10 de mai. de 2014

10 MAI Santo Antonino, Bispo e Arcebispo de Florença

Santo AntoninoNeste dia, lembramos um grande santo que nasceu na Itália, no ano de 1389, cujo nome de batismo era Antônio (e que ficou conhecido como Antonino devido sua estatura). Pertencente a uma família nobre, Antonino caminhou para os estudos de Direito, mas devido ao forte chamado do Senhor, tomou a decisão de ser religioso.
Encontrou certa dificuldade para ingressar nos Dominicanos, mas com humildade e perseverança superou as barreiras e expectativas, pois por sua radicalidade na vivência do Evangelho tornou-se um exemplo como religioso. Obediente à regra e perseverante, começou a ocupar grandes responsabilidades de serviço chegando a Superior.
Convocado pelo Papa, Antonino, o pequeno gigante, foi chamado para ser Bispo e logo Arcebispo de Florença. Cheio do Espírito Santo, trabalhou com prudência e energia contra tudo o que atrapalhava as famílias e por isso sofreu muito, mas por uma causa justa, ou seja, para levar muitos para Deus. Entrou na Igreja triunfante com 70 anos.
Santo Antonino, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova 

Anjos, uma verdade de Fé

Não há como negar a existência dos anjos, sem bater de frente com o ensinamento da Igreja, em toda a sua existência

 
A Igreja celebrou em 29 de setembro a festa litúrgica dos Santos Arcanjos: Miguel (Quem como Deus!), Gabriel (Força de Deus) e Rafael (Cura de Deus). O Catecismo da Igreja afirma sem hesitação a existência dos anjos: “A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição” (§328).

O Catecismo lembra que: “Cristo é o centro do mundo angélico” (§331). Eles pertencem a Cristo, porque são criados por Ele e para Ele, como disse São Paulo: “Pois foi Nele que foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados, Potestades, tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1,16). Os anjos também são de Cristo porque Ele os fez mensageiros do seu projeto de salvação da humanidade. “Ainda aqui na terra, a vida cristã participa, na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus.” (§336)

Portanto, não há como negar a existência dos anjos, sem bater de frente com o ensinamento da Igreja, em toda a sua existência. São Paulo ensinava em sua primeira Carta aos fiéis de Colossos: “Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e invisíveis, Tronos, Dominações (ou Sobera­nias), Principados, Potestades (ou Autoridades): tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1,16).

O primeiro Concílio Ecumênico que confirmou a existência dos seres espirituais foi o de Niceia, em 325, quando fala no Decreto (DS 54), em “coisas invisíveis”: “Creio em um só Deus, Pai Todo Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis”.

Essa verdade foi reafirmada no Concílio de Constantinopla I, em 381. Também o Concílio regional de Toledo, em 400, reafirmou a mesma verdade, dizendo: “Deus é o Criador de todos os seres visíveis; fora d’Ele não existe natureza divina de Anjo, de potência que possa ser considerada como Deus.” O Magistério da Igreja confirmou a realidade dos anjos sobretudo no Concílio de Latrão IV (1215), ao declarar contra o dualismo dos hereges cátaros: “Deus é o Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, espirituais e corporais; por sua onipotência no início do tempo criou igualmente do nada as criaturas espirituais e corporais, isto é, o mundo dos anjos e o mundo terrestre; em seguida criou o homem, que de certo modo compreende umas e outras, pois consta de espírito e corpo. O diabo e os outros demônios foram por Deus criados bons, mas por livre iniciativa tornaram-se maus. O homem pecou por sugestão do diabo. “(DS 800 [428]).

A existência dos Anjos foi reafirmada, no II Concílio de Lião, sob Gregório X, em 1274, nos seguintes termos: “Cremos em um Deus Onipotente…, criador de todas as criaturas, de quem, em quem e por quem existem todas as coi­sas no céu e na terra, visíveis, corporais e espirituais” (D.S., 461).

O Concílio de Florença, sob Eugênio IV (1441-2) pelo Decreto pro-lacobitis, e pela Bula Contate Domine, de 4 de janeiro de 1441 assim se expressou: “A sacrossanta Igreja romana crê firmemen­te, professa e prega que um só é o verdadeiro Deus…, que é o criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, o qual quando quis, por sua vontade criou todas as criaturas, tanto espirituais como corporais” (D.S, 706). O Concílio de Trento (1545-1563) repetiu o ensinamento tradicional  definido no IV Concílio de Latrão. Lê-se no Catecismo Romano e na profissão de Fé expressa na Bula lniunctum nobis, do Papa Paulo IV de 13 de novembro de 1564: “Deus criou também, do nada, a natureza espiritual e inumeráveis Anjos para que o servissem e assistissem”. (1ª parte, Cap. 2, a.1 do Símbolo., n. 17). [cpa_os_anjos]

O Concílio Vaticano I (1869-1870) pelos decretos 3002 e 3025 da Constitutio de fide catholica (DS, 1873) – eDei Filius, ao condenar certos erros, afirma: “Este Deus único verdadeiro…, com um ato libérrimo no início dos tempos, fez do nada ambas as criaturas, a espiritual e a corporal, isto é, a angélica e o mundo; depois a criatura humana, como que participando de ambas, constituída de alma e de corpo”. O  mesmo Concílio condenou os que: “Afirmam que fora da matéria, nada mais existe” (Dec.  3022). “Afirmam que as criaturas materiais e espirituais não foram criadas do nada e livremente” (Dec. 3025 – “Contra o materialis­mo”, D.S., 1802).

“Se alguém disser que as coisas finitas, quer sejam corpóreas, quer espirituais são emanações da substância divina… seja anátema” ( Contra o Panteísmo, Cânon 4). Na Encíclica Summi Pontificatus, de 20 de outubro de 1939, Pio XII lamenta que “alguns ainda perguntem se os Anjos são seres pessoais e se a matéria difere essencialmente do espírito” (D.S. 2318).

O Concílio Vaticano II (1962-1965), na Constituição Dogmátca Lumen Gentium, fala claramente dos anjos: “Portanto, até que o Senhor venha com toda sua Majes­tade, e todos os Anjos com Ele (cf. Mt. 25, 31)”…(LG, 49). “A Igreja sempre acreditou estarem mais unidos conosco em Cristo, venerou-os juntamente com a Bem-aventurada Virgem Maria e os Santos Anjos com especial afeto…” (LG,50). No Cap. VIII sobre “A Bem-aventurada Virgem Maria no Misté­rio da Igreja”, lê-se: “Maria foi exaltada pela graça de Deus acima de todos os Anjos e todos os homens, logo abaixo de seu Filho, por ser a Mãe Santíssima de Deus” (LG, 66). “Todos os fiéis cristãos supliquem insistentemen­te à Mãe de Deus e Mãe dos homens, para que Ela, que com suas preces assistiu às primícias da Igreja, também agora exaltada no céu sobre todos os Anjos e bem aventurados…” (LG,69).

