25 de jan. de 2014

Papa: Cristo é princípio, causa e motor da unidade dos cristãos

2014-01-25 

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu às vésperas na tarde deste sábado, na Basílica de S. Paulo Fora dos Muros, por ocasião da festa da Conversão do Apóstolo e no encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Antes de iniciar a celebração, Francisco desceu ao túmulo do Apóstolo Paulo para rezar com o arcebispo metropolita ortodoxo e representante do Patriarcado ecumênico de Constantinopla, Gennadios Zervos, e o representante do arcebispo de Cantuária e chefe da Comunhão Anglicana em Roma, o Pastor David Moxon.

A Basílica estava repleta de fiéis e nos bancos da frente destacavam-se alguns cardeais colaboradores e ex-colaboradores da Cúria Romana, como os dois ex-Secretários de Estado, Angelo Sodano, (atual decano do Colégio Cardinalício) e Tarcisio Bertone, camerlengo da Santa Romana Igreja.

Na presença de representantes ortodoxos, anglicanos e de outras comunidades cristãs, em sua homilia o Papa comentou o tema escolhido para a edição deste ano da Semana: «Estará Cristo dividido?» (1 Cor 1, 13).

Com grande tristeza, comentou o Pontífice, o Apóstolo soube que os cristãos de Corinto estavam divididos em várias facções. Uns afirmavam: «Eu sou de Paulo»; outros diziam: «Eu sou de Apolo»; e outros: «Eu sou de Cefas»; e há ainda quem sustentasse: «Eu sou de Cristo». Até mesmo quem apelava a Cristo o fazia para se distanciar dos irmãos.

Diante desta divisão, Paulo exorta os cristãos de Corinto a serem todos unânimes, para que haja perfeita união de pensar e sentir. Mas a comunhão a que chama o Apóstolo, notou Francisco, não poderá ser fruto de estratégias humanas.

“Nesta tarde, encontrando-nos aqui reunidos em oração, sentimos que Cristo – que não pode ser dividido – quer atrair-nos a Si, aos sentimentos do seu coração, ao seu abandono total e íntimo nas mãos do Pai, ao seu esvaziar-se radicalmente por amor da humanidade. Só Ele pode ser o princípio, a causa, o motor da nossa unidade.”

As divisões na Igreja – prosseguiu o Papa – não podem ser consideradas como um fenômeno natural ou inevitável. “As nossas divisões ferem o corpo de Cristo, ferem o testemunho que somos chamados a prestar-Lhe no mundo”, acrescentou.

A seguir, o Pontífice mencionou o Decreto do Concílio Vaticano II sobre o ecumenismo (Unitatis redintegratio), em que se afirma que Cristo “fundou uma só e única Igreja” e acrescentou: “Queridos amigos, Cristo não pode estar dividido! Esta certeza deve incentivar-nos e suster-nos a continuar, com humildade e confiança, o caminho para o restabelecimento da plena unidade visível entre todos os crentes em Cristo.”

Improvisando, o Papa acrescentou que “todos fomos prejudicados pelas divisões entre os cristãos; não queremos ser um escândalo!”, frisou. “Caminhemos fraternamente juntos no caminho da unidade, na unidade ‘reconciliada’, para a qual o Senhor nos acompanha”, exortou, explicando que “a unidade não vai cair do céu como um milagre, mas será o Espírito Santo a propiciá-la, em nosso caminho. Se não caminharmos juntos, uns para os outros, e não trabalharmos juntos, a unidade não virá. É o Espírito Santo que a faz, ao ver a nossa boa-vontade”.

Francisco citou ainda seus predecessores, os Beatos João XXIII e João Paulo II e Paulo VI, para afirmar que a obra desses pontífices fez com que a dimensão do diálogo ecumênico se tornasse um aspecto “essencial do ministério do Bispo de Roma, que hoje não se compreenderia plenamente o serviço petrino sem incluir nele esta abertura ao diálogo com todos os crentes em Cristo”.

Por fim, exortou: “Amados irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor Jesus que nos conserve profundamente unidos a Ele, nos ajude a superarmos os nossos conflitos, as nossas divisões, os nossos egoísmos e a vivermos unidos uns aos outros por uma única força, a do amor, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações.”

O cardeal Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Kurt Koch, não pôde participar da cerimônia, devido a um resfriado, e sua saudação foi lida pelo secretário do dicastério, Dom Brian O'Farrell.
(BF/CM)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Francisco pede mais espaço para a mulher na Igreja e na sociedade.

 2014-01-25 



Cidade do Vaticano – Papa Francisco recebeu, no final da manhã deste sábado, na Sala Clementina, cerca de 300 participantes no Congresso nacional do Centro Feminino Italiano, reunidos em Roma, de 24 a 26 do corrente, para aprofundar o tema: “Aquele passo a mais: regenerar a vida, cultivar a esperança”.

O objetivo desta Associação feminina é trabalhar para a construção civil, social e cultural de uma democracia unida e a convivência, baseada no respeito dos direitos humanos e da dignidade da pessoa, segundo o espírito e os princípios cristãos.

Em seu discurso aos presentes, o Santo Padre recordou os quase 70 anos de atividades do Centro feminino Italiano, em prol da formação e da promoção humana, além do testemunho sobre o papel da mulher na sociedade e na comunidade eclesial. E, ao citar o documento do Beato João Paulo II “Mulieris dignitatem”, sobre a dignidade e a vocação da mulher, o Papa disse:

Eu também quero destacar a indispensável contribuição da mulher na sociedade, de modo particular a sua sensibilidade e intuição em relação ao próximo, ao fraco e indefeso. Alegro-me ao ver o grande número de mulheres, que compartilha de algumas responsabilidades pastorais, mediante o acompanhamento de pessoas, famílias e grupos e a reflexão teológica”. 

Neste sentido, o Bispo de Roma fez votos de que “tais espaços possam se ampliar e contar com uma maior e incisiva participação da presença feminina no seio da Igreja”. Estes espaços novos e responsabilidades – recomendou - devem expandir-se, não apenas na esfera eclesial, mas também na esfera pública, civil, profissional e familiar:

A presença da mulher, no âmbito familiar, se revela ainda mais necessário na transmissão dos sólidos princípios morais às gerações futuras, como também na transmissão da própria fé. Isto só é possível com o discernimento e a reflexão sobre a realidade da mulher na sociedade, que pressupõe uma oração assídua e perseverante”.

Com efeito, - concluiu o Pontífice - é no diálogo com Deus, iluminado pela sua Palavra e irrigado pela graça dos Sacramentos, que a mulher cristã procura sempre responder ao chamado de Deus, sustentado pela presença materna de Maria. Que Ela possa indicar o caminho para descobrir e aprofundar o significado e o papel da mulher na sociedade e na Igreja e sua missão no mundo! (MT)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va.

24 de jan. de 2014

25 de Janeiro - Conversão de São Paulo

Conversão de São Paulo
Século I

Michelangelo
Capela Paulina Vaticano


O martírio de São Paulo é celebrado junto com o de São Pedro, em 29 de junho, mas sua conversão tem tanta importância para a história da Igreja que merece uma data à parte. Neste dia, no ano 1554, deu-se também a fundação da que seria a maior cidade do Brasil, São Paulo, que ganhou seu nome em homenagem a tão importante acontecimento.

Saulo, seu nome original, nasceu no ano 10 na cidade de Tarso, na Cilícia, atual Turquia. À época era um pólo de desenvolvimento financeiro e comercial, um populoso centro de cultura e diversões mundanas, pouco comum nas províncias romanas do Oriente. Seu pai Eliasar era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim, e, também, um homem forte, instruído, tecelão, comerciante e legionário do imperador Augusto. Pelo mérito de seus serviços recebeu o título de Cidadão Romano, que por tradição era legado aos filhos. Sua mãe uma dona de casa muito ocupada com a formação e educação do filho.

