7 de dez. de 2013

A defesa da dignidade humana em primeiro lugar, afirma Francisco

2013-12-07Città del Vaticano (RV) 

 Papa Francisco recebeu, no final da manhã deste sábado, na Sala Clementina do Vaticano, uma delegação de cerca de 200 pessoas do Instituto “Dignitatis Humanae”, acompanhados pelo Cardeal Renato Raffaele Martino, que lhe fez uma saudação, em nome dos presentes.
Em seu pronunciamento, o Bispo de Roma destacou o objetivo do Instituto: “Promover a dignidade humana com base na verdade fundamental de que o homem é criado à imagem e semelhança de Deus. Logo, uma dignidade original e insuprível de cada homem e mulher, que não pode ser submetida a nenhum poder ou ideologia”.
Neste sentido, o Pontífice frisou que “na nossa época, tão rica de conquistas e esperanças, não faltam poderes e forças que acabam produzindo uma “cultura do descartável”, que tende a se tornar mentalidade comum”. E o Papa acrescentou:
“As vítimas de tal cultura são os seres humanos mais fracos e frágeis – os nascituros, os pobres, os idosos doentes, os portadores de deficiência – que correm o risco de ser excluídos e expulsos de uma engrenagem que deveria ser eficiente a todo custo. Este falso modelo de homem e de sociedade prega um ateísmo prático, que nega a Palavra de Deus: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança’.”
O Papa exortou os presentes, dizendo que “a Doutrina Social da Igreja, com a sua visão integral do homem, como ser pessoal e social, deve ser a bússola de todos. Tal Doutrina contém o fruto, particularmente significativo, do longo caminho do Povo de Deus na história moderna e contemporânea; contém a defesa da liberdade religiosa, da vida em todas as suas fases, do direito ao trabalho decente, da família, da educação. E o Pontífice concluiu:
“Sejam bem vindas todas aquelas iniciativas como a de vocês, que tendem a ajudar as pessoas, as comunidades e as instituições a redescobrir o alcance ético e social do princípio da dignidade humana, raiz da liberdade e da justiça”.
Mas, para que isso se torne realidade, explicou o Papa, é preciso uma obra de sensibilização e de formação, para que os fiéis leigos, especialmente os que trabalham em campo político, saibam agir, segundo o Evangelho e a Doutrina Social da Igreja; porém, o façam com coerência, dialogando e colaborando com aqueles que, com sinceridade e honestidade intelectual, compartilham pelo menos da visão do homem e da sociedade, com suas consequências éticas. (MT)



Mensagem para o Dia Mundial do Enfermo: encorajamento aos doentes e aos seus assistentes

2013-12-07Città del Vaticano (RV) 

 Foi publicada, neste sábado, a Mensagem do Papa Francisco para o XXII Dia Mundial do Enfermo, que se celebra no dia 11 de fevereiro de 2014, festa de Nossa Senhora de Lurdes.
Partindo do tema central do Dia Mundial do Enfermo “Fé e caridade: também nós devemos dar a vida pelos irmãos”, o Santo Padre se dirige, de modo particular, às pessoas doentes e a todos aqueles que lhes prestam assistência e cuidados.
A eles o Papa diz: “A Igreja reconhece em vocês, queridos doentes, uma especial presença de Cristo sofredor. O sofrimento de Jesus acompanha o nosso sofrimento; ele carrega conosco o seu peso e revela o seu sentido. Quando o Filho de Deus assumiu a Cruz, destruiu a solidão do sofrimento e iluminou a sua obscuridade”.
“Desta forma, continua a Mensagem, encontramo-nos diante do mistério do amor de Deus por nós, que nos infunde esperança e coragem: esperança, porque no desígnio do amor de Deus, também a obscuridade da dor se abre à luz pascal; coragem, para que possamos enfrentar toda adversidade em sua companhia, unidos a Ele”.
O Filho de Deus feito Homem não eliminou a doença e o sofrimento da experiência humana. Pelo contrário, as assumiu, as transformou e as redimensionou. Quando nos aproximamos com ternura daqueles que precisam de cuidados, levamos a esperança e o sorriso de Deus. Quando a dedicação generosa aos outros se torna estilo próprio das nossas ações, abrimos alas ao Coração de Cristo e contribuímos para o Reino de Deus.
Para crescer na ternura e na caridade respeitosa e delicada, afirma o Santo Padre, precisamos de um modelo cristão, ao qual dirigir o nosso olhar: é a Mãe de Jesus e nossa Mãe, sempre atenta à voz de Deus e às necessidades e dificuldades dos seus filhos.
Maria, impelida pela misericórdia divina, vai ajudar a sua prima Isabel; intercede, junto ao seu Filho, nas Núpcias de Cana; carrega consigo as palavras do velho Simeão que “uma espada iria transpassar o seu coração”; permanece, com coragem, aos pés da Cruz de Jesus. Ela é a Mãe de todos os doentes e sofredores!
Quem está aos pés da Cruz, como Maria, aprende a amar como Jesus. A Cruz de Cristo nos convida a nos deixar contagiar pelo seu amor, nos ensina a olhar sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo quem sofre e precisa de ajuda.
Por isso, o Santo Padre confia o próximo Dia Mundial do Enfermo à intercessão de Maria, para que ajude os enfermos a viver o seu sofrimento em comunhão com Jesus; ajude aqueles que lhes prestam assistência, os agentes da saúde e os voluntários. (MT)

Papa encoraja leigos a estar presentes na rede internet para encontrar os homens feridos e desorientados e dar-lhes a esperança cristã

