religião, da Salvação, do único Salvador. Aquele juiz não aceitou os argumentos e condenou Pedro e seus companheiros ao martírio.
Eles foram com alegria, testemunhando a esperança da ressurreição. Foram degolados e depois tiveram seus corpos dependurados e queimados, e ainda tiveram suas cinzas lançadas num rio, para que ninguém os venerasse.
Diante do testemunho desses mártires, peçamos a Deus a graça da fidelidade.
São Pedro de Córdova e companheiros, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova 

Depositemos nosso coração nas mãos de Deus

A Palavra meditada, hoje, está em Salmo 147,1-11:
"O coração daquele que está atribulado tem de estar nas mãos de Deus", afirma Márcio
Foto: Wesley Almeida/Arquivo Fotos CN


Deus cura os corações sofridos, atormentados e cheios de preocupação. Com está seu coração nesta manhã? Se estiver atribulado, tem de estar nas mãos de Deus, e somente d’Ele pode vir o socorro para as nossas preocupações.

Muitas vezes, em nós, temos uma imensidão de preocupações que enchem nossa cabeça e nosso coração; mas a Palavra nos diz que temos de cuidar do nosso coração em Deus, pois em todas as circunstâncias Ele é o nosso remédio.

Quando estamos sofrendo, queremos nos livrar de qualquer forma da dor, mas sozinho é impossível se livrar dela. Quanto mais lutamos, mais nos cansamos e desgastamos, e o problema permanece. Batalhamos tanto para sermos libertos e acabamos sendo vencidos pelos nossos pecados, porque colocamos os nossos esforços em nós mesmos.

A cura do coração e o remédio para as feridas só pode vir de Deus, pois Ele tudo pode, pois ampara quem precisa d'Ele. Para receber o amparo de Deus, é preciso ter um coração humilde, que reconheça que precisa de ajuda. Para certos males a cura vem pela permanência na presença de Deus.

Todos nós gostamos de ser amados, mas apesar de alimentar os nossos sentimentos, o coração, para se impressionar, necessita permanecer na presença desse amor. Para que nosso coração se impressione por Deus precisamos permanecer na presença d'Ele. Para encontrar alivio e remédio, precisamos estar na presença de Deus. Podemos pensar: “Vamos ficar 24h por dia dentro da Igreja ou rezando o terço?”. Estar na presença do Senhor é colocá-Lo em tudo que fizermos, em nosso trabalho, em nossas brincadeiras e conversas.

Quem se coloca na presença do Senhor, constantemente se recorda que a vida sem ele não tem graça, é sem sabor. Pode ser que você pense: “Conheço pessoas que não conhecem Deus e vivem muito bem sem Ele”. Mas essas pessoas, querendo ou não, têm a presença de Deus na vida delas. A chuva de bênçãos recaí sobre todos, por amar a todos, acreditem n’Ele ou não.

Aquele que é Grande pode nos salvar. Podemos nos revoltar contra o Senhor quando Ele salva aquele que não crê, mas nossa visão muda quando o descrente é nosso esposo, nossa esposa, nosso filho, aqueles que amamos. Imaginemos as limitações daqueles que amamos. Mesmo tão cheios de defeitos, nós os amamos. Mas quando não se ama a pessoa, até as qualidades dela nos irritam. Essa é a verdade: Deus é amor e nunca vai deixar de nos amar.

O que agrada o coração de Deus? Não adianta fazermos um monte de coisa se não fizemos o bem, não amarmos quem estava ao nosso lado, passarmos por cima das pessoas. Temer o Senhor é viver o amor. Amar a Deus sobre tudo e ao próximo com a si mesmo. Quem ama está em comunhão com o Pai.

Não espere de Deus nada que não seja bondade. Louvar ao Senhor é reconhecer com alegria Sua bondade, Seu amor e Sua misericórdia. Deus é tolerante conosco, tem paciência com nossas demoras e fraquezas, e está sempre disposto a nos perdoar. Ele não nos trata com brutalidade, mas nos conduz com ternura.

Na caminhada sempre toparemos com pedras e espinhos, pela experiência da dor e das feridas sempre passaremos. As pedras e espinhos algumas vezes serão pessoas em nossas vidas, que são falhas, humanas e vão nos magoar. Outras vezes, essas pedras seremos nós mesmos, com nossa baixo autoestima, nossos pecados e fraquezas.

Precisamos confiar nos dons de Deus que estão em nós. Há tanta coisa boa dentro de nós que desconhecemos! Deixe vir para fora seu melhor. Tantos votos íntimos fazemos por experiências passadas: “nunca mais vou amar ninguém”, “nunca mais vou ser feliz” e tantas outras. Hoje, não importam as raízes de nossas mágoas, se encontrarmos Deus e nos abrirmos a Ele, é certo que seremos curados.

Deus fecha a porta que entra a dor. Tem a dor que amadure e tem outra que destrói. Ele fecha a porta da dor destrutiva. Quando estamos com Ele, experimentamos sua grandeza e sua força, que nos direciona a sarar nossas feridas. Pode ser preciso perdoar, reconciliar e ter uma atitude generosa. Para cada um de nós Deus tem um remédio diferente.

Ele não coloca limites na felicidade daqueles que Ele ama. Pensamos que agradar-Lhe é fazer muito, mas agradar a Deus é obedecer-Lhe. O Senhor não quer pessoas somente eficientes, mas eficazes, que fazem acontecer. O que você quer ser: aquele que faz e não produz frutos ou aquele que faz acontecer e produz inúmeros frutos? Façamos nossa escolha e peçamos ao Espírito que nos ilumine, fecunde em nós Seu amor e nos ensine a amar.
Márcio Mendes
Membro da Comunidade Canção Nova.

