7 de mar. de 2014

Jejum, esmola e oração

Jesus convida todos os homens e mulheres  a segui-lo, tornando-se discípulos seus. Quem aceita o seu chamado inicia um processo de conversão, que quer dizer mudança de mentalidade.

O tempo é um presente de Deus, quando visto a partir da experiência humana, pois não significa apenas uma categoria física, mas oportunidade para o crescimento das pessoas. Pra nós cristãos, é ocasião privilegiada para a graça de Deus atuar em nossas vidas, iluminando nossas escolhas e orientando o dia a dia.

Quaresma, apenas iniciada, é uma forma de viver o tempo nas próximas semanas, oferecida pela Igreja aos fiéis. É ainda ocasião para uma Campanha de Opinião Pública, que chamamos "Campanha da Fraternidade", nossa contribuição para que a sociedade se torne mais fraterna, justa e igualitária. Neste ano de 2014, trataremos de um tema desafiante, o tráfico humano, realidade dolorosa, presente de diversas formas em todas as regiões de nosso país. Para nós, na Amazônia, brote um grito em prol da fraternidade e da superação do mal do tráfico de pessoas, que nos toca bem de perto. Estamos, pois, num "tempo forte" da vida cristã, que faz os dias, em si iguais em seu amanhecer, sol ou chuva, por do sol ou noite, chuva, vento, frio ou calor, se transformarem e adquirirem um colorido diferente. Vem de dentro a possibilidade de aproveitar este período.

Quaresma não é tempo de fatos ou fenômenos extraordinários, como muita gente ainda tem receio. Pode até acontecer que algumas pessoas "peguem carona" na Quaresma da Igreja para espalhar o medo ou anúncio de dificuldades ou catástrofes. É bom saber que os dias e as estações continuam do mesmo jeito, que as pessoas ao nosso lado podem não estar nem aí para nossos atos de piedade ou práticas quaresmais. Sentir-se-ão atraídas à vida da Igreja quando virem nosso testemunho coerente de vida cristã. Aí muitas outras pessoas desejarão fazer mortificações e jejuns, dedicarão mais tempo à oração e se converterão ao amor de caridade.

Como a Quaresma depende de escolha, nosso convite chegue a todos os cristãos, assim como tantos homens e mulheres de boa vontade, para que abram os corações e as mentes a Jesus Cristo, Senhor e Salvador da humanidade, Caminho, Verdade e Vida. Nele está a fonte de vida e de felicidade. Seu amor misericordioso quer alcançar a todos, sem exceção. Ele não se cansa de perdoar e acolher as pessoas. A Igreja quer ser a Casa da Misericórdia para todas as pessoas, especialmente para quem se sente estropiado e cansado pelas labutas da vida.

Jesus convida todos os homens e mulheres  a segui-lo, tornando-se discípulos seus. Quem aceita o seu chamado inicia um processo de conversão, que quer dizer mudança de mentalidade, com a consequente mudança de rota na vida. São Paulo descreveu com maestria esta vida nova: "Tendo vós todos rompido com a mentira, que cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. Podeis irar-vos, contanto que não pequeis. Não se ponha o sol sobre vossa ira, e não deis nenhuma chance ao diabo. O que roubava não roube mais; pelo contrário, que se afadigue num trabalho manual honesto, de maneira que sempre tenha alguma coisa para dar aos necessitados. De vossa boca não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente palavras boas, capazes de edificar e de fazer bem aos ouvintes. Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, com o qual fostes marcados, como por um sinal, para o dia da redenção. Desapareça do meio de vós todo amargor e exaltação, toda ira e gritaria, ultrajes e toda espécie de maldade. Pelo contrário, sede bondosos e compassivos, uns para com os outros, perdoando-vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo. Sede, pois imitadores de Deus como filhos queridos. Vivei no amor, como Cristo também nos amou e se entregou a Deus por nós como oferenda e sacrifício de suave odor. A imoralidade sexual e qualquer espécie de impureza ou cobiça nem sequer sejam mencionadas entre vós, como convém a santos. Nada de palavrões ou conversas tolas, nem de piadas de mau gosto: são coisas inconvenientes; entregai-vos, antes, à ação de graças" (Ef 4,25 - 5,4). Para chegar lá, é necessário exercitar-se, e muito! Na Quaresma, os cristãos se dedicam, de forma especial, a três práticas formativas de sua vontade no seguimento de Jesus Cristo, que nos ajudam a assumir a vida nova assim descrita. Relacionamento consigo, com o próximo e com Deus.

A primeira delas é chamada de mortificação, abstinência, ou jejum. As três expressões servem para indicar o processo de educação da vontade. Moderar o uso do alimento, escolher práticas que orientem nossos impulsos instintivos. Muitos o fazem por motivos de saúde ou por razões estéticas, enquanto nós desejamos fazê-lo para a educação da vontade e para partilhar o fruto do jejum com as pessoas necessitadas.

A segunda tem o nome de esmola, palavra, quem sabe, desgastada, que é o exercício das obras de misericórdia, ações caridosas pelas quais vamos em ajuda do nosso próximo, nas suas necessidades corporais e espirituais. Instruir, aconselhar, consolar, confortar, são obras de misericórdia espirituais, como perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporais consistem em dar de comer a quem tem fome, albergar quem não tem teto, vestir os nus, visitar os doentes e os presos, sepultar os mortos. A esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna e também uma prática de justiça que agrada a Deus (Catecismo da Igreja Católica 2447). "Quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma, e quem tem mantimentos, faça o mesmo" (Lc 3, 11). "Dai antes de esmola do que possuis, e tudo para vós ficará limpo" (Lc 11, 41).

Enfim, intensificar a prática da oração, em todas as suas formas, é o terceiro exercício com o qual os cristãos se comprometem na Quaresma, abrindo-se para Deus e dedicando tempo e qualidade de relacionamento com o Senhor. Rezar mais e rezar melhor!