2013-12-07 

Com o Concílio Vaticano “soou a hora dos leigos”: a expressão é de João Paulo II, mas foi hoje recordada pelo Papa Francisco, ao receber os 80 participantes na assembleia plenária do Conselho Pontifício para os Leigos, que decorreu nos últimos dias em Roma.
O Santo Padre congratulou-se com diversas iniciativas recentes deste Dicastério da Cúria Romana, nomeadamente o Congresso Pan-africano de Setembro do ano passado sobre a formação do laicado em África, e também o Seminário de Estudo por ocasião dos 25 anos da Encíclica “Mulieris dignitatem”, de João Paulo II. Não faltou uma alusão e um agradecimento pela Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro – “uma verdadeira festa da fé”, que (disse) “pôs em evidência a dimensão missionária da vida cristã, a exigência de sair ao encontro dos que esperam a água viva do Evangelho, ao encontro dos mais pobres e excluídos”.
Detendo-se especificamente sobre o tema desta plenária – “Anunciar Cristo na era digital”, o Santo Padre fez notar que se trata-se de um campo privilegiado para a ação dos jovens e reconheceu que Internet, realidade complexa e em contínua evolução, relança a “questão sempre actual da relação entre fé e cultura”. Como aconteceu nos primeiros séculos, no confronto com a cultura grega, quando os autores cristãos, sem ceder a um compromisso com algumas ideias em contraste com a fé, aceitaram o confronto, sabendo “reconhecer e assimilar os conceitos mais elevados, transformando-os a partir de dentro à luz da Palavra de Deus”.
Conscientes das oportunidades e dos perigos da “rede” digital, sabendo que aí se encontram “moedas falsas, ilusões perigosas e armadilhas que há que evitar”, o Papa encorajou um uso positivo dos novos meios de comunicação:
“é indispensável estar presente, sempre com estilo evangélico, naquilo que para tantos, especialmente jovens, se tornou numa espécie de ambiente de vida, para despertar as perguntas irreprimíveis do coração sobre o sentido da existência e indicando o caminho que leva àquele que é a resposta… o Senhor Jesus”.
Para tal, “não basta adquirir competências tecnológicas, por muito importantes que sejam”.
“Trata-se antes de mais de encontrar homens e mulheres reais, muitas vezes feridos ou desorientados, para lhes oferecer autênticas razões de esperança”

Fonte: http://www.news.va

07 de Dezembro - Santo Ambrósio

Santo Ambrósio
Século IV


Conselheiro e pai espiritual de três imperadores romanos, Graciano, Valentiniano II e Teodósio I, Ambrósio é o símbolo da Igreja nascente, após os sofridos anos de perseguições e vida escondida. Foi graças à sua atuação que a Igreja de Roma conseguiu tratar com o poder público sem servilismo.

Tanto que Ambrósio chegou a repreender asperamente o imperador Teodósio I, obrigando-o a fazer uma penitência pública por ter massacrado a população da Tessalônica para conter uma revolta. A sua figura representa o ideal de bispo pastor, que se deve impor como símbolo de liberdade e de pacificação para o Povo de Deus.

Nasceu em Trèves, atual Alemanha, por volta do ano 339. Era de família cristã: seu pai era alto funcionário do Império Romano, governador de uma província do outro lado dos Alpes, no norte da Itália. Quando o pai morreu, a família foi para Roma, onde Ambrosio estudou direito, retórica e iniciou sua carreira jurídica.

Certa vez, estava em Milão quando o bispo morreu. Bom jurista e funcionário imperial, procurou evitar um conflito nas novas eleições eclesiásticas com um discurso firme e muito sensato. Foi tão sereno e equilibrado que, ao final, a assembléia o aclamou o novo bispo de Milão. Muito surpreso, recusou, dizendo que essa não era a sua intenção, até porque era um pecador, e não era ainda batizado, ainda se preparava para esse sacramento. Mas não adiantou. Logo foi batizado e consagrado.

Desde então, dedicou-se com afinco ao estudo das Sagradas Escrituras. Não era intelectual, mas suas obras litúrgicas, comentários sobre as Escrituras e tratados ascético-morais o fizeram especialista da doutrina cristã e da arte de administrar a comunidade cristã a ele confiada.

A marca do seu apostolado foi impressa pela importância que deu aos valores da virgindade de Maria e dos mártires de Cristo. Considerado o pai da liturgia ambrosiana, recebeu com mérito o título de doutor da Igreja.

Os livros de sua autoria que chegaram até nós são, quase todos, a reprodução de suas pregações e sermões. Agostinho, convertido por ele e um dos seus ouvintes freqüentes, conta que o prestígio dos sermões do bispo Ambrósio de Milão era enorme, graças ao eficaz tom de voz e sua eloqüência com a escolha das palavras. Por isso foi chamado de "o apóstolo da amizade".

Morreu em Milão, em 4 de abril de 397, uma Sexta-Feira Santa. Santo Ambrósio é venerado no dia 7 de dezembro, data em que, no ano 374, foi aclamado pela população bispo de Milão.

Saber esperar




Contaram-me, há tempos, um episódio que pode ilustrar este tempo de Advento, de espera ou de preparação.
Numa aldeia indígena, algures em África, um missionário pediu à população local que o ajudasse a transportar um carregamento de material até ao cimo da montanha. Com o fardo às costas, partiram todos cheios de entusiasmo. A meia encosta o pessoal parou, pousou o material no chão e sentou-se. O missionário esforçou-se para os pôr outra vez em marcha mas foi em vão:
- Porque parastes? Estais cansados?
- Não.
- Quereis comer ou beber?
- Não.
- Quereis uma gratificação maior? A carga é muito pesada? Quereis voltar para trás? Então o que é que se passa?
Após um silêncio geral, um dos indígenas explicou:
- É que nós viemos depressa demais. A nossa alma ficou para trás. Ficaremos à espera que ela chegue.
Às vezes parece que somos um corpo sem alma. Sentimo-nos vazios ou a dormir. É preciso aguardar que o espírito nos encha, que a alma nos desperte para continuarmos a caminhar. Eis que Cristo está à porta e bate. Estaremos cheios por dentro?
Vivemos numa azáfama contínua. É preciso parar e zelar pela nossa interioridade. Afinal Cristo é a alma da nossa vida, só Ele nos pode encher por dentro.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