Fonte: http://clube.cancaonova.com/

Dom Hélder Câmara poderá virar santo

Dom-Helder-y

O site Zenit divulgou nesta sexta (06/06/14) uma entrevista com dom Antônio Fernando Saburido (OSB), arcebispo metropolitano de Olinda e Recife, na qual conversam sobre o processo de beatificação e a vida de dom Hélder.
Confira:
No fim de maio, a arquidiocese de Olinda e Recife enviou à Congregação para Causa dos Santos, no Vaticano, o pedido de abertura para o processo de beatificação de dom Hélder Câmara. O anúncio foi feito por dom Antônio Fernando Saburino (OSB), arcebispo metropolitano da Igreja local, onde viveu e faleceu dom Hélder.
Na ocasião, dom Antônio apresentou a carta enviada ao Vaticano com o pedido de beatificação e canonização. O parecer dos bispos do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil foi positivo e unânime. Uma vez aberto o processo, frei Jociel Gomes se torna vice-postulador da causa.
Um pouco da história de dom Hélder
Conhecido como “Dom da Paz”, Hélder Câmara nasceu no dia 7 de fevereiro de 1909, em Fortaleza, Ceará. Mas foi no Rio de Janeiro e em Pernambuco que ganhou destaque com o exercício frutuoso do ministério episcopal voltado para os pobres.
Aos 27 anos, já como sacerdote, foi para a arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, onde, em 1952, se tornou bispo auxiliar. Lá, fundou a Cruzada São Sebastião, em prol das famílias carentes que sonhavam com uma moradia digna, e o Banco Providência, voltado para a redução da desigualdade social e desenvolvimento humano nas comunidades mais pobres. Ainda no Rio, articulou a realização do 36º Congresso Eucarístico Internacional, em 1955.
Em 1964 recebeu a missão de dirigir a arquidiocese de Olinda e Recife como arcebispo metropolitano. Neste ínterim, criou a Comissão de Justiça e Paz, que defendeu presos políticos e perseguidos da ditadura militar, assim como protegeu os excluídos sociais.
Dom Hélder também ajudou na criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na qual exerceu o cargo de secretário geral, e o Conselho Episcopal Latino Americano (Celam), do qual foi vice-presidente.
Incansável, o Dom da Paz lutou contra a fome e a miséria no Brasil. Em 1990 lançou a campanha Ano 2000 sem Miséria.  Com uma vida toda dedicada aos pobres, dom Hélder chegou a ser indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz.
Acompanhe a entrevista de dom Antônio Fernando ao Zenit.
ZENIT: Como e quando surgiu a iniciativa de dar entrada no processo de canonização de dom Hélder? Já existem relatos de milagres?
Desde minha chegada a Recife em 2009, como arcebispo, as pessoas me pedem para iniciar o processo visando a canonização de dom Hélder Pessoa Câmara. Por enquanto, não tenho conhecimento de milagres alcançados através da intercessão de dom Hélder. Isso somente será exigido bem mais adiante. Uma vez iniciado o processo, acredito que as pessoas vão começar a nos procurar para relatar fatos dessa natureza.
ZENIT: Quando haverá resposta do Vaticano sobre o início de processo de beatificação?
Não existe tempo determinado para a resposta da Congregação para a Causa dos Santos, a quem cabe autorizar o início do processo.
ZENIT: O senhor conheceu dom Hélder? Como era o relacionamento dele com o povo?
Conheci sim, porém, como monge beneditino vivia no Mosteiro de São Bento de Olinda e não tinha muito contato com dom Hélder. Foi ele, porém, quem me ordenou presbítero. Sempre nutri grande admiração por sua pessoa, sobretudo, quando tive oportunidade de ler suas cartas circulares, escritas durante o Concílio Ecumênico Vaticano II – redigidas durante as vigílias diárias que costumava fazer no silêncio da madrugada para rezar e escrever.
O “Dom”, como o chamavam, era franzino e baixinho, porém um gigante quando fazia uso da palavra e tomava determinadas atitudes. Contraditoriamente, era um contemplativo, uma inteligência além da média, e de uma sensibilidade surpreendente para com as pessoas mais pobres e excluídas.
ZENIT: O que significou para dom Hélder o encontro com o Papa, em Recife, em 1980?
Eu estava presente no meio da multidão quando o Papa João Paulo II o abraçou carinhosamente e na homilia o saudou dizendo: “Irmão dos pobres e meu irmão”. Acredito que aquele abraço e saudação marcou muito sua pessoa.
ZENIT: Qual era a intenção de dom Hélder com a criação da CNBB e do Celam?
Certamente, a intenção de Dom Hélder ao criar a CNBB e CELAM foi promover o diálogo e a cooperação mútua entre os bispos do Brasil e de toda a América Latina. Essas importantes instituições vêm crescendo e se consolidando a cada dia.
ZENIT: Em 1970, Dom Hélder denunciou a prática da tortura a presos políticos no Brasil. No período da ditadura militar, quais foram as principais ações de dom Hélder?
Dom Hélder foi vítima da ditadura militar no Brasil, sobretudo pelo apoio que sempre deu aos presos e perseguidos políticos. Pagou alto preço com a impossibilidade de falar através dos meios de comunicação social em todo o país e, sobretudo, com o brutal assassinato do jovem padre Antônio Henrique Pereira, seu assessor para a Pastoral da Juventude, falecido após três anos de ministério sacerdotal.
ZENIT: Qual era a concepção de dom Hélder a respeito da Teologia da Libertação?
Dom Hélder entendia que a prática do Evangelho liberta de todas as amarras. N’Ele encontrava forças para enfrentar os desafios seguindo a linha da “opção preferencial pelos pobres”.
ZENIT: Como é para o senhor, dom Antônio Fernando, estar à frente de uma arquidiocese que foi dirigida por um santo em potencial?
Para mim é grande honra e responsabilidade estar à frente desta querida arquidiocese de Olinda e Recife com uma história tão bonita e por onde passaram grandes bispos, como Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira (1871 – 1878) – cujo processo de canonização já se encontra na fase romana -, Dom Hélder Pessoa Câmara (1964 – 1985) e tantos outros que aqui deixaram seu legado. Peço que rezem por mim para que seja sempre um bom pastor, tendo por modelo o Pastor dos pastores.

O que é o pecado contra o Espírito Santo?


presoAlgumas pessoas nos perguntam o que é este pecado.
Antes de tudo é preciso entender que não é um pecado como os demais; isto é, um ato: roubar, matar, prostituir, adulterar, corromper, mentir, etc.
Trata-se de uma ofensa grave ao próprio Deus na Pessoa do Espírito Santo. De que forma?
No §1864 o Catecismo da Igreja explica:
“Aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não terá remissão para sempre. Pelo contrário, é culpado de um pecado eterno” (Mc 3,29). A misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa deliberadamente a acolher a misericórdia de Deus pelo arrependimento, rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante endurecimento pode levar à impenitência final e à perdição eterna”.
Portanto, o pecado contra o Espírito Santo é o endurecimento do coração. Não que a misericórdia de Deus seja insuficiente para amolecer esse coração empedernido, mas é a pessoa que não se abre para acolher o perdão e a misericórdia de Deus. É o caso do pecador que não se arrepende dos seus pecados, mesmo tendo consciência deles, sabendo que está errado e agindo deliberadamente contra a vontade de Deus.
Os Evangelhos nos mostram alguns casos de pessoas que endureceram o coração diante de Jesus, mesmo vendo seus estupendos milagres, deliberadamente não quiseram dar-lhe crédito, e preferiram tramar a sua morte, por conveniência e por inveja.
Um caso marcante é o que São João conta sobre a ressurreição de Lázaro de Betânia. Este ressuscitado era a prova cabal da divindade de Jesus; um milagre realizado bem perto de Jerusalém, e que muitos judeus presenciaram.
Muitos deles creram em Jesus, como conta S. João:
“Muitos dos judeus, que tinham vindo a Marta e Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele”. (Jo 11,45)
Mas algumas autoridades judaicas, ao invés de ceder às evidências do milagre, por conveniência, para manter seu “status-quo”, preferiram tramar a morte do Senhor. Diz S. João:
“Alguns deles, porém, foram aos fariseus e lhes contaram o que Jesus realizara. Os pontífices e os fariseus convocaram o conselho e disseram: Que faremos? Esse homem multiplica os milagres. Se o deixarmos proceder assim, todos crerão nele, e os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação… E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida”. (Jo 11, 47s)
E o mais interessante é que as autoridades judaicas procuravam também tirar a vida de Lázaro por que ele era a prova do milagre de Jesus.
“Uma grande multidão de judeus veio a saber que Jesus lá estava; e chegou, não somente por causa de Jesus, mas ainda para ver Lázaro, que ele ressuscitara.   Mas os príncipes dos sacerdotes resolveram tirar a vida também a Lázaro, porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus” (Jo 12, 9-11).
Este me parece um caso típico de endurecimento do coração e pecado contra o Espírito Santo.
Outro modo de atentar contra o Espírito Santo é se desesperar da própria salvação, achando que o seu pecado é tão grande que a misericórdia de Deus já não o pode perdoar. É o pecado da desesperança. Qualquer pecado por pior que seja pode ser perdoado por Deus se a pessoa se arrepende verdadeiramente.
Um belo exemplo disso é São Pedro; depois de negar o Mestre, tristemente, por três vezes, se arrependeu, chorou amargamente, e acreditou no perdão e na misericórdia de Deus. Judas, ao contrário, se desesperou e foi se matar. Ambos pecaram gravemente, mas um se desesperou e o outro confiou no perdão de Deus.
O nosso belo Catecismo diz que:
“Não há pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. “Não existe ninguém, por mau e culpado que seja, que não deva esperar com segurança a seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero.” Cristo que morreu por todos os homens, quer que, em sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado”. (§982)
Portanto, ninguém pode se desesperar da própria salvação, mesmo que tenha pecado gravemente e de muitas maneiras. O Coração Sagrado de Jesus está sempre aberto para nos dar a sua misericórdia quando voltamos a ele arrependidos como o filho pródigo.
 Prof. Felipe Aquino