Fonte do texto (
CNBB)

Dom Alberto Taveira Corrêa

Retiro Quaresmal – Procurar o Senhor verdadeiramente

3o. Dia da Quaresma – III dia de penitência




“Assim fala o Senhor: ‘Grita forte, sem cessar, levanta a voz como trombeta e denuncia os crimes do meu povo! Buscam-Me cada dia e desejam conhecer Meus propósitos, como gente que pratica a justiça e não abandonou a Lei de Deus’” (Is 58,1-2).

Ainda alertas para o início da Quaresma...

O Senhor acusa o Seu povo, acusa duramente para salvá-lo, abrindo-lhe os olhos, a consciência e o coração.
Nestes dias entre as Cinzas e o Primeiro Domingo, deveríamos realmente nos deixar ferir pela consciência de que somos pecadores, de que nem tudo na nossa vida cristã vai bem! Bastaria olhar para o Senhor Jesus Cristo... Diante do Seu amor crucificado, quem pode se considerar justo diante de Deus? Quem pode dizer-se em dia, em ordem com o Senhor?

Mas, vamos ao ponto que gostaria de salientar neste terceiro dia da Quaresma: observe bem o versículo acima, da primeira leitura da Missa de hoje... O Senhor diz que o povo O procura e deseja conhecer os desígnios Seus... E, no entanto, chama esse mesmo povo de criminoso! E por quê? Porque se trata de uma busca de Deus descomprometida, sem real e verdadeiro empenho em colocar-se na obediência da fé, no caminho de converter a vida à vontade do Senhor, aos Seus santos preceitos!

Seria um grave erro pensar numa vivência religiosa reduzida a boas intenções, a sentimentos de amor a Deus, a devoções e orações “gostosas”, sem o  empenho real na conversão de vida! Se a vida do cristão possui uma dimensão propriamente mística, da intimidade saborosa com o Senhor, a própria mística, para ser concreta e verdadeira, exige a ascese, o exercício na prática da correção de nossos vícios, de nossos pedaços ruins, o exercício na prática da virtude e das boas obras.

É parte integrante, indispensável do nosso caminho com o Senhor a disciplina interior, a sincera procura de superar tudo quanto em nós esteja em desacordo com os preceitos do Altíssimo. O próprio Jesus foi claro, unindo o amor a Si e a prática efetiva dos Seus preceitos: “Se alguém Me ama, guardará Minha palavra e Meu Pai o amará” (Jo 14,23). Por mais que nosso tempo deseje adocicar e domesticar o Senhor, criando a ilusão de um deus bonzinho, bem ao gosto do mundo, um deus convertido a nós, do nosso tamanho, o Deus verdadeiro nos repreende e exige de nós conversão a Ele!

Conversão a Ele!
Aprender a sentir como Ele,
Pensar como Ele,
Avaliar como Ele,
Ver como Ele,
Agir como Ele.

Como fazer isto? Como conseguir tal desiderato?
Colocando nossa vida nos caminhos Dele, na vontade Dele, em inteira obediência que nasce da fé amorosa, de modo que o Senhor Se torne o critério, a verdade, a orientação, o alicerce de nossa existência!

Mas, veja só, Irmão, que viver assim é viver em êxodo de si mesmo! Aquele que verdadeiramente leva o Senhor a sério deve viver saindo sempre de si próprio do seu jeito para ir para si mesmo do jeito de Jesus. Vou repetir: é Ele o critério, é Ele a medida, é Ele a verdade do mundo, da vida, da humanidade, da minha vida!

Perguntemo-nos hoje:
Qual o critério dos meus valores e dos meus modos de pensar: Cristo ou o mundo? O Senhor ou eu mesmo?

Minha busca pelo Senhor e Sua santa vontade é concreta ou, ao invés, é um autoengano, pois sou apegado a mim mesmo, aos meus interesses e à minha comodidade de vida e de costumes, mesmo que estes sejam contrários ao Evangelho?

O que eu desejo: converter-me a Cristo ou dobrar Cristo ao meu capricho, à minha medida?

Reze, Irmão, pedindo ao Senhor a graça de ver com os Seus olhos e sentir com o Seu coração para ser verdadeiramente discípulo! Que graça tão grande: ser discípulo de Nosso Senhor Jesus Cristo! Pense nisto!

Por Dom Henrique Soares da Costa 

Fonte:  http://visaocristadomhenrique.blogspot.com.br/

Papa: "Jejum também é saber acariciar"

2014-03-07



Cidade do Vaticano (RV) - “Eu me envergonho da carne do meu irmão, da minha irmã?”: esta é uma das perguntas feitas pelo Papa Francisco na missa celebrada esta manhã na Casa Santa Marta.

O Cristianismo, disse ele, não é uma regra sem alma, um prontuário de regras formais para pessoas que usam a máscara da hipocrisia para esconder um coração vazio de caridade. O Cristianismo é a própria “carne” de Cristo, que se curva sem se envergonhar sobre quem sofre. Para explicar esta contraposição, o Papa Francisco comentou o Evangelho do dia, o diálogo entre Jesus e os doutores da lei, os quais criticam os discípulos pelo fato de não respeitarem o jejum. A questão, afirmou o Papa, é que os doutores da lei transformaram o cumprimento dos Mandamentos numa “formalidade”, esquecendo sua raiz, ou seja, “de que é uma história de salvação, de eleição e de aliança”:

Receber do Senhor o amor de um Pai, receber do Senhor a identidade de um povo e depois transformá-la numa ética, é rejeitar aquele dom de amor. Essas pessoas hipócritas são pessoas boas, fazem tudo o que deve ser feito. Parecem boas! São eticistas, mas eticistas sem bondade, porque perderam seu sentido de pertença a um povo! O Senhor dá a salvação dentro de um povo, na pertença a um povo.
Na Primeira leitura, notou o Pontífice, já o Profeta Isaias descreve com clareza qual era o jejum segundo a visão de Deus: “Romper os grilhões da iniquidade”, “pôr em liberdade os oprimidos”, mas também “repartir o pão com o faminto, recolher em casa os pobres desabrigados”, “vestir quem está nu”.