Personagens do Advento

Isaías: figura de espera pela Salvação
· João Batista: figura de preparação 
· Maria: Virgem da esperança e Mãe do Salvador
1.-A FIGURA DA ESPERA: ISAÍAS
A escolha das leituras do Advento tem nos colocado em frequente contato com Isaías. 
Convém refletir um pouco sobre sua personalidade. Os textos evangélicos não dizem nada da personalidade do profeta Isaías, mas o citam. Podemos até mesmo dizer que, frequentemente, pode-se advinhá-lo presente no pensamento e até nas palavras de Cristo.
É o profeta por excelência do tempo da espera; está espantosamente perto, é entre os nossos, de hoje. Está presente por seu desejo de libertação, desejo do absoluto de Deus; o é na lógica bravura de toda sua vida que é luta e combate; o é até em sua arte literária, na qual nosso século volta a encontrar seu gosto pela imagem desnuda mas forte até a crueza.
É um desses violentos aos quais o Reino é prometido por Cristo.
Tudo deve ceder perante este visionário, emocionado pelo esplendor futuro do Reino de Deus inaugurado com a vinda de um Príncipe de paz e justiça. Encontramos em Isaías esse poder tranqüilo e inquebrantable do que está possuído pelo Espírito que anuncia, sem outra alternativa e como que pesando as coisas que diz o Senhor.
O profeta não é conhecido por outra coisa além de suas obras, mas estas são tão características que através delas podemos adivinhar e amar sua pessoa. Surpreendente proximidade desta grande figura do século VIII antes de Cristo, que sentimos no meio de nós, cotidianamente, dominando-nos desde sua altura espiritual.
Isaías viveu em uma época de esplendor e prosperidade. Rara vez os reinos de Judá e Samaria haviam conhecido tal otimismo e sua posição política lhes permite sonhos ambiciosos. Sua religiosidade atribui a Deus a fortuna política e a religião espera dele novos sucessos. Em meio deste frágil paraíso, Isaías vai erguer-se valorosamente e cumprir sua missao: mostrar a seu povo a ruína que o espera por sua negligência.Pertencente sem dúvida à aristocracia de Jerusalém, alimentado pela literatura de seus predecessores, principalmente Amós e Oséias, Isaías prevê como eles, inspirado por seu Deus, o que será a história de seu país. Superando a situação presente na qual se misturam covardias e compromissos, vê o castigo futuro que direcionará os caminhos tortuosos.Lodts escreve dos profetas: "Achando até mesmo reclamar uma volta atrás, exigiam um salto adiante. Estes reacionários eram, ao mesmo tempo, revolucionários". Assim as coisas, Isaías foi arrebatado pelo Senhor "no ano da morte do rei Ozias", por volta do ano 740, quando estava no templo, com os lábios purificados por uma brasa trazida por um serafim (Is 6, 113). A partir deste momento, Isaías já não se pertence. Não porque seja um simples instrumento passivo nas mãos de Yahvé; ao contrário, todo seu dinamismo vai ser colocado a serviço de seu Deus, convertendo-se em seu mensageiro. Mensageiro terrível que anuncia o despojo de Israel ao que só lhe restará um pequeno sopro de vida. O início da obra de Isaías, que originará a lenda do boi e do asno no presépio, marcam seu pensamento e seu papel. Yahvé é todo para Israel, mas Israel, mais estúpido que o boi que conhece seu dono, ignora seu Deus (Is 1, 2-3).
A Donzela dará à luz
Mas Isaías não se isolará no papel de pregador moralizante. E assim se torna para sempre o grande anunciador da Parusia, da vinda de Yahvé. Assim com Amós tinha se levantado contra a sede de dominação que avivava a brilhante situação de Judá e Samaria no século VIII, Isaías prediz os cataclismas que se desencadearão no dia de Yahvé (Is 2, 1-17). Esse dia será para Israel o dia do juízo. 
Para Isaías, como mais tarde para São Paulo e São João, a vinda do Senhor traz consigo o triunfo da justiça. Por outro lado, os capítulos 7 al 11 vão nos descrever o Príncipe que governará na paz e na justiça (ls 7, 10-17).
É fundamental familiarizar-se com o duplo sentido do texto. Áquele que não entrar na realidade ambivalente que este comunica, será totalmente impossível compreender a Escritura, inclusive certas passagens do Evangelho, e viver plenamente a liturgia.
Com efeito, no evangelho do primeiro domingo de Advento sobre o fim do mundo e a Parusia, os dois significados do Advento deixam constância desse fenômeno propriamente bíblico no qual uma dupla realidade se significa por um mesmo e único acontecimento. O reino de Judá vai passar pela devastação e a ruína. 
O nascimento de Emanuel, "Deus conosco", reconfortará um reino dividido pelo cisma de dez tribos. O anúncio deste nascimento promete, pois, aos contemporâneos de Isaías e aos ouvinte de seu oráculo, a sobrevivência do reino, apesar do cisma e da devastação. Príncipe e profeta, esse menino salvará por si mesmo seu país.
A Idade de Ouro
Mas, por outro lado, a apresentação literária do oráculo e o modo como Isaías insiste no caráter libertador deste menino, cujo nascimento e juventude são dramáticos, fazem pressentir que o profeta vê neste menino a salvação do mundo. Isaías destaca em suas profecias ulteriores os traços característicos do Messias. Aqui se contenta em indicá-los e reserva para mais tarde tratá-los um a um e modelá-los. O profeta descreve deste modo a este rei justo: (Is. 11, 1-9).
Ezequias vai subir ao trono e este poema é escrito para ele. Mas, como um homem frágil pode reunir em si tão eminentes qualidades? Não vislumbra Isaías o Messias através de Ezequias? 
A Igreja o entende assim e lê esta passagem, sobre a chegada do justo, no segundo domingo de Advento. No capítulo segundo de sua obra, vimos Isaías anunciando uma Parusia que ao mesmo tempo será um juízo. No capítulo 13, descreve a queda da Babilônia tomada por Ciro. E novamente, nos convida a superar este acontecimento histórico para ver a vinda de Yahvé em seu "dia". A descrição dos cataclismas que se produzirão será tomada por Joel e voltaremos a encontrá-las no Apocalipse (Is 13, 9-ll). 
Esta vinda de Yahvé esmagará àquele que quis igualar-se a Deus. O Apocalipse de João recorrerá a imagens parecidas para descrever a derrota do diabo (cap. 14).
Nos maitines do 4.° domingo de Advento, voltamos a encontrá-lo no momento em que descreve o advento de Yahvé: "A terra abrasada se tornará fresca, e o país árido em manancial de águas" (35, 7). É reconhecido o tema da maldição da criação no Gênesis. Mas Yahvé volta para reconstruir o mundo. Ao mesmo tempo, Isaías profetiza a ação curativa de Jesus que anuncia o Reino: "Os cegos vêem, os coxos andam", sinal que João Batista toma deste poema de Isaías (35, 5-6).
Poderíamos sintetizar toda a obra do profeta reduzindo-a a dois objetivos:
· O primeiro, chegar à situação presente, histórica, e remediá-la lutando. 
· O segundo, descrever um futuro messiânico mais distante, uma restauração do mundo.