Fonte: Cleofas 

Papa Francisco: "Que os sacerdotes nunca se esqueçam o primeiro amor"

2014-06-06


Cidade do Vaticano (RV) - Pastores que nunca se esquecem de Cristo, seu primeiro amor, e permanecem sempre em sua seqüela, disse o Papa Francisco na homilia proferida esta manhã na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, referindo-se aos sacerdotes.

Segundo Francisco, Cristo faz aos cônjuges, sacerdotes e bispos a mesma pergunta que fez a Pedro: "Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros?" a fim de conduzi-lo ao primeiro amor:

"Esta é a pergunta que me faço e também aos meus irmãos bispos e sacerdotes: Como anda o amor de hoje? É como o primeiro amor? Sou apaixonado por Cristo como no primeiro dia? O meu trabalho, as preocupações me fazem olhar outras coisas e me esquecer um pouco o amor? Os casais brigam e isso é normal, mas quando não há amor, não se briga: o relacionamento se desfaz."

"Nunca se esquecer o primeiro amor. Nunca", reiterou o Papa Francisco destacando outros três aspectos que devem ser considerados no relacionamento de diálogo entre um sacerdote e Jesus. O primeiro é ser pastor, antes de tudo, antes dos estudos, antes de se tornar um intelectual da Filosofia, Teologia ou Patrologia. Ser pastor como Jesus pediu a Pedro: 'Apascenta minhas ovelhas'. "O resto vem depois", disse ainda o pontífice:

"Apascenta. Com a Teologia, com Filosofia, com a Patrologia, com o que você estudou, mas apascenta. Seja pastor, pois o Senhor nos chamou para isso. A primeira pergunta é: Como anda o primeiro amor? A segunda: Sou pastor ou sou um funcionário desta ong que se chama Igreja? Há diferença. Sou pastor? Uma pergunta que eu, os bispos e sacerdotes devemos nos fazer. Que todos nós devemos nos fazer. Apascenta, cuida e vai em frente".

"Não existe glória nem majestade para um pastor consagrado a Jesus", observou o Papa Francisco. "Não irmão. Você terminará na maneira mais comum e mais humilhante, muitas vezes: na cama, doente, com alguém que te dará de comer e que irá te vestir. O destino é terminar como Jesus: amor que morre como a semente de trigo e depois dá fruto, mas eu não o vejo esse fruto", frisou o pontífice. Enfim, o terceiro aspecto, a palavra mais forte, indicou Francisco, com a qual Jesus concluiu o seu diálogo com Pedro, segue-me:

"Se nós perdemos o caminho e não sabemos como responder ao amor, não sabemos como ser pastores, não sabemos responder ou não temos a certeza de que o Senhor não nos deixará sozinhos nos piores momentos da vida, na hora da doença Ele nos diz: Segue-me. Esta é a nossa certeza. Nas pegadas de Jesus, nesta estrada: segue-me."

A todos nós sacerdotes e bispos o Senhor dê "a graça de encontrar sempre ou recordar o primeiro amor, ser pastores e não ter vergonha de acabar humilhado numa cama ou até mesmo louco. Que sempre nos dê a graça de voltar para Jesus e seguir suas pegadas. Que nos dê a graça de segui-lo". (MJ)





Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Apresentado encontro de oração pela paz, no domingo

 2014-06-06 



Cidade do Vaticano (RV) – Foi apresentado no final da manhã desta sexta-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé, o encontro de oração pela paz a ser realizado nos Jardins Vaticanos no próximo domingo, reunindo o Papa Francisco e os presidentes palestino e israelense. O objetivo do briefing foi explicar em modo articulado e preciso o desenvolvimento do encontro.

O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, iniciou o encontro com os jornalistas recordando as palavras do Papa Francisco ao convidar os Presidentes Mahmoud Abbas e o Shimon Peres para rezarem juntos pela paz no Oriente Médio.

O evento terá início no final da tarde de domingo com a chegada dos dois presidentes ao Vaticano. O Presidente israelense deverá chegar às 18h15min e o Presidente Palestino às 18h30min, sendo recebidos na Casa Santa Marta pelo Santo Padre, para um breve colóquio. Por volta das 18h45min os três se encontrarão no hall da Casa Santa Marta, onde também estará presente o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I. Posteriormente, seguirão juntos num micro-ônibus até o local do encontro de oração. Eles serão acompanhados pelo Custódio da Terra Santa, Pe. Pierbattista Pizzaballa.

O local do encontro – um gramado triangular, delimitado por cercas-vivas – situa-se entre a Casina Pio IV e os Museus Vaticanos. O espaço faz limite com o edifício dos Museus e é orientado para a Cúpula de São Pedro. O Papa Francisco, o Patriarca Bartolomeu e os dois Presidentes ficarão no vértice deste triângulo, enquanto num dos lados estarão dispostos as delegações e os cantores e músicos e a imprensa no lado oposto, no lado aberto para os Museus.

Após os protagonistas do encontro terem se posicionado - o Papa ficará entre os dois Presidentes: o Presidente Peres à direita e o Presidente Abu Mazen à esquerda – e o Patriarca em uma cadeira próxima, numa posição especial – terá início a cerimônia de invocação pela paz.

Inicialmente haverá uma abertura musical e um breve comentário, em inglês, que explicará o desenvolvimento da cerimônia, seguido por três momentos que se desenvolverão na ordem cronológica das três religiões, isto é, antes o momento do judaísmo, após o do cristianismo e depois o do Islã. O momento judaico terá textos em hebraico; o momento cristão textos em inglês, italiano e árabe e o momento muçulmano textos em árabe.

O desenvolvimento do evento observará o seguinte esquema: antes, um momento de agradecimento e louvor a Deus pela Criação, após um momento de tomada de consciência e pedido de perdão, seguido por um momento de invocação pela paz. Estes momentos serão intercalados por interlúdios musicais muito simples, aos cuidados de Mons. Palombella, com a colaboração de músicos.

Após estes três momentos - que são a parte substancial da invocação pela paz -, haverá uma breve leitura em inglês que introduz o último momento, com os pronunciamentos do Santo Padre, do Presidente Peres e do Presidente Mahmoud Abbas, que dirão palavras que julgarem apropriadas ao momento e as suas invocações pela paz.