Portanto, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente, estudioso e culto. Aos quinze anos foi para Jerusalém dar continuidade aos estudos de latim, grego e hebraico, na conhecida Escola de Gamaliel, onde recebia séria educação religiosa fundamentada na doutrina dos fariseus, pois seus pais o queriam um grande Rabi, no futuro.

Parece que era mesmo esse o anseio daquele jovem baixo, magro, de nariz aquilino, feições morenas de olhos negros, vivos e expressivos. Saulo já nessa idade se destacava pela oratória fluente e cativante marcada pela voz forte e agradável, ganhando as atenções dos colegas e não passando despercebido ao exigente professor Gamaliel.

Saulo era totalmente contrário ao cristianismo, combatia-o ferozmente, por isso tinha muitos adversários. Foi com ele que Estêvão travou acirrado debate no templo judeu, chamado Sinédrio. Ele tanto clamou contra Estevão que este acabou apedrejado e morto, iniciando-se então uma incansável perseguição aos cristãos, com Saulo à frente com total apoio dos sacerdotes do Sinédrio.

Um dia, às portas da cidade de Damasco, uma luz, descrita nas Sagradas Escrituras como "mais forte e mais brilhante que a luz do Sol", desceu dos céus, assustando o cavalo e lançando ao chão Saulo , ao mesmo tempo em que ouviu a voz de Jesus pedindo para que parasse de persegui-Lo e aos seus e, ao contrário, se juntasse aos apóstolos que pregavam as revelações de Sua vinda à Terra. Os acompanhantes que também tudo ouviram, mas não viram quem falava, quando a luz desapareceu ajudaram Saulo a levantar pois não conseguia mais enxergar. Saulo foi levado pela mão até a cidade de Damasco, onde recebeu outra "visita" de Jesus que lhe disse que nessa cidade deveria ficar alguns dias pois receberia uma revelação importante. A experiência o transformou profundamente e ele permaneceu em Damasco por três dias sem enxergar, e à seu pedido também sem comer e sem beber.

Depois Saulo teve uma visão com Ananias, um velho e respeitado cristão da cidade, na qual ele o curava. Enquanto no mesmo instante Ananias tinha a mesma visão em sua casa. Compreendendo sua missão, o velho cristão foi ao seu encontro colocando as mãos sobre sua cabeça fez Saulo voltar a enxergar, curando-o. A conversão se deu no mesmo instante pois ele pediu para ser Batizado por Ananias. De Damasco saiu a pregar a palavra de Deus, já com o nome de Paulo, como lhe ordenara Jesus, tornando-se Seu grande apóstolo.

Sua conversão chamou a atenção de vários círculos de cidadãos importantes e Paulo passou a viajar pelo mundo, evangelizando e realizando centenas de conversões. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma. Suas relíquias se encontram na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na Itália, festejada no dia de sua consagração em 18 de novembro.

O Senhor fez de Paulo seu grande apóstolo, o apóstolo dos gentios, isto é, o evangelizador dos pagãos. Ele escreveu 14 cartas, expondo a mensagem de Jesus, que se transformaram numa verdadeira "Teologia do Novo Testamento". Também é o patrono das Congregações Paulinas que continuam a sua obra de apóstolo, levando a mensagem do Cristianismo a todas as partes do mundo, através dos meios de comunicação.

Outros santos e beatos:
Santo Amarino ou Martinho (†676) — abade e mártir beneditino. Atuou na Alsácia com são Projeto, bispo de Clermont.
Santo Ananias — martirizado no século I, evangelizador de Damasco. Foi a ele que Jesus enviou Saulo para ser batizado.
Santo Apolo de Bawit (316-395) — eremita egípcio, depois abade numa localidade próxima a Hermópolis.
São Bretanião (†380) — bispo de Tomi, no mar Negro. Exilado pelo imperador Valente, é recordado em razão da grande simpatia popular que desfrutava.
Santos Donato, Sabino e Ágape — martirizados em data imprecisa.
Santa Dwynwen — virgem galesa muito popular. As pessoas que têm problemas sentimentais costumam ir em peregrinação à igreja edificada em sua honra. Atribui-se-lhe um célebre provérbio: “Não há nada que conquiste tanto os corações como o bom humor”.
Santo Eucádio (†597) — um dos 12 companheiros de são Columbano, missionário na Inglaterra.
São Joel (†1185) — abade beneditino, terceiro geral da Congregação Beneditina de Pulsano, fundada por são João de Matera.
Santos Juventino e Maximino ou Máximo — martirizados em 363, oficiais do exército de Juliano, o Apóstata.
Santos Mauro e Plácido — dois dentre os primeiros discípulos de são Bento. Muitas lendas floresceram sobre seus nomes.
São Pedro Tomás (1305-1366) — bispo carmelita, primeiramente em Patos e Lipari, depois em Coron, na Moréia, e em Cândia. Mais tarde (em 1364), patriarca latino de Constantinopla. Morreu durante uma cruzada contra os turcos.
São Popônio (Popão ou Popo) (978-1048) — abade beneditino, converteu-se após uma vida desregrada, durante breve carreira militar. É uma das maiores figuras monásticas do século XI, quando se deu o renascimento do monaquismo que, a partir da abadia de Stavelot-Malmédy, irradiou-se para os territórios limítrofes, de Flandres à França oriental.
São Projeto (†676) — bispo martirizado em Clermont, Auvergne.
São Raco (†660) — primeiro bispo franco de Autun.
A Igreja ortodoxa da Rússia comemora dois mártires do século XX, canonizados em 1992: o metropolita de Kiev, Vladimir Bogojavlenskij, e o patriarca Tícon, ambos vítimas da revolução bolchevique, respectivamente em 1918 e em 1925.


