8 de jun. de 2013

Eis o coração que tanto amou os homens!

     Assim falava um dia Jesus a sua fiel serva Margarida Maria Alacoque, para acrescentar tristemente: "Mas, em paga eu não recebo da maior parte dos homens senão a ingratidão".

      Depois de três séculos, o Coração amoroso de Jesus vai repetindo a sua piedosa queixa, porque, ainda hoje, são poucos os homens que o amam como deseja ser amado.
      Mas por que essa contínua ingratidão de parte do homem para com esse Coração adorável, que não deseja outra coisa senão um pouco de amor? Eis o motivo: É porque o amor do Coração de Jesus não é conhecido! Jesus revelou seu amor em doze promessas, mas estas, ou não são absolutamente conhecidas pelo povo cristão, ou são de um modo muito imperfeito.
      Alma cristã, dize-me tu também quantas vezes não vistes impressas essas doze promessas do Coração de Jesus nas santas imagens ou nos livro piedosos, no entretanto responde-me com franqueza leste-as com atenção, meditaste nelas? Pelo amor do Coração de Jesus e pelo bem de tua alma expulsa de tua mente todos os pensamentos inúteis, por alguns instantes ao menos, e ler descansadamente e com atenção mais uma vez, as doze promessas do Coração de Jesus. Asseguro-te que te parecerão novas, o teu coração se há de alegrar e tendo chegado a última, dos teus olhos, rebentarão lágrimas quentes, lágrimas de prazer e reconhecimento.
      É que Jesus quer que antegozes as delícias do céu. Medita pois...

As doze promessas do Sagrado Coração de Jesus

1. Eu lhes darei as graças necessárias para cumprirem os deveres de seu estado. "Sem mim, disse Jesus, nada podereis fazer"(Jo 15,5).

2. Eu darei paz a suas almas. " Eu vos deixo a minha paz, eu vos dou a minha paz" (Jo 14,27).

3. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
"Vinde em mim os que padeceis e andais angustiados, e eu vos aliviarei" (Mt 11,28)

4. Serei refúgio seguro durante a vida e, sobretudo, na hora da morte.
"Não vos deixarei órfãos" (Jo 14,18).
"Tomar-vos-ei comigo, para que onde eu estou vós estais também" (Jo 14,3)

5. Derramai abundantes bênçãos sobre seus empreendimentos. "Poderoso é também para cumprir o que prometeu" (Rm 4,21).

6. Os pecadores acharão em Meu Coração a fonte e o oceano infinito de misericórdia.
"Quero a misericórdia e não sacrifícios, porque eu não vim chamar os justos, mas os pecadores"
 (Mt 9, 13)

7. As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas.
"Vim para que tenham a vida, e a tenham em abundância" (Jo 10,10).

8. As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente à grande perfeição.
"Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai do céu" (Mt 5,48)

9. Abençoarei os lares onde for exposta e honrada a imagem do Meu Coração.
"Hoje entrou a salvação nesta casa" (Lc 19,9).

10. Darei aos sacerdotes a graça de comoverem os corações mais endurecidos.
"Muito lhe foi perdoado porque muito amou" (Lc 7,47)

11. As pessoas que propagarem esta devoção terão seu nome escrito para sempre no meu Coração, e dele jamais será apago.
"Eu não apagarei o seu nome do livro da vida, e o confessarei diante de Meu Pai e dos seus anjos" (Ap 3,5)

12. Eu prometo, na excessiva misericórdia de meu Coração, que meu amor onipotente concederá a todos os que comungarem durante nove primeiras sextas-feiras do mês seguidas a graça penitência final; não hão de morrer em pecado e sem receber os sacramentos, servindo-lhes Meu Coração de asilo seguro naquele último momento. 

Fonte: Frei Salvador do Coração de Jesus. A grande promessa do Sacratíssimo Coração de Jesus. 91ª edição. São Paulo: Edições Loyola, 1987.
     
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3 de jun. de 2013

Para cumprir toda a justiça!


Jesus foi ao encontro de João para ser batizado e João tentou impedi-lo: sou eu que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim? E Jesus lhe responde: “Por enquanto deixa como está! Porque devemos cumprir toda a justiça.(1)"
 
Deus é a plenitude do Ser e de toda perfeição: “Eu sou Aquele que Sou.”(2)
Sendo Jesus o Filho de Deus Altíssimo, fazer pleno Seu Amado Pai em si mesmo e em toda a humanidade consistia a maior prova de amor que Ele, ainda que subjugado pela condição humana, poderia Lhe conceder.
É essa a síntese de Sua Justiça. Tudo o que Nosso Senhor anunciou n’Ele perfeitamente se cumpriu. Começando pelo pórtico da vida no Espírito – o Sacramento do Batismo.
Quando Jesus foi batizado, o Céu, que estava fechado para toda a humanidade, herança dos nossos primeiros pais, é aberto de forma tal, que o Espírito Santo de Deus é derramado sobre Ele, acontecendo o que o Catecismo nos diz Epifania, ou seja, a manifestação de Jesus como o Messias. O Céu é rasgado unindo-se à Terra, não há mais nenhuma separação. O Céu está na Terra.
Também a água é purificada, tal qual no início da criação, em que o Espírito Santo pairava sobre as águas, e demonstrava o poder criativo de Deus. Pelo Batismo de Jesus todo esse poder é novamente manifestado, destruindo o contaminado pelo pecado e criando o novo povo de Deus, como Ele bem disse a Nicodemos: ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nasce da água e do Espírito.
Assim faz todo sentido ser Cristo o Sacramento do Pai, que pela entrega total (Corpo, Sangue, Alma e Espírito), obteve a fórmula para fazer-nos plenos, Eu vim para que todos vivam plenamente(3). Como nos ensinam os Santos Doutores da Igreja, quis Nosso Senhor fazer, pelo seu Batismo, o que posteriormente pediria que fizéssemos, considerando todos os aspectos, inclusive e principalmente, o substancial, Seu aniquilamento, Sua entrega total ao Pai para Salvação dos homens, o amor por sua Cruz:“Este é o meu Filho amado, que muito me agrada.”(4)
Recordem-se meus amigos, de onde jorraram as águas em que fomos batizados, do coração do Cristo aberto pela lança do soldado, na Cruz, e recorramos sempre a essa fonte inesgotável do Espírito Santo no Sacramento da Eucaristia que nos faz plenos, porque devemos cumprir toda a justiça!
“Vê, quando és batizado, donde vem o Batismo, se não da cruz de Cristo, da morte de Cristo. Lá está todo o mistério: ele sofreu por ti. É nele que és redimido, é nele que és salvo e, por tua vez, te tornas salvador.”(5)


Mychele Araújo 


(1) Mt 3, 13-15
(2) Ex 3, 13-15.
(3) Jo 10,10.
(4) Mt 3,17.
(5) Catecismo da Igreja Católica, Segunda Parte, Segunda Secção, § 1225.

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