Após os três pronunciamentos, haverá um gesto de paz – provavelmente um aperto de mão comum – seguido pelo plantio de uma oliveira, gesto habitual nestes momentos em que se reza ou se encontra em favor da paz. Depois disto, os quatro serão saudados pelas delegações.

Sucessivamente, os quatro protagonistas do encontro se dirigem ao prédio da Academia das Ciências situada a poucas dezenas de metros de distância, onde no pátio oval chamado “Ninfeo”, terão um encontro reservado longe das câmaras e dos jornalistas. Terminado o encontro, cada Presidente entra no seu automóvel, para deixar o Vaticano, enquanto o Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu se dirigem à Casa Santa Marta.

O Padre Lombardi recordou que o início da invocação pela paz, propriamente dita, deverá ser por volta das 19 horas e terá uma duração aproximada de 1 hora, prevendo-se assim o término da cerimônia por volta das 20h30min – 20h40min. (JE)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

São Norberto, sacerdote e monge

São NorbertoNeste dia, lembramos a vida de santidade do fundador da Ordem dos Premonstratenses, conhecidos também como os Monges Brancos. São Norberto nasceu na Alemanha, em 1080, numa família nobre e de muita influência.
Jovem simpático, elegante, dado aos esportes, à caça, à vaidade e aos jogos da época. Era considerado um homem de Igreja, porém, na vida não testemunhava o seguimento ao Cristo. Aconteceu que, certa vez, ao passear de cavalo pegou um temporal que atingiu seu animal com um forte raio, que o matou e lançou o santo no chão desacordado. Ao voltar em si, tomou consciência pela graça divina do triste estado em que andava sua alma. A partir deste fato, entrou num forte processo de conversão.
São Norberto renunciou tudo aquilo que o afastava de Deus e dos irmãos, trocando toda sua riqueza pela pobreza de um pregador penitente e itinerante. Tornou-se sacerdote e monge. Muitas vezes, foi perseguido pelas suas fervorosas pregações, mas em tudo teve a bênção do Papa, tanto assim que foi escolhido e ordenado Bispo, e em seguida Arcebispo de Magdeburgo. Morreu com 54 anos, sendo considerado o maior reformador do século XII.
São Norberto, rogai por nós!
Fonte: http://santo.cancaonova.com/

Por que os protestantes não acreditam na santidade?

A antropologia protestante, diferentemente da católica, não crê que o homem possa ser santo. E isso se deve a uma discordância substancial nessas duas concepções. Esse confronto, por sua vez, pode ser resumido nas ideias de dois autores: Santa Teresa d’Ávila e Martinho Lutero, ambos do século 16. Em sua obra Castelo Interior , em que se apresenta ao leitor uma comparação da alma humana com um castelo ou, para usar uma expressão do livro, sete moradas, Santa Teresa afirma que, no centro do coração do homem - a sétima morada, por assim dizer -, habita a Santíssima Trindade, cujo brilho de sua luz só é encoberto pelo pecado. A fraqueza humana, escreve Santa Teresa, seria como que um véu a acobertar a grandeza da alma. Martinho Lutero, por outro lado, desenvolve um pensamento mais pessimista. No seu comentário à Carta de São Paulo aos Gálatas, ele descreve o homem como um pecador empedernido. A natureza humana, portanto, seria corrupta até o seu cerne, tendo a fé o papel de justificá-la perante Deus. Resta-nos, então, duas realidades extremamente opostas. A primeira considera o gênero humano como sendo bom e precioso aos olhos de Deus; já a segunda tem para si o homem como um ser ruim, em cuja fé encontra-se a única maneira de justificar-se diante de Deus.
O ensinamento de Santa Teresa encontra eco em toda a Tradição Católica, embora também seja originário de suas próprias experiências místicas. O livro Castelo Interior, escrito por volta de seus 60 anos de idade, pode ser considerado a grande obra-prima da santa, mormente por apresentar importantes reflexões sobre a realidade da alma humana. Teresa a considera como uma jóia preciosa, e faz isso por dois motivos bem específicos: primeiro, porque o ser humano foi criado “à imagem e semelhança” de Deus; segundo, porque nosso interior seria como que o jardim das delícias de Deus. Ao comentar um trecho do livro de Provérbios, Santa Tereza explica que Deus gosta de habitar na alma dos justos e que, por isso, a Santíssima Trindade faz de nosso coração a sua morada predileta (Cf. 8, 31). Quando pecamos, no entanto, colocamo-nos alheios ao nosso coração, diz Santa Teresa. O castelo - que seria a nossa alma - fica vazio, uma vez que o nosso pecado nos expulsa de nós mesmos. Ocorre uma alienação, o homem perde sua própria identidade, indo morar no fosso do castelo, morada de animais peçonhentos e traiçoeiros - isto é, as nossas más inclinações. Com efeito, para que possamos adentrar ao castelo e atingir a sétima morada, temos de rezar, o que, na linguagem da santa de Ávila, significa relacionar-se amorosamente com Deus.
A filósofa e irmã carmelita Edith Stein, canonizada em 1998 pelo Papa João Paulo II, como Santa Teresa Benedita da Cruz, certa vez se questionou sobre os escritos de Teresa d’Ávila, argumentando se seria possível que os psicólogos não tivessem acesso à própria alma. Edith Stein não conseguia compreender o raciocínio de Santa Teresa, uma vez que a psicologia tinha justamente o papel de conhecer a alma humana. Até que, finalmente, a futura irmã carmelita compreendeu que, de fato, somente por meio da oração podemos alcançar o conhecimento de nossa identidade. A psicologia não tem condições de compreender todo o mistério da humanidade, pois sua profundidade, embora apresente importantes contribuições para a ciência, não chega à medula do homem. Fica-se somente no fosso do castelo. E esse é o erro tanto da psicanálise quanto da teologia luterana[1]. Se fosse verdadeiramente um místico, Martinho Lutero teria entrado em contato com a profundeza de sua alma, teria compreendido o sol que erradia do Deus que habita nela, teria descoberto a Santíssima Trindade.
O erro fatal da antropologia de Lutero é não reconhecer que o homem é capaz de amar a Deus, de participar deste mistério. A teologia luterana alcança somente uma parte do nosso ser. E, desprovida da profundidade da mística dos santos, enxerga-o de maneira inexata. Os santos como Santa Teresa d’Ávila, por sua vez, compreendem o íntimo de nosso ser, pois sabem que o que nos afasta de Deus não nos determina. A nossa identidade é precisamente outra. É aquela que se encontra em nosso âmago, no mais profundo da nossa alma: Deus, a Família Trinitária. Os pecados são os animais que tentam nos manter fora do castelo, nas primeiras moradas, impedindo-nos de corresponder à nossa vocação última: a santidade. Lembra-nos o Concílio Vaticano II: “Todos os cristãos são, pois, chamados e obrigados a tender à santidade e perfeição do próprio estado.”[2]
E para que essa perfeita santidade se torne realidade em nossas vidas, é preciso entrar no castelo.
Fonte: https://padrepauloricardo.org