No Credo do Povo de Deus, do Papa Paulo VI, de 30 de junho de 1968, o santo Padre afirma: “Cremos em um só Deus, Pai, Filho e Espirito Santo, Criador das coisas visíveis, como este mundo, onde se desenrola a nossa vida passageira; Criador dos seres invisíveis como os puros espí­ritos, que também são denominados Anjos, e Criador em cada ho­mem, da alma espiritual e imortal”.

Diante de uma certa tendência de negar que os anjos são seres pessoais, mas apenas “instintos” ou “forças neutras”, como se fossem apenas  uma tendência para o bem ou para o mal, o Papa Pio XII na sua encíclica Humani Generis(1959), reafirmou que os anjos são “criaturas pessoais”, dotadas de inteligência sagaz e vontade livre (DS 3891 [2317]).

São Gregório Magno dizia que cada página da Revelação escrita atesta a existência dos Anjos. A presença e a ação dos anjos bons e maus estão a tal ponto inseridas na história da salvação, na Sagrada Escritura e na Tradição da Igreja, que não podemos negar a sua existência e ação, sem destruir a Revelação de Deus. O fato de muitas vezes os anjos terem sido apresentados de maneira fantasiosa ou infantil, não nos autoriza a negar a sua existência. Por serem seres espirituais, os anjos bons e maus não podem ter a sua existência provada experimental e racionalmente; no entanto, a Revelação atesta a sua realidade. Eles são mencionados mais de 300 vezes na Bíblia.

Prof. Felipe Aquino

Trechos do livro: Os Anjos

(Cléofas)

9 de mai. de 2014

Papa: "Igreja missionária acolha os pobres com amor preferencial"

2014-05-09
  



 Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã de sexta, 09, os participantes do Encontro das Pontifícias Obras Missionárias que está se realizando em Roma nestes dias foram ao Vaticano para uma audiência com o Papa.

Das 200 pessoas recebidas, havia também funcionários da Congregação para a Evangelização dos Povos, liderados pelo Cardeal-Prefeito, Fernando Filoni.

Em discurso ao grupo, Francisco abordou a nova ‘estação evangelizadora’ apontada por ele na Exortação Evangelii gaudium.

Para evangelizar, neste tempo de transformações sociais, é preciso uma Igreja missionária totalmente em saída, que faça um discernimento para se confrontar com as diferentes culturas e visões do homem”, disse o Papa, frisando que “com a contemplação e o contato pessoal com Cristo, podem ser encontrados novos caminhos, métodos criativos e novas formas de expressão para a evangelização”.

Fraquezas, pecados e impedimentos não podem nos deter no testemunho e na proclamação do Evangelho, porque é a experiência do encontro com o Senhor que nos encoraja e nos doa a alegria de anunciá-Lo a todos os povos”, prosseguiu.

Missionária por natureza, a prerrogativa fundamental da Igreja é a caridade com todos, mediante a fraternidade e a solidariedade. “A Igreja é o povo das beatitudes, a casa dos pobres, dos aflitos, dos excluídos e perseguidos; de quem tem fome e sede de justiça. Vocês – dirigiu-se assim o Papa aos missionários – devem fazer com que a Igreja acolha com amor preferencial os pobres, mantendo as portas da Igreja abertas para que todos possam encontrar refúgio nela”.

Terminando, Francisco pediu aos animadores e formadores que “com paciência, promovam a co-responsabilidade missionária, pois existe a necessidade de sacerdotes, pessoas consagradas e leigos que, apegados ao amor de Cristo, sejam ‘marcados pelo fogo da paixão pelo Reino de Deus’ e disponíveis a adentrar-se no caminho da evangelização”.
(CM)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Francisco: santos não são herois, mas humildes testemunhas de Cristo

2014-05-09 



 Cidade do Vaticano (RV) – Os santos não são heróis, mas são pecadores que seguem Jesus no caminho da humildade e da cruz: na homilia desta sexta-feira, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco comentou a primeira leitura, que narra a conversão de São Paulo.

O Pontífice explicou o que se entende quando dizemos que a “Igreja é santa”:

Mas como pode ser santa se todos nós estamos dentro? Somos todos pecadores, aqui. E a Igreja é santa. É a esposa de Jesus Cristo e Ele a ama, Ele a santifica, a santifica todos os dias com o seu sacrifício eucarístico. E nós somos pecadores, mas numa Igreja santa. E também nós nos santificamos com esta pertença à Igreja: somos filhos da Igreja e a Mãe Igreja nos santifica, com o seu amor, com os Sacramentos do seu Esposo.

Nas suas cartas – recordou o Papa –, São Paulo fala aos santos, a nós: “pecadores, mas filhos da Igreja santa, santificada pelo Corpo e o Sangue de Jesus”:

Nesta Igreja santa, o Senhor escolhe algumas pessoas para que a santidade fique mais evidente, para mostrar que Ele é quem santifica, que ninguém santifica si mesmo, que não existe um curso para se tornar santo, que ser santo não é ser faquir ou algo desse estilo… Não! A santidade é um dom de Jesus à sua Igreja, e para mostrar isso Ele escolhe pessoas em que o seu trabalho para santificar fica evidente.
No Evangelho – observou ainda Francisco –, existem muitos exemplo de santos: há Madalena, Mateus, Zaqueu e muitos outros que nos mostram qual é a primeira regra da santidade: “é necessário que Cristo cresça e nós nos rebaixemos”.