Fonte: http://www.paulinas.org.br/

CURADOS PELO SANGUE DE JESUS

  Quero convidar você a olhar para a cruz de Nossos Senhor Jesus Cristo, e se deixar tocar por Ele, que morreu por amor de nós. Olhemos o seu corpo ferido, recoberto de chagas, os seus membros desfigurados, as feridas das mãos e pés, a ferida do ombro aberto que chega à profundidade do coração, a coroa de espinhos colocada curelmente sobre sua cabeça, o seu rosto refletindo sofrimento, os seus olhos que vão apagando toda presença de vida. Esta é a obra de uma violência brutal. Alguns ficam “tranquilos” e afirmam: “os culpados foram os judeus e romanos.” Já São Pedro nos diz o contrário: “vós o matastes, crucificando-o por mãos de ímpios.”(Atos 2,23). Nossos pecados mataram Jesus, por isso não podemos ficar indiferentes.
          Nós podemos somente imaginar o que aconteceu com Jesus durante as três horas de dor na cruz: amargura e desilusão por tanta infidelidade, maldade, falsidade, humilhação… Entretanto, em Seu Sagrado Coração não existiu revolta, e sim desejo infinito de derramar as graças de Sua Divina Misericórdia. “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem.”(Lc 23,34). Se no passado soubessem quem estava na cruz, não o crucificariam.
          Quem vai a Jesus não se torna somente o observante de algumas regras religiosas. Isso é pouco. Quem de fato se deixou lavar pelo sangue precioso de Jesus se torna um novo homem e nova mulher. Sim, Jesus opera uma transformação. Quem estava longe volta para Deus. Quem era triste encontra a alegria fruto do Espírito Santo. Quem estava caído e machucado pelos erros diante da vida, experimenta a graça de se levantar para viver a vida nova com o perdão de Jesus. Quem estava na escuridão das drogas ou álcool é libertado. Ser salvo é a experiência de ser tirado de qualquer fundo de poço da vida, e ser inundado pelo amor curador de Jesus. Em Jesus todos podem se reerguer, encontrar libertação e cura. “Carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro para que mortos aos nossos pecados vivamos para a justiça. Por fim, por suas  chagas fomos curados.”(1Pdr 2,24) 
          Uma vez transformados por Jesus é necessário estarmos atentos para não cair novamente nas armadilhas do demônio. Ninguém é salvo para caminhar sozinho. Para isso existe a Igreja, que é a casa da família de Deus. Nela renovamos a presença de Jesus e recebemos o contínuo remédio dos sacramentos. Todos são importantes, mas graça de todos se mantêm e cresce com a Eucaristia frequente e a reconciliação (confissão). Cuidado com o legalismo, isto é, ficar apontando o dedo para os outros, julgando-os, ao invés de amá-los. Quem assim procede passa a imaginar que a sua maneira de viver a fé é a única. Quantas divisões surgem na Igreja, causadas pela dificuldade de amar, dialogar e perdoar. Uma boa maneira para superar isso é lembrar: O que realmente a Igreja ensina? Nem sempre a minha palavra ou de outras pessoas tem a verdade ou toda a verdade.
          É muito bom lembrar as palavras do Papa Francisco na sua primeira missa com os cardeais “Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor.”. E eu completo: alguém pode ser bispo, padre, leigo comprometido, se na mente e coração ainda existe a maldade da inveja, competição, mentira, calúnia…não se esta vivendo o poder da cruz, tudo passa a ser um título, pura vaidade humana. E assim se indica que Cristo ainda esta na cruz, porque não ressuscitamos com Ele.
          E por fim, é importante tomar cuidado com o cristianismo água com açúcar, isto é, nunca se fala da conversão, pecado, renovação da mente….como se nunca João Batista tivesse dito sobre Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.“(Jo 1,29). E assim, a cruz também foi em vão. A realidade é outra: todos somos pecadores. Quando perdemos essa consciência nos tornamos orgulhosos, cheios de nós mesmos, não dependendo mais da graça. O papa Francisco, em uma audiência geral na Praça de São Pedro, disse: “Todos somos pecadores, inclusive o Papa, que se confessa a cada duas semanas”.
          Levante-se de qualquer situação ruim. Se reconhecer a necessidade de mudança, não desanime. Se cometer erros, não os justifique, mas arrependa-se. Se for necessário desculpar-se com alguém, vá. Jesus derramou o seu sangue precioso para dar a você toda a paz amor e alegria de Deus.
Alma de Cristo
Alma de Cristo, santificai-me.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro das Vossas Chagas, escondei-me.
Não permitais que de Vós me separe.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da minha morte, chamai-me.
E mandai-me ir para Vós,
para que Vos louve com os Vossos Santos,
por todos os séculos. Amém.

Fonte: http://blog.pa7.com/



Do que Deus é capaz?

Se minha fé deixa intacta a distância
entre mim, que me alimento bem, e meu irmão, que passa fome,
minha fé nada mais é que uma tentativa de enganar a Deus!
(Arturo Paoli)



A fé cristã testemunha que Deus é amor, é alguém que nos ama imensamente: mesmo sendo infinito, rebaixou-se à condição limitada do ser humano para expressar seu amor. Aproximou-se tanto que assumiu a nossa própria condição: aprendeu a obedecer no sofrimento (Hebreus 5,8), alegrou-se com a fé dos simples (Mateus 11,25) e andou pelas raias do desespero (Marcos 14,33). Nada do que é essencialmente humano deixou de ser vivido e sofrido por Jesus, com exceção do pecado.
Então, do que Deus é capaz, por causa de seu amor? Abaixar-se tanto a ponto de se tornar um escravo, o último dos homens. Jesus, o Deus Encarnado, aceitou morrer como um malfeitor, como um bandido, em solidariedade para com os inocentes da história. Nós hoje estamos tão acostumados com a narração da paixão de Jesus que perdemos a sensibilidade diante do escândalo que essa experiência de Cristo significa.
Em Jesus, Deus se fez sofredor, sedento de justiça; um Deus de bondade que corre atrás da ovelha perdida, que fica esperando a volta do filho pródigo e que se alegra mais com um pecador que se converte do que com noventa e nove justos que não precisam de penitência.
Foi em Jesus que Deus emergiu fraco e sem defesa, mas afirmando a liberdade das pessoas. Deus é amor. E todo amor verdadeiro vive da liberdade e da gratuidade. Cristo é o Deus que ama sem pedir algo em troca. Simplesmente ama.
A entrega total é seu ato mais sublime de amor. “Tenho sede”, disse Jesus na cruz. Mas sua sede não era de água, e sim de amor. Por isso, somos convidados, na liberdade, a saciar esta sede. Teresinha de Lisieux descobriu: “como poderia eu demonstrar o meu amor, na medida em que o amor se manifesta em atos? (...) Viver algum sacrifício, praticar gesto de delicadeza, pronunciar palavras de carinho... fazer as menores coisas por amor... Cantarei sempre, mesmo que as rosas tenham que ser cultivadas em meio aos espinhos. Quanto maiores e mais afiados forem os espinhos, mais doce será o meu canto”. Um coração capaz disso entende melhor o próprio Jesus.

http://www.proseandoscj.blogspot.com.br/


Coragem, Deus ama você!

     Você já parou para pensar sobre o amor maravilhoso de Deus por você? Toda a Bíblia, segundo Santo Agostinho, é a história apaixonada de Deus por cada um de nós! Este amor continua fluindo de coração a coração, e produz o seu efeito onde é acolhido com alegria e confiança. Quantas vezes você já se sentiu sozinho e não se deu conta da presença amorosa de Deus. Quantas crises espirituais, emocionais e de relacionamento impediram você de estar em paz e feliz! E novamente pelo simples motivo de não perceber que Deus nunca se ausenta da nossa vida.
      Deus não esta em um lugar distante ou muito ocupado para consolar a nossa dor e enxugar as nossas lágrimas. Ele sempre esta pronto para nos socorrer “Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela.”(1Cor 10,13). Esta promessa é real. E é para você guardá-la com muito carinho no coração, e repeti-la ao seu problema, quantas vezes forem necessárias.
     Deus não ama você somente quando tudo esta bem em sua vida. Nestas horas tudo é bom, e também fácil. Ele ama você e esta ao seu lado em todas as situações, e principalmente, nos momentos do vale escuro ou do fundo de poço. É aí que somos tentados a gritar “onde esta  Deus”, “não acredito em mais nada”, “vou abandonar tudo”. Nestas horas fica a sensação de total impotência para reagir. E a coisa piora se também é acompanhada pelo mau exemplo de outros cristãos.
     Uma dos primeiros passos para crescer no amor de Deus é aprender a manter a disciplina da oração amiga. Por que oração amiga? Se alguém reza por obrigação, mais cedo ou mais tarde abandona a oração ou a transforma em uma rotina. A oração tem que ser prazerosa,  e isso somente acontece se for um encontro de amigos. Reze como você sabe e quando puder, mas reze todos os dias.
     Se a sua crise for por causa de algum erro pessoal, não se acuse. Reaja com a fé. Reconheça a sua falha, arrependa-se. Se alguém foi prejudicado, repare o mal. E por fim faça uma boa confissão. Nunca tente fazer a mentira se transformar em verdade. Também não tente justificar o seu erro culpando os outros. Deus é a verdade, e será a sua força se você for capaz também de viver a verdade.
     Tenha sempre alguns versículos bíblicos na mente, e repita-os nas horas mais difíceis. Não tenha medo de passar por crises ou problemas. Os heróis da Bíblia e os santos também os enfrentaram. Mesmo com o coração partido, com lágrimas nos olhos, os pés vacilantes, mantenha o olhar fixo em Jesus. Dois meios são muito fortes: a missa e a visita ao Santíssimo Sacramento.
Se estas palavras fizeram bem a você indique para um amigo. Lembre-se sempre, você é muito importante para Deus, e também para mim!