Assim vemos Isaías como um enviado de seu Deus a quem viu cara a cara. O profeta não cessa de falar dele em cada linha de sua obra. E, contudo, em suas descrições se distingue por mostrar como Yahvé é o Santo e, portanto, o impenetrável, o separado, Aquele que não se deixa conhecer. Ou, melhor, o conhecer por suas obras que, antes de mais nada, é a justiça. Para restabelecê-la, Yahvé intervém continuamente na marcha do mundo.
2.-A FIGURA DA PREPARAÇÃO: JOÃO BATISTA
Isaías está presente em João Batista, como João Batista está presente naquele a quem preparou o caminho e que dirá dele: "Não surgiu entre os nascidos de mulher outro maior que João Batista".
São Lucas nos conta com detalhe o anúncio do nascimento de João (Lc 1, 5-25).
Esta estranha entrada em cena de um ser que se tornará um dos mais importantees da realização dos planos divinos é muito do estilo do Antigo Testamento. Todos os seres vivos deviam ser destruídos pelo dilúvio, mas Noé e os seus foram salvos na arca. Isaac nasce de Sara, já em idade avançada para dar à luz. Davi, jovem e sem técnica de combate, derruba Golias.
Moisés, futuro guia do povo de Israel, é encontrado em uma cesta (designada em hebraico com a mesma palavra que arca) e salvo da morte. Desta maneira, Deus quer destacar que Ele mesmo toma a iniciativa da salvação de seu povo.
O anúncio do nascimento de João é solene. Realiza-se no marco litúrgico do templo. 
Desde a designação do nome do menino, "João", que significa "Yahvé é favorável", tudo é concreta preparação divina do instrumento que o Senhor elegeu.
Sua chegada não passará despercebida e muitos se alegrarão com seu nascimento (Lc 1, 14); abster-se-á de vinho e bebidas embriagantes, será um menino consagrado e, como prescreve o livro dos Números (6, 1), não beberá vinho nem licor fermentado. João já sinal de sua vocação de asceta. O Espírito habita nele desde o seio de sua mãe. A sua vocação de asceta une-se à guia de seu povo (Lc 1, 17).
Precederá o Messias, papel que Malaquias (3, 23) atribuia a Elias. Sua circuncisão, fato característica, mostra também a eleição divina: ninguém em sua parentela tem o nome de João (Lc 1, 61), mas o Senhor quer que seja chamado assim mudando os costumes. O Senhor é quem o escolheu, é ele quem dirige tudo e guia seu povo.
Benedictus Deus Israelei
O nascimento de João é motivo de um admirável poema que, por sua vez, é ação de graças e descrição do futuro papel do menino. A Igreja canta esta poema todos os dias no final das Laudes reavivando sua ação de graças pela salvação que Deus lhe deu e em reconhecimento porque João continua mostrando-lhe "o caminho da paz".
João Batista é sinal da irrupção de Deus em seu povo. O Senhor o visita, o livra, realiza a aliança que havia prometido. 
O papel do precursor é muito precioso: prepara os caminhos do Senhor (Is 40, 3), dá a seu povo o "conhecimento da salvação.Todo o afã especulativo e contemplativo de Israel é conhecer a salvação, as maravilhas do desígnio de Deus sobre seu povo. O conhecimento dessa salvação provoca nele a ação de graças, a benção, a proclamação dos benefícios de Deus que se expressa no "Bendito seja el Senhor, Deus de Israel".
Esta é a forma tradicional de oração de ação de graças que admira os desígnios de Deus. Com estes mesmos termos o servidor de Abraão bendiz a Yahvé (Gn 24, 26). Assim também se expressa Jetró, sogro de Moisés, reagindo ao admirável relato do que Yahvé havia feito para livrar Israel dos egípcios (Ex 18, 10). A salvação é a remissão dos pecados, obra da misericordiosa ternura de nosso Deus (Lc 1, 77-78). 
João deverá, pois, anunciar um batismo no Espírito para remissião dos pecados. Mas este batismo não terá apenas esse efeito. Será iluminação. A misericordiosa ternura de Deus enviará o Messias que, segundo duas passagens de Isaías (9, 1 e 42, 7), retomadas por Cristo (Jo 8, 12), "iluminará os que jazem entre as trevas e sombra da morte" (Lc 1, 79).O papel de João, "preparar o caminho do Senhor". Ele o sabe e designa a si mesmo, referindo-se a Isaías (40, 3), como a voz que clama no deserto: "Preparai o caminho do Senhor". Mais positivamente ainda, deverá mostrar àquele que está no meio dos homens, mas que estes não o conhecem (Jo 1, 26) e a quem chama, quando o vê chegar: "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1, 29).João corresponde e quer corresponder ao que foi dito e previsto sobre ele. Deve dar testemunho da presença do Messias. O modo de chamá-lo indica que o l Messias representa para ele: é o "Cordeiro de Deus”. 
O Levítico, no capítulo 14, descreve a imolação do cordeiro em expiação pela impureza legal. Ao ler esta passagem, João, o evangelista, pensa no servidor de Yahvé, descrito por Isaías no capítulo 53, que carrega sobre si os pecados de Israel. João Batista, ao mostrar a Cristo a seus discípulos, o vê como a verdadeira Páscoa que supera a do Êxodo (12, 1) e da qual o universo obterá a salvação.Toda a grandeza de João Batista vem de sua humildade e ocultamento: "É preciso que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3, 30).
Todos verão a salvação de Deus
O sentido exato de seu papel, sua vontade de ocultamento, fizeram do Batista uma figura sempre atual através dos séculos. Não se pode falar dele sem falar de Cristo, mas a Igreja não lembra nunca a vinda de Cristo sem lembrar do Precursor. O Precursor não está unido apenas à vinda de Cristo, mas também à sua obra, que anuncia: a redenção do mundo e sua reconstrução até a Parusia. Todos os anos a Igreja nos faz atual o testemunho de João e de sua atitude frente a sua mensagem. Deste modo, João está sempre presente durante a liturgia de Advento. Na realidade, seu exemplo deve permanecer constantemente diante dos olho das Igreja. A Igreja, e cada um de nós nela, tem com missão preparar os caminhos do Senhor, anunciar a Boa Notícia. Mas recebê-la exige a conversão. Entrar em contato com Cristo supõe o desprendimento de si mesmo. Sem esta ascese, Cristo pode estar no meio de nós sem ser reconhecido (Jo l, 26).
Como João, a Igreja e seus fiéis têm o dever que não cobrir a luz, mas de dar testemunho dela (Jo 1, 7). A esposa, a Igreja, deve ceder o posto ao Esposo. Ela é testemunho e deve ocultar-se diante daquele a quem testemunha. Papel difícil o estar presente no mundo, firmemente presente até o martírio. como João, sem impulsionar uma "instituição" em vez de impulsionar a pessoa de Cristo. Papel missionário sempre difícil o de anunciar a Boa Notícia e não uma raça, uma civilização, uma cultura ou um país: "É preciso que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3, 30). Anunciar a Boa Notícia e não uma determinada espiritualidade, uma determinada ordem religiosa, uma determinada ação católica especializada; como João, mostrar a seus próprios discípulos onde está para eles o "Cordeiro de Deus" e não cercá-los como se fôssemos nós a luz que vai iluminá-los.Esta deve ser uma lição sem presente e necessária, bem como a da ascese do deserto e a do recolhimento no amor para dar melhor testemunho.