Assim, Cristo escolheu Saulo, que era um perseguidor da Igreja. E de tão grande que era, se tornou pequeno, obedeceu. Mas Paulo não se tornou um herói, explicou o Papa. Ele, que pregou o Evangelho em todo o mundo, “terminou a sua vida com um pequeno grupo de amigos, aqui em Roma, vítima dos seus discípulos”. Do grande homem que era, morreu decapitado. “Rebaixou-se, rebaixou-se, rebaixou-se….” A diferença entre os heróis e os santos – explicou por fim Francisco – “é o testemunho, a imitação de Jesus Cristo. Percorrer o caminho de Cristo, o caminho da cruz. Penso, afirmou ainda, nos últimos dias de São João Paulo II...”:

Não podia falar, o grande atleta de Deus, o grande guerreiro de Deus acaba assim: aniquilado pela doença, humilhado como Jesus. Este é o percurso da santidade dos grandes. Também é o percurso da nossa santidade. Se nós não nos deixarmos converter o coração por este caminho de Jesus – carregar a cruz todos os dias, a cruz ordinária, a cruz simples – e deixar que Jesus cresça; se não percorrermos este caminho, não seremos santos. Mas se o percorrermos, todos nós testemunharemos Jesus Cristo, que nos ama tanto. E daremos testemunho que, não obstante sejamos pecadores, a Igreja é santa. É a esposa de Jesus.

(BF)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

09 MAI São Máximo, homem forte, de oração e responsável no zelo pastoral

São MáximoCom grande alegria, lembramos São Máximo, bispo de Jerusalém, que entrou para o Martirológio Romano por causa de sua vida de amor a Deus e ao próximo de modo heróico, isto até entrar na glória no ano de 350.
Homem forte, de oração, e responsável no zelo pastoral, São Máximo, pertencente ao clero, já sabia com coragem e sabedoria enfrentar todos os perseguidores romanos. Aconteceu que no seu tempo, começou uma grande perseguição aos cristãos, por isso como modelo e pastor do rebanho foi perseguido, preso, processado e torturado, a ponto de arrancarem-lhe o olho direito e mutilarem-lhe o pé esquerdo, mas nada disso o fez recuar na fé e na fidelidade a Cristo e à Sua Igreja.
Depois da perseguição voltou para Jerusalém e fora aclamado bispo. Desta forma, São Máximo deu seu “máximo” para viver o Evangelho mesmo diante da arrogância dos governantes e hereges que sempre queriam atrapalhar a vida de Igreja de Cristo que é Santa, Una, Católica, Apostólica em suas notas e perseguida em sua história peregrina.
São Máximo, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova 

O caráter cristológico da devoção mariana

A natureza cristocêntrica enfática da espiritualidade de Montfort é sua maior glória. E é irrefutável a essência das verdades teológicas contidas em seus escritos.
Pe Caste.jpgPe. Juan Carlos Casté, EP
São Luís Maria Grignion de Montfort dedicou sua curta vida - faleceu aos 43 anos - a pregar missões à população rural do oeste da França.
Essa grande nação, que outrora brilhara pela piedade mariana, encontrava-se então devastada pela heresia jansenista, a qual se empenhava em diminuir o fervor na vida religiosa, sobretudo a devoção à Mãe de Deus.
Nosso Santo percebeu o perigo que isso representava para as almas e, com o coração cheio de ardor verdadeiramente profético, começou a pregar uma terna e fervorosa devoção a Nossa Senhora, como perfeito antídoto a todos os males espalhados pela heresia. E quase ao fim de sua vida pôs por escrito a substância do que havia ensinado: o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem.
Apesar de o autor ser, sobretudo, um missionário popular, esta obra - como as outras por ele escritas nos seus poucos tempos livres - tem um altíssimo valor teológico, enraizado a fundo nas Sagradas Escrituras, na Tradição da Igreja, nosVirgen con el Nino_.jpg Santos Padres e nos grandes teólogos medievais e contemporâneos dele.
É de fato um livro com notas proféticas. "São Luís Grignion de Montfort foi, neste processus histórico, um verdadeiro profeta. No momento em que tantos espíritos ilustres se sentiam inteiramente tranquilos quanto à situação da Igreja, embalados num otimismo displicente, tíbio, sistemático, ele sondou com olhar de águia as profundezas do presente, e predisse uma crise religiosa futura, em termos que fazem pensar nas desgraças que a Igreja sofreu durante a Revolução [Francesa], isto é, a implantação do laicismo de Estado, o estabelecimento da ‘Igreja Constitucional', a proscrição do culto católico, a adoração da deusa razão, o cativeiro e morte do Papa Pio VI, os massacres ou deportações de Sacerdotes e Religiosas, a introdução do divórcio, o confisco dos bens eclesiásticos, etc. Mais ainda. Para alento e alegria nossa, o Santo profetizou uma grande e universal vitória da Religião Católica em dias vindouros".1

A voz dos Papas
A obra de São Luís Grignion contou com o aval e o apoio do Magistério da Igreja, sendo recomendada por diversos Papas.
Cingindo-se apenas aos Sumos Pontífices que aprovaram expressamente a doutrina desse grande santo, o padre Nazario Pérez, SJ, menciona o Bem-aventurado Pio IX, o qual em 1853 declarou "imunes de todo erro"2 a totalidade dos seus escritos. E continua:
"Leão XIII, que o beatificou em 1888, concedeu indulgência plenária a quem, segundo a fórmula do Beato Montfort, fizesse ou renovasse a sua consagração a Jesus por Maria no dia da Imaculada Conceição e no dia 28 de abril, festa do Santo; concedeu também indulgências à primeira Confraria de Maria, Rainha dos Corações, que se fundou em Otawa, em 1899.
"São Pio X teve muita estima pelo Tratado da Verdadeira Devoção e confessou duas vezes [...] que se inspirara nele para escrever a Encíclica mariana Ad diem Illum. Concedeu também ‘muito de coração e com vivo afeto a bênção apostólica a quem lesse o Tratado tão admiravelmente composto pelo Beato Montfort'".3 No discurso pronunciado ao conceder o decreto para a canonização do então Beato Montfort, Pio XII o compara ao seu compatriota São Bernardo, "aludindo sem dúvida, nessa comparação, à doutrina mariana".4
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Mesa de trabalho de São Luís Maria
Grignion de Montfort - Saint-Laurent-sur-Sèvre (França)
Mais recentemente, o Beato João Paulo II manifestou-se diversas vezes sobre a excelência da espiritualidade desse grande santo. Narra, por exemplo, como lhe foi valioso o encontro com o Tratado num momento de hesitações: "Foi então que veio em minha ajuda o livro de São Luís Maria Grignion de Montfort, o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Nele encontrei a resposta às minhas perplexidades. Sim, Maria aproxima- nos de Cristo, conduz- -nos a Ele, com a condição de que se viva o seu mistério em Cristo. [...] A essência das verdades teológicas nele contidas é irrefutável. O autor é um teólogo de classe. Seu pensamento mariológico está enraizado no mistério trinitário e na verdade da Encarnação do Verbo de Deus. [...]
Assim, graças a São Luís, comecei a descobrir todos os tesouros da devoção mariana, a partir de um ângulo, de certa forma, novo".5 