Este é o jejum que o Senhor quer! Jejum que se preocupa com a vida do irmão, que não sente vergonha – diz o próprio Isaias – da carne do irmão. A nossa perfeição, a nossa santidade vai avante com o nosso povo, no qual nós somos eleitos e inseridos. O nosso maior ato de santidade está justamente na carne do irmão e na carne de Jesus Cristo. O ato de santidade de hoje, nosso, aqui, no altar, não é um jejum hipócrita: não é nos envergonhar da carne de Cristo que vem aqui hoje! É o mistério do Corpo e do Sangue de Cristo. É dividir o pão com o faminto, cuidar dos doentes, dos idosos, daqueles que não podem dar nada em troca: isso é não sentir vergonha da carne!
Isso significa que o “jejum mais difícil”, afirmou ainda o Papa, é “o jejum da bondade”. É o jejum do qual é capaz o Bom Samaritano, que se curva sobre o homem ferido, e não o do sacerdote, que vê o necessitado mas segue avante, talvez com medo de se contaminar. E concluiu: “esta é a proposta da Igreja hoje: eu me envergonho da carne do meu irmão, da minha irmã?”:

Quando dou esmola, deixo cair a moeda sem tocar sua mão? E se por acaso a toco, faço assim, logo? (o Papa faz o gesto de limpar a mão na veste). Quando dou esmola, olho nos olhos do meu irmão, da minha irmã? Quando sei que alguém está doente, vou visitá-lo? O saúdo com ternura? Há um sinal que talvez nos ajudará, é uma pergunta: sei acariciar os doentes, os idosos, as crianças, ou perdi o sentido do carinho? Esses hipócritas não sabiam acariciar! Tinham esquecido… Não ter vergonha da carne do nosso irmão: é a nossa carne! Seremos julgados pelo modo como tratamos este irmão, esta irmã.


Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/

Papa Francisco: "Leigos são protagonistas na obra de evangelização e promoção humana"

2014-03-07



Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma mensagem, nesta sexta-feira, aos responsáveis por associações laicais eclesiais e de inspiração cristã que estão reunidos, até o próximo sábado, dia 8, na Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, num encontro promovido pela Diocese de Roma sobre o tema "A missão dos leigos cristãos na cidade".

O Santo Padre frisa um elemento fundamental que pertence aos ensinamentos do Concílio Vaticano II: o fato de que "em virtude do Batismo recebido, os fiéis leigos são protagonistas na obra de evangelização e promoção humana". "Incorporado à Igreja, cada membro do Povo de Deus é inseparavelmente discípulo e missionário. É preciso sempre reiniciar dessa raiz comum a todos nós, filhos da Mãe Igreja", ressalta o Papa.

O pontífice sublinha na nota que "as agregações leigas são, em sua variedade e dinamicidade, um recurso para a Igreja com sua projeção nos vários ambientes e setores da vida social. É bom que elas mantenham um elo vital com as dioceses e paróquias, para não fazerem uma leitura parcial do Evangelho e não se distanciarem da Mãe Igreja".

"Pensando em sua missão na cidade, em contato com as problemáticas sociais e políticas, peço-lhes para fazerem bom uso do Compêndio da Doutrina Social da Igreja, um instrumento completo e preciso", disse ainda Francisco.

O Papa conclui a mensagem encorajando os responsáveis por associações laicais eclesiais e de inspiração cristã a trabalharem em favor da inclusão social dos pobres, tendo sempre em relação a eles uma atenção religiosa e espiritual prioritária.

O encontro foi aberto pelo Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, com uma palestra sobre o tema "A missão dos leigos cristãos: a profecia do Concílio Vaticano II. A seguir, o Reitor da Universidade Lumsa, Prof. Giuseppe Dalla Torre, fez uma palestra sobre o tema "os leigos cristãos na cidade de Roma: protagonistas de um novo humanismo". (MJ)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

13 motivos para não se confessar nesta Quaresma

Será que você também usa algum deles como pretexto para não se reconciliar com Deus?


Quem é o padre para perdoar os pecados?
 
Só Deus pode perdoar os pecados. Mas sabemos que o Senhor deu este poder aos Apóstolos (João 20, 23). Aliás, este argumento era visto no Evangelho, quando os fariseus, indignados, viam Jesus perdoando os pecados (cf. Mateus 9, 1-8).
 
Eu me confesso diretamente com Deus, sem intermediários
 
Interessante, mas... como você vai saber que Deus aceita seu arrependimento e o perdoa? Você por acaso escuta alguma voz celestial que lhe confirma isso? E como você sabe se está em condição de ser perdoado?
 
A coisa não é tão simples assim. Uma pessoa que rouba um banco e se nega a devolver o dinheiro, por mais que se confesse diretamente com Deus ou com um padre, se não tiver a intenção de reparar o dano causado (neste caso, devolver o dinheiro), não pode ser perdoada, porque ela mesma não quer se "desfazer" do pecado.
 
Por outro lado, este argumento tampouco é novo: há cerca de 1.600 anos, Santo Agostinho respondia a quem argumentava da mesma forma: "Ninguém pense: eu ajo privadamente, diante de Deus... Não foi por acaso que o Senhor disse: 'O que atardes na terra será atado no céu'. Será que as chaves do Reino dos Céus foram dadas à Igreja sem necessidade? Ao proceder assim, frustramos o Evangelho de Deus, tornamos a palavra de Cristo inútil".
 
