22 de mar. de 2014

22 de Março - Santa Léia

Santa Léia
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Pouco se conhece sobre a vida de Léia, uma rica romana que quando ficou viúva, ainda jovem, recusou um novo casamento, como era o costume da época, para se juntar à Marcela, abadessa de uma comunidade, criada em sua própria residência em Aventino, Roma. O local, depois se tornou um dos mosteiros fundados e dirigidos por Jerônimo, que se tornou santo, doutor da Igreja e bispo de Hipona, na África do Norte, e que viveu também nesse período, na cidade eterna.

Léia recusara ninguém menos que Vécio Agorio Pretestato, cônsul romano designado prefeito da Urbe, que lhe proporcionaria uma vida ainda mais luxuosa, pelo prestigio e privilégios que envolviam aquele cargo. Teria uma vila inteira como moradia e incontáveis criados para atendê-la. Entretanto, Léia preferiu viver numa cela pequena, fria e escura, com simplicidade e dedicada à oração, à caridade e à penitência. 

A jovem abandonou os finos vestidos para usar uma roupa tosca de saco rude e fazia questão de realizar as tarefas mais humildes, assumindo uma atitude de escrava para as outras religiosas. Passava noites inteiras em oração e quando fazia obras beneméritas, o fazia escondido, para não chamar a atenção de ninguém e não receber nenhuma recompensa ou reconhecimento pelos seus atos. Por isso, Léia foi eleita Madre superiora, trabalho que exerceu durante o resto de seus dias com alegria, tranqüilidade e a mesma humildade.

Esses poucos dados sobre Léia estão contidos numa carta escrita pelo bispo Jerônimo, quando soube da sua morte, em 384. Curiosamente, ela morreu em Roma, no mesmo ano em que faleceu Vécio, o consul, rejeitado por ela . 

Na ocasião dessas mortes, Jerônimo já havia se retirado de Roma para viver solitariamente perto de Belém, depois de ter sido caluniado. Retirou-se para um mosteiro e continuou dirigindo o que havia fundado, na residência romana. Na carta, que ele enviou à essas religiosas, fez um paralelo entre as duas mortes, mostrando que antes o riquíssimo cônsul usava as mais finas vestes púrpuras e agora estava envolto em escuridão, enquanto, Léia, antes vestida de rude roupa de saco, agora vivia na luz e na glória, por ter percorrido o caminho da santidade. 

Logo foi venerada pelo povo que trazia Santa Léia, no coração e na memória. Até porque era difícil compreender, mesmo depois de passado tanto tempo, a troca que fizera do posto de primeira dama romana pela de abnegação de monja. Contudo, foi assim que Santa Léia escolheu viver, na entrega total ao Senhor ela encontrou a maneira de alcançar seu lugar ao lado de Deus na eternidade.

Portal Paulinas 

Fé e fidelidade são dons de Deus

Estas duas palavras estão em crise de identidade. Passam por um processo de esvaziamento e perda de sentido. Fé é adesão firme em Deus, que é fiel. É um fato que supera toda nossa compreensão humana, mas não afeta a liberdade ao tomar decisão. Pelo contrário, livremente a pessoa age com atitude de fidelidade.

Fidelidade é a prática de quem é fiel ao que faz e tem compromisso sério no cumprimento do que assume e é confiável, é constante. Há um texto bíblico que diz que “o justo viverá por sua fidelidade” (Hab 2, 4). A infidelidade é descumprimento de um compromisso de fidelidade e ruptura com consequências desastrosas.

Fé e fidelidade são dons de Deus, mas também frutos de decisão consciente e responsável. Ambas fazem parte da estrutura natural das pessoas, mas precisam ser trabalhadas com sinceridade para que sejam um bem para a sociedade. A falta de fidelidade, em determinadas circunstâncias da vida, pode ser também ameaça à fé.
Não podemos agir apenas por fantasia, sem profundidade, despidos de responsabilidade. A fé e a fidelidade do outro depende do testemunho que lhe for proporcionado. Não ter uma fé como fundo de garantia, sem fidelidade, mas como firmeza na adesão aos princípios que contam e que nos levam à realização de vida com dignidade.
Toda pessoa deve estar a serviço do Reino de Deus. É um caminho de construção, que supõe desapego, desprendimento e atenção ao que é mais importante para o bem comum. Em vez de ser servido, a fé e a fidelidade, como condição de vida digna, fazem de nós servidores da comunidade com determinação e coragem.
Estamos numa mentalidade que busca compensação para tudo que se faz numa mentalidade totalmente calculista e muito marcada pelo materialismo, onde o ter passa a ser mais importante do que o ser. Para ser diferente, devemos ter dedicação total no servir, mas com o coração aberto e sem interesses puramente vazios. Não é saudável a ambição de poder, de aparecer e de compensação.


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba 

A alegria da volta

Poucos  textos religiosos tem o impacto e o fascínio da parábola do Filho Pródigo, que deveria ser chamada a parábola do Pai misericordioso ou perdoador, já que Ele é o centro da revelação e do ensinamento de Jesus. Muitos desconhecem que esse itinerário do filho pródigo, é também o percurso do penitente que almeja o reencontro com o Pai e ser perdoado.
De fato, todos somos como o filho que quis sair de casa e fazer a sua própria vida fora do plano e da proposta de Deus. Caímos na real, sentimos saudade e arrependimento de termo-nos distanciado e afastado de um Pai amoroso e decidimos voltar. A confissão ou a reconciliação é o sacramento da volta, do retorno à vida da graça, do refazer a aliança e resgatar a amizade com o Senhor.
Longe de ser uma experiência opressora, culpabilizante ou torturadora, se trata de um encontro com a graça e o perdão divino onde estabelecemos um diálogo de fé e confiança com quem em nome de Deus exerce as funções de pai, mestre, médico e juiz da benevolência e misericórdias divinas. Como o filho pródigo celebramos a festa da vida nova, do reencontro e da verdadeira paz, por isso após termos recebido a absolvição dos pecados só os convidados a uma oração de ação de graças e louvor pelo grandioso dom do perdão e da reconciliação.
Confessar-se é reempreender o caminho da santidade, da vivência e realização da filiação divina que nos conduz a plena felicidade, que implica e consiste num estado de harmonia e comunhão com Deus. Por maiores que sejam nossas culpas e pecados, Deus sempre está nos esperando, para nos dar sempre o seu perdão, porque a sua misericórdia, compaixão e bondade são infinitas. Não negligenciemos esta fonte, espaço e berço da humanidade nova, esta forja e escola de santidade que é o sacramento da confissão. Que Nossa Senhora Mãe da Misericórdia, Refugio e Consolação para todos os pecadores nos ajude a celebrar com alegria, fé e confiança o sacramento da Volta. Deus seja louvado!