Uma profecia realizada
Porém, como toda obra de Deus, esse livro encontrou a oposição do demônio. O próprio Santo o havia previsto.
São Luís Grignion escreveu o Tratado na fase final de sua vida. Pouco antes de morrer, entregou o manuscrito ao padre Mulot, a quem escolhera como sucessor e executor testamentário. Este conhecia o tesouro que recebera. Os padres da Companhia de Maria se inspiraram nele para suas missões e pregações, mas "não se sentiram com ânimo de publicá-lo, por ser-lhes necessário solicitar o Privilégio do Rei, indispensável para a publicação de qualquer obra", 6 e havia na Corte de Versalhes personagens de alto poder político, relacionados com os jansenistas e jansenizantes, portanto, hostis à Congregação fundada pelo padre Montfort.
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Beato Pio IX
Sobreveio a tormenta da Revolução Francesa, que se manifestou claramente anticristã. Começaram as perseguições e assassinatos de sacerdotes e religiosas. À vista disso, os padres Montfortianos entregaram os objetos de valor existentes em suas casas, entre os quais o manuscrito de São Luís, a uns camponeses, para serem escondidos. Estes os devolveram quando amainou a tempestade revolucionária, em fins do século XVIII.
No dia 22 de abril de 1842 - 126 anos após a morte do Santo -, o padre Rautureau, montfortiano, procurando material para preparar uma homilia, encontrou um manuscrito numa caixa cheia de livros velhos. Ao lê-lo, percebeu o espírito do padre Montfort e o mostrou ao superior, padre Dalin, o qual reconheceu perfeitamente a letra do fundador da Congregação.7
Em princípios de 1843 saiu a lume a primeira publicação do Tratado. Cumpria-se assim uma profecia nele escrita: "Prevejo que animais furiosos se precipitarão para despedaçar com seus dentes diabólicos este pequeno livro e aquele de quem serviu-Se o Espírito Santo para escrevê-lo, ou ao menos para envolvê-lo nas trevas e no silêncio de uma arca, a fim de evitar sua publicação. Inclusive, atacarão e perseguirão aqueles e aquelas que o lerem e procurarem pôr em prática".8
O manuscrito não está completo. Os editores que o estudaram a fundo para publicar as obras completas de São Luís Grignion calcularam que faltam de 84 a 96 páginas no início, as quais versariam sobre o tema da "Preparação para o Reino de Cristo". Julgam faltar também algumas páginas no fim, onde o Autor teria escrito uma "fórmula de consagração" e a "bênção das correntes".9
Devoção cristológica e trinitária
Os primeiros tópicos do Tratado são já um verdadeiro programa que ele desenvolverá ao longo da obra. Parece-nos interessante ressaltar com o padre Alphonse Bossard, SMM, algumas analogias entre esses pontos, o discurso de Paulo VI no encerramento da terceira sessão do Concílio Vaticano II e a Constituição Dogmática Lumen Gentium.
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Leão XIII
Escreve o padre Bossard: "Montfort primeiro vai fundamentar e explicar uma convicção que ele tem como central: já que Deus quis que Maria nos fosse necessária (cf. Tratado, n.1-59), impõe-se a todos uma verdadeira devoção a Ela".10
"Para Montfort, não se pode tratar de pôr em primeiro lugar o mistério de Maria, mas simplesmente de sublinhar que, sem uma referência à sua Mãe, não é possível ter pleno acesso ao mistério de Jesus e vivê-lo. Isso afirmou Paulo VI no discurso de encerramento da terceira sessão do Concílio Vaticano II, ampliando- o ao mistério da Igreja: ‘O conhecimento da verdadeira doutrina católica sobre Maria constituirá sempre uma chave para a exata compreensão do mistério de Cristo e da Igreja'".11
Pouco antes, no mesmo discurso acima citado pelo padre Bossard, ressaltara Paulo VI que a Lumen Gentium "tem como vértice e coroamento um capítulo inteiro dedicado a Nossa Senhora", acrescentando logo a seguir: "Com efeito, é a primeira vez - e dizê-lo enche-nos a alma de profunda emoção - é a primeira vez que um Concílio Ecumênico apresenta síntese tão vasta da Doutrina Católica acerca do lugar que Maria Santíssima ocupa no mistério de Cristo e da Igreja".12
Nesse sentido, afirma o padre Alberto Rum, SMM: "Com o famoso Capítulo VIII sobre Nossa Senhora, o Concílio Vaticano II parece ter confirmado o valor teológico e ascético da espiritualidade mariana de Montfort".13
Ao contrário do que pensam alguns, Nossa Senhora é tema vivo e atuante para o Concílio, como o é também para São Luís Grignion. Observa com acerto o padre Rum: "Para o Concílio, a doutrina mariana não é uma massa errática no mundo da divina Revelação, nem um sistema fechado em si mesmo na ordem da teologia católica, nem um valor à parte na vida do espírito. A presença de Maria é, ao contrário, uma presença viva no Credo, no pensamento e na vida do Povo de Deus [...]. Tratado e Concílio oferecem assim uma mesma e idêntica mensagem mariana". 14 Continua o mesmo autor: "Poder-se-ia dizer que o Concílio retoma em linguagem moderna o pensamento mariano do santo missionário".15
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Beato Pio IX,Leão XIII,São Pio X, Pio XII e, muito especialmente, o santo  João 
Paulo II deram o aval pontifício à obra de São Luís Maria Grignion de Montfort
No trecho acima, o padre Alberto Rum parece ecoar estas palavras da Lumen Gentium: "A Igreja, meditando piedosamente na Virgem, e contemplando-A à luz do Verbo feito homem, penetra mais profundamente, cheia de respeito, no insondável mistério da Encarnação, e mais e mais se conforma com o seu Esposo. Pois Maria, que entrou intimamente na História da Salvação, e, por assim dizer, reúne em Si e reflete os imperativos mais altos da nossa Fé, ao ser exaltada e venerada, atrai os fiéis ao Filho, ao seu sacrifício e ao amor do Pai".16
A Jesus por Maria
Segundo a Cristologia ensinada por Grignion de Montfort, é sempre através da Virgem que chegamos a Jesus. Quanto mais se conhecer Maria, mais conhecido será Jesus. Não pode, pois, haver receio de desagradar ao Filho, amando verdadeiramente sua Mãe. Pelo contrário!
‘"Jesus Cristo veio ao mundo por meio da Santíssima Virgem Maria, e é também por intermédio d'Ela que Ele deve reinar no mundo' (Tratado, n.1). Aí se encontram a finalidade cristológica, essencial para Montfort; a dimensão missionária, pois trata-se de estabelecer o Reino de Cristo; e a referência à Encarnação: Aquela por quem Jesus veio ao mundo deve continuar cooperando em seu triunfo permanente. É, portanto, necessário concentrar- se em conhecer Maria em verdade, para melhor conhecer a Jesus Cristo, e reconhecer-Lhe todo o espaço que Deus mesmo quis que Ela tivesse, para chegar o Reino de seu Filho".17
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"São Luís Maria Grignion de Montfort" 
Nave principal da Basílica 
de São Pedro
No fiat de Maria Santíssima se revela todo o desejo de Deus de salvar a humanidade por meio d'Ela. Afirma a Constituição Dogmática Lumen Gentium: "Maria, filha de Adão, dando o seu consentimento à palavra divina, tornou-Se Mãe de Jesus e, não retida por qualquer pecado, abraçou de todo o coração o desígnio salvador de Deus, consagrou-Se totalmente, como escrava do Senhor, à pessoa e à obra de seu Filho, subordinada a Ele e juntamente com Ele, servindo pela graça de Deus onipotente o mistério da Redenção".18
Pouco adiante, acrescenta o mesmo documento conciliar: "Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na Anunciação e que manteve inabalável junto à cruz, até a consumação eterna de todos os eleitos".19
Convém ter em vista que a Lumen Gentium é um dos mais importantes documentos emanados do Concílio Vaticano II, a ponto de ter ser sido qualificada de "o coração do Concílio".20
E São Luís escreve em seu Tratado: "A conduta das Três Pessoas da Santíssima Trindade por ocasião da Encarnação e primeira vinda de Jesus Cristo, Elas a mantêm todos os dias na Santa Igreja, de modo invisível, e a manterão até a consumação dos séculos, na última vinda de Cristo".21