A eloquência do silêncio no deserto é fundamental a todo verdadeiro e eficaz anúncio da Boa Notícia. Origens escreve em seu comentário sobre São Lucas (Lc 4): Quanto a mim, penso que o mistério de João realiza-se no mundo ainda hoje". A Igreja, na realidade, continua o papel do Precursor; nos mostra Cristo, nos encaminha à vinda do Senhor.Durante o Advento, a grande figura do Batista apresenta-se viva para nós, homens do século XX, a caminho do dia de Cristo. O próprio Cristo, retomando o texto de Malaquias (3,1), fala-nos de João como "mensageiro" (4); João designa a si mesmo como tal. São Lucas descreve João como um pregador que chama à conversão absoluta e exige a renovação: "Que os vales se levantem, que montes e colinas se abaixem, que o torcido se endireite, e o escabroso se iguale. Será revelada a glória do Senhor e todos os homens a verão juntos". Assim se expressava Isaías (40, 5-6) em um poema tomado por Lucas para mostrar a obra de João. Trata-se de uma renovação, de uma mudança, de uma conversão que reside, sobre tudo, em um esforço para voltar à caridade, ao amor aos demais (Lc 3, 10-14). 
Lucas resume em uma frase toda a atividad de João: 
"Anunciava ao povo a Boa Notícia" (Lc 3, 18).
Preparar os caminhos do Senhor, anunciar a Boa Notícia, é o papel de João e ele nos exorta a que nós desempenhemos.
Hoje, este papel não é mais simples nos tempos de João e incumbe a cada um de nós.
O martírio de João teve sua orgime na franca honestidade com que denunciou o pecado. 
João Batista anunciou o Cordeiro de Deus. Foi o primeiro a chemar Cristo desta maneira.
Citemos aqui o belo Prefácio introduzido em nossa liturgia para a festa do martírio de São João Batista, que resume admiravelmente sua vida e seu papel: 
"Porque ele saltou de alegria no ventre de sua mãe, ao chegar o Salvador dos homens, e seu nascimento foi motivo de alegria para muitos. Ele foi escolhido entre todos os profetas para mostrar às pessoas o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Ele batizou no Jordão o autor do batismo, e a água viva tem desde então poder de salvação para os homens. E ele deu, por fim, seu sanguee como supremo testemunho do nome de Cristo".
3. A FIGURA DA ESPERANÇA : VIRGEM MARIA
A primeira vinda do Senhor realizou-se graças a ela. E, por isso, todas as gerações a chamamos Bem-aventurada. Hoje, que preparamos, a cada ano, uma nova vinda, os olhos da Igreja se voltam a ela, para aprender, con estremecimento e humildade agradecida, como se espera e como se prepara a vinda do Emanuel: do Deus conosco. Mais ainda, para aprender também como se dá ao mundo o Salvador.
Sobre o papel da Virgem Maria na vinda do Senhor, a liturgia do Advento oferece duas sínteses, nos prefácios II e IV daquele tempo:
"...Cristo Senhor nosso, a quem todos os profetas anunciaram, a Virgem esperou com inefável amor de Mãe, João o proclamou já próximo e o apontou depois entre os homens. O próprio Senhor nos concede agora nos preparar com alegria para o Mistério de seu Nascimento, para encontrar-nos assim, quando ele chegar, velando em oração e cantando seu louvor".
"Nós vos louvamos, nós vos bendizemos e vos glorificamos pelo Mistério da Virgem Mãe. Porque, se do antigo adversário nos veio a ruína, no sio da Filha de Sião germinou aquele que nos nutre com o pão celestial, e fez brotar para todo o gênero humano a salvação e a paz. A graça que Eva nos arrebatou nos foi devolvida em Maria. Nela, mãe de todos os homens, a maternidade, redimida do pecado e da morte, abre-se ao dom de uma vida nova. Assim, onde havia crescido o pecado, superabundou vossa misericórdia em Cristo nosso Salvador. Por isso nós, enquanto esperamos a vinda do Cristo, unidos aos anjos e aos santos, cantamos o hino louvor..."
A Virgem Imaculada foi e continua sendo a personagem dos personagens do Advento: da vinda do Senhor. Por isso, cada dia, durante o Advento, evoca-se, agradece, canta-se, glorifica-se e enaltece àquela que foi a aceitou livremente ser a mãe de nosso Salvador "o Messias, o Senhor" (Lc 2,11).
Três textos dos tantos que um é em honra à Bem-aventurada Mãe de Deus, em todo este Mistério preparado e realizado. São da solenidade de santa Maria Mãe de Deus:
"Que admirável troca! O Criador do gênero humano, tomando corpo e alma, nasce de uma virgem e, feito homem sem concurso de varão, nos dá parte em sua divindade" (antífona das primeiras Vésperas).
"A Mãe eu à luz o Rei, cujo nome é eterno; a que o gerou tem ao mesmo tempo a alegria da maternidade e a glória da virgindade: um prodígio tal jamais visto, não será visto novamente. Aleluia" (antífona de Laudes).
"Pelo grande amor que Deus tem para conosco, mandou-se seu próprio Filho em semelhança de carne de pecado: nascido de uma mulher, nascido sob a lei. Aleluia" (antífona do Magníficat primeiras Vésperas).
A partir da segunda parte do Advento, a preponderância da Mãe Imaculada é tão grande, que ela aparece como o centro do Mistério preparado e iniciado. Assim as leituras evangélicas do IV Domingo, nos três ciclos, estão dedicadas a Maria. E nas missas próprias dos dias 17 a 24, correspondentes às antífonas da O, tudo gira ao redor dela. E com razão.
"Os profetas anunciaram que o Salvador nasceria de Maria Virgem" (Tercia) - "O anjo Gabriel saudou Maria, dizendo: Ave, chia de graça, o Senhor está contigo, bendita és tu entre as mulheres" (Sexta) - "Maria disse: O que significa esta saudação? Fico perplexa perante estas palavras de que darei à luz um Rei sem perder minha virgindade" (Nona).
Nas vésperas do primeiro domingo de Advento, a antífona do Magnificat é tirada do evangelho da anunciação: "Não temas, Maria, porque encontraste graças diante de Deus. Conceberás em teu seio e darás á luz um filho".
Na segunda-feira desta primeira semana, nas vésperas, a antífona do Magnificat será: "O anjo do Senhor anunciou a Maria e ela concebeu do Espírito Santo".
Nas vésperas da quinta-feira se canta: "Bendita és tu entre as mulheres". Nas vésperas do segundo domingo de Advento: "Ditosa tu, Maria, que creste, porque o que te foi dito o Senhor cumprirá". Nas laudes da quarta-feira há uma leitura tirada do capítulo 7 de Isaías: "Vede: a Virgem concebeu e dará à luz um filho, lhe porá o nome Emmanuel...". O responsório da sexta-feira depois da segunda leitura do ofício, é tirado do evangelho da anunciação em Lc 1, 26, etc... E poderíamos continuar com uma longa enumeração.
Esta enumeração interessa porque mostra como a presença da Virgem é constante nos Ofícios de Advento, bem como na memória da primeira vinda de seu Filho e na tensão de sua volta no fim dos tempos.
Embora o Natal seja para Maria a festa mais indicada de sua maternidade, o Advento, que prepara esta festa, é para ela um tempo de escolha e de particular preparação.