Por que devo dizer os meus pecados a um homem como eu?
 
Porque esse homem não é uma pessoa qualquer: ele tem um poder especial para perdoar os pecados (o sacramento da Ordem). Este é o motivo pelo qual você precisa recorrer a ele.
 
Mas por que dizer meus pecados a alguém que é tão pecador quanto eu?
 
O problema não radica na "quantidade" de pecados: não interessa se o padre é menos, igual ou mais pecador que você; você não vai se confessar porque o padre é santo e imaculado, mas porque ele pode lhe dar a absolvição, um poder conferido a ele pelo sacramento da Ordem, e não pela sua bondade. É muita sorte (na realidade, uma disposição da sabedoria divina) que o poder de perdoar os pecados não dependa da qualidade pessoal do sacerdote, algo que seria terrível, pois nunca saberíamos quem seria suficientemente santo para perdoar. Além disso, o fato de o padre ser um ser humano e, como tal, cometer pecados, facilita aconfissão, porque ele já experimentou na própria carne o que significa ser fraco e, por isso, pode compreendê-lo melhor.
 
Tenho vergonha
 
É lógico, mas é preciso superá-la. Isso é fato: quanto mais lhe custar contar algo, maior será a paz interior que você experimentará depois de dizê-lo. E isso custa precisamente porque você se confessa pouco; se o fizer com mais frequência, verá como essa vergonha será superada.
 
De qualquer maneira, não ache que você é tão original assim... O que você vai dizer ao padre já foi ouvido milhares de vezes por ele. A essa altura, é difícil acreditar que você possa inventar pecados, não acha? Finalmente, não se esqueça de que "o Diabo tira a vergonha na hora de pecar e a devolve em dobro na hora de pedir perdão". Não caia na sua armadilha.
 
Sempre digo as mesmas coisas ao padre
 
Isso não é um problema. É preciso confessar os pecados que a pessoa cometeu, e é bastante lógico que nossos defeitos sejam sempre mais ou menos os mesmos. Seria bem estranho ficar mudando de defeitos o tempo todo; além disso, quando você toma banho ou lava roupa, não espera que apareçam manchas novas, nunca vistas antes, porque a sujeira é mais ou menos sempre do mesmo tipo. Para desejar estar limpo, basta querer remover a sujeira...
 
A confissão não serve para nada, porque continuo cometendo os pecados que confesso
 
O desânimo pode lhe fazer pensar: "Dá na mesma me 
confessar ou não, porque não muda nada depois da confissão". Mas isso não é verdade. O fato de uma pessoa se sujar não a faz concluir que é inútil tomar banho. E quem toma banho todos os dias também se suja todos os dias. Mas, graças ao fato de tomar banho diariamente, a pessoa não vai acumulando sujeira e se mantém limpa. Acontece o mesmo com a confissão: quando há luta, ainda que a pessoa caia, o fato de ir se livrando do peso dos pecados a torna melhor. É melhor pedir perdão que não pedir. Pedir perdão nos torna melhores.

Sei que voltarei a pecar, então acho que não estou arrependido

Depende. A única coisa que Deus me pede é que esteja arrependido do pecado cometido e que agora, neste momento, esteja disposto a lutar por não voltar a cometê-lo. Ninguém nos pede para penhorar um futuro que ignoramos. O que vai acontecer daqui a 15 dias? Não sabemos. O que o Senhor lhe pede é que tenha uma decisão sincera, verdadeira, agora, de rejeitar o pecado. É preciso deixar o futuro nas mãos de Deus.

E se o padre pensar mal de mim?

O padre está aí para perdoar. Se ele pensar mal, isso é um problema dele, do qual teria de se confessar. No entanto, o sacerdote tende a pensar bem de você: valorizar sua fé (sabendo que, se você está aí contando seus pecados, não é por ele, mas porque você acredita que ele representa Deus), sua sinceridade, sua vontade de melhorar etc.

Suponho que você já percebeu que sentar-se para ouvir pecados gratuitamente (sem ganhar um centavo por isso), durante horas, se não fosse por amor às almas, não seria feito. Então, se o padre dedica um tempo a você e o ouve com atenção, é porque ele quer lhe ajudar e porque você é importante para ele. Ainda que ele não conheça você, ele o valoriza o suficiente para querer ajudá-lo a chegar ao céu.

E se o padre contar meus pecados para alguém?

Não se preocupe com isso. A Igreja cuida tanto deste assunto, que aplica a maior penalidade que existe no Direito Canônico – a excomunhão – ao sacerdote que se atrever a dizer qualquer coisa de que teve conhecimento por meio da confissão. De fato, existem mártires do sigilo sacerdotal: padres que morreram por não revelar o conteúdo da confissão.

Tenho preguiça de me confessar

Esta preguiça pode ser real, mas não é realmente um obstáculo para a confissão, já que é bem simples de ser superada. É como se a pessoa dissesse que não toma banho há um ano porque está com preguiça...

Não tenho tempo

É difícil de acreditar que, nos últimos meses, você não tenha tido 10 minutos disponíveis para se confessar. E se comparássemos isso, por exemplo, com a quantidade de horas que você dedicou à televisão nesse tempo?

Não consigo achar um padre

Os padres não são uma raça em extinção, há milhares deles por aí. Em último caso, na lista telefônica está o número da sua paróquia; se você não sabe o nome, pode procurar pela diocese ou região. Além disso, praticamente todas as paróquias e dioceses têm sites, basta procurar. Assim, em poucos minutos, você encontrará um sacerdote para ouvir sua confissão, e inclusive para agendar um horário que seja melhor para você.
 