Por isso, conclui o padre Alberto Rum no citado artigo: "Nesta teologia mariana da salvação, o Concílio encontra um motivo para convidar os fiéis a uma devoção mariana cristocêntrica, que se conjuga mais intimamente com o Mediador e Salvador, Cristo Jesus. Por sua parte, a espiritualidade mariana de São Luís de Montfort está centrada no mesmo mistério da Encarnação e de nossa pertença a Jesus Cristo Senhor e Redentor".22
Devoção cristológica e trinitária
Devemos ressaltar, sobretudo, o caráter eminentemente cristológico e trinitário dessa importante obra de São Luís. "A natureza cristocêntrica explícita e enfática da espiritualidade de Montfort é sua maior glória. O missionário apostólico se esforça muito por mostrar que só Jesus é o fim, pois Maria é ‘infinitamente inferior a seu Filho' (Tratado, n.27). A primeira verdade sólida da devoção a Maria deve ser que apenas Cristo é o fim último de todas as devoções (Tratado, n.60-62)".23
Ele nos ensina que a finalidade da devoção por ele pregada, ou seja, a escravidão de amor a Jesus pelas mãos de Maria Santíssima, é a instauração do Reino de Cristo, que não é outra coisa senão a renovação das promessas do Batismo. E Ela, a Virgem, é o melhor meio para chegar a nosso último fim: a união com Jesus.
"Para conhecer Maria tal como Deus A fez e tal como no-La dá, Montfort nos leva a contemplar a missão que o Senhor Lhe confiou na realização do mistério da Encarnação Redentora, com todas as suas consequências. Montfort descreve primeiro a relação íntima de cada uma das Pessoas divinas com Maria para realizar a vinda do Verbo na carne, pela Encarnação (Tratado, n.16). Depois, seguindo sempre este esquema trinitário, mostra como o Pai, o Filho e o Espírito Santo estendem a sua ação com Maria, para que a Encarnação produza seus efeitos em nós".24
Para Jesus ser conhecido, precisa ser conhecida Maria
Encontramos no tópico 13 do Tratado o fundo do pensamento contido em sua introdução: "Meu coração ditou-me tudo quanto acabo de escrever, com particular alegria, para demonstrar que a divina Maria tem sido desconhecida até agora, e que esta é uma das razões pelas quais Jesus Cristo não é conhecido como deve ser. Se pois, como é certo, o conhecimento e o Reino de Cristo hão de chegar ao mundo, isso não acontecerá senão por uma consequência necessária do conhecimento e do Reino da Santíssima Virgem Maria. Ela O trouxe ao mundo na primeira vez e O fará resplandecer na segunda".25
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"Cristo Rei" - Igreja de Nossa Senhora da
Assunção, New Orleans 
(Estados Unidos)
O livro se destina, pois, a propagar a devoção a Nossa Senhora para que venha o Reino de Cristo. A razão teológica pela qual o Reino de Cristo será precedido pelo reinado de Maria, São Luís a coloca no tópico 1 do Tratado: "Jesus Cristo veio ao mundo por meio da Santíssima Virgem Maria, e é também por seu intermédio que Ele deve reinar no mundo".26 Ou seja, se Maria Santíssima não tivesse vindo ao mundo, Cristo também não teria vindo, e a devoção a Ele deve vir ao mundo por intermédio d'Ela. Difundir a devoção à Mãe de Deus é, pois, nesta perspectiva, a maior obra a que um homem pode se dedicar.
A perfeita devoção a Maria é fundamental para a instauração do Reino de Cristo
Este objetivo de São Luís se presta desde logo a um comentário. "O santo missionário se propõe preparar o futuro Reino de Cristo, fazendo o que lhe parece mais essencial, mais importante, mais urgente, que na ordem concreta dos fatos produzirá quase que automaticamente o resto: difundir a perfeita devoção a Maria".27 A restauração da civilização sobre os princípios da Igreja Católica não será, portanto, resultado de uma ação política, de obras sociais, de talento, de ciência. "O começo da restauração de todas as coisas está na piedade, no fervor da vida interior, está propriamente nos fundamentos religiosos da vida de um povo. O apostolado essencial é de caráter estritamente religioso, afervorar, formar na piedade, formar caracteres; o restante é consequência; são complementos importantes - é verdade - mas complementos. E a grande lição que São Luís fixa já no início do Tratado e desenvolve extensamente depois, é a de que na formação dos caracteres a condição básica e indispensável é a devoção a Nossa Senhora.
"Possuindo-a [esta devoção] verdadeiramente, os caracteres terão todos os meios sobrenaturais necessários para que, com a correspondência da vontade, floresçam. Se não se forma esta devoção, o próprio regime da expansão da graça na alma fica comprometido, e nada será possível conseguir. Portanto, a devoção a Nossa Senhora é condição necessária para tudo quanto
diga respeito à salvação individual, à salvação da civilização e a salvação eterna de todos quantos constituem, em dado momento, a Igreja militante".28
São Luís tinha, pois, em mente, uma obra da mais alta importância para a renovação dos séculos futuros. A nós cabe ter um desejo ardente de possuir essa perfeita devoção a Nossa Senhora. Atrevo-me a dizer mais: ela é indispensável aos sacerdotes que desejam trabalhar seriamente pela glória de Deus e salvação das almas. O Tratado não é um livro qualquer de piedade, é uma obra monumental do ponto de vista teológico e mariológico que prega uma devoção absolutamente essencial, sobretudo para os nossos tempos.
Ninguém pode compreender por inteiro a excelsitude da Mãe de Deus
Como dissemos acima, São Luís afirma que Maria Santíssima é desconhecida. Ou seja, Ela é muito menos conhecida do que suas excelências e seus admiráveis predicados exigem. Em sua obra, ele explicará o motivo pelo qual Ela quase não é mencionada nos Evangelhos.
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"São Luís Maria Grignion de Montfort"
Basílica de Saint-Laurent-sur-Sèvre
(França)
"Para atender aos pedidos que Ela Lhe fez de escondê-La, empobrecê-La e humilhá-La, aprouve a Deus mantê-La oculta aos olhares de quase todas as criaturas humanas, em seu nascimento, em sua vida, em seus mistérios, em sua ressurreição e assunção. Seus próprios parentes não A conheciam; e com frequência os anjos perguntavam-se uns aos outros: ‘Quæ est ista? - Quem é esta? (Ct 3, 6; 8, 5), pois o Altíssimo A escondia; ou, se algo lhes revelava, ocultava-lhes infinitamente mais".29 Os Santos Evangelhos quase não se referem a Ela. Por isso a teologia precisou fazer, através dos séculos, um admirável trabalho de dedução das verdades contidas na Escritura, para ressaltar o papel da Mãe de Deus.
Montfort dá duas razões pelas quais Maria passou sua vida praticamente sem aparecer nos Evangelhos: sua humildade e sua transcendência.
Humildade: "Com efeito, Maria é a mulher ideal, e como tal, Ela devia ter assinalada predileção pela modéstia, o mais belo ornato da mulher. Ela é ademais a santa por excelência, e então a humildade se impõe absolutamente. Quanto mais se eleva o edifício da santidade, mais profundas devem ser as bases da humildade". 30
Transcendência: Ela é única na ordem da graça, foi predestinada desde toda a eternidade para uma missão singular e exclusiva: ser a digna Mãe do Redentor. Maria é Imaculada, suas relações com a Santíssima Trindade são especialíssimas, e seu papel na História da Salvação é capital.
"Ela pertence a uma ordem especial, única no mundo sobrenatural, a ordem da maternidade divina, intermediária entre a da união hipostática e a da graça e da glória. É, pois, impossível aplicar-Lhe os métodos ordinários do raciocínio humano, por via de deduções rigorosas. Ela é domínio exclusivo da soberana liberalidade e da onipotente liberdade de Deus. Nosso dever é somente admirar e mostrar a conveniência do que aprouve a Deus fazer. Montfort adota a posição dos que A admiram. Mais ainda, ele afirma no tópico 5, e prova nos tópicos seguintes (6 a 12), que, exceto Deus, ninguém pode compreender Maria tanto quanto é possível compreendê- La".31
Como podemos ver, o Tratado é de uma profundidade mariológica que poucos alcançaram. (Revista Arautos do Evangelho, Outubro/2011, n. 118, p. 18 à 25)
Coroaçao de Nossa Senhora_.jpg
Maria é Imaculada. Suas relações com a Santíssima Trindade são especialíssimas,
e seu papel na História da Salvação é capital.