Dom Roberto Francisco Ferreria Paz 
Bispo de Campos (RJ) 
Fonte: CNBB

Papa Francisco: humildade e oração, dois requisitos para não matar a Palavra de Deus

2014-03-21




 
Cidade do Vaticano (RV) – Para não “matar” a Palavra de Deus, é necessário ser humilde e capaz de rezar. Duas atitudes que o Papa Francisco indicou na homilia da missa desta manhã na Casa Santa Marta, ao comentar o Evangelho do dia.

Nós podemos nos apossar da Palavra de Deus e dispor dela conforme o nosso bel prazer, se um cristão não é humilde e não reza. Francisco inspirou a sua homilia no Evangelho do dia, em que Jesus conta a parábola dos vinhateiros homicidas que primeiro matam os servos e por fim o filho do patrão, para se apossarem da herança. A escutar esta parábola estão os fariseus, anciãos, sacerdotes, aos quais – explicou o Papa – Jesus se dirige para fazer entendê-los “onde caíram” por não ter “o coração aberto à vontade de Deus”:

“Este é o drama destas pessoas, e é também o nosso drama! Apoderaram-se da Palavra de Deus. E a Palavra de Deus torna-se uma palavra deles, uma palavra segundo os seus interesses, as suas ideologias, as suas teologias...mas a seu serviço. E cada um a interpreta segundo a própria vontade, segundo o próprio interesse. Este é o drama deste povo. E para conservar isto, matam. Isto aconteceu a Jesus”.
“Os chefes dos sacerdotes e dos fariseus – prosseguiu Francisco – entenderam que falava deles, quando escutaram esta Parábola de Jesus. Procuravam capturá-lo e fazê-lo morrer”. Deste modo – afirmou o Papa – “a Palavra de Deus torna-se morta, torna-se aprisionada, o Espírito Santo está engaiolado nos desejos de cada um deles”. E é exatamente o que acontece conosco – observou o Papa Francisco – quando não somos abertos à novidade da Palavra de Deus, quando não somos obedientes à Palavra de Deus”:

“Mas, existe uma frase que dá esperança. A Palavra de Deus está morta no coração destas pessoas; e também, pode morrer no nosso coração! Mas não acaba, porque está viva no coração dos simples, dos humildes, do povo de Deus. Buscavam capturá-lo, mas tiveram medo da multidão do povo de Deus, que o consideravam um profeta. Esta multidão simples – que seguia Jesus, pois aquilo que Jesus dizia fazia bem ao seu coração, aquecia o seu corações – estas pessoas não erraram: ele não usava a Palavra de Deus para o próprio interesse, sentia e buscava ser um pouco melhor”.
E nós – pergunta-se na conclusão Papa Francisco - “o que podemos fazer para não matar a Palavra de Deus”, para “sermos dóceis, para não engaiolarmos o Espírito Santo?”. “Duas coisas simples”, respondeu:

“Esta é a atitude de quem quer escutar a Palavra de Deus: primeiro, humildade; segundo, oração. Estas pessoas não rezavam. Não tinham necessidade de oração. Sentiam-se seguras, sentiam-se fortes, sentiam-se ‘deuses’. Humildade e oração: com a humildade e oração, seguimos em frente para escutar a Palavra de Deus e obedecê-la. Na Igreja. Humildade e oração na Igreja. E assim, não acontecerá conosco aquilo que aconteceu a estas pessoas: não mataremos para defender a Palavra de Deus, esta Palavra que nós acreditamos que é a Palavra de Deus, mas é uma palavra totalmente alterada por nós”. (JE)




Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

20 de mar. de 2014

21 de Março - São Nicolau de Flue

São Nicolau de Flue
1417-1487
Bruder Klaus nasceu no dia 21 de março de 1417, na Suíça. Oriundo de família pobre, ainda jovem queria ser monge ou eremita. Nesta época não pôde realizar o sonho porque tinha que ajudar os pais nos trabalhos do campo. Mais tarde também não o conseguiu, pois se casou. Felizmente a escolhida era uma moça muito virtuosa e religiosa, chamada Dorotéia, com a qual teve dez filhos. Vários deles se tornaram sacerdotes, e um dos netos, Conrado Scheuber, morreu com o conceito de santidade.

Ainda neste período Klaus não pôde se dedicar totalmente às orações e meditações como queria. Os escritos da época narram que, devido ao seu reconhecido senso de justiça, retidão de consciência e integridade moral, foi convocado a assumir vários cargos públicos, como, juiz, conselheiro e deputado.

Finalmente, aos cinqüenta anos de idade conseguiu a concordância da família e abandonou tudo. Adotou o nome de Nicolau e foi viver numa cabana que ele mesmo construiu, não muito longe de sua casa, mas num local ermo e totalmente abandonado. Tinha por travesseiro uma pedra e como cama uma tábua dura. Naquele local viveu por dezenove anos e há um fato desse período que impressionou no passado e impressiona até hoje. Há provas oficiais de que ele, durante todos esses anos, alimentou-se exclusivamente da Sagrada Comunhão. Entretanto, não conseguia se manter na solidão. Amável e receptivo, não fugia de quem o procurasse. E a pátria precisou dele várias vezes.