Fonte:   http://blog.pa7.com/

Papa: quando "voam pratos”, o mais importante é tentar fazer as pazes o mais rápido possível

24/01/14

"Humilhar-se, e sempre criar pontes, sempre. Sempre. E isso é ser cristão. Não é fácil. Jesus conseguiu: se humilhou até o fim, nos mostrou o caminho"


Papa Francisco afirmou hoje, em sua homilia na Casa Santa Marta, que quem não estabelece pontes com seus adversários permanece isolado na amargura do ressentimento.

Assim como na missa do dia anterior, no centro da reflexão do Papa esteve o confronto entre o Rei Saul e Davi. A um certo ponto, Davi tem a possibilidade de matar o Rei, mas escolhe “outra estrada”: a estrada da aproximação, do esclarecimento, da explicação. Enfim, o caminho do diálogo para fazer as pazes:

"Para dialogar, é preciso calma, sem gritar. É necessário pensar também que a outra pessoa tem algo a mais em relação a mim, e Davi pensava isso: ‘Ele é o ungido do Senhor, é mais importante do que eu’. A humildade, a tranquilidade… Para dialogar, é preciso fazer o que pedimos hoje na oração, no início da Missa: fazer-se tudo a todos. Humildade, tranquilidade, fazer-se tudo a todos e também – mas isso não está escrito na Bíblia – todos sabemos que para fazer essas coisas é preciso engolir muitos sapos. Mas é preciso fazê-lo, porque a paz se faz assim: com humildade, a humilhação, buscando sempre ver no outro a imagem de Deus."

“Dialogar é difícil”, reconheceu o Papa. Mas pior do que tentar construir uma ponte com o adversário é deixar crescer no coração o rancor por ele. Agindo desta maneira, afirmou o Pontífice, permanecemos “isolados na amargura do nosso ressentimento”. Um cristão, ao invés, tem Davi como modelo, que vence o ódio com “um ato de humildade”:

"Humilhar-se, e sempre criar pontes, sempre. Sempre. E isso é ser cristão. Não é fácil. Jesus conseguiu: se humilhou até o fim, nos mostrou o caminho. E é necessário que não passe muito tempo: quando existir um problema, depois que a tempestade passar, o mais rápido possível, na primeira oportunidade deve-se recorrer ao diálogo, porque o tempo aumenta o muro, assim como aumenta a erva daninha que impede o crescimento do trigo. E quando os muros crescem, a reconciliação se torna mais difícil: é muito difícil!"

Não é um problema se “algumas vezes voam pratos” – “na família, nas comunidades, nos bairros” – repetiu Francisco. O importante é “tentar fazer as pazes o mais rápido possível”, com uma palavra, um gesto. Uma ponte mais do que um muro, como aquele que por tantos anos dividiu Berlim. Porque “também no nosso coração podemos ter um Muro de Berlim com os outros”:

Eu tenho medo desses muros, desses muros que crescem a cada dia e favorecem os ressentimentos. Inclusive o ódio. Pensemos neste jovem Davi: poderia perfeitamente ter se vingado, expulsado o rei, mas ele escolheu o caminho do diálogo, com humildade, bondade e doçura. Hoje, peçamos a São Francisco de Sales, Doutor da doçura, que nos dê a todos a graça de fazer pontes com os outros, jamais muros.

(Rádio Vaticano)

24/01 Nossa Senhora da Paz

O título de Senhora da Paz surgiu no final do século XI, na cidade de Toledo, Espanha. Mas a história dessa data começou no século VII, com a consagração da Catedral de Toledo à Santíssima Virgem. 

Segundo a antiga tradição diz que isto se deve à Santo Ildefonso. Fervoroso devoto mariano. Seus pais pediram à intercessão da Virgem Maria, para que Deus os abençoassem com um filho. Ele foi eleito bispo de Toledo e unificou a liturgia da Espanha. Escreveu muitas obras e tratados importantes, especialmente sobre a Virgem Maria o que lhe valeu o título de: "o capelão e fiel notário da Virgem". Participou do X Concílio de Toledo, onde se estabeleceu e fixou a festa de Nossa Senhora da Esperança, oito dias antes da Natividade de Jesus. 

Essa tradição narra que, numa noite da véspera dessa celebração, já bispo de Toledo, Santo Ildefonso teve uma visão da Virgem Maria, na Catedral. Ele viu a Mãe de Deus, descida do céu, sentada no seu trono episcopal. Ouviu sua doce voz chamar o seu nome. Ele se aproximou e ajoelhado aos seus pés recebeu um rico paramento em agradecimento à devoção que o fiel servidor de Cristo lhe dedicava. Depois, suavemente desapareceu. 

Após a morte de Santo Ildefonso, foi decretada a comemoração da visão da Virgem Maria na Catedral de Toledo, um dia após a festa do Santo. Desde então no dia 24 de janeiro a cidade de Toledo passou a festejar a visita da Virgem Santíssima na Catedral. A partir de 1085 a celebração mudou para Nossa Senhora da Paz como acontece até hoje. 

Nesse ano, o rei Afonso IV, reconquistou dos árabes muçulmanos a cidade de Toledo. O rei assinou o tratado de paz, mas os muçulmanos ficaram com a antiga Catedral dos cristãos já transformada em Mesquita, para seus cultos. Depois disso o rei foi para Castela, deixando em Toledo sua esposa, a rainha Constança e o bispo eleito. Quando souberam que a Catedral não seria devolvida, a rainha e o bispo lideraram a invasão dos súditos cristãos armados e expulsaram os infiéis. O rei foi avisado e voltou para Toledo disposto e castigar todos os que desrespeitaram sua decisão.

Os cristãos saíram em procissão pelas ruas, vestindo luto, implorando auxílio da Virgem Maria, para clemência do rei. A rainha, o bispo e os súditos que permaneceram na Catedral oravam de joelhos diante da imagem da Mãe de Deus para que a paz fosse alcançada e que a casa de Deus não voltasse a ser profanada. 

Os muçulmanos perceberam o perigo que seria manter seus cultos na antiga Catedral cristã e foram ao rei para pedir desculpas e devolve-la. Assim, ele perdoou a rainha, o bispo e todos os súditos. Os cristãos saíram novamente em procissão, vestidos de branco, rezando pela vida longa do casal real e agradecendo a intercessão da Virgem Maria. 

A Catedral foi restaurada no dia 24 de janeiro, com a realização das solenidades em honra da Santíssima Virgem, e pela paz restabelecida. Assim surgiu a devoção com o título de Nossa Senhora da Paz, celebrada nessa data. A festa foi integrada ao calendário litúrgico, em 1369 e a nova invocação mariana se propagou por toda Espanha. Nossa Senhora da Paz foi declarada Padroeira Perpétua da cidade de Ronda. Com o tempo a devoção se difundiu na América hispânica.

Fonte: Portal Paulinas 

24 de Janeiro - São Francisco de Sales

São Francisco de Sales
1567-1622
Fundou a Ordem da Visitação
Francisco de Sales, primogênito dos treze filhos dos Barões de Boisy, nasceu no castelo de Sales, na Sabóia, em 21 de agosto de 1567. A família devota de São Francisco de Assis, escolheu esse para ele, que posteriormente o assumiu como exemplo de vida. A mãe se ocupava pessoalmente da educação de seus filhos. Para cada um escolheu um preceptor. O de Francisco era o padre Deage, que o acompanhou até sua morte, inclusive em Paris, onde o jovem barão fez os estudos universitários no Colégio dos jesuítas. 