(Artigo publicado originalmente pela 
Prelazia de Moyobamba)
sources: Prelazia de Moyobamba
http://www.aleteia.org/

Instrumentos da bênção de Deus

Nós precisamos ser instrumentos de salvação para aqueles que estão longe de Deus. Por isto, não podemos nos deixar dominar pela impiedade e nem pelas paixões mundanas. Mesmo que o inimigo induza você, e o leve ao pecado, ainda assim você não deixa de ser um templo de Deus.
Quando o inimigo usurpa esse território de Deus que é você, mesmo com pecados que chamamos de “pequenos” (ressentimentos, mágoas, inveja, ciúmes) ele está profanando um lugar sagrado. Por isso, devemos sempre fazer o sinal da santa cruz sobre nós, pois é um exorcismo, um direito que todo batizado tem sobre si mesmo. Não podemos esquecer que Deus já deu a nós este ministério, portanto precisamos usar, porque a luta é terrível.
Faça sempre este sinal da santa cruz que expulsa o inimigo pelo poder de Deus. A bênção não é nossa, nem quando o padre abençoa, a bênção não é dele, a bênção é de Deus, nós somos apenas um canal. Assim como os fios que conduzem energia elétrica, eles não são nada, mas fazem maravilhas porque transportam essa energia. Obrigado Senhor, por nos usar como seu precioso instrumento!
Por Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Retiro quaresmal – O caminho a escolher

Logo no primeiro dia após as cinzas que nos introduziram na Santa Quaresma, o Senhor nos interpela – a cada um de nós, a mim, a você... Interpela à Igreja toda inteira: “Vê que Eu hoje te proponho a vida e a felicidade, a morte e a desgraça!”

Que palavras impressionantes! Que escolha de fogo!
“Eu te proponho hoje!”
Não é no passado que se decide a salvação, não é no futuro que se encontra a nossa resposta ao Eterno! É hoje, é agora! No agora da nossa vida, no aqui que estamos vivendo!

Irmão, olhe para você, olhe ao redor de você, observe bem o seu coração:
Agora, nas sua situação presente, nas suas relações, nos desafios que você está enfrentando, nas lutas que está travando...
Aqui, agora o Eterno entra no tempo da sua vida, o Infinito penetra no minúsculo da sua existência e desafia:
“Vê que Eu hoje te proponho!” Hoje, agora, na tua vida!

E a proposta aponta somente para duas opções:
Vida ou morte, felicidade ou desgraça!

Que vida? A Vida da amizade com Deus, a Vida que enche o coração de paz, venha o que vier, a Vida que dá um sentido à vida, que dá a certeza de que viver vale a pena, aconteça o que acontecer!
Que morte? A morte de um coração que já não percebe a razão última do existir, a morte de viver por viver, viver preso simplesmente nesta vida, com seus fragmentos, suas migalhas... Vidinha, cheia de bugigangas, de entretimentos, cheia de bagulhos, de pequenas realizaçõezinhas... Mas que não enchem o coração, levam a nada, dão no nada...

Mas, como escolher a Vida?
Obedecendo aos preceitos do Senhor teu Deus,
Amando o Senhor teu Deus
Seguindo os Seus caminhos,
Guardando Seus mandamentos,
Apegando-te a Ele!

Que expressões belas: amar, apegar-se ao Senhor!
Amamos tanta coisa que não mereceria ser amada, apegamo-nos a tantas coisas e pessoas que nunca preencherão nosso coração... E fazemos dessas coisas, dessas pessoas deuses estranhos, ídolos miseráveis, que nos iludem, nos escravizam e expulsam a doce presença do Deus verdadeiro de dentro de nós. E, no entanto, é Ele a paz, é Ele a alegria, é Ele a Vida que preenche a vida!

Irmão, eis a morte:
Desviar o coração do Senhor, Dele se afastando, Dele se escondendo,
Não escutá-Lo de verdade, mas seguir somente a própria razão e as razões do mundo,
Encher o coração de ídolos, a eles se apegando...
Assim, ainda que vivamos, estaremos mortos numa vida oca, vazia, sem sentido... Nosso riso seria um triste riso vazio, quase que para encobrir a falta de sentido, o desespero de uma vida besta...

Neste primeiro dia após as Cinzas do arrependimento,
Decida o caminho da Quaresma e da vida:
Irá você abrir-se? Irá você escutar o Senhor nestes dias? Irá realmente trabalhar na sua conversão?

“Tomo hoje o céu e a terra como testemunha  contra vós, de que vos propus a Vida e a morte, a bênção e maldição!”
Escolhe, pois a Vida, o Senhor, o Eterno, o Santo, o Bendito,
Para que vivas!

Pense bem nestas coisas, prepare-se bem para os santos dias que virão!

Esteja de coração aberto para o Senhor! Amém.

Por Dom Henrique Soares da Costa 
Fonte: http://visaocristadomhenrique.blogspot.com.br/