Pacificador e inimigo das batalhas, conhecido por seus atos e pela condição de eremita, foi chamado a mediar situações explosivas como a ameaça de guerra contra os austríacos e a eclosão iminente de uma guerra civil. Mas, quando não houve jeito de alcançar a paz no diálogo, ele também não fugiu de assumir seu lugar nos campos de batalha, como soldado e mesmo oficial. Entretanto, seu trabalho na reconciliação entre as partes envolvidas nestas questões de guerra repercutiu muito na população. Nicolau passou a ser venerado pelo povo, que logo o chamou de "Pai da Pátria".

Porém, à qualquer chance que tinha voltava para sua cabana, até ser solicitado novamente. Foi conselheiro espiritual e moral de muita gente, tanto pessoas simples como ocupantes de cargos elevados. Era muito respeitado por católicos e protestantes. Há quase um consenso em seu país de que a Suíça é hoje um país neutro e pacífico, que dificilmente se envolve em guerras ou conflitos internacionais, graças à influência do "Irmão Klaus", como era, e ainda é, carinhosamente chamado por todos os suíços.

Ele morreu no dia 21 de março de 1487, exatos setenta anos do seu nascimento. O corpo de Nicolau está sepultado na Igreja de Sachslen. Beatificado em 1669, foi canonizado pelo Papa Pio XII em 1947. A memória de São Nicolau de Flue é venerada pela Igreja, no dia 21 de março e como herói da pátria, no dia 25 de setembro. Ele é o Santo mais popular da Suíça.

Fonte: Portal Paulinas 

Imitação de Cristo

CAPÍTULO 4

Que devemos andar perante Deus em verdade e humildade


1. Jesus: Filho, anda diante de mim em verdade e procura-me sempre com simplicidade de coração. Quem anda diante de mim na verdade será defendido dos ataques inimigos, e a verdade o livrará dos enganos e das murmurações dos maus. Se te libertar a verdade, serás verdadeiramente livre e não farás caso das vãs palavras dos homens.
2. A alma: Verdade é, Senhor, o que dizeis; peço-vos que assim se faça comigo. A vossa verdade me ensine, me defenda e me conserve até meu fim salutar. Ela me livre de toda má afeição e amor desregrado e assim poderei andar convosco, com grande liberdade de coração.

3. Jesus: Eu te ensinarei, diz a Verdade, o que é justo e agradável a meus olhos. Relembra teus pecados com grande dor e pesar e jamais te desvaneças por tuas boas obras. Com efeito, és pecador, sujeito a muitas paixões e preso em seus laços. De ti pendes sempre para o nada; depressa cais, logo és vencido, logo perturbado, logo desanimado. Nada tens de que possas gloriar-te; muito, porém, para te humilhar; pois és muito mais fraco do que podes imaginar.

4. Nada, pois, do que fazes te pareça grande, nada precioso e admirável, nada digno de apreço, nada nobre, nada verdadeiramente louvável e desejável, senão o que é eterno. Acima de tudo te agrade a eterna verdade, e te desagrade a tua extrema vileza. Nada temas, nada vituperes e fujas tanto como os teus vícios de pecados, que te devem entristecer mais do que quaisquer prejuízos materiais. Alguns não andam diante de mim com simplicidade, mas, curiosos e arrogantes, pretendem saber meus segredos e compreender os sublimes mistérios de Deus, descurando-se de si próprios e de sua salvação. Estes, por sua soberba e curiosidade, não raro caem em grandes tentações e pecados, porque me afasto deles.
5. Teme os juízos de Deus, treme da ira do Onipotente. Não queiras discutir as obras do Altíssimo; examina antes as tuas iniqüidades, quanto mal cometestes e quanto bem deixastes de fazer por negligência. Alguns põem toda a sua devoção nos livros, outros nas imagens, outros em sinais e exercícios exteriores. Alguns me trazem na boca, mas mui pouco no coração. Outros há, porém, que, alumiados no entendimento e purificados no afeto, sempre suspiram pelos bens eternos; não gostam de ouvir das coisas da terra e com repugnância satisfazem as exigências da natureza; estes percebem o que lhe diz o Espírito da Verdade. Pois lhes ensina a desprezar as coisas terrenas e amar as celestiais, a esquecer omundo e almejar o céu dia e noite.

Fonte: Livro Imitação de Cristo
Tomás de Kempis

Como Jesus acalma nossos medos?

Cristo toca, se envolve, motiva e nos dá paz, com seu poder que vence a dor e a morte.


Jesus nos dá luz, faz-nos vencer o medo. Muitas vezes ele se aproxima dos discípulos que têm medo, porque não controlam a situação, porque não sabem o que fazer. Jesus sempre se aproxima da pessoa. Não espera. Toma a iniciativa, aproxima-se e se envolve com a vida dos homens. Ele se fez Homem para aproximar-se, não para isolar-se do mundo.

Mas, além de aproximar-se, Ele nos toca. Jesus toca em muitos momentos da vida. Toca o doente, o ferido, o moribundo. Toca e cura, dá a vida, devolve a saúde. Tocar é um gesto muito próprio do Senhor. Ele sempre toca. Impõe as mãos, levanta quem caiu, carrega o doente. Quem toca se envolve.

Jesus toca para acalmar os discípulos. É um gesto de carinho, de compreensão. É como se Ele estivesse lhes dizendo que não vai abandoná-los, que estará sempre ao seu lado.

Também lhes pede que se levantem e que não temam. Jesus pede isso a nós também. Quer que nos levantemos, que estejamos dispostos a dar a vida, corajosos, vencendo o temor. Não quer que tenhamos medo da vida, da entrega, do caminho.