Francisco estudou retórica, filosofia e teologia que lhe permitiu ser depois o grande teólogo, pregador, polemista e diretor espiritual que caracterizaram seu trabalho apostólico. Por ser o herdeiro direto do nome e da tradição de sua família, recebeu também lições de esgrima, dança e equitação, para complementar sua já apurada formação. Mas se sentia chamado para servir inteiramente a Deus, por isso fez voto de castidade e se colocou sob a proteção da Virgem Maria. 

Aos 24 anos, Francisco, doutor em leis, voltou para junto da família, que já lhe havia escolhido uma jovem nobre e rica herdeira para noiva e conseguido um cargo de membro do Senado saboiano. Ao vê-lo recusar tudo, seu pai soube do seu desejo de ser sacerdote, através do tio, cônego da catedral de Genebra, com quem Francisco havia conversado antes. Nessa mesma ocasião faleceu o capelão da catedral de Chamberi, e, o cônego seu tio, imediatamente obteve do Papa a nomeação de seu sobrinho para esse posto. 
Só então seu pai, o Barão de Boisy, consentiu que seu primogênito se dedicasse inteiramente ao serviço de Deus. Sem poder prever que ele estava destinado a ser elevado à honra dos altares; e, muito mais, como Doutor da Igreja!

Durante os cinco primeiros anos de sua ordenação, o então padre Francisco, se ocupou com a evangelização do Chablais, cidade situada às margens do lago de Genebra, convertendo, com o risco da própria vida, os calvinistas. Para isso, divulgava folhetos nos quais refutava suas heresias, mediante as verdades católicas. Conseguindo reconduzir ao seio da verdadeira Igreja milhares de almas que seguiam o herege Calvino. O nome do padre Francisco começava a emergir como grande confessor e diretor espiritual. 

Em 1599, foi nomeado Bispo auxiliar de Genebra; e, três anos depois, assumiu a titularidade da diocese. Seu campo de ação aumentou muito. Assim, Dom Francisco de Sales fundou escolas, ensinou catecismo às crianças e adultos, dirigiu e conduziu à santidade grandes almas da nobreza, que desempenharam papel preponderante na reforma religiosa empreendida na época com madre Joana de Chantal, depois Santa, que se tornou sua co-fundadora da Ordem da Visitação, em 1610.

Todos queriam ouvir a palavra do Bispo, que era convidado a pregar em toda parte. Até a família real da Sabóia não resistia ao Bispo-Príncipe de Genebra, que era sempre convidado para pregar também na Corte. 

Publicou o livro que se tornaria imortal: "Introdução à vida devota". Francisco de Sales também escreveu para suas filhas da Visitação, o célebre "Tratado do Amor de Deus", onde desenvolveu o lema : "a medida de amar a Deus é amá-lo sem medida". Os contemporâneos do Bispo-Príncipe de Genebra não tinham dúvidas a respeito de sua santidade, dentre eles Santa Joana de Chantal e São Vicente de Paulo, dos quais foi diretor espiritual. 

Francisco de Sales faleceu no dia 28 de dezembro de 1622, em Lion, França. O culto ao Santo começou no próprio momento de sua morte. Ele é celebrado no dia 24 de janeiro porque neste dia, do ano de 1623, as suas relíquias mortais foram trasladadas para a sepultura definitiva em Anneci. Sua beatificação, em 1661, foi a primeira a ocorrer na basílica de São Pedro em Roma. Foi canonizado quatro anos depois. Pio IX declarou-o Doutor da Igreja e Pio XI proclamou-o o Padroeiro dos jornalistas e dos escritores católicos. Dom Bosco admirava tanto São Francisco de Sales que deu o nome de Congregação Salesiana à Obra que fundou para a educação dos jovens.

Outros santos e beatos:
Santo Artêmio (†396) — bispo de Sens, na França.
Santos Bábilas, Urbano, Predidiano e Epolônio — martirizados em 250. Bábilas, bispo, sucedeu a Santo Inácio na igreja de Antioquia; os outros três eram seus discípulos.
São Bertrando — abade beneditino do século VII, evangelizou o norte da França e a região de Flandres.
São Cadoc (ou Docus) — bispo martirizado em 580. Fundou o grande mosteiro de Llancarfan. Atuou em Gales, ajudando seus conterrâneos durante a invasão dos saxões.
Santo Exuperâncio — bispo de Cingoli (Ancona), no século V.
São Feliciano — bispo martirizado em 251. Foi bispo de Foligno durante 50 anos. Evangelizou toda a Úmbria; preso e conduzido a Roma para ser decapitado, morreu durante o trajeto.
São Guasacht — bispo de Granard, no século IV. Convertido por são Patrício, quando este era escravo de seu pai; ajudou o santo a evangelizar a Irlanda.
São Macedônio (†430) — eremita sírio, viveu alimentando-se exclusivamente de carne de urso; por isso foi denominado Kritophagos, isto é, “comedor de urso” .
Santos Mardônio, Musônio, Eugênio e Metelo — martirizados na Ásia Menor em época imprecisa.
São Surano (†580) — abade num mosteiro de Sora (Caserta). Prestou socorro aos que fugiam das invasões dos lombardos, que depois o mataram.
São Zama (†268) — bispo de Bolonha; seu diretor espiritual era o papa são Dionísio.

Fonte: Portal Paulinas 

Confie em Deus

“Não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis. A vida não é mais do que o alimento e o corpo não é mais que as vestes? Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas?”  (Mt 6,25-26)

Estas palavras parecem simples de mais e fora da realidade. A primeira vista, tem-se a impressão de que Jesus não valoriza a importância do estudo, trabalho…enfim, os esforços por uma condição de vida melhor. E na verdade, Ele usou um exemplo da natureza – as aves e flores –para mostrar como Deus cuida com amor da Sua criação. Deus provê água, luz e calor para sustentar tudo o que vive e respira.
Se Ele procede assim com as aves e flores, muito mais podemos espera nós, que somos criados a sua imagem e semelhança. Ele tem a provisão para as nossas necessidades materiais e físicas, e também para nossa mente, coração e alma.
Nós existimos para Deus. A nossa vida esta em seu coração. Se entendêssemos a grandeza e profundidade do seu amor por nós, não viveríamos longe Dele, e nem diminuiríamos o nosso fervor.
O que fazer?
Não se trata de algo fácil. O mundo, com todas as suas preocupações, tenta roubar a nossa fé e confiança na ajuda de Deus. No lugar coloca a sensação de medo
em relação ao futuro. E o resultado é nos tornar escravos das coisas e distantes de Deus.
Qual é a saída?
Primeiro passo: Mt 6,33
“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo.”
Significa priorizar Deus em nossa vida, de modo que nossos pensamentos estejam voltados para Sua vontade, e nossa vida reflita a confiança nos seus cuidados amorosos. A questão é: O que é realmente importante para nós: pessoas, metas, bens materiais, diversão, esporte…? Se não formos firmes em dar a Deus o primeiro lugar, qualquer outro interesse ocupa rapidamente o Seu lugar.
Segundo Passo: Mt 6,34
“Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado. ”