Papa Francisco: o matrimônio é entre um homem e uma mulher

Falando sobre a importância da família na Igreja e no mundo, que foi o tema do recente Consistório de cardeais e será o tema do sínodo dos bispos em outubro, no Vaticano, Papa Francisco afirmou que “o matrimônio é entre um homem e uma mulher”.
Na entrevista publicada ontem pelos jornais La Nación da Argentina e Corriere della Sera, da Itália, o Pontífice responde a uma pergunta em relação à união civil que foi aprovada em alguns países.
A respeito deste tema, o Santo Padre assinala que “os Estados laicos querem justificar as uniões civis para regular diversas situações de convivência, impulsionados pela exigência de regular aspectos econômicos entre as pessoas, como por exemplo assegurar a assistência de saúde. É preciso ver os diversos casos e avaliá-los na sua variedade”.
Sobre a reflexão atual na Igreja sobre a família, o Papa afirmou ainda que é um longo caminho que a Igreja deve percorrer. “Um processo desejado pelo Senhor. Três meses depois da minha eleição, foram submetidos a mim os temas para o Sínodo e nos propusemos a discutir sobre qual era a contribuição de Jesus ao homem contemporâneo. Mas, no fim, com passagens graduais – que para mim foram sinais da vontade de Deus – escolheu-se discutir a família que atravessa uma crise muito séria”, ressaltou.
“É difícil formar uma família. Os jovens se casam pouco. Há muitas famílias separadas, nas quais o projeto de vida comum fracassou. Os filhos sofrem muito. Devemos dar uma resposta. Mas, para isso, é preciso refletir muito profundamente. É o que o Consistório e o Sínodo estão fazendo. É preciso evitar ficar na superfície do tema”.
O Santo Padre alertou que “a tentação de resolver todos os problemas com a casuística é um erro, uma simplificação de coisas profundas, como faziam os fariseus, uma teologia muito superficial. É à luz da reflexão profunda que poderão ser enfrentadas seriamente as situações particulares, mesmo a dos divorciados, com profundidade pastoral”.
Sobre o discurso do Cardeal Kasper, que foi pronunciado no consistório dos cardeais em fevereiro e que se usou em diversos meios para dizer que o Papa aprova a comunhão para os divorciados quando não se tomou nenhuma decisão a respeito, o Pontífice afirmou que este Cardeal “fez uma belíssima e profunda apresentação, que em breve será publicada em alemão, e abordou cinco pontos; o quinto era o dos segundos matrimônios. Eu me preocuparia se, no Consistório, não houvesse uma discussão intensa, não serviria para nada”.
“Os cardeais sabiam que podiam dizer o que queriam e apresentaram muitos pontos de vista diferentes, que enriquecem. Os debates fraternos e abertos fazem crescer o pensamento teológico e pastoral. Disso, eu não tenho medo, ao contrário, o busco”, adicionou.
Fonte: ACI Digital

6 de mar. de 2014

"O coração do sacerdote tem que se comover",

2014-03-06 

Cidade do Vaticano (RV) – A misericórdia foi o tema do encontro do Papa Francisco com os párocos de sua Diocese, a Diocese de Roma, nesta quinta-feira, na Sala Paulo VI.

Num clima descontraído, com anedotas e experiências pessoais, o Papa afirmou que hoje se esquece de tudo com muita facilidade, inclusive do Magistério da Igreja. Mas os grandes conteúdos e as grandes intuições devem se manter vivas, como a divina misericórdia, impulsionada por Santa Faustina Kowalska. 

“Cabe a nós, como ministros da Igreja, manter viva esta mensagem, sobretudo na pregação e nos gestos, nos sinais e nas escolhas pastorais. Por exemplo a escolha de restituir prioridade ao sacramento da Reconciliação e, ao mesmo tempo, às obras de misericórdia.”

Os padres se comovem diante das ovelhas assim como Jesus, quando via as pessoas cansadas e exaustas como ovelhas sem pastor. “Jesus tem as ‘vísceras’ de Deus: é repleto de ternura pelas pessoas, especialmente pelos excluídos, pelos pecadores e pelos doentes que ninguém quer curar... Como o Bom Pastor, o padre é homem de misericórdia e de compaixão, próximo à sua gente e servidor de todos.”

Esta atitude misericordiosa, disse ainda o Pontífice, o padre a demonstra principalmente ao ministrar o sacramento da Reconciliação, no modo de acolher, de ouvir, de aconselhar e de absolver.

“O coração do sacerdote tem que se comover”, afirmou Francisco. Os padres “ascéticos” não ajudam a Igreja, assim como os padres “de laboratório”. “Podemos pensar na Igreja hoje como um ‘hospital de campo’, é preciso curar as feridas. Há tantas pessoas feridas, pelos problemas materiais, pelos escândalos, inclusive na Igreja... Pessoas feridas pelas ilusões do mundo… Nós padres devemos estar ali, perto dessa gente. Misericórdia significa, antes de tudo, curar as feridas. Quando alguém está ferido, precisa imediatamente disso, não de exames; o tratamento especializado fica para depois, antes é preciso curar as feridas abertas.” 

O Papa então pergunta: “Vocês conhecem as feridas de seus paroquianos? Estão próximos a eles?”.

O sacerdote não deve ser nem permissivio nem rigoroso. O primeiro é somente aparentemente misericordioso, mas na realidade minimiza o pecado. O segundo se concentra somente na lei, compreendida de modo frio e rígida. 

“A verdadeira misericórdia leva em consideração a pessoa, a ouve atentamente, se põe com respeito e com verdade à sua situação e a acompanha no caminho da reconciliação. O sacerdote verdadeiramente misericordioso se comporta como o Bom Samaritano.” 

Permissivismo e rigorismo não fazem crescer a santidade, recordou ainda o Pontífice, mas sim o sofrimento pastoral, que é uma forma de misericórdia. Isso significa sofrer por e com as pessoas, assim como um pai e uma mãe sofrem pelos filhos. Para explicar o sofrimento pastoral, Francisco propôs algumas perguntas:

Você chora? Ou perdemos as lágrimas?
Chora por seu povo? Quando uma criança adoece, quando morre…
Faz a oração de intercessão diante do Tabernáculo?
Luta com o Senhor pelo seu povo?
Como conclui o seu dia? Com o Senhor? Ou com a televisão?
Como é a sua relação com os aqueles que ajudam a ser mais misericordiosos? Crianças, idosos, doentes. Sabe acariciá-los? 

“Não se deve ter vergonha da carne do seu irmão”, exortou Francisco. No final, seremos julgados sobre como soubemos nos aproximar de “cada carne”. E concluiu: “No final dos tempos, será admitido a contemplar a carne glorificada de Cristo somente que não terá tido vergonha da carne do seu irmão ferido e excluído”.