Mas a verdade é que o medo é forte. Tudo o que não controlamos e desconhecemos nos assusta. Temos medo da morte e da doença. De fracassar e perder. Temos medo de que os sonhos se desmoronem, que o rumo da nossa vida mude subitamente por algum motivo incontrolável.

Claro, estas palavras são para nós que vivemos com medoJesus nos toca hoje e nos diz: “Não tema, levante-se”. Quer que vamos com Ele, de mãos dadas, até onde Ele quiser. Quer que não nos assustemos ao pensar no futuro e que saibamos caminhar ao seu lado sem mais proteção.

O temor pode chegar a paralisar-nos. É necessário, então, confiar no poder de Cristo. Bento XVI dizia: “Só o poder que está sob a bênção de Deus pode ser digno de confiança. Jesus tem esse poder enquanto ressuscitado, isto é, este poder pressupõe a cruz, pressupõe a morte. Pressupõe o outro monte, o Gólgota, onde morreu pregado na cruz, escarnecido pelos homens e abandonado pelos seus. O Reino de Cristo é diferente dos reinos da terra e do seu esplendor”.

É o poder daquele que vence a dor e a morte, daquele que dá paz à alma.Cristo vivo, ressuscitado, nos dá seu poder e sua paz.

Em seu poder nós podemos confiar. Mas como nos custa confiar no Senhor! Seu poder não é reconhecível, não podemos tocá-lo. Não distinguimos sua mão protegendo e tocando, não percebemos seu abraço consolador. Sentimo-nos sozinhos no meio da batalha e então o medo nos invade. Onde está sua vitória?

Sua forma de vencer não é a nossa. A sua vem da pobreza e do invisível, de onde o homem não pode se gloriar do seu próprio poder, onde suas forças não alcançam e ele experimenta a fraqueza. Lá, no Gólgota, encontra-se o caminho da vida.

Fonte: Aleteia.org

Papa Francisco celebrará Missa pela canonização de Anchieta

 2014-03-20




Cidade do Vaticano (RV) - Papa Francisco celebrará, em 24 de abril, uma Santa Missa na igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma, em ação de graças pela canonização do Beato José de Anchieta, religioso fortemente ligado à evangelização no Brasil e que será proclamado Santo no dia 2 de abril, por meio de um decreto papal.

Nascido em Tenerife, nas Ilhas Canárias (Espanha), o jovem jesuíta desembarcou em solo brasileiro em julho de 1553, onde fundou junto com o Padre Manoel da Nóbrega um colégio em Piratininga, que deu origem à cidade de São Paulo. Assim como Anchieta, Papa Francisco é membro da Companhia de Jesus, ordem fundada por Inácio de Loyola.

A beatificação de Anchieta foi feita por João Paulo II em 1980. O Papa Francisco também vai assinar decretos de canonização de dois beatos franceses que promoveram a evangelização no Canadá: François de Montmorency-Laval e Maria da Encarnação Guyart. (SP)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Papa: "Quem confia em si mesmo, e não em Deus, está fadado à infelicidade"

 2014-03-20

Cidade do Vaticano (RV) – O homem que confia em si mesmo, nas próprias riquezas ou nas ideologias, está fadado à infelicidade: palavras do Papa na manhã desta quinta-feira, durante a Missa na Casa Santa Marta. 

Em sua homilia, o Papa comentou a primeira leitura do dia, extraída do Livro de Jeremias, que declara “bendito o homem que se fia no Senhor”: “é como uma árvore plantada junto da água”, que não para de produzir frutos no ano da seca. 

A nossa confiança está somente no Senhor, disse Francisco. Não precisamos de outras coisas, de outras ideologias. Do contrário, o homem se fecha em si mesmo, “sem horizontes, sem portas abertas e sem salvação”. É o que acontece ao rico do Evangelho, eu não percebeu que ao lado de sua casa havia um pobre. O pobre sabemos que se chamava Lázaro, mas o rico “não tem nome”:

E esta é a maldição mais forte de quem confia em si mesmo ou em suas forças, nas possibilidades dos homens e não em Deus: perder o nome. Qual seu nome? Conta número tal, no banco tal. Qual seu nome? Muitas propriedades, muitas casas... Qual seu nome? As coisas que temos, os ídolos. É amaldiçoado o homem que confia nisso. 

“Todos nós temos esta fraqueza – afirmou o Papa –, esta fragilidade de depositar as nossas esperanças em nós mesmos ou nos amigos, ou somente nas possibilidades humanas e nos esquecemos do Senhor. E isso nos leva ao caminho da infelicidade”:

Hoje, neste dia de Quaresma, nos fará bem questionar: onde está a minha confiança? No Senhor, ou sou um pagão que confio nas coisas, nos ídolos que fiz? Ainda tenho um nome ou comecei a perder o nome e me chamo ‘Eu? Eu, mim, comigo, para mim, somente eu? Para mim, para mim… sempre aquele egoísmo: ‘Eu’. Isso não nos dá a salvação.

Todavia, observou Francisco, “no final há uma porta de esperança” para os que confiam em si mesmos e “perderam o nome”:

No final, no final sempre existe uma possibilidade. E este homem, quando percebeu que tinha perdido o nome, tinha perdido tudo, tudo, levanta os olhos e diz um só palavra: ‘Pai’. E a resposta de Deus é uma só palavra: ‘Filho!’. Se alguns de nós na vida, de tanto confiar no homem e em nós mesmos, acabamos por perder o nome, por perder esta dignidade, ainda existe a possibilidade de dizer esta palavra que é mais do que mágica, é mais forte: ‘Pai’. Ele sempre nos espera para abrir uma porta que nós não vemos, e nos dirá: ‘Filho’. Peçamos ao Senhor a graça que a todos nós dê a sabedoria de confiar somente Nele, não nas coisas, nas forças humanas, somente Nele”.