"Coroação de Nossa Senhora" - Basílica de Santo Antônio, Pádua (Itália)

Fonte: http://www.arautos.org/

8 de mai. de 2014

Aliança indissolúvel

.Nossa Senhora com o Menino Jesus - Portico da Virgem - Catedral de Notre Dame, Paris..jpg 
O mesmo eterno
desígnio de
misericórdia que
predestinou o Salvador
Jesus, predestinava
também a Mãe do Deus
feito homem. Não há
dois decretos, um relativo
ao Verbo Encarnado,
e outro à Virgem sua
Mãe, mas um só e
mesmo plano de infinita
bondade, congregando a
ambos numa indissolúvel
aliança. Nem Maria
sem Jesus, nem Jesus 
sem Maria.

Pe. Jean-Baptiste 
Terrien, 
SJ

“Nossa Senhora com o 
Menino Jesus" - Pórtico
da Virgem, Catedral de
Notre Dame, Paris

Revista Arautos do 
Evangelho, Setembro/
2013, n. 141, p. 52 

"Igreja concede graça, não cria burocracia", diz o Papa na missa matutina

 > 2014-05-08 



 
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco disse na missa da manhã desta quinta-feira, 08,
que “na Igreja, quem administra sacramentos deve dar espaço à graça de Deus e não criar obstáculos ‘burocráticos’”. Este foi o teor da homilia da missa presidida na Casa Santa Marta.

“Quem faz evangelização é Deus”: palavra do Papa Francisco, que reafirmou esta verdade opondo-a ao excesso de burocratização que por vezes na Igreja pode impedir a aproximação das pessoas a Deus.

O modelo a seguir é o Apostolo Filipe, que na leitura dos Atos dos Apóstolos, evidencia as três qualidades cristalinas de um cristão: docilidade de espírito, diálogo e confiança na graça. A primeira se destaca no momento em que o Espírito manda Filipe interromper suas atividades e ir até a carruagem na qual viajavam, de Jerusalém para Gaza, a rainha dos etíopes e o ministro.

Ele, Filipe, obedece. É dócil ao chamado do Senhor. certamente deixou de lado muitas coisas que tinha que fazer, porque naquela época, os apóstolos eram muito atarefados na evangelização. Ele deixa tudo e vai. Isto nos mostra que sem docilidade à voz de Deus, ninguém pode evangelizar, ninguém pode anunciar Jesus Cristo. No máximo, pode anunciar a si mesmo”.