Planejar o futuro é importante e necessário. A dedicação ao estudo é fundamental. O empenho no trabalho é necessário. Lutar por uma condição de vida melhor não tem nada de errado. Nem Sempre é fácil estabelecer a diferença entre planejar e inquietar-se. Planejar significa traçar uma meta confiando na direção e cuidados de Deus. Inquietar-se é permitir que a ansiedade de conseguir coisas ou agradar pessoas, interfira em nosso relacionamento com Deus. A nossa parte é colocar o melhor de nós em tudo, a cada dia. Deus se encarregará dos resultados. Ele sabe o que estamos necessitando. Ele jamais nos desamparará.
Diante da vida somente existem dois caminhos:
- Confiar no poder e amor de Deus,
- Ou entregar-se as preocupações e ser infeliz.
Rezemos:
“Senhor Jesus, livra-me de preocupações desnecessárias
e ajuda-me a confiar no poder e amor do Pai.”
Amém

Fonte: http://blog.pa7.com/

Milagre é possível? EB (Parte 2)

Em resposta, podemos dizer que realmente um milagre nunca aconteceu nem acontecerá em tais circunstâncias, porque lhe faltaria a condição essencial do milagre, isto é, o contexto religioso de oração, humildade e confiança na Misericórdia de Deus. Se Deus realizasse um milagre nas circunstâncias enunciadas por Renan, faria um ato de prestidigitação, um show, e não uma obra religiosa ou um sinal-resposta como é o milagre; prestar-se-ia a satisfazer à curiosidade e ao orgulho dos homens que pretendessem impor a Deus as circunstâncias dentro das quais Ele deveria agir para merecer a fé das suas criaturas.
Uma dúvida
As explicações dadas deixam margem à seguinte interrogação: o milagre é tido como um sinal de Deus (…) Mas como saber que é efeito da Sabedoria Divina, quando poderia muito bem ser tido como produto das leis da natureza que ainda desconhecemos ?
Respondemos:
se o milagre não fosse devido a uma intervenção especial de Deus, mas, sim, às forças da natureza desconhecidas, essas forças deveriam agir em qualquer contexto, quer religioso, quer profano. Ora, os milagres ocorrem em contexto religioso, e não em contexto profano. E note-se bem: os milagres não são fatos esporádicos e raros; são fatos numerosos, bem peneirados e diagnosticados por peritos (veja-se o artigo seguinte deste mesmo fascículo). Se se tratasse de casos isolados e raros, poder-se-ia admitir coincidência entre o fato portentoso e o contexto religioso. Assim, no tocante a Lourdes registram-se numerosos fatos inexplicáveis pela ciência (…). Será admissível que somente em Lourdes ou em lugar onde se implora humildemente uma cura ou um sinal de Deus, as forças desconhecidas da natureza produzem seus efeitos portentosos? Se são simplesmente as leis da natureza que se exercem quando falamos de milagres, por que só se exercem em circunstâncias religiosas? – Aliás, é falso dizer que hoje em dia ocorrem menos milagres do que outrora; o que acontece é que outrora mais facilmente se acreditava ser milagre o que era um simples fenômeno parapsicológico ou fisiológico ou físico.
Ademais, é de notar que, para se poder falar de milagre, é necessário que o fenômeno portentoso seja instantâneo e cabal; não ocorra paulatina e progressivamente, como acontece nas curas obtidas por ação da própria natureza. A sugestão pode curar estados de ânimo perturbado ou moléstias psicogênicas; a cura geralmente é progressiva em tais casos. Ora, o milagre supõe doenças orgânicas, às vezes em fase terminal ou quase terminal (…), obtendo-se então a cura instantânea ou extraordinariamente rápida.
Além disso, observa-se que em grupos religiosos (ou não religiosos) não católicos ocorrem forte emoções, estados de ânimo entusiástico, que poderiam levar a curas milagrosas. Todavia, verifica-se que somente no Catolicismo se dão fenômenos portentosos em número relevante, devidamente examinados e diagnosticados por peritos não católicos. As forças desconhecidas da natureza só teriam o pode de atuar em ambiente católico? A resposta a esta pergunta é negativa; se somente as forças da natureza entrassem em jogo, quando se fala de milagres, deveria haver milagres solidamente comprovados em ambientes religiosos não católicos e em ambiente profanos. Ora, tal não se verifica – o que quer dizer que, quando se fala de milagre no Catolicismo, se supõe uma intervenção de Deus especial que move as forças da natureza para agirem de modo extraordinário aos olhos de quem acompanha o fenômeno.
Resta agora considerar outra objeção que alguns católicos fazem contra o valor do milagre.
CRER POR CAUSA DOS MILAGRES OU APESAR DOS MILAGRES?
Há católicos que se sentem embaraçados pela apresentação de milagres e afirmam crer que não por causa dos milagres, mas apesar dos milagres.
A propósito, deve-se afirmar que o cristão não crê em Cristo e na Igreja por causa dos milagres. Não há razões humanas cuja evidência obrigue o homem a crer; a fé será sempre uma adesão à Palavra de deus no claro-escuro ou na penumbra. É a resposta a Deus que chama a atenção e atrai, mas deixa a liberdade ao homem para que diga Sim ou Não ao Senhor.
Deve-se, porém, dizer que, se a fé é um ato da inteligência humana que responde à Verdade de Deus, ela não é um ato cego, mas um ato baseado sobre credenciais. Por isso, à atração interior de Deus que chama, se associam motivos extrínsecos ou critérios racionais que evidenciam a credibiligade da Palavra de Deus; entre esses critérios extrínsecos e racionais estão os milagres. Estes são fatos experimentais, que a inteligência humana examina com todo o seu a cume; quando ela verifica que são sinais de Deus inexplicáveis pelas forças da natureza, a inteligência humana os assume como credenciais das verdades da fé.
Diz o Concílio do Vaticano I :
“A fim de que o obséquio da nossa fé seja consentâneo com a nossa razão, quis Deus que, com os subsídios interiores ministrados pelo Espírito Santo, fossem dadas provas exteriores da Revelação, isto é, fatos divinos, em primeiro lugar os milagres e as profecias, que são certíssimos sinais da revelação divina” (Constituição Dei Filius, de 24/04/1870).
Por conseguinte, o cristão não crê por causa dos milagres, mas é ajudado por estes, visto que os milagres tornam razoável o ato de fé e assim também o tornam mais fácil.
Como sinal de Deus, o milagre é uma ajuda ao ato de fé …, ajuda em duplo sentido: 1) para o homem indiferente e distante de Deus, pode ser uma “sacudidela”, um empurrão que o leve a colocar o problema de Deus, da religião e da fé, pois lhe abre perspectivas que fogem à rotina dos acontecimentos; 2) para a  pessoa que já crê, o milagre pode ser um apoio em suas dúvidas e tentações.  Particularmente em nossos dias, quando a fé é atacada de vários modos e o cristão ressente os embates respectivos, o milagre é um sinal de que Deus está presente à história dos homens; o milagre é uma entrada de Deus no cotidiano dos homens, que lhes chama a atenção e aviva a convicção de que o amor de Deus não esquece os homens mesmo nos momentos de mais intenso silêncio.
Este artigo muito deve ao Editoral de La Civilità Cattolica, nº 3.443, 4/12/1993, pp. 425-438).