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Exercícios Espirituais da Quaresma: Papa sairá do Vaticano em ônibus.

 2014-03-06

Cidade do Vaticano (RV) – A Prefeitura da Casa Pontifícia divulgou o programa dos Exercícios Espirituais programados entre 9 e 14 de março para o Papa e toda a Cúria. Este ano, como já anunciado, serão realizados na Casa Divin Maestro, na localidade de Ariccia, a cerca de 40 km de Roma.

O tema inspirador das reflexões será “A Purificação do Coração”, e as meditações serão propostas por um pároco do clero de Roma, Pe. Angelo De Donatis, da Igreja São Marcos Evangelista.

No dia 9, às 16h, o grupo se reunirá diante da Sala Paulo VI, e partirá de ônibus, rumo a Ariccia. A viagem dura 45 minutos. Já no final da tarde, estão previstas as Vésperas, uma meditação inicial e a adoração eucarística. Nos dias seguintes, o programa começará cedo, com a missa às 7h30. Até sexta-feira, 14, o Papa, os cardeais, bispos e colaboradores farão meditações duas vezes por dia, até o momento de retornar ao Vaticano.

Segundo Santo Inácio de Loyola, “entende-se por Exercícios Espirituais qualquer modo de examinar a consciência, meditar, contemplar, orar vocal ou mentalmente e realizar outras atividades espirituais”. Esta metodologia de desenvolvimento espiritual, “será ainda mais aproveitada quanto mais se apartar de todos os amigos e conhecidos, e de qualquer preocupação terrena, mudando-se, por exemplo, da casa onde morava e tomando outra casa ou quarto, habitando o mais secretamente que puder; de maneira que esteja em sua mão ir cada dia à missa e a vésperas, sem temor de que os seus conhecidos lhe sejam causa de impedimento”.

Na vigésima Anotação de suas Orientações para os Exercícios, o santo espanhol afirma que “desta separação, seguem-se três proveitos principais: O primeiro é que, ao apartar-se de amigos e conhecidos assim como de negócios não bem ordenados para servir e louvar a Deus nosso Senhor, não pouco merece diante de sua divina majestade; o segundo é que, estando assim apartado, e não tendo o espírito repartido por muitas coisas, mas pondo todo o cuidado numa só coisa, como servir a seu Criador e aproveitar a sua própria alma, usa das suas potências naturais mais livremente, para buscar com diligência o que tanto deseja; o terceiro é que, quanto mais a nossa alma se acha só e apartada, tanto mais apta se torna para se aproximar e unir a seu Criador e Senhor. E quanto mais assim se une, mais se dispõe para receber graças e dons da sua divina e suma bondade”.
(CM)


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Francisco: "Renunciar a si é caminho de vida contra o egoísmo"

 2014-03-06


Cidade do Vaticano (RV) - Humildade, doçura e generosidade: esse é o estilo cristão... um caminho que passa pela cruz e que leva à alegria, como o de Jesus. Este foi o teor da homilia proferida pelo Papa aos fiéis que na manhã desta quinta-feira, 06, participaram da missa na Casa Santa Marta. 

Como sempre, Francisco começou citando a liturgia do dia. No Evangelho de Lucas, Jesus diz aos discípulos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e me siga”. “É este – ressaltou Francisco – o ‘estilo cristão’, porque Jesus foi o primeiro a percorrer este caminho”.

Não podemos pensar numa vida cristã fora deste caminho: de humildade, de humilhação, de renúncia a si mesmo para depois se reerguer. Sem a cruz, o estilo cristão não é cristão e se a cruz não tiver Jesus, não é cristã. O estilo cristão toma a cruz com Jesus e vai avante”. 

Jesus deu o exemplo – prosseguiu o Pontífice – e mesmo sendo igual a Deus, despojou-se de si mesmo e se fez servo para todos nós.

Este estilo nos salvará, nos dará alegria e nos fará fecundos, porque o caminho da renúncia de si é contrário ao caminho do egoísmo, do apego aos bens... Este caminho é aberto aos outros porque dá vida”. 

Seguir Jesus é alegria desde que O sigamos com o seu estilo, e não com o estilo do mundo. Seguir o estilo cristão significa percorrer o caminho do Senhor, “cada um como pode, para dar vida a outros e não a si mesmos: é o espírito da generosidade”. O nosso egoísmo nos impele a querer aparecer importantes diante dos outros. “Pois bem, o livro da Imitação de Cristo” – observa o Papa - “nos dá um belo conselho: ‘Deseja ser desconhecido e tido por nada’. É a humildade cristã; foi o que Jesus fez, antes de todos”: 

E esta é a nossa alegria e fecundidade: caminhar com Jesus. Outras alegrias não são fecundas; pensam exclusivamente – como diz o Senhor – em conquistar o mundo inteiro, mas no fim, perdem e arruínam a vida. Neste início de Quaresma, peçamos ao Senhor que nos ensine o estilo cristão que implica em serviço, despojamento de nós mesmos e fecundidade com Ele, como Ele a quer”. 