Fonte http://www.acidigital.com

Dogmas, luzes no caminho da fé

O Magistério da Igreja (Papa e Bispos) empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando obriga o povo cristão a acreditar em verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária.
Os dogmas não são grades que impedem o caminhar dos teólogos, ao contrário, são luzes no caminho de nossa fé que o iluminam e tornam seguro. Eles são para o povo de Deus como os trilhos são para um trem; são vínculos que dão ao veículo segurança e possibilidade de ir muito longe. O que seria do trem se saísse dos trilhos?
Não mais do que 14 vezes um Papa proclamou um dogma de fé; isto em 21 séculos de vida da Igreja. Mas há muitas outras verdades da fé, que não foram definidas explicitamente como dogmas por um Papa, mas que são também dogmáticas. Todos os doze Artigos do Credo são dogmas de fé; ele é o “Símbolo dos Apóstolos” e resume as verdades básicas da fé cristã que há 2000 anos a Igreja ensina.
O Dogma é uma verdade Revelada por Deus, e proposta pela Igreja à nossa fé e à nossa conduta. E como algo revelado por Deus, e compreendido pela Igreja, é imutável. Podemos aperfeiçoar o entendimento da verdade revelada, mas nunca destrui-la ou negá-la. O Dogma pode estar contido na Bíblia ou na Tradição apostólica que não foi escrita, mas que tem para a Igreja o mesmo valor de Revelação da Bíblia; por exemplo, o Credo como é rezado não está na Bíblia, mas veio da Tradição.
Jesus deixou a Igreja com a incumbência infalível de fazer este discernimento, a fim de nos mostrar e conduzir, sem erro, ao caminho da salvação. Pouco adiantaria Jesus deixar na terra o “depósito da fé”, ou, como chamava São Paulo, “a sã doutrina”, se não deixasse também uma guardiã infalível da mesma.
A Revelação de Deus ensina que “Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4); mas, onde está esta “Verdade” que salva? O mesmo São Paulo responde: “ A Igreja é a coluna da verdade” (1Tm 3, 15). É por isso que a Igreja afirma sem dúvida, várias vezes, no Catecismo, a sua infalibilidade naquilo que é essencial em termos de fé e moral.
Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja uma participação na sua própria infalibilidade, ele que é a Verdade. “Goza desta infalibilidade o Papa quando, na qualidade de pastor supremo de todos os fiéis, e encarregado de confirmar seus irmãos na fé proclama, por um ato definitivo, um ponto de doutrina apenas sobre à fé e aos costumes… A infalibilidade prometida à Igreja reside também no corpo episcopal quando este exerce seu magistério supremo em união com o sucessor de Pedro”, sobretudo em um Concílio Ecumênico (LG 25).
Os dogmas sobre Deus garantem que Ele existe, que é único, mas são Três Pessoas divinas formando um só Deus (Pai e Filho e Espírito Santo), com igual poder e majestade; que Ele é eterno, onipotente, onipresente, onisciente, amor e misericórdia, Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; tudo o que existe foi criado por Deus.
Os dogmas sobre Jesus Cristo afirmam que Ele é o Filho Único de Deus; verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus (possui duas naturezas: humana e divina); cada uma das duas naturezas em Cristo possui uma vontade e uma operação própria. Cristo se ofereceu em sacrifício na Cruz para resgatar a humanidade separada de Deus pelo pecado. Ao terceiro dia depois de sua morte, ressuscitou glorioso dentre os mortos e subiu em corpo e alma aos céus e está “sentado” à direita de Deus Pai.
Sobre o mundo, os dogmas dizem que tudo do que existe foi criado por Deus a partir do nada. O mundo é temporal, um dia vai terminar. Deus o conserva pelo Seu poder e bondade.
Sobre a pessoa humana, os dogmas garantem que ela é formado de corpo material e alma espiritual e imortal criada por Deus no momento da concepção, à sua imagem e semelhança. O pecado de Adão (original) se propaga a todos os seus descendentes por geração e não por imitação. O homem caído não pode redimir-se a si mesmo; precisa de um Salvador, Jesus Cristo.
Sobre a Virgem Maria os dogmas dizem que Ela é Imaculada, isto é, foi concebida sem o pecado original, e nunca teve qualquer pecado pessoal; é Mãe de Deus feito homem; foi para o Céu em sua Assunção, de corpo e de alma, após o término de sua vida na terra. É Virgem perpétua: antes do parto, durante o parto de depois do parto de Jesus Cristo.
Sobre o Papa e a Igreja os dogmas ensinam que a Igreja foi fundada por Jesus Cristo, que constituiu São Pedro como o primeiro Papa e cabeça visível da Igreja, conferindo-lhe pessoalmente o primado de jurisdição. O Papa possui o pleno e supremo poder sobre a Igreja, não somente nas coisas da fé e da moral, mas também na disciplina e no governo da Igreja. Ele é infalível sempre que define uma verdade de fé ou de moral. A Igreja é infalível quando define com o Papa alguma matéria de fé e de costumes.
Os dogmas sobre os Sacramentos, afirmam que Cristo instituiu sete Sacramentos: Batismo, Crisma, Confissão, Eucaristia, Ordem, Matrimônio e Unção dos Enfermos. A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados cometidos após o Batismo pelo Sacramento da Confissão. Cristo está presente na Eucaristia pela transubstanciação de toda a substância do pão e do vinho.
Os dogmas sobre os últimos acontecimentos afirmam que existe a vida eterna, o Céu, o Inferno e o Purgatório, o fim deste mundo e a segunda vinda de Cristo, a ressurreição dos mortos no último dia e o juízo universal.