Para Filipe, o encontro com o ministro etíope é uma ocasião de anunciar o Evangelho, mas este anúncio não é um ensinamento que vem do alto, imposto. É um diálogo que o Apóstolo tem o escrúpulo de começar respeitando a sensibilidade espiritual de seu interlocutor, que está lendo, mas sem entender, um texto do Profeta Isaías:

Não se pode evangelizar sem diálogo, porque se começa justamente de onde é preciso evangelizar. Como é importante o diálogo. “Padre, perde tanto tempo com as estórias de todos!”. Deus perdeu mais tempo na criação do mundo, e o fez bem!. Perder tempo com a outra pessoa é importante porque é ela que Deus quer que se evangelize, que lhe seja dada a notícia de Jesus”.

As palavras de Filipe despertam no ministro etíope o desejo de ser batizado, e no primeiro riacho que encontram na estrada, o Apóstolo administra o Batismo ao etíope. “Leva-o – observou o Papa – às mãos de Deus, à sua graça”. Assim, o ministro, por sua vez, será capaz de gerar a fé e “talvez isso nos ajude a entender melhor que quem faz a evangelização é Deus”.

Pensemos nestes três momentos da evangelização: a docilidade para evangelizar, fazendo o que Deus manda; o diálogo com as pessoas, partindo de onde elas estão; e o terceiro: entregar-se à graça, pois ela é mais importante do que toda a burocracia. “O que impede que?”: às vezes, na Igreja, somos uma fábrica que produz impedimentos para as pessoas chegarem à graça. Que o Senhor nos faça entender isso”, concluiu Francisco.
(CM)





Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Francisco recebe Karekin II: o ecumenismo do martírio é semente de unidade


 2014-05-08 


 
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência esta manhã, no Vaticano, o líder da Igreja Apostólica Armênia, Karekin II, Patriarca Supremo e Catholicós de todos os Armênios desde 1999.

Depois de um colóquio privado, foi a vez dos discursos – ocasião em que Francisco definiu esta visita “uma graça especial”.

O Pontífice recordou os laços entre as duas Igrejas, que se reforçaram nos últimos anos através de encontros e diálogos. De modo especial, Francisco citou a Comemoração das Testemunhas da fé do século XX, que foi realizada no âmbito do Grande Jubileu do 2000.

“Na verdade, o número de discípulos que espalharam seu sangue por Cristo nas trágicas vicissitudes do século passado é certamente superior aos dos mártires dos primeiros séculos, e neste martirológio os filhos da nação armênia ocupam um lugar de honra”, afirmou o Papa, pedindo que este testemunho jamais seja esquecido.

Para Francisco, os sofrimentos vividos pelos cristãos nas últimas décadas deram uma contribuição única e inestimável para a causa da unidade entre os discípulos de Cristo. Por isso, o ecumenismo do sofrimento e do martírio constitui um forte apelo a caminhar pela estrada da reconciliação entre as Igrejas.

“Rezemos uns pelos outros: possa o Espírito Santo iluminar-nos e guiar-nos rumo ao dia tão almejado, no qual poderemos compartilhar o banquete eucarístico”, concluiu Francisco.

Após os discursos, houve a troca de presentes. A seguir, o Papa e o Patriarca Karekin II viveram um momento de oração comum na Capela Redemptoris Mater.

(BF)








Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

08 MAI São Pedro de Tarantásia, foi um homem pacificador

São Pedro de TarantásiaNasceu no ano de 1102 perto de Viena, numa família que buscava a Deus. Com vinte anos ele entrou para a vida religiosa. E mais tarde, seus pais e sua única irmã, também ingressaram na Ordem da qual fazia parte. Todos se tornaram religiosos.
Ele viveu um longo tempo num convento, depois transferido para outro, como superior, nas montanhas de Tarantásia. Ali, na sua vida religiosa, eucarística, mariana e obediente às regras, fundou obras sociais.
Ganhou simpatia e conquistou o coração das autoridades para Cristo. Assim, somando a caridade que reinava em seu coração e a ajuda material de muitos outros, quem era beneficiado era o pobre. Chegou a criar um grande hospital.
São Pedro foi um homem pacificador. Peçamos a intercessão do santo de hoje para que, onde quer que estejamos, sejamos sinais de paz.
São Pedro de Tarantásia, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova 

A espiritualidade mariana de João Paulo II

Conheça a espiritualidade mariana 
que marcou a vida, o pontificado e o pensamento do Papa João Paulo II 
EspiritualidadeMarianaDeJoaoPauloII940x350-DestaqueFalar da espiritualidade mariana do beato João Paulo II torna-se ainda mais significativo ,  hoje, há poucos dias da canonização dele. Estamos falando da devoção a Virgem Maria, que levou Karol Wojtyla a tamanha santidade que os fiéis o queriam proclamado santo logo depois da sua morte: “santo súbito”.
Ainda seminarista, um grande tratado de espiritualidade mariana o ajudou a tirar as dúvidas que tinha em relação a sua devoção a Nossa Senhora e a centralidade de Jesus Cristo na vida e na espiritualidade cristã. A espiritualidade mariana do grande João Paulo II o levou a uma vida inteiramente dedicada a Deus, principalmente nos seus mais de 25 anos de pontificado. Com João Paulo II, este santo dos nossos dias, podemos aprender a espiritualidade que o fez de um dos Papas mais extraordinários de todos os tempos e que o elevou à glória dos altares.