Solenidade de Pentecostes - O sacramento da Confirmação

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo
João (Jo 20, 19-23)
Neste Domingo, a Igreja celebra a grande Solenidade de Pentecostes. Jesus glorioso envia do Céu o Divino Espírito Santo, convidando-nos a participar da comunidade de amor que é a Trindade.
É propícia para este dia uma reflexão sobre o sacramento da Confirmação: primeiro, porque não raro nos falta entender o que ele realmente significa; segundo, porque a festa de Pentecostes é como uma memória do dia em que fomos ungidos com o santo Crisma: assim como os Apóstolos trancafiados no Cenáculo por medo dos judeus foram convertidos pelo Espírito em pessoas cheias de dons sobrenaturais, assim também nós, quando recebemos este sacramento, tivemos nossas forças espirituais robustecidas por ele.
Mas, de que se trata este sacramento? Por que precisamos de uma “confirmação”? Primeiro, deve-se entender que o Espírito nos pode ser dado em graus diferentes: no Batismo, nós já O recebemos, mas, na Confirmação, quando o bispo impõe as mãos sobre o crismando e diz: “Recebe por este sinal o Espírito Santo, o Dom de Deus”, há um aumento dessa realidade dentro de nós. Fazendo uma comparação com o nosso desenvolvimento físico, o Batismo é como o nosso nascimento e a Confirmação, como o nosso crescimento, que nos impulsiona a chegar um dia “à estatura do Cristo em sua plenitude” [1].
Quando somos crismados, o sacramento dá-nos duas coisas: a graça e o caráter. Este último é um selo do Espírito: é recebido ainda que o crismando, infelizmente, esteja em estado de pecado. O mais importante da Confirmação, no entanto, é a graça que ele nos dá de testemunhar Jesus. Um cristão maduro, crismado, precisa dar testemunho de sua fé. Quem ainda não recebeu este sacramento se assemelha aos Apóstolos fechados no Cenáculo, ignorando o apelo de Cristo de que todos os povos fossem batizados e ensinados a observar o que Ele os ordenou [2].
Para testemunhar Jesus, no entanto, é preciso que nos livremos da pusilanimidade, do respeito humano, do desejo de agradar as pessoas. Manifestar a fé cristã, mormente no mundo pagão de hoje, significa necessariamente desagradar o juízo dos homens, tornar-se motivo de zombaria e chacota. Não à toa a palavra “testemunho”, em grego, é μαρτυρία (martyría). A fibra dos mártires, no entanto, só pode ser alcançada com o auxílio do Paráclito, que Cristo nos prometeu na Última Ceia [3]. Pela Confirmação, este Espírito desce sobre nós e “investe-nos” como soldados de Cristo, a fim de que combatamos o diabo, o mundo e a carne, não mais “como criancinhas recém-nascidas” [4], mas como cristãos verdadeiramente adultos.
Muitas vezes, porém, os sacramentos que recebemos estão, por assim dizer, “amarrados” dentro de nós. Para que eles se manifestem e deem frutos, é preciso que tenhamos atitudes concretas.
Primeiro, devemos obrigar-nos a adquirir um conhecimento mais profundo sobre a fé cristã. Para testemunhar Cristo íntegra e fielmente em nossa casa, em nosso emprego, no ambiente universitário etc., é preciso que estudemos a fé da Igreja, os documentos do Magistério e os ensinamentos dos santos. Além do mais, não se ama aquilo que não se conhece. Como incendiar os outros com o amor de Cristo se nós mesmos não O amarmos?
Segundo: como já dito, é preciso varrer de nossa vida o respeito humano, que é incompatível com a valentia dos soldados. Hoje, infelizmente, as pessoas sentem-se acanhadas, porque o mundo colocou em suas cabeças que a fé é uma realidade privada e que, se a exercermos em público, estaremos ofendendo os outros. Mas, isso não é verdade. Se o ateísmo, que também é uma atitude religiosa, é ampla e publicamente vivido pelos homens, por que não o Cristianismo?
Terceiro, o apostolado é inseparável da vida cristã. “Caritas Christi urget nos – O amor de Cristo nos impele” [5]. Se não transmitirmos a doutrina de Cristo aos outros, nós mesmos terminaremos naufragando na fé.
Quarto, é importante pedir a Deus as graças atuais para travarmos o bom combate, além de estar atentos às inspirações de Deus. Para tanto, devemos combater não só o pecado mortal, mas também os pecados veniais.
Essas orientações são, é claro, para quem já recebeu a Confirmação. Quem ainda não a recebeu, é chamado a fazê-lo, para que possa progredir no amor a Deus e pedir com mais fervor sobre si e sobre as almas a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
Fonte: https://padrepauloricardo.org

Sob que nome e sinais aparece o Espírito Santo?

O espírito Santo vem sobre Jesus na forma de uma pomba. Os primeiros cristãos experienciam o Espírito Santo como uma unção curadora, uma água viva, uma tempestade ruidosa ou um fogo ardente. O próprio Jesus designa-O por advogado, consolador, mestre e Espírito da verdade. O Espírito Santo é dado nos sacramentos da Igreja, mediante a imposição das mãos e a unção com azeite [691-693]

A paz que Deus fez com a humanidade, depois do dilúvio foi anunciada a Noé por uma pomba. A antiguidade pagã também a conheceu como metáfora do amor. Por tal razão, os primeiros cristãos compreenderam imediatamente por que motivo o Espírito Santo, o amor de Deus feito pessoa, sobreveio a Jesus como uma pomba, quando Ele Se deixou batizar no Jordão. Hoje, a pomba é o sinal da paz mundialmente reconhecido e um dos maiores símbolos da reconciliação do ser humano com Deus. (cf Gn 8, 10 ss)


Fonte Youcat 

5 de jun. de 2014

ONU: Santa Sé incentiva amamentação em público

A Santa Sé incentiva a amamentação, inclusive em público e nos locais de trabalho, segundo declarou Dom Zygmunt Zimowski, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, na 67ª Assembleia Mundial da Saúde, realizada de 19 a 24 de maio, em Genebra. 
papa francisco
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento materno é o meio ideal para oferecer aos bebês todos os nutrientes de que precisam para crescer e ter um desenvolvimento saudável. Por isso, este organismo fez dela um dos grandes objetivos da sua estratégia de desenvolvimento no mundo inteiro, algo que foi acolhido com satisfação pela Santa Sé. 
“A amamentação é uma importante proteção contra a desnutrição das crianças – declarou Zimowski. Por isso, é preciso protegê-la e promovê-la no contexto da atenção de primeira necessidade.”Além disso, “deve haver leis que garantam sua prática nos locais de trabalho e em público”, acrescentou.
Com relação à amamentação em público, o representante da Santa Sé recordou que o próprio Papa Francisco incentivou as mães a “não hesitar em amamentar seus filhos quando eles sentirem fome”. 
No último mês de janeiro, o Pontífice disse, em um clima familiar e espontâneo: “Alguns vão chorar porque não estão cômodos ou porque têm fome. Se estão com fome, mamães, deem-lhes de comer! Há tantos bebês que choram porque sentem fome...”. 
Fonte: Agência Aleteia.

Papa: "Igreja não é para uniformizadores, alternativos ou aproveitadores"

2014-06-05 


Cidade do Vaticano (RV) – A Igreja “não é rígida”, “é livre”. Foi o que destacou o Papa Francisco na Missa desta manhã na Casa Santa Marta.

