O
milagre eucarístico de Siena, Itália
Na cidade de Santa Catarina de
Siena temos um milagre eucarístico que data de 1730. No dia 14 de agosto
daquele ano a igreja de São Francisco fora vítima de um assalto. Os ladrões
levaram 351 hóstias consagradas. A cidade se mobilizou, suspendendo inclusive
a festa e procissão da Assunta.
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O curioso foi que, três dias após o roubo, as hóstias foram encontradas no
cofre de esmolas de outra igreja (St. Mary de Provenzano). Foi constatado que
se tratavam das mesmas, e contaram-se 348 hóstias inteiras e seis metades.
O povo então fez uma procissão para levá-las para a igreja assaltada,
tendo como portador o Arcebispo Alessandro Zondadari. Não foram consumidas,
como previa o Direito Canônico, porque os fiéis queriam adorá-las para
reparar o nocivo ato. Tais hóstias foram guardadas no local apropriado – no
sacrário – e de algum modo acabaram sendo esquecidas. O procedimento
ordinário é que as mesmas deveriam ter sido consumidas. Uma teoria afirma que
o povo de Siena e das cidades vizinhas queriam adorá-las para reparar a
profanação, como já dito. A segunda seria a que as hóstias estariam ainda
sujas, apesar de terem sido limpas superficialmente, não sendo neste caso
necessário consumí-las, mas é permitido que se deteriorem-se naturalmente.
O Pe. Carlo Vipera, da Ordem Franciscana, examinou as hóstias no dia 14 de
abril de 1780 e as encontrou frescas e incorruptas. Somente 50 anos depois
foi descoberto que estavam completamente intactas, não apresentando nem
coloração diferente do tempo de sua fabricação. Tratava-se de um milagre! Nos
séculos que se sucederam, as hóstias foram submetidas aos mais diversos
exames científicos para comprovar a autenticidade do fato. Nos anos
anteriores algumas hóstias foram distribuídas e consumidas. As 230
restantes foram colocadas em um cibório novo e posterior distribuição foi
proibida.
Uma investigação mais detalhada foi realizada em 1789 pelo Arcebispo de
Siena, Tiberio Borghese, com teólogos e cientistas. Após ter examinado as
hóstias com um microscópio, a comissão declarou que eram perfeitamente
intactas e não demonstravam nenhum sinal de deterioração.
Neste mesmo ano um teste foi realizado: hóstias não consagradas foram
colocadas em uma caixa selada. Dez anos mais tarde foram examinadas e
encontradas desfiguradas. Em 1850, 61 anos depois do fechamento da caixa, as
hóstias não consagradas foram reduzidas à partículas de uma cor amarela
escura, enquanto que as 230 hóstias consagradas milagrosas retiveram seu
frescor original pelo mesmo tempo!
Ao longo dos anos outros exames foram realizados, mas o mais significativo
foi o de 1914, empreendido por ordem do Papa Pio X. O arcebispo selecionou um
distinto grupo de investigadores, com cientistas e professores de Siena e de
Pisa, juntamente com teólogos e oficiais da Igreja. Testes químicos
executados sobre fragmentos das hóstias milagrosas provaram que tais hóstias
foram preparadas sem as precauções científicas que poderiam mantê-las
preservadas por um período de poucos anos! A comissão concluiu que a
preservação era extraordinária! Se as hóstias tivessem sido preparadas para
se conservarem, alguns anos se passariam... mas as mesmas não foram
preparadas e o milagre já durava 184 anos!
O professor Siro Grimaldi, professor na Universidade de Siena e diretor do
Laboratório Químico Municipal, era o principal cientista da comissão de 1914.
Mais tarde, escreveu um livro com detalhes preciosos sobre o milagre,
intitulado Uno Scienziato Adora. Em 1914 declarou que “a
farinha em grão é o melhor terreno de cultura de microorganismos, parasitas
animais e vegetais, e fermentação láctica. As partículas de Siena estão em
perfeito estado de conservação, contra as leis físicas e químicas, não
obstante as condições de tudo desfavoráveis em que foram encontradas e
conservadas. Um fenômeno absolutamente ANORMAL: as leis da natureza foram
invertidas. O vidro em que foram encontradas possui mofo, enquanto a farinha
se revelou mais refratária do que o cristal.”
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