A obra que marcou profundamente a vida e, consequentemente, a espiritualidade de Wojtyla foi o “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, de autoria de São Luís Maria Grignion de Montfort. O Papa João Paulo II disse, na Carta às Famílias Monfortinas, que o Tratado é um “texto clássico da espiritualidade mariana”1, que teve singular importância em seu pensamento e em sua vida. Segundo o Pontífice, o Tratado é uma “obra de eficiência extraordinária para a difusão da ‘verdadeira devoção’ à Virgem Santíssima”2. João Paulo II experimentou e testemunhou essa eficácia do Tratado: “Eu próprio, nos anos da minha juventude, tirei grandes benefícios da leitura desse livro, no qual ‘encontrei a resposta às minhas perplexidades’ devidas ao receio que o culto a Maria, ‘dilatando-se excessivamente, acabasse por comprometer a supremacia do culto devido a Cristo’3. Sob a orientação sábia de São Luís Maria compreendi que, quando se vive o mistério de Maria em Cristo, esse risco não subsiste. O pensamento mariológico do Santo, de fato, ‘está radicado no Mistério trinitário e na verdade da Encarnação do Verbo de Deus’”4.
A perfeição, ensina São Luís Maria, consiste em ser conformes, unidos e consagrados a Jesus Cristo. Por isso, a mais perfeita de todas as devoções é, sem dúvida, a que nos conforma, une e consagra mais perfeitamente a Ele. Por conseguinte, foi Maria a criatura que mais se conformou ao seu Filho, por isso, “entre todas as devoções, a que consagra e conforma mais uma alma a nosso Senhor é a devoção a Maria, Sua Mãe santa, e que quanto mais uma alma estiver consagrada a Maria, tanto mais estará consagrada a Jesus Cristo”5.
Dirigindo-se a Jesus Cristo, São Luís Maria exprime como é maravilhosa a união entre o Filho de Deus e a Sua Mãe Santíssima: “Ela é de tal forma transformada em Ti pela graça, que não vive mais, não existe mais: és unicamente Tu, meu Jesus, que vives e reinas nela… Ah! se conhecêssemos a glória e o amor que tu recebes nesta maravilhosa criatura… Ela está tão intimamente unida… De fato, ela ama-Te mais ardentemente e glorifica-Te mais perfeitamente do que todas as outras criaturas juntas”6.
Em Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, somos realmente filhos do Pai e, ao mesmo tempo, filhos da Virgem Maria e da Igreja. Com a Encarnação do Verbo eterno de Deus, de certa forma é toda a humanidade que renasce. À Mãe de Jesus podem ser aplicadas, de maneira mais verdadeira que São Paulo as aplica a si mesmo estas palavras: “Meus filhos, por quem sinto outra vez dores de parto, até que Cristo se forme entre vós”7. Nossa Senhora dá à luz, todos os dias, os filhos de Deus, enquanto não estiver formado neles Jesus Cristo, seu Filho, na plenitude da sua idade8. Essa doutrina encontra a sua expressão mais bela na oração: “Oh! Espírito Santo, concede-me uma grande devoção e uma grande inclinação para Maria, um apoio sólido sobre o seu seio materno e um recurso assíduo à sua misericórdia, para que, nela, tu possas formar Jesus dentro de mim”9.
Na espiritualidade monfortina, o dinamismo da caridade é expresso especialmente pelo símbolo da escravidão do amor ou consagração total a Jesus, a exemplo e com a ajuda materna de Maria. “Trata-se da comunhão plena na kenosis (despojamento) de Cristo; comunhão vivida com Maria, intimamente presente nos mistérios da vida do Filho”10. Segundo São Luís Maria, “não há nada entre os cristãos que faça pertencer de maneira mais absoluta a Jesus Cristo e à Sua Santa Mãe como a escravidão da vontade, segundo o exemplo do próprio Jesus Cristo, que assumiu as condição de escravo por amor a nós formam servi accipiens11 e da Santa Virgem, que se considerou serva e escrava do Senhor12. O apóstolo honra-se do título de servus Christi. Várias vezes, na Sagrada Escritura, os cristãos são chamados servi Christi”13. Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio ao mundo em obediência ao Pai na Encarnação14, humilhou-se fazendo-se obediente até a morte de Cruz15. Em comunhão com o Filho, “Maria correspondeu à vontade de Deus com o dom total de si, corpo e alma, para sempre, desde a Anunciação até à cruz, e da cruz até à Assunção”16.
Esta consagração ou escravidão de amor a Virgem Maria deve ser interpretada à luz do admirável intercâmbio entre Deus e a humanidade no mistério do Verbo encarnado. Este é um verdadeiro intercâmbio de amor entre Deus e os homens, na reciprocidade da doação total de si. O espírito desta devoção é uma resposta ao amor de Deus, que consiste em “tornar a alma interiormente dependente e escrava da Santíssima Virgem e de Jesus por meio dela”17. Ao contrário do que podemos pensar, este “vínculo de caridade”, esta “escravidão de amor” torna-nos plenamente livres, com a verdadeira liberdade dos filhos de Deus18. Trata-se de nos entregar totalmente a Jesus Cristo, respondendo ao Amor com que Ele nos amou por primeiro. Qualquer pessoa que viver esta consagração, esta escravidão de amor, pode dizer como São Paulo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”19.
Assim como o Beato João Paulo II, façamos do Tratado o nosso livro de cabeceira: “Li e reli muitas vezes, e com grande proveito espiritual, este precioso livrinho ascético de capa azul”20.
Esse precioso clássico de espiritualidade mariana ajudou o Santo Padre a entender que “a Virgem pertence ao plano da salvação por vontade do Pai, como Mãe do Verbo encarnado, por Ela concebido por obra do Espírito Santo. Toda a intervenção de Maria na obra da regeneração dos fiéis não se põe em competição com Cristo, mas d’Ele deriva e está ao seu serviço. A ação que Maria realiza no plano da salvação é sempre cristocêntrica, isto é, faz diretamente referência a uma mediação que acontece em Cristo”21. A partir do entendimento destas verdades de fé pelo Tratado, João Paulo II abraçou a escravidão de amor a Santíssima Virgem Maria: “Compreendi, então, que não podia excluir da minha vida a Mãe do Senhor sem desatender a vontade de Deus-Trindade, que quis ‘iniciar e realizar’ os grandes mistérios da história da salvação com a colaboração responsável e fiel da humilde Serva de Nazaré”22. Como João Paulo II, este homem extraordinário, abracemos também a escravidão de amor a Virgem Maria, para que como ele sejamos fiéis a Jesus Cristo.
1PAPA JOÃO PAULO II, Carta às Famílias Monfortinas, 1.
2 Idem, Ibidem
3 PAPA JOÃO PAULO II, Dom e mistério, p 38.
4 Idem, Carta às Famílias Monfortinas, 1.
5 MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado de Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, 120.
6 Idem, 63.
7 Gl 4,19.
8 Cf. MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado de Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, 33.
9 MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. O Segredo de Maria, 67.
10 PAPA JOÃO PAULO II, Carta às Famílias Monfortinas, 6.
11 Cf. Fl 2, 7.
12 Cf. Lc 1, 38.
13 MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, 72.
14 Cf. Hb 10, 7.
15 Cf. Fl 2, 7-8.
16 PAPA JOÃO PAULO II, Carta às Famílias Monfortinas, 6.
17 MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. O Segredo de Maria, 44.
18 MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, 169.
19 Gl 2, 20.
20 PAPA JOÃO PAULO II, Discurso no VIII Colóquio Internacional de Mariologia, 1.
21 Idem, ibidem.
22 Idem, ibidem.

Fonte: Canção Nova 
Por Natalino Ueda 


Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...