 Prof. Felipe Aquino

Papa: "Exemplo de Mandela inspire as novas gerações"

 2013-12-06 


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco escreveu na manhã desta sexta-feira, 06, ao Presidente da República Sul-Africana, Jacob Zuma, uma mensagem expressando seu pesar pela morte do líder e símbolo da luta anti-racista Nelson Mandela. 

Soube com tristeza da morte do ex-Pesidente Nelson Mandela e envio minhas preces e condolências à família Mandela, aos membros do Governo e a todo o povo da África do Sul. Encomendando a alma do falecido às infinitas bênçãos de Deus, peço ao Senhor que console e apóie todos os que choram por esta perda. Louvo o firme compromisso demonstrado por Nelson Mandela ao promover a dignidade humana de todos os cidadãos da nação e forjar uma nova África do Sul, construída sobre os alicerces firmes da não-violência, da reconciliação e da verdade. Rezo para que o exemplo do ex-Presidente inspire as gerações da África do Sul a colocar a justiça e o bem comum no topo de suas aspirações políticas. Com estes sentimentos, invoco sobre todos os povos da África do Sul os dons divinos da paz e prosperidade”.

FRANCISCUS PP.



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/

Homilia do Papa na Casa Santa Marta: "Rezar com insistência"

2013-12-06Cidade do Vaticano (RV) – 

Como todas as manhãs, o Papa Francisco celebrou Missa, na Capela Santa Marta, no Vaticano, durante a qual meditou, em sua homilia, sobre “a oração insistente”.

O Santo Padre partiu da narração evangélica dos “Cegos de Jericó”, que gritam ao Senhor para ser curados e exortou “a rezar com insistência, cientes de que Deus nos escuta”. A oração cristã representa as nossas necessidades, mas, ao mesmo tempo, a certeza de que Deus atende o nosso pedido, segundo seus tempos e modos. Quem reza sabe que não perturba a Deus, pelo contrário, o faz com confiança.
Como os cegos de Jericó, devemos gritar a Jesus, sem temer de incomodá-lo, para que venha ao nosso socorro; é “bater à porta”, com confiança e fé, para que nos seja aberta, na esperança de sermos atendidos. E o Papa perguntou: será que Jesus nos pode curar? E respondeu:
“Ele pode fazê-lo, mas quando o fará, não podemos saber. Eis a segurança da oração: a necessidade de pedirmos com sinceridade ao Senhor, como um cego, que tem necessidade e está enfermo. Deus sabe o que precisamos, mas vê também o modo como lhe pedimos: com confiança, convicção e certeza, cientes de que Ele pode fazer tudo”. (MT)

6 de dez. de 2013

06 de Dezembro - São Nicolau

São Nicolau
(de Mira e de Bari)
250-326


Nicolau é também conhecido por São Nicolau de Mira e de Bari. Venerado, amado e muito querido por todos os cristãos do Ocidente e do Oriente. Sem dúvida alguma, é o santo mais popular da Igreja. Ele é padroeiro da Rússia, de Moscou, da Grécia, de Lorena, na França, de Mira, na Turquia, e de Bari, na Itália, das crianças, das moças solteiras, dos marinheiros, dos cativos e dos lojistas. Por tudo isso os dados de sua vida se misturam às tradições seculares do cristianismo.

Filho de nobres, Nicolau nasceu na cidade de Patara, na Ásia Menor, na metade do século III, provavelmente no ano 250. Foi consagrado bispo de Mira, atual Turquia, quando ainda era muito jovem e desenvolveu seu apostolado também na Palestina e no Egito. Mais tarde, durante as perseguições do imperador Diocleciano, foi aprisionado até a época em que foi decretado o Edito de Constantino, sendo finalmente libertado. Segundo alguns historiadores, o bispo Nicolau esteve presente no primeiro Concílio, em Nicéia, no ano 325.

Foi venerado como santo ainda em vida, tal era a fama de taumaturgo que gozava entre o povo cristão da Ásia. Morreu no dia 6 de dezembro de 326, em Mira. Imediatamente, o local da sepultura se tornou meta de intensa peregrinação. O seu culto se difundiu antes na Ásia, e o local do seu túmulo, fora da área central de Mira, se tornou meta de peregrinação.

O documento mais antigo sobre ele foi escrito por Metódio, bispo de Constantinopla, que em 842 relatou todos os milagres atribuídos a são Nicolau de Mira. Depois, mais de sete séculos passados da sua morte, "Nicolau de Mira" se tornou "Nicolau de Bari". Em 1087, a cidade de Bari, em Puglia, na Itália, sofria a subjugação dos normandos. E Mira já estava sob domínio dos turcos muçulmanos. Setenta marinheiros italianos desembarcaram nessa cidade e se apoderaram das suas relíquias mortais, transferindo-as para Bari. O corpo de são Nicolau foi acolhido, triunfalmente, pela população de Bari, que o elegeu seu padroeiro celestial. E ele não decepcionou: por sua intercessão os prodígios e milagres ocorriam com grande freqüência. Seu culto se propagou em toda a Europa. Então, a sua festa, no dia 6 de dezembro, foi confirmada pela Igreja. 