(BF)


Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

O valor missionário e transformador da penitência

O espírito de penitência que anima e inspira a Quaresma como tempo de preparação para a Páscoa é profundamente dinâmico e frutuoso, impulsionando a missão evangelizadora da Igreja. Este processo se verifica numa conversão para fora, deixando o egocentrismo e o individualismo do homem velho, para abrir o nosso coração para Deus e para os irmãos.

Também porque mortificando e purificando nossos desejos e apegos, assumimos atitudes solidárias, investindo na sobriedade e na partilha dos bens. As práticas do jejum, da oração e da doação, nos capacitam para enxergar o sofrimento e a dor alheia, vivenciando a compaixão e o comprometimento para com os crucificados de hoje. Mais a penitência nos aproxima da paixão e da Cruz salvadora, seguindo a Cristo servo e obediente ao projeto do Pai com autenticidade e determinação.
A grande armadilha espiritual do mundo de hoje é querer um cristianismo sem Cruz, complacente e genérico, com amenidades e distrações agradáveis e palatares para consumidores de religião. Um cristianismo light que não fale de pecado, de injustiças e de pobres, que seja conivente com a exploração e a corrupção, pois, afinal ninguém é de ferro. Tal proposta seria sem duvida uma caricatura de mal gosto, que terminaria por tornar insosso e insípido a força do Evangelho, aguando o vinho novo da conversão e santidade de vida.
A penitencia benfazeja como mestra da vida, vem nos entusiasmar com a renovação total dos nossos propósitos e atitudes, para tratar de ser e viver a santidade hoje, transparecendo o amor radical de Cristo. O verdadeiro cristão só tem um medo na sua vida, deixar que Cristo passe bem perto de nós e como diz Santo Agostinho, não sejamos capazes de desvencilhar-nos das coisas para segui-lo. Nesta linha de aprimorar a nossa conversão quaresmal, o Conselho Pontifício da Nova Evangelização, propôs que as Igrejas (pelo menos uma por Diocese) ficassem abertas 24 horas no dia 28 de março até as 17 horas do dia seguinte, para que as pessoas possam fazer sua confissão, preparando-se para a Páscoa. Deus seja louvado!

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos (RJ)

Fonte: http://www.cnbb.org.br/

OS QUATRO “S” DE JOSÉ

São José é justo. Assim o conhecemos como o homem corajoso que assumiu, na sua vida, o caminho que Deus lhe propusera.
São José é santo. Viveu em tudo a santidade à imitação daquele a quem Deus o confiou sob seus cuidados.
Gosto de falar de  São José lembrando que sua vida foi marcada por quatro esses (S). Quatro atitudes corajosas resumidas em quatro palavras retratam a vida deste grande santo homem.

1.     SILÊNCIO: José é homem do silêncio. Basta procurar na Sagrada Escritura e você verá que José fala pouco e raras vezes a Bíblia o citará. Em Toda Bíblia veremos somente algumas palavras vindas de sua boca. Diz apenas aquilo que é necessário e quando diz, se deixa ser inspirado por Deus. O silêncio é próprio dos santos e daqueles que buscam a santidade. Falar menos para escutar mais a Deus. Falar menos para não incorrer no erro do preconceito e do juízo temerário. Falar menos para não perder tempo com palavras que não edificam. Quando se fala pouco, esvazia-se se o coração para preenchê-lo com Deus.

2.     SABEDORIA: José é sábio e sua sabedoria é evidente quando, percebendo que o que acontecia em Maria era obra de Deus, busca uma maneira de protegê-la, mesmo que isso lhe custasse a sua reputação e a própria vida. Pensa em abandoná-la para que as pessoas não julgassem mal aquela que ele sempre amou como esposa e que amaria mais como mãe do Salvador.

3.     SIM:  O sim de Maria vem acompanhado do sim de José. Se Maria disse sim ao projeto de Deus, foi necessário que Jose assumisse o mesmo projeto. Tendo total liberdade para escolher, José, escolheu ouvir a Deus e realizar o projeto Dele tornando-se pai adotivo de Jesus e acolhendo Maria como esposa para proteger o Menino Deus. Renunciou aos projetos pessoais para assumir o plano de Deus. Deixou de ser pai de uma numerosa família para ser pai no lugar do Pai, e assim educou, protegeu e amou Jesus.


4.     SONO: Diz a Escritura que: “Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado” (Mt1,24). José desperta do sono para fazer a vontade de Deus. O sono é um simbolismo bíblico que nos lembra a morte e a indiferença para as coisas de Deus. Por isso você já viu, em muitas torres das igrejas, aquela figura do galo a nos lembrar que devemos despertar do sono e acordar para a salvação. José não se deixa levar pelo sono letárgico e acorda para realizar a vontade de Deus.

Deus se fez hospede na casa de José quando se encarnou e veio habitar entre nós. Deus, hoje, quer ser hóspede na sua casa assim como o foi na casa e na carpintaria de José.

Padre Juarez de Castro

Fonte: http://padrejuarez.blogspot.com.br/

Papa nomeia bispo para Palmares (PE)

O papa Francisco nomeou hoje, 19, dom Henrique Soares da Costa, como bispo de Palmares (PE), transferindo-o da arquidiocese de Aracajú (SE), onde era bispo auxiliar. A diocese estava vacante após renúncia de dom Genival Saraiva de França, acolhida pelo papa Francisco, conforme prevê o Código do Direito Canônico.
Dom Henrique Soares da Costa nasceu em 11 de abril de 1963, em Penedo (AL). Recebeu a ordenação presbiteral no dia 15 de agosto de 1992. Foi nomeado bispo pelo papa Bento XVI em 1º de abril de 2009, sendo ordenado em 16 de junho do mesmo ano. Seu lema episcopal é “Apascentar em Cristo”.
Formação
O novo bispo de Palmares (PE) é formado em Filosofia pela Universidade Federal de Alagoas. Cursou Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma (1993-1994). Possui mestrado em Teologia Dogmática com ênfase aos estudos da eclesiologia.
Trajetória
Na arquidiocese de Maceió, foi membro do Conselho Presbiteral, do Cabido Metropolitano, do Colégio de Consultores; Vigário Episcopal para os leigos e coordenador da Comissão de Formação Política e responsável pelos diáconos permanentes. Atuou como professor de teologia no Seminário Provincial de Maceió e no Curso de Teologia do Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac). Lecionou, ainda, no Instituto Franciscano de Teologia, em Olinda, e no Instituto Sedes Sapientiae, em Recife. Foi vigário episcopal para os leigos, membro do Cabido dos Cônegos da Catedral  e coordenador da Comissão de Formação Política.