Na sua homilia, o Pontífice advertiu para três grupos que se declaram cristãos: os “uniformizadores”, os “alternativos” e os “aproveitadores”. Para eles, a Igreja não é casa própria, mas vivem de aluguel:

Jesus reza pela Igreja e pede ao Pai que entre os seus discípulos “não existam divisões e brigas”. Muitos afirmam que pertencem à Igreja, mas estão com um pé dentro e outro fora. Deste modo, se outorgam a possibilidade de estar em ambos os lugares, “dentro e fora”. “Para essas pessoas, a Igreja não é a casa deles. É um aluguel. E falou de três grupos, começando por aqueles que querem que todos sejam iguais na Igreja:

A uniformidade. A rigidez. São rígidos! Não têm aquela liberdade que o Espírito Santo dá. E confundem aquilo que Jesus pregou no Evangelho com a doutrina deles de igualdade. E Jesus nunca quis que a sua Igreja fosse rígida. Nunca. E essas pessoas, por esta atitude, não entram na Igreja. Declaram-se cristãos, católicos, mas sua atitude rígida os afasta da Igreja”.

Outro grupo – prosseguiu - é formado pelos que sempre têm uma ideia própria, "que não querem que seja como a da Igreja, têm uma alternativa”. O Papa os definiu alternativos:

Eu entro na Igreja, mas com esta ideia, com esta ideologia. E assim sua pertença à Igreja é parcial. Também eles têm um pé fora da Igreja. Também para eles a Igreja não é casa própria. Alugam a Igreja a um certo ponto. Eles não estavam presentes no início da pregação evangélica! Pensemos nos gnósticos que o Apóstolo João repreende fortemente ‘Somos... sim católicos, mas com essas ideias’. Uma alternativa. Não compartilham aquele sentimento próprio da Igreja”.
O terceiro grupo, disse, é formado por aqueles “que se dizem cristãos, mas não entram no coração da Igreja. São os “aproveitadores”, que querem tirar vantagem, que acabam fazendo “negócios na Igreja”.

"Aproveitadores, nós os conhecemos bem, existem desde o início: Simão o mago, Ananias e Safira, que aproveitavam da Igreja para seus interesses próprios”. Nós os vimos em comunidades paroquiais, dioceses, congregações religiosas, em benfeitores da Igreja... são muitos! Vangloriam-se de serem benfeitores, mas do outro lado da mesa, fazem seus negócios. Eles também não sentem a Igreja como mãe, como sua. Jesus disse: “Não, a Igreja não é rígida, uma ou única: a Igreja é livre!”.

Francisco prosseguiu assim sua reflexão: “Existem muitos carismas, há uma grande diversidade de pessoas e dons do Espírito!”. O Senhor nos diz: “Se quiser entrar na Igreja, que seja por amor, para dar todo o coração e não para fazer lucrar com seus negócios”. “A Igreja não é uma casa para se alugar, é uma casa onde se vive, como uma mãe”.

O Papa reconhece que isso não é fácil, porque “as tentações são muitas”, mas evidenciou que “a unidade na Igreja, na diversidade, na liberdade e na generosidade, é dever exclusivo do Espírito Santo, que faz unidade, que é harmonia na Igreja”. “Todos somos diferentes: não somos iguais, graças a Deus, senão seria um inferno!”.

Continuando, Francisco lembrou que “somos chamados à docilidade ao Espírito Santo, e esta docilidade é a virtude que nos salva de sermos rígidos, interesseiros ou aproveitadores na Igreja”. “A docilidade, explicou finalizando, é o que transforma a Igreja de casa de aluguel em casa própria”.

“Que o Senhor - invocou o Pontífice - nos envie o Espírito Santo para trazer esta harmonia em nossas comunidades, paróquias e movimentos, porque como dizia um Pai da Igreja: é o Espírito a própria harmonia”.
(BF/CM)




Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2014/06/05/papa:_igreja_n%C3%A3o_%C3%A9_para_uniformizadores,_alternativos_ou/bra-804795
do site da Rádio Vaticano 




05 JUN São Bonifácio, monge beneditino

São BonifácioCom alegria, celebramos vida de total entrega a Deus, deste santo que se tornou o “Apóstolo da Alemanha”. São Bonifácio nasceu em 675 e recebeu o nome de batismo de Winfrido e com o passar da vida, no seguimento ao Divino Mestre, tornou-se monge beneditino.
O coração de Bonifácio era sereno como o dos seus irmãos monges, porém, inquieto por causa do seu ardor missionário, sendo assim ao se apresentar ao Papa recebeu sua investidura de missionário, fato que mudou sua vida e seu nome de Winfrido para Bonifácio, em memória de um grande mártir. Ordenado Bispo, São Bonifácio soube proporcionar elo do Cristianismo nascente na Alemanha com Roma, assim como bem evangelizou os quatro cantos de sua região, através de muitos mosteiros e dioceses que nasceram por sua causa.
Docilidade e firmeza, timidez e coragem, oração e ação estavam presentes em sua pessoa e em seu fecundo apostolado, que não se resumiu na Alemanha, pois ao estabelecer sede episcopal, deixou tudo nas mãos de outro Bispo e foi evangelizar o Norte da Europa. Aconteceu que ao ir para Dokkin a convite para celebrar o Crisma, São Bonifácio e outros cristãos foram atacados e mortos por pagãos, isso em 754.
São Bonifácio, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova 

Como ser renovado no Espírito Santo?


153-Jeremias-O-Vaso-do-OleiroRecebemos o Espírito Santo no Batismo e na Crisma; mas, muitas vezes Ele ficou sufocado em nós por causa de nossos pecados, vida tíbia, falta de oração, de trabalho apostólico, etc. São Paulo disse que “quem não tem o Espírito de Cristo não é de Cristo” (Rom 8,9). Então, precisamos ser renovados no Espírito Santo, ser “batizados” Nele. Isso não é um novo Batismo e nem nova Crisma, mas deixar que o Espírito Santo – que já está em nós – tome conta de nós, de nosso agir, de nossos pensamentos e de nossas palavras.
Em primeiro lugar é preciso purificar-se. Deus não ocupa, nem usa, vasos sujos. O Espírito Santo ocupa qualquer coração, mesmo o coração cheio de pecado; porque Ele é Santo. No entanto, é preciso renunciar com toda a vontade o pecado: soberba, orgulho, vaidade, ganância, ambição, sexualismo, luxúria, adultério, pornografia, homossexualismo, gula, bebedeiras, orgias, raiva, ódios, ciúmes, revoltas, ressentimentos, vinganças, lamúrias, blasfemações, palavrões, horóscopos, magias, superstições, necromancia (consulta aos mortos), cartomancia, quiromancia (leitura das mãos), inveja, preguiça, etc.,etc.,etc…
Limpar a casa e perfumá-la, para que o Senhor da glória seja então recebido. Faça a sua Confissão!
A segunda exigência para ser renovado no Espírito Santo, é perdoar a todos. A única exigência que Deus nos impõe para nos perdoar – qualquer que seja o nosso pecado – é que estejamos arrependidos e que perdoemos os que nos ofenderam.
“Se perdoardes aos homens os seus delitos também o vosso Pai celeste vos perdoará; mas, se não perdoardes aos homens, o vosso Pai também não perdoará os vossos delitos” (Mt 6,14). Essas palavras de Jesus são claras demais!
Na “grande oração”, o Pai-Nosso, Ele nos ensinou a dizer: “perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos aqueles que nos ofenderam”. Quando Pedro lhe perguntou “quantas vezes devo perdoar o meu irmão, sete vezes?”, Ele respondeu: não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete; isto é, sempre.
Quem não perdoa não é perdoado por Deus, e não pode ser repleto do seu Santo Espírito. Nem sempre é fácil perdoar; mas, quanto mais difícil for, mais agradará a Deus e maior será o nosso mérito.
Em terceiro lugar, é preciso querer fazer a vontade de Deus em nossa vida, e querer ser testemunha de Jesus. Queira isto com todo o coração. O Espírito Santo não vem a nós,  para  o nosso deleite e bem estar. Ele vem a nós para que, por Ele, possamos renunciar a nossa vontade e fazer a vontade de Deus.
Em quarto lugar, pedir o Espírito Santo com fé. Deus quer nos dar este grande dom, muito mais do que nós queremos recebê-lo. E o grande segredo é pedir, e pedir por intercessão de Nossa Senhora. Ela é a sua Esposa, inseparável. Diga, como ela mesma ensinou-nos: “Vinde Espírito Santo, vinde pela intercessão poderosa do Imaculado Coração de Maria vossa amadíssima esposa”. Repita muitas vezes esta oração que Ela mesma ensinou ao padre Stefano Gobbi, do Movimento Sacerdotal Mariano.
Jesus deixou claro que o Pai celeste dará o Espírito Santo “àqueles que o pedirem” (Lc 11,13).
Depois disso agradeça a Deus pelo Espírito Santo presente em sua alma. Nem sempre essa será uma experiência sensível, mas será sempre uma experiência de fé.
No dia de Pentecostes, São Pedro disse que essa graça era “para todos”, não só para eles, os Apóstolos. “A Promessa é, de fato, para nós, assim como para os vossos filhos e para todos aqueles que estão longe, todos quantos foram chamados por Deus nosso Senhor” (At 2,38-39).
 Prof. Felipe Aquino