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Milagre é possível? EB (Parte 1)

é contestada hoje em dia em nome de correntes da ciência, da filosofia e até da Teologia, alegam que não conhecemos suficientemente as forças e as leis da natureza para poder dizer que determinado fenômeno supera as leis da natureza e só se explica pela intervenção de Deus.
Respondemos que o milagre não consiste essencialmente em ser portento absolutamente inexplicável pela ciência; mas, antes do mais, o milagre é um sinal de Deus para os homens, que Lhe pedem uma expressão de seu amor ou sua bondade. Para que haja tal sinal, basta que o fato seja totalmente inexplicável pela ciência contemporânea ao fenômeno e que se tenha produzido em contexto digno de Deus ou como resposta de Deus à prece humilde e confiante dos homens. Fora esse contexto religioso não se pode falar de milagre, haverá então um fenômeno paranormal ou coisa semelhante.
O cristão não crê necessariamente por causa de milagres, mas, sim, por uma atração íntima de Deus sobre o coração da criatura (cf. Jo 6,44); essa atração não tira a liberdade do homem. Por isto, a fim de que creia inteligentemente e não de maneira cega, o cristão é apoiado por credenciais das verdades da fé; entre essas credenciais está certamente o milagre… milagre que há de ser criteriosamente examinado e peneirado por peritos, a fim de que não se identifique um fenômeno parapsicológico ou meramente natural com uma intervenção significativa de Deus.
Em nossos dias verifica-se um certo ceticismo em relação aos milagres. As razões disso parecem ser duas:
1) a ciência, progredindo, tem mostrado que muitos fatos, outrora inexplicáveis, hoje são plenamente compreensíveis aos estudiosos (principalmente a psicologia e a parapsicologia têm contribuído para isso);
2) houve, e ainda há, no ser humano um gosto, consciente ou não consciente, pelo maravilhoso, de modo que facilmente se inventaram estórias portentosas e se admitem intervenções extraordinárias do além no curso ordinário da história. Daí as sérias reservas que muitos fazem no tocante aos milagres. Assim, por exemplo, um “biógrafo” de Jesus, chamado M. Cravieri, escreveu: “Não vem ao caso nem mesmo discutir a credibilidade dos milagres” (Un uomo chiamato Gesù), Teti, Milão 1993, p. 45). De antemão, os milagres são descartados como algo de lendário.
Ora, o Evangelho narra milagres de Jesus. E até hoje a Igreja, seguindo uma tradição ininterrupta, admite a possibilidade de milagre, a tal ponto que, para proceder à Beatificação e à Canonização de uma pessoa santa, a Igreja espera que Deus realize algum milagre por intercessão desse seu Servo ou dessa sua Serva (como se compreende, trata-se de milagres rigorosamente examinados por cientistas e teólogos).
Diante desta problemática, consideraremos a questão básica: pode haver milagre? As histórias maravilhosas que se narram, contêm algo mais do que lendas fantasiosas? Começaremos expondo.
O HISTÓRICO DA QUESTÃO
Até o século XVI pode-se dizer que era tranquila a aceitação de milagres como intervenções extraordinárias de Deus no curso da natureza. A partir do século XVI, porém, o racionalismo vem afirmando que o milagre é impossível e absurdo, pois seria contrário às leis da natureza, que o próprio Deus estabeleceu e que Ele não pode violar sem contradizer à sua Sabedoria.
Assim, Baruch Spinoza (+ 1677), judeu de mentalidade panteísta, dizia que as leis da natureza são decretos de Deus, emanados da necessidade e da perfeição da natureza divina. Qualquer violação dessas leis seria violação da natureza do próprio Deus – o que é absurdo (cf. Tractatus theologico-politicus, c. VI: De Miraculis). O que chamamos milagre, seria apenas algo que ultrapassa os nossos conhecimentos ou algo que julgamos ultrapassá-los. É a nossa ignorância que nos leva a falar de milagre.
Também Pierre Bayle (+ 1706), um dos mestres do racionalismo moderno, dizia que nada é mais digno da grandeza de Deus do que manter as leis que Ele instituiu, e nada é mais indigno do que crer que Ele intervém para derrogar a essas leis.
No século XVIII, semelhantes ideias foram propostas por David Hume (+ 1776) e François Voltaire (+ 1778). Este afirma que o milagre é uma derrogação das leis matemáticas divinas, imutáveis, eternas; por isso, o próprio conceito de milagre seria contraditório (dictionnairePhilosophique, vol. 6, verbete Miracles); por isso, crer em milagres seria dar prova de imbecilidade: “Imaginar que Deus faça milagres em favor dos homens – formigas e lama – é insultar a Deus. Donde crer em milagres é absurdo; equivale, de certo modo, a desonrar a Deus”.
No século XIX, a recusa de milagres tentava apoiar-se na ciência. Esta ensinava que o universo é um sistema fechado em si, ao qual nada de fora pode sobrevir. Por isso, tudo o que acontece no universo deve ter uma explicação natural. Se esta não é perceptível, confessemos que não conhecemos as infinitas possibilidade da natureza. O que hoje não é explicável, será elucidado no futuro. Ademais, o universo é regido pelo determinismo: “As condições necessárias para que se realize algum fenômeno são precisas e intocáveis. Negar este princípio eqüivale a negar a própria ciência” (Claude Bernard).
Daí dizer Ernest Renan: “Os milagres são coisas que nunca acontecem. Somente os crédulos simplórios os vêem; não se pode citar um único milagre realizado diante de testemunhas que o pudessem averiguar… Por isto, quem admite o sobrenatural, está fora do âmbito da ciência” (Vie de Jésus, Paris, Lévy, 1863).
No século XIX, ainda G. Séailles, apelando para o determinismo científico, afirmava que “por seus princípios e suas conclusões, a ciência elimina o milagre” (Les affirmations de la Science Moderne, Paris 1909, p. 32).
Aliás, os próprios estudiosos da Bíblia protestante, impregnada de racionalismo, puseram-se a negar os milagres. O mais famoso nesta linha foi Rudolf Bultmann (+ 1976): tinha os milagres na conta de mitos ou de expressões da mentalidade simplória e infantil dos antigos; seriam relatos totalmente incompreensíveis ao homem moderno: “Não se pode utilizar luz elétrica e os aparelhos de rádio e, ao mesmo tempo, crer no mundo dos espíritos e nos milagres do Novo Testamento. Quem julga que o pode, torna a mensagem cristã incompreensível e impossível para o nosso tempo” (L’interprétation du Nouveau Testament, Paris 1955, p. 143). – O milagre seria, pois, anticientífico e inconcebível. Se a S. Escritura os descreve, quer ela unicamente dizer-nos que Deus se revela ao homem. “Deus se revela dando perdão aos pecadores” (Zur Frage des Wunders, em Glauben und Versthehen, vol. I, Tubingen 1933, p. 221).
Enquanto a filosofia racionalista procurava remover o conceito de milagre, os pesquisadores da história das Religiões, a seu modo, contribuíram para esvaziar também eles a noção de milagre.
AS RELIGIÕES COMPARADAS
Os pesquisadores têm posto em relevo os relatos de curas maravilhosas obtidas nos santuários pagãos de antiguidade e querem assemelhar as narrações do Evangelho a tais relatos.
Assim, nos santuários gregos de Asclépio e Epidauro, quatro lápides do século IV a.C., referem oitenta portentos (geralmente curas), realizados durante a noite enquanto os devotos dormiam no santuário da Divindade: sonhavam com o deus Asclépio, que intervinha efetuando uma operação cirúrgica; depois de acordar, recebiam do deus-médico uma recomendação a seguir para manter a saúde. – Entre os muitos casos de “cura”, narra-se o de Aristágora: sofria de vermes nos intestinos; foi então passar a noite num templo de Asclépio e sonhou: Asclépio estava ausente, pois fora a Epidauro, mas os seus filhos, querendo curá-la, cortaram-lhe a cabeça; não conseguindo repor a cabeça da paciente no seu lugar, enviaram uma mensagem a Asclépio, pedindo-lhe que voltasse. Entrementes, fez-se dia, e o sacerdote de plantão viu a cabeça longe do busto de Aristágora. Na noite seguinte, porém, a paciente teve uma visão: parecia-lhe que Asclépio, tendo voltado de Epidauro, lhe recolocava a cabeça no lugar; depois disso, abriu o ventre de Aristágora e extraiu-lhe os vermes; costurou-lhe, a seguir, a barriga. Em consequência, Aristágora ficou curada (cf. E. de Places, La Religion Grecque, Paris 1969, p. 237).