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5 de mar. de 2014

06 Mar Santa Rosa de Viterbo – Jovem profeta

Mesmo com a pouca idade foi instrumento do Espírito e profetizou sobre a vida do seu povo
Santa Rosa de Viterbo - Jovem profetaA santidade é uma graça que o Espírito Santo quer dar a todos, porém, é Ele que vai no tempo d’Ele manifestando para o mundo este dom dado a quem luta diariamente. Por exemplo, Santa Rosa – que lembramos neste dia – muito cedo começou a externar atitudes extraordinárias de coragem e amor ao Senhor.
Nasceu em Viterbo, no ano de 1233, numa pobre e humilde família; quando tinha apenas três anos conta-se que pela sua oração Jesus reviveu uma tia. Com sete anos, Rosa pegou uma forte doença que acabou sendo um meio para sua vida de consagração, pois Nossa Senhora apareceu a ela, restituindo sua saúde e chamando-a à uma total entrega de vida.
Santa Rosa, antes mesmo de alcançar idade, resolveu livremente vestir um hábito franciscano, já que sua meta era entrar na Ordem de Santa Clara de Assis. Menina cheia do Espírito Santo, não ficou parada diante dos hereges cátaros, que semeavam a rejeição às autoridades.
Com apenas doze anos, era instrumento eficaz nas mãos do Pai Celeste, por isso anunciava o Evangelho e denunciava as artimanhas de satanás. Banida pelo imperador, continuou profetizando. Com o falecimento do imperador, ela voltou como heroína para Viterbo. Mesmo sem ser aceita com dezesseis anos pelas Irmãs Clarissas, Santa Rosa perseverou no caminho da santidade e, aos dezoito anos, foi acometida de uma doença que a levou para a Eterna Morada de Deus.
Santa Rosa de Viterbo, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova

Qual é a origem da Quaresma?

A Igreja sempre observou um período de oração, jejum e esmola, ainda que a Quaresma, como é conhecida hoje, sofreu modificações ao longo dos séculos.


A palavra “Quaresma” vem do latim “Quadragesima”, em referência ao “quadragésimo dia” antes da Páscoa. Nos idiomas de origem germânica, são utilizados derivados do termo “Lencten” (primavera).

Nos idiomas provenientes do Latim, o termo para designar este tempo de preparação para a Páscoa é “quadragesima”. Por exemplo, em espanhol é “Cuaresma”, em português, “Quaresma”, em francês, “Carême”, e em italiano, “Quaresima”.

Nos idiomas de origem germânica, incluído o inglês (“Lent”), o nome dado à Quaresma vem de “Lencten”, que significa “primavera”.

O sacerdote australiano do Opus Dei John Flader, em seu livro "Question Time: 140 questions and answers on the catholic faith" (“Hora das perguntas: 140 perguntas sobre a fé católica”), escreve que o termo “Quaresma” se refere à estação em que o Hemisfério Norte se prepara para a Páscoa e que acontece na primavera.

Ainda que isso não ocorra no Hemisfério Sul, onde esse sacerdote australiano mora, ele observa que “este continua sendo um termo apropriado, pois, se a Quaresma for bem vivida, ela representa uma verdadeira primavera, um novo crescimento na vida espiritual”.

“Santo Agostinho – acrescenta – escreveu que o tempo da Quaresma simboliza esta vida presente na terra, com suas adversidades e tribulações, e que o tempo da Páscoa simboliza a alegria da vida futura.”

A observância de um período de oração, jejum e esmola como preparação para a Páscoa remonta à época dos Apóstolos, ainda que, durante os primeiros séculos, se limitasse somente a poucos dias.

O Pe. Flader observa que São Leão Magno (440-461) dizia sobre a Quaresma que “foi instituída pelos Apóstolos” e que a Tradição sustenta que “sempre foi vivida com uma maior atenção à vida de oração, jejum e esmola”.

“Nos primeiros três séculos, o tempo de jejum se limitava a alguns dias, uma semana quando muito”, afirma o sacerdote. “A primeira menção aos 40 dias foi no concílio ecumênico de Niceia (325), mas no final do século IV o costume havia se estendido amplamente, tanto no Oriente como no Ocidente.”

Com relação à determinação da duração da Quaresma – 40 dias –, o sacerdote explica que se refere aos “40 dias de jejum e oração que Cristo passou antes do começo da sua vida pública”.

As igrejas do Oriente e do Ocidente contavam os dias da Quaresma de maneira diferente, pois no Oriente os fiéis eram eximidos de jejuar os sábados e domingos. Além disso, a Quaresma durava um total de 7 semanas.

O Ocidente, por outro lado, só os domingos eram isentos e a Quaresma durava 6 semanas. No entanto, dessa forma, os dias de jejum somavam apenas 36, não 40. “Foi no século VII – explica o Pe. Flader – que a Quaresma começou a ter seu início 4 dias antes, com a Quarta-Feira de Cinzas, de maneira que havia 40 dias de jejum, como na atualidade.”

“Os domingos não estão incluídos nos 40 dias”, esclarece.

A Igreja sempre manteve a tradição de jejuar e fazer abstinência durante a Quaresma, mas as normas se modificaram ao longo dos séculos.

Segundo a pesquisa do Pe. Flader, as regras do jejum se tornaram muito estritas no século V: “Só se permitia uma refeição, no final da tarde. A carne não era permitida, nem sequer aos domingos. A carne e o peixe – e, em muitos lugares, os ovos e produtos lácteos – eram absolutamente proibidos”.

O sacerdote recorda que, nas igrejas orientais, ainda são seguidas regras similares: “Não podem comer vertebrados ou produtos derivados de vertebrados, isto é, nem carne, nem peixe, nem ovos, nem queijo, nem leite”.

No Ocidente, no entanto, as normas mudaram. No começo, era permitido um pequeno lanche, depois o peixe foi aceito e, finalmente, aceitou-se também a abstinência de carne apenas na Quarta-Feira de Cinzas e às sextas-feiras. Além disso, os produtos lácteos também foram permitidos.

Atualmente, os católicos jejuam na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa, abstêm-se de carne nestes dias e em todas as sextas-feiras da Quaresma. O jejum, como definem os bispos dos Estados Unidos, consiste em ter uma refeição completa e dois lanches.

(Este texto se baseia na pergunta 143 do livro “Question time: 140 questions and answers on the catholic faith\", do Pe. John Flader, sacerdote do Opus Dei e ex-diretor do “Catholic Adult Education Centre” de Sydney, Austrália)

sources: Aleteia

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...