Fonte: http://www.cnbb.org.br/

19 de mar. de 2014

Audiência Geral: S. José é o modelo de todo educador

 2014-03-19



Cidade do Vaticano (RV) –Milhares de fiéis e peregrinos lotaram a Praça S. Pedro para a Audiência Geral com o Papa Francisco.

O Pontífice dedicou sua catequese a São José, no dia em que a Igreja celebra seu Padroeiro. Para Francisco, a principal característica do Esposo de Maria é ser custódio, e por isso merece todo o nosso reconhecimento e a nossa devoção.

De modo especial, o Papa analisou esta característica de S. José a partir de sua perspectiva educativa, pois guardou e acompanhou Jesus no seu crescimento “em sabedoria, estatura e graça” – e foram essas três palavras que guiaram a reflexão do Pontífice.

O crescimento em “estatura” se refere ao crescimento físico e psicológico, onde José, com Maria, teve uma atuação mais direta procurando que nada faltasse na criação de Jesus e libertando-O das dificuldades, como a ameaça de morte vinda de Herodes que os levou à fuga para o Egito.

Quanto à educação na “sabedoria”, José foi para Jesus exemplo e mestre, deixando-se sempre nutrir pela Palavra de Deus. A Palavra ensina que o princípio da sabedoria é o temor do Senhor. Temor não no sentido de medo, mas de respeito sagrado, de adoração, de obediência à sua vontade que busca sempre o nosso bem.

No que se refere à dimensão da “graça”, a influência de José consistia em favorecer a ação do Espírito Santo no coração e na vida de Jesus. De fato, José educou Jesus, em primeiro lugar, com o exemplo: o exemplo de um homem justo que sempre se deixava guiar pela fé. “Seria um grave erro pensar que um pai e uma mãe não podem fazer nada para educar os filhos a crescerem na graça de Deus. José o fez de modo realmente único, insuperável”, disse Francisco, que conclui ressaltando que José é modelo de todo educador, em especial de todo pai. “Confio à sua proteção todos os pais, os sacerdotes, e aqueles que têm uma tarefa educativa na Igreja e na sociedade.”

O Papa saudou de modo especial todos os pais presentes na Praça, já que hoje na Itália se comemora o Dia dos Pais. O Pontíficie pediu a todos eles que estejam próximos a seus filhos como o fez José, e os ajude a crescerem em "sabedoria, estatura e graça". E lhes agredeceu por tudo o que fazem por seus filhos, rezando com os fiéis na Praça um Pai-Nosso.

Antes da Audiência Geral, na Casa Santa Marta, o Papa acolheu uma delegação de 20 pessoas representando os participantes do Congresso sobre “Chiara e as religiões: juntos rumo à unidade da família humana”.

O Congresso está sendo realizado no Centro Mariapoli de Castelgandolfo, com a participação de 250 membros de várias tradições religiosas e provenientes de 20 nações.

Na audiência com o Santo Padre, o grupo foi acompanhado pelo Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Card. Jean-Louis Tauran.
(BF)







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Um ano atrás, o início do Pontificado de Francisco: “Cuidar das pessoas que estão na periferia do nosso coração”

 2014-03-19



Cidade do Vaticano (RV) – Exatamente um ano atrás, neste dia 19 de março, Francisco presidia à Missa de início do seu Pontificado. E assim como fez na catequese desta quarta, naquela ocasião dedicou toda a sua homilia às virtudes do Padroeiro da Igreja.

Eis um trecho de sua homilia:

A vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos.

A seguir, usou uma das palavras que marcam o seu pontificado: a periferia.

É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família. É viver com sinceridade as amizades. Sejam guardiões dos dons de Deus!
Francisco falou também do ministério petrino, que estava inaugurando naquele momento, como um poder:

Jamais nos esqueçamos que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afeto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão.
Este é o serviço que o Bispo de Roma e todos nós somos chamados a cumprir: dar esperança perante tantos “pedaços de céu cinzento”.

(BF)






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18 de mar. de 2014

19 MAR São José

Celebra-se hoje, 19 de março, a Solenidade de São José. Neste dia, a Igreja, espalhada pelo mundo todo, recorda solenemente a santidade de vida do seu patrono.
Esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Família, São José foi escolhido por Deus para ser o patrono de toda a Igreja de Cristo.
Seu nome, em hebraico, significa “Deus cumula de bens”.
No Evangelho de São Mateus vemos como foi dramático para esse grande homem de Deus acolher, misteriosa, dócil e obedientemente, a mais suprema das escolhas: ser pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Salvador do mundo.
“Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa” (Mt 1,24).
O Verbo Divino quis viver em família. Hoje, deparamos com o testemunho de José, “Deus cumula de bens”; mas, para que este bem maior penetrasse na sua vida e história, ele precisou renunciar a si mesmo e, na fé, obedecer a Deus acolhendo a Virgem Maria.
Da mesma forma, hoje São José acolhe a Igreja, da qual é o patrono. E é grande intercessor de todos nós.
Que assim como ele, possamos ser dóceis à Palavra e à vontade do Senhor.
São José, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova 

Por que namorar? Quando namorar? Como ter um namoro cristão?