A simploriedade desta e de outras narrativas de milagres atribuídos aos deuses pagãos, é aduzida pelos historiadores para desacreditar os milagres de Jesus Cristo.
Também se apontam os portentos atribuídos a filósofos taumaturgos da antigüidade, entre os quais Apolônio de Tiana, do século I d. C. A sua biografia foi redigida por Filostrato, em 271 aproximadamente; o biógrafo refere cerca de cinte milagres de Apolônio: ressurreição de um morto, cura de um homem vítima de obsessão; cessação de peste em Éfeso, sendo que Apolônio revelou o demônio que causava amoléstia e o mandou apedrejar; o corpo do maligno ter-se-á elevado dois côvados acima do solo. Apolônio transferiu-se instantemente de Esmirra para Éfeso, encontrando o mar muito calmo, apesar da estação turbulenta; o taumaturgo denunciou uma espécie de vampiro feminino chamado Empusa e acalmou um sátiro (outra espécie de mau espírito) apaixonado; conseguiu romper a corrente que prendia uma de suas pernas no cárcere e fez que as portas de um templo se abrissem para deixá-lo passar. – Ora, M. Craveri julga que tais milagres de Apolônio de Tiana se assemelham extraordinariamente aos de Jesus (cf. Un uomo chiamato Gesù, p. 46); tal conclusão é evidentemente forçada, visto que os milagres de Jesus no Evangelho são narrados com sobriedade, evitando-se expressões e cenas fantasiosas.
CATÓLICOS OBJETAM CONTRA OS MILAGRES
Não somente os racionalistas, mas também estudiosos católicos fazem reservas aos milagres e, se não os negam frontalmente, preferem ignorá-los. Apóiam-se principalmente nos resultados da ciência contemporânea. Precisamente a ciência em nossos dias reconhece que lhe escapam as leis da natureza; estas estão sempre sujeitas a revisão e reformulação; como então se pode dizer que acontecem fatos não conformes às leis da natureza ou milagrosos? A ciência tem por tendência fundamental procurar a explicação natural dos fatos extraordinários, tornando ordinário o extraordinário. Por conseguinte, a ciência não reconhece o milagre como superação das leis da natureza (tão obscuramente conhecida pelos pesquisadores).
Também em nome da fé, há católicos que recusam os milagres, tidos como intervenções no curso natural das coisas. Perguntam: se Deus age arbitrariamente usando o seu poder, que é feito da liberdade e da responsabilidade do homem? E, se Deus assim procede por bondade, por que não o faz sempre? O maravilhoso é sempre uma exceção… e uma exceção decorrente dos caprichos de Deus, tira ao homem o domínio do mundo, que os cientistas procuram adquiri mediante o seu estudo. A autêntica ação divina no mundo deveria confirmar e aperfeiçoar a natureza, nunca a suspender.
Em suma, dizem: caso se possa constatar algum fato portentoso, há de ser considerado manifestação de forças naturais ainda não conhecidas e dominadas pelo homem. O número de milagres tem diminuído com o progresso das ciências e tende a extinguir-se.
A RESPOSTA DA TEOLOGIA CATÓLICA
Distinguiremos três pontos:
O milagre-sinal
A Teologia Católica reconhece que não penetramos a fundo a natureza e suas leis para poder dizer que tal ou tal fato viola peremptoriamente as leis da natureza. Todavia, é de notar que o essencial do milagre não é superar as leis da natureza; não é oferecer um show da Onipotência Divina, embora este aspecto seja o que mais ocorre ao público quando se fala de milagre. O essencial do milagre é, antes, ser um sinal…, um sinal eloqüente de Deus aos homens.
Para tanto, basta que o fato tido como portentoso seja inexplicável aos homens no momento em que ocorre (a questão de saber se, decênios mais tarde, será explicável não vem ao caso). É necessário, porém, que o fato portentoso ocorra em contexto religioso, como resposta de Deus a uma prece humilde e fervorosa; o milagre assim entendido é um acontecimento que Deus utiliza para evidenciar aos homens e sua presença e a sua ação providencial.
Assim, pode-se dizer que no milagre Deus não intervém necessariamente para derrogar às lei da natureza (embora Ele o possa, já que Ele é o Senhor da natureza, infinitamente sábio, santo e poderoso), mas para fazê-la servir a um desígnio de Deus salvífico mais amplo e profundo ou para fazer da natureza um instrumento de efusão mais densa da sua graça. A fé cristã ensina que no fim dos tempos o Reino de Deus consumado implicará a remoção de toda imperfeição física ou moral existente nas criaturas. Pois bem: o milagre há de ser considerado nesta perspectiva; é uma antecipação da ordem final ou da restauração plena da natureza ferida pelo pecado (o milagre geralmente é uma cura, é a solução esplêndida de um problema, é o término imprevisto de uma aflição…) Desta maneira – repita-se – o milagre é sempre um sinal, um sinal religioso que prefigura a plenitude do Reino de Deus iniciado por Cristo aqui na Terra.
Tal é a razão pela qual o autêntico milagre só pode ocorrer em contexto religioso. Caso este venha a falar, tem-se um fato anormal, talvez inexplicável pela parapsicologia. Observemos: tal contexto religioso deve ser digno de Deus, ou seja, isento de charlatanismo, vaidade, imoralidade, ilusiosionismo… Nunca será considerado milagre um fato que dê lucro financeiro ao taumaturgo ou sirva para alimentar o orgulho do mesmo ou satisfazer à sensualidade; também não é milagre o que ocorre para satisfazer à curiosidade dos espectadores, pois Jesus recusou agir em resposta aos fariseus mal intencionados que queriam um sinal do céu (cf. Mt 16,1-4).
A falsa concepção de Renan
Na base das afirmações até aqui apresentadas, verifica-se quão despropositadas são as páginas de Renan, na sua Vie de Jésus (1863, pp. L-LIII), em que formula as condições para que haja milagre. Diz o seguinte:
“Nenhum milagre jamais ocorreu perante um grupo de homens capazes de averiguar a índole milagrosa do fato… Por conseguinte, não é em nome desta ou daquela filosofia, mas em nome de uma constante experiência, que nós banimos da história o milagre. Nós não dizemos: “O milagre é impossível”, mas dizemos: “O milagre é algo jamais everiguado até hoje”.
Para que se possa falar de milagre, Renan põe as seguintes condições:
“Se amanhã aparecesse um taumaturgo com credenciais sérias e declarasse que ele poderia ressuscitar um morto, que se deveria fazer ? Nomear-se-ia uma comissão de fisiólogos, físicos, químicos, e pessoas peritas em crítica histórica. Essa comissão escolheria um cadáver, averiguaria estar realmente morto; designaria a sala em que se deveria fazer a experiência, determinaria o conjunto deprecauções a tomar para não deixar lugar a dúvida alguma. Se em tais condições ocorresse a ressurreição, ter-se-ia uma probabilidade quase equivalente à certeza.  Todavia, já que toda experiência deve poder repetir-se e visto que, em se tratando de milagre, não existem as categorias de fácil ou difícil, o taumaturgo deveria ser convidado a repetir o seu gesto maravilhoso. Se, em todas as tentativas de repetição, o milagre ocorresse, estariam comprovadas duas coisas:
1) no mundo acontecem fatos sobrenaturais;
2) o poder de os produzir é conferido a certas pessoas. Mas quem não vê que jamais um milagre aconteceu em tais condições?”
Revista : “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 383 – Ano : 1994 – p. 146

Fonte: http://cleofas.com.br/

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...