Fonte: Cleofas 

O Repouso no Espírito Santo (Parte 2)

“Toda aquela gente ali deitada…”
A visão externa
O repouso no Espírito parece ser uma das maneiras através da qual Deus nos leva a uma posição, ou estabelece uma dinâmica, que nos permite receber cura. Pe. John Hampsch descreve alguns métodos de cura por meio dos quais o repouso no Espírito pode ocorrer:
“A cura pode ser comunicada exclusivamente através da imposição de mãos; pela aspersão de água benta, estendendo-se as mãos sobre o grupo; pela bênção dos doentes, com ou sem a bênção do Santíssimo Sacramento. A cura é ministrada de diversos modos.
Pode-se simplesmente pedir que o grupo todo imponha as mãos sobre os ombros e a cabeça da pessoa por quem se deseja orar, ou pode-se receber a oração como membro do grupo, permanecendo-se em círculo, de mãos dadas.
O repouso no Espírito pode acontecer em qualquer desses contextos. Geralmente, ocorre com a imposição de mãos e/ou com unção.”
O ambiente
“Eu estava sozinha, fazendo meu repouso diário, durante um retiro. Por 15 ou 30 minutos experimentei uma presença tão forte do Senhor (eletricidade, vibrações, paz), que senti que precisava ficar imóvel. Pensei que, provavelmente, não seria mesmo capaz de me mexer” (bibliotecária).
“Repouso frequentemente no Espírito em pequenas reuniões de grupo em casas de família. O Senhor realiza profundas curas nessas ocasiões…” (esposa e mãe).
“A maior parte de minhas experiências de repouso no Espírito tem sido em grandes reuniões de 200 a 1.000 pessoas; contudo, quando estou repousando no chão, fico sozinha com Jesus. Ele fala comigo e me permite sentir o Seu amor como se eu fosse a única pessoa na sala” (empresária).
A posição
“Eu estava de pé com um grupo, orando para que uma pessoa recebesse o batismo, quando ouvi o líder dizer: ‘Segure, ele está caindo’.
Pensei que estivesse falando de outra pessoa, até que me vi no chão…” (engenheiro civil).
“Repousei no Espírito muitas vezes mesmo estando sentada…” (irmã beneditina).
“Uma amiga orou por mim quando eu estava deitada, e repousei no Espírito profundamente durante 30 minutos” (professora).
O instrumento
“Pe. DeGrandis perguntou se eu queria ser batizado no Espírito Santo. Quando disse ‘sim’, ele me tocou suavemente e caí no chão” (gerente de processamento de dados) .
“Há ocasiões em que parece quase impossível permanecer de pé, ainda que ninguém o esteja tocando ou fazendo imposição de mãos.” (dona de casa).
Sensação durante a queda
“Senti-me sem peso, como um astronauta…” (balconista).” …como uma folha ao vento, voando para o chão…” (mãe).
“Senti como se alguma coisa pesada estivesse caindo sobre mim…” (Gerente de processamento de dados).
Mudança das sensações físicas durante o repouso no chão
Nos testemunhos que recebi, parece haver, frequentemente, uma ‘anestesia’ suave e parcial dos sentidos, que possibilita uma mudança do foco de atenção do exterior para o interior. Quando esta mudança acontece, o mundo espiritual parece emergir de modo poderoso.
Expressão física
Tranquila, agitada, sorridente, chorosa.
Tempo de permanência no chão
O tempo pode variar de minuto a horas, dependendo, provavelmente, da profundidade e extensão da cura interior que está sendo realizada.
“Em minha experiência, o repouso foi algumas vezes breve e em outras, mais prolongado. Senti o Espírito vir suave e rapidamente, com intensidades diferentes” (secretária).
“Vi toda aquela gente ali deitada, e me perguntei o que será que Deus estaria fazendo…” (professora) .