Se existe algo que mexe como coração de um jovem que começa a descobrir a sua afetividade e a sua sexualidade, é o desejo de namorar. Cantada em verso e prosa, esta fase da vida faz parte do desenvolvimento humano e do plano de Deus para nos fazer crescer e amadurecer no relacionamento, sendo também um caminho (embora não o único, nem o maior) de exercitar a capacidade de amar.
Entretanto, para um jovem cristão, muitas interrogações se levantam: Por que namorar? Quando namorar? Como ter um namoro cristão?
Por que namorar?
Em primeiro lugar, é importante saber que o desejo de relacionar-se com o sexo oposto é algo natural e implica na forma como Deus nos criou.
A partir de um certo momento do desenvolvimento humano,sente-se a necessidade e a sadia curiosidade de relacionar-se com o sexo oposto, de descobrir parte da riqueza, da diversidade da obra criativa de Deus,uma outra pessoa que não é igual a mim, mas que em muitos pontos chega a me complementar. Neste ponto, o relacionamento com pessoas do outro sexo é enriquecedor e fonte de formação e edificação do meu crescimento como pessoa.
Entretanto, o que é belo e edificante pode-se transformar em situações que nem sempre nos edificarão ou contribuirão para o nosso crescimento. Devemos levar em conta que estamos vivendo em meio a uma sociedade hedonista, marcada pela sensualidade. A partir dos meios de comunicação, as próprias crianças, adolescentes e jovens vão sendo manipulados nos seus afetos e instintos para que, de maneira precoce e deformada, vejam na pessoa do outro sexo um objeto de prazer genitalista ou um meio de satisfação de suas carências afetivas.
Isto é fruto do pecado que marcou as faculdades do nosso ser e também das feridas de família, onde a fé e o desenvolvimento dos valores cristãos foram abandonados e a unidade e indissolubilidade do matrimônio e da família, na vivência do amor, são negligenciadas ou até atingidas de maneira irremediável,produzindo no meio de nós gerações marcadas pela dor, insegurança, desvios afetivos, psicológicos e sociais.
Por estes e muitos outros fatores, quando o (a) adolescente vai atingindo sua puberdade (e muitas vezes ainda como criança), a sociedade e,em muitos casos, a própria família, começam a exigir que este (a) jovem”arranje” seu namorado (a) para provar sua masculinidade ou feminilidade.
É preciso que entendamos que o processo natural e salutar de conhecimento do sexo oposto como pessoa não implica necessariamente em um relacionamento de namoro, quando, pelo contrário, a amizade é o passo fundamental e sadio aonde, pelo diálogo e a convivência, vamos podendo construir mutuamente a nossa personalidade de maneira sadia e equilibrada.Muitos jovens cristãos, como muitos que encontramos, se perguntam: Qual é a hora de iniciarmos o namoro?
Em primeiro lugar, é necessário que alguns tabus possam ser quebrados. Isto não significa que todas as pessoas tenham que namorar.Precisamos nos lembrar neste momento das Palavras de Jesus que dizem: “Há eunucos que se fizeram eunucos por causa do Reino dos céus. Quem tiver capacidade para compreender que compreenda.” (Mt 19,2)
Devemos nos lembrar que há muitos são chamados para avirgindade como uma oblação espiritual e um serviço à Igreja e aos homens, enisto encontram sua plena realização. Alguns, muito cedo podem descobrir estechamado no seu interior e, apesar de como pessoa experimentarem acomplementariedade do sexo oposto na convivência comum e fraterna, não viverãoesta complementariedade no plano da afetividade-genitalidade, próprio dos quesão chama¬dos ao Sacramento do Matrimônio.
Alguns passam por relacionamentos de namoro antes de descobrir este sublime chamado, outros não precisam passar por esta etapa, pois a vocação já se faz manifesta no seu interior de maneira definida.
Para isso é necessário que o jovem cristão tenha sempre no seu interior este questionamento: – Qual é a vocação que Deus me chama a viver?– e uma reta e séria motivação de respondê-la. Sabemos que isso, para muitos,se constitui em um longo processo, onde graças a Deus vai iluminado, tirando a cegueira e apontando onde encontrar e aderir à sua vontade, pois aí está a felicidade.
Entrando no processo de namoro propriamente dito, falando para os jovens que acompanhamos, procuramos orientá-lo em algumas etapas para este discernimento:
A amizade
A amizade entre sexos opostos é benéfica e edificante. A amizade se constitui em uma identificação que, se baseada em Cristo Jesus e nos valores do Evangelho, caracterizando-se pela doação de si e respeito mútuo,muito contribuirá para o nosso amadurecimento e crescimento. Atenção, nem toda amizade precisa desembocar em um namoro. Pelo contrário, é perigoso confundiras coisas.
Às vezes a pessoa atrai fisicamente e afetivamente, mas isto não significa que seja da vontade de Deus e edificante para os dois um relacionamento mais profundo pelo namoro. Podemos acabar uma bela amizade se precipitarmos as coisas. É compreensível também que em um relacionamento entre um rapaz e uma moça que são atraentes, possam aparecer desejos e aspirações mais superficiais que, de uma maneira geral, pode jogar esses jovens em um relacionamento sem maiores bases. Ora, o aparecimento destes sentimentos só atestam a normalidade da afetividade e sexualidade de ambos e não deve ser ele,principalmente nos primeiros momentos, o ponto de discernimento de um compromisso de namoro.
Para evitar namoros precipitados (baseados só na atração física, carências ou sentimentos efêmeros), que fazem alguns mudarem de namoro como se troca de roupa e que, em vez de gerar crescimento, pode gerar tantas feridas, dores e marcas na pessoa e nos futuros relacionamentos, é preciso que se tenhamos um relacionamento de amizade. O momento é de aprofundar o conhecimento do outro e procurar ir à luz da oração e da convivência buscando alguns pontos de discernimentos.
Pontos de discernimento no plano psicológico:
Enquadramos aqui alguns pontos na maturidade humana e na identificação dos projetos e planos de vida, inclinações, aspirações, gostos,formação e educação que cada um teve e que não podem ser ignoradas, sob o risco de serem fonte de profundos desgastes e verdadeiros furos que farão naufragar o relacionamento. Não se trata de que o outro seja igual a mim, mas que se nestes pontos podemos nos completar, aceitar e nos construir mutuamente, e se há maturidade em ambos para isto.
Pontos de discernimento no plano espiritual:
Se queremos nos relacionar em Deus e com Deus, este plano não pode ser esquecido. É necessário, na convivência, perceber as aspirações espirituais e se o outro está disposto a colocar Deus como o centro de um relacionamento, para que o relacionamento não seja nada de egoísta, para a”minha”, ou “nossa” satisfação, mas para que ele, apoiado na Graça de Deus, seja voltado para Jesus, seguindo os Seus ensinamentos de renúncia, pureza e abertura. Conhecer a espiritualidade do outro, suas aspirações de conduta moral e de compromisso com a Igreja é fundamental para evitar conflitos futuros, ou namoros onde Deus e sua Palavra estejam ausentes.
Pontos para discernimento no plano afetivo:
A afeição em um relacionamento afetivo é o primeiro passo,mas com certeza não se constitui em sinal de presença real de uma semente de amor. Se o que me faz afeiçoar-me ao outro é só sua aparência física, isto tem sua importância, mas não é tudo.
As aparências passam e o coração, mentalidade e forma de ser permanecem. É preciso descobrir se o sentimento que me move tem a maturidade de ENXERGAR e ACEITAR os limites, defeitos e fragilidades do outro. Pondo na balança o que pesa mais, é o que nos une ou o que nos divide? Neste momento, um certo realismo é salutar, para que a paixão não cegue, e evitemos dar um passo que depois vai nos ferir e ferir ao outro.
Também convém ter a sensibilidade para perceber se eu ou o outro estamos buscando um relacionamento para “minha” satisfação,fechado sobre nós mesmos e a nossa “fantasia romântica” ou se o relacionamento, mesmo com o tempero de romance, é voltado para Deus, para o outro e para as outras pessoas, numa perspectiva de abertura.
Permeando todas estas considerações e orientações, devemos encontrar a oração. É através dela, que a graça de Deus vai purificar as nossas motivações, iluminar a nossa cegueira, fazer-nos entender o que só humanamente não nos é possível, e perceber os reais sinais do Espírito que nos move ou nos detém para um relacionamento que, se quer ser cristão, deve buscar, em todos os sentidos, a maior glória de Deus.
A ajuda de uma pessoa mais amadurecida e vivida no campo espiritual e humano se constitui em ajuda indispensável para chegarmos a um discernimento claro e uma decisão conjunta e madura em nos comprometer em um relacionamento de namoro.
O namoro
Uma vez sedimentado no nosso interior o processo de discernimento (que exige tempo, pois não se resume a dias ou poucas semanas,mas a alguns meses de convivência e oração) e chegando a um discernimento positivo em relação ao namoro, alguns pontos não podem ser esquecidos:
A amizade
O namoro é, antes de tudo, uma amizade que se aprofunda e sedimenta uma caminhada a dois. É essencial que o tempo que os namorados passam juntos seja animado pelo diálogo e a abertura do seu ser que se deixa conhecer e revelar. Muitos namorados não sabem conversar e fogem em carícias,desagradáveis a Deus e destruidoras do relacionamento. O esforço do diálogo,conversar assuntos que unem e saber também conversar as divergências;revelar-se para o outro através da arte do diálogo é fonte de relacionamentos saudáveis e maduros.
A oração
A presença de Jesus dentro de um namoro cristão não pode ser decorativa ou em plano inferior. Ele tem que ser o primeiro para dar fertilidade ao relacionamento. Por isto, é necessário dar tempo e espaço para a oração, partilhar de experiências da vida espiritual, de leitura espiritual. É importante que se saiba que se tem a responsabilidade de levar o outro para Deus e para a Igreja, e não ser um obstáculo para a comunhão com Deus e o serviço na Igreja. A oração e os sacramentos serão também a fonte da graça para permanecer sob as orientações da Palavra e da Igreja, e nos capacitará acrescer na escola do verdadeiro amor, que é aquele que ama apesar dos defeitos e limites do outro.
A abertura
Os namorados cristãos não podem estar somente voltados para si mesmos, como se só o outro existisse, ou que este relacionamento, se não foro único, torne os outros opacos e insignificantes.
Os namorados cristãos sabem fugir do risco da dependência,que sempre é sinal de carência e não de verdadeiro amor, e se aplicam na abertura, amizade e dedicação aos outros (amigos, família), que também são fontes de complemento para a nossa vida, e esta abertura toma-se fonte de enriquecimento do próprio namoro.
Os carinhos
Especial cuidado devemos ter neste campo, pois, muitas vezes, mesmo em namoros cristãos, constatamos cenas de carícias que levam a estados de profunda excitação emocional e orgânica que, seguindo o modelo do mundo considera-se normal, quando na verdade estes atos são apropriados para a preparação do ato conjugal dentro do matrimônio.
O não se deter no físico, e o traçar limites bem definidos e claros para os dois, buscando a pureza e evitando o puritanismo, é ponto básico e que muito necessita da graça para não se deixar levar pelas”facilidades” mútuas, que o sensualismo deste mundo e a concupiscência da carne plantaram em nós.
Nós precisamos construir um Mundo Novo, baseado na Boa Nova de Jesus e da Sua Igreja. Entretanto, não haverá Mundo Novo se não houver Famílias Novas. Não haverá Famílias Novas se não houver Namoros Novos, baseados na graça e no poder do Espírito.
Se meditarmos nestas orientações, sentiremos que são superiores à nossa capacidade. Lembre-se de que “o Verbo se fez carne”, por isto a graça penetrou em todas as realidades da vida humana, e Pentecostes é a certeza de que o Espírito nos capacita a dar nosso sim integral a Deus.

Fonte http://www.comshalom.org/

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

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