A tradição diz que os pais de Nicolau eram nobres, muito ricos e extremamente religiosos. Que era uma criança com inclinação à virtuosidade espiritual, pois nas quartas e nas sextas-feiras rejeitava o leite materno, ou seja, já praticava jejum voluntário. Quando jovem, desprezava os divertimentos e vaidades, preferindo freqüentar a igreja. Costumava fazer doações anônimas em moedas de ouro, roupas e comida às viúvas e aos pobres. Dizem que Nicolau colocava os presentes das crianças em sacos e os jogava dentro das chaminés à noite, para serem encontrados por elas pela manhã. Dessa tradição veio a sua fama de amigo das crianças. Mais tarde, ele foi incluído nos rituais natalinos no dia 25 de dezembro, ligando Nicolau ao nascimento do Menino Jesus.

Mais tarde, quando já era bispo, um pai, não tendo o dinheiro para constituir o dote de suas três filhas e poder bem casá-las, havia decidido mandá-las à prostituição. Nicolau tomou conhecimento dessa intenção, encheu três saquinhos com moedas de ouro, o dote de cada uma das jovens, para salvar-lhes a pureza. Durante três noites seguidas, foi à porta da casa daquele pai, onde deixava o dote para uma delas. Existem muitas tradições e também lendas populares que se criaram em torno deste santo, tão singelo e singular.

A sua figura bondosa e caridosa, símbolo da fraternidade cristã, mantém-se viva e impressa na memória de toda a cristandade. Agora, também na da humanidade toda, porque perpetuada através dos comerciantes nas vestes de Papai Noel nos países latinos, de Nikolaus na Alemanha e de Santa Claus nos países anglo-saxões. Mesmo sob falsas vestes, são Nicolau nos exemplifica e recorda o seu grande amor às crianças e aos pobres e a alegria em poder servi-los em nome de Deus.

Fonte: http://www.paulinas.org.br

JMJ de Cracóvia já tem data definida: 25 de julho a 1° de agosto de 2016

 2013-11-03



Cracóvia (RV) – O Arcebispo de Cracóvia, Card. Stanisław Dziwisz, anunciou a data da próxima Jornada Mundial da Juventude de 2016: 25 de julho a 1° de agosto.

No final da celebração eucarística conclusiva da Jornada Mundial do Rio de Janeiro, em 28 de julho, o Papa Francisco anunciou como sede do próximo encontro a cidade polonesa de Cracóvia, em homenagem ao Papa Wojtyła, que será canonizado em 27 de abril do próximo, e idealizador dos encontros mundiais da juventude.

Logo após o anúncio no Rio de Janeiro, foi ativado o site krakow2016.com, no qual é possível encontrar todas as informações para a preparação da Jornada. 



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Círio de Nazaré declarado Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO

 2013-12-05


Moscou (RV) - A celebração do Círio de Nazaré na cidade de Belém, no Pará, foi inscrita nesta quarta-feira (04) como Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO. Deste modo, esta manifestação religiosa e cultural passa a integrar a relação de outras 257 manifestações culturais em todo o mundo, que representam expressões do patrimônio imaterial que se transmitem e perpetuam nas comunidades humanas. 

Com a aprovação da candidatura brasileira, realizada no âmbito da 8ª Sessão Ordinária do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, o Brasil passa a ter quatro elementos de seu patrimônio intangível declarados pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade: Expressões orais e gráficas dos Wajãpis; Samba de Roda do Recôncavo Baiano; Frevo e agora Círio de Nazaré. 

A celebração do Círio de Nazaré é realizada em Belém do Pará no segundo domingo de outubro, reunindo milhares de pessoas que participam da procissão em honra a Nossa Senhora de Nazaré, naquela que é considerada uma das maiores procissões religiosas do mundo. A imagem da Virgem Maria em madeira é conduzida desde a Catedral da Sé até a Praça do Santuário de Nazaré.

A proteção a tradições culturais e folclóricas da humanidade é regida pela Convenção Internacional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, aprovada pela 32ª Conferência Geral da UNESCO em outubro de 2003 e em vigor desde abril de 2006. (JE) 




Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Árvore de Natal já está na Praça São Pedro

Cidade do Vaticano (RV) 


– A árvore que vai ornamentar a Praça São Pedro neste Natal já está no Vaticano. O abeto partiu da Baviera na segunda-feira rumo a Roma e foi erguido na manhã desta quinta-feira pelos Serviços Técnicos do Governatorato. O pinheiro, posicionado ao lado do Obelisco, será inaugurado na tarde de sexta-feira, 13 de dezembro, na presença do Cardeal Giuseppe Bertello e do Arcebispo Fernando Vérgez Alzaga.

A gigantesca árvore de 60 anos, 25 metros de altura e 7,2 toneladas foi oferecida pela comunidade de Waldmünchen, localizada no coração da Europa Central, fronteira com a República Tcheca. 

A AssociaçãoTrenckfestspiele, responsável pelas operações de retirada e transporte, optou em viajar à noite para evitar a névoa presente nas estradas da Alemanha e Áustria, permitindo assim uma viagem com maior segurança e uma pequena antecipação no horário da chegada. Sobre a grande tela que envolvia o pinheiro no caminhão estava escrito, em alemão e em italiano, “Árvore de Natal de Waldmünchen para Roma”.

Em Ratisbona, primeira parada, a árvore foi abençoada pelo bispo local. A segunda parada foi no centro de Munique, quando seguiu então diretamente até Roma. Os habitantes de Waldmünchen quiseram doar outros 60 pinheiros menores para ornamentar a Praça São Pedro. Sobre a grande tela que envolvia o pinheiro, estava escrito em alemão e em italiano “Árvore de Natal de Waldmünchen para Roma”.

Após o desmanche do pinheiro, a madeira do tronco, como já é tradição, será utilizada para fabricar pequenos objetos de uso cotidiano e brinquedos destinados a crianças de famílias indigentes.

Também já está em andamento a montagem da estrutura que vai acolher o Presépio napolitano, que neste ano terá por tema “Francisco 1223 – Francisco 2013”. (JE)


Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va


Fonte da imagem https://www.facebook.com/radiovaticanobrasil?directed_target_id=0

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...