“Ele cuida, ampara, embala…”
A visão interna
Em Ministério de cura para leigos, afirmo que o Senhor nos fala frequentemente em níveis profundos enquanto repousamos no Espírito:
“Muita gente tem tido a experiência de obter uma visão retrospectiva de toda a sua vida… e, segundo creio, quando isso acontece num clima de oração é porque a cura interior está ocorrendo…”
Os 200 entrevistados de nossa pesquisa comunicaram grande variedade de modos com que o Senhor tocou seus corações.
A agitação geralmente sugere que profundas feridas emocionais foram tocadas ou que as influências negativas foram substituídas pela presença de Jesus.
“Sabes quando me deito…”
Algumas áreas controversas
Alguns líderes da Renovação têm a preocupação de que o repouso no Espírito não seja ativado pelo Espírito Santo, mas que, pelo contrário, seja um fenômeno misto.
O autor de um artigo na revista New Covenant comenta:
“…Outros têm algumas reservas sobre este fenômeno. Veem a experiência como algo muito semelhante aos estados de hipnose e de autossugestão que não estão, necessariamente, relacionados com o Espírito Santo. Eles questionam seriamente a base escriturística do fenômeno e têm graves reservas sobre a sabedoria pastoral de encorajá-lo”.
O Cardeal Suenens, em a controversial  phenomenon, resting in the Spirit, conclui que a tendência a cair pode estar relacionada mais à dinâmica psicológica do que à moção do Espírito Santo, e por este motivo, publicou uma advertência.
Inclino-me a acreditar que a maior da parte dos repousos são uma experiência de Jesus.
Pe. Richard Bain, de San Francisco, afirma:
“Pode ser verdade que a maior parte do repouso no Espírito seja causado pela dinâmica psicológica. Talvez muitas pessoas simplesmente queiram cair. Não acredito que isto deva causar preocupação, pois uma vez no chão, poderão se tornar abertas ao toque de Deus. Para mim, a questão não é por que caem, mas o que acontece quando estão deitadas.
A Igreja não é Deus, os sacramentos não são Deus. O rosário não é Deus. Mas cada um deles estabelece a dinâmica que nos ajuda a encontrar Deus. Acredito que o repouso no Espírito também possa nos ajudar a encontrar Deus. Todas as pessoas com quem tenho conversado encontraram nele uma experiência muito positiva.
Minha primeira experiência do repouso, com Pe. Dennis Kelleher, de Nova lorque, abriu as portas para o meu ministério de cura.”
Há, provavelmente, um misto entre a dinâmica psicológica e a espiritual no repouso no Espírito, devido à interrelação de corpo, mente e espírito.
Pe. George Maloney, no artigo How to understand and evaluate the ‘charismatics’ newest experience: Slaying in the Spirit, afirma: “O fenômeno da ‘morte no Espírito’ não deve ser julgado por um critério de e/ou: se é ‘natural’ ou ‘sobrenatural’, induzido somente pela natureza psíquica do homem, ou uma demonstração cabal do poder do Espírito Santo entre os homens…”.
Outro aspecto comum de controvérsia está relacionado com o repouso “espontâneo” versus o repouso “induzido, cooperativo ou ministrado”. O repouso “espontâneo” não é, na verdade, problema para muita gente. A área de conflito está naquilo que é aceitável em termos de encorajamento para que as pessoas se abram à experiência do repouso, isto é, o repouso “induzido, cooperativo ou ministrado”.
O conflito emerge quando a dinâmica psicológica está envolvida no processo do repouso. Acredito que ajudar as pessoas a chegarem a uma condição de entrega a Deus é uma ação positiva e construtiva. Deste modo, a questão a ser levantada é: “Para quem elas estão entregando seus corações? Qual é a intenção delas? Pedro tomou a iniciativa pessoal de andar sobre as águas (Mt 14,29) e, então, o Senhor o conduziu.
O Senhor diz: ” Ah! todos vós que tendes sede, vinde…” (Is 55,1).
Ele diz: “Vinde… e Eu vos darei descanso” (Mt 11,28). Esta “vinda” inicial é um ato natural em resposta ao Seu chamado. Ele está sempre nos chamando à entrega, e então, quando o fazemos, Ele nos conduz para o domínio espiritual. No dom de línguas, abrimos a boca para que Ele nos dê a palavra espiritual. Ele também nos diz que devemos suscitar os dons. No estágio inicial, esta ação é natural.
Fazemos uma escolha interna para passar de uma ação no campo natural para uma ação no campo espiritual. Quando nos decidimos pela entrega confiante, estamos dizendo: “Conduze-me, Senhor, à Tua Morada”. Ele honra a nossa escolha. Ao longo desses anos, tenho me sentido à vontade quando oro com as pessoas e incentivo-as a se abrirem e se entregarem ao Espírito Santo.
Há alguns princípios nesta área que, acredito, poderão ser úteis:
1. Muitos católicos têm medo da experiência religiosa exterior, classificando-a imediatamente de “emocionalismo”. Alguns observadores têm dito que precisamos de emoção na fé para dar equilíbrio à dimensão intelectual. Santo Agostinho diz: “A fé em busca do entendimento”. Precisamos abrir nossos corações ao amor e ao poder de Deus.
2. A maior parte das pessoas não consegue soltar o corpo para trás porque se sente desprotegida do ponto de vista humano. Quando nos perguntam sobre o repouso e peço-lhes que caiam para trás sem proteção, nenhuma delas é capaz de fazê-lo. No entanto, sob o poder do Espírito Santo, elas conseguem fazer o que, normalmente, seria impossível.
3. Muitas pessoas que ficam sob o poder do Espírito são pessoas cultas, cujo último desejo seria deitar-se no chão. No entanto, mesmo pessoas muito elegantes e distintas parecem perder esta preocupação quando repousam no Espírito.
4. Busco o processo de discernimento comunitário. Somos orientados em (1Jo 4,1) para “examinar os espíritos”. A comunidade, os ministros de oração e as pessoas que recebem oração geralmente têm uma percepção muito boa da presença ou ausência do Senhor durante a oração. Frequentemente, a comunidade sentirá a presença do Espírito Santo durante o processo de repouso.
5. Muitos sacerdotes que se dedicam totalmente ao ministério de cura estão de acordo com os bons frutos produzidos pelo repouso no Espírito. Os bispos que estiveram presentes durante essas orações e que também repousaram dão apoio a esse fenômeno do ministério de cura.
6. Nosso Deus é um Deus de surpresas. Precisamos estar abertos às maneiras através das quais o Espírito parece estar conduzindo o Seu Corpo. Quanto mais espessa a escuridão, mais brilhante a luz. Com a agressão ousada do demônio à nossa cultura, precisamos estar mais entregues à liderança do Senhor. Ele nos diz: “Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16).
7. Devemos acreditar na honestidade e integridade básicas das pessoas até prova em contrário. Alguns diriam que nem todos os que caem estão repousando no Espírito. Isto, talvez, seja verdade, mas eu presumiria que a grande maioria está sob o poder do Espírito. Por isso, fico à vontade quando uso essa terminologia.
8. A maior parte dos fenômenos está sujeita a uso e abuso. Já conheci pessoas que jejuaram tanto que chegaram a prejudicar a saúde. Algumas vezes, encontramos pais que vão à missa diariamente esquecendo-se das necessidades da família. Contudo, preferimos focalizar o uso e não o abuso.
9. A ordem e o decoro devem ser sempre preservados. Acredito que do ponto de vista pastoral, devemos averiguar e impedir qualquer abuso, tal como permitir o repouso no Espírito durante a Comunhão, no meio da missa dominical, ou em um lugar público. Sem dúvida, isto constitui abuso e deve ser corrigido pastoralmente.
Nenhum Mal temerei, pois Estás junto a mim
”Jerusalém… as montanhas a envolvem, e o Senhor envolve o seu povo, desde agora e para sempre”.
Nem todo mundo é bastante livre interiormente para se entregar à experiência do repouso no Espírito.
Francis MacNutt faz uma reflexão sobre esta falta de liberdade:
“Há uma sorte de pessoas que bloqueiam esta experiência principalmente aquelas que na vida tiveram de aprender a controlar em demasia suas emoções. Há pessoas que têm verdadeiro pavor de se deixar levar. Não é tanto um problema espiritual; é antes emocional; têm medo de tudo o que não conseguem controlar pela razão. Algumas pessoas perderam a capacidade de responder à vida com espontaneidade”.
Frequentemente os intelectuais terão mais dificuldade em repousar no Espírito. Mas este não foi o caso com o meu antigo professor de Sagrada Escritura no seminário. Ele é licenciado em Sagrada Escritura pelo Instituto Bíblico de Jerusalém e doutorado em Psicologia.
A primeira vez em que recebeu uma oração, instantaneamente caiu sob o poder do Espírito, com uma grande abertura. Ele é muito culto e, contudo, tem uma grande receptividade. Mas, isto não é comum.
Em geral, acredito que o tipo de pessoa que repousa com maior prontidão é aquele que é livre, aberto, corajoso e dócil.
Em geral, são pessoas com uma certa dose de simplicidade. Os tipos mais intelectuais, reservados e conservadores tendem a demonstrar maior resistência ao repouso no Espírito. Portanto, parece haver necessidade de abertura psicológica, bem como de abertura espiritual.

FONTE http://cleofas.com.br/o-repouso-no-espirito-santo-